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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


IV. OS TRÊS TIPOS DE ENERGIA ENVOLVIDOS

A inter-relação telepática entre os membros de um grupo cresce através da atitude constante do pensamento reflexivo e de um firme amor de uns pelos outros. Eu gostaria de relembrar-lhes que, quando uso esses termos, refiro-me aos dois principais tipos de energia existentes hoje no mundo. A energia é, essencialmente, substância ativa. Esses dois tipos de força são de uma vitalidade e potência tais e de substância tão sutil, que podem atravessar e impelir à atividade "os fluidos prânicos que constituem a essência do corpo etérico (aos quais já me referi anteriormente) . O trabalho telepático, portanto, relaciona-se com três tipos de energia que se revelam como forças com poder para motivar:

1. A força do amor, com seu caráter negativo, a qual

a. Atrai o material necessário para revestir a ideia, o pensamento ou o conceito a se transmitir, sendo também um meio de atração utilizado pelo receptor. A partir daí, tanto o transmissor quanto o receptor, trabalham com o mesmo instrumento, mas o transmissor usa a energia do amor de um todo maior, ao passo que o receptor concentra, sobre o transmissor, a energia do amor de sua própria natureza. Assim sendo, pode-se compreender por que enfatizo a necessidade do amor e da atitude de não criticar.

b. Constitui a propriedade de coesão que une o transmissor ao receptor e que também produz a coesão do que se transmite.

Consequentemente, ficará claro para vocês que, somente na época atual, podemos começar a procurar uma expressão mais ampla e geral do processo telepático, pois apenas hoje o princípio do amor está realmente começando a afetar o mundo em maior escala. O amor a uma causa, a um partido ou a uma ideia está prevalecendo cada vez mais, produzindo, nos estágios iniciais, as aparentemente profundas divisões com as quais estamos tão familiarizados e que nos angustiam tanto, mas produzindo, finalmente, o predomínio da disposição de amar que sanará os rompimentos de relações e gerará a síntese entre os povos. O Amor - não o sentimento - é a chave para o trabalho telepático bem sucedido. Por conseguinte, amem-se uns aos outros com renovado entusiasmo e devoção; procurem expressar esse amor de todas as formas possíveis - no plano físico, nos níveis da emoção e através do pensamento correto. Deixem que o amor da alma flua através de tudo como uma força regeneradora.

2. A força da mente. Essa é a energia iluminadora que ''ilumina o caminho'' de uma ideia ou forma a ser transmiti-tida e recebida. Não se esqueçam de que essa luz é substância sutil. Através de um raio de luz a energia da mente pode materializar-se. Essa é uma das mais importantes afirmativas feitas em relação à ciência da telepatia.

O sucesso disso depende do alinