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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


VI. TRABALHO TELEPÁTICO GRUPAL

Abordarei agora o tema da união do grupo no trabalho telepático, suas possibilidades e a oportunidade atual, referindo-me aos perigos que envolve e à responsabilidade que recai em seus ombros e no de todos aqueles discípulos que se propõem a trabalhar desse modo. Vocês precisam ter em mente as três recomendações seguintes:

Primeiro: é essencial adquirir a facilidade de se sintonizarem mutuamente com o mais profundo amor e compreensão; de desenvolver a impessoalidade de tal forma que, quando um irmão sintonize uma fraqueza ou uma qualidade, um erro ou uma atitude correta, não desperte a mais leve reação que possa perturbar a harmonia do trabalho unido do grupo, tal como fora planejado; cultivar um amor que procure sempre fortalecer e ajudar, e um poder para suprirem-se ou complementarem-se mutuamente - o que será útil para o equilíbrio do grupo, como uma unidade de trabalho sob a impressão espiritual. A descoberta de uma fraqueza em um integrante do grupo deveria apenas produzir a evocação de um amor ainda mais profundo; a constatação de se haver cometido um erro (se é que ele foi cometido), ao interpretar um irmão, deveria apenas predispor todos a um renovado e vital esforço para se aproximar ainda mais de sua alma; o reconhecimento da força de um irmão deve indicar onde você poderá buscar auxílio nos momentos de sua própria necessidade. Expressem com franqueza o que sentirem à medida que trabalharem, mês após mês, nessa tarefa de relacionamento grupal, rechaçando deliberadamente toda crítica e substituindo-a pela análise - uma análise impessoal; exponham fielmente o que perceberem e registrarem. Suas conclusões podem estar certas ou erradas, mas um esforço determinado para acatar e reconhecer conscientemente a impressão obtida pode ajudar o grupo a se fundir, sem maior delonga, num instrumento de compreensão sensível. Se os discípulos não se puderem sintonizar uns com os outros depois de prolongados períodos de estreito relacionamento, como poderão, como grupo, sintonizar-se com um indivíduo ou grupo de indivíduos, cujas personalidades desconhecem? A menos que tal interação seja fundamentalmente estabelecida, e a menos que haja uma estreita integração entre os membros que constituem o grupo, não será possível levar avante de forma adequada, nem concluir com sucesso nenhum trabalho construtivamente útil ou espiritualmente orientado e controlado. Mas esta é uma tarefa que vocês podem realizar, se assim o desejarem, e um trabalho efetivo durante certo período de tempo deverá capacitá-los a trabalhar juntos de modo satisfatório e sem dificuldades. As três Regras para iniciantes, dadas anteriormente, encerram os primeiros passos que conduzem à atitude requerida no verdadeiro trabalho hierárquico - e este é o objetivo do discípulo aceito.

Segundo: o seu esforço constante - a ser desenvolvido firme e gradualmente - deve ser para fazer aflorar um amor grupal de tal força que nada possa quebrantá-lo e nenhuma barreira possa-se erigir entre vocês; deve ser também para cultivar uma sensibilidade grupal de uma qualidade tal que o diagnóstico das situações seja relativamente preciso; para desenvolver e fazer desabrochar uma habilidade grupal para trabalhar como unidade, de forma que não haja nada nas atitudes dos membros do grupo que possa prejudicar o ritmo cuidadosamente estabelecido. É bem possível que um membro do grupo retarde o trabalho e detenha o grupo se estiver envolvido em seus negócios pessoais ou em suas próprias ideias de autodesenvolvimento; quando alguns membros interrompem suas atividades, isso realmente afeta a vibração interna do grupo. E, ainda, quando alguns têm o seu ritmo diminuído por determinadas mudanças em sua vida externa ou interna, isso requer períodos de ajustamento e, frequentemente, de reorganização da vida. Essas mudanças, se exteriorizadas, podem produzir fortes mudanças psicológicas e perturbar o ritmo do esforço da alma. Um discípulo testado e experiente não permitirá que tal mudança perturbe seu ritmo interno, mas um discípulo menos experiente necessita de verdadeira vigilância da alma quanto ao perigo de desviar o interesse da vida dos propósitos espirituais para os cuidados e interesses da personalidade.

Terceiro: qualquer trabalho grupal desse tipo deve ser controlado o mais acuradamente possível; qualquer esforço grupal que busque impressionar a mente de qualquer indivíduo (considerado tanto isolada quanto grupalmente) deve ser cuidadosamente vigiado quanto ao seu motivo e método; qualquer trabalho grupal que envolva um esforço unido e aplicado para efetuar mudanças no ponto de vista, no modo de encarar a vida, ou na técnica de viver deve ser totalmente inegoísta, empreendido muito sábia e cautelosamente e mantido livre de qualquer ênfase e pressão pessoais e também mentais que possam ser formuladas em termos de crença individual, preconceito, dogmatismo ou ideias. Dou ênfase à recomendação para que estudem cuidadosamente as poucas palavras ditas acima.

No momento em que se manifeste a mais leve tendência, por parte de um grupo ou de um elemento do grupo, para forçar um resultado, para exercer uma excessiva pressão mental de modo que um indivíduo ou um grupo fique indefeso pelo impacto de outras mentes, tem-se aquilo que é conhecido como "magia negra". Um motivo correto pode proteger o grupo, de quaisquer resultados sérios sobre si mesmo, mas o efeito sobre sua vítima será definitivamente grave, pois a tornará negativa e com uma vontade enfraquecida.

O resultado de um verdadeiro trabalho telepático e de um esforço corretamente orientado para "impressionar" um indivíduo será o de deixá-lo com uma forte vontade de agir corretamente; com a luz interior intensificada, com um corpo astral livre da fascinação, e com um corpo físico mais vitalizado e mais puro. A potência de um grupo unido é incrivelmente poderosa. O aforismo ocultista que diz que "a energia segue o pensamento" pode constituir tanto a afirmação de uma verdade quanto uma frase inexpressiva.

Não se esqueçam de que o método de trabalho da Hierarquia consiste em impressionar as mentes de Seus discípulos, em trabalhar telepaticamente com o Mestre como transmissor e com o discípulo como receptor da impressão e de energia. A recepção da impressão e da energia tem um duplo efeito:

I. coloca em atividade as sementes latentes da ação e dos hábitos (bons e maus), produzindo, então, revelação, purificação, enriquecimento e utilidade.

II. vitaliza e galvaniza a personalidade, levando-a a uma correta relação com a alma, com o ambiente e com a humanidade.

É preciso que vocês e todos os discípulos captem a correspondência entre este esforço hierárquico e qualquer esforço que vocês possam fazer a fim de trabalhar como um grupo de indivíduos, com outros grupos ou com indivíduos. Um reconhecimento do poder que vocês podem liberar, do efeito dinâmico que podem produzir no despertar do indivíduo ao qual dirigiram seu pensamento, e da impressão que podem imprimir na mente e na consciência de uma pessoa, deveria incitá-los a levar uma vida pura (astral e física), a exercer uma vigilância sobre seus pensamentos e ideias, e a amar com um amor que os salvaguardará de qualquer ambição de poder. Desse modo vocês preservarão a integridade daqueles a quem procuram ajudar e estarão aptos a sugerir, fortalecer e ensinar subjetivamente, sem nenhuma influência indevida, sem forçar e sem ferir a liberdade e os direitos individuais da pessoa em questão. Essa é uma tarefa difícil, meus irmãos, mas para a qual vocês estarão preparados, se derem a devida atenção e obedecerem às três recomendações referidas acima e que dizem respeito ao motivo, à técnica e ao método.

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