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A Alma: a qualidade da vida


A Alma: a qualidade da vida
Conteúdo 31 a 35.

31. “ALMAS PERDIDAS”

Se um homem persiste vida após vida nesta linha de ação, descuidando de seu desenvolvimento espiritual e concentrando o esforço intelectual na manipulação da matéria para fins egoístas, e se apesar das advertências do seu eu interno e daqueles que o observam, continua fazendo assim durante um extenso período de tempo, pode acarretar a própria destruição, que significará o fim de seu manvantara ou ciclo. Também a união destes fogos, o da matéria e a dupla expressão do fogo mental, pode chegar a destruir totalmente o átomo físico permanente e com isto cortar a conexão com o Eu superior por éons de tempo. H.P.B. referiu-se sobre isto quando falou das “almas perdidas”. Aqui devemos enfatizar nossa posição sobre a realidade deste terrível desastre e advertir sobre os perigos que ameaçam os que procuram manipular os fogos da matéria. A fusão destes fogos há de ser resultado do conhecimento espiritualizado, dirigida unicamente pela Luz do Espírito, que é amor e atua por meio do amor e busca a unificação e a total fusão, não do ponto de vista dos sentidos ou da satisfação material, mas com o fim de obter a liberação e a purificação e estabelecer a união superior com o Logos; tal união não deve ser desejada para fins egoístas porque ela é a meta da perfeição grupal, cuja finalidade é prestar maior serviço à raça. (Tratado sobre Fogo Cósmico)


32. O TREINAMENTO DOS VEÍCULOS PARA O SERVIÇO DA ALMA

1. A tarefa do discípulo consiste também em evocar resposta do Mestre, e o momento da resposta depende do seu zelo no trabalho, da sua consagração ao serviço e das suas dívidas cármicas. Quando merecer certa resposta, se manifestará em suas estrelas, e nada poderá entorpecê-la ou retardá-la. Tampouco nada pode realmente apressá-la; portanto, o estudante não precisa perder tempo em lamentações por falta de resposta. Seu papel é obedecer às regras, ajustar-se às formas estabelecidas, refletir, aderir inteligentemente às instruções prescritas, trabalhar com afinco e servir ardorosamente aos semelhantes. Quando tiver feito tudo isto, quando tiver construído o material vibratório necessário nos três corpos inferiores, quando os tiver alinhado com o corpo egoico (mesmo que apenas por um breve minuto), talvez possa repentinamente ver, repentinamente ouvir e repentinamente sentir uma vibração, e então, e para sempre, poderá dizer que a fé se uniu à visão e a aspiração se tornou reconhecimento. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Na época presente surge a necessidade de instrumentos testados. Quando Aqueles que guiam a evolução humana neste período lançam os olhos na raça, em busca de tais instrumentos, veem que poucos estão preparados para o serviço necessário. Mas veem também que alguns, com certo treinamento, po-deriam atender à necessidade de maneira bastante adequada.

À medida que a evolução avança, muda a polarização da raça. Os homens estão agora polarizados principalmente em seu corpo emocional – são regidos pelos sentimentos, desejos e assuntos da personalidade. O corpo emocional é o ponto focal para a personalidade. Atua como uma central de tudo que diz respeito a ela e como conexão do superior com o inferior. É análogo a um movimentado terminal ferroviário, que recebe carga de todas as direções e as descarrega na grande cidade da vida pessoal no plano físico. À medida que se vai progredindo, o cenário passa para um ponto mais elevado, e o corpo mental se torna o ponto focal. Mais adiante, o corpo causal se torna uma unidade importante e, ainda mais tarde, produz-se o supremo sacrifício inclusive desse corpo, até o homem ficar despojado de tudo que vibra em resposta aos três mundos e tudo que diz respeito à vida pessoal estar acabado – nada mais restando além da vida do Espírito e da entrega voluntária dessa vida em auxílio do mundo.

Na tarefa de acelerar o processo evolutivo, certas coisas devem ser realizadas para que o homem possa ser utilizado como instrumento de confiança, nobre como aço temperado, para ajudar à raça. Não se esqueçam de que, como regra geral, um homem (uma vez testado e experimentado) é o melhor instrumento, porque compreende totalmente a consciência da raça e penetra nos problemas da época de maneira mais eficiente do que um Ego de um período anterior. Por isso os Mestres desejam utilizar aqueles de vocês que vivem agora, a fim de curar as feridas da sofrida geração atual. O que se deve fazer? O que vou expor agora não tem nada de extraordinário, mas contém ideias para que reflita todo aquele que deseja ajudar... Ao preparar uma alma para o serviço, os Guias da raça têm que se ocupar de cada um dos corpos. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

3. Uma vez que a personalidade tenha captado a magia da alma, a alma dominará constantemente e é possível confiar que leve o treinamento do homem a bom termo, sem os impedimentos (que há em vocês) que são os conceitos de tempo e espaço e o desconhecimento do curso já percorrido antes pela alma em questão. É preciso ter sempre presente que, ao se tratar de indivíduos, o trabalho necessário é duplo:

1. Ensinar a eles a vincular o eu inferior pessoal com a alma sobrepairante, de modo a haver no cérebro físico uma consciência segura da realidade desse fato divino. Este conhecimento faz com que a até agora suposta realidade dos três mundos deixe de atrair e reter, e é o primeiro passo para sair do quarto reino e entrar no quinto.

2. Dar uma instrução tão prática que permitirá ao aspirante:

a. Compreender a própria natureza. Implica em obter certo conhecimento dos ensinamentos do passado com relação à constituição do homem e uma apreciação das interpretações dos pesquisadores modernos, tanto orientais como ocidentais.

b. Controlar as forças da própria natureza e aprender um pouco sobre as forças que o rodeiam.

c. Capacitar-se para desenvolver de tal maneira seus poderes latentes que seja capaz de resolver os próprios problemas específicos, sustentar-se por si mesmo, manejar a própria vida, solucionar suas dificuldades e se tornar tão forte e equilibrado em espírito, que a sua aptidão como trabalhador no plano da evolução seja reconhecida, como mago branco e integrante do grupo de discípulos consagrados denominado “Hierarquia do nosso planeta”. (Tratado sobre Magia Branca)

4. O mecanismo do ser humano pelo qual o alma faz contato com os três mundos, que de outra maneira (de acordo com o atual plano) ficam selados e ocultos à experiência e experimentação da alma, tem sido mais agudamente sensibilizado e desenvolvido durante os últimos dois mil anos do que no período anterior de dez mil anos. A razão é que a mente do homem tem ajudado conscientemente no processo de coordenar os instintos e transmutar a reação instintiva, traduzindo-a em uma percepção inteligente. No caso dos discípulos mundiais, o processo foi levado até à etapa de desenvolvimento seguinte, denominada conhecimento intuitivo. (O Destino das Nações)

5. Uma das primeiras lições que a humanidade aprenderá sob a potente influência do sétimo raio é que a alma controla seu instrumento, a personalidade, mediante o ritual, ou mediante a imposição de um ritmo regular, pois ritmo é o que realmente designa um ritual. Quando aspirantes ao discipulado impõem um ritmo em suas vidas, o chamam de disciplina, e sentem-se bem com isso. O que os grupos fazem quando se reúnem para realizar um ritual ou cerimônia, seja qual for (ritual da igreja, trabalho maçônico, exercícios do exército ou da marinha, organizações empresariais, funcionamento adequado de um lar, de um hospital ou de um espetáculo, etc.), é de natureza análoga, pois impõe aos participantes um desempenho simultâneo, uma tarefa idêntica, ou um ritual.. Ninguém nesta terra pode fugir do ritual ou cerimonial, pois o nascer e o pôr do sol impõem um ritual, a passagem cíclica dos anos, os potentes movimentos dos grandes centros populacionais, a ida e vinda dos trens, dos transatlânticos e dos correios, e a regular transmissão das empresas de rádio – todos eles impõem um ritmo sobre a humanidade, quer se reconheça ou não. Destes ritmos, os grandes experimentos atuais de padronização e regulamentação nacional são também uma expressão, à medida que se demonstram por meio das massas em qualquer nação.

Não há escapatória alguma para o processo da vida cerimonial. É reconhecido inconscientemente, seguido cegamente, e constitui a grande disciplina da respiração rítmica da própria vida. (Psicologia Esotérica, Volume I)

(a) Treinamento do Corpo Físico

1. Implica em certas condições precisas:

A construção com matéria dos subplanos superiores e a eliminação da matéria inferior e mais grosseira. Isto é necessário porque é impossível, para quem possui corpos toscos, fazer contato com uma vibração elevada. Para o Ego é impossível transmitir conhecimento e orientação superiores por meio de um corpo físico tosco. Para as elevadas correntes do pensamento é impossível fazer impacto em um cérebro pouco evoluído. Por isso o refinamento do corpo físico é essencial, efetuando-se de várias maneiras, todas sensatas e úteis:

Alimentos puros...
Limpeza...
Sono...
Luz solar...

Com estas quatro condições devidamente atendidas, desenvolve-se um definido processo de eliminação e, em uns quantos anos, o corpo físico terá alterado gradualmente a polarização, até que, afinal, vocês obterão um corpo composto de matéria do subplano atômico... Isto pode levar várias encarnações, mas há que se ter em conta que em cada nova encarnação se toma um corpo da mesma qualidade (se posso expressar assim) daquele que foi descartado no momento da morte. Assim, nunca se perde tempo construindo. Oportunamente, outros dois métodos serão disponibilizados, mediante os quais se efetuará um refinamento mais rápido:

Uso de luzes coloridas...
Estimulo pela música...

Gostaria de explicar mais um ponto, a saber: na manipulação da eletricidade oculta-se muito do que diz respeito à vivificação dos corpos. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Um obstáculo reside no corpo físico, que foi construído com o auxílio da carne, alimentos e bebidas fermentados e nutrido em um ambiente no qual o ar fresco e a luz solar não são fatores importantes. Quando frutas e vegetais frescos, água limpa, frutas oleaginosas e grãos, cozidos e crus, constituírem toda a dieta dos filhos dos homens em evolução, serão construídos corpos aptos a ser veículos de Egos altamente evoluídos. (Tratado sobre Magia Branca)

(b) Refinamento do Corpo Etérico

Coincide com o do corpo físico. O método consiste, principalmente, em viver à luz do sol, em se proteger do frio e na assimilação de certa combinação definida de vitaminas, que muito em breve será dada à raça. Será formulada uma combinação dessas vitaminas e posta na forma de comprimidos, com efeito direto sobre o corpo etérico. Isso não acontecerá até que a ciência reconheça o veículo etérico e o inclua de maneira precisa na formação ministrada na faculdade de medicina. O estudo das doenças etéricas – congestão e atrofia – não tardará muito a ser oficializado e dará origem à adoção de determi-nados tratamentos e fórmulas. Como disse anteriormente, tudo o que vocês podem fazer agora, a fim de sensibilizar o corpo físico dual, é aplicar as regras mencionadas acima e deixar que o tempo viabilize o resto. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

(c) Refinamento do Corpo Emocional

1. O corpo emocional é meramente um grande refletor; toma a cor e o movimento do que o circunda; recebe a impressão de todo desejo transitório; faz contato com cada capricho e fantasia do ambiente, qualquer corrente o mobiliza; todo som o faz vibrar, a menos que o aspirante impeça tal condição e o treine para receber e registrar apenas as impressões que provêm do nível intuicional, via o Eu Superior e, portanto, via o subplano atômico. O objetivo do aspirante deveria ser treinar o corpo emocional, para que se torne límpido e claro como um espelho e, assim, seja um perfeito refletor; deveria ser fazê-lo refletir somente o corpo causal, tomar apenas a cor em concordância com a grande Lei e se mover sob uma precisa direção e não segundo soprem os ventos do pensamento ou o agitem as ondas do desejo. Que palavras descreveriam o corpo emocional? As palavras: aquietado, sereno, imperturbável, tranquilo, em repouso, límpido e claro como um espelho polido, de superfície plana; um refletor límpido que transmita com exatidão os anseios, desejos e aspirações do Ego, não os da personalidade.

