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A Alma: a qualidade da vida


A Alma: a qualidade da vida
Conteúdo 21 a 25.

21. A CREMAÇÃO E A LIBERAÇÃO DA ALMA

1. Em termos ocultos, a cremação é necessária por duas razões principais. Acelera a liberação dos veículos sutis (que ainda envolvem a alma) do corpo etérico, produzindo assim a liberação em algumas horas, em vez de alguns dias; é também um meio muito necessário de purificar o plano astral e impedir a tendência do desejo de “se movimentar para baixo”, o que tanto prejudica a alma encarnante. (Cura Esotérica)

2. Pela aplicação do fogo, todas as formas são dissolvidas; quanto mais rapidamente o veículo físico humano for destruído, tanto mais rápido será rompido seu aferro sobre a alma que se retira. Muitos despropósitos foram ditos na literatura teosófica atual sobre a equação tempo com relação à destruição sequencial dos corpos sutis. Diga-se, porém, que no momento em que a verdadeira morte é cientificamente estabelecida (pelo médico ortodoxo encarregado do caso) e que se tenha determinado que nenhuma chispa de vida permaneceu no corpo físico, a cremação é possível. Esta total ou verdadeira morte acontece quando o fio da consciência e o fio da vida se retiram totalmente da cabeça e do coração. Ao mesmo tempo, uma atitude de respeito e delicadeza tem seu justo lugar neste processo. A família da pessoa falecida necessita de algumas horas para se adaptar ao fato do iminente desaparecimento da forma externa e, em geral, amada; também deve cumprir as formalidades exigidas pelo estado ou prefeitura. Este elemento tempo se destina principalmente aos que ficam, aos vivos, e não ao morto. A pretensão de que o corpo etérico não deve ser cremado precipitadamente e a crença de que ele deve deambular durante um período determinado de vários dias, também não têm base real; para ele não há nenhuma necessidade de adiamento. Quando o homem interno se retira de seu veículo físico, retira-se simultaneamente do corpo etérico. É verdade que o corpo etérico pode deambular por um longo período no “campo de emanação”, quando o corpo físico é enterrado, e que muitas vezes persistirá até a total desintegração do corpo denso. O processo de mumificação, tal como praticado no Egito, e o embalsamamento, tal como praticado no Ocidente, foram responsáveis pela perpetuação do corpo etérico, às vezes durante séculos. É especialmente o caso quando a múmia ou a pessoa embalsamada foi um indivíduo maligno durante a vida; o corpo etérico que paira, muitas vezes é “possuído” por uma entidade ou força maligna. É esta a causa dos ataques e desastres que com frequência perseguem aqueles que descobrem tumbas antigas e seus habitantes, múmias antigas, e as levam, elas e suas posses, à luz. Onde a cremação é regra geral, não só há a imediata destruição do corpo físico e sua restituição à fonte de substância, como o corpo vital também é rapidamente dissolvido e suas forças são arrastadas pela corrente ígnea para o reservatório de energias vitais... Se for necessário esperar, devido a sentimentos da família ou a requisitos da prefeitura, a cremação deveria ocorrer dentro das trinta e seis horas após a morte; quando não houver razão para esperar, a cremação pode ser corretamente permitida após doze horas. Contudo, é prudente esperar doze horas, para assegurar que se produziu a verdadeira morte. (Cura Esotérica)


22. A REENCARNAÇÃO

1. A aparição dos jivas encarnantes (vidas) no plano físico será regida:

Primeiro, pelo impulso baseado na vontade-propósito da Vida que anima o conjunto de grupos pertencentes a qualquer sub-raio ou a um dos sete grupos maiores.

Segundo, pelo impulso baseado na vontade, matizada pelo desejo, da Vida que anima o grupo egoico de um homem.

Terceiro, pelo impulso baseado no desejo do Ego por se manifestar no plano físico.

À medida que a identificação de um homem com seu grupo amadurece, o impulso do desejo se modifica, até que, a certa altura, é substituído pela vontade grupal. Ao se meditar sobre isto, ficará evidente que os Egos não vêm à encarnação cada um por sua vez, mas de acordo com o impulso grupal e, portanto, em forma coletiva. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. Você estabeleceu um ritmo mental que nada pode mudar, que será um potente incentivo para determinar o momento do seu retorno quando esta encarnação chegar ao fim, e o tipo de veículo que, como alma, você construirá, assim como a natureza da raça, nação e campo de serviço que a alma sobrepairante incumbirá à personalidade. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. A teoria da reencarnação... está se tornando cada vez mais popular no Ocidente; sempre foi aceita no Oriente (embora com muitos acréscimos e interpretações insensatas). Esses ensinamentos foram tão distorcidos como os ensinamentos de Cristo, Buda e Shri Krishna por seus teólogos de mente estreita e limitada. Os fatos básicos de uma origem espiritual, de uma descida à matéria, de uma ascensão por meio de constantes encarnações na forma, até que essas formas sejam expressões perfeitas da consciência espiritual que mora internamente, e de uma série de iniciações, ao se aproximar do fim do ciclo de encarnações, estão sendo mais rapidamente aceitos e reconhecidos como nunca antes. (Cura Esotérica)

4. As almas avançadas e as que estão desenvolvendo aceleradamente sua capacidade intelectual retornam com grande rapidez, devido à resposta sensível à atração que exercem as obrigações, os interesses e as responsabilidades já estabelecidos no plano físico...

O homem reencarna sem pressão de tempo. Encarna de acordo com as exigências da responsabilidade cármica, sob a atração do que ele, como alma, iniciou, e devido à necessidade percebida de cumprir obrigações instituídas; encarna também por um senso de responsabilidade e para cumprir os requisitos impostos por um quebrantamento anterior de leis que regem as corretas relações humanas. Quando estes requisitos, necessidades da alma, experiências e responsabilidades estiverem atendidos, penetra permanentemente “na clara e fria luz de amor e vida”, e não mais necessita (no que lhe diz respeito) da etapa infantil da experiência da alma na Terra. Está livre das imposições cármicas nos três mundos, mas se encontra ainda sob o impulso da necessidade cármica, que reclama dele o máximo serviço que esteja em posição de prestar àqueles que ainda se encontram sob a Lei da Dívida Cármica. Portanto, temos três aspectos da Lei do Carma, na medida que afetam o princípio de renascimento. (Cura Esotérica)

(a) A Lei do Renascimento

1. Esta Lei é o principal corolário da Lei de Evolução. Nunca foi captada nem entendida de maneira adequada no Ocidente e, no Oriente, onde é reconhecida como um princípio regente da vida, não se mostrou útil, pois o efeito que exerce é de amortecimento, prejudicando o progresso. O estudante oriental considera que ela lhe dá muito tempo, e isso tem neutralizado o esforço impulsionador para atingir o objetivo. O cristão comum confunde a Lei do Renascimento com o que chama de “transmigração das almas” e muitas vezes acredita que a Lei do Renascimento significa que os seres humanos passam para corpos de animais ou de formas inferiores de vida. Não é assim, em absoluto. À medida que a vida de Deus progride por meio de uma forma para outra, a vida nos reinos subumanos da natureza também avança gradualmente, das formas minerais para as vegetais e destas formas vegetais para formas animais; da etapa da forma animal, a vida de Deus passa para o reino humano e se torna sujeita à Lei do Renascimento e não à Lei da Transmigração. Para quem sabe alguma coisa sobre a Lei do Renascimento ou da Reencarnação, esse erro parece um disparate.

A doutrina ou teoria da reencarnação enche o cristão ortodoxo de horror; apesar disso, fazendo a ele a pergunta que os discípulos expuseram ao Cristo sobre o cego: “Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que nascesse cego?” (Jo 9:2), negam as implicações, ou melhor, zombam ou se mostram consternados...

Se o Cristo ensinar universalmente a meta das corretas relações humanas, a ênfase de Seu ensinamento será, então, a Lei do Renascimento. Assim será inevitavelmente, pois no reconhecimento desta lei estará a solução de todos os problemas da humanidade e a resposta a muito do questionamento humano.

Esta doutrina será uma das notas dominantes da nova religião mundial, assim como um agente esclarecedor para melhor entendimento dos assuntos mundiais. Quando o Cristo esteve aqui antes, em pessoa, enfatizou a realidade da alma e o valor do indivíduo. Disse aos homens que podiam ser salvos pela vida da alma e pelo Cristo no interior do coração humano. Disse também que “ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (Jo 3:3). Somente almas podem atuar como cidadãs deste Reino e foi essa atuação privilegiada que Ele sustentou pela primeira vez diante da humanidade, dessa maneira dando aos homens uma visão de uma possibilidade divina e de uma conclusão inalterável para a experiência. Disse a eles: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mt 5:48).

Desta vez, Ele ensinará aos homens o método pelo qual esta possibilidade poderá ser um fato consumado – por meio do constante retorno da alma encarnante à escola da vida na Terra, a fim de ser submetida ao processo de aperfeiçoamento, do qual Ele foi o exemplo relevante. É este o sentido do ensinamento da reencarnação...

É preciso lembrar que praticamente todos os grupos e textos esotéricos enfatizaram de maneira imprudente as encarnações passadas e a recuperação das mesmas; recuperação essa que é incapaz de qualquer verificação lógica – qualquer um pode dizer e alegar o que quiser; o ensinamento se apoia em leis imaginárias, que regeriam a equação tempo e o intervalo entre as vidas, esquecendo-se de que o tempo é uma faculdade da consciência cerebral e que, separado do cérebro, o tempo é inexistente; salientando sempre uma apresentação fictícia das relações. O ensinamento (dado até agora sobre a reencarnação) fez mais mal do que bem. Somente um fator permanece relevante: a existência da Lei do Renascimento agora é debatida por muitos e aceita por milhares.

Além do fato de que há esta lei, pouco sabemos e aqueles que sabem por experiência sobre a natureza real deste retorno rejeitam enfaticamente os pormenores insensatos e improváveis que os grupos teosóficos e ocultistas expõem como fatos. A Lei existe; quanto aos mecanismos de sua atuação ainda não sabemos nada. Apenas poucas coisas exatas podem ser ditas sobre o tema e elas não admitem contestação.

1. A Lei do Renascimento é uma grande lei natural do nosso planeta.

2. É um processo instituído e sustentado nos termos da Lei da Evolução.

3. Está estreitamente relacionada e condicionada pela Lei de Causa e Efeito.

4. É um processo de desenvolvimento progressivo, habilitando o homem a avançar das formas mais grosseiras de materialismo irracional à perfeição espiritual e à percepção inteligente, podendo assim se tornar membro do Reino de Deus.

5. Explica as diferenças entre os homens e – em conexão com a Lei de Causa e Efeito (denominada Lei do Carma no Oriente) – explica as diferentes circunstâncias e atitudes frente à vida.

6. É a expressão do aspecto vontade da alma e não resultado de decisão de nenhuma forma; é a alma em todas as formas que reencarna, escolhendo e construindo os veículos físico, emocional e mental adequados com os quais aprender as próximas lições necessárias.

7. A Lei de Renascimento (no que se refere à humanidade) entra em atividade no plano da alma. A encarnação é motivada e dirigida do nível da alma no plano mental.

8. As almas encarnam em grupos, ciclicamente, nos termos da lei e a fim de estabelecerem corretas relações com Deus e com os semelhantes.

9. O desenvolvimento progressivo, nos termos da Lei do Renascimento, é amplamente condicionado pelo princípio mental, pois “como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. Estas breves palavras merecem uma cuidadosa reflexão.

10. Nos termos da Lei do Renascimento, o homem desenvolve lentamente a mente, em seguida a mente começa a controlar o sentimento, a natureza emocional e, finalmente, revela a alma, sua natureza e ambiente ao homem.

11. Nessa altura de seu desenvolvimento, o homem começa a trilhar o Caminho de Retorno e a se orientar, gradualmente (após muitas vidas) para o Reino de Deus.

12. Quando o homem – por meio de uma capacidade mental desenvolvida, de sabedoria, de serviço prático e de entendimento – aprendeu a não pedir nada para o eu separado, renuncia ao desejo pela vida nos três mundos e é liberado da Lei do Renascimento.

13. Ele então tem consciência grupal, é consciente de seu grupo de alma e da alma em todas as formas, alcançando – como Cristo postulou – a etapa de perfeição crística, chegando à “medida da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).

Nenhuma pessoa inteligente procurará ir além desta generalização. Quando o Cristo reaparecer, nosso conhecimento será mais verdadeiro e realista; vamos saber que estamos eternamente relacionados às almas de todos os homens e que temos uma definida relação com aqueles que reencarnam conosco, que estão aprendendo conosco as mesmas lições e que estão vivenciando e experimentando conosco. Este conhecimento comprovado e aceito regenerará as próprias fontes da nossa vida humana. Saberemos que todas as nossas dificuldades e problemas são causados por deixarmos de reconhecer esta Lei fundamental, com suas responsabilidades e obrigações; gradualmente aprenderemos a reger nossas atividades por seu justo e restritivo poder. A Lei do Renascimento corporifica o conhecimento prático que os homens precisam hoje para conduzir bem e de maneira correta as suas vidas nos aspectos religioso, político, econômico, público e privado e assim estabelecer corretas relações com a vida divina em todas as formas. (O Reaparecimento do Cristo)

2. O primeiro postulado a se formular, e com o qual instruir o público em geral, é de que todas as almas encarnam e reencarnam sob a Lei do Renascimento. Daí que cada vida não somente é uma recapitulação das experiências anteriores, como também são reassumidas antigas obrigações, restabelecidas antigas relações, é uma oportunidade de saldar dívidas antigas, de fazer os devidos reparos e progredir, de despertar qualidades profundamente assentadas, reconhecer antigas amizades e inimizades, solucionar detestáveis injustiças e explicar o que condiciona o homem e faz dele o que é. Assim é a lei que agora clama por um reconhecimento universal e que, quando for compreendida pelas pessoas reflexivas, ajudará a resolver os problemas do sexo e do matrimônio. (Psicologia Esotérica, Volume I)

3. A estrutura da nova psicologia deve ser inevitavelmente construída sobre a premissa de que uma só vida não é a única oportunidade do homem de alcançar a integração e a perfeição. A grande Lei de Renascimento deve ser aceita, e então se entenderá que é, em si mesma, o agente liberador em qualquer momento de crise ou problema psicológico. O reconhecimento de que existem outras oportunidades, e um senso estendido do fator tempo, são tranquilizadores e de grande ajuda para muitos tipos de mente. O valor interpretativo será iluminador, à medida que o paciente captar o fato de ter passado por crises, em que pode comprovar, por meio de seu instrumental atual, ter alcançado a integração, garantindo a vitória sobre o ponto de crise em andamento e o difícil conflito. A luz que isto verte sobre as relações e o ambiente servirá para estabilizar seu propósito e fazê-lo compreender a inevitabilidade da responsabilidade. Quando esta grande Lei for compreendida em suas verdadeiras implicações, e não interpretada em termos da atual apresentação infantil, o homem aceitará a responsabilidade de viver reconhecendo diariamente o passado, compreendendo o propósito do presente e olhando para o futuro. Assim diminuirá muito a crescente tendência ao suicídio que a humanidade está demonstrando. (Psicologia Esotérica, Volume II)

4. A psicologia deve reconhecer com o tempo:

1. A realidade da existência da alma, o agente integrador, o Eu.

2. A Lei da Oportunidade ou do Renascimento.

3. A natureza da estrutura interna do homem e sua relação com a forma externa tangível.

É interessante observar que praticamente todo ensinamento dado em relação ao renascimento ou à reencarnação enfatizou o aspecto fenomênico material, ainda que sempre se tenha referido mais ou menos de forma casual às aquisições espirituais e mentais na escola da vida neste planeta, de uma encarnação para outra. Pouca atenção foi dada à verdadeira natureza da percepção em desenvolvimento e ao crescimento da consciência interna do verdadeiro homem; raras vezes ou nunca se destaca a compreensão adquirida em cada vida, a respeito do mecanismo de contato e o resultado da crescente sensibilidade ao ambiente (os únicos valores que concernem ao Eu). (Psicologia Esotérica, Volume II)

5. Pareceria que se aplicam apenas duas regras em conexão com o retorno do Ego à encarnação física. A primeira é que por não ter alcançado a perfeição, a alma deve retomar e continuar o processo de aperfeiçoamento na Terra. A segunda é que o impulso que predispõe o Ego a tal atividade é alguma forma de desejo insatisfeito. Esses dois enunciados são válidos em parte e genéricos em seu efeito, mas são apenas verdades parciais ou incidenais a verdades maiores, que os esoteristas ainda não perceberam nem observaram com exatidão. São de natureza secundária e estão expressas em termos dos três mundos da evolução humana, da intenção da personalidade e dos conceitos sobre tempo e espaço. Basicamente, não é o desejo que impulsiona o retorno, mas a vontade e o conhecimento do Plano. Também não é a necessidade de alcançar a perfeição final que impele o Ego à experiência na forma, porque o Ego já é perfeito. O principal incentivo é sacrifício e serviço para essas vidas menores que dependem da inspiração superior (que a alma espiritual pode dar) e a determinação de que elas também podem alcançar status planetários equivalentes ao da alma que se sacrifica...

Tenham isso sempre em mente ao estudarem o tema do renascimento. Os termos renascimento e reencarnação são enganosos. “Impulso cíclico”, “repetição inteligente, plena de propósito” e “consciente inalação e exalação” descreveriam com mais exatidão este processo cósmico. Contudo, é difícil captar esta ideia, porque é necessário possuir a capacidade de se identificar com Aquele que assim respira – o Logos planetário – portanto, o tema deve permanecer relativamente confuso até tomar a iniciação Em termos esotéricos, o ponto de maior interesse reside no fato de que o renascimento grupal acontece a todo momento, e que a encarnação do individuo é concomitante a este grande acontecimento. Isto tem sido em grande parte ignorado ou deixado de lado, devido ao interesse intenso e egoísta na experiência e vida pessoais, evidenciado nas inúmeras especulações sobre o retorno do indivíduo, exposto nos pretensos livros ocultistas atuais, a maioria dos quais sendo inexata e, portanto, sem importância. (Astrologia Esotérica)

6. Os três principais processos regidos pela Lei do Renascimento são:

1. O Processo de Restituição, que rege o período de abstração da alma do plano físico e de seus dois aspectos fenomênicos, o corpo físico denso e o corpo etérico. Diz respeito à Arte de Morrer.

2. O Processo de Eliminação, que rege o período de vida da alma humana depois da morte e nos outros dois mundos da evolução humana. Diz respeito à eliminação do corpo astral-mental, pela alma, para que fique “pronta para permanecer livre em seu próprio lugar”.

