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A Alma: a qualidade da vida


A Alma: a qualidade da vida
Conteúdo 26 a 30.

26. AS RELAÇÕES DA ALMA

Três coisas podem ser transmitidas, as quais, quando meditadas com lucidez, podem levar à iluminação:

O Ego, em seu próprio plano, compreende conscientemente sua relação com o Mestre e procura transmitir essa consciência à personalidade.

O Eu superior, em seu próprio plano, não está entorpecido por tempo e espaço (pois conhece o futuro tanto quanto o passado) e procura alcançar o fim desejado e convertê-lo rapidamente em realidade.

O Eu superior ou Ego, em seu próprio plano, está em relação direta com outros egos que se acham no mesmo raio e em um raio correspondente, abstrato ou concreto e, compreendendo que o progresso se dá em formação grupal, atua nesse plano ajudando os de sua espécie. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

(a) A Alma e a Personalidade

1. A alma quase não tem consciência da personalidade, suas disposições e ideias. Pode ser consciente das limitações existentes na personalidade e dos obstáculos opostos à afluência da energia da alma, mas os detalhes não lhe interessam. Ocupa-se em reconhecer os projetos hierárquicos, captar a necessidade mundial e responder (tênue, muito tenuemente a princípio) à afluência monádica que vai se desenvolvendo. Estas atitudes e reações da alma (em seu próprio plano de existência) afetam profunda e fundamentalmente a vida da personalidade, e produzem as mudanças básicas que despertam a vocação do discípulo. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

2. É desnecessário dizer que devem ser tão sensíveis à qualidade do meu Ashram e preocupar-se tanto pela oportunidade de servir como enfrentam hoje todos os discípulos, que seu desenvolvimento pessoal, seu problema exclusivo (como vocês o consideram) e suas reações deverão ser esquecidos. Lembrem-se que para a alma vocês não são de tanto interesse como poderiam crer.

Do ponto de vista do Mestre, o que interessa é a capacidade da alma de controlar seu instrumento, a personalidade, e atuar por meio dela; o que Ele busca é a capacidade da alma, não a reação da personalidade. Talvez lhes seja difícil lembrar disso, talvez seja até humilhante para o discípulo. Quanto mais absorvido esteja em sua resposta e capacidade pessoais, tanto mais invulneráveis serão as barreiras que ergue entre ele (no plano físico) e sua alma; como resultado, também se erguerão barreiras entre o discípulo e a vida do Ashram no qual está destinado a tomar parte. Tenham isto presente e ocupem-se o mais possível da vida da alma, de modo que não disponham de tempo para a introspecção da personalidade. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. Os resultados dos contatos estabelecidos pela alma com os seres humanos e o efeito observado na vida da personalidade pode-se dizer que são:

a. Conflito, transtornos, lealdades opostas, luta interna e choques de pontos de vista antagônicos.

b. Sensibilidade às ideias; nas etapas iniciais, constitui flexibilidade à resposta, que quase chega à instabilidade e produz uma constante mudança de pontos de vista. Oportunamente, leva à sensibilidade à intuição, que habilitará o indivíduo a distinguir prontamente o irreal e o real.

c. Processo de desapego; é o processo difícil e doloroso de definir as linhas de demarcação entre a alma e a personalidade. A princípio produz inevitavelmente separação e divisão de interesses, mas mais adiante leva a subordinar os interesses da personalidade aos do Plano, e à absorção dos desejos pessoais aos aspectos da alma.

d. Período de criatividade, produzido pelo terceiro aspecto da alma, que é o aspecto criador. Este desenvolvimento ocasionará mudanças definidas nos hábitos adquiridos pelo aspirante na vida do plano físico. Fará com que o discípulo se dedique a realizar certos esforços sintetizados nas palavras “carreira artística”.

Estes quatro efeitos produzidos pela atividade da alma, na realidade são somente a afluência da força da alma, pelo canal de contato aberto pelo homem. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(b) O Ego e os Mestres

1. Como já foi dito, existem na Hierarquia humana em evolução sessenta bilhões de unidades de consciência ou espíritos. Encontram-se nos níveis causais, embora este número seja um tanto menor hoje, posto que algumas já tomaram a quarta iniciação. Estes egos, de diferentes graus de desenvolvimento, estão vinculados com sua Mônada, Espírito ou Pai no Céu, da mesma maneira (embora em matéria mais sutil) como o Ego está conectado com a personalidade.

Como bem sabem, as Mônadas estão sob o controle, ou melhor, fazem parte da consciência de um dos Espíritos planetários. Nos níveis egoicos, os Egos se encontram em condição similar. Um Adepto do mesmo raio que eles supervisiona sua evolução geral, ocupando-se deles em grupos, que se formam de acordo com três condições:

a. o sub-raio do raio egoico,
b. o período de individualização ou de entrada no reino humano,
c. o grau de realização.

O Adepto de mesmo raio exerce a supervisão geral mas, subordinados a Ele, trabalham os Mestres, cada um em Seu próprio raio e com Seus respectivos grupos individuais, que são afiliados a Eles segundo o período, o carma e o grau de vibração. Regidos pelos Mestres, trabalham os discípulos que alcançaram a consciência do Eu Superior e, portanto, estão aptos a atuar nos níveis causais e a ajudar no desenvolvimento dos egos cujos corpos causais estão menos desenvolvidos que o seu próprio.

Tudo está belamente sujeito à lei e, como a tarefa do desenvolvimento do corpo egoico depende do progresso alcançado na tríplice personalidade, o Ego, em consequência, é ajudado nos níveis inferiores por dois discípulos: um que atua nos níveis emocionais, reportando-se ao outro, que atua no corpo mental. Este, por sua vez, reporta-se ao discípulo que possui consciência causal, e este se reporta ao Mestre. Tudo isto é feito com a colaboração da consciência interna que reside no corpo causal. Como veem, envolve cinco agentes que se ocupam de ajudar o Ego em seu desenvolvimento evolutivo:

1. O Adepto do seu Raio.
2. O Mestre do seu grupo.
3. Um discípulo com consciência causal.
4. Um discípulo no plano mental.
5. Um auxiliar no plano emocional.
(Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Determinados fatores que regem a relação do Mestre com o discípulo são reconhecidos gradualmente e começam a reger a vida do discípulo, cada vez mais:

1. Ele reconhece que seus pontos de contato com o Mestre são regidos pela emergência e necessidades grupais e se referem ao serviço grupal. Paulatinamente, ele se dá conta de que o Mestre só tem interesse nele na medida que seu ego possa ser usado no serviço, através da personalidade no plano físico. Começa a compreender que o Mestre trabalha com a sua alma e que é, pois, o seu ego que está em relação com o Mestre, e não o eu pessoal. O problema dele, portanto, fica cada vez mais claro e é o problema de todos os discípulos. É o de manter o canal de comunicação aberto entre a alma e o cérebro, pela via da mente, de maneira que o Mestre possa se comunicar de imediato e com facilidade. Às vezes o Mestre tem que esperar semanas até que o discípulo O ouça, pois o canal ascendente está fechado e a alma não está em relação com o cérebro, o que ocorre especialmente nas etapas iniciais do discipulado.

2. Descobre que é ele próprio que fecha a porta na maioria das vezes através do psiquismo inferior, da deficiência física e da falta de controle mental e. portanto. descobre que tem de trabalhar constante e incessantemente o eu inferior.

3. Descobre que uma das primeiras coisas que tem a fazer é aprender a discriminar entre:

A vibração de sua própria alma.
A vibração do grupo de discípulos ao qual está associado.
A vibração do Mestre.

As três são diferentes e é fácil confundi-las, sobretudo no início. Uma regra segura para os aspirantes é a de supor, ao entrar em contato com uma vibração e um estímulo superiores, que se trata da sua própria alma entrando em contato, o Mestre no coração, e não ter a ideia (tão lisonjeira para o orgulho próprio e a personalidade) de que o Mestre está procurando chegar até eles. (Tratado sobre Magia Branca)

3. A vida do discípulo é um gradual e firme avanço para o centro, e os discípulos aceitos são efetivamente parte da Hierarquia. A Hierarquia é um lugar de fusão de todas as almas nos níveis superiores do plano mental. Apenas na medida em que uma pessoa está sob a impressão da alma, depois sob o controle da alma e a identificação final com a alma, assim se move em direção ao centro da fusão. À medida que aumentar o amor pela humanidade e diminuir o interesse por si mesmo, assim progredirá até o centro de luz e amor, onde os Mestres residem como seres espirituais. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

4. Os Mestres não têm personalidades tal como vocês entendem personalidade. Seus fatores condicionantes são os três aspectos da Tríade espiritual que, sendo criadores, constroem o instrumento ou mecanismo fenomênico mediante o qual um Mestre faz contato com os três mundos. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

5. A influência que o Mestre exerce quando procura ajudar Seu discípulo produz sempre um transtorno transitório (transitório do ângulo da alma, mas muitas vezes temível do ângulo da persona-lidade. (Os Raios e as Iniciações)

6. Todos e cada um dos Mestres renunciaram ao material; elevaram-se dos três mundos por Seu próprio esforço; desprenderam-se de todos os impedimentos; deixaram para trás o inferno, e o termo “espírito aprisionado” já não é aplicável a Eles. Eles não alcançaram esta condição com propósitos egoístas. Nos primeiros dias do caminho de provação, a aspiração egoísta predomina na consciência do aspirante. Entretanto, à medida que galga esse caminho e também o do discipulado, abandona todos esses motivos e sua única meta, ao buscar a liberação e a liberdade nos três mundos, consiste em ajudar e socorrer a humanidade. Tal dedicação ao serviço é a marca da Hierarquia. (Os Raios e as Iniciações)

(c) A Alma e o Ashram do Mestre

1. Há uma grande diferença entre o grupo de um Mestre e Seu Ashram, o que poucas vezes é compreendido. Muitas pessoas podem estar em um grupo de um Mestre, mas o pessoal de Seu Ashram é extraído desse grupo. Em um grupo, o Mestre é consciente do discípulo-aspirante e está em contato com ele; este estabeleceu um definido vínculo com o Mestre, mas envolveu uma relação da personalidade e também da alma. No Ashram, porém, e dentro da esfera de sua influência, somente haverá o que é da alma. Nada da personalidade tem permissão de entrar – reações, deficiências, limitações e pensamentos da personalidade, nada que seja material e relacionado à natureza inferior jamais chega ao Ashram. Portanto, nas primeiras etapas do trabalho de um discípulo e durante longo tempo, provavelmente pouco ou nada haverá que ele tenha possibilidade de contribuir. Somente as intuições percebidas positivamente e as definidas impressões e impulsos da alma que o discípulo possa ter evocado (pela meditação e a crescente pureza de intenção), podem contribuir com algo para a vida do Ashram. Em consequência, há uma lei que protege o Ashram das limitações do discípulo. Tenho usado a palavra “Ashram” de maneira bem precisa, na tentativa de os levar a discriminar entre um grupo e um Ashram, o qual, basicamente, é constituído por aqueles que, pelo conhecimento, devoção e serviço, abriram caminho de um grupo para um centro interno, onde a energia, a sabedoria e o esforço do Mestre estão facilmente disponíveis. Para abrir caminho do grupo para o Ashram, os discípulos terão de discriminar muito cuidadosamente entre as inclinações das suas personalidades de alta qualidade, suas respostas à verdade e ideais e suas verdadeiras reações de alma, sabedoria espiritual e percepção intuitiva. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. Um ashram é uma fusão subjetiva de indivíduos e não de personalidades, reunidos para fins de serviço. É a fusão da atividade individual em um todo – um todo unido pelo objetivo e a visão, mas que pode aplicar (e muitas vezes aplica) diferentes métodos e técnicas. O trabalho do Ashram é essencialmente a apresentação ao mundo destes propósitos de serviço, empreendidos como melhor parece ao discípulo individual, de acordo com “a impressão do Mestre” e com a cooperação do Seu grupo. Um grupo de discípulos não é obrigado a realizar o mesmo tipo de trabalho, da mesma maneira e ao mesmo tempo. O compromisso é de trabalhar sob a inspiração de suas almas, na medida em que suas almas possam dirigir e ditar, fortalecidos pelo contato com o Mestre e entre si. Estão relacionados entre si pela identidade de visão e de vibração, além de um respeito mútuo e plena liberdade – esta última, em especial. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

3. Um Ashram não está restrito a uns poucos que podem até mesmo se reunir como membros do Ashram. Um Ashram é um grupo internacional, composto de almas em encarnação e fora dela; é uma síntese de iniciados de diversos graus e de discípulos aceitos. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

4. O discípulo se vê diante da proposição de fazer a sua vida de uma tal natureza que promova o propósito grupal, aumente a força grupal e elimine tudo aquilo que possa dificultar a utilidade grupal, trazendo para perto o objetivo para o qual o grupo foi formado – empreender os planos do Mestre. A resposta inata, instintiva e individual do discípulo a este objetivo de raio e seu esforço em subordinar a personalidade à dedicação da alma tenuemente percebida, levou o Mestre, desde o princípio, a reconhecê-lo e a incorporá-lo em Seu Ashram. No momento em que isso acontece, o discípulo não só fica sob um crescente impacto de força e intenção impulsionadora egoicas (aplicando estas palavras em Seu sentido oculto), como a irradiação do grupo inicia sobre ele seu trabalho benéfico. O poder magnético “atrativo” que até então o havia guiado adiante é substituído por uma potência irradiante estimuladora, efetuando grandes mudanças nele e produzindo resultados de eliminação e substituição. O efeito sobre a vida do Ashram, no que diz respeito ao grupo que o compõe, independentemente da própria potência do Mestre, pode ser descrito da seguinte maneira:

1. A vida da personalidade vai se debilitando gradualmente, perdendo de maneira definitiva, para a alma, o seu domínio. Em um sentido muito real, a alma começa a dominar.

2. Diminui apreciavelmente a necessidade de reencarnar e, afinal, a vida nos três mundos da manifestação humana deixa de ser necessária. Todas as lições foram aprendidas e o objetivo da alma foi alcançado.

3. A Vontade da Mônada começa a ser percebida; o aspecto vontade se fusiona com o aspecto amor, fazendo com que o aspecto inteligência seja frutífero e eficaz na realização do propósito divino, enfocado através do Ashram para o discípulo.

4. Foram alcançados os objetivos do fator tempo e espaço, a extensão dos acontecimentos, da matéria e da consciência e, com o tempo, são substituídos por algo que ainda não temos palavra para designar, nem mesmo um conceito. Começa a se expressar depois da terceira iniciação quando o aspecto Pai “aparece ante a nossa vista” – não sei como expressá-lo de outra maneira.

5. A totalidade é considerada como de maior importância que a parte, o que não é um sonho, visão, teoria, quimera, hipótese ou anseio. É considerada como uma necessidade inata e algo inevitável. Significa morte, mas morte como beleza, espírito em ação, ou a consumação de todo o bem.

...A vida deve ser encarada do ângulo do Observador e não do ângulo do participante no experimento e experiência nos três mundos. Este Observador é diferente do que se encontra no caminho probacionário. A maioria dos experimentos e experiências ficaram para trás e foi estabelecida uma nova orientação para um mundo de valores mais elevado do que o mundo de significados. Essa atitude poderia muito bem ser descrita como o método de aproximação de todos os que são parte de um Ashram. Quando os membros de um Ashram são aceitos como discípulos, embora vivam nos três mundos da experiência, não é ali onde está o foco de sua atenção. Aqueles que são discípulos-iniciados, vão ficando, cada vez mais, inconscientes das atividades e reações da personalidade, porque certos aspectos da natureza inferior estão controlados e purificados de tal maneira que ficaram sob o umbral da consciência e penetraram no mundo do instinto, portanto, já não há mais percepção consciente delas, da mesma maneira como um homem adormecido não é consciente do funcionamento rítmico de seu veículo físico adormecido. Trata-se de uma verdade profunda e geralmente incompreendida. Tem relação com todo o processo da morte e poderia ser considerada como uma de suas definições; contém a chave das misteriosas palavras “depósito da vida”. (Os Raios e as Iniciações)

(d) A Alma e a Hierarquia

1. A Hierarquia é simplesmente o mundo das almas, percebe conscientemente o Plano, é sensível ao propósito e plasma criadora e constantemente na humanidade o objetivo de expandir a consciência humana, da qual as almas de vocês – em sua natureza mais pura, fazem parte. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

2. Deve-se assinalar que há três tipos de trabalhadores hierárquicos:

1. As almas, isto é, os iniciados que tomaram a quarta Iniciação (da Renúncia), cujo corpo da alma, o corpo causal, foi desfeito. São os Guardiões do Plano.

2. As personalidades inspiradas pela alma; são os discípulos e iniciados que tomaram as três primeiras iniciações, por intermédio dos quais as almas empreendem o trabalho do Plano.

3. Os aspirantes inteligentes que ainda não são personalidades inspiradas pela alma, mas que reconhecem a necessidade do Plano e buscam o bem-estar dos seus semelhantes.

O grupo mais elevado formula o Plano; o segundo grupo “modifica, qualifica e adapta” o Plano aos requisitos humanos contemporâneos, assegurando desta maneira a continuidade gradual e firme do Plano; no terceiro grupo estão os agentes que transmitem este Plano à humanidade e procuram torná-lo executável, guiados pelo compromisso espiritual, o compromisso evidenciado pelo segundo grupo. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. O trabalho da Hierarquia, em conexão com o gênero humano, divide-se em duas partes: o trabalho que efetua com os seres humanos individualmente, a fim de despertar neles a consciência da alma, e em seguida o trabalho com eles, como almas, para que (atuando nos níveis da alma e como entes conscientes no Reino de Deus) possam começar a visualizar o objetivo do próprio Deus. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(e) A Alma e a Vontade Divina

Quando a atração pela substância é superada e o desejo se extingue, o poder atrativo da alma passa a dominar e a ênfase (que durante tanto tempo recaiu sobre a forma individual, a vida e a atividade individuais) cede lugar à forma grupal e ao propósito grupal. Em seguida, o poder atrativo da Hierarquia e dos grupos de discípulos dos Mestres suplanta as atrações inferiores e os pontos secundários de interesse. Quando eles assumirem o lugar legítimo na consciência, a atração dinâmica do aspecto Vontade da divindade será sentido – inteiramente destituído de relação com forma ou formas, ou com grupos ou um grupo. (O Reaparecimento do Cristo)

(f) A Alma e os Raios

1. Todo ser humano é compelido à manifestação pelo impulso de algum raio, e é matizado pela qualidade específica do raio que determina o aspecto forma, indica o caminho que deve seguir e o habilita (ao chegar a hora da terceira iniciação) a perceber e colaborar com o propósito de seu raio...

A alma humana é uma síntese da energia material, qualificada pela consciência inteligente, mais a energia espiritual que, por sua vez, é qualificada por um dos sete tipos de raio. (Psicologia Esotérica, Volume I)

2.O Raio do Ego. Ao começar o estudo sobre o raio do Ego ou Alma, é preciso expor sucintamente certas grandes premissas e incorporá-las em uma série de quatorze proposições. São as seguintes:

1. Os egos de todos os seres humanos se encontram em um ou outro dos sete raios.

2. Todos os egos que se encontram no quarto, quinto, sexto e sétimo raios, a certa altura, depois da terceira iniciação, se mesclam com os três raios principais ou monádicos.

3. O raio monádico de cada ego é um dos três raios de aspecto, e os filhos dos homens são Mônadas de poder, Mônadas de amor ou Mônadas de inteligência.

4. Para nosso propósito específico, concentraremos a atenção nos sete grupos de almas que se encontram em um ou outro dos sete raios ou correntes de energia divina.

5. Na maior parte da nossa experiência racial e da vida, somos regidos sequencialmente e depois simultaneamente por:

a. O corpo físico, dominado pelo raio que rege o somatório dos átomos daquele corpo.

b. A natureza do desejo emocional, influenciado e controlado pelo raio que matiza a totalidade dos átomos astrais.

c. O corpo da mente ou natureza mental e o calibre e a qualidade do raio determinante do seu valor atômico.

d. Posteriormente, no plano físico, o raio da alma começa a atuar no somatório dos três corpos e com eles, o que constitui – quando alinhados e atuando em uníssono – a personalidade. O efeito desta integração geral é produzir de maneira ativa uma encarnação e encarnações em que o raio da personalidade emerge claramente e os três corpos, ou eus, constituem os três aspectos ou raios do eu pessoal inferior.

6. Quando o raio da personalidade fica bem nítido e dominante, e os três raios do corpo se subordinam a ele, ocorre o grande combate entre o raio egoico, ou da alma, e o raio da personalidade. A diferenciação fica claramente marcada e o senso da dualidade se estabelece de maneira mais precisa...

7. Oportunamente, o raio ou influência da alma se torna o fator dominante e os raios dos corpos inferiores se transformam em sub-raios deste raio controlador. Esta última frase é de fundamental importância, pois indica a real relação da personalidade com o Ego ou alma. O discípulo que compreende esta relação e se ajusta a ela está pronto para trilhar o caminho da iniciação.

8. Cada um dos sete grupos de almas responde a um dos sete tipos de força, e todos respondem ao raio do Logos planetário do nosso planeta, que é o terceiro Raio de Inteligência Ativa. Portanto, todos pertencem a um sub-raio deste raio, mas nunca se deve esquecer que o Logos planetário também pertence a um raio, sub-raio do segundo Raio de Amor-Sabedoria. (Psicologia Esotérica, Volume I)

3. O raio egoico do indivíduo, além do raio egoico do quarto reino, opõem-se gradualmente aos raios que regem a personalidade, à medida que o homem se aproxima do caminho de provação e do discipulado.

Portanto, o homem é um agregado de forças que o dominam de maneira sequencial e conjunta, matizam a sua natureza, produzem sua qualidade e determinam sua “aparência”, usando esta palavra no sentido oculto da exteriorização. Durante eras ele é dominado por uma dessas forças e nada mais é do que o que elas fazem dele. À medida que chega a um entendimento mais claro e é capaz de começar a discriminar, escolhe definidamente qual delas deve dominar, até que, oportunamente, passa a ser controlado pelo raio da alma, com todos os outros raios subordinados a esse raio, que os usa à vontade. (Psicologia Esotérica, Volume I)

(g) A Alma e os Estudos Esotéricos

O estudo esotérico, quando integrado em um estilo de vida esotérico, revela com o tempo o mundo de significado e conduz, oportunamente, ao mundo das significações. O esoterista começa se esforçando por descobrir a razão, o porquê; luta com o problema dos acontecimentos, eventos, crises e circunstâncias, a fim de chegar ao significado que teriam para ele; ao apurar o significado de algum problema específico, usa-o como um convite para penetrar mais profundamente no mundo de significado recentemente revelado; aprende então a incorporar seus pequenos problemas pessoais ao problema do Todo maior, dessa maneira perdendo de vista o pequeno eu e descobrindo o Eu maior. O verdadeiro ponto de vista esotérico é sempre o do Todo maior. O estudante descobre o mundo de significado espraiado como uma intrincada rede sobre toda atividade e cada aspecto do mundo fenomênico...

O esoterismo, porém, não se ocupa dos centros como tais, e o esoterismo não é um esforço para despertar cientificamente os centros, como muitos estudantes pensam. O esoterismo, na realidade, é o treinamento para obter a capacidade de atuar livremente no mundo dos significados; não se ocupa de nenhum aspecto da forma mecânica; ocupa-se inteiramente do aspecto alma – o aspecto do Salvador, Redentor e Intérprete – e do princípio mediador entre a vida e a substância. Este princípio mediador é a alma do aspirante ou discípulo individual (se for possível usar uma formulação tão enganosa); é também a anima mundi no mundo como um todo.

O esoterismo, portanto, implica em uma vida vivida em sintonia com as realidades subjetivas internas, só possível quando o estudante está polarizado de maneira inteligente e enfocado mentalmente; só é útil quando o estudante é capaz de se mover entre estas realidades internas com destreza e compreensão. O esoterismo implica, além disso, em compreender a relação entre forças e energias e o poder de usar a energia para o fortalecimento e, em seguida, para o uso criativo das forças contatadas; daí redenção.... . O esoterismo é a arte de “baixar à terra” as energias que emanam das fontes mais elevadas e ali “conectá-las à terra” ou ancorá-las...

Toda verdadeira atividade esotérica produz luz e iluminação; resulta na intensificação e qualificação da luz da substância herdada pela luz superior da alma – no caso da humanidade que atua conscientemente...

Desafiaria todos os esoteristas a procurarem a abordagem prática que esquematizei aqui. Pediria a eles que vivam vidas redentoras, que desenvolvam sua sensibilidade mental inata e que trabalhem continuamente com o significado que se encontra por trás de todos os assuntos mundiais, nacionais, comunais e individuais. Se assim fizerem, a luz brilhará repentinamente e cada vez mais sobre o caminho de vocês. Vocês podem se tornar portadores de luz, sabendo então que “nessa luz verão a Luz” – e seus semelhantes também verão. (A Educação na Nova Era,)

(h) A Alma e Outros Egos

1. O fator atividade. Trata-se em grande parte de uma questão de raio e afeta estreitamente a relação entre os egos. Os de raios similares se amalgamam e vibram com mais facilidade entre si do que os de raios diferentes e somente quando o segundo aspecto, a sabedoria, se desenvolve, é possível haver a síntese. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Como sabem, nada importa, somente a alma. Nada conta a longo prazo, somente o serviço. Afastem suas mentes de todos os problemas de suas personalidades e dos problemas daqueles com os quais escolheram percorrer o caminho da vida nesta encarnação. Confiem em suas almas. Estabeleçam e mantenham contato com eles por intermédio de suas almas, e não permitam que o espelhismo das suas personalidades os vença...

Não sabem vocês que ao somar a força de suas almas às deles (ignorando o aspecto forma) podem estimular essas almas para maior atividade espiritual? Porém, meus irmãos, ao observar estes acontecimentos, não se sintam tentados a ajudar. Deixem que as próprias almas sábias, puras e amorosas se encarreguem das personalidades. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

3. A serventia dos discípulos àqueles que estão carmicamente vinculados a eles ou àqueles pelos quais sentem – correta ou erradamente – responsabilidade muda com o progresso de uma etapa para outra. O cuidado físico aos nossos seres queridos poderá e deverá persistir em certa medida, embora o cuidado da mãe pelo filho não deva persistir quando se tornar adulto. Pode haver uma responsabilidade aceita de arcar com eles (correta ou errada), mas não deve anular nem minar qualquer responsabilidade que lhes caiba assumir. A nossa ajuda mental deve estar sempre disponível, mas não deve ser dada quando a nossa mente está ofuscada pelas dúvidas e pelos questionamentos, nem quando há um espírito de crítica. De forma curiosa, a nossa responsabilidade espiritual, em geral, é a última que se reconhece, e a ação nesse sentido é igualmente lenta. Entretanto, em última análise, é a mais importante, porque a própria influência espiritual pode ser duradoura e possuir o poder de liberar aqueles que amamos, enquanto que outras responsabilidades – por estarem relacionadas com a personalidade – sempre contêm espelhismo e o que não é do reino do espírito. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(i) O Ego e o Meio Ambiente

1. A devida resposta ao ambiente resultará na correta relação com o aspecto alma, oculto em todas as formas, e produzirá corretas relações entre as distintas partes da estrutura nervosa interna, existente em todos os reinos da natureza, subumana e super-humana. Isto ainda é praticamente desconhecido, mas começa a ser reconhecido e, quando for comprovado e compreendido, se descobrirá que nisto reside o fundamento da fraternidade e da unidade. Assim como o fígado, o coração, os pulmões, o estômago e outros órgãos do corpo são separados em existência e função e, ainda assim, estão unidos e conectados no corpo por meio do sistema nervoso, da mesma maneira será descoberto que tanto os organismos como os reinos da natureza têm sua vida e funções independentes e, no entanto, são coordenados e correlacionados por um amplo e complicado sistema sensório, às vezes denominado de alma de todas as coisas, a anima mundi, a consciência subjacente. (Tratado sobre Magia Branca)

2. Uma das principais condições que um discípulo tem de cultivar, para perceber o plano e ser usado pelo Mestre é a solidão. Na solidão, a rosa da alma floresce; na solidão, o eu divino pode falar; na solidão, as faculdades e as graças do eu superior podem se enraizar e medrar na personalidade. Também na solidão o Mestre pode se aproximar e impressionar na alma aquietada o conhecimento que Ele procura transmitir, a lição a aprender, o método e o plano de trabalho que o discípulo deve captar. Na solidão o som é ouvido. Os Grandes Seres têm de trabalhar através de instrumentos humanos e o plano e a visão são muito prejudicados devido às deficiências desses instrumentos. (Tratado sobre Magia Branca)

(j) A Alma e a Saúde

1. As fórmulas só são confiadas quando o estudante souber apreciar inteligentemente o transtorno, ou transtornos, que o afeta(m) e quando for capaz de aplicar conscientemente as fórmulas ensinadas, sempre que seu objetivo seja altruísta. Quando a sua finalidade for se capacitar para prestar serviço, quando visar apenas adquirir veículos saudáveis para empreender melhor o Plano dos Grandes Seres, e quando não desejar se esquivar da doença para benefício próprio, somente então as fórmulas atuarão em conexão com a consciência egoica. A afluência da vida de Deus interno resulta em veículos sadios, de maneira que somente então, à medida que a personalidade se funde com o Ego e a polarização se transfere do inferior para o superior é possível realizar o trabalho. Este momento está se aproximando agora para muitos. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. As personalidades dos “esgotados peregrinos no Caminho” estão realmente cansadas e esgotadas. Na atualidade, a humanidade está muito extenuada. Os veículos da personalidade têm sido utilizados durante muitos ciclos e sua potência (em sentido positivo) vai se desgastando, e a essa meta se está chegando. Durante longos ciclos, os efeitos da alma sobre a personalidade foram negativos e o instrumental pessoal constituiu a expressão positiva do homem espiritual, pelo qual o conjunto inferior de forças começa a se desgastar, a vibração a se debilitar e, devido a que grande parte da consciência ainda se identifica com a natureza corporal, o discípulo é consciente da fadiga, dor, angústia e profundo cansaço. A “fadiga da personalidade” da raça humana, foi parcialmente responsável pelo excessivo complexo de angústia, do sentimento de inferioridade e da psicológica ânsia de liberação, induzida pela apresentação cristã da verdade.

À medida que se progride, a alegria da alma começa a afluir aos veículos desgastados e cansados, e gradualmente a natureza positiva da alma vai assumindo. Quando já está bastante forte e o homem descentralizado o suficiente, é a qualidade da alma que persistirá, apesar das limitações físicas, e a sensação interna de cansaço será cuidadosamente anulada e transmutada consciente e inteligentemente. O esgotamento da personalidade será reconhecido, mas haverá um esforço planejado para transcendê-lo. Este processo de “divina imposição” atrai gradualmente força curadora, e a saúde perfeita será a recompensa em alguma vida pelo esforço do iniciado de viver como alma e não se sentir como personalidade. Esta divina afluência da qualidade álmica da vida é a verdadeira chave para a cura autoinduzida. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

3. A ênfase excessiva que as pessoas dedicam às doenças é desconcertante para a alma, pois coloca a natureza forma, transitória e constantemente mutável, em uma posição de indevida importância, enquanto que – do ângulo da alma – as vicissitudes do corpo só têm importância na medida que possam contribuir para enriquecer a experiência da alma. (Cura Esotérica)

4. A doença é um efeito da centralização básica da energia vital do homem... Onde a consciência do homem está enfocada, ali a energia de vida reunirá suas forças...

Quando a consciência estiver estabilizada na da alma, haverá poucas doenças e os transtornos físicos do paciente muito evoluído serão então associados ao impacto da energia da alma sobre um veículo físico não preparado; nesta etapa, só o afetarão certas doenças maiores. Ele não será susceptível às pequenas enfermidades e às constantes e insignificantes infecções que tornam a vida do homem comum ou não desenvolvido tão desagradável e penosa. (Cura Esotérica)

(k) A Alma e a Cura

1. Toda doença é resultado da inibição da vida da alma. Isto é verdade para todas as formas de todos os reinos. A arte do curador consiste em liberar a alma, a fim de que sua vida possa fluir através do conglomerado de organismos que constituem uma determinada forma. (Cura Esotérica)

2. Toda doença (e isto é bem conhecido) é causada pela falta de harmonia – uma desarmonia entre o aspecto forma e a vida – o que une a forma e a vida, ou melhor, o resultado desta união, que chamamos de alma, o Eu no que diz respeito à humanidade, e o princípio integrador, no que diz respeito aos reinos subumanos. A doença aparece onde não há alinhamento entre estes diversos fatores: a alma e a forma, a vida e sua expressão, as realidades subjetiva e objetiva. Em consequência, espírito e matéria não estão livremente relacionados entre si. Temos aqui um modo de interpretar a Primeira Lei. (Cura Esotérica)

3. Quando o pensamento humano inverter as ideias comuns a respeito da doença e a aceitar como um fato da natureza, o homem começará a aplicar a lei da liberação, com pensamento correto, que levará à não resistência. No presente, pelo poder de seu pensamento direcionado e seu intenso antagonismo para com a doença, a tendência é reforçar a dificuldade. Quando ele reorientar o pensamento para a verdade e a alma, as enfermidades do plano físico começarão a desaparecer. Isto ficará evidente ao estudarmos mais adiante o método de extirpá-las. A doença existe. As formas nos reinos da natureza carecem de harmonia e não estão alinhadas com a vida imanente. Em todas as partes há doença e decomposição e a tendência à dissolução. Escolho minhas palavras com cuidado. (Cura Esotérica)

4. Um método superior e novo consiste em chamar a própria alma do homem para que inicie uma atividade positiva. A verdadeira e futura cura ocorrerá quando a vida da alma puder fluir sem impedimentos nem obstáculos através de cada aspecto da natureza forma, podendo então vitalizá-la com sua potência e também eliminar essas congestões e obstruções que são fonte certa de enfermidades. (Cura Esotérica)

5. Duas palavras resumem a atividade de curador: Magnetismo e Irradiação...

REGRA UM: O curador deve procurar vincular alma, coração, cérebro e mãos. Assim pode verter a força curadora vital sobre o paciente. Isto é trabalho magnético. Pode curar a doença ou aumentar o assim chamado estado maligno, de acordo com o conhecimento do curador.

O curador deve procurar vincular alma, cérebro, coração e emanação áurica. Assim sua presença pode nutrir a vida da alma do paciente. Este é o trabalho de irradiação. As mãos não são necessárias. A alma exibe seu poder. A alma do paciente, através da resposta de sua aura, responde à irradiação da aura do curador, inundada com energia da alma. (Cura Esotérica)

6. As condições indesejáveis são consideradas como resultantes da falta de contato e de controle da alma. Ao paciente (se posso chamá-lo assim) se ensina a afastar seus olhos e, consequentemente, a atenção, de si mesmo, dos seus sentimentos, complexos, ideias fixas e pensamentos indesejáveis e enfocá-los na alma, a divina Realidade dentro da forma, e na consciência crística.

Isto bem poderia ser chamado de processo de substituição científica de um novo interesse dinâmico por aquilo que até então monopolizava a atenção; põe em atividade um fator colaborador cuja energia se lança através da vida inferior da personalidade e elimina todas as tendências psicológicas erradas, complexos indesejáveis que levam a abordagens erradas à vida. A certa altura, regenera a vida mental ou de pensamentos, de maneira que o homem fica condicionado pelo correto pensar, sob o impulso ou a iluminação da alma. Produz, assim, “o poder expulsor dinâmico de uma nova enfermidade”. As antigas ideias fixas, depressões e angústias, os antigos desejos perturbadores e limitadores, tudo desaparece e o homem fica livre como alma e amo de seus processos vitais (Cura Esotérica)

7. No segundo caso, toda a energia provém da alma, mas no primeiro toda a energia é simplesmente vida, atuando sob determinada direção.

Com relação ao papel que o amor tem a exercer no processo de cura, direi que: Amor é a expressão da vida do próprio Deus; amor é a força coerente que torna íntegras todas a coisas (gostaria que refletissem sobre esta frase) e amor é tudo o que é. A principal característica que estabelece a diferença entre a energia da alma e a força da personalidade, tal como se aplica na cura, reside na região da aplicação e na expressão do amor. A força da personalidade é emocional, plena de sentimento e – quando em uso – a personalidade é sempre consciente de si mesma como curadora e o centro expressivo do cenário onde há dois atores, o curador e o que deve ser curado. A energia da alma atua inconscientemente e é aplicada pelos que estão em contato com suas almas e, em consequência, descentralizados; eles se encontram “fora do cenário”, se posso empregar esta frase, dedicados completamente ao amor do grupo, atividade do grupo e propósito do grupo. (Cura Esotérica)

(l) O Ego e as Forças da Escuridão

Os Irmãos da Escuridão são – nunca se esqueçam – irmãos equivocados e desencaminhados, mas filhos do mesmo Pai, que se extraviaram em terras distantes. O caminho de volta será longo para eles, mas a misericórdia da evolução, inevitavelmente, os obrigará a voltar pelo caminho de retorno em ciclos distantes. Quem engrandecer desmedidamente a mente concreta e permitir que ela se feche sempre ao superior, corre o risco de se desviar para o caminho da esquerda. Muitos são os que se extraviam assim, mas... voltam sobre seus passos e evitam cometer os mesmos erros no futuro, assim como a criança que se queima uma vez evita o fogo. O homem que persiste, apesar das advertências e da dor, é o que finalmente se torna um irmão da escuridão. A princípio o Ego luta poderosamente para impedir que a personalidade se desenvolva desta maneira, mas as deficiências do corpo causal (não se esqueçam de que nossos vícios não são mais do que nossas virtudes mal empregadas) fazem com que este se desequilibre e desenvolva excessivamente em um só sentido e se apresente cheio de buracos e brechas onde deveria haver virtudes.

O irmão da escuridão não reconhece nenhuma união com os de sua espécie, vê apenas pessoas que devem ser exploradas para apoiar seus próprios fins. Esta é, em pequena escala, a marca daqueles que, conscientemente ou não, são seus instrumentos. Não respeitam pessoa alguma, consideram todos os homens como presa legítima; usam de tudo para levar adiante seus propósitos e, por todos os meios ao seu alcance, corretos ou incorretos, procuram destruir toda oposição e adquirir tudo que desejam para o seu eu pessoal.

O irmão da escuridão não leva em conta o sofrimento que pode causar, nem se preocupa com a agonia mental que promove no seu antagonista; persiste em seus propósitos e não os abandona, mesmo que prejudique alguém, seja homem, mulher ou criança, desde que seus próprios fins se cumpram neste processo. Não se deve esperar compaixão daqueles se opõem à Fraternidade da Luz...

Com frequência, o irmão da escuridão se disfarça de agente da luz, muitas vezes apresentando-se como mensageiro dos deuses, mas, para sua segurança, lhes direi que quem atua guiado pelo Ego obterá clara percepção e escapará ao engano. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

(m) A Alma e o Serviço

1. Talvez pergunte qual será o seu serviço: isso, meu irmão saberá pela meditação. Não me compete dizer que atividade a sua personalidade deverá desempenhar; cabe à sua própria alma dizer. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. Muitos se preocupam demasiadamente com que procuram fazer, com o próprio desenvolvimento, a capacidade de ajudar ou não, manejando ao mesmo tempo e de forma inadequada o problema do autoesquecimento e a total dedicação ao semelhante. Seria mais importante perguntar-se: “que estou aprendendo?” e “estará satisfeito o Mestre comigo?” em lugar de “o que posso fazer?”. Quando servirem laboriosamente ao gênero humano, se esquecendo de si mesmos e de mim, então estarei satisfeito com vocês.

O serviço, lembraria a vocês, é um processo científico, que exige a plena expressão dos poderes da alma no plano físico, e também é a causa de uma manifestação divina, o que vocês chamam de encarnação divina. Se um homem está realmente servindo, invariavelmente mobilizará todos os recursos de força e luz espirituais e toda a sabedoria e o poder direcionador de sua alma, porque a tarefa a realizar é sempre grande demais para a personalidade. Alguns dos mais destacados servidores do mundo são homens e mulheres que estão muito próximos da Hierarquia espiritual e trabalham sob sua direção, inspiração e impressão, mas não conhecem nada do chamado esoterismo, não reconhecem a Hierarquia e (em sua consciência cerebral) desconhecem Seus integrantes, os Mestres de Sabedoria. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. Considere tudo que lhe aconteceu como um treinamento especial, que poderia ser chamado de “treinamento básico” para que seu futuro serviço seja realizado de acordo com o Plano. Este serviço é escolha da sua alma. Não lhe é imposto por mim... nem por nenhum outro fator, exceto sua alma. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

4. A Ciência do Serviço... À medida que prossegue a vinculação entre a alma e a personalidade, e o conhecimento do Plano e a luz da alma afluem à consciência do cérebro, o resultado normal é a subordinação do inferior ao superior. É atributo natural da alma identificar-se com os propósitos e planos grupais. À medida que se realiza esta identificação nos níveis da alma e da mente, produz-se a correspondente atividade na vida pessoal, atividade à qual damos o nome de serviço. O serviço é a verdadeira ciência da criação, e constitui um método científico para estabelecer continuidade. (A Educação na Nova Era)

5. Definir “Serviço” não é fácil. Já houve muito empenho em defini-lo do ângulo do conhecimento da personalidade. Sucintamente, serviço é o efeito espontâneo do contato com a alma. Este contato é tão preciso e estável, que é possível verter a vida da alma pelo instrumento que ela, necessariamente, tem de usar no plano físico. É a maneira como a natureza dessa alma pode se expressar no mundo dos assuntos humanos. O serviço não é uma qualidade nem é uma ação; também não é uma atividade que as pessoas empreendam com tenacidade nem um método para salvar o mundo. É preciso compreender claramente esta diferença, pois, do contrário, toda a atitude frente a esta importante demonstração do sucesso evolutivo da humanidade será falha. O serviço é uma demonstração da vida. É um impulso da alma, e é um dinamismo evolucionário da alma, tanto quanto o instinto de autopreservação e de reprodução das espécies é uma demonstração da alma animal. Esta formulação é de grande importância. É um instinto da alma, se podemos usar uma expressão tão inadequada e, portanto, inata e peculiar ao desenvolvimento da alma. É a característica relevante da alma, tal como o desejo é a característica relevante da natureza inferior. É o impulso para o bem grupal. Portanto, não pode ser ensinado nem imposto a ninguém como uma desejável indicação de aspiração, atuando do lado de fora e com base em uma teoria sobre o serviço. É simplesmente o primeiro efeito real a se demonstrar no plano físico de que a alma está começando a se expressar na manifestação externa.

Nem a teoria nem a aspiração farão nem poderão fazer de um homem um verdadeiro servidor. (Psicologia Esotérica, Volume II)

6. Todas as leis da alma (e a Lei do Serviço não é exceção) manifestam-se, inevitavelmente, de duas maneiras.

Primeiro, há o efeito que exercem sobre o indivíduo. Isto acontece quando houve um contato preciso com a alma, cujo mecanismo começa a responder. A comprovação disso estaria atuando agora entre os estudantes esotéricos disseminados pelo mundo, pois chegaram ao ponto em que o verdadeiro servidor pode sair das massas e demonstrar um contato estabelecido com a alma.

Segundo, as leis da alma estão começando a exercer efeito grupal na própria humanidade e a influenciar a raça dos homens como um todo. Este efeito seria como um reflexo da consciência superior na natureza inferior, por isso temos hoje muita procura pelo serviço e muitas iniciativas filantrópicas. No entanto, todo ele é profundamente matizado pela personalidade e, com frequência, produz muito dano, porque as pessoas tentam impor as próprias ideias de serviço e as próprias técnicas sobre outros aspirantes. Talvez tenham se tornado sensíveis à impressão, mas muitas vezes descaracterizam a verdade e tendem para os fins da personalidade. Devem aprender a focar no contato com a alma e no conhecimento ativo da vida egoica, e não no lado forma do serviço. Gostaria de pedir àqueles de vocês que respondem a estas ideias e são sensíveis à impressão da alma (muitas vezes descaracterizando a verdade e tendendo para os fins da personalidade), a focar no contato com a alma e não no lado forma do serviço. A atividade no lado forma enfatiza a ambição da personalidade, envolvendo as pessoas no espelhismo do serviço. Havendo cuidadosa atenção no essencial do serviço – o contato com a alma – o serviço prestado fluirá com espontaneidade pelas linhas corretas e dará frutos. O serviço altruísta e a profunda afluência de vida espiritual, que o trabalho mundial vem demonstrando ultimamente é uma indicação promissora dessa perspectiva. (Psicologia Esotérica, Volume II)

7. Quando o eu pessoal inferior estiver subordinado aos ritmos superiores e obedecendo à nova Lei do Serviço, a vida da alma começará a fluir através do homem para os outros e o efeito na família imediata, e no grupo imediato demonstrará real compreensão e verdadeira utilidade. Essa corrente de vida se torna mais forte à medida que é utilizada e seu efeito se estenderá do pequeno grupo familiar circundante aos que se encontram nas imediações. Uma ampla série de contatos é possibilitada até que, oportunamente (se foram vividas várias vidas sob a influência da Lei do Serviço), o efeito da vida afluente pode abranger a nação e o mundo inteiro. Mas isto não deverá ser planejado nem haver luta para impô-la como um fim em si mesmo. Será uma expressão natural da vida da alma, adquirindo forma e orientação, de acordo com o raio a que pertence o homem e a expressão de sua vida passada, matizada e ordenada pelas condições ambientais – de tempo, período, raça e idade. Será uma corrente viva e uma entrega espontânea, e a vida, o poder e o amor demonstrados, sendo de origem dos níveis da alma, terão uma força potente e atrativa sobre as unidades do grupo com as quais o discípulo pode entrar em contato nos três mundos de expressão da alma. Não há outros mundos, nos quais a alma, atualmente, possa se expressar desta maneira. Nada pode impedir nem deter o poder desta vida de serviço natural e amoroso, exceto nos casos em que a personalidade se interpõe. O serviço, tal como entendem os Instrutores do lado interno da vida, é distorcido e se transforma em ocupação. Muda para ambição, para um esforço de fazer com que outros sirvam como achamos que o serviço deve ser prestado e por amor ao poder, que entrava o verdadeiro serviço em vez de amor pelos nossos semelhantes. Há uma etapa perigosa em toda vida na qual a teoria do serviço é captada e a lei superior reconhecida; a qualidade imitativa da personalidade, sua natureza macaco, e o anseio que traz a aspiração de grau superior, podem facilmente tomar a teoria por realidade, e as ações externas da vida de serviço pelo fluxo natural e espontâneo da vida da alma por seu mecanismo de expressão. (Psicologia Esotérica, Volume II)

8. Quando se diz – empregando termos da ciência ocultista – que devemos servir e obedecer, não ficamos interessados. No entanto, servir é o método, por excelência, para despertar o centro cardíaco e a obediência é igualmente potente para evocar resposta dos dois centros da cabeça ao impacto da força da alma e unificá-los em um único campo de reconhecimento da alma. Pouco compreendem os homens sobre a potência de seus anseios!Se o anseio de satisfazer o desejo é o anseio básico da vida da forma do homem, o anseio para servir é igualmente o anseio fundamental da alma no homem. Esta afirmação é uma das mais importantes desta parte do tratado. Até agora, raras vezes foi atendida. Entretanto, sempre está presente até nos tipos de seres humanos mais indesejáveis, e surge nos momentos mais cruciais do destino ou da necessidade imediata ou da suprema dificuldade. O coração do homem é são, mas, em geral, está adormecido.

Servir e obedecer! São estas as palavras de ordem da vida do discípulo. Foram distorcidas pela disseminação de ideias fanáticas e assim produziram fórmulas de filosofia e teologia religiosas, mas tais fórmulas, ao mesmo tempo, velaram a verdade. Foram apresentadas à consideração do homem em termos de devoções à personalidade e de obediência aos Mestres e líderes, em vez de servir e obedecer à alma que existe no todo. Entretanto, a verdade está emergindo de maneira gradual, e deve triunfar, inevitavelmente. Uma vez que o aspirante no Caminho de Provação tenha tido um vislumbre sobre isso (por mais insignificante que tenha sido), a lei do desejo, que o governou durante épocas, dará lugar lenta e seguramente à Lei de Repulsão que, no devido tempo, o liberará da escravidão do não-eu. Levará o homem à discriminação e à atitude de desapaixonamento, características do homem que está no caminho da liberação. Vamos lembrar, porém, que a discriminação baseada na determinação de ser livre e o desapaixonamento que indica um coração duro, aprisionarão o aspirante em um envoltório cristalizado, muito mais difícil de romper que a prisão normal da vida do homem egoísta comum. Este desejo espiritual egoísta é, em geral, o maior pecado dos pseudoesoteristas, e deve ser evitado muito cuidadosamente. Portanto, quem é inteligente se dedicará a servir e a obedecer. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(n) A Alma e a Idade Avançada

Se permanecer firme, com um coração aberto, um olho que vê e disposto a responder a todos aqueles com que entra em contato, a porta para um renovado serviço será aberta e muito poderá fazer. Não desconfie de si mesmo, siga em frente. O seu campo de serviço está ao seu redor.