Como consegui-lo? Por vários meios, alguns dirigidos pelo aspirante e outros pelo Mestre:

a. Pela vigilância constante de todos os desejos, motivações e anseios que cruzam diariamente no horizonte e pela consequente ênfase nos de ordem superior e inibição nos de ordem inferior.

b. Pelo esforço constante e diário de estabelecer contato com o Eu Superior e refletir Seus desejos na vida. De início haverá erros, mas pouco a pouco o processo construtivo progredirá e a polarização do corpo emocional se transferirá gradualmente a cada subplano até chegar ao atômico.

c. Destinando determinados períodos diários para aquietar o corpo emocional. Na meditação se enfatiza muito o aquietamento da mente, mas é preciso lembrar que serenar a natureza emocional é etapa preliminar para o aquietamento da natureza mental; um sucede ao outro, e é prudente começar pelo primeiro degrau da escada. Cada aspirante tem que descobrir por si mesmo a que vibrações violentas cede mais facilmente, seja medo, preocupação, desejos pessoais de qualquer tipo, amor pessoal a alguém ou a algo, desalento, excessiva sensibilidade à opinião pública. Em seguida, deve se sobrepor a tal vibração, impondo-lhe um novo ritmo, para eliminar e construir decididamente.

d. Pelo trabalho no corpo emocional durante a noite, sob a direção de Egos mais avançados, atuando sob a orientação de um Mestre. O estímulo ou a atenuação da vibração se obtém pela aplicação de certas cores e sons...

Lembrem-se que a tarefa é gradual e, à medida que a polarização ascende, o momento de transição de um subplano para outro é marcado por certas provas aplicadas durante a noite. É o que poderíamos chamar de uma série de pequenas iniciações que, oportunamente, serão consumadas na segunda grande iniciação, a qual assinala o perfeito controle do corpo das emoções. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. O homem deveria compreender que, no momento presente, os devas do plano astral controlam quase totalmente o que ele faz e diz, e que a meta de sua evolução, a meta imediata, é se liberar deste controle, a fim de que ele, o verdadeiro Ego ou Pensador, possa ser a influência predominante. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

(d) Refinamento do Corpo Mental

1. Três coisas são necessárias para conquistar o plano da unidade mental e para atingir a consciência causal – a plena consciência do Eu Superior:

Clareza mental, não somente quando se trata de temas que despertam interesse, mas em todas as questões que afetam a raça. Envolve manipulação de matéria mental e capacidade de definir. Significa a habilidade de construir formas mentais com matéria mental, e utilizá-las para ajudar os cidadãos. Quem não pensa com clareza e possui um corpo mental rudimentar, vive nas sombras, e o homem nas sombras é um cego a guiar cegos.

Habilidade para aquietar o corpo mental, de maneira que os pensamentos dos níveis abstratos e dos planos intuicionais encontrem uma placa receptora na qual possam ser impressos. Esta ideia já foi explicada em muitos livros de concentração e meditação e não é necessário elucidá-la. É resultado de árdua prática empreendida durante muitos anos.

Um definido processo, realizado pelo Mestre com a aceitação do discípulo, que consolida de forma permanente os esforços e os resultados penosamente adquiridos durante muitos anos. A força elétrica ou magnética, aplicada em cada iniciação, produz um efeito estabilizador. Faz com que os resultados alcançados pelo discípulo sejam duradouros. Assim como o ceramista modela e dá forma à argila e, em seguida, aplica o fogo que a solidifica, também o aspirante dá forma, modela e constrói, preparando-se para o fogo solidificador. A iniciação marca uma conquista permanente e o início de um novo ciclo de esforço.

Acima de tudo, há de se enfatizar duas coisas:

1. Uma perseverança, firme e inamovível, que não reconhece tempo nem obstáculos, mas que persiste. Esta aptidão para perseverar explica porque o homem que passa despercebido muitas vezes alcança a iniciação antes do gênio e daquele que atrai a atenção. A aptidão de labutar com afinco é muito desejável.

2. Um progresso que se faz sem excessiva autoanálise. Não se analisem demasiadamente para ver se progrediram; nisto se perde um tempo precioso. Esqueçam-se do seu próprio progresso ao se ajustarem às regras e ajudarem os demais. Assim fazendo, subitamente virá a iluminação e compreenderão que chegaram ao ponto em que o Hierofante reclamará ante Ele a sua presença para administrar a Iniciação. Pelo trabalho árduo e pelo intenso esforço de se ajustar à Lei e amar a todos, acumulou-se em seus corpos o material que possibilitará que permaneçam ante Sua Presença. A grande Lei de Atração os conduzirá até Ele, e nada pode se opor à Lei. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Preguiça Mental: para o mais além e um novo grupo de aspirantes seguir seus passos. O treinamento do corpo mental tem seu valor e muitos se esquivam de tais tecnicismos, escondendo-se por trás de uma ênfase sobre o aspecto vida da verdade, tudo isso devido à inerente preguiça mental. Isto que estão recebendo agora é apenas o bê-á-bá do esoterismo. No entanto, não percam tempo em deduções muito detalhadas. Tudo o que é possível no momento presente é um delineamento amplo e geral, uma paciente cautela, uma atitude de reconhecimento das limitações do cérebro físico e a aceitação de uma hipótese. Considerem tais hipóteses possíveis, salvo se a sua intuição se rebelar ou se forem refutadas por ensinamentos anteriores transmitidos por outro dos Mensageiros da Loja. Não quero ser dogmático com vocês. Nestas instruções dou apenas determinadas informações – a exatidão das mesmas, deixo para o futuro demonstrar. Apenas peço que façam este registro e, nos próximos anos, grande parte do que talvez agora pareça estranho, e talvez contraditório, será elucidado, lentamente decifrado e compreendido com mais facilidade. Pouco conhecimento gera uma grande confusão, a não ser que se deixe de lado para uso futuro, quando os anos de instrução tiverem aumentado o cabedal. (Tratado sobre Magia Branca)

3. O homem pode captar melhor a Mente Universal quando ela se expressa mediante as denominadas mente concreta, mente abstrata e intuição, ou razão pura.

A mente concreta é a faculdade de construir formas. Os pensamentos são coisas. A mente abstrata é a faculdade de construir cânones, ou a mente que atua com os anteprojetos sobre os quais as formas são modeladas. A intuição ou razão pura, é a faculdade que permite ao homem se colocar em contato com a Mente Universal, captar o plano sinteticamente e alcançar ideias divinas ou isolar determinada verdade fundamental e pura.

A meta do trabalho do aspirante é compreender os aspectos da mente com os quais tem que aprender a trabalhar. O seu trabalho, portanto, poderia ser resumido da seguinte maneira:

1. Tem que aprender a pensar; descobrir que possui um mecanismo chamado mente e desvelar suas faculdades e poderes.

2. Em seguida, tem que aprender a se colocar por trás dos seus processos mentais e da tendência de construir formas e descobrir as ideias que subjazem na forma mental divina, no processo mundial e, assim, aprender a trabalhar em colaboração com o plano e a subordinar a sua própria construção de formas-pensamento a estas ideias. Tem que aprender a penetrar no mundo destas ideias divinas e estudar o “cânone das coisas nos céus”, nos termos da Bíblia. Tem ainda que começar a trabalhar com os anteprojetos nos quais tudo o que existe está modelado e moldado. Converte-se, então, em estudante do simbolismo e, de idólatra, torna-se um idealista divino. Uso estas palavras no verdadeiro sentido e conotação.

3. A partir deste idealismo desenvolvido, ele deve progredir ainda mais profundamente, até penetrar no reino da intuição pura. Pode então extrair a verdade na fonte. Penetra na Mente do Próprio Deus. Além de idealizar, intui e é sensível às ideias divinas, as quais fertilizam a sua mente. Posteriormente chama-as de intuições e, à medida que as desenvolve, de ideias ou ideais, e nelas baseia todo o seu trabalho e a condução dos seus assuntos.

4. Segue-se o trabalho de construir formas-pensamento conscientemente, com base nas ideias divinas que emanam como intuições da Mente Universal, o que se faz através da meditação.

Todo verdadeiro estudante sabe que isto envolve concentração, a fim de enfocar ou orientar a mente inferior com a superior. Inibe temporariamente a tendência normal de construir formas-pensamento. Vale-se da meditação, que é o poder da mente de se manter na luz, e nesta luz toma ciência do plano e aprende a “atrair” as ideias necessárias. Através da contemplação descobre que é capaz de penetrar naquele silêncio que o habilitará a extrair da mente divina, puxar da consciência divina o pensamento de Deus e saber. Este é o trabalho que todo aspirante tem diante de si, daí a necessidade de compreender a natureza do seu problema mental e as ferramentas que, obrigatoriamente, deve utilizar. Deve também saber aplicar o que aprende e adquire mediante o correto emprego do mecanismo mental. (Tratado sobre Magia Branca)

Como deve fazer isto? Como atrair e como construir depois? (Tratado sobre Magia Branca)

4. Polarização mental: Cada vez mais a sua vida interna deve ser vivida no plano mental. Com firmeza e sem declínio, a atitude de meditação deve ser mantida – não por alguns minutos cada manhã ou em momentos específicos ao longo do dia, mas de maneira constante, durante todo o dia. Isto implica em uma contínua orientação para a vida, a encarar o mundo do ângulo da alma. Não é como muitos dizem “dar as costas ao mundo”. O discípulo enfrenta o mundo, mas do nível da alma, mirando com visão clara o mundo dos assuntos humanos. “No mundo, mas não do mundo”, é a atitude correta, expressa pelo Cristo para nós. A vida da alma, atuando através da mente, deve aquietar e controlar de forma crescente a normal e potente vida emocional, astral, de desejos e de espelhismo. As emoções que são normalmente pessoais e autocentradas devem ser transmutadas em conhecimento da universalidade e da impessoalidade: o corpo astral deve se tornar o órgão pelo qual poderá afluir o amor da alma; o desejo deve ceder lugar à aspiração, que por sua vez deve se mesclar na vida grupal e ser parte do bem do grupo; o espelhismo deve ceder lugar à realidade, e a pura luz da mente chegar a todos os lugares escuros da natureza inferior. São estes os resultados da polarização da mente, fomentados pela meditação precisa e pelo cultivo de uma atitude reflexiva. (Discipulado na Nova Era, Volume I)


33. O EGO E OS CENTROS

1. Os centros são formados inteiramente por correntes de força que descem do Ego, que as transmite a partir da Mônada. Nisto reside o segredo da gradual aceleração das vibrações dos centros quando o Ego, pela primeira vez, começa a controlar ou atuar; posteriormente, depois da Iniciação, a Mônada faz o mesmo, produzindo alterações e aumentando a vitalidade dentro destas esferas de fogo ou de pura força vital.

Quando os centros estão atuando corretamente, formam o “corpo de fogo” que, com o tempo, é tudo que resta: em primeiro lugar para o homem nos três mundos, e depois para a Mônada. Este corpo de fogo é o “corpo incorruptível” ou indestrutível que São Paulo menciona, o produto da evolução e da perfeita fusão dos três fogos que, oportunamente, destroem a forma. Uma vez destruída, resta este corpo de fogo intangível e espiritual, uma chama pura, caracterizada por sete centros brilhantes que ardem com mais intensidade. Este fogo elétrico é resultado da união dos dois polos e se manifesta no momento em que ocorre a completa unificação, sendo o significado oculto das palavras “Nosso Deus é um fogo consumidor”.

Três destes centros são denominados maiores, porque personificam os três aspectos da tríplice Mônada – Vontade, Amor e Inteligência:

1. O centro coronário A Mônada. Vontade ou Poder
2. O centro cardíaco O Ego. Amor e Sabedoria.
3. O centro laríngeo A Personalidade. Atividade ou Inteligência.

... Devemos abandonar a ideia de que tais centros são coisas físicas. São redemoinhos de força que fazem girar a matéria etérica, astral e mental para que desenvolvam qualquer tipo de atividade. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. Em geral os ignorantes estudam primeiramente os centros de forma objetiva, praticam exercícios psíquicos a fim de sentir realmente com os centros, o que permite ao homem ser consciente do local e da qualidade dos mesmos. Depois, por meio da meditação, empreendem o esforço para entrar em contato com a alma. Esta ordem é errada. O homem deveria se torna consciente dos centros como etapa final, e isto porque a importância e a identificação é com a alma e não com o aspecto forma, do qual os centros são parte. Tenham o cuidado, em todas as instruções que possam dar posteriormente sobre estes assuntos, para que este ponto fique bem claro. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. A alma se ancora em duas correntes de energia, em dois pontos de contato: a corrente de vida no coração e a corrente da consciência na cabeça. Este aspecto consciência é em si mesmo dual, e o que chamamos de autoconsciência desenvolve-se e aperfeiçoa-se gradualmente, até o despertar do centro ajna, o centro entre as sobrancelhas. A consciência grupal latente, que leva a conhecer o Todo maior, permanece passiva durante a maior parte do ciclo evolutivo, até que o processo de integração chegue a um ponto em que a personalidade esteja atuante. Assim, o centro da cabeça começa a despertar e o homem se torna consciente em um sentido mais amplo. Então a cabeça e o coração se vinculam e o homem espiritual aparece em mais plena expressão. (Psicologia Esotérica, Volume II)

4. O centro coronário é o assento da energia da alma, ou o centro pelo qual atua o homem espiritual consciente.

O centro cardíaco é o assento da vida, o princípio mais elevado que se expressa por meio do homem. (Psicologia Esotérica Volume II)

5. O centro do coração corresponde ao “coração do Sol” e, portanto, à fonte espiritual de luz e amor.

É levado à atividade após a segunda iniciação, a qual marca a consumação do processo pelo qual a natureza emocional (com sua destacada qualidade do desejo) é posta sob o controle da alma, e o desejo do eu inferior pessoal é transmutado em amor. É o órgão para a distribuição da energia hierárquica, vertida por intermédio da alma para o centro cardíaco de todos os aspirantes, discípulos e iniciados (Cura Esotérica)

6. A boa vontade já está fazendo sentir sua presença no mundo de hoje, indicando que o centro cardíaco está entrando em atividade e comprovando que o centro cardíaco da cabeça está começando a se desenvolver como resultado da crescente atividade do centro cardíaco ao longo da coluna vertebral.

É o órgão da fusão, assim como o centro coronário é o órgão da síntese. À medida que o centro cardíaco se torna ativo, o aspirante individual é lentamente atraído para uma relação cada vez mais estreita com sua alma e então se produzem duas expansões de consciência que ele interpreta como eventos ou acontecimentos:

Ele é atraído ao Ashram de um dos Mestres, de acordo com o raio de sua alma e se torna um discípulo aceito, no sentido técnico. O Mestre é o centro cardíaco do Ashram e pode agora chegar até Seu discípulo por meio da alma, porque esse discípulo, mediante o alinhamento e o contato, pôs seu coração em estreita relação com a alma. Torna-se então responsivo ao coração de todas as coisas que, no que diz respeito à humanidade no momento presente, é a Hierarquia.

Ele é atraído para uma estreita relação de serviço com a humanidade. Seu crescente sentido de responsabilidade, devido à atividade do coração, o leva a servir e a trabalhar. A certa altura também se converte no coração de um grupo ou organização – pequena, de início, mas que vai se tornando mundial, à medida que seu poder espiritual se desenvolve e ele pensa em termos de grupo e de humanidade. Essas duas relações de sua parte são recíprocas. Assim o aspecto amor da divindade se torna ativo nos três mundos e o amor se ancora na Terra e toma o lugar da emoção, do desejo e dos aspectos materiais do sentimento. Observem esta frase. (Cura Esotérica)

7. Os centros são sempre os principais agentes no plano físico através dos quais a alma atua, expressa vida e qualidade, de acordo com o ponto alcançado no processo evolutivo, e o sistema glandular é simplesmente um efeito – inevitável e inexorável – dos centros através dos quais a alma atua. As glândulas expressam plenamente o ponto de evolução do homem, e de acordo com esse ponto são responsáveis pelos defeitos, limitações, habilidades ou perfeição alcançados. A conduta e o comporta-mento do homem no plano físico são condicionados, controlados e determinados pela natureza de suas glândulas e elas, por sua vez, são condicionadas, controladas e determinadas pela natureza, qualidade e vividade dos centros, enquanto que eles são condicionados, controlados e determinados pela alma, de maneira cada vez mais efetiva, à medida que a evolução vai avançando. Antes do controle da alma, são condicionados, qualificados e controlados pelo corpo astral e, mais tarde, pela mente. A meta do ciclo evolutivo é viabilizar este controle, este condicionamento e este decisivo processo pela alma; os seres humanos se encontram hoje em todas as etapas imagináveis de desenvolvimento no âmbito deste processo. (Cura Esotérica)


34. ALINHAMENTO DO EGO COM A PERSONALIDADE

1. É com o alinhamento dos três veículos, o físico, o emocional e o mental inferior na periferia causal, onde se estabilizam através de um esforço da vontade, que pode ser feito o verdadeiro trabalho do Ego, o Eu Superior, em determinada encarnação. Os grandes pensadores da raça, os verdadeiros expoentes da mente inferior, são indivíduos nos quais, basicamente, os três corpos inferiores estão alinhados; vale dizer, nos quais o corpo mental mantém os outros dois corpos em circunspecto alinhamento. O corpo mental fica, então, em comunicação direta, desobstruída e livre de interferências com o cérebro físico.

Quando o alinhamento é quádruplo e os três corpos acima mencionados estão alinhados com o corpo do Eu Superior – o corpo causal ou egoico – e mantidos firmemente dentro da sua circunferência, é possível ver em atuação os grandes líderes da raça – aqueles que, emocional e intelectualmente, influenciam a humanidade. Assim os inspiradores escritores e idealistas podem fazer descer as suas inspirações e os seus ideais e os pensadores sintéticos e abstratos podem transferir seus conceitos para o mundo da forma. É uma questão de haver um canal direto e desimpedido. Portanto, estudem a esse respeito e, tanto quanto puderem, a coordenação física; em seguida, agreguem à coordenação física a estabilidade emocional e terão os dois veículos atuando como uma unidade. Quando a coordenação se estender para o corpo mental, o tríplice homem inferior estará no auge, e muitas mudanças terão reverberado no mundo da forma.

Posteriormente advém a coordenação aperfeiçoada com o Eu Superior, o canal de comunicação alcançando, em linha direta – por um conduto desobstruído, se posso expressar dessa maneira – a consciência do cérebro físico. Antes só era direta em raras ocasiões. No homem em que a personalidade está altamente coordenada, os quatro centros inferiores do cérebro atuam com elevada vibração; quando o Ego está em vias de se alinhar com os corpos inferiores, a glândula pineal e o corpo pituitário estão em processo de desenvolvimento e, quando estão atuando de maneira correlacionada (o que ocorre na época da terceira iniciação), o terceiro centro, o centro alta maior, intensifica a vibração, que até então era moderada. Ao tomar a quinta iniciação, a ação combinada dos três centros é aperfeiçoada e o alinhamento dos corpos é retificado geometricamente; temos, então, o super-homem quíntuplo aperfeiçoado.

No homem comum, este alinhamento só ocorre de vez em quando, em momentos de estresse, nas horas em que são necessários esforços humanitários e em momentos da mais intensa aspiração. Para que o Ego repare na personalidade, o eu inferior, com continuidade, é necessário haver abstração, em maior ou menor grau. Quando esta abstração envolve as emoções, tem base na faculdade intelectiva e faz contato com o cérebro físico, o alinhamento então está começando.

Eis a razão da prática da meditação, pois ela tende à abstração e procura despertar as emoções e a intelecção para a consciência abstrata... O verdadeiro pensamento abstrato só é possível quando a personalidade, mediante recíproca vibração com o Ego, está alinhada o bastante para constituir um canal praticamente desimpedido. Em seguida, em alguns momentos, raros de início, mas cada vez mais frequentes, as ideias abstratas começarão a se infiltrar, seguidas, em seu devido tempo, de lampejos de verdadeira iluminação ou intuição, oriundos da Tríade espiritual, o próprio e verdadeiro Ego tríplice.

O acorde do Ego.

O que quero dizer com o termo “recíproca vibração”? Quero dizer a adaptação da personalidade, o eu inferior, ao Ego, o Eu Superior; a preponderância do raio do Ego sobre o raio da personalidade e a combinação dos respectivos tons. Quero dizer a mescla da cor primária do Eu Superior com o matiz secundário do eu inferior, até chegar à beleza. De início há dissonância e discordância, choque das cores e luta entre o superior e o inferior. Porém, à medida que o tempo vai transcorrendo, e posteriormente com a ajuda do Mestre, produz-se a harmonia de cor e tom (pois são matérias sinônimas), até que, afinal, obtém-se a nota fundamental da matéria, a terça maior da personalidade alinhada e a quinta dominante do Ego, seguidas do acorde cheio da Mônada ou Espírito. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. O Alinhamento com o Ego. Só é possível para o homem que alcançou o Caminho Probacionário ou certo ponto bem definido da evolução. Pelo conhecimento e a prática, adquiriu o poder de usar automática e cientificamente o sutratma (canal) como meio de contato. Quando a esta capacidade se agrega o uso do antahkarana com igual facilidade (a ponte entre a Tríade e a personalidade), temos então um poderoso agente da Hierarquia na Terra...

Nas primeiras etapas, o alinhamento deve ser realizado de maneira breve e cuidadosa por meio da concentração e da meditação. Posteriormente, quando o ritmo correto estiver implantado nos corpos, seguido de rígida purificação das envolturas, a atividade dual torna-se praticamente instantânea e o estudante pode então voltar a atenção para a tarefa de construir e vitalizar conscientemente, pois já não se concentrará para alcançar o alinhamento.

O alinhamento correto requer:
Quietude mental ou vibração estável.
Estabilidade emocional, resultando um nítido reflexo.
Equilíbrio no etérico, que produz uma condição no centro coronário que permite a aplicação direta da força no cérebro físico por meio deste centro. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Para um discípulo, o alinhamento direto com o Ego através dos centros e do cérebro físico é a meta de sua vida de meditação e disciplina. Isto se faz a fim de que o Deus interno possa atuar com plena consciência e controlar plenamente o plano físico. Assim a humanidade será ajudada e os assuntos grupais facilitados.. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

4. Simplificaremos as coisas, se pudermos, com três exposições claras, que resumirão o trabalho que o discípulo realiza à medida que luta com as energias do mundo mental e as domina:

1. O trabalho no plano mental produz a compreensão da dualidade. O discípulo procura unir e mesclar a alma com seu veículo e o faz conscientemente. Procura fusioná-los em uma unidade. Aspira compreender que, aqui e agora, são UM. Seu objetivo é a unificação do Eu com o não-eu. Dá o primeiro passo nesta direção quando deixa de se identificar com a forma e reconhece (durante este período de transição) que é uma dualidade.

2. A mente, usada corretamente, passa a registrar os dois tipos de energia ou os dois aspectos da manifestação da Vida Una. Registra e interpreta o mundo dos fenômenos; registra e interpreta o mundo das almas; é sensível aos três mundos da evolução humana e se torna igualmente sensível ao reino da alma. É o grande princípio mediador durante este período intermediário de reconhecimento dual.

3. Mais tarde, a alma e seu instrumento se tornam tão sintonizados e unificados, que a dualidade desaparece e a alma reconhece ser tudo o que é, tudo o que foi e tudo o que será. (Tratado sobre Magia Branca)

5. Tenderão a crer que o alinhamento é um processo pelo qual a personalidade se põe em relação com a alma. E assim é, exatamente. Entretanto, alinhamento é um termo que, na realidade, cobre quatro processos:

1. O alinhamento da alma com a personalidade, resultando em uma relação consciente com o Reino de Deus.

2. O alinhamento da alma e da personalidade com o Ashram, resultando em uma relação consciente com o Mestre do Ashram.

3. O alinhamento do iniciado de alto grau com a Tríade espiritual e o resultado consequente de um reconhecimento da energia monádica.

4. O alinhamento de todos os centros no corpo etérico do discípulo, resultando na capacidade destes centros de registrar e transferir as energias que entram no mecanismo inferior como consequência dos três alinhamentos superiores – enumerados acima. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

6. Quando a personalidade alcançar determinada medida de purificação, dedicação e iluminação, o poder atrativo da alma, cuja natureza é amor e compreensão, poderá atuar e haverá a fusão das duas. (O Reaparecimento de Cristo)

7. O homem é, portanto (do ponto de vista da expressão da força), um conglomerado de energias antagônicas e um ativo centro de forças em movimento, que muda constantemente o enfoque e contém numerosas correntes de energia que apresentam uma confusa variedade de inter-relações ativas, interpenetração, luta interna e interdependência, até o momento em que as forças da personalidade (símbolo da multiplicidade divina) são subjugadas ou “alinhadas” pela alma dominante. Isto é o que realmente se quer dizer ao usar a palavra alinhamento, que é o resultado de:

1. O controle que a alma exerce sobre a personalidade.

2. A afluência da energia da alma ao cérebro, por conduto dos corpos mental e emocional, produzindo assim a subjugação da natureza inferior, o despertar da consciência cerebral à percepção da alma, e um novo alinhamento dos corpos.

3. O correto ordenamento, de acordo com o tipo de raio, das energias que animam e despertam dinamicamente os centros à atividade. Isto conduz eventualmente a que se efetue um alinhamento direto dos centros da coluna vertebral, para que a energia da alma possa ascender e descer através dos centros do centro regente da cabeça...

Com o tempo, o raio monádico assume o controle, absorvendo em si mesmo o raio da personalidade e o da alma (na terceira e quinta iniciações) e assim a dualidade é definitivamente subjugada e permanece “apenas Aquele Que É” (Psicologia Esotérica, Volume II).


35. INTEGRAÇÃO

1. O que significa o termo Integração? Tendemos a propagar palavras de maneira irreflexiva e inexata, mas, como buscamos o desenvolvimento, que está prevalecendo cada vez mais no campo humano, seria útil definirmos brevemente a integração e procurarmos fazer com que vocês compreendam uma ou duas de suas principais implicações. A integração deve ser considerada como um passo essencial antes de se passar para o quinto reino, ou reino espiritual (em plena consciência vigílica). Consideramos o corpo físico como um conjunto ativo de órgãos físicos, que têm cada um seus próprios deveres e propósitos e, quando combinados e atuando de maneira sincronizada, constituem um organismo vivo. Muitas partes formam um todo, funcionando sob a direção do Pensador consciente e inteligente, a alma, no que se refere ao homem. Ao mesmo tempo, esta forma consciente vai chegando paulatinamente a um ponto em que é desejável integrá-la em um todo maior, o que finalmente se consegue também na consciência vigílica. Este processo de assimilação consciente é realizado de maneira progressiva, integrando gradualmente a parte, começando da família, para a nação, a ordem social, a civilização atual, o mundo das nações e, afinal, a própria humanidade. Portanto, esta integração é de natureza física e também uma atitude mental. A consciência do homem desperta gradualmente para que reconheça esta relação da parte com o todo, e a inter-relação implícita de todas as partes dentro do todo.

O homem, quando se torna plenamente consciente dos distintos aspectos da sua natureza emocional, mental e egoica, se dá conta, antes de tudo, de que ele é uma personalidade. Integra seus diversos corpos com os diferentes estados de consciência em uma realidade ativa. Torna-se então uma personalidade definida e passa por um importante marco no Caminho do Retorno. Este é o primeiro grande passo. O processo evolutivo inevitavelmente produzirá este acontecimento fenomênico em todos os seres humanos, mas pode acontecer (o que hoje acontece cada vez mais) quando há dedicação mental no planejamento da tarefa e na consideração inteligente da relação entre a parte e o todo. Assim se verá que a personalidade, estritamente egoísta e material, chegará com o tempo à situação em que o homem será consciente da atividade e do poder integrado, porque então terá:

1. Desenvolvido e integrado em um todo as suas próprias partes separadas.

2. Estudado e utilizado seu ambiente, ou aquele todo do qual a sua personalidade é somente uma parte, de tal modo que contribuirá para alcançar seu desejo, seu triunfo e assim se destacará. Assim fazendo, necessariamente terá dado uma contribuição vital ao todo, a fim de evocar seu poder integrador. Entretanto, por ser sua causa puramente egoísta e seu objetivo materialista, somente poderá conduzi-lo até certa altura do caminho da integração superior.

O homem altruísta, orientado espiritualmente, também integra os diversos aspectos de si mesmo em um todo atuante, mas o foco de sua atividade é contribuir, não adquirir, e mediante a atuação da lei superior, a Lei do Serviço, se integrará na civilização prevalecente, não apenas como um ser humano, mas também no mundo mais amplo e mais inclusivo de atividade consciente que chamamos de Reino de Deus.

A humanidade progride de uma integração realizada para outra; contudo, a integração básica do homem é obtida no reino da consciência. Este enunciado é importante. Seria possível dizer, falando de maneira superficial e em termos gerais, que:

1. Na época da Lemúria, a humanidade alcançou a integração do corpo vital ou etérico, com o corpo físico.

2. Na época Atlante, a humanidade agregou outra parte à síntese já alcançada, a natureza astral, e o homem psíquico veio definitivamente à existência. Vivia e ao mesmo tempo era sensível e respondia ao ambiente em um sentido mais amplo e especializado.

3. Hoje, em nossa raça Ariana, a humanidade está empenhada na tarefa de agregar outro aspecto, o da mente. Às qualidades de vividade e sensibilidade alcançadas, o homem vai agregando rapidamente a razão, a percepção mental e outras qualidades da mente e da vida mental.

4. A humanidade avançada, que se encontra no Caminho Probacionário, está fusionando esses três aspectos divinos em um todo que chamamos de personalidade. Milhares de indivíduos percorrem hoje esse Caminho e atuam, sentem e pensam simultaneamente, convertendo estas funções em uma só atividade. A síntese da personalidade ocorre no Caminho do Discipulado, sob a direção da entidade interna, o homem espiritual.

Esta integração é o alinhamento e – uma vez realizada – o homem passa, a certa altura, por um processo de reorientação, o qual lhe revela, à medida que lentamente vai mudando de direção, o Todo ainda maior, a humanidade. Mais tarde, no Caminho de Iniciação, aparecerá ante sua visão o Todo do qual a própria humanidade é apenas uma expressão. Este é o mundo subjetivo da realidade, no qual incontestavelmente começamos a entrar, à medida que nos tornamos membros do Reino de Deus.

5. No Caminho Probacionário, embora apenas nas etapas posteriores, o homem começa a servir conscientemente à humanidade por meio de sua personalidade integrada e desta maneira a consciência de um todo maior e mais amplo substitui gradualmente a sua consciência individual e separatista. Ele sabe então que é apenas uma parte.

6. No Caminho do Discipulado, o processo de integração no Reino de Deus, o Reino das Almas, prossegue até tomar a terceira iniciação.

Estas distintas integrações se desenvolvem mediante certo tipo de atividade precisa. Primeiro, há o serviço que a personalidade egoísta e separatista, em que o homem sacrifica muitas coisas para satisfazer o próprio desejo. Depois vem a etapa de serviço à humanidade e, finalmente, o serviço ao Plano. (Psicologia Esotérica, Volume II)

2. Há hoje no mundo muitas personalidades realmente integradas, as quais, devido à integração da alma com a personalidade, podem trilhar o caminho do discipulado aceito.

O estudo e a meditação combinados são fatores que todos os aspirantes deveriam empregar se desejam alcançar a necessária integração e a resultante vida de serviço. Assim o aspirante poderá comprovar seu ponto de integração e a amplitude da qualidade do serviço produzida pela integração. Se os aspirantes estudassem sua vida no plano físico com cuidado, descobririam se trabalham automaticamente em resposta às ideias convencionais de boa vontade ou gentileza que existem no plano físico ou se trabalham emocionalmente porque lhes agrada ajudar, lhes agrada ser estimados, e também aliviar o sofrimento (devido à aversão que sentem pelo desconforto que o sofrimento lhes traz), ou se creem seguir os passos do Cristo, que fez o bem, ou pela natural e profundamente assentada tendência da vida – o último e esperado desenvolvimento.

Os aspirantes descobrirão oportunamente (ao término das fases da integração física e emocional) que se segue uma fase de serviço inteligente, motivada, primeiro, pela misericórdia, e depois pela convicção de que é essencial, mais tarde ainda por uma etapa de definida ambição espiritual e depois por seguir respeitosamente o exemplo da Hierarquia e, por fim, pela ação da qualidade do amor puro, amor que cada vez mais se expressa, à medida que prossegue a integração superior da alma com a personalidade. Todas estas fases da intenção e de técnicas são corretas em seu próprio lugar, desde que tenham um valor educativo e enquanto as fases superiores seguintes permaneçam vagas e nebulosas. São erradas quando se perpetuam e são realizadas quando a etapa seguinte é claramente vista mas não é seguida. Reflitam sobre isto. Será útil e todos devem compreender o verdadeiro significado dessas variadas fases de integração, empreendidas – como são – nos termos da lei de evolução.

Todos estes passos no caminho de integração levam à etapa culminante em que a personalidade – rica em experiência, potente em expressão, reorientada e dedicada – se torna simplesmente a mediadora da vida da alma entre a Hierarquia e a Humanidade. Mais uma vez, reflitam sobre isto. (Cura Esotérica)

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