3. O Processo de Integração, que trata do período em que a alma liberada se torna novamente consciente de si como o Anjo da Presença e é reabsorvida no mundo das almas, entrando assim em um estado de reflexão. Posteriormente, sob o impacto da Lei da Necessidade ou Dívida Cármica, a alma se prepara de novo para outra descida à forma. (Cura Esotérica)

7. Quando estas duas fases da Arte de Morrer terminam, a alma desencarnada fica livre do controle da matéria; está purificada (temporariamente pelas fases de Restituição e Eliminação) de toda contaminação pela substância. Isto acontece não por meio de alguma atividade da alma na forma, a alma humana, mas como resultado da atividade da alma em seu próprio plano, abstraindo a fração de si mesma que chamamos de alma humana. É principalmente o trabalho que efetua a alma sobrepairante; não é realizado pela alma na personalidade. A alma humana, durante esta etapa, só responde à atração ou força atrativa da alma espiritual quando esta – com deliberada intenção – extrai a alma humana das envolturas que a aprisionam. Mais adiante – à medida que os processos evolutivos vão se processando e a alma controla a personalidade cada vez mais – a alma, dentro das envolturas que a aprisionam, produzirá – consciente e intencionalmente – as fases da morte. Nas primeiras etapas, esta liberação será promovida com a ajuda da alma espiritual sobrepairante. Depois, quando o homem viver no plano físico como alma, ele mesmo – em plena continuidade de consciência – realizará os processos de abstração, e então (com propósito dirigido) “ascenderá ao lugar de onde veio”; é o reflexo, nos três mundos, da divina ascensão do Filho de Deus perfeito. (Cura Esotérica)

(b) Imortalidade

O espírito no homem é imorredouro; perdura, progredindo de um ponto para outro e de uma etapa para outra no Caminho da Evolução, desenvolvendo constante e sequencialmente os atributos e aspectos divinos. Esta verdade necessariamente envolve o reconhecimento de duas grandes leis naturais: a Lei do Renascimento e a Lei de Causa e Efeito. As igrejas do Ocidente recusaram-se oficialmente a reconhecer a Lei do Renascimento e, deste modo, se desviaram para um impasse teológico e para uma situação difícil, para a qual não há saída possível. As igrejas do Oriente enfatizaram excessivamente estas leis, de maneira que uma atitude negativa e inativa frente à vida e seus processos, baseada na oportunidade que se renova constantemente, controla as pessoas. O cristianismo enfatizou a imortalidade, mas fez a felicidade eterna dependente da aceitação de um dogma teológico: Professe a verdadeira fé cristã e viva eternamente em um fastuoso céu; recuse-se a aceitar a fé cristã, sendo um cristão professo negativo, e vá para um inferno indescritível – inferno surgido da teologia do Antigo Testamento e da apresentação de um Deus cheio de ódio e ressentimentos. Ambos os conceitos são hoje repudiados por todas as pessoas sensatas, sinceras, reflexivas. Ninguém com um real poder de raciocínio ou com uma real crença em um Deus de amor aceita o céu dos eclesiásticos nem deseja ir para lá. Aceitam ainda menos o “lago que arde com fogo e enxofre” ou a eterna tortura à qual o Deus de amor supostamente condena todos que não creem nas interpretações teológicas da Idade Média, dos fundamentalistas modernos ou dos homens de igreja irracionais que procuram – por meio da doutrina, do medo e da ameaça – manter as pessoas alinhadas com os antigos e obsoletos ensinamentos.

A verdade essencial reside em outra parte. “O que o homem semear, isso colherá”, é a verdade que deve ser novamente enfatizada. Nestas palavras, São Paulo nos expressa o antigo e verdadeiro ensinamento da Lei de Causa e Efeito, no Oriente denominada Lei do Carma. A isto agrega, em outro trecho, o preceito “opere a sua própria salvação” e – como isso contradiz o ensinamento teológico e, como não é possível fazê-lo em uma única vida – implicitamente respalda a Lei de Renascimento e faz da escola da vida uma experiência recorrente até que o homem tenha cumprido o mandado do Cristo (e isto se refere a todos os homens): “Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai no Céu é perfeito”. Pelo reconhecimento dos resultados da ação – bons ou maus – e por voltar a viver constantemente na Terra, o homem alcança finalmente “a medida da estatura da plenitude do Cristo”.

1. A realidade desta divindade inata explica o impulso no coração de todo homem por melhorar, adquirir experiência, progredir, por uma realização crescente e por seu constante avanço para a longínqua altura que visualizou. Não há outra explicação para a capacidade do espírito humano de despontar da escuridão, do mal e da morte, e entrar na vida e no bem. Esta elevação é a inabalável história do homem. Algo está sempre acontecendo na alma humana que projeta o homem para mais perto da Fonte de todo o bem, e nada na Terra pode deter este progresso para mais perto de Deus. (Os Problemas da Humanidade).

2. A realidade da imortalidade está hoje na iminência de comprovação científica; a realidade da sobrevivência de determinado fator já foi provada, embora o que foi demonstrado como sobrevivente, ao que parece, não seja em si, intrinsecamente, imortal. A natureza real da alma e a realidade da sobrevivência da alma e de sua existência eterna seguem juntas e ainda não foram provadas cientificamente; no entanto, são conhecidas e aceitas hoje como verdades por milhões de homens e por muitos intelectuais que – a menos que se trate de histeria e fraude coletivas – já têm sua existência corretamente conjecturada. (O Reaparecimento do Cristo)

3. Dos complexos de céu ou inferno das atuais crenças religiosas... derivou, automaticamente, a ideia de uma entidade permanente chamada alma, que podia desfrutar do céu ou sofrer no inferno, segundo a vontade de Deus e como resultado de suas ações durante sua forma humana. À medida que as formas do homem aumentavam em sensibilidade e se refinavam cada vez mais sob a influência da Lei de Seleção e de Adaptação; à medida que a vida grupal se tornava mais profunda e a integração grupal se aprimorava; que o patrimônio histórico, tradicional e artístico se enriquecia e deixava sua marca, assim cresciam as ideias sobre Deus e similarmente as ideias sobre a alma e o mundo, os conceitos do homem sobre a realidade se enriqueciam e se aprofundavam, de maneira que hoje estamos diante do problema da herança de pensamentos que atestam um mundo de conceitos, ideias e intuições que tratam do imaterial e do intangível, e que declaram uma crença milenar na alma e sua imortalidade, para a qual não há uma real justificativa. Ao mesmo tempo, a ciência nos demonstrou que só podemos realmente saber com certeza do mundo tangível dos fenômenos, com suas formas, mecanismos, tubos de ensaio, laboratórios e dos corpos dos homens “assombrosa e maravilhosamente feitos”, diversificados e diferentes. Estes, de forma misteriosa, produzem pensamentos, sonhos e imaginações, os quais, por sua vez, encontram expressão nos projetos formulados no passado, presente e futuro, ou no campo da literatura, da arte e da ciência, ou na simples vida cotidiana do ser humano comum que vive, ama, trabalha, se diverte, tem filhos, se alimenta, ganha dinheiro e dorme.

E depois? O homem desaparece no nada, ou, em algum lugar, alguma parte dele (até agora invisível) continua vivendo? Este aspecto sobrevive durante algum tempo e depois por sua vez desaparece, ou há um principio imortal, uma entidade sutil intangível que tem existência, no corpo ou fora dele, e que é o Ser imutável e imortal? A crença neste Ser tem sustentado incontáveis milhões no transcurso das épocas. É a alma uma ficção da imaginação e a ciência já refutou satisfatoriamente a sua existência? É a consciência uma função do cérebro e do sistema nervoso associado, ou aceitaremos a ideia de um morador consciente na forma? O poder de nos tornarmos conscientes e de reagirmos ao nosso ambiente tem origem na natureza do corpo, ou há uma entidade que observa e age? Esta entidade é distinta e separável do corpo, ou é resultado do tipo de corpo e da vida, e assim persiste depois que o corpo desaparece, ou desaparece com ele e se perde? Há somente matéria ou energias em constante movimento provocando os aparecimentos dos homens que reagem por sua vez e expressam a energia que aflui através deles cega e inconscientemente, sem ter existência individual? Ou são todas teorias parcialmente verídicas, e chegare-mos a compreender realmente a natureza e o ser do homem somente na síntese de todos eles e na aceitação das premissas gerais? Não seria possível que os pesquisadores cientistas de orientação mecânica estejam certos em sua conclusão sobre o mecanismo e a natureza da forma, e que os pensadores espiritualmente orientados que postulam uma entidade imortal também estejam certos? Talvez esteja faltando algo que elimine a lacuna entre as duas posições. É possível que possamos descobrir algo que vincule o mundo intangível do verdadeiro ser com o mundo tangível (assim denominados) da vida da forma?

Quando a humanidade tiver certeza da sua divindade e imortalidade e tiver adquirido conhecimento sobre a natureza da alma e o reino no qual a alma atua, sua atitude em relação à vida diária e aos assuntos em curso passarão por tal transformação que veremos verdadeiramente surgir um novo céu e uma nova terra. Esta entidade central, dentro de cada forma humana, sendo reconhecida e sabendo-se o que essencialmente é, e sua divina persistência estabelecida, necessariamente veremos o começo do reinado da Lei divina na Terra – uma lei imposta sem resistência nem rebelião. Esta reação benéfica se produzirá porque os pensadores da raça se fusionarão em uma percepção geral da alma e uma consequente consciência grupal permitirá ver o propósito subjacente à atuação da lei. (Psicologia Esotérica, Volume I --- Consulte também a seção “O Problema da Imortalidade” neste mesmo livro).

(c) Devachan

1. Devachan. Estado intermediário entre duas vidas terrenas, no qual o Ego entra depois de ter se separado de seus aspectos ou envolturas inferiores. (Nota de rodapé: Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. O devachan é um estado de consciência que reflete, na vida da Personalidade, aquele estado elevado que chamamos de consciência nirvânica, e que é fomentado pela ação egoica. Não é mais do que um pálido reflexo nas unidades separadas (e, portanto, matizado pelo prazer egoísta e separatista) da condição grupal denominada nirvânica. Nesse elevado estado de consciência, cada identidade separada, embora passível de autorrealização, compartilha da realização grupal, e é onde está a beatitude para a unidade. A separação deixa de ser sentida, sendo conhecidas apenas a união e a unicidade essencial. Portanto, como se pode deduzir prontamente, não há devachan para o selvagem nem para o homem pouco evoluído, pois não cabe a eles, nem têm eles mentalidade para compreendê-lo; a isto se deve a rapidez com que tornam a encarnar e a brevidade do período em pralaya. Em tais casos, o Ego, em seu próprio plano, pouco tem a assimilar no resíduo das encarnações, e por isso o princípio vida se retrai rapidamente da forma mental, o que resulta no impulso do Ego para reencarnar quase imediatamente.

Quando a vida da personalidade tiver sido plena e rica, mas ainda não tenha alcançado a etapa em que o eu pessoal possa colaborar conscientemente com o Ego, a personalidade atravessa períodos nirvânicos, cuja duração depende do interesse na vida e da capacidade do homem de meditar sobre suas experiências. Mais tarde, quando o Ego domina a vida da personalidade, o homem se interessa por coisas mais elevadas, e o nirvana da alma se torna a sua meta. Já não lhe interessa o devachan. Portanto, quem se encontra no Caminho (seja no Caminho de Provação ou de Iniciação), como regra geral, não vai ao devachan, a encarnação imediata tornando-se a regra no girar da roda da vida que desta vez é viabilizada pela colaboração consciente do Eu pessoal com o Eu divino ou Ego. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Esta experiência (Devachan) tem sido muito mal entendida. Prevalece a ideia geral que, depois de ter se desprendido dos corpos astral e mental, o homem entra em uma espécie de estado de sonho, no qual torna a experimentar e considerar acontecimentos passados à luz do futuro e atravessa um período de repouso, algo assim como um processo digestivo, em preparação para empreender um novo nascimento. Esta ideia é um tanto errada, porque o conceito tempo ainda governa as apresentações teosóficas da verdade. Mas, compreendendo-se que o tempo é desconhecido fora da experiência no plano físico, todo o conceito relativo ao Devachan se esclarece. A partir do momento da total separação dos corpos físico denso e do corpo etérico, e à medida que o processo de eliminação é empreendido, o homem é consciente do passado e do presente; quando a eliminação é total e chegou o momento de fazer contato com a alma e o veículo manásico está em processo de destruição, ele se torna imediatamente consciente do futuro, pois a predição é uma habilidade da consciência da alma, da qual o homem participa temporariamente. Portanto, o passado, o presente e o futuro são vistos como um só; o reconhecimento do Eterno Agora se desenvolve gradualmente de encarnação em encarnação e durante o contínuo processo de renascimento. Trata-se de um estado de consciência (característica do estado normal do homem evoluído) que pode ser denominado devachânico. (Cura Esotérica)

(d) Apropriação das Envolturas pelo Ego

1. A manifestação do corpo etérico em tempo e espaço contém em si o que foi chamado esotericamente de “dois momentos de esplendor”. Temos, primeiro, o momento anterior à encarnação física, quando a luz que desce (trazendo vida) se enfoca com toda sua intensidade em torno do corpo físico e estabelece uma relação com a luz inata da própria matéria, que existe em cada átomo de substância. Esta luz enfocada se concentra em sete regiões do seu círculo intransponível, criando assim sete centros maiores que controlarão sua expressão e existência no plano externo, esotericamente falando. É um momento de grande esplendor, é quase como se um ponto de luz palpitante irrompesse em chama, e como se dentro dessa chama os sete pontos de luz intensificada adquirissem forma. É um elevado ponto na experiência da vinda à encarnação, que precede o nascimento físico por um breve período de tempo. É o que determina a hora do nascimento. A fase seguinte do processo, tal como vista pelo clarividente, é a etapa de interpenetração, durante a qual “os sete se tornam os vinte e um e, em seguida, os muitos”; a substância luz, o aspecto energia da alma, começa a permear o corpo físico, e o trabalho criador do corpo etérico ou vital é concluído. O primeiro reconhecimento disto no plano físico é o “som”, proferido pela criança recém-nascida. É o clímax do processo. O ato da criação pela alma está então concluído; uma nova luz brilha em um lugar escuro. (Cura Esotérica)

2. Em todo o trabalho de construção de formas ocorrem certas oportunidades muito essenciais que dizem respeito muito mais ao Ego do que às envolturas, embora a ação reflexa entre o eu pessoal inferior e o superior seja tão estreita que são quase inseparáveis...

Muitas vezes se passa por alto que o caminho de encarnação não é rápido, mas que o Ego desce muito devagar e gradualmente toma posse dos seus veículos; quanto menos evoluído é o homem, mais lento é o processo. Consideramos aqui o período que transcorre depois que o Ego deu o primeiro passo para a descida e não o tempo que decorre entre duas encarnações. Esta tarefa de passagem de um plano para fins de encarnação assinala uma crise definida, caracterizada pelo esforço da vontade em sacrifício, da apropriação da substância em amor e sua energização em atividade.

...O Ego cessa seu trabalho de sobrepairar e, em algum período entre o quarto e o sétimo ano, faz contato com o cérebro físico da criança. Um evento similar ocorre com os veículos etérico, astral e mental. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Aos sete anos, e novamente na adolescência, o Ego “assume o controle” e aos vinte e um anos este domínio pode ser ainda mais firme. Por outro lado, à medida que passam as vidas, o Ego (em relação ao ser humano) controla seus veículos e assim os submete aos seus propósitos de maneira mais plena e eficaz. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

4. O término desse ciclo pode ser longo ou curto, de acordo com os propósitos envolvidos; pode abranger apenas uns poucos anos ou um século. Antes do sétimo ano, a vitalidade do elemental físico constitui amplamente o fator determinante. A alma está então enfocada no corpo etérico, mas não utilizando plenamente todos os centros; exerce apenas um brando controle pulsante e uma tênue atividade impulsionadora – suficiente para manter a consciência, vitalizar os diversos processos físicos e iniciar a manifestação do caráter e as inclinações, as quais vão se acentuando cada vez mais até os vinte e um anos, quando estabilizam no que chamamos de personalidade. No caso dos discípulos, o controle da alma sobre os centros etéricos será mais potente desde o início da existência física. Por volta dos quatorze anos, a qualidade e a natureza da alma encarnada e sua idade aproximada ou experiência estão determinadas, os elementais físico, astral e mental estão sob controle e a alma, o homem espiritual que mora internamente, já determina as tendências e escolhas da vida. (Cura Esotérica)

(e) Os Ciclos da alma

1. Procuro me estender sobre a experiência cíclica de um alma em encarnação, indicando o aparente fluxo e refluxo do seu desenvolvimento.

O ciclo mais relevante de toda alma é o de entrar na encarnação e retornar ao centro do qual partiu. Segundo o ponto de vista, assim será a compreensão deste fluxo e refluxo. Esotericamente é possível considerar que há almas “buscando a luz da experiência” e que se viram para a expressão física e que há outras “buscando a luz da compreensão” e assim se retiram do reino do esforço humano para forjarem o caminho para a consciência da alma e se tornarem “moradoras na luz eterna”. Sem ponderar sobre o significado desses termos, os psicólogos perceberam esses ciclos e denominam determinados indivíduos de extrovertidos e outros de introvertidos. Assim assinalam o fluxo e refluxo da experiência individual, analogia da diminuta vida, com os grandes ciclos da alma. As entradas e saídas na rede da existência encarnada são os grandes ciclos de toda alma individual. (Tratado sobre Magia Branca)

2. As ciências ocultas enfatizam a lei cíclica e... um crescente interesse pela Ciência da Manifestação Cíclica.

... Muitas vezes a morte parece despropositada; isso se deve a que não se conhece a intenção da alma; os acontecimentos passados, através do processo da reencarnação, ainda são um enigma; as antigas hereditariedades e ambientes são ignorados e o reconhecimento da voz da alma ainda não se desenvolveu de maneira geral. São questões, porém, que estão às vésperas de reconhecimento; a revelação está a caminho, e para isso estou assentando os fundamentos. ... Procurem chegar a um novo viés sobre o tema e ver a lei, o propósito e a beleza da intenção, por trás do que até agora tem sido um terror e grande temor. (Cura Esotérica)

(f) A idade da alma

1. Uma das primeiras coisas que o discípulo tem de aprender é a julgar corretamente a idade relativa da alma dos seus associados. Descobrirá logo que esta varia. Então aprenderá a reconhecer as almas cuja sabedoria e conhecimento sobrepujam os seus, a colaborar com as almas que com ele percorrem o Caminho e a trabalhar para aqueles aos quais pode ajudar, mas cujo status evolutivo não é comparável ao seu. O arquétipo consagrado da sua vida pode então assumir formas definidas e ele pode começar a trabalhar com inteligência. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. A alma não tem idade e pode usar seu instrumento se este for apropriado e acessível. Estão vocês muito centralizados e preocupados com as próprias pessoas para alcançar o desapego necessário para a prestação do serviço mundial? Cabe a vocês descobrir e provar para si mesmos. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(g) As Almas que Despertam

A maioria das almas da família humana vem à encarnação obedecendo ao anseio ou desejo de adquirir experiência, sendo a atração magnética do plano físico o fator determinante e decisivo. Como almas, são orientadas para a vida terrena. As almas que despertam ou as que (ocultamente falando) “voltam a si”, vêm à experiência da vida física apenas vagamente conscientes de outra e superior “força de atração”. Não têm, pois, uma orientação definida para o plano físico, como a maioria dos seus semelhantes. Estas almas que estão despertando são aquelas que, às vezes, podem ser influenciadas para retardar ou adiar sua entrada na vida física, a fim de condicionar os processos da civilização, ou podem ser convencidas a acelerar sua entrada na vida para que assim estejam disponíveis como agentes para tal processo condicionador. Dito processo não é implementado por elas por meio de uma atividade determinada e inteligentemente considerada, mas sim viabilizada naturalmente pelo simples efeito de viverem no mundo e ali tentarem alcançar os objetivos da vida. Desta maneira condicionam seu ambiente por meio da beleza, do poder ou da influência de suas vidas, e muitas vezes elas próprias são inconscientes do efeito que produzem. Ficará evidente, portanto, que as mudanças necessárias em nossa civilização podem ser implementadas de maneira rápida ou lenta, segundo seja o número daqueles que vivem como almas em treinamento.

