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A Alma: a qualidade da vida


A Alma: a qualidade da vida
Conteúdo 16 a 2016.

16. A ALMA DA HUMANIDADE

1. O senso de responsabilidade é uma das primeiras indicações de que a alma do indivíduo está despertando. A alma da humanidade, na atualidade, também está despertando, daí os seguintes indícios:

1. O aumento de sociedades, organizações e grandes movimentos de massa para o melhoramento da humanidade.

2. O crescente interesse do povo pelo bem-estar geral. Até hoje, apenas as altas esferas sociais se interessavam por isso, quer por razões egoístas de autoproteção, quer por um paternalismo inato. Os intelectuais e os profissionais estudaram e investigaram o referente ao bem-estar público do ponto de vista mental e do interesse científico, baseando-se no geral e material, e a classe média inferior se encontrou, como é natural, envolvida nos mesmos interesses, mas do ponto de vista dos ganhos financeiros e comerciais. Atualmente este interesse desceu às profundezas da ordem social e todas as classes se encontram aguda¬mente despertas e alertas para o bem-estar geral, nacional, racial ou internacional. Isto é muito bom e, ao mesmo tempo, um sinal de esperança.

3. Os esforços humanitários e filantrópicos estão em seu apogeu, como as crueldades, ódios e anormalidades, que a separatividade, as ideologias nacionalistas excessivamente acentuadas, a agressividade e a ambição engendraram na vida de todas as nações.

4. A educação está se tornando rapidamente um esforço massivo, e as crianças de todas as nações e de todas as escalas sociais estão sendo intelectualmente preparadas como nunca antes. Este esforço tende, em sua maior parte, a habilitá-las a alcançar condições materiais e nacionais, a que sejam úteis ao Estado e que não pesem economicamente sobre ele. O resultado geral está, de fato, de acordo com o Plano divino e indubitavelmente é bom.

5. O crescente reconhecimento por parte das autoridades de que o homem mais simples está se tornando um fator nos assuntos mundiais. A imprensa e o rádio chegam até ele, e hoje ele tem inteligência e interesse suficientes para formar sua própria opinião e chegar às suas próprias conclusões. Isto se acha ainda em estado embrionário, mas os sintomas do esforço que realiza saltam à vista, por isso a imprensa e o rádio estão controlados, de uma maneira ou outra, em todos os países. (A Educação na Nova Era)

2. Primeiro, que grande parte ou talvez tudo o que acontece hoje no mundo é causado pelo estímulo da alma, grandemente aumentado, ao qual toda a família humana está reagindo, embora individualmente não tenha feito contato com a alma. Este maior estímulo se deve a duas coisas:

1. Uma grande maioria, cujo número aumenta rapidamente, está fazendo contato com suas almas pela intensa aspiração e - em muitos casos - pelo verdadeiro desespero.

2. A Hierarquia de Mestres está excessivamente ativa hoje, o que se deve a duas coisas:

a. à demanda da humanidade que chegou continuamente até Eles durante as últimas décadas, e está recebendo uma inevitável resposta;

b. ao estímulo da própria Hierarquia planetária, o que levou, a muitos dos que estão filiados à Hierarquia a tomar uma das iniciações superiores. Tornaram-se, assim, muito mais potentes e sua influência é muito mais magnética e radiante. (Psicologia Esotérica, Volume II)

3. Nos numerosos fios de luz, tecidos pelos aspirantes, discípulos e iniciados do mundo, podemos ver como aparece gradualmente o antahkarana grupal, aquela ponte por meio da qual toda a humanidade poderá ser abstraída da matéria e da forma. A construção do antahkarana é o grande e final serviço que todos os verdadeiros aspirantes podem prestar. (Os Raios e as Iniciações)

4. A meta da evolução normal é levar a humanidade à etapa em que se estabelece uma linha direta de contato entre a personalidade e a Tríade espiritual através da alma ou, melhor dizendo, o emprego da consciência da alma para alcançar tal percepção, que é consumada no momento da terceira iniciação. (Os Raios e as Iniciações)

5. A raça como um todo encontra-se agora – como bem se sabe - na entrada do Caminho do Discipulado. Dirige o olhar para o futuro, quer seja para a visão da alma, para um melhor modo de vida ou de uma situação econômica desafogada ou para melhores relações inter-raciais. Que esta visão muitas vezes esteja distorcida, que esteja orientada para fins materiais ou seja percebida apenas em parte, assim é, lamentavelmente, mas de uma maneira ou de outra, as massas têm hoje uma apreciável captação do “novo e desejável” – algo até agora desconhecido. No passado, os intelectuais ou a elite tinham o privilégio de possuir a visão. Hoje, é a massa de homens. A humanidade, portanto, como um todo, está pronta para um processo geral de alinhamento, e é essa a razão espiritual que está por trás da guerra mundial. As “afiadas tenazes da dor deve separar o real do irreal; o açoite da dor deve despertar a vida refinada, a alma adormecida; o sofrimento produzido pela extirpação das raízes da vida no terreno do desejo egoísta deve ser suportado, e então o homem será liberado”. Assim reza o Antigo Comentário em uma de suas estrofes mais místicas. Deste modo, anuncia profeticamente o fim da raça ária – não um fim no sentido de culminação, mas a finalização de um ciclo de aperfeiçoamento mental, preparatório para outro em que a mente será corretamente usada como instrumento de alinhamento, depois como farol da alma, e como controladora da personalidade.

Para as massas – no lento processo da evolução – o passo seguinte é o alinhamento da alma com a forma, para que possa haver uma fusão na consciência, depois de uma apreciação mental do princípio crístico e sua profunda expressão na vida da raça. Isto é algo que se pode ver surgindo muito claramente, se têm olhos para ver. Evidencia-se no interesse universal pela boa vontade, que oportunamente leva à paz; este desejo de paz pode estar baseado no egoísmo individual ou nacional, ou em um verdadeiro desejo de ver um mundo mais feliz onde o homem possa levar uma vida espiritual mais plena e basear seus esforços em valores mais verdadeiros. É observado em todo o planejamento que está em andamento em prol de uma nova ordem mundial, baseada na liberdade humana, na crença dos direitos humanos e de corretas relações humanas; demonstra-se também no trabalho dos grandes movimentos humanitários, nas organizações beneficentes e na generalizada evocação da mente humana mediante a rede de instituições educacionais em todo o mundo. O espírito de Cristo está expressivamente presente e o fracasso em reconhecer este fato se deve em grande parte ao prevalecente esforço humano por explicar e interpretar esta frase unicamente em termos de religião, enquanto que a interpretação religiosa é só um modo de compreender a Realidade. Há outros de igual importância. Todos os grandes canais de abordagem à Realidade são de natureza espiritual e interpretam o propósito divino e, embora o cristão fale do reino de Deus ou o humanista acentue a fraternidade do homem, ou os líderes que lutam contra o mal encabecem a luta pela nova ordem mundial, as Quatro Liberdades ou a Carta do Atlântico, todos eles expressam o surgimento do amor de Deus na forma do espírito crístico.

A humanidade em conjunto, portanto, chegou a um ponto em que emerge da escuridão; evocou a reação dos poderes do mal e daí a tentativa de frear o progresso do espírito humano e deter a marcha progressiva do bom, do verdadeiro e do belo. (Os Raios e as Iniciações)


17. O CORPO CAUSAL
“O Templo da Alma”

1. Corpo Causal: Do ponto de vista do plano físico, não é um corpo subjetivo nem objetivo. No entanto, é o centro da consciência egoica, e é formado pela conjunção de budi e manas. É relativamente permanente e subsiste durante o longo ciclo de encarnações, dissipando-se somente depois da quarta iniciação, quando não há mais necessidade de renascimento para o ser humano. (Iniciação Humana e Solar)

2. Quando se consegue compreender devidamente a função que corresponde ao Ego no corpo causal, adquire-se então a capacidade de trabalhar de maneira científica para resolver o problema da própria evolução, realizando-se um louvável trabalho a fim de ajudar a evolução dos nossos semelhantes. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Ao considerar o corpo causal, estamos tratando especificamente do veículo de manifestação de um Anjo Solar, que é a vida que o anima e que está em processo de construí-lo, de aperfeiçoá-lo e expandi-lo, refletindo assim, em pequeníssima escala, o trabalho do Logos em Seu próprio plano (Tratado sobre Fogo Cósmico)

(a) O Conteúdo do Corpo Causal

O que se quer dar a entender quando se fala em corpo causal? Não digam superficialmente o corpo das causas, porque as palavras assim expressas são muitas vezes confusas e ambíguas. Vamos considerar o corpo causal e averiguar quais são os seus componentes.

No caminho involutivo temos o que se denomina Alma Grupal, apropriadamente descrita (até onde as palavras permitem) como um conjunto de tríades, encerradas em uma tríplice envoltura de essência monádica. No caminho evolutivo, temos grupos análogos de corpos causais, de composição similar, em que implicam três fatores.

O corpo causal é um conjunto de átomos permanentes, três no total, encerrados em uma envoltura de essência mental... O que acontece no momento em que o homem-animal se torna uma entidade pensante, um ser humano? Produz-se a aproximação entre o Eu e o não eu por meio da mente, pois o homem é “o ser no qual o espírito mais elevado e a matéria mais inferior estão unidos pela inteligência”. O que quero dizer com esta frase? Simplesmente o seguinte: quando o homem-animal chegou ao ponto adequado, quando seu corpo físico ficou suficientemente coordenado e a natureza emocional ou de desejos bastante forte para formar a base da existência, guiando-a por meio do instinto, e quando o germe da mentalidade foi devidamente implantado para fazer presentes a memória instintiva e a correlação de ideias, tal como se pode observar no animal doméstico comum, então o Espírito descendente (que havia tomado para si um átomo no plano mental) julgou que o momento era oportuno para tomar posse dos veículos inferiores. Os Senhores da Chama foram chamados e transferiram a polarização do átomo inferior da Tríade para o átomo mais inferior da Personalidade. Mesmo assim, porém, a Chama interna não pôde descer além do terceiro subplano do plano mental. Ali se uniram ambos e se converteram em um, formando o corpo causal. Na natureza tudo é interdependente, e o Pensador interno não pode reger os três mundos inferiores sem a ajuda do eu inferior. A vida do primeiro Logos deve estar unida à do segundo Logos e baseada na atividade do terceiro Logos.

Portanto, no momento da individualização (termo usado para expressar esse momento de contato) temos, no terceiro subplano do plano mental, um ponto de luz que encerra três átomos e, por sua vez, o mesmo ponto está contido em uma envoltura de matéria mental. Em consequência, a tarefa a realizar consiste em procurar que:

1. O ponto de luz se converta em chama, soprando constantemente a chispa e alimentando o fogo.

2. O corpo causal cresça e se expanda, de um ovoide incolor (que retém o Ego, da mesma maneira como a gema está dentro da casca do ovo), até algo de rara beleza, contendo em si todas as cores do arco-íris.

Trata-se de um fato oculto. Em seu devido tempo, o corpo causal pulsará com uma irradiação interna e uma fulgurante chama interna que, gradualmente, abrirá caminho para si, do centro para a periferia. Depois transporá essa periferia, usando o corpo (produto de milênios de vidas de dor e esforço) como combustível para as suas chamas. Consumirá tudo, ascenderá até a Tríade e (tornando-se una com ela) será reabsorvida na consciência espiritual – e levará com ela – empregando o calor como símbolo – uma intensidade de calor, qualidade de cor ou vibração que antes não possuía.

Portanto, o trabalho da Personalidade – pois temos de examinar tudo deste ângulo até alcançarmos a visão egoica – consiste, primeiro, em construir, embelezar e expandir o corpo causal; segundo, retrair nele a vida da Personalidade, absorvendo o que for útil da vida pessoal e armazenando-o no corpo do Ego. Podemos denominar isto de Vampirismo Divino, pois o mal é sempre o reverso do bem. Feito isso, advém a aplicação da chama ao próprio corpo causal e ao jubiloso estado de espera enquanto o trabalho de destruição prossegue, e a Chama – o homem interno vivo e o espírito de vida divina – é liberado e ascende até a sua fonte de origem.

A densidade do corpo causal determina o instante da emancipação e marca o momento em que o trabalho de construção e de embelezamento é concluído, quando é erguido o Templo de Salomão e o peso do corpo causal (entendido ocultamente) está de acordo com o padrão que a Hierarquia quer. Sobrevém então o trabalho de destruição e a liberação se aproxima. Houve a experiência da primavera, seguida do pleno verdor do verão; agora se fará sentir a força de desintegração do outono, ainda que desta vez seja sentida e aplicada nos níveis mentais e não no físico. O machado é aplicado à raiz da árvore, mas a essência da vida é armazenada no celeiro divino.

O conteúdo do corpo causal é o acúmulo, por um processo lento e gradual, de todo o bem em cada vida. A construção, de início, avança lentamente; porém, ao se aproximar do término da encarnação – no Caminho de Provação e no Caminho de Iniciação – o trabalho avança rapidamente. A estrutura foi erguida e cada pedra foi extraída da pedreira da vida pessoal. No Caminho, em cada uma de suas duas etapas, a tarefa de expandir e embelezar o Templo prossegue com maior rapidez... (Cartas sobre Meditação Ocultista)

(b) Construção do corpo causal

1. O Caminho de Provação precede o Caminho de Iniciação ou Santidade, e assinala a etapa da vida de um homem em que ele se posiciona decisivamente do lado das forças da evolução e trabalha na construção de seu próprio caráter. Assume a si mesmo, cultiva as qualidades de que carece e, com todo afinco, procura colocar sua personalidade sob controle. Constrói o corpo causal com deliberado propósito, preenchendo as lacunas existentes e fazendo dele um receptáculo adequado para o princípio crístico. (Iniciação Humana e Solar)

2. Os átomos permanentes estão encerrados dentro da periferia do corpo causal; no entanto, este corpo relativamente permanente é construído, desenvolvido, expandido e transformado em um receptor central e em uma estação de transmissão (usando palavras inadequadas para expressar uma ideia oculta) pela ação direta dos centros, sobretudo dos centros. Do mesmo modo como a força espiritual ou aspecto vontade construiu o sistema solar, é também a mesma força no homem que constrói o corpo causal. Pela união (no microcosmo) de Espírito e matéria e sua coerência por meio da força ou vontade espiritual, produz-se esse sistema objetivo, o corpo causal. O corpo causal é somente a envoltura do Ego. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

(c) Liberação Espiritual

1. O corpo causal é o veículo da consciência superior, o templo do Deus imanente, de tão rara beleza e tão firme estabilidade que, quando ocorre a destruição final desta obra-prima de muitas vidas, amarga é a taça a beber e para a unidade de consciência parece ser um indizível despojamento. Consciente apenas do Espírito Divino inato, consciente apenas da Verdade da Deidade, compreendendo profundamente e nas entranhas do seu ser a natureza efêmera da forma e de todas as formas, permanecendo só no vórtice dos ritos iniciáticos, privado de tudo em que pudesse se apoiar (seja amigo, Mestre, doutrina ou ambiente), bem pode o Iniciado clamar: “Eu sou esse Eu sou e nada mais existe”. Bem pode ele, simbolicamente, colocar a mão na do seu Pai no Céu e estender a outra em bênçãos para o mundo dos homens, pois apenas as mãos que se desprenderam de tudo que há nos três mundos ficam livres para infundir a bênção suprema à humanidade que luta. Constrói então para si uma forma como quiser – uma forma nova, não mais sujeita à destruição, mas suficiente para as suas necessidades, a ser usada ou descartada conforme ditem as circunstâncias. (Tratado sobre Magia Branca)

2. A essência mental, a mente abstrata e a intuição ou razão pura têm que ser unificadas na consciência do aspirante. Quando isto acontece, o discípulo terá construído a ponte (o Antahkarana) que une:

1. A Tríade espiritual.
2. O corpo causal.
3. A personalidade.

Feito isto, o corpo egoico terá servido ao seu propósito, o Anjo solar realizado seu trabalho e a forma, como a compreendemos e utilizamos, como meio de experiência, deixa de ser necessária para a existência. O homem entra na consciência da Mônada, o UNO. O corpo causal se desintegra; a personalidade se extingue e a ilusão tem fim. É a consumação da Grande Obra e outro Filho de Deus entrou no lar do Pai. É provável que ele saia dali para ir ao mundo dos fenômenos a fim de trabalhar com o Plano, mas não necessitará se submeter aos processos de manifestação como faz a humanidade. Poderá então construir seu corpo de expressão para o trabalho, e trabalhar com energias e através delas, conforme o Plano determinar. Analisem estas últimas palavras, porque contêm a chave da manifestação. (Tratado sobre Magia Branca)

3. Só é possível tratar muito sucintamente sobre o efeito da aplicação do Cetro no corpo causal do iniciado... Há apenas duas maneiras de imprimir na mente do estudante uma ideia desta verdade fundamental, e serão consideradas aqui.

Primeiro, o estudante deve manter em mente o interessante significado do fato de que ele, no plano físico, é uma personalidade atuante, com características conhecidas e reconhecidas e, ainda assim, é uma Vida subjetiva que usa aquela personalidade como meio de expressão e que – por meio dos corpos físico, emocional e mental que constituem o tríplice homem inferior – faz seus contatos com o plano físico e, assim, evolui. A mesma ideia geral de desenvolvimento se aplica ao Eu Superior, o Ego em seu próprio plano. Este Ego é o grande Anjo Solar, meio de expressão da Mônada ou espírito puro, tal como a personalidade é para o Ego no nível inferior. Do ponto de vista do homem nos três mundos, este Ego ou Senhor Solar é eterno, porque subsiste durante todo o ciclo de encarnações, assim como a personalidade subsiste durante o diminuto ciclo da vida física. Entretanto, seu período de existência é apenas relativamente permanente, e chega o dia em que a vida que se expressa por meio do Ego, o Pensador, o Senhor Solar ou Manasadeva procura se liberar inclusive desta limitação e retornar à sua fonte original.

Então, a vida que se manifestou como Anjo Solar, e que, por sua própria energia, manteve a forma egoica coerente por longas eras, vai se retirando, e a forma se dissipa lentamente; as vidas menores que a constituíam voltam à fonte geral de substância dévica, acrescidas de atividade e consciência expandidas, adquiridas pela experiência de ter sido parte de uma forma, e utilizadas por um aspecto mais elevado de existência. Da mesma maneira, no caso da personalidade, quando a vida egoica se retira, o tríplice eu inferior se desintegra, e as vidas menores que formam o corpo chamado de “eu lunar” (distinto do eu solar, do qual é apenas o reflexo) são absorvidas no reservatório geral de substância dévica, cuja vibração é inferior à que compõe o corpo egoico. De maneira semelhante, sua evolução também avançou, porque fizeram parte de uma forma para uso do Eu Superior.

Mediante a aplicação do Cetro de Iniciação, o trabalho de separar o eu espiritual do Eu Superior avança, e a vida aprisionada se libera gradualmente, enquanto o corpo causal é absorvido ou dissipado aos poucos.

Isto levou à expressão, às vezes usada nos livros ocultistas, de “fraturamento do corpo causal” em cada iniciação, e à ideia de que o fogo central interno abre caminho gradualmente e destrói as paredes confinantes, causando a destruição do Templo de Salomão pela retirada da Shekinah. Todas estas frases são simbólicas e pretendem apresentar à mente do homem os diferentes aspectos de uma verdade fundamental.

Chegada a hora de tomar a quarta iniciação, o trabalho de destruição estará concluído; o Anjo Solar, tendo cumprido a sua função, retorna ao seu lugar próprio, e as vidas solares voltam à sua origem. A vida, até então dentro da forma, ascende triunfalmente ao seu “Pai nos Céus”, assim como a vida no corpo físico, no momento da morte, busca a sua fonte, o Ego, o que se faz em quatro etapas:

1. Retirando-se do corpo físico denso.
2 Retirando-se do corpo etérico.
3. Desocupando depois o corpo astral.
4. Abandonando, afinal, o corpo mental.

Outra maneira de enfatizar a mesma verdade seria considerar o corpo egoico como um centro de força, uma roda de energia ou lótus, imaginando-o como um lótus de nove pétalas que esconde nessas pétalas uma unidade central de três pétalas, as quais, por sua vez, ocultam a vida central, a “Joia no Lótus”. À medida que a evolução avança, estes três círculos de três pétalas se abrem gradualmente, produzindo um efeito simultâneo em uma das três pétalas centrais. Esses três círculos são chamados, res-pectivamente, de Pétalas do Sacrifício, do Amor e do Conhecimento. Na iniciação, o Cetro é aplicado sobre essas pétalas de maneira científica, e é ajustado de acordo com o raio e as tendências do iniciado, o que impulsiona a eclosão do botão central, a revelação da joia, a saída dessa joia da cápsula que durante tanto tempo a resguardava, e sua transferência para a “coroa”, como se diz ocultamente, significando assim o retorno à sua fonte, a Mônada.

Reconheçamos claramente que, devido à insuficiência da linguagem humana, todo o exposto é apenas uma tentativa de descrever o método e os ritos pelos quais se alcançará finalmente a liberação espi-ritual neste ciclo; primeiro, pelo método do desenvolvimento evolutivo ou desenvolvimento gradual e, depois, nas etapas finais, por meio do Cetro de Iniciação. (Iniciação Humana e Solar)

4. Quando a “vontade de viver” desaparece, então os “Filhos da Necessidade” cessam a manifestação objetiva. Isto é logicamente inevitável e pode ser observado em todos os casos em que existe um ente objetivado. Quando o Pensador, em seu próprio plano, retira sua atenção do pequeno sistema nos três mundos e reúne todas as suas forças dentro de si, a existência no plano físico chega ao fim e tudo volta à consciência causal... Isso se manifesta no plano físico quando o radiante corpo etérico se retira pela parte superior da cabeça, tendo lugar a consequente desintegração do físico. A estrutura desaparece e a forma física densa se desintegra, a vida prânica é totalmente extraída da envoltura densa, deixando de estimular os fogos da matéria. Permanece o fogo latente no átomo, ao qual é inerente, porém a forma é construída pela ação dos dois fogos da matéria – um ativo e latente, outro irradiante e inato – ajudados pelo fogo do segundo Logos; quando se separam, a forma se desintegra. Temos aqui uma representação em miniatura da dualidade essencial que existe em todas as coisas sobre as quais Fohat exerce a sua atuação.