O problema de todos que passaram pelos fogos da Renúncia e que estão percorrendo o caminho da autoentrega, que são conscientes da grandeza da alma e que, ao mesmo tempo, deixaram os jovens anos para trás, é enfrentar as últimas décadas da vida com compreensão, sem temer as limitações físicas. Muitos, nos últimos anos da vida, vivem, pensam e agem de tal maneira que a alma afasta a atenção. Assim, somente a personalidade permanece. A todos que passaram de meio século, diria: enfrentem o futuro com a mesma alegria da juventude, porém com mais utilidade, sabendo que têm a sabedoria da experiência, o poder de compreender e que nenhuma limitação física pode impedir que a alma se expresse em utilidade e serviço.

Lembraria algo que muito se esquece: é muito mais fácil para a alma se expressar por meio de um corpo mais velho em experiência do que por intermédio de um jovem inexperiente, desde que não haja nenhum orgulho nem desejo egoísta, apenas a ambição de amar e servir. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(o) A Alma e o Emprego das Palavras de Poder

1. As Palavras de Poder (o que também é válido para o OM) têm origem no segundo raio, que é o da manifestação da consciência e, portanto, destinam-se a uso da alma, porque a alma é a expressão do segundo aspecto da divindade, e somente a alma pode realmente empregar estas Palavras e sons e assim produzir os resultados desejados, que estão sempre em linha com o Plano divino. Esquece-se com frequência que devem ser usadas pela alma de maneira dinâmica, envolvendo o sério reconhecimento do aspecto vontade. A Grande Invocação, o OM e todas as Palavras de Poder devem emergir da alma (cuja natureza é amor e cujo propósito é unicamente o bem grupal), respaldadas ou “ocultamente impulsionadas” (tradução de uma ideia oculta quase intraduzível) pelo dinâmico aspecto vontade, e exteriorizadas como uma integrada forma-pensamento sobre uma corrente de substância mental viva, iluminada. Em consequência, este processo põe em atividade a vontade, o amor e a inteligência do homem que está usando estas palavras e fórmulas. Entretanto, com frequência se produz um hiato, mesmo quando um homem integrou estes três fatores controladores dentro de si mesmo, até onde é capaz de fazê-lo em seu ponto particular de evolução. Tudo o que conseguiu fazer foi reter a forma-pensamento criada no plano mental; não consegue fazer sentir a presença da forma-pensamento no plano físico nem obter os resultados desejados porque seu cérebro (o centro inferior de recepção e distribuição dentro da cabeça) é incapaz da necessária atividade dual – reter consciência da intenção, significado e propósito da fórmula usada e, ao mesmo tempo, continuar a tarefa de emanar o poder, oculto mas transmitido pelas Palavras ou sons.

O que estou lhes dizendo aqui não só se refere ao uso da Grande Invocação, como também ao uso diário e constante da Palavra Sagrada pelos estudantes e aspirantes ocultistas em sua meditação cotidiana, pois poderiam mudar suas vidas, reorientar seu propósito e foco de vida e alcançar o desenvolvimento e expansão espirituais, se pudessem usar o OM como deve ser usado. (A Exteriorização da Hierarquia)

2. Só podem usar eficazmente as fórmulas aqueles que vivem, trabalham, pensam e sentem como almas, o que sempre significa em termos grupais.

Hoje, porém, em todos os países há aqueles que estão rapidamente se tornando conscientes da alma como fator controlador na consciência, que respondem aos assuntos e às condições mundiais cada vez mais como almas e que, em consequência, podem ser treinados para trabalhar no plano físico. Quando isto acontece, podem ser comunicadas certas Palavras de Poder e mantras e instituir essa nova e poderosa atividade que levará a Hierarquia e a Humanidade, como também Shamballa e certas grandes Forças interplanetárias ou solares, e também grandes energias cósmicas, a uma cooperação consciente e direta...

O objetivo destes processos de invocação é, entre outros... invocar a alma da humanidade e expressá-la mais livremente no plano físico, o que pode ser realizado de duas maneiras:

a. Estimulando as almas dos homens em todas as partes pela aumentada afluência do princípio crístico de amor, que se expressará em compreensão, boa vontade, cooperação e paz mundiais.

b. Estabelecendo, dentro da própria humanidade, uma vibração de tal potência que atrairá magneticamente uma resposta da atenta e expectante Hierarquia e dará como resultado uma relação muito mais estreita e também consciente entre os dois centros planetários: a Hierarquia e a Humanidade. (A Exteriorização da Hierarquia)

3. Nosso dever é aprender a entrar corretamente em contato com a Hierarquia, por intermédio de nossas próprias almas; empregar corretamente a Grande Invocação como almas e responder corretamente e ser sensíveis aos efeitos resultantes. (A Exteriorização da Hierarquia)


27. O PRINCÍPIO CONSTRUTOR DE FORMAS

Certas premissas básicas da Sabedoria Eterna são:

1. A alma é o princípio construtor de formas que produz atração e coesão.

2. A alma é um aspecto ou tipo de energia que se diferencia da matéria em si.

3. O átomo foi reconhecido como uma unidade de energia, mas até agora a energia que impele os átomos para conglomerados que denominamos organismos e formas ainda não foi isolada. É o que os místicos do mundo científico perceberão e trabalharão para demonstrar ao longo da próxima geração. É este tipo de energia, a energia do aspecto construtor de formas da manifestação que é a fonte de todo o trabalho mágico; e é esta energia, nos diferentes reinos da natureza que produz forma, figura, espécie, classe, tipo e as diferenciações que marcam e distinguem as miríades de formas através das quais a própria vida se manifesta. É a qualidade da energia que produz a quantidade de formas; é a luz que causa o surgimento na consciência da raça das figuras heterogêneas que os conglomerados de átomos podem assumir.

4. O tipo de energia que produz figuras, formas e organismos coerentes em todos os reinos da natureza não é o princípio vida. O princípio vida não será descoberto nem reconhecido até que a alma, ou princípio que conduz a qualidade, o construtor das formas, seja por sua vez estudada, reconhecida e investigada.

5. Isto só será alcançado quando o homem tomar posse de maneira mais consciente do seu patrimônio divino e, trabalhando como alma e no controle do seu mecanismo (físico, emocional e mental), puder trabalhar conscientemente em harmonia com a alma de todas as formas.

Isto só será possível quando a raça captar a hipótese mencionada acima, reconhecê-la como possibilidade e procurar demonstrar ou refutar a realidade do fator alma que reside por trás da sua estrutura ou corpo de manifestação. Todos os grandes cientistas e trabalhadores no reino da natureza objetiva trabalharam como almas, e os desenvolvimentos mais surpreendentes do reino da física e da química, como em outros setores do conhecimento humano, ocorreram quando o trabalhador em determinado campo se lançou com fé em uma hipótese que formou e investigou e deu continuidade ao trabalho, etapa após etapa, até entrar em contato com um aspecto da verdade ainda não formulado pelo homem. Em seguida, tendo penetrado em um novo reino do pensamento mediante sua intuição, ele toma o conhecimento que descobriu e o formula de tal maneira que, por meio da teoria, do princípio, do experimento e de aparelhos mecânicos, se converte em propriedade do grupo e, no devido tempo, é compreendido e utilizado pelo mundo. Na origem, porém, foi um trabalho místico, baseado na intuição mística. (Tratado sobre Magia Branca)


28. O PROPÓSITO DA VIDA EGOICA

1. O Ego, em seu próprio plano e em pequena escala, repete a ação do Logos. Constrói certa forma com determinado fim; reúne certo material e aspira a certa consumação que será resultante do material reunido, vibrando em certa extensão, regido em determinada vida por certas regras e buscando um objetivo específico – nem todos os objetivos possíveis.

Cada personalidade é, para o Ego, o que o sistema solar é para o Logos. Constitui seu campo de manifestação e o meio pelo qual obtém um objetivo demonstrável. Este propósito pode ser a aquisição de virtude, pagando o preço dos vícios; pode ser a sagacidade comercial, lutando para prover as necessidades da vida; pode ser o desenvolvimento da sensibilidade, revelando as crueldades da natureza; pode ser a edificação da abnegada devoção para atender às necessidades dos que dependem dele ou pode ser a transmutação do desejo pelo método da meditação praticada no Caminho. A cada alma compete descobrir por si mesma. O que procuro inculcar em vocês é que existe certo perigo que incide exatamente sobre este fator. Por exemplo, se ao adquirir a capacidade mental de meditar, o estudante deixa de alcançar aquilo pelo que veio ao corpo físico, o resultado não será um benefício, mas um desenvolvimento desigual e uma momentânea perda de tempo.

Se não cumpre os desejos do Ego e desperdiça a oportunidade, sofre muito e, na vida seguinte, necessitará de um cenário similar, um estímulo mais forte e um círculo-não-se-passa mais estreito para cumprir a vontade do seu Ego. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. A alma não tem um destino individual, ela está submersa no Uno. Seu destino é o destino do grupo e do Todo; seu desejo é a promoção do grande Plano e sua vontade é a glorificação do Logos encarnado. (Tratado sobre Magia Branca)

3. Os seres humanos são propensos a se preocupar, principalmente, com as suas relações grupais superiores, seu retorno ao lar do Pai e com a tendência de “se elevar” e se afastar do mundo fenomênico. Ocupam-se principalmente de descobrir o centro dentro do aspecto forma, o que chamamos de alma e, quando a encontra, com o trabalho de se comunicar com esta alma e, assim, encontrar a paz. Isto é correto e está de acordo com a intenção divina, mas não é todo o plano para o homem, e quando isto permanecer como seu principal objetivo, o homem fica em iminente perigo de cair na armadilha do egoísmo espiritual e da separatividade. (Tratado sobre Magia Branca)

4. A utilidade da dor é muito grande e leva a alma humana das trevas para a luz, da escravidão para a libertação e da agonia para a paz. Tal paz, tal luz e tal liberação, mais a ordenada harmonia do cosmo, destinam-se a todos os filhos dos homens. (Tratado sobre Magia Branca)

5. Assim permanecem a Humanidade e a Hierarquia. Assim permanece você, meu irmão, personalidade e alma, livre para avançar para a luz, se assim decidir, ou permanecer passivo sem aprender nada nem ir a parte alguma; livre também para voltar a se identificar com o Morador, frustrando assim a influência do Anjo, recusando a iminente oportunidade e postergando – para um ciclo muito posterior – a sua escolha determinante. Isto é válido tanto para você como para a Humanidade como um todo. Será que a personalidade materialista de terceiro raio da humanidade dominará a situação atual, ou a alma amorosa será o fator mais poderoso, manejando a personalidade e seus pequenos assuntos, levando-a a uma correta discriminação e ao reconhecimento dos verdadeiros valores, assim introduzindo a era do controle da alma ou da Hierarquia? O tempo dirá. (Espelhismo: Um Problema Mundial)

6. O homem lê o seu destino nos céus e escreve este destino em sua vida na Terra; conscientemente ou não, reduz a ideia de sua alma a uma forma oportuna e adequada, de maneira que cada vida agrega, subtrai e multiplica, até a soma de cada experiência da alma estar completa. (Educação na Nova Era)

7. De modo constante, o propósito do desenvolvimento das nossas próprias almas (“esses anjos de persistente e imorredouro amor”) teria que ser controlado mais plena e profundamente e isto deveria ser nosso mais firme propósito, a qualquer custo e sacrifício pessoais e para tal, em verdade e sinceridade, deveríamos batalhar. (Psicologia Esotérica Volume II)


29. A PERCEPÇÃO MÍSTICA

Civilizações, culturas, raças e nações aparecem e desaparecem, mas com elas vão e vêm as mesmas individualidades, colhendo os frutos da experiência e avançando progressivamente até a plena autodeterminação e organização grupal e síntese. Lembro a vocês, além disso, que há uma qualidade peculiar em todo ser humano, característica inata e inerente, inevitavelmente presente, à qual poderíamos dar o nome de “percepção mística”. Uso este termo em um sentido muito mais amplo do que lhe é dado em geral, e gostaria que considerassem esta qualidade de percepção mística de maneira a incluir:

1. A visão mística da alma, de Deus e do universo.

2. O poder de entrar em contato e reconhecer o mundo dos significados, o mundo subjetivo da realidade emergente.

3. O poder de amar e de ir em direção ao que está além do próprio eu.

4. A capacidade de captar e intuir ideias.

5. A aptidão de perceber o desconhecido, o desejável e o desejado. A determinação e persistência subsequentes que habilitam o homem a buscar, pesquisar e ir atrás da realidade desconhecida. Foi a tendência mística que produziu os grandes místicos de renome mundial, assim como o grande número de exploradores, descobridores e inventores.

6. O poder de perceber, registrar e gravar o bom, o belo e o verdadeiro. Foi o que produziu o escritor, o poeta, o artista e o arquiteto.

7. O impulso de descobrir e penetrar nos segredos de Deus e da natureza. Foi o que produziu o cientista e o homem religioso.

Pelo estudo destas definições, observarão o quanto o termo “percepção mística” é inclusivo. É não mais nem menos do que o poder, inato no homem, de alcançar e captar o que é maior e melhor do que ele próprio, e que o impeliu a avançar através das civilizações e culturas que se desenvolveram progressivamente e hoje está à beira de um novo reino da natureza. A “percepção mística” é o poder de apreciar e de se empenhar em alcançar o que aparentemente é inalcançável. Tenham em mente esta tese ampla e geral, à medida que estudamos o poder em desenvolvimento no homem de autoexpressão, autodeterminação e o autodomínio. (A Educação na Nova Era)


30. O MÍSTICO E O OCULTISTA

1. O místico elimina ou procura transcender a mente no processo de encontrar o Eu. O ocultista, mediante o interesse concentrado nas formas que velam o Eu, e o emprego do princípio mente, em seus dois níveis, chega ao mesmo ponto. Reconhece as envolturas que encobrem. Dedica-se ao estudo das leis que regem o sistema solar manifestado. Concentra-se no objetivo, mas, nos primeiros anos, pode às vezes passar por alto o valor do subjetivo. A certa altura chega à vida central, eliminando uma envoltura após a outra, mediante o conhecimento e o controle consciente. Medita sobre a forma até que a perde de vista e o criador da forma se torna tudo no todo. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Para o pensamento público é de grande valor a verdadeira explicação sobre a evolução do Ego, e o poder do seu desenvolvimento gradual na Terra é muito grande. O homem pode considerar esta questão de duas formas, ambas proporcionarão matéria para meditação e merecem séria consideração... Por meio da devoção pura, da intensa dedicação e de uma severa disciplina do corpo físico, o místico penetra no centro cardíaco de seu pequeno sistema e os raios de seu próprio sol central irradiam a luz divina egoica sobre a sua vida. Também se poderia dizer que o problema reside em que o homem concentra no esforço em fazer descer à consciência do cérebro físico e, assim, ao plano físico, a vida, o poder e a energia do centro interno, o Ego. Isto implica, necessariamente, em compreender de maneira científica, as leis do ser e em reconhecer a natureza dual do Eu. Implica na dedicação à tarefa de dominar os senhores lunares por meio do controle radiante do Senhor solar. Assim é o método esotérico, pelo qual se estuda a constituição dessas entidades que formam a quádrupla natureza inferior, a personalidade, e se investigam profundamente essas Essências divinas que constroem o corpo do Ego ou Eu superior. A isto se deve agregar a severa aplicação das leis da natureza ao problema individual. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. O místico está sempre consciente da dualidade. É o buscador à procura da luz, da alma, do ser amado, daquele algo superior que pressente que existe e que pode ser encontrado. Esforça-se por reconhecer o divino e ser reconhecido por ele; persegue a visão, é um discípulo de Cristo, e isto condiciona seu pensamento e aspiração. É um devoto e aquele que ama o aparentemente inalcançável: o outro, além dele mesmo.

Somente quando se torna ocultista, o místico aprende que todas as vezes o ímã que o atraiu, e o dualismo que matizou a sua vida e pensamento e que foi a motivação de tudo o que quis realizar foi seu verdadeiro eu, a Realidade Una. Reconhece, então, que esta assimilação na Realidade Una e a identificação com ela faz a dualidade ser transmutada em unidade e ao sentido de busca se transforma em esforço para se tornar o que essencialmente é: um Filho de Deus, uno com todos os Filhos de Deus. Ao chegar a esta realização, descobre que ele mesmo é uno com o UNO no qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. (Cura Esotérica)

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