Estas almas entrantes, graças ao entendimento altamente desenvolvido de que dispõem e ao poder da sua “vontade obstinada”, com frequência produziram devastação em diversas direções. Contudo, se pudéssemos observar como fazem Aqueles que estão do lado interno e estivéssemos em posição de comparar a luz que a humanidade atual possui com a que possuía há duzentos ou trezentos anos, apreciaríamos os enormes avanços realizados, evidente no fato do aparecimento de um grupo de “almas condicionadoras” sob o nome de Novo Grupo de Servidores do Mundo, que se tornou possível desde 1925. Elas agora podem encarnar, graças ao trabalho já realizado por esse grupo de almas que aceleraram sua encarnação sob o impulso da Hierarquia. As palavras condicionar e condicionador são usadas aqui com muita frequência porque são bastante adequadas para indicar a função. Estas almas, devido ao seu grau de evolução, à sua etapa de desenvolvimento, à sua capacidade de ser impressionada com a ideia grupal e com o Plano, podem vir à encarnação e começar, mais ou menos, a executar o Plano e a evocar uma resposta ao mesmo na consciência humana. Estão, pois, em posição de “preparar o caminho para a vinda do Senhor”. Esta última frase é simbólica e indicativa de um determinado nível de cultura espiritual na humanidade. Ditas almas são às vezes vagamente conscientes da sua magna tarefa e, na maioria dos casos, inconscientes do seu destino qualificador. Como almas, e sob a guia da Hierarquia e antes de encarnar, são conscientes do impulso de “ir e ajudar o aflito planeta e, assim, liberar os prisioneiros mantidos em cativeiro pelo desejo inferior” (como expõe O Antigo Comentário); mas, uma vez tomada a vestimenta de carne, também desaparece essa consciência e, em seu cérebro físico, não são conscientes do que suas almas se propuseram. Permanece apenas o anseio de realizar certas atividades específicas. O trabalho, porém, prossegue.

Poucas almas encarnam por vontade e decisão próprias; elas trabalham com claro conhecimento e empreendem a tarefa imediata. São as pessoas-chave de qualquer época e os fatores psicologicamente determinantes em qualquer dado período histórico. São as que marcam o ritmo e realizam o trabalho pioneiro; atraem para si o ódio e o amor do mundo; trabalham como Construtores ou Destruidores e, com o tempo, retornam ao seu lugar de origem levando consigo o proveito da vitória, sob a forma da liberdade que conquistaram para si ou para outros. Falando em sentido psicológico, carregam as cicatrizes infligidas pelos opositores, mas detêm a certeza de que desempenharam com êxito a tarefa que lhes foi atribuída.

O número de pessoas do primeiro grupo, agora em encarnação, aumentou notavelmente no século passado, razão pela qual podemos esperar o rápido desenvolvimento das características da entrante era aquariana. (Psicologia Esotérica, Volume II).

23. AS CARACTERÍSTICAS DA ALMA

1. Apenas a alma tem um entendimento direto e claro do propósito criador e do plano.

2. Apenas à alma, cuja natureza é amor inteligente, é possível confiar o conhecimento, os símbolos e as fórmulas necessários para o correto condicionamento do trabalho mágico.

3. Apenas a alma tem a capacidade de trabalhar nos três mundos simultaneamente e, ainda assim, permanecer desapegada e, portanto, liberada do carma dos resultados do trabalho.

4. Apenas a alma é verdadeiramente consciente do grupo e motivada por um propósito puro e altruísta.

5. Apenas a alma, com o “olho aberto da visão” pode ver o fim desde o início e é capaz de manter com firmeza a real imagem da consumação final. (Tratado sobre Magia Branca)

1. Uma personalidade potente pode atuar em qualquer campo de expressão humana e seu trabalho merecerá o qualificativo de espiritual, desde que seja baseado em um idealismo elevado, no maior bem para o maior número e no esforço de autossacrifício. Idealismo, serviço grupal e sacrifício, são características das personalidades que estão se tornando mais sensíveis ao aspecto da alma, cujas qualidades são conhecimento, amor e sacrifício...

As características mais destacadas das personalidades que ainda não estão centradas ou controladas pela alma são dominância, ambição, orgulho e falta de amor pelo todo, embora muitas vezes amem aqueles que são necessários para elas ou para o seu bem-estar. (Tratado sobre Magia Branca)

2. A vontade rígida, frágil, determinada e dinâmica do aspirante devotado deve se transformar em propósito imperturbável, potente e sereno da alma, atuando através do discípulo. A alma é flexível na adaptação, mas indesviável do seu objetivo. Da mesma maneira, a vívida e fanática devoção a uma pessoa ou ideal deve ceder lugar ao amor suave e imutável da alma – o amor da sua alma para as almas dos demais... Molde a sua vida de acordo com o impulso da alma e desloque-se do reino do desejo e aspiração elevados para o do propósito estabelecido e da indesviável adesão á realidade. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(a) Inclusividade

Inclusividade é a característica destacada da alma, o Eu, seja a alma de um homem, a natureza sensível do Cristo cósmico ou a anima mundi, a alma do mundo. A inclusividade tende para a síntese e é possível observar como atua em um ponto definido da realização do homem, porque inclui em sua natureza todas as aquisições dos ciclos evolutivos anteriores (em outros reinos da natureza e em ciclos humanos anteriores), além da potencialidade de maior inclusividade futura. O homem é o macrocosmo do microcosmo. As aquisições e as propriedades peculiares dos outros reinos da natureza lhe pertencem, porque foram convertidas em faculdades da consciência. Entretanto, está circundado (e é parte) de um macrocosmo ainda maior, e deve ser cada vez mais consciente desse Todo maior. Que a palavra Inclusividade guie os seus pensamentos. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(b) Amor

1. A natureza da alma é amor e vontade-para-o-bem. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. A personalidade desenvolve o amor gradualmente por meio das etapas do amor ao eu, pura, simples e totalmente egoísta, o amor à família e aos amigos, aos homens e mulheres, até chegar à etapa do amor à humanidade ou à consciência do amor grupal, característica predominante do Ego. Um Mestre de Compaixão ama, sofre junto e permanece com os de sua classe e seus achegados. O Ego desenvolve gradualmente do Amor à humanidade ao amor universal – um amor que expressa não somente amor à humanidade, mas também a todas as evoluções dévicas e a todas as formas de manifestação divina. Amor na personalidade é amor nos três mundos; amor no Ego é amor no sistema solar e tudo que ele contém, enquanto que o amor na Mônada demonstra uma medida do amor cósmico, abarcando muito do que há fora de todo o sistema solar...

Na realidade, a Lei do Amor nada mais é do que a Lei do sistema que se demonstra em todos os planos. O amor foi o motivo impulsionador para a manifestação, e é o que mantém tudo em sequência ordenada; o amor carrega tudo pelo caminho de retorno ao seio do Pai e, oportunamente, aperfeiçoa tudo que há. É o amor que constrói as formas que embalam temporariamente a vida interna oculta, e é o amor a causa da desintegração dessas formas e sua total destruição, para que a vida possa progredir. O amor se manifesta em cada plano como um impulso que direciona a Mônada evolucionante para a sua meta e o amor é a chave do reino dévico e a razão da fusão, oportunamente, dos dois reinos no divino Hermafrodita. O amor atua através dos raios concretos na construção do sistema e da estrutura que abriga o Espírito, e o amor atua por intermédio dos raios abstratos para o desenvolvimento pleno e potente dessa divindade inerente. O amor demonstra, por meio dos raios concretos, os aspectos da divindade que conformam a personalidade que oculta o Eu uno; o amor se demonstra por intermédio dos raios abstratos, expandindo na máxima medida o reino de Deus interno. O amor, nos raios concretos, leva ao caminho do ocultismo; o amor nos raios abstratos leva ao caminho do místico. O amor conforma as envolturas e inspira a vida; o amor faz com que a vibração logoica avance, tudo carregando em seu caminho e tudo levando à perfeita manifestação. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Possui conhecimento. Necessita amar mais. Quando digo “amor”, me refiro ao amor da alma, não ao afeto, à emoção ou ao sentimento. Significa o profundo amor sem apego, que pode afluir através da personalidade, liberando-a da limitada expressão e procurando que aflua ao mesmo tempo ao meio ambiente.

Como liberar o aspecto amor da sua alma? Pela meditação e certas medidas práticas... A autocomiseração deve ceder lugar ao interesse compassivo pelos demais – os do seu próprio lar, suas relações comerciais e aqueles com os quais entra em contato, que a vida e o destino lhe proporcionaram. O isolamento deve ceder lugar à colaboração, não a colaboração forçada, mas um desejo espontâneo de estar com os demais e compartilhar com eles os processos do dever esotérico vivo e amoroso. Reflita profundamente sobre esta última frase. (Discipulado na Nova Era,Volume I)

4. Para a alma não há luz nem escuridão, somente existência e amor... Não há separação, somente identificação com o coração de total amor; quanto mais amarem, mais amor pode chegar a outros através de vocês. As cadeias do amor unem o mundo dos homens e o mundo das formas, constituindo a grande cadeia da Hierarquia. O esforço espiritual que lhes é pedido é o de se desenvolver para se tornar um centro vibrante e potente desse Amor fundamental e universal. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

5. “Que a minha alma, cuja natureza é amor e sabedoria, dirija os acontecimentos, impulsione à ação e guie todas as minhas palavras e atos”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

6. “Que o amor da alma atraia e sua luz dirija todos aqueles a quem procuro ajudar. Assim a humanidade será salva por mim e por todos os afiliados à Hierarquia”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

7. O correto apego libera o amor da alma, e somente o amor aplicado de maneira consciente, inteligente e deliberada pode apoiar o êxito do trabalho. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

8. “Nada pode ofuscar o amor que flui entre minha alma e eu, o pequeno eu. Nada pode se interpor entre meus irmãos e meu eu. Nada pode impedir o fluxo de força entre minha alma e eu, entre meus irmãos e minha alma, entre o Mestre de minha vida e eu, Seu discípulo consagrado”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

9. A raça alcançou um ponto em que os homens de boas intenções, de algum real entendimento e uma certa emancipação do amor pelo ouro (maneira simbólica de falar sobre o espelhismo do materialismo), estão desviando o desejo para o dever, as responsabilidades, o efeito sobre os outros e a compreensão sentimental da natureza do amor. O amor, para muitas pessoas, para a maioria, de fato, não é amor realmente, mas uma mescla de desejo de amar e desejo de ser amado, mais a disposição de realizar qualquer coisa para demonstrar e evocar este sentimento e, em consequência, para se sentir mais confortável em sua própria vida interna. O egoísmo das pessoas que desejam ser altruístas é grande. Portanto, diversos sentimentos se convergem em torno do sentimento ou desejo de demonstrar as características amáveis e agradáveis, que evocarão a correspondente reciprocidade para o pretenso doador de amor ou servidor, que ainda está completamente envolto pelo espelhismo do sentimento.

Este pretenso amor, baseado maiormente na teoria do amor e do serviço, que caracteriza tantas relações humanas, como as que existem entre marido e mulher e pais e filhos, por exemplo. Sob o espelhismo do sentimento por eles, e pouco conhecendo sobre o amor da alma, que é livre e também deixa os outros livres, vagueiam em uma densa bruma, muitas vezes arrastando com eles aqueles que desejam servir, esperando receber afeto recíproco. Estudem a palavra “afeto” e verão seu verdadeiro significado. Afeto não é amor, mas aquele desejo que expressamos mediante um esforço do corpo astral, essa atividade afetando nossos contatos; não é a ausência de desejo espontânea da alma que não pede nada para o eu separado. Este espelhismo do sentimento aprisiona e confunde toda boa gente do mundo, impondo-lhes obrigações que não existem e produzindo um espelhismo que oportunamente deve ser dissipado pela entrega do amor verdadeiro e desinteressado. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

10. Esta energia de Amor constitui a força coerente e unificadora que mantém unido o universo manifestado ou forma planetária, sendo responsável por todas as relações; é a alma de todas as coisas ou formas, começando pelo anima mundi, até chegar ao seu ponto máximo de expressão na alma humana, fator constituinte do quinto reino da natureza, o Reino de Deus ou das Almas. A compreensão desta potência humana virá à medida que o indivíduo fizer contato com a própria alma e estabelecer uma relação estável com essa alma; então se converterá em uma personalidade fusionada com a alma. (Telepatia e o Veículo Etérico)

11. Quando existe o verdadeiro amor espiritual, tal como a alma o conhece, pode-se sempre confiar-lhe o poder e a oportunidade, porque jamais trairá essa confiança. (A Exteriorização da Hierarquia)

(c) Alegria e Felicidade

1. Cultive a felicidade, sabendo que a depressão, a investigação excessivamente doentia das motivações e a exagerada susceptibilidade à crítica dos outros levam a um estado em que o discípulo se torna quase inútil. A felicidade se baseia na confiança no Deus interno, na adequada apreciação do tempo e no autoesquecimento. Tome todas as coisas boas que possam acontecer como créditos para difundir contentamento e não se rebele contra a alegria e o prazer do serviço prestado, supondo que seja indicativo de que algo não anda bem. O sofrimento sobrevém quando o eu inferior se rebela. Controle esse eu inferior, elimine o desejo e tudo será alegria. (Iniciação Humana e Solar)

2. Para aqueles que lutam, perseveram e aguentam, a alegria é dupla quando ocorre a materialização. Os contrastes lhes trarão alegria, pois conhecendo o passado de trevas, desfrutarão à luz da realização e possuirão a alegria do companheirismo experimentado e comprovado; os anos terão demonstrado quem são os associados escolhidos e, na comunidade do sofrimento, o vínculo se fortalecerá; o contentamento da paz que sobrevém a vitória será de vocês; para o fatigado guerreiro, os frutos do empreendimento e o descanso são duplamente doces; obterão a alegria de participar no plano dos Mestres, e será correto tudo aquilo que os associe a Eles mais estreitamente; a alegria de ter ajudado a consolar um mundo necessitado, de ter levado luz às almas ensombrecidas, de ter curado em alguma medida as chagas da dor do mundo, lhes pertencerá, e na consciência de ter empregado bem os dias e com a gratidão das almas salvas vem a mais profunda de todas as alegrias – a que um Mestre experimenta quando exerce um papel decisivo na elevação de um irmão um pouco mais na escala da evolução. É esta a alegria que se estende diante de todos vocês – e não está muito distante. Portanto, trabalhem não pela alegria, mas nesta direção; não pela recompensa, mas pela necessidade interna de ajudar; não pela gratidão, mas pelo impulso que se manifesta por perceber a visão e compreender a parte que a vocês compete desempenhar para trazer esta visão à Terra.

Ajudará muito saber diferenciar entre felicidade, alegria e beatitude:

Primeiro, felicidade, que tem assento nas emoções e é uma reação da personalidade.

Segundo, alegria, é uma qualidade da alma, entendida na mente quando há o alinhamento.

Terceiro, beatitude, que é a natureza do Espírito, sobre o qual toda especulação é inútil, até que a alma compreenda a sua unicidade com o Pai. Esta realização se segue a uma etapa anterior, na qual o eu pessoal se unifica com a alma. Portanto, especulação e análise com relação à natureza da beatitude são improdutivas para o homem comum, cujas metáforas e terminologias são forçosamente pessoais e relacionadas ao mundo dos sentidos. O aspirante se refere à sua felicidade ou à alegria? Se a esta última, deve ser efeito da consciência e solidariedade grupais, da unicidade com todos os seres e, afinal, nem pode ser interpretada em termos de felicidade. A felicidade acontece quando a personalidade atende às condições que satisfazem uma ou outra parte da sua natureza inferior; quando há uma sensação de bem-estar físico, de contentamento com o próprio ambiente, com as personalidades circundantes ou de satisfação com as oportunidades e contatos mentais. Felicidade é a meta do eu separado.

No entanto, quando procuramos viver como almas, não levamos em conta a satisfação do homem inferior, sentimos alegria em nossas relações grupais e nas condições que levam a uma melhor expressão das almas daqueles com os quais nos colocamos em contato. Levar alegria a outros, a fim de produzir condições pelas quais possam se expressar melhor, poderá exercer um efeito físico quando procuramos melhorar suas condições materiais, ou um efeito emocional quando a nossa presença lhes traz paz e os eleva, ou um resultado intelectual quando os estimulamos a pensar com clareza e compreensão. Em nós, porém, o efeito é de alegria, pois a nossa ação foi altruísta e desinteressada e sem relação com as circunstâncias ou o estado social do aspirante...

Parece superficial, como também um paradoxo ocultista dizer que em meio de uma profunda aflição e infelicidade da personalidade é possível conhecer e sentir a alegria da alma. No entanto assim é, e esta deve ser a meta do estudante. (Tratado sobre Magia Branca)

3. É possível desenvolver essa qualidade de satisfação, que é a característica de uma personalidade conscientemente arraigada no reino da alma. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

4. Procure expressar felicidade. Trabalhe e sirva com contentamento. Não seja tão sério. Percorra alegremente o Caminho Iluminado. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

5. Cultivar o espírito de felicidade ou contentamento – baseado sobre a segurança interna, respeito ao Plano e ao seu futuro trabalho em relação com o mesmo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

6. Sintam contentamento, porque ele deixa penetrar a luz, e onde há contentamento não pode haver espelhismo nem incompreensão. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

7. Seja feliz, meu irmão. Aprenda a sentir alegria – com base no conhecimento de que a humanidade sempre triunfou e tem avançado e progredido, apesar dos aparentes fracassos e da destruição das civilizações passadas – alegria fundada na inquebrantável crença de que todos os homens são almas e que os “pontos de crise” são fatores de utilidade comprovada para atrair o poder da alma, tanto no homem individual como em uma raça ou em toda a humanidade; alegria relacionada com a bem-aventurança que caracteriza a alma em seu próprio nível, onde o aspecto forma da manifestação não domina. Reflita sobre estes pensamentos e recorde que você está arraigado no centro do seu Ser e, portanto, pode ver o mundo realmente com visão ilimitada, permanecer imperturbável, conhecendo o fim desde o princípio e sabendo que o amor triunfará. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

8. Também será bom cultivar a alegria que traz a força. Não é hora para melancolia, desespero nem depressão. Se abrirem espaço para eles, vão se tornar pontos focais negativos e destrutivos em seu ambiente. Se creem realmente que a vida espiritual é fundamental no mundo de hoje; se acreditam que a divindade guia o mundo; se captam realmente o fato de que todos os homens são seus irmãos e que todos nós somos filhos do Pai Único, e se estão convencidos de que o coração da humanidade é sadio, estas ideias não são suficientemente potentes para nos manter firmes em meio a um mundo em mudança? (A Exteriorização da Hierarquia)

(d) A Participação

1. O princípio de Partilha, que no futuro deve reger as relações econômicas, é uma qualidade ou energia da alma. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. A coparticipação ashrâmica é uma das grandes compensações do discipulado. Por meio dela é possível “suportar ocultamente” maior luz. Gostaria que refletissem sobre esta frase. Grande força unida pode ser levada ao serviço do Plano e é possível captar o significado oculto das palavras: “Minha força é como a força de dez, pois meu coração é puro” (palavras do poeta inglês Alfred Tennyson, 1809-1892 NT). A força perfeita do Ashram (simbolizada pelo número 10) fica disponibilizada para o discípulo cuja pureza de coração o tenha habilitado a penetrar no Ashram; seu conhecimento se transmuta mais rapidamente em sabedoria, à medida que sua mente é submetida à ação do entendimento superior d’Aqueles com os quais está associado; gradualmente, começa a contribuir com sua própria cota de luz e entendimento para aqueles que acabam de ingressar e para aqueles que são seus iguais. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

(e) A Solidão

1. Esteja preparado para a solidão. É a lei. Quando um homem se dissocia de tudo que diz respeito aos seus corpos físico, astral e mental e se centraliza no Ego, sobrevém uma separação temporária, que deve ser suportada e atravessada, e que o leva, em um período posterior, a estabelecer um vínculo mais estreito com todos os que estão associados com ele por meio do carma de vidas passadas, do trabalho grupal e da atividade do discípulo (realizada, de início, quase inconscientemente), de reunir aqueles através dos quais deverá trabalhar mais tarde. (Iniciação Humana e Solar)

2. A solidão é uma das primeiras coisas que indica a um discípulo que ele está sendo preparado para a iniciação. É evidente, portanto, que a solidão a que me refiro não deriva da debilidade de caráter que rechaça o semelhante, nem de uma natureza indiferente ou desagradável, nem a nenhuma forma de autointeresse tão acentuado que antagonize outras pessoas. Grande parte da solidão na vida do discípulo é por sua culpa e pode repará-la se aplicar as medidas de autodisciplina corretas, e deve aplicá-las, porque concernem à personalidade e nada tenho a fazer com suas personalidades. Estou me referindo à solidão que se produz quando o discípulo aceito se converte em discípulo consagrado e sai da vida de concen-tração no plano físico e de identificação com as formas de existência nos três mundos, achando-se no ponto intermediário entre o mundo dos assuntos externos e o mundo interno de significados. Sua primeira reação é de que está sozinho; rompeu com o passado; abriga muitas esperanças, mas não está seguro do futuro. Sabe que o mundo tangível ao qual está acostumado deve ser substituído pelo intangível mundo de valores, implicando em um novo senso de proporção, uma nova escala de valores e novas responsabilidades. Crê que tal mundo existe e segue adiante valente e teoricamente, mas durante algum tempo ele é totalmente intangível; descobre uns poucos que pensam e sentem como ele, e possui somente o embrião do infalível mecanismo de estabelecer contato. Está se soltando da consciência de massa da qual fazia parte, mas ainda não encontrou o grupo no qual, a seu tempo, será conscientemente absorvido. Portanto, está só e se sente árido e despojado. Alguns de vocês sentem essa solidão; poucos, por exemplo, alcançaram a etapa em que se consideram parte definida e integrante do grupo; apenas dois ou três de vocês compreendem – transitória e fugazmente às vezes – o estreito vínculo com o Ashram; a sua atitude é mais de esperança, acoplada à ideia de que as limitações físicas o impedem de compreender tudo o que na realidade há em conexão com suas aflições internas. Irmãos meus, esse sentimento de solidão é somente outra forma de autoconsciência e de indevido interesse em si mesmo e (à medida que progredirem no Caminho) verão que desaparecerá. Em consequência, quando se sentirem sós, aprendam a considerar isso como um espelhismo ou ilusão e uma limitação que devem superar. Comecem a atuar como se isso não existisse. Gostaria que mais discípulos aprendessem o valor de atuar “como se”. Não há tempo para se sentirem sós nesses dias, pois não há tempo para pensar em si mesmos. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

3. Não tema a solidão. A alma que não pode se manter só nada tem para dar. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

4. Todos os discípulos têm que passar pela revelação de um determinado tipo de solidão espiritual; trata-se de uma prova daquele desapego oculto que todo discípulo deve dominar. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

5. Nesta solidão não há morbidez alguma, não há retraimento rigoroso, nem nenhum aspecto de separatividade. Há apenas o “lugar onde o discípulo permanece, desapegado e sem medo, e naquele lugar de total quietude chega o Mestre e desaparece a solidão”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

(f) A Indiferença Espiritual

1. O que é indiferença? ... Na realidade, significa adotar uma atitude neutra para aquilo que se considera o não-eu. Implica em negar que haja semelhança; assinala o reconhecimento de uma distinção básica; significa a recusa de se identificar com tudo que não seja a realidade espiritual, até onde é percebido e sabido em um ponto dado em tempo e espaço. É, portanto, algo muito mais forte e vital do que normalmente se entende quando a palavra é usada. É uma desaceitação ativa, sem nenhuma concentração no que é repudiado. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

2. A segunda sugestão é cultivar a indiferença – aquela indiferença espiritual que não presta atenção indevida ao corpo físico, às disposições de ânimo e de sentimento nem às ilusões mentais. O corpo existe e deve receber o cuidado correspondente; as disposições de ânimo e de sentimento são potentes e desgastantes, e delas advém grande parte do seu desconforto físico. Lide com elas sem combatê-las, mas substituindo-as por outros interesses, ignorando-as e tratando-as com indiferença, até que morram por falta de atenção e sejam exauridas lentamente. Você presta atenção demais às coisas não essenciais. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

3. Quando o discípulo aprenderá que a atitude de ‘não me importa’ e certa forma de indiferença são um dos caminhos mais rápidos para liberar o Eu das demandas da personalidade? Esta atitude de ‘não me importa’ não é a que afetará a atitude do discípulo para outras pessoas. É a atitude da personalidade pensante e integrada do discípulo frente ao corpo astral ou emocional. Assume a posição de que não tem importância alguma aquilo que produz dor ou angústia ao corpo emocional. Estas reações são simplesmente aceitas, vividas e toleradas sem deixar que se convertam em limitações. Os discípulos fariam bem em refletir sobre o que acabo de dizer. Todo o processo se baseia na crença profundamente arraigada da persistência do Ser imortal nas formas da alma e da personalidade (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(g) Impessoalidade

Quando um homem está começando a viver como alma e sua consciência se afastou do mundo da ilusão, ele então poderá ser útil. A primeira lição que deve aprender é o sentido dos valores em tempo e espaço, e saber que trabalhamos com almas e não nutrimos a personalidade.

Estas palavras parecem muito severas para vocês? Neste caso, isso quer dizer que ainda estão um tanto autocentrados e enamorados da própria alma individual, que não fizeram o devido contato com ela, e talvez não tenham sentido dela nada mais do que a vibração. Ainda não têm a real visão da necessidade do mundo que os liberará da ambição pessoal e dará liberdade para trabalhar como nós fazemos (no lado subjetivo) sem pensar no eu ou na felicidade espiritual, sem nenhum desejo de qualquer tarefa autonomeada, nenhuma ânsia por pomposas promessas de triunfos futuros e sem nenhuma pretensão imperativa pelo compassivo contato com aqueles de consciência mais avançada que a nossa. Se isto está além da sua compreensão, reconheçam e compreendam que não há culpa. Indica apenas o terreno em que estão e que a ilusão do plano astral ainda os escraviza e os leva a colocar as reações da personalidade na frente da realização grupal. Enquanto caminharem neste plano e atuarem neste nível de consciência, não é possível atraí-los conscientemente para o grupo dos Mestres nos níveis mentais. Ainda são muito destrutivos e pessoais; tenderiam a prejudicar o grupo e causar dificuldades e (pelo estímulo grupal), veriam coisas com uma clareza para a qual ainda não estão preparados, e com isso ficariam abalados. Precisam aprender a aceitar as lições contidas na aceitação da orientação da própria alma e a trabalhar com harmonia e impessoalidade no plano físico com o grupo ou grupos a que o destino os impulsionou. Quando aprenderem a lição do autoesquecimento, quando não buscarem nada para o eu separado, quando permanecerem firmes sobre seus próprios pés e buscarem ajuda internamente, quando a tendência da sua vida for pela colaboração, então passarão da etapa do Observador para a do Comunicador. Isto ocorrerá quando for possível confiar em que comunicarão somente o que é impessoal e verdadeiramente construtivo, e que não nutrirão a natureza emocional nem satisfarão os desejos do eu. (Psicologia Esotérica, Volume I)

(h) Desapego

1. É preciso adquirir aquele desapego interno e divino de quem vê a vida em sua real perspectiva. O homem torna-se então livre, sem se afetar por nada do que possa ocorrer. A atitude ideal para você é a do Observador, que de maneira alguma se identifica com o que acontece nos planos físico e emocional, e cuja mente é um límpido refletor da verdade, a verdade percebida intuitivamente, porque não há reações mentais violentas nem respostas emocionais. Os veículos de percepção estão passivos e, portanto, nada impede a atitude correta. Alcançando esse estado de consciência, você poderá ensinar com poder e, ao mesmo tempo, possuirá o que deve ensinar. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. Você está aprendendo a se desapegar das pessoas e das mãos que agarram daquelas presenças exigentes que clamam por sua atenção. Esta liberação deve aumentar, à medida que se esforça por atender de maneira perfeita a necessidade dos que o circundam e, ao mesmo tempo, a continuar com maior força o seu desapego do aferramento interno dessas pessoas sobre você. Elas não devem chegar até a fortaleza interna da sua alma, onde você deve aprender a permanecer, desapegado e sem medo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

3. Um dos problemas que todos os discípulos sinceros têm que solucionar é aprender a viver como se o corpo físico não existisse. Com isso quero dizer que uma atitude mental interna deve neutralizar as limitações e impedimentos que o corpo físico impõe sobre a expressão da consciência livre, espiritual, frente à vida e às circunstâncias que constituíram a principal lição nesta encarnação específica. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

4. Uma das primeiras lições que todo discípulo deve aprender é o desenvolvimento do desapego interno que o habilitará a ser absorvido na consciência do irmão e assim saber e determinar a melhor maneira de ajudá-lo e estimulá-lo para um renovado autoesforço. Deve também cultivar a verdadeira humildade que o obrigará a dar tudo o que tem no serviço abnegado e depois esquecer o que deu de si mesmo, não se considerando como um fator no caso. Somente quando o desapego e a humildade estiverem presentes um discípulo poderá servir realmente. Portanto, cultive essas qualidades e continue dando de si mesmo em serviço. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

5. Viva sempre acima do seu corpo físico; ignorando como se sente e procurando permanecer, tanto quanto possível, com a consciência vigílica fusionada e harmonizada com a da alma. Mesmo que não a sinta, saiba que ela ali está.

Pergunto-me, meu irmão, se é possível fazê-lo ver que a vida de isolamento espiritual de nenhuma maneira é isolamento pessoal. Chegar a este estado do “ser isolado” é para você solucionar muitos dos seus problemas. O isolamento produz a indiferença emocional em relação ao ambiente e às pessoas, mas trata-se de uma indiferença espiritual baseada no desapego e no desapaixonamento espirituais. Quando presente, as obrigações e os deveres são cumpridos, mas não há identificação com as pessoas nem com as circunstâncias. A alma permanece livre, desapegada, sem medo e não é regida pelo que existe nos três mundos. Esta é a verdadeira indiferença espiritual. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

6. Seja apegado às almas, meu irmão, mas desapegado das personalidades. As almas curam e ajudam as personalidades uns dos outros. As relações da personalidade exaurem e desvitalizam. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

7. O fracasso de ser desapegado. Liga-se aos que ama, e as aferradoras mãos do amor podem muitas vezes impedir o progresso – não só o seu como também daqueles a quem ama. Ao amar os que convivem com você, já se perguntou alguma vez: eu os fortaleço como almas a fim de que façam frente à vida e prestem serviço?... Seu amor, seu persistente e possessivo amor aos que reuniu estreitamente ao seu redor no processo cármico da vida impede que os ame intensa e realmente... Peço-lhes que seu amor seja mais real. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

8. Mantenha sempre a atitude do Observador na cabeça. Desta maneira, o desapego da alma aumentará, enquanto se desenvolve e multiplica o apego da alma às almas. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

9. O discípulo aprende oportunamente a se conhecer, sobretudo (quando encarnado), como diretor de forças, ele as dirige das alturas do Observador divino e alcançando o desapego. Muitas vezes já lhes falei dessas coisas anteriormente. Estas verdades, para vocês, são apenas trivialidades do ocultismo, mas, se pudessem compreender o pleno significado do desapego e permanecer serenos, como o Diretor que observa, não haveria mais nenhuma ação inútil, nenhum erro e nem falsas interpretações, nenhum serpenteio pelos atalhos da vida diária, não veriam os outros com uma visão distorcida e preconceituosa e – acima de tudo – no haveria desperdício de forças. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

(i) Liberdade

1. Irmão meu, considere-se livre, mas esteja bem seguro de que não exige liberdade porque a afiliação grupal o aborrece. Quanto mais a alma se aferra à personalidade, menos se preocupará com os problemas de isolamento e liberdade. Sinta-se livre, mas esteja bem seguro de que não exige essa liberdade porque a constante disciplina do treinamento ocultista irrita um temperamento ainda essencialmente místico. Quanto mais a alma se aferra a você, tanto mais a sua mente despertará e o sentimento (no sentido pessoal) se desvanecerá. Sinta-se livre, mas assegure-se de que não demanda liberdade porque a sensação de que fracassou ao organizar seu tempo e submeter sua personalidade a um viver rítmico fere o seu orgulho. Quanto mais a sua alma se aferra a você, mais seguramente aprenderá a usar o tempo como uma responsabilidade. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

2. Vezes seguidas, ao longo do Caminho, o discípulo se rebelará contra o controle e cairá novamente no espelhismo de sua suposta liberdade. Pode se liberar do controle da personalidade e também do controle das personalidades, mas nunca pode se liberar da Lei do Serviço e da constante interação entre homem e homem e alma e alma. Ser livre significa permanecer na clara e límpida luz da alma, que básica e intrinsecamente é consciência grupal. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

(j) Serenidade

Já assinalei o quanto é difícil o processo de absorver um novo discípulo em um Ashram, pois é preciso ensinar a ele a progredir gradualmente da periferia da consciência grupal para o centro. Cada passo adiante deve ser observado cuidadosamente pelo Mestre, a fim de proteger o Ashram de toda atividade perturbadora. Somente quando o discípulo alcança a “serenidade oculta” tem autorização para se enfocar permanentemente dentro da aura grupal, e isso acontece quando se torna consciente da vibração específica e peculiar da aura do Mestre. Daí, como poderemos ver, a necessidade de serenidade.

Assinalaria que serenidade e paz não são a mesma coisa. A paz deve ser sempre temporária e se refere ao mundo do sentimento e às condições suscetíveis de perturbação. É essencial para o progresso e um acontecimento inevitável que cada passo adiante seja marcado por perturbações, pontos de crise e caos, substituídos depois (quando manejados com êxito) por períodos de paz. Mas esta paz não é serenidade, e o discípulo só terá autorização para morar dentro da aura do Mestre quando a serenidade tiver substituído a paz. Serenidade significa aquela calma profunda, desprovida de perturbações emocionais, que caracteriza o discípulo que está enfocado na “mente mantida firme na luz”. A superfície da sua vida pode se achar (do ponto de vista mundano) em estado de violenta ebulição. Tudo o que estima e aprecia nos três mundos, pode estar se desmoronando ao seu redor mas, apesar disso, ele se mantém firme, equilibrado na consciência da alma, e as profundezas de sua vida permanecem imperturbáveis. Não se trata de insensibilidade nem uma forçada autossugestão, como também não é uma capacidade de exteriorizar a consciência de tal maneira que os acontecimentos individuais sejam ignorados. É a intensidade do sentimento transmutado em compreensão enfocada. Quando isto for alcançado, o discípulo tem o direito de viver dentro da aura do Mestre. Nada resta nele que obrigue o Mestre a desviar a atenção dos esforços vitais para a insignificante tarefa de ajudar o discípulo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

(k) Calma Interna

1. Tenha paciência. A resistência é uma das características do Ego. O Ego persiste porque sabe que é imortal. A personalidade se desencoraja porque sabe que o tempo é curto.

Para o discípulo nada ocorre que não esteja previsto no plano, e quando as motivações e a única aspiração do coração são o cumprimento da vontade do Mestre e o serviço à raça, o que acontece tem em si as sementes da próxima empresa e também contém o ambiente necessário para o próximo passo. Temos nisso muito esclarecimento e também aquilo em que o discípulo pode se apoiar quando a visão se anuvia, a vibração fica mais baixa do que talvez devesse estar e o raciocínio se embaça em razão dos miasmas oriundos das circunstâncias do plano físico. Em muitos discípulos, certas coisas que aparecem no corpo astral baseiam-se em antigas vibrações, não têm nenhum fundamento real e o campo de batalha é controlar a situação astral de tal maneira que das ansiedades e preocupações presentes brotem a confiança e a paz, e da ação e interação violentas possa se desenvolver a tranquilidade.

É possível alcançar um ponto em que nada do que acontece pode perturbar a calma interna, em que a paz que transcende toda compreensão é conhecida e experimentada, porque a consciência está centrada no Ego, que é a própria paz, a esfera da vida búdica; em que a própria estabilidade é conhecida e sentida e o equilíbrio reina, porque o centro de vida está no Ego, o qual – em essência – é estabilidade; em que reina a calma, serena e inabalável, porque o divino Conhecedor empunha as rédeas do governo e não permite transtornos oriundos do eu inferior; em que a própria beatitude é alcançada e que não se baseia nas circunstâncias dos três mundos, mas no entendimento interno da existência separada do não-eu, existência que persiste quando tempo e espaço, e tudo que neles contêm, deixam de existir; isto é conhecido quando todas as ilusões dos planos inferiores são vivenciadas, transpostas e transmutadas; isto perdura quando o pequeno mundo do esforço humano tiver se dissipado e desaparecido, passando a ser considerado como nada, estando baseado no conhecimento de que EU SOU AQUELE.

Esta atitude e experiência é para todos aqueles que persistem em seu elevado esforço e a nada dão valor, a não ser alcançar a meta, e que administram um curso resoluto através das circunstâncias, com os olhos fixos na visão futura e os ouvidos atentos à Voz do Deus interno que ressoa no silêncio do coração; os pés firmemente apoiados no caminho que leva ao Portal da Iniciação; as mãos estendidas para ajudar o mundo e toda a vida subordinada ao chamado do serviço. Então, tudo o que vem é para o melhor – doença, oportunidade, sucesso e desenganos, humilhações e maquinações dos inimigos, incompreensão por parte dos seres queridos – tudo é para ser usado e tudo que existe para ser transmutado. Eles se dão conta de que a continuidade da visão, da aspiração e do contato internos são mais importantes do que tudo aquilo. Essa continuidade é o que deve ser visado, não graças às circunstâncias, mas apesar delas.

À medida que o aspirante progride, não apenas equilibra os pares de opostos, como o segredo do coração do seu irmão lhe é revelado. Ele se torna uma força reconhecida no mundo, sendo tido como alguém em quem se pode contar para servir. Os homens recorrem a ele quando precisam de ajuda, pois reconhecem a atividade que desempenha, e ele começa a emitir a sua nota para ser ouvida nas linhas dévicas e humanas. Assim faz – nesta etapa – por meio da escrita, da palavra falada, dando cursos e ensinamentos, exprimindo-se por meio da música, da pintura e da arte. De um jeito ou de outro alcança o coração dos homens e se torna um auxiliar e servidor da sua raça. (Iniciação Humana e Solar)

2. Perfeito equilíbrio indica total controle do corpo astral, de maneira que as desordens emocionais são superadas, ou pelo menos ficam reduzidas ao mínimo na vida do discípulo. Indica também, em uma volta superior da espiral, a capacidade de atuar livremente nos níveis búdicos, devido à total liberação (e ao consequente equilíbrio) de todas as influências e impulsos que são motivados a partir dos três mundos. Este tipo ou qualidade de equilíbrio significa – se refletirmos profundamente – um estado de mente abstrata; nada do que se considera imperfeição pode criar distúrbios. Seguramente compreenderão que, se estivessem totalmente livres de toda reação emocional, a clareza mental e a capacidade de pensar com clareza aumentariam muito, com tudo o que isso envolve.

Naturalmente, o perfeito equilíbrio de um discípulo-iniciado e o do Mestre-Iniciado é diferente, porque um diz respeito ao efeito que produz ou não nos três mundos e o outro concerne à adaptabilidade ao ritmo da Tríade espiritual. Entretanto, o primeiro tipo de equilíbrio deve preceder a realização posterior, e por isso me ocupo do tema. Este perfeito equilíbrio (que o leitor tem possibilidade de realizar) alcança-se rechaçando as insistências, anseios, impulsos e atrações da natureza astral ou emocional, e também praticando o que já mencionei antes: Indiferença Divina. (Cura Esotérica)

(l) Responsabilidade

Do ponto de vista da ciência esotérica, o sentido de responsabilidade é a primeira e destacada característica da alma. Portanto, na medida em que o discípulo está em contato com a alma e vai se tornando uma personalidade inspirada pela alma, e, em consequência, sob a direção dela, empreenderá a tarefa que lhe é apresentada. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

(m) Sabedoria

A Sabedoria é resultado da Câmara da Sabedoria. Tem a ver com o desenvolvimento da vida dentro da forma, com o progresso do espírito através dos veículos em constante transformação e com as expansões de consciência que se sucedem vida após vida. Trata do lado vida da evolução. Como trata da essência das coisas e não das coisas em si, é a captação intuitiva da verdade, independente da faculdade racional e é a inata percepção capaz de diferenciar entre o falso e o verdadeiro, entre o real e o irreal. É mais do que isso, pois é também a crescente capacidade do Pensador de penetrar cada vez mais na mente do Logos, de compreender a verdadeira natureza interna do grande espetáculo do universo, de visionar o objetivo e de se harmonizar progressivamente com os ritmos superiores. Pode ser descrita, para o nosso propósito imediato (que é estudar o Caminho de Santidade e suas diversas etapas) como a consumação do “Reino de Deus interno” e a captação do “Reino de Deus externo” no sistema solar. Talvez pudesse ser expressa como a fusão gradual dos caminhos do místico e do ocultista – a construção do Templo da Sabedoria sobre os fundamentos do conhecimento.

A Sabedoria é a ciência do espírito, assim como conhecimento é a ciência da matéria. O conhecimento é separatista e objetivo, enquanto que a sabedoria é sintética e subjetiva. O conhecimento separa, a sabedoria une. O conhecimento faz diferenças, enquanto que a sabedoria mescla bem. Então, o que significa entendimento?

O Entendimento poderia ser definido como a faculdade do Pensador no Tempo de se apropriar do conhecimento como fundamento para a Sabedoria, aquilo que o habilita a adaptar as coisas da forma à vida do espírito e a acolher lampejos de inspiração provenientes da Câmara da Sabedoria e vinculá-los aos fatos da Câmara do Conhecimento. Talvez fosse possível expressar melhor essa ideia da seguinte maneira:

A Sabedoria diz respeito ao Eu, o conhecimento trata do não-eu, enquanto que o entendimento é o ponto de vista do Ego ou Pensador, ou a relação entre o eu e o não-eu.

Na Câmara da Ignorância a forma controla, predominando o aspecto material das coisas. O homem está polarizado na personalidade ou eu inferior. Na Câmara do Conhecimento o Eu Superior ou Ego batalha para dominar essa forma até que, de maneira gradual, alcança um ponto de equilíbrio, no qual o homem não é totalmente controlado por nenhum dos dois. Posteriormente, o Ego controla cada vez mais, até que, na Câmara da Sabedoria, Ele domina nos três mundos inferiores e a divindade interna assume o controle total. (Iniciação Humana e Solar)

(n) Intuição

1. Intuição é a compreensão sintética, prerrogativa da alma, que só se torna possível quando a alma, em seu próprio nível, segue em duas direções: para a Mônada e para a personalidade integrada e, talvez, ainda que apenas temporariamente, coordenada e unificada. É o primeiro indício de uma profunda unificação subjetiva que chegará à consumação na terceira iniciação.

Intuição é uma captação abrangente do princípio da universalidade; quando está atuando é, pelo menos temporariamente, uma completa perda do sentido de separatividade. Em seu ponto mais elevado, é reconhecida como aquele Amor Universal que não tem relação com sentimento nem com reação afetiva, mas que se identifica com todos os seres. Conhece-se então a verdadeira compaixão; criticar se torna impossível. Somente então se vê o germe divino como latente em todas as formas.

Intuição é luz em si e, quando está em atuação, vê-se o mundo como luz e os corpos de luz de todas as formas tornam-se gradualmente aparentes. Isto traz consigo a capacidade de fazer contato com o centro de luz em todas as formas, estabelecendo-se assim também uma relação essencial, o sentido de superioridade e separatividade recuando para segundo plano.

A intuição, portanto, ao surgir, traz três qualidades:

(a) Iluminação. Por iluminação não me refiro à luz da cabeça, que é incidental e fenomênica; muitas pessoas verdadeiramente intuitivas desconhecem por completo esta luz. A luz a que me refiro é a que ilumina o Caminho. É “a luz do intelecto” que significa realmente o que ilumina a mente e pode se refletir no mecanismo mental quando se mantém “firme na luz”. É a “Luz do Mundo”, uma realidade eternamente existente, mas que só pode ser descoberta quando a luz interna individual é reconhecida como tal. É a “Luz das Eras” que brilha cada vez mais até que o Dia esteja conosco. Intuição, portanto, é reconhecer internamente, por experiência própria e não em teoria, a nossa completa identificação com a Mente Universal, que somos parte integrante da grande Vida do mundo e que participamos da Existência que persiste eternamente.

(b) Compreensão... Ter verdadeira compreensão implica em possuir crescente capacidade de amar a todos os seres e, ao mesmo tempo, manter um desapego pessoal, o qual pode se basear facilmente em uma incapacidade de amar, em uma preocupação egoísta pelo próprio conforto – físico, mental ou espiritual e, acima de tudo, emocional. As pessoas que pertencem ao primeiro raio temem a emoção e a desprezam, mas às vezes têm que entrar em um estado emotivo para que possam depois usar a sensibilidade emotiva da maneira correta.

Compreensão implica em fazer contato com a vida como personalidade integrada, mais a reação egoica aos propósitos e planos do grupo. Supõe a unificação alma-personalidade, ampla experiência e uma rápida atividade do princípio crístico interno. A compreensão intuicional é sempre espontânea. Onde há raciocínio para se chegar à compreensão, não é atividade da intuição.

(c) Amor. Como já foi dito, não se trata de um sentimento afetuoso, nem de possuir uma disposição amorosa; esses aspectos são incidentais e consequentes. Quando se desenvolve a intuição, tanto o afeto como a exteriorização de um espírito amoroso se expressarão necessariamente na forma mais pura, mas o que produz isto é algo muito mais profundo e abrangente. É esta captação sintética e inclusiva da vida e das necessidades de todos os seres (escolhi estas duas palavras com toda intenção), que um divino Filho de Deus tem o elevado privilégio de exercer. Suprime tudo o que ergue barreiras, formula críticas e provoca separação. Não vê nenhuma diferença, mesmo quando se dá conta da necessidade e, naquele que ama como alma, produz uma identificação imediata com o que é amado. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

2. Sempre existiram aqueles que treinaram a mente na arte do claro pensar, concentraram a atenção na consequente receptividade da verdade, mas até agora foram poucos e surgiram eventualmente. São as mentes marcantes das diferentes épocas. Agora, porém, são muitas e surgem cada vez com maior frequência. As mentes da raça estão em processo de treinamento, e muitas à beira de um novo conhecimento. A intuição, que guia todos os pensadores avançados para os novos campos do conhecimento, nada mais é do que a vanguarda da onisciência que caracteriza a alma. A verdade de todas as coisas existe e é denominada onisciência, infalibilidade e “conhecimento correto” na filosofia hindu. Quando o homem capta um fragmento dela e a absorve na consciência racial, recebe a denominação de formulação de uma lei ou de uma descoberta de um dos processos da natureza. Até agora vem sendo uma empresa lenta, feita aos poucos.

Mais adiante, e dentro de não muito tempo, a luz afluirá, a verdade será revelada e a raça tomará posse do seu patrimônio – o patrimônio da alma. (Tratado sobre Magia Branca)

3. Correta ação:

Que critério o homem pode aplicar para saber qual das distintas atividades a empreender é a correta? Em outras palavras, existe um algo revelador que permita ao homem, inequivocamente, escolher a correta atividade e seguir o caminho correto? Essa pergunta não se refere à escolha entre o caminho do esforço espiritual e o caminho do homem mundano, mas à correta ação quando diante de uma escolha...

Baseado em um sentido interno de orientação, o aspirante pode esperar, sabendo que a seu devido tempo comprovará, ao cerrar todas as portas menos uma, qual é o Caminho a seguir. Existe apenas uma porta aberta pela qual ele pode passar. A intuição é necessária para reconhecê-la.... Neste caso os erros são impossíveis e só se pode empreender a ação correta. ...Tudo se reduz a uma compreensão do nosso lugar na escala da evolução. Só o homem altamente evoluído pode conhecer os momentos e tempos próprios e é capaz de discernir adequadamente a sutil diferença entre uma tendência psíquica e a intuição...

O homem, que emprega o bom senso e adota uma linha de ação baseada no emprego da mente concreta não deve praticar o método superior de esperar que se abra uma porta. Está esperando demais no lugar em que se encontra. Ele tem que aprender a resolver seus problemas pela decisão certa e pelo uso correto da mente. Através deste método ele progredirá, pois as raízes do conhecimento intuitivo estão arraigadas profundamente na alma e, portanto, deve estabelecer contato com a alma antes que a intuição possa atuar. Nesta altura só é possível dar uma indicação: a intuição diz respeito sempre à atividade grupal e não aos pequenos assuntos pessoais. Se você ainda está centrado na personalidade deve reconhecer isso e reger suas ações com as faculdades de que dispõe. Se sabe que atua como alma e que está submerso no interesse dos demais e não está impedido pelo desejo egoísta, cumprirá então a obrigação que lhe compete, assumirá a responsabilidade, realizará o seu trabalho grupal e o caminho lhe será aberto enquanto desempenha a tarefa que tem pela frente e realiza seu dever mais imediato. Do dever cumprido com esmero surgirão os deveres maiores que chamamos de trabalho mundial; ao levar a carga da responsabilidade da família, nossos ombros serão fortalecidos, o que nos permitirá suportar as responsabilidades do grupo maior. Qual é então o critério?

Para o aspirante de grau superior, repito, a escolha da forma de atuar depende do uso sensato da mente inferior, do emprego de um sólido bom senso e do esquecimento do bem-estar egoísta e da ambição pessoal. É o que leva ao cumprimento do dever. O discípulo deve empreender, necessária e automaticamente, tudo o que foi dito e, além disso, utilizar a intuição, que lhe revelará o momento em que pode assumir as responsabilidades grupais mais amplas, simultaneamente com as do grupo menor. Reflitam sobre isto. A intuição não revela a forma em que se pode fomentar a ambição, nem como satisfazer o desejo do progresso egoísta. (Tratado sobre Magia Branca)

4. Quando o uso do instrumento subjetivo se tornar voluntário e o ser humano souber como deve ser utilizado, quando utilizá-lo e for capaz de descontinuar o uso e retomá-lo à vontade, todo o seu status muda e a sua utilidade aumenta. Pelo uso da mente a humanidade se tornou cônscia dos propósitos e emprego do mecanismo físico. Agora, pelo uso de uma faculdade ainda mais elevada, característica da alma, ela entra no controle voluntário e inteligente do seu instrumento e aprende a compreender os propósitos para os quais existe referido instrumento. Esta faculdade mais elevada é a intuição. (Tratado sobre Magia Branca)

5. Somente insisto junto a cada um e a todos que leem estas Instruções sobre a necessidade de renovar esforços, a fim de que se qualifiquem para o serviço mediante um esforço consciente e deliberado para desenvolver a intuição e conquistar a iluminação. Todo ser humano que alcança a meta de luz e sabedoria tem, automaticamente, um campo de influência que se estende para cima e para baixo, e ambos chegam internamente à fonte da luz, como exteriormente aos “campos da escuridão”. Quando tiver alcançado a realização, se tornará um centro consciente de força doadora de vida, o que fará sem nenhum esforço. Estimulará, energizará e vivificará para renovados esforços todas as vidas com as quais entra em contato, seja um companheiro aspirante, um animal ou uma flor. Atuará como transmissor de luz na escuridão, dispersará o espelhismo ao seu redor e possibilitará a irradiação da realidade.

Quando os filhos dos homens puderem atuar desta maneira em grande número, a família humana ingressará em seu destinado trabalho de serviço planetário. Sua missão é atuar como ponte entre o mundo do espírito e o mundo das formas materiais. Todos os graus de matéria se encontram no homem e todos os estados de consciência são possíveis para ele. A humanidade pode trabalhar em todas as direções, elevando ao céu os reinos subumanos, e trazendo o céu para a Terra. (Tratado sobre Magia Branca)

6. O poder da intuição, meta de muito do trabalho que os discípulos devem fazer, requer o desenvolvimento de outra faculdade no homem. A intuição também é uma função da mente e, quando usada corretamente, habilita o homem a captar a realidade com clareza e a realidade destituída de todo espelhismo e das ilusões dos três mundos. Quando a intuição está atuando em qualquer ser humano, ele está habilitado a tomar a ação direta e correta, pois está em contato com o Plano, com o fato puro e não adulterado e com ideias não distorcidas – livres de ilusão e oriundas diretamente da Mente divina ou universal. O desenvolvimento desta faculdade viabilizará o reconhecimento mundial do Plano e este é o maior feito da intuição no atual ciclo mundial. Quando esse Plano é detectado, vem a compreensão da unidade de todos os seres, da síntese da evolução mundial e da unidade do objetivo divino. Toda a vida e todas as formas são então vistas em sua verdadeira perspectiva; o resultado é um correto senso dos valores e do tempo. Quando o Plano é realmente intuído de sua fonte original, o esforço construtivo se torna inevitável e não há movimento perdido. É o entendimento parcial sobre o Plano e sua interpretação não-original dos ignorantes que é responsável pelo esforço desperdiçado e pelos insensatos impulsos que caracterizam as atuais organizações ocultistas do mundo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

7.O Espelhismo e a Intuição: o objetivo diante da Hierarquia nesta época é romper e dissipar o espelhismo mundial. Isto deve ser feito em escala mundial, assim como acontece na vida de cada discípulo. Do mesmo modo como o homem transfere seu foco de consciência (quando está no Caminho do Discipulado) para o plano mental e aprende a desintegrar o espelhismo que até então o mantinha no plano astral, da mesma maneira o problema atual da Hierarquia é produzir um acontecimento similar na vida da humanidade como um todo, porque a humanidade está na encruzilhada e sua consciência vai se enfocando rapidamente no plano mental. Um golpe mortal deve ser assestado na ilusão mundial, pois escraviza os filhos dos homens. Aprendendo a abrir caminho através do espelhismo em suas próprias vidas e a viver na luz da intuição, os discípulos podem fortalecer as mãos d’Aqueles cuja tarefa é despertar a intuição nos homens. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

8. O esforço para ler, compreender e depois expressar essa compreensão em palavras, ajuda grandemente a manifestar a percepção intuitiva no plano físico. Esta tarefa nunca é fácil para um intuitivo natural... mas trará uma grande recompensa. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

9. A intuição é principalmente o desenvolvimento da sensibilidade e de uma resposta interna à alma. Deve ser cultivada com cuidado, sem prestar atenção alguma ao fator tempo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

10. Instinto espiritual é a capacidade da alma de registrar contato com a Hierarquia, da qual a alma é parte inerente, assim como no corpo físico as respostas instintivas e mecânicas no homem, suas reações e reflexos, são parte integrante do mecanismo material. No caso do instinto espiritual, é a intuição que interpreta e ilumina a mente. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

11. Nunca se toma a iniciação, a não ser que a intuição esteja se tornando ativa. O instinto espiritual, aspecto inferior da intuição, indica aptidão para a primeira iniciação; uma mente iluminada e uma inteligência espiritual são o sinal definido de que um homem pode tomar a segunda iniciação, enquanto que a percepção espiritual ou instinto intuitivo significa aptidão para a Transfiguração, a terceira iniciação. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

12. O discípulo aprende, afinal, a substituir o lento e laborioso trabalho da mente, com seus característicos desvios, ilusões, erros, dogmatismos, pensamentos e conhecimentos separatistas, pela rápida e infalível intuição. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

13. O polo oposto da ilusão, como bem sabem, é a intuição. A intuição é o reconhecimento da realidade que se torna possível quando o espelhismo e a ilusão desaparecem. Ocorrerá uma reação intuitiva à verdade quando – em determinada linha de abordagem à verdade – o discípulo conseguiu aquietar as tendências da mente de criar formas-pensamento, para que a luz possa fluir diretamente e sem se desviar, dos mundos espirituais superiores. A intuição pode começar a fazer sentir sua presença quando o espelhismo não mais domina o homem inferior, e os desejos do homem, baixos ou elevados, interpretados de maneira emocional ou autocentrada, não mais se interpõem entre sua consciência cerebral e a alma. Os verdadeiros aspirantes, durante a luta pela vida, têm esses momentos fugazes de liberdade elevada. Têm então um clarão intuitivo de entendimento. O esquema do futuro e a natureza da verdade irrompem, passando momentaneamente através de sua consciência, e a vida nunca mais volta a ser a mesma. Tiveram a garantia de que toda luta se justifica e que evocará sua adequada recompensa. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

14. A intuição é um poder superior ao da mente e uma faculdade latente na Tríade espiritual; é o poder da razão pura, uma expressão do princípio búdico, e se encontra além do mundo do Ego e da forma. Somente quando o homem se torna um iniciado, é possível para ele exercer normalmente a verdadeira intuição. Com isto quero dizer que a intuição então será tão facilmente operacional como é o princípio mente no caso de uma pessoa de inteligência ativa. No entanto, a intuição se fará sentir muito antes em casos extremos ou de demanda urgente. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

15. A intuição é a fonte ou a doadora da revelação. Por meio da intuição revela-se no mundo uma progressiva compreensão dos métodos de Deus, em bem da humanidade. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

16. No caminho da intuição, até mesmo o neófito pode começar a desenvolver em si mesmo o poder de reconhecer aquilo que a mente inferior é incapaz de lhe dar. Algum pensamento de poder revelador, para ser usado em bem de muitos, pode chegar à sua mente; uma nova luz sobre uma verdade muito, muito antiga pode penetrar, liberando-a dos grilhões da ortodoxia, dessa maneira iluminando a sua consciência, que ele deve usar para todos e não somente para si. Pouco a pouco, descobre o caminho para o mundo da intuição; dia após dia e ano após ano, torna-se mais sensível às ideias divinas e mais apto a se apropriar delas com inteligência, em bem dos seus semelhantes.

A esperança do mundo e a dispersão da ilusão residem no desenvolvimento e treinamento consciente de intuitivos. Há muitos intuitivos naturais, cujo trabalho é uma mescla de psiquismo superior com lampejos de verdadeira intuição. É preciso haver um treinamento para que se tornem verdadeiros intuitivos. Em paralelo à resposta intuitiva e ao esforço de precipitar a intuição no mundo do pensamento humano, deve haver também um firme desenvolvimento da mente humana, de maneira que possa captar e apreender aquilo que é projetado, e nisso também está a esperança da raça. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

17. A intuição nada tem a ver com os três mundos da experiência humana, mas apenas com as percepções da Tríade espiritual e com o mundo das ideias. A intuição está para o mundo de significados, como a mente está para os três mundos da experiência. Produz entendimento, da mesma maneira como a luz da alma produz conhecimento, por meio dessa experiência. O conhecimento não é uma reação puramente mental, mas sim algo que se encontra em todos os níveis, e é instintivo de alguma forma em todos os reinos. Isto é incontestável. Os cinco sentidos trazem conhecimento do plano físico; a sensibilidade psíquica traz conhecimento do plano astral; a mente traz percepção intelectual, mas os três são aspectos da luz do conhecimento (que vem da alma) à medida que vai informando seus veículos de expressão no vasto ambiente tríplice em que escolhe se aprisionar para fins de desenvolvimento.

Em uma volta mais elevada da espiral, a intuição é a expressão da tríplice Tríade espiritual, colocando-a em relação com os níveis superiores da expressão divina, sendo resultado da vida da Mônada – uma energia que traz revelação do propósito divino. É no mundo desta revelação divina onde o discípulo, oportunamente, aprende a trabalhar, e no qual o iniciado atua de maneira consciente. A ativa vida nos três mundos é uma expressão distorcida desta experiência superior, constituindo também o campo de treinamento no qual a capacidade de viver a vida iniciática de percepção intuicional e de serviço ao Plano se desenvolve lentamente... Os discípulos chegarão a um ponto do seu desenvolvimento em que saberão se estão reagindo à luz da alma ou à percepção intuicional da Tríade. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

18. A Futura Civilização Intuitiva: A intuição é o infalível agente sensível, latente em todo ser humano; como sabem, baseia-se no conhecimento direto e não sofre obstrução de nenhum instrumento que funcione normalmente nos três mundos. O Cristo é oHomem-Semente desta futura era intuicional, porque “Ele sabia o que havia no homem”. Hoje, um grupo ou conjunto de grupos podem também nutrir a semente da intuição; o cultivo da sensibilidade à impressão telepática é um dos promotores mais potentes para o desenvolvimento do uso futuro da faculdade intuitiva. (Telepatia e o Veículo Etérico)

19. A intuição é uma ideia revestida de substância etérica e no momento em que o homem responde a essas ideias, pode começar a dominar as técnicas do controle etérico... Uma ideia é verdadeira quando vem dos níveis intuitivos da consciência divina. Ela é observada ou captada pelo homem que possui em seu instrumental substância da mesma qualidade, pois é a relação magnética entre o homem e a ideia que permite que ele a receba. (Telepatia e o Veículo Etérico)


24. A LUZ

1. O desenvolvimento da consciência ou a revelação da alma, o que pode receber a denominação de Teoria da Evolução da Luz. Levando em conta que até mesmo o cientista moderno diz que luz e matéria são termos sinônimos, desta maneira reproduzindo os ensinamentos do Oriente, fica evidente que pela interação dos polos e pela fricção dos pares de opostos surge a luz. A meta da evolução é uma série gradual de manifestações de luz. Velada e oculta, a luz se encontra em todas as formas. À medida que a evolução se processa, a matéria vai se tornando um melhor condutor de luz, assim demonstrando a exatidão da afirmação do Cristo, “Eu Sou a Luz do Mundo”. (Tratado sobre Magia Branca)

2. Quando um homem caminha literalmente na luz da sua alma e a clara luz do sol é vertida através dele – revelando o caminho – isso revela, ao mesmo tempo, o Plano. No entanto, ele se torna simultaneamente consciente de que o Plano ainda está muito longe de ser consumado. A escuridão, na verdade, se faz mais evidente; o caos, a miséria e o fracasso dos grupos mundiais ficam expostos; observam-se as impurezas e o pó das forças que guerreiam e todo o sofrimento do mundo pesa sobre o perplexo, mas iluminado, aspirante. Estará apto a suportar esta pressão? Poderá conhecer a dor e, ainda assim, se regozijar eternamente na consciência divina? Terá a capacidade de enfrentar o que a luz revela e ainda prosseguir no caminho com serenidade, na certeza do triunfo final do bem? Ficará acabrunhado pelo mal superficial e se esquecerá do coração de Amor que bate por trás de todas as aparências externas? O discípulo deve ter esta situação sempre presente, ou será destruído pelo que descobriu.

Com o advento da luz, porém, torna-se consciente de uma forma de energia que é nova para ele. Aprende a trabalhar em um novo campo de oportunidades. O reino da mente se abre diante dele e descobre que é capaz de diferenciar entre a natureza emocional e a mental. Descobre também que pode obrigar a mente a assumir a posição de controladora, e que as forças sensórias reagem, obedecendo às energias mentais. “A luz da razão” produz isto – luz sempre presente no homem, mas que só se torna relevante e potente quando vista e conhecida, seja fenomênica ou intuitivamente. (Tratado sobre Magia Branca)

3. À luz do Todo se desvanece a luz do pequeno eu, assim como a luz inerente em todo átomo do corpo se reúne e fica obscurecida na luz da alma, quando esta resplandece em toda a sua glória.

Quando esta etapa de altruísmo, serviço e subordinação ao Eu Uno e de sacrifício ao grupo se tornar o objetivo, o homem terá alcançado a etapa em que pode ser aceito naquele grupo de místicos, conhecedores mundiais e trabalhadores grupais que é o reflexo da Hierarquia planetária no plano físico. (Tratado sobre Magia Branca)

4. “Sou um mensageiro da Luz. Sou um peregrino no caminho do amor. Não caminho só, pois me reconheço como um com todas as grandes almas, e um com elas em serviço. A força delas é minha. Esta força eu invoco. Minha força é delas e a dou liberalmente. Como alma, caminho na Terra. Represento o UNO”. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

5. Não desanime. Pelos nossos fracassos e nossas reações ao espelhismo, aprendemos a percorrer confiantemente o Caminho de Luz. Aprenda com o passado, mas não permita que o retenha. No deixe que as palavras nem a influência de outros o guiem. Que a luz da sua própria alma o guie de uma força para outra e lhe revele uma pureza de motivo que inundará sua vida de amor. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

6. Todo o tema da revelação se refere à revelação da luz e implica em muitas e variadas interpretações da palavra “luz”; diz respeito à descoberta das áreas iluminadas do ser que de outra maneira permaneceriam desconhecidas e, portanto, ocultas. Criamos luz; usamos luz; descobrimos luzes maiores que servem para nos revelar o Deus Desconhecido. É a luz guia em nós que oportunamente revela essas luzes mais brilhantes que introduzem o processo da revelação. Como podem compreender, meus irmãos, estou falando em símbolos. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

7. Seria possível dizer que o processo de levar luz aos lugares escuros compreende, naturalmente, três etapas:

1. O principiante e o aspirante se esforçam para erradicar o espelhismo de sua própria vida, pelo uso da luz da mente. A luz do conhecimento é o principal agente dispersador nas primeiras etapas da tarefa, eliminando eficazmente os diversos espelhismos que velam a verdade ao aspirante.

2. O aspirante e o discípulo trabalham com a luz da alma. É a luz da sabedoria, resultado da interpretação de uma longa experiência, que aflui e se mescla com a luz do conhecimento.

3. O discípulo e o iniciado trabalham com a luz da intuição. Mediante a fusão da luz do conhecimento (luz da personalidade) e a luz da sabedoria (luz da alma), a Luz é vista, conhecida e apreendida. Esta luz apaga as luzes menores por meio da pura irradiação de seu poder.

Temos, portanto, a luz do conhecimento, a luz da sabedoria e a luz da intuição, que são três estados ou aspectos definidos da Luz Una. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

8. A Ciência do Antahkarana, tecnicamente falando e para fins grupais, é especialmente a ciência da manifestação de luz com seus resultados de revelação e consequentes mudanças. É preciso lembrar que:

a. A luz é substancial e, do ângulo do espírito, é uma sublimação ou forma superior de substância material.

b. Luz é também a qualidade ou principal característica da alma em seu próprio reino e do corpo etérico (afinal, um reflexo da alma) nos três mundos da evolução.

c. O objeto da ciência de que estamos tratando é fusionar as luzes inferiores com as superiores, de maneira que uma só luz brilhe na manifestação física, produzindo-se, portanto, uma síntese da luz.

d. Falando tecnicamente, há dois corpos de luz, o corpo vital ou etérico e o veículo da alma. Um deles é resultado de éons de vida encarnante que, com o tempo, se torna um poderoso repositório de energias reunidas por uma ampla série de contatos, embora condicionadas pelo tipo de raio em seus três aspectos. Há o corpo etérico, que atualmente está atuando poderosamente. O corpo da alma está sendo lentamente construído e é aquela “casa não feita com as mãos, eterna nos céus” a que se refere o Novo Testamento (2Co 5:1). É interessante observar que o Antigo Testamento se refere ao corpo etérico (Ec 12:6,7) e sua construção, e que O Novo Testamento trata da construção do corpo espiritual. (A Educação na Nova Era)

9. Luz ou irradiação é o efeito da interação entre a vida e o ambiente.

... Seria possível dizer que somente quando o aspecto alma domina, o mecanismo de resposta (a natureza forma do homem) cumpre totalmente seu destino e somente então é possível haver verdadeira irradiação magnética e brilhar a pura luz. Falando de maneira simbólica, nas primeiras etapas da evolução humana o homem, do ângulo da consciência, não tem como responder e é inconsciente, como é a matéria nas primeiras etapas do processo formativo. Alcançar a plena percepção é logicamente a meta do processo evolutivo. Falando novamente em termos simbólicos, o homem sem evolução não emite nem manifesta luz. A luz da cabeça é invisível, embora os investigadores clarividentes vejam um tênue fulgor de luz dentro dos elementos que constituem o corpo e a luz oculta nos átomos que constituem a natureza forma.

À medida que a evolução avança, estes tênues pontos de “luz obscura” intensificam seu brilho; a luz dentro da cabeça pisca em intervalos durante a vida do homem comum e se torna uma luz brilhante quando ele entra no caminho do discipulado. Quando ele se torna um iniciado, a luz dos átomos é tão brilhante e a luz da cabeça tão intensa (estimulando paralelamente os centros de força do corpo), que o corpo de luz aparece. Oportunamente, este corpo de luz se exterioriza e se torna de maior importância que o corpo físico denso tangível. Neste corpo de luz, mora conscientemente o verdadeiro Filho de Deus. Depois da terceira iniciação, a luz dual se acentua e adquire maior brilho ao se combinar com a energia do espírito. Isto realmente não significa a admissão de uma terceira luz nem sua combinação, mas o avivamento da luz da matéria e da luz da alma para que adquiram maior glória mediante o Alento do espírito.... No entendimento destes aspectos da luz, alcança-se uma perspectiva mais real sobre a natureza dos fogos na expressão humana da divindade. (Psicologia Esotérica, Volume I)

10. Enquanto estão em processo de encarnação, estão seguindo o caminho que escolheram. A casa que estão construindo ainda está iluminada? É uma morada iluminada ou uma prisão escura? Se é uma morada iluminada, vocês atrairão para a sua luz aqueles que estão ao seu redor, e a atração magnética da alma, cuja natureza é luz e amor, salvará a muitos. Se ainda forem almas isoladas, terão que passar pelos horrores do isolamento e da solidão mais absoluta, percorrendo sozinhos o escuro caminho da alma. No entanto, este isolamento, esta solidão e separação na noite escura são parte da Grande Ilusão. É uma ilusão na qual toda a humanidade está submersa, como preparação para a unidade, liberdade e liberação. Alguns se perdem na ilusão, sem saber o que é a realidade e a verdade. Outros caminham livremente pelo mundo da ilusão com o propósito de salvar e elevar seus irmãos. Se vocês não puderem fazê-lo, terão que aprender a caminhar dessa maneira. (Astrologia Esotérica)

(a) A Luz da Alma

1. A atenção do Mestre é atraída para um indivíduo pelo brilho da sua luz interna. Quando esta luz alcança determinada intensidade, quando os corpos estão compostos de matéria de certa qualidade, a aura toma certa tonalidade, a vibração alcança certo grau e ritmo específicos e a vida do homem começa a soar ocultamente nos três mundos (o que há de se fazer ouvir através de uma vida de serviço), determinado Mestre o submete à prova, aplicando-lhe uma vibração mais elevada e estudando como reage a ela. O Mestre escolhe um discípulo com base no carma passado e na antiga vinculação com ele, no raio em que ambos se encontram e na necessidade do momento. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Por meio da luz da alma, a alma pode ser conhecida. Portanto, busca a luz da tua própria alma e conhece esta alma como teu dirigente. Quando se estabelecer o contato com a alma, a tua própria alma, se posso expressar assim, te apresentará ao teu Mestre”. (Tratado sobre Magia Branca)

3. Antes de tudo, diria: procurem recuperar o fervor da sua aspiração espiritual inicial e autodisciplina. Se nunca o perderam (ainda que muitos discípulos, sim), procurem obrigar a energia da inspiração para que se mostre efetivamente como ação definida no plano físico. Como? perguntarão vocês, meus irmãos. Aumentando a radiação da sua luz no mundo por meio do amor e da meditação, para que outros possam se dirigir a vocês como a um farol na noite escura da vida que parece ter descido neste século sobre a humanidade; procurem amar mais do que até agora acreditaram ser possível, a fim de que outros – paralisados e desanimados pelas circunstâncias da vida e pelo horror da presente existência humana – encontrem em vocês calor e consolo. O que eu e todos os afiliados à Hierarquia procuramos fazer, nesta época de desesperada crise, é descobrir aqueles que são pontos firmes de energia viva e por meio deles verter o amor, a força e a luz que o mundo precisa e tem que ter para vencer esta tormenta. Peço que prestem este serviço para mim e para a humanidade. Não estou pedindo nada de espetacular, mas para responder de maneira adequada, será preciso um árduo esforço por parte de suas almas; não estou pedindo nada de impossível; lembraria a vocês que a apatia do corpo físico e do cérebro, a inércia da natureza sensível e o senso de inutilidade da mente ao enfrentar questões importantes, parecem bloqueá-los. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

4. Minhas palavras para você são: trabalhe mais na luz e veja as pessoas como se estivessem nessa luz com você. Tudo que qualquer discípulo ou aspirante tem a fazer em relação aos seus semelhantes é estimular a luz que há neles, deixando-os livres para caminharem na Senda em sua própria luz e a seu modo. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

5. Que a luz de sua alma dirija e que o amor de sua alma determine as atitudes, as diretrizes e libere, em seu campo de serviço, o poder que dará os resultados desejados (Discipulado na Nova Era, Volume I)

6. Deve aumentar constantemente a luz da sua própria alma, nutrida pela meditação, expressando-se como serviço altruísta, e aumentar a radiação pela intensificação da vida da sua alma. Assim, viva como alma e se esqueça da personalidade. Não dedique tanto tempo pensando nos defeitos e erros do passado. O autodesprezo nem sempre denota desenvolvimento espiritual. Muitas vezes é o primeiro resultado do contato com a alma e significa que as limitações da personalidade, que abarcam muitos anos, foram reveladas. Isso tem importância momentânea, desde que novamente volte os olhos para a alma. Esqueça-se das coisas que ficaram para trás e permita que a luz da sua alma o guie para onde ela quiser. (Discipulado na Nova Era, Volume I)

7. “Eu sou um com a luz que brilha em minha alma, meus irmãos e meu Mestre”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

8. “Conduze-nos das trevas para a luz. Eu caminho o caminho de vida e luz porque sou uma alma. Junto comigo caminham meus irmãos e meu Mestre. Portanto, por dentro, por fora e por todos os lados só há luz, amor e força”. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

9. Que a luz e a irradiação da alma iluminem o seu serviço e que seu intelecto não constitua o fator dominante. Que o amor espontâneo, não uma amabilidade culta, condicione as relações com seus semelhantes. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

10. A qualidade e principal característica da alma é luz. Portanto, para que o discípulo e o trabalhador usem essa luz e expressem essa qualidade, antes de tudo devem estabelecer e reconhecer o contato com a alma por meio da meditação. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

11. Seria possível dizer que a luz interna é como um farol que esquadrinha o mundo do espelhismo e da luta humana, a partir daquilo que um Mestre denominou de “o pedestal da alma e a torre ou farol espiritual”. ... O poder de usar esta luz como agente dissipador, só se obtém quando já não se tem em conta tais símbolos e o servidor começa a se considerar como luz e centro de irradiação. Neste ponto reside a razão de determinados elementos técnicos da ciência ocultista. O esoterista sabe que em cada átomo do seu corpo há um ponto de luz. Ele sabe que a natureza da alma é luz. Durante éons, caminha ajudado pela luz engendrada em seus veículos, pela luz da substância atômica do seu corpo, sendo, portanto, guiado pela luz da matéria. Mais tarde descobre a luz da alma e mais adiante ainda aprende a fusionar e mesclar a luz da alma com a luz da matéria. Brilha então como um portador da Luz, a luz purificada da matéria e a luz da alma estando fusionadas e enfocadas. O uso desta luz enfocada, à medida que dispersa o espelhismo individual, ensina ao discípulo as primeiras etapas da técnica que dispersará o espelhismo grupal e, oportunamente, o espelhismo mundial. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

12. O probacionário deve ver a alma como o sol da vida. Todas as luzes menores devem ser extintas pela luz do lume central; todos os fogos menores devem ser obliterados pelo fogo solar. O Anjo solar controla a vida e as forças da personalidade. Na Nova Era é a meta do caminho probacionário e dos aspirantes ao discipulado. Até agora foi a meta de todo ensinamento transmitido sobre o Caminho do Discipulado, mas o alto grau de inteligência do aspirante moderno justifica uma mudança e, à medida que o tempo vai transcorrendo, os requisitos atuais para os discípulos até a segunda iniciação inclusive, serão os requisitos para o Caminho de Provação. (Os Raios e as Iniciações)

(b) A Busca da Luz

1. O ser humano – simplesmente por ser fragmentário e imperfeito – sentiu sempre dentro de si mesmo o impulso de buscar outro que fosse maior. Isto o impele a voltar-se para o centro de seu ser, obrigando-o a tomar o caminho de retorno ao Oni-Eu. No transcurso das eras, o Filho Pródigo sempre se levanta e retorna ao Pai, e sempre permanece latente em sua memória a lembrança da Casa do Pai e da glória que ali se encontra. Porém, a mente humana é constituída de maneira que a busca da luz e do ideal seja, necessariamente, longa e difícil. “Agora vemos através de um vidro escuro, mas, depois, face a face”; agora vislumbramos, através das janelas que ocasionalmente cruzamos em nossa subida na escala evolutiva, Seres maiores que nós, os quais nos estendem mãos amigas e nos convocam, em alto e bom som, a lutar valentemente, se temos a esperança de chegar onde Eles estão agora.

Percebemos as belezas e a glórias que nos circundam e das quais ainda não podemos desfrutar; passam fugazmente por nossa visão e tocamos a glória em um momento sublime, somente para voltarmos a perder o contato e a nos afundarmos de novo na lúgubre escuridão que nos envolve. Sabemos, porém, que fora e mais além há algo a desejar; descobrimos que o mistério dessa maravilha externa somente pode ser alcançado retirando-nos internamente, até chegarmos ao centro da consciência que vibra em sintonia com essas maravilhas tenuemente percebidas e com as radiantes Almas que denominam a Si mesmas de nossos Irmãos Mais Velhos. Somente esmagando as envolturas externas, que velam e ocultam o centro interno, alcançamos essa meta e encontramos os Seres que buscamos. Somente quando dominamos todas as formas e as submetemos à regência do Deus interno, podemos achar Deus em tudo, pois são apenas as envolturas em que nos movemos no plano do ser que nos ocultam do nosso Deus interno e nos separam d’Aqueles nos quais o Deus transcende todas as formas externas.

O grande iniciado que expressou as palavras que estou citando acrescentou outras de radiante verdade: “Então conheceremos, tal como somos conhecidos”. O futuro encerra para cada um e para todo aquele que luta devidamente, serve com abnegação e medita pelo método ocultista, a promessa de que conhecerão Aqueles que têm pleno conhecimento daquele que luta. Nisto reside a esperança para o estudante de meditação. À medida que luta, fracassa, persevera e repete laboriosamente, dia após dia, a árdua tarefa de concentração e controle da mente, no aspecto interno estão Aqueles que o conhecem e, com cálida simpatia, observam o progresso que realiza.

Não se esqueçam da primeira parte das observações feitas pelo Iniciado, em que ele indica o meio pelo qual se dispersa a escuridão e se alcança o conhecimento dos Grandes Seres. Ele enfatiza que somente pelo amor se percorre o caminho de luz e conhecimento. Por que esta ênfase no amor? Porque a meta para todos é amor e aí subjaz a fusão...

É este o caminho a ser trilhado por todos e cada um, e o método é meditação. A meta é Amor e Sabedoria perfeitos; os passos a dar consistem em superar, nos três planos, um subplano depois do outro. O método é a meditação ocultista; a recompensa é a contínua expansão de consciência que, oportunamente, põe o homem em perfeita sintonia com seu próprio Ego, com os outros eus, com o Mestre que lhe tenha sido designado e que o espera com presteza, com os condiscípulos e Iniciados avançados, com os quais pode entrar em contato dentro da aura do Mestre, até que, finalmente, faz contato com o Iniciador Uno, é admitido no Lugar Secreto e conhece o mistério que subjaz na própria consciência. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Conceda-me a luz para que eu possa brilhar. Permita-me irradiar luz pelo mundo do tempo e espaço, criar uma luz, transmiti-la e assim percorrer o Caminho Iluminado (que é o meu Eu Iluminado), penetrar na luz e, assim, devolver a luz aos que dela necessitam e Àqueles dos quais proveio. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

(c) A Luz na Cabeça

Se não há indícios de que o homem é o que esotericamente recebe a denominação de “luz acesa”, é inútil que o Mestre desperdice tempo. A luz na cabeça, quando presente, indica:

a. O funcionamento da glândula pineal, em maior ou menor medida, a qual (como bem se sabe) é o assento da alma e o órgão da percepção espiritual. É nesta glândula que ocorrem as primeiras mudanças psicológicas decorrentes do contato com a alma e este contato é fomentado através de um trabalho positivo em meditação, controle mental e afluência de força espiritual.

b. O alinhamento do homem no plano físico com o ego, alma ou eu superior, no plano mental e a subordinação da vida e natureza do plano físico à impressão e controle da alma...

c. A força vertical, que desce da alma, pelo conduto do sutratma, fio ou cordão magnético, até o cérebro, através do corpo mental. Todo o segredo da visão espiritual, da correta percepção e do correto contato fundamenta-se na devida apreciação do exposto acima... A luz da iluminação flui para a cavidade cerebral e arremessa três campos de conhecimento na objetividade. Este ponto muitas vezes é esquecido, o que dá margem a aflições e interpretações prematuras do discípulo ou probacionário parcialmente iluminado.

Primeiramente a luz destaca e coloca no primeiro plano da consciência as formas-pensamento e entidades que espelham a vida inferior e que (no conjunto) constituem o Morador no Umbral.

Assim, a primeira coisa de que o aspirante se dá conta é do que, ele bem sabe, é indesejável e tem a revelação dos seus próprios deméritos e limitações e os elementos indesejáveis da sua própria aura deflagram ante a sua visão. A escuridão que existe nele se intensifica em razão da luz que brilha fracamente do centro do seu ser e muitas vezes se desespera e desce às profundezas da depressão. Todos os místicos testemunham esta condição, e este período deve ser vivido por completo, até que a pura luz do dia expulse todas as sombras e a escuridão e assim, pouco a pouco, a vida se ilumina e reluz, até que o sol na cabeça resplandeça em toda glória.

d. Finalmente, a luz na cabeça é sinal de que a Senda foi descoberta e agora cabe ao homem estudar e compreender as técnicas para centralizar, intensificar e introduzir esta luz e, à certa altura, tornar-se a via magnética (como o fio da aranha) que pode ser trilhada de volta à fonte da manifestação inferior e penetrar na consciência da alma. A linguagem acima é simbólica, mas vitalmente acurada e é expressa de maneira a transmitir informações àqueles que sabem e a proteger aqueles que ainda não sabem.

“O caminho do justo é como uma Luz cintilante”, todavia o homem tem de se tornar, simultaneamente, o próprio caminho. Ele entra na luz e se converte na luz, operando como uma lâmpada acesa em um lugar escuro, levando iluminação a outros e alumiando o caminho à frente deles. (Tratado sobre Magia Branca)

(d) A Senda de Luz

1. Desde este momento e daqui em diante, ao percorrer o Caminho, procurarei Ser. Não busco maior conhecimento, porque esta vida me ensinou a forma de saber, e com o conhecimento adquirido posso servir Sendo.

Diante de mim se abre a Senda de Luz. Vejo o Caminho. Às minhas costas fica a senda da montanha salpicada de pedregulhos e penhascos. Em torno de mim crescem os espinhos. Meus pés estão cansados. Porém, diante de mim se estende o Caminho Iluminado e nesse Caminho eu ando. (Discipulado na Nova Era, Volume II)

2. A Senda de Evolução é, na realidade, a senda dos reconhecimentos, levando à revelação. Todo o processo da evolução é de caráter iniciático e leva de uma expansão de consciência para outra, até que os mundos do sem-forma e da forma sejam revelados pela luz que o iniciado produz, e na qual caminha. Estas luzes são variadas e diversamente reveladoras. Temos:

1. A luz da material, que se encontra em todo átomo de substância.

2. A luz do veículo vital ou etérico - reflexo da Luz Una, porque unifica os três tipos de luz dentro dos três mundos.

3. A luz do instinto.

4. A luz do intelecto, ou luz do conhecimento.

5. A luz da alma.

6. A luz da intuição.

Passamos de uma luz para outra, de uma revelação para outra, até que saímos do reino da luz e entramos no reino da vida que para nós, até agora, é plena escuridão.

É evidente que esta luz aumentada traz consigo uma constante série de revelações que, como tudo mais no mundo da experiência humana, se desdobra ante os olhos: primeiro, o mundo das formas, depois, o mundo dos ideais, e em seguida a natureza da alma, das ideias e da divindade. Estou escolhendo umas poucas palavras que encerram a revelação e são de caráter simbólico. Todas estas revelações, porém, constituem uma grande revelação unificada que vai se abrindo lentamente diante dos olhos da humanidade. A luz do eu pessoal inferior revela ao homem o mundo das formas, da matéria, do instinto, do desejo e da mente; a luz da alma revela a natureza da relação entre estas formas de vida e o mundo do sem-forma, e o conflito entre o real e o irreal. A luz da intuição revela, ante a visão da alma, dentro da personalidade, a natureza de Deus e a unidade do Todo. A inquietude que o desejo pelo material produz, ao procurar satisfação nos três mundos,a certa altura cede lugar à aspiração para estabelecer contato com a alma e alcançar a vida da alma. Reconhece-se isso, por sua vez, como um passo dado para as grandes experiências fundamentais, às quais denominamos cinco iniciações maiores. Elas revelam ao homem o fato, até então ignorado, de sua não-separação e da relação da sua vontade individual com a vontade divina. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

3. A nova cultura surgirá e virá à existência, à medida que aqueles que têm consciência da luz e do objetivo do serviço puro (o que tal estado de consciência inevitavelmente promove) derem continuidade à tarefa que lhes foi designada – uma tarefa autodesignada, em todos os casos – de viver e ensinar a verdade sobre a luz, sempre que surgir a oportunidade. (A Educação na Nova Era)

(e) Iluminação

1. Iluminação é o que a maioria dos aspirantes, como os que fazem parte deste grupo, deve buscar. Eles devem cultivar o poder de usar a mente como um refletor da luz da alma, dirigindo-a aos níveis do espelhismo e, portanto, dissipando-o. A dificuldade está em fazê-lo em meio às agonias e aos engodos produzidos pelo espelhismo. Requer uma tranquila retração em mente, pensamento e desejo, do mundo no qual a personalidade atua habitualmente, centrando a consciência no mundo da alma, para ali aguardar os desenvolvimentos, silenciosa e pacientemente, sabendo que a luz brilhará e que a iluminação virá, finalmente. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

2. Definirei sucintamente o que significa iluminação, pedindo-lhes que tenham em conta que não estamos tratando aqui da iluminação que revela a Realidade ou a natureza da alma, o que torna clara a visão que vocês têm do reino da alma, mas da iluminação que a alma lança no mundo do plano astral. Implica no uso consciente da luz e seu emprego, primeiro como farol que esquadrinha o horizonte astral e localiza o espelhismo que está causando as dificuldades e, segundo, como distribuição enfocada de luz, dirigida intencionalmente para a área do plano astral em que se determinou realizar um esforço para dissipar a bruma e a névoa concentradas ali. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

3. Ao definir a iluminação como a antítese do espelhismo, é evidente que minhas observações devem necessariamente se limitar a determinados aspectos da iluminação e só dirão respeito às maneiras diretas de trabalho e às apresentações do problema que se referirão ao uso da luz no plano astral e, em especial, em conexão com o trabalho que vocês se comprometeram a fazer. Há muitas outras definições possíveis, porque a luz da alma é como um imenso farol, cujos feixes podem se dirigir para muitas direções e se enfocar em diversos níveis. No entanto, aqui estamos tratando apenas do seu uso especializado.

A iluminação e a luz do conhecimento são tidas como termos sinônimos; muitos espelhismos podem ser dissipados e dispersos quando submetidos à potência da mente informativa, porque a mente é essencialmente o que vence a emoção, mediante a apresentação de um fato. O problema consiste em induzir o indivíduo, a raça ou a nação que esteja atuando sob a influência do espelhismo para que invoque o poder mental de analisar a situação e submetê-la a um sereno, frio minucioso exame. O espelhismo e a emoção exercem efeito mútuo, e a emotividade em geral é tão intensa em relação ao espelhismo que acaba sendo impossível levar a luz do conhecimento com facilidade e eficácia.

A iluminação e a percepção da verdade também são termos sinônimos, mas é preciso lembrar que a verdade, neste caso, não é a verdade existente nos planos abstratos, mas a verdade concreta e cognoscível – verdade que pode ser formulada e expressa em termos e formas concretas. Quando a luz da verdade entra, o espelhismo automaticamente desaparece, ainda que apenas durante um breve período. Novamente, porém, surge uma dificuldade, porque poucas pessoas se interessam em enfrentar a verdade real, pois implica em que terão de abandonar o tão apreciado espelhismo, adquirir a capacidade de reconhecer o erro e admitir os equívocos, o que o falso orgulho da mente não permitirá. Posso lhes assegurar que a humanidade é um dos fatores mais potentes para liberar o poder iluminador da mente, quando reflete e transmite a luz da alma. Enfrentar de maneira determinada a vida real e reconhecer decididamente a verdade – fria, serena e desapaixonadamente – facilitará muito o apelo à afluência de luz que bastará para dissipar o espelhismo. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)

4. Não há atividade na vida, chamado vocacional, ocupação mental, nem condição, que não possa proporcionar a chave para abrir a porta para o vasto mundo que tenha desejado, ou que não sirva para conduzir um homem ao topo da montanha de onde possa ver um horizonte mais amplo e captar uma visão maior. O homem deve aprender a reconhecer que a escola de pensamento que escolheu, a sua peculiar vocação, sua ocupação específica na vida e sua tendência pessoal são somente partes de um todo maior e seu problema é integrarconscientemente sua pequena atividade na vida no âmbito da atividade mundial.

É isto que chamamos de iluminação, à falta de uma palavra melhor. Todo conhecimento é uma forma de luz, pois verte luz nas zonas de percepção das quais éramos inconscientes até então. Toda sabedoria é uma forma de luz, pois nos revela o mundo de significados que há por trás da forma externa. Tudo que se possa compreender é uma evocação de luz, pois faz com que percebamos, ou nos tornemos conscientes das causas que estão produzindo as formas externas que nos cercam (inclusive a nossa própria), e que condicionam o mundo de significados do qual são a expressão. Porém, quando pela primeira vez se observa e capta este fato e se chega à revelação inicial, quando se apresenta o lugar que corresponde à parte em relação ao todo, e quando se estabelece o primeiro contato com esse mundo que inclui o nosso pequeno mundo, há sempre um momento de crise e um período de perigo. Então, à medida que nos familiarizamos e entramos e saímos através da porta que abrimos, acostumando-nos à luz que aflui pela janela aberta ao nosso pequeno mundo do viver diário, podem surgir outros perigos psicológicos. Estamos em perigo de pensar que o que vimos é tudo o que há para ver, e assim – em uma volta mais elevada da espiral e em um sentido mais amplo – repetimos os perigos (já considerados) da ênfase indevida, do enfoque errado, da crença estreita e da ideia fixa. Ficamos obcecados com a ideia da alma; esquecemos de que necessita de um veículo de expressão; começamos a viver em um mundo desapegado e abstrato do ser e do sentimento e deixamos de manter contato com a vida real do plano físico de expressão. Assim repetimos – novamente em uma volta mais elevada da espiral – a condição que consideramos, na qual a alma ou Ego não estava presente, invertendo tal condição, de maneira que não está realmente presente forma alguma de vida na consciência enfocada do homem. Há somente o mundo das almas e o desejo de realizar alguma atividade criadora. A abordagem à vida diária no plano físico cai sob o umbral da consciência, e o homem se torna um místico ambíguo, pouco prático e visionário. Estes estados mentais são perigosos, se for permitido que subsistam. (Psicologia Esotérica, Volume II)

25. A CONSCIÊNCIA

1. Podemos definir a consciência como a faculdade de captar e diz respeito, principalmente, à relação que existe entre o Eu e o não-eu, o Conhecedor e o Conhecido, o Pensador e o que é pensado. Estas definições envolvem a aceitação da ideia da dualidade, do objetivo e do que está por trás da objetividade.

A consciência expressa o que pode ser considerado como o ponto do meio da manifestação. Não concerne totalmente ao polo do Espírito. É produzida pela união dos dois polos e pelo processo de interação e adaptação que necessariamente resulta...

Toda a finalidade do desenvolvimento progressivo é levar o Filho do Pai e da Mãe a um ponto de plena realização, de total autoconsciência e de completo conhecimento ativo. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. Cada ponto de vida em um centro tem sua própria esfera de radiação ou seu próprio campo de influência, campo que depende necessariamente do tipo e da natureza da Consciência interna. Esta ação magnética recíproca entre os inúmeros e extensos centros de energia no espaço é a base de todas as relações astronômicas entre os universos, os sistemas solares e os planetas. Entretanto, tenham em mente que é o aspecto CONSCIÊNCIA que torna a forma magnética, receptiva ou repulsiva e transmissora; esta consciência difere de acordo com a natureza da entidade que anima ou atua através de um centro, grande ou pequeno. Lembrem-se também que a vida que flui por todos os centros e que anima o espaço inteira é a vida de uma Entidade; é, pois, a mesma vida que existe em todas as formas, limitada em tempo e espaço pela intenção, o desejo, a forma e a qualidade da consciência presente nelas; os tipos de consciência são numerosos e diversificados, mas a vida é indivisível, não muda jamais, pois é a VIDA UNA. (Telepatia e o Veículo Etérico)

3. Cada forma é constituída de muitas formas, e todas as formas – compostas ou simples – são a expressão de uma vida que anima ou mora internamente. A fusão da vida com a substância viva produz outro aspecto de expressão: a consciência. A consciência varia segundo a receptividade natural da forma, segundo seu ponto de evolução e também segundo sua posição na grande cadeia da Hierarquia. (Telepatia e o Veículo Etérico)

(a) Expansão de Consciência

1. Cada unidade da raça humana é parte da consciência divina e é aquilo que é consciente ou cônscio de algo fora de si mesma – algo que sabe que é diferenciado do veículo que a encerra, como também das formas que a cercam.

Nesta etapa específica da evolução, o homem comum é consciente apenas da diferenciação, ou de estar separado dos demais membros da família humana, constituindo uma unidade entre outras unidades. Reconhece isto e também o direito das demais unidades separadas de se considerarem como tais. A este reconhecimento agrega outro, o de que em alguma parte do universo existe uma Consciência suprema, a qual denomina, teoricamente, Deus ou Natureza. Entre este ponto de vista puramente egoísta (uso o termo “egoísta” no sentido científico e não como adjetivo depreciativo) e a nebulosa teoria de Deus imanente, há inúmeras etapas, em cada uma se produz uma expansão de consciência ou ampliação de ponto de vista, que gradualmente leva à unidade autorreconhecida, do autorreconhecimento ao reconhecimento dos Eus Superiores, à capacitação de si mesmo para se reconhecer também como um Eu Superior e, a certa altura, ao reconhecimento oculto de seu próprio Eu Superior. Chega assim a reconhecer o seu próprio Eu Superior ou Ego como seu verdadeiro Eu e, dessa etapa em diante, passa à consciência grupal, na qual se dá conta, primeiramente, do seu grupo egoico e, depois, dos demais grupos egoicos.

A esta etapa segue-se o reconhecimento do princípio universal da Fraternidade; implica não apenas em um reconhecimento teórico, mas na fusão da consciência na consciência humana como um todo. É realmente o desenvolvimento da consciência que possibilita ao homem dar-se conta, não só de sua filiação grupal egoica, como de seu lugar na Hierarquia humana, em seu próprio plano. Ele reconhece a si mesmo como parte de um dos Grandes Homens celestiais. Este conhecimento posteriormente se expande em um ponto de vista inconcebivelmente vasto, o lugar que ocupa dentro do Grande Homem Celestial, representado pelo próprio Logos.

... É necessário, primeiro, saber que o lugar onde a expansão acontece e a compreensão é sentida tem de ser, afinal, na consciência vigílica pensante. O Ego, em seu próprio plano, pode ser bem consciente da unidade de sua consciência com as demais consciências e compreender que seu grupo é uno consigo próprio; mas, até que o homem (na consciência do plano físico) tenha se elevado a este mesmo plano e esteja igualmente consciente de sua consciência grupal, e assim se considere como o Eu Superior dentro do grupo egoico e não como unidade separada, não terá mais validade do que uma teoria que se aceita e não é posta em prática.

O homem há de experimentar essas etapas em sua consciência física e há de saber o que digo por experiência, e não meramente em teoria, para que seja considerado preparado para passar às etapas seguintes. Toda a questão se reduz a ampliar a mente, até que esta domine a inferior, e a desenvolver a faculdade de conceber de forma abstrata, que com o tempo resulta em manifestação no plano físico. Isto significa converter as teorias e ideais superiores em realidades demonstráveis, e constitui a fusão do superior com o inferior, e a preparação do inferior para proporcionar uma expressão adequada para o superior. É aqui onde a prática da meditação desempenha sua parte. A verdadeira meditação científica proporciona formas graduadas, mediante as quais a consciência se eleva e a mente se expande até abarcar:

1. A família e os amigos.
2. Os associados que o cercam.
3. Os grupos aos quais está afiliado.
4. Seu grupo egoico.
5. Outros grupos egoicos.
6. O Homem celestial, do qual os grupos egoicos formam um centro.
7. O Grande Homem celestial.

... Todo homem que empreende o desenvolvimento ocultista e aspira ao superior passou pela etapa do homem comum, o qual se considera isolado e atua pelo que lhe parece bom para si mesmo. O aspirante vai atrás de algo diferente: procura se fundir com seu Eu superior e com tudo quanto esta expressão implica. As etapas mais avançadas, com todas as suas complexidades, são segredos da Iniciação, com os quais nada temos a fazer.

A aspiração por chegar ao Ego e absorver essa consciência superior, com o desenvolvimento subsequente da consciência grupal, diz respeito diretamente àqueles que lerão estas cartas. É o próximo passo para os que se encontram no Caminho de Provação. Não se alcança pela simples dedicação de trinta minutos por dia a certas formas de meditação. Implica em um empenho, hora após hora, ao longo de todo o dia e todos os dias, de manter a consciência o mais próximo possível do elevado tom alcançado na meditação matutina. Pressupõe a determinação de considerar a si mesmo, a todo momento, como o Ego e não como a personalidade diferenciada. Mais adiante, quando o Ego assumir maior controle, implicará na capacidade de se ver como parte de um grupo, sem interesses nem desejos, objetivos nem anseios em separado do bem do grupo. Demanda uma vigilância constante, a cada hora do dia, para evitar voltar novamente à vibração inferior. Requer uma batalha constante com o eu inferior que nos arrasta para baixo; é uma luta incessante para manter a vibração superior. E o objetivo – procuro inculcar-lhes este ponto – é desenvolver o hábito da meditação durante todo o dia e o viver na consciência superior, para que se torne tão estável que a mente inferior, o desejo e os elementais físicos fiquem tão atrofiados e inanes por falta de nutrição que a tríplice natureza inferior torne-se simplesmente o meio pelo qual o Ego se põe em contato com o mundo, para fins de ajudar à raça. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. Pelas graduais expansões de consciência, que resultam do treinamento ministrado, levando o homem passo a passo até fazer contato com seu Eu Superior, seu Mestre, seu grupo egoico, o Primeiro Iniciador, o Supremo Iniciador Uno, até fazer contato com o Senhor do seu Raio e entrar no âmago de seu “Pai que está no Céu”. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

3. Todo aquele que se esforça por alcançar maestria, que luta para realizar e trabalha para expandir sua consciência, produzindo algum efeito em espirais cada vez mais amplas sobre aqueles com quem se põe em contato, sejam devas, homens ou animais, quer saiba ou não, mesmo que seja totalmente inconsciente de que as sutis emanações estimulantes que saem dele sejam um fato, ainda assim a lei atua. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

4. O homem está realizando muito trabalho para outros homens e, mediante o esforço científico, religioso e educacional, a consciência humana está se expandindo de maneira constante, até que, um por um, os Filhos de Deus rompam as suas limitações para o mundo das almas. Fazendo uma retrospectiva da história, é possível ver com clareza o quadro do prisioneiro que emerge, o Homem. Pouco a pouco venceu os limites planetários; pouco a pouco foi evoluindo da etapa do homem das cavernas até a de um Sha-kespeare, um Newton, um Leonardo da Vinci, um Einstein, um São Francisco de Assis, um Cristo e um Buda. A capacidade do homem de conseguir se destacar em qualquer campo da atividade humana parece praticamente ilimitada e, se nos últimos mil anos vimos um crescimento tão extraordinário, o que não veremos nos próximos cinco mil! Se o homem pré-histórico, pouco mais que um animal, cresceu até se tornar um gênio, qual não será o desenvolvimento à medida que a inata presença divina se faça sentir mais? O super-homem está entre nós. Como será o mundo quando toda a humanidade tender para a manifestação concreta dos poderes sobre-humanos?

A consciência do homem está se liberando em diferentes direções e dimensões. Está se expandindo no mundo das realidades espirituais e começando a englobar o quinto reino ou reino espiritual, o das almas. Está interpenetrando o mundo do esforço sobre-humano através da pesquisa científica, e investigando os inúmeros aspectos da Forma de Deus e das formas que constituem a Forma. (Tratado sobre Magia Branca)

5. Paulatinamente está se desenvolvendo uma consciência, percepção e sensibilidade ao contato, cada vez mais ampla e inclusiva, e é a consciência de Deus, a percepção do Logos solar e a sensibilidade de um Filho de Deus cósmico.

A forma através da qual essa Vida se expressa e o mecanismo de resposta sensível através do qual essa Consciência atua, são de importância secundária e de natureza de mecanismo automático. No entanto, é o mecanismo com o qual estamos identificados e esquecemos de que é apenas uma expressão de um aspecto da consciência e que indica, em um momento específico, o ponto de evolução da entidade animadora. Permitam-me repetir: os dois fatores de maior importância durante a manifestação são: a consciência que evolui e a vida que se manifesta. Quando isto for levado em conta, será observado que cada etapa do caminho aparece como um reino da natureza. Cada um desses reinos conduz o aspecto consciência a uma etapa superior de perfeição e expressa maior sensibilidade e capacidade de resposta às condições ambientais externas e internas que as do reino anterior. Cada um manifesta uma revelação mais plena da glória interna e oculta. Quando, porém, uma unidade de vida submerge na forma e quando a consciência se identifica (em tempo e espaço) com qualquer forma determinada, não lhe é possível compreender sua divindade nem expressá-la conscientemente. Sua psicologia é a do parcial e do particular, e não a da totalidade e do universal. Quanto maior e mais estreita for a identificação com o aspecto forma, maiores serão a unidade inferior e a síntese, mas, ao mesmo tempo, tanto maior a escuridão e, falando em termos simbólicos, mais densa será a prisão. Assim é a consciência nos reinos inferiores ou subumanos da natureza. Quanto mais a unidade de vida se identificar com “aquele que é consciente”, tanto maior será a consciência dos três reinos superiores, o super-humano. A tragédia, o problema e a glória do homem está em que ele é capaz de se identificar com ambos os aspectos – a forma e a vida e seu estado psicológico é tal que durante o período em que faz parte do reino humano, seu reino, sua consciência flutua entre estes pares de opostos. Ele pode se identificar com as formas subumanas, o que invariavelmente faz nas primeiras etapas. Ele pode se identificar com o aspecto vida, o que faz nas etapas finais. Nas etapas intermediárias, a do homem comum, está violentamente dividido entre ambos, e ele próprio é o campo de batalha.

...Queria que tivessem um quadro da síntese do desenvolvimento do principiante ao senciente, do senciente ao que compreende mentalmente, e do que compreende mentalmente ao que “aprecia divinamente”, como define o ocultismo. Dou imagens, mas que são imagens de uma totalidade. Procurem pensar em totalidades e não adequar cada ponto dos detalhes na totalidade, lembrando que o que pode parecer uma contradição talvez seja apenas um fragmento de um detalhe temporário para o qual vocês – ainda – não vêm emprego nem explicação. (Psicologia Esotérica, Volume I)

6. Tudo o que concerne nesta época à humanidade é a necessidade de uma revelação e uma gradual captação do Plano, o que habilitará o homem a:

a. trabalhar consciente e inteligentemente,
b. compreender a relação que tem a vida com a forma e a qualidade,
c. produzir a transmutação interna que trará à manifestação o quinto reino da natureza, o Reino das Almas.

Tudo isto deve ser empreendido no reino da percepção ou da resposta consciente, por intermédio dos veículos ou mecanismos de resposta que se aperfeiçoarão constantemente, ajudados pela compreensão e pela interpretação espirituais. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(b) Consciência Egoica

1. A obtenção de certa medida de consciência causal... indica que o estudante já desenvolveu (talvez em pequena medida, mas inquestionavelmente) o poder de penetrar parcialmente no mundo dos Mestres. A faculdade de pensamento abstrato e de contemplação e o poder de transcender as limitações de tempo e espaço são poderes do corpo egoico e, posto que todos os grupos egoicos, como já foi dito, são controlados por um dos Mestres, o desenvolvimento da consciência egoica (quando conscientemente reconhecida) é indicação de contato e acesso. Muitas almas inconscientemente fazem contato com seu Ego e temporariamente têm lampejos de consciência egoica. Porém, quando o estudante é capaz de se elevar conscientemente, quando, com deliberação intensifica sua vibração e transfere sua polarização para o corpo egoico, ainda que por um breve momento, pode saber que, naquele breve momento, ele está vibrando no tom do Mestre do seu grupo. Ele fez contato. Pode não se lembrar, de início, dos detalhes do contato, pode não se dar conta da aparência do Mestre nem das palavras que saíram de Seus lábios, mas, tendo se ajustado conscientemente à regra e penetrado no silêncio das altas esferas, a lei sempre se cumpre e ele fez contato. Alguns discípulos conhecem estreitamente seu Mestre nos planos internos e trabalham sob Sua direção, mas muitas vidas se passam até que compreendam a lei e, com deliberação, possam construir o canal de acesso, graças ao poder desenvolvido na meditação.

Com o tempo, a habilidade de fazer contato aumenta até o ponto em que o discípulo pode, a qualquer momento, descobrir qual é a vontade do Mestre e ter acesso ao Seu coração. (Cartas sobre Meditação Ocultista)

2. O treinamento a ser ministrado nas próximas décadas eliminará completamente o desenvolvimento da visão e da audição astrais e (se existirem) terão de ser, afinal, dominadas. O verdadeiro discípulo se empenhou em se centralizar no plano mental com o objetivo de elevar ainda mais a consciência até o inclusivo e claro entendimento da alma.

Seu objetivo é incluir o superior e para ele não há necessidade, nesta etapa, de recobrar a habilidade astral que, como bem sabem, as raças menos evoluídas da Terra possuíam, como também a maioria dos animais superiores. Mais tarde, ao chegar ao adeptado, ele poderá funcionar no plano astral, se quiser, mas lembrando que o Mestre trabalha com o aspecto alma da humanidade (e de todas as formas) e não com os corpos astrais. Os instrutores se esqueceram disso com certa frequência, tanto no Oriente como no Ocidente.

Ao trabalhar com almas leva-se adiante a verdadeira técnica da evolução, pois é a alma dentro das formas, de todos os reinos da natureza, que é responsável pelo trabalho de desenvolvimento da forma e dentro dela. Posso dizer aos estudantes, pois, que o principal objetivo é se tornarem cônscios da alma, cultivarem a consciência da alma e aprenderem a viver e a trabalhar como almas. Até chegar o momento em que o uso do seu mecanismo se tornar voluntário, estejam eles aconselhados a treinar as mentes, a estudar as leis que regem a manifestação e a aprender a incluir tudo o que agora abrangemos com a palavra 'superior' – termo inadequado, mas satisfatório. (Tratado sobre Magia Branca)

3. Muitas pessoas se encontram ainda na etapa inicial, na qual registram uma percepção de um campo de expressão que sabem que existe – o campo de percepção da alma – mas que ainda não é para elas o campo natural de expressão. Teoricamente sabem muito sobre isto, mas não sobre os efeitos práticos do conhecimento aplicado. Outras são conscientes da consciência, estão cientes do reino da alma e de uma reação ocasional a uma impressão desse reino, porém ainda não são a consciência em si nem estão tão identificados com a alma para que desapareça a consciência de tudo mais. Alcançar isso é sua meta e objetivo. (Psicologia Esotérica, Volume I)

4. A alma em si é o centro principal de experiência na vida da Mônada; os corpos inferiores são centros de expressão na vida da alma. À medida que a consciência do homem se transfere constantemente para os corpos superiores, mediante os quais pode chegar a se expressar, a alma gradualmente se torna o centro primordial de experiência na consciência, e os centros inferiores de experiência (os corpos inferiores) assumem uma importância cada vez menor. A alma adquire menos experiência por meio deles, mas os utiliza cada vez mais no serviço.

Esta mesma ideia deve ser aplicada ao nosso conceito de alma como centro da consciência. Nas primeiras etapas da evolução, a alma usa os corpos como centros de experiência consciente, e a ênfase recai sobre eles e a experiência. Porém, à medida que o tempo avança, o homem se torna cada vez mais consciente da alma, e a consciência que experimenta (como alma nos três corpos) diminui em importância, até que, finalmente, os corpos se tornam simples instrumentos de contato, mediante os quais a alma entra em inteligente relação com o mundo do plano físico, com os níveis do sentimento e da sensibilidade e com o mundo do pensamento. (Psicologia Esotérica, Volume II)

(c) Autorrealização

As diversas energias que atuam sobre o ser humano e fazem com que ele se desenvolva são seu campo de experiência. Estas duas palavras - desenvolvimento e experiência – devem estar sempre vinculadas, porque uma produz a outra. Enquanto o ser humano está sujeito à experiência no mundo da forma, ocorre um desenvolvimento paralelo da consciência. Devido a que tal desenvolvimento dá origem a constantes mudanças de compreensão e a uma consequente e constante reorientação para um novo estado de consciência, gera necessariamente novas experiências – experiências de novos fenômenos, novos estados de ser e de condições de dimensões até então desconhecidas. Daí a frequente reação do discípulo ao fato de que para ele não há ainda um lugar de paz. A paz foi o objetivo do aspirante atlante. A realização é o objetivo do discípulo ariano. Ele nunca pode ficar estático, nunca pode descansar; está sempre se ajustando a novas condições; continuamente aprendendo a atuar nelas e vendo que logo passam, por sua vez, para que cheguem outras novas. Assim prossegue, até estabilizar a consciência no Eu, no Uno. O iniciado então conhece a si mesmo como a Unidade observadora, reconhecendo o fenômeno fantasmagórico da Vida na forma.

Passa de uma sensação de unidade a uma de dualidade e daí novamente a uma unidade mais elevada. Primeiramente, o Eu se identifica com o aspecto forma, a tal ponto que toda dualidade desaparece na ilusão de que o eu é a forma. Temos então a forma que aparentemente é tudo o que existe. Segue-se a etapa em que o Eu, que mora internamente, começa a se tornar consciente de si mesmo, como também da forma; falamos então em termos do Eu Superior e do eu inferior, do Eu e suas envolturas, do Eu e do não-eu. É a etapa dual do aspirante e do discípulo, até chegar a hora de se treinar para a terceira iniciação. Começa com o conhecimento de que é uma entidade espiritual confinada em uma forma. Sua consciência, durante um longo período de tempo, é predominantemente a da forma. Vai mudando aos poucos – tão paulatinamente que o aspirante aprende a lição da resistência (até o ponto de suportar o não-eu), e chega a uma vida equilibrada em que nenhum dos dois predomina. Isto produz no homem um estado de aparente negatividade e inércia, que pode perdurar durante uma vida ou duas, nas quais parece que pouco realiza em qualquer das direções, mas, para os trabalhadores, é uma indicação valiosa para o trato com as pessoas. Depois muda o ponto de equilíbrio e do ângulo da sua influência, a alma parece dominar, e todo o aspecto da consciência começa a se trasladar para o mais elevado dos dois aspectos. A dualidade ainda persiste, porém, porque o homem às vezes se identifica com a alma e outras com a natureza-forma; a maioria dos discípulos mais sinceros se encontra agora nesta etapa. No entanto, pouco a pouco é “absorvido” na alma, e entra assim em relação com todos os aspectos da alma em todas as formas, até que um dia se dá conta de que só existe a alma e então sobrevém o estado superior de unidade. (Tratado sobre Magia Branca)

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