Quando um homem começa a viver conscientemente a sua própria vida de desejo e nasce nesse novo mundo onde se vive de forma mais sutil, o cordão entrelaçado de matéria etérica (que o mantém unido ao seu corpo físico) se corta; o “cordão prateado se desata” e o homem rompe seu vínculo com o corpo físico denso, retirando-se para o centro superior do corpo em lugar de fazê-lo pelo inferior; passa assim a viver em um mundo superior e em outra dimensão. Assim ocorre com os corpos e envolturas do microcosmo, pois a analogia existe em todos os planos da manifestação. (Tratado sobre Fogo Cósmico)


18. O LOTO EGOICO

1. Descrição simbólica:
Estes modos de expressão do loto egoico são somente imagens que servem para dar uma pequena ideia da beleza e complexidade do processo divino, à medida que é implementado no microcosmo e no macrocosmo. Servem para limitar e circunscrever a realidade, mas para o homem, cujo olho divino está em processo de se abrir, e para quem já despertou a faculdade da intuição superior, essas imagens atuam como chaves para uma interpretação superior, revelando ao estudante certas ideias sobre a natureza do fogo. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. Vimos que no terceiro nível do plano mental se encontra o loto egoico. Portanto, o estudante deveria imaginá-lo da seguinte maneira: Oculto no próprio centro do coração do loto há um ponto brilhante de fogo elétrico de um tom branco azulado (a joia no lótus), circundado e completamente oculto por três pétalas hermeticamente fechadas. Em torno deste núcleo central ou chama interna, estão dispostas as nove pétalas em círculos de três pétalas cada um, formando no total três círculos. Essas pétalas, assim como as três centrais, são formadas pela substância dos anjos solares, substância que não somente é senciente, como a que compõe as formas dos três mundos e os corpos lunares, como também têm uma qualidade adicional de “euísmo” ou autoconsciência, que permite à unidade espiritual situada no centro adquirir por seu intermédio conhecimento, percepção e autorrealização. As nove pétalas têm uma cor predominantemente alaranjada, embora as outras seis cores existam como secundárias em tons distintos. As três pétalas internas são de cor amarelo limão. Na base das pétalas do lótus estão os três pontos de luz que marcam o lugar dos átomos permanentes, o meio de comunicação entre os Anjos Solares e os pitris lunares. O Ego, por intermédio destes átomos permanentes, de acordo com o seu grau de evolução, pode construir seus corpos lunares, adquirir experiência e conhecimento nos três planos inferiores e se tornar consciente. Em uma volta mais elevada da espiral, a Mônada, por intermédio das pétalas egoicas e com a ajuda dos Anjos Solares, adquire conhecimento e se torna analogamente consciente em níveis mais excelsos.

A luz interna que se encontra nos átomos permanentes tem um tênue fulgor vermelho; portanto, temos os três fogos manifestando-se no corpo causal – fogo elétrico no centro, fogo solar circundando-o como a chama circunda o núcleo central ou essência na chama de uma vela e fogo por fricção, que se assemelha ao pavio avermelhado que se encontra na base da chama superior.

Estes três tipos de fogo no plano mental – que se unem e se unificam no corpo egoico – com o tempo produzem irradiação ou calor que flui por todas as partes do lótus, produzindo a forma esferoidal que é observada pelos investigadores. Quanto mais evoluído for o Ego e mais abertas estiverem as pétalas, maior será a beleza da esfera circundante e mais imaculadas as suas cores.

Nas primeiras etapas após a individualização, o corpo egoico tem a aparência de um broto. O fogo elétrico do centro não é aparente e as nove pétalas estão fechadas sobre as três internas; a cor alaranjada tem um aspecto apagado e os três pontos de luz na base são somente pontos e nada mais; também não se percebe o triângulo que, mais tarde, se vê conectando tais pontos. A esfera circundante é incolor e só é observada como vibrações ondulantes (como as ondas no ar ou no éter) mal chegando além da linha de pétalas.

No momento em que se toma a terceira iniciação, ocorre uma transformação maravilhosa. A esfera externa, de amplo raio, fulgura com as cores do arco-íris; as correntes de energia elétrica que circulam nela são tão poderosas que escapam para fora da periferia do círculo, assemelhando-se a raios de Sol. As nove pétalas ficam totalmente abertas, formando um gracioso engaste para a joia central, e seu matiz alaranjado é agora de primorosa translucidez, salpicado de muitas cores, predominando a do raio egoico. O triângulo que se acha na base é vívido e faiscante e os três pontos são pequenos fogos fulgurantes, aparecendo ante a vista do clarividente como sétuplos verticilos de luz, que fazem circular a luz entre os pontos de um triângulo que se move rapidamente.

No momento de tomar a quarta iniciação, a atividade deste triângulo é tão grande que ele se parece com uma roda girando rapidamente. Tem um aspecto quadridimensional. As três pétalas no centro estão se abrindo, revelando a “joia radiante”. Nesta iniciação, pela ação do Hierofante que maneja o Cetro de Poder elétrico, os três fogos são estimulados repentinamente pela descida de força elétrica ou positiva, desde a Mônada e, em resposta, seu fulgor produz a fusão que destrói toda a esfera, desintegra toda a aparência de forma e estabelece um momento de equilíbrio ou suspensão, no qual os “elementos são consumidos pelo calor ardente”. Então se conhece o momento de radiação mais intensa. Em seguida – pela entoação de determinada Palavra de Poder – os grandes Anjos Solares absorvem em si mesmos o fogo solar, produzindo assim a desintegração final da forma e, por fim, a vida se separa da forma; o fogo da matéria retorna ao depósito geral, e os átomos permanentes e o corpo causal deixam de existir. O fogo elétrico central se centraliza em atma-budi. O Pensador ou a entidade espiritual se libera dos três mundos, atuando conscientemente no plano búdico. Entre essas duas etapas, de inércia passiva (embora autoconsciente) e de atividade radiante que produz um equilíbrio de forças, há uma longa série de vidas. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

3. Não é possível dar aos estudantes uma ideia adequada da beleza do loto egoico quando alcança a etapa de completo desenvolvimento. Não me refiro aqui ao resplendor da cor, mas ao brilho dos fogos e à rápida cintilação do movimento incessante de correntes e pontos de energia. Cada pétala pulsa em fulgurantes “pontos” de fogo, e cada fileira de pétalas vibra com vida, enquanto que no centro fulgura a Joia, irradiando correntes de energia do centro para a periferia do círculo externo.

Os fogos da energia viva circulam em torno de cada pétala individual e o método de entrelaçamento e a circulação dos fogos é (como bem se pode entender) de natureza sétupla, de acordo com a sétupla natureza do Logos implicado. Cada círculo de pétalas, à medida que prossegue a evolução, torna-se ativo e gira em torno da Joia central, de maneira que temos não apenas a atividade das pétalas, dos pontos vivos ou das vidas dévicas dentro da circunferência de pétalas, como também a atividade unificada de cada fileira do triplo lótus. Em uma etapa específica da evolução, antes de se abrir o botão protetor central, as três fileiras de pétalas, consideradas como uma unidade, começam a girar, de maneira que todo o lótus parece estar em movimento. Nas etapas finais, o círculo central de pétalas se abre, revelando o que está oculto e gira em torno da Joia, mas na direção contrária à do lótus externo, que circula rapidamente. A razão disso não pode ser revelada aqui, porque está oculta na natureza do Fogo elétrico do próprio Espírito.

A Joia em si permanece ocultamente estática, não se move. É um ponto de paz; pulsa ritmicamente como o coração do homem, e dali irradia oito correntes de fogo vivo que se estendem até as pontas das quatro pétalas de amor e das quatro pétalas de sacrifício. Esta energia óctupla é atma-budi. É esta irradiação final que produz, em dado momento, a desintegração do corpo do Ego. As pétalas de conhecimento, não estando sujeitas à atenção deste fogo central, em seu devido tempo deixam de ser ativas; o conhecimento é substituído pela sabedoria divina, e as pétalas do amor têm suas forças igualmente absorvidas. A certa altura, nada resta, exceto o desejo de “se sacrificar”, e como o impulso vibratório tem afinidade com a natureza da Joia viva, sintetiza-se na unidade viva central e apenas permanece a Joia de fogo. Quando todas as pétalas fusionam as forças em outro lugar, conclui-se o processo da revelação. Os fogos inferiores desaparecem; o fogo central é absorvido e apenas persiste o radiante ponto de fogo elétrico. Vê-se então um curioso fenômeno na iniciação final. A Joia de fogo resplandece como sete joias dentro de uma, ou como a sétupla chispa elétrica e, na intensidade da labareda assim criada, é reabsorvida na Mônada ou Uno. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

4. A joia, ou o diamante, oculto pelo loto egoico, é a janela da Mônada ou Espírito de onde olha externamente para os três mundos. O terceiro olho é a janela do Ego ou alma, atuando no plano físico, de onde olha internamente para os três mundos. (Tratado sobre Fogo Cósmico)


19. A EVOLUÇÃO DO CORPO EGOICO

1. Ao estudar o tema do desenvolvimento egoico com a devida aplicação pessoal, o estudante deveria manter em mente os seguintes fatos:

Primeiro, que as pétalas se abrirão de acordo com o Raio da Mônada. Por exemplo, se o Raio da Mônada é o segundo, a pétala de conhecimento será a primeira a abrir, mas a segunda pétala de amor terá um desenvolvimento quase paralelo, por ser a linha de menor resistência para este tipo específico de Ego, para o qual a dificuldade residirá na abertura da pétala de conhecimento.

Segundo, que os efeitos da abertura de uma fileira de pétalas se farão sentir dentro da fileira seguinte em uma etapa inicial e causarão uma resposta vibratória; é esta a razão da maior rapidez das etapas posteriores de desenvolvimento em comparação com a primeira.

Terceiro, que existem muitos casos de desenvolvimento desigual. É frequente a existência de pessoas que desenvolveram duas pétalas no primeiro círculo e que a outra ainda esteja latente, enquanto que uma pétala da fileira central ou da segunda possa estar em pleno desenvolvimento. É o que muitas vezes explica o poder que algumas pessoas demonstram para servir em certas linhas e, em termos comparativos, se encontram em uma etapa inferior de desenvolvimento ou de consciência (falando em sentido egoico). Isto se deve a diversas causas, como o carma da própria Mônada em seu plano superior e à força do controle monádico sobre o Ego; a muitas vidas dedicadas a desenvolver determinada linha de ação, o que resulta no estabelecimento de uma forte vibração, tão forte que dificulta o desenvolvimento da resposta às vibrações subsidiárias; a certas condições peculiares ocultas na evolução de um determinado Senhor de Raio e o efeito produzido por essa condição sobre um grupo específico de células; ao carma grupal de um conjunto ou conglomerado de corpos causais e sua mútua interação. Toda unidade egoica ou centro monádico de força exerce um efeito definido sobre o grupo ou comunidade de Egos no qual tem seu lugar e, à medida que prossegue a interação, às vezes se produzem, temporariamente, resultados de natureza inesperada. (Tratado sobre Fogo Cósmico)

2. Podemos dividir o processo evolutivo em três períodos:

Primeiro - o período em que o fogo da matéria (o calor da mãe) oculta, nutre e dá nascimento ao Ego infantil. É o período da vida puramente da personalidade, quando o terceiro aspecto domina e o homem está no véu da ilusão.

Segundo - o período em que o Ego ou vida subjetiva dentro da forma passa por certas etapas de desenvolvimento e chega a uma consciência cada vez mais larga. É o período do desenvolvimento egoico, produzido pela fusão e mescla graduais dos dois fogos. É a vida de serviço e do Caminho.

Terceiro - o período em que a própria consciência egoica é substituída pela realização espiritual e o fogo do espírito se funde com os outros dois.

No início a personalidade faz o papel de mãe, o aspecto material, do germe da vida interna. Em seguida, o Ego manifesta sua vida dentro da vida pessoal e produz um fulgor que “aumenta cada vez mais até o dia perfeito”. Nesse dia perfeito de revelação, vê-se o que o homem é em essência, e o Espírito imanente é revelado. (Tratado sobre Fogo Cósmico).

3. A evolução afeta também o corpo egoico e não só as formas do homem nos três mundos. Os efeitos do processo são interdependentes e, à medida que o eu inferior se desenvolve, ou que a personalidade se torna mais ativa e inteligente, há resultados no corpo superior. Como estes efeitos são cumulativos e não efêmeros, como são os resultados inferiores, o corpo egoico se torna igualmente mais ativo e aumenta a sua manifestação de energia. Perto do fim do período evolutivo nos três mundos, vê-se um constante intercâmbio de energia; a luz irradia sobre as formas inferiores, que refletem o esplendor superior; o corpo egoico é o Sol do sistema inferior e seus corpos refletem seus raios, assim como a Lua reflete a luz do Sol. Similarmente, o Sol egoico – por meio da interação – brilha com maior intensidade e glória. (Tratado sobre Fogo Cósmico).

20. A MORTE FÍSICA E A ALMA

1. A morte se produz sob a direção do ego, não importa o quanto o ser humano possa ser desconhecedor desta direção. Na maioria, este processo ocorre automaticamente, pois no momento em que a alma retira a atenção, a reação inevitável no plano físico é a morte, seja pela abstração dos fios duais, de vida e de energia raciocinadora, seja pela abstração do fio de energia qualificado pela mentalidade, deixando a corrente da vida ainda funcionando através do coração, mas sem nenhuma percepção inteligente. A alma está em outro lugar, ocupada em seu próprio plano e em seus próprios assuntos.

No caso dos seres humanos altamente desenvolvidos, muitas vezes encontramos um senso de previsão do período da morte; isto é incidental ao contato egoico e à percepção dos desejos do ego. Às vezes há um conhecimento do dia exato da morte, junto com a conservação da autodeterminação até o momento final da retirada. No caso dos iniciados há muito mais do que isto. Há uma compreensão inteligente das leis de abstração, o que capacita aquele que efetua a transição a se retirar conscientemente e com plena percepção vigílica do corpo físico, e então atuar no plano astral. Isto implica na conservação da continuidade da consciência, de maneira que não há interrupção de continuidade entre o senso de percepção no plano físico e o estado posterior à morte. O homem se considera tal como era antes, embora sem um mecanismo com o qual fazer contato no plano físico. Permanece consciente dos sentimentos e pensamentos daqueles que ama, embora não possa perceber nem ter contato com o veículo físico denso. Pode se comunicar com eles no plano astral, ou telepaticamente através da mente, se todos estiverem em harmonia, mas a comunicação que requer o emprego dos cinco sentidos de percepção está necessariamente fora do seu alcance. (Tratado sobre Magia Branca)

2. A morte agora é resultado da vontade da alma. Oportunamente será resultado das vontades unidas da alma e da personalidade e, quando isto acontecer, não haverá medo da morte. Reflitam sobre isto. (Tratado sobre Magia Branca)

3. O destino dos homens é morrer, pois todo homem deve morrerpor instância de sua própria alma. Quando o homem alcançar uma etapa superior de evolução, ele se retirará do corpo físico com deliberação e uma clara escolha do momento certo. O corpo permanecerá silente e sem alma, desprovido de luz, porém, ileso e íntegro; então se desintegrará de acordo com o processo natural, e os átomos que o constituem voltarão para o “reservatório dos entes que esperam”, até serem novamente requeridos para uso das almas encarnantes. O processo então se repete, novamente, no aspecto subjetivo da vida, mas muitas almas já aprenderam a se retirar do corpo astral sem ficar sujeitas ao “impacto na névoa”, que é uma forma simbólica de descrever a morte de um homem no plano astral. Em seguida, ele se retira para o nível mental e deixa a carcaça astral para dilatar a névoa e aumentar sua densidade. (Cura Esotérica,)

4. Talvez seja preferível (e muitas vezes é) deixar que a doença faça o seu trabalho e a morte abra para a alma a porta de saída do aprisionamento. Inevitavelmente chega o momento, para todos os seres encarnados, em que a alma exige liberação do corpo e da vida da forma, e a natureza tem seus próprios e sábios métodos para fazê-lo. Doença e morte devem ser reconhecidas como fatores liberadores, quando se produzem como resultado do momento certo escolhido pela alma. Os estudantes deverão compreender que a forma física é um aglomerado de átomos estruturados em organismos e, finalmente, em um corpo coerente, o qual se mantém unido pela vontade da alma. Retrair essa vontade para o seu próprio plano ou (como expressa a linguagem ocultista) “deixar que o olho da alma se vire para outra direção” faz que, inevitavelmente, sobrevenham a doença e a morte naquele ciclo. Não se trata de um erro mental ou do fracasso de reconhecer a divindade ou de sucumbir ao mal. Na realidade, é a dissolução da natureza forma, em suas partes componentes e essência básica. A doença é essencialmente um aspecto da morte. É o processo pelo qual a natureza material e a forma substancial se preparam para a separação da alma. (Cura Esotérica)

5. A extensão de vida oportunamente será encurtada ou alongada, segundo a vontade das almas que servem conscientemente e usam o mecanismo do corpo como instrumento para servir ao Plano. Com frequência, nos dias de hoje, há preservação de vidas na forma – tanto na velhice como na infância – às quais se poderia muito bem permitir a liberação. Elas não cumprem nenhum propósito útil e causam muita dor e sofrimento às formas que a natureza não mais usaria e extinguiria (se lhe fosse permitido atuar). Observem estas palavras. Pela ênfase excessiva ao valor dado à vida da forma, pelo medo universal da morte – a grande transição que todos devemos enfrentar – e pela nossa incerteza sobre a realidade da imortalidade e devido ao nosso profundo apego à forma, detemos o processo natural e nos aferramos à vida, que luta por se liberar, confinada em corpos muito inadequados para os propósitos da alma. Não me interpretem mal. Não tenho a intenção de dizer nada que seja incentivo ao suicídio. Mas digo sim, e o digo com ênfase, que a Lei do Carma muitas vezes fica em suspenso quando as formas se mantêm em expressão coerente, as quais deveriam ter sido descartadas, pois não servem a nenhum propósito útil. Na maioria dos casos, esta preservação é imposta pelo grupo a que pertence o sujeito e não pelo próprio sujeito – muitas vezes sendo um inválido inconsciente, um idoso, cujos mecanismos de contato e resposta estão imperfeitos, ou um bebê que não é normal. Tais casos são exemplos definidos da neutralização da Lei do Carma. (Cura Esotérica)

6. Dois conceitos principais servirão para esclarecer o tema da morte, que estamos tratando agora: Primeiro, o grande dualismo sempre presente na manifestação. Cada dualidade tem sua própria expressão, é regida por suas próprias leis e busca seus próprios objetivos. Porém – em tempo e espaço – fundem seus interesses para benefício de ambas, e juntas produzem a aparência de uma unidade. Espírito-matéria, vida-aparência, energia-força – cada um tem seu próprio aspecto emanante; cada um tem relação entre si, cada um tem um objetivo mútuo temporário e assim, em uníssono, produzem o fluxo eterno, o cíclico fluxo e refluxo da vida em manifestação. Neste processo de relação entre Pai-Espírito e Mãe-Matéria, o filho surge, e durante a etapa infantil realiza seus processos de vida dentro da aura da mãe, e embora identificado com ela, procura sempre escapar do seu domínio. Quando chega à maturidade, o problema se intensifica e “a atração” do pai começa lentamente a neutralizar a atitude possessiva da mãe, até que, finalmente, é rompido o domínio exercido pela matéria ou mãe sobre o filho (a alma). O filho, o Cristo-Menino, liberado da tutela e das mãos protetoras da mãe, vem a conhecer o Pai. Estou falando em símbolos.

Segundo: Todos os processos da encarnação, da vida na forma e da restituição (pela atividade do princípio morte), de matéria a matéria e de alma a alma, são implementados sob a grande Lei universal da Atração. Podem imaginar uma época em que o processo da morte, claramente reconhecido e bem acolhido pelo homem, seja descrito pela simples frase: Chegou a hora em que a força atrativa da minha alma requer que eu abandone e restitua meu corpo ao lugar de onde veio”? Imaginem a mudança na consciência humana, quando a morte for considerada um simples ato de abandonar a forma”. (Cura Esotérica)

7. Quando consideramos a morte do corpo físico, em seus dois aspectos, surge um pensamento: a integridade do homem interno. Ele permanece. Está intacto e desimpedido: é um agente livre no que diz respeito ao plano físico, e agora responde apenas a três fatores predisponentes:

1. A qualidade do seu instrumental astral-emocional.
2. A condição mental em que vive habitualmente.
3. A voz da alma, muitas vezes pouco conhecida, mas, às vezes, muito conhecida e amada.

A individualidade não é perdida, trata-se da mesma pessoa, ainda presente no planeta. Desapareceu apenas o que era parte integrante da aparência tangível do nosso planeta. Aquele que foi amado ou odiado, que foi útil para a humanidade ou dependente dela, que serviu à raça ou foi um membro improdutivo, ainda persiste, ainda está em contato com os processos qualitativos e mentais da existência, e permanecerá eternamente – individual, qualificado pelo tipo de raio, parte do reino das almas e um alto iniciado por direito próprio. (Cura Esotérica)

8. Doença e morte são condições essencialmente inerentes à substância; enquanto o homem se identificar com o aspecto forma estará condicionado pela Lei de Dissolução. Esta lei, fundamental e natural, rege a vida da forma em todos os reinos da natureza. Quando o discípulo ou iniciado está se identificando com a alma e o antahkarana está construído por meio do princípio vida, o discípulo sai do controle desta lei universal e natural e usa ou descarta o corpo à vontade – pela demanda da vontade espiritual ou pelo reconhecimento das necessidades da Hierarquia ou dos propósitos de Shamballa. (Cura Esotérica)

9. Durante todo este período, uma encarnação sucede a outra e o processo bem conhecido da morte continua acontecendo entre os ciclos de experiência. No entanto, as três mortes – física, astral e mental – procedem com um constante despertar do estado de percepção, à medida que a mente inferior se desenvolve; o homem deixa de deslizar – adormecido e desconhecedor – para fora dos veículos etérico, astral e mental, e cada morte se torna um evento como é a morte física.

Finalmente, chega o momento em que o discípulo morre com deliberação e em plena consciência e, com real conhecimento, abandona seus distintos veículos. Gradualmente a alma assume o controle e então o discípulo produz a morte por um ato de vontade da alma, sabendo exatamente o que está fazendo. (Cura Esotérica)

10. A vida pode ser prolongada e muitas vezes é prolongada depois que a alma decidiu se retirar para seu plano. A vida dos átomos dos senhores lunares pode ser nutrida durante longo tempo, e isto aumenta a angústia do homem espiritual, que se dá conta do processo e da intenção da sua alma. O que é mantido vivo é o corpo físico, mas o interesse do verdadeiro homem já não está mais enfocado nele. (Cura Esotérica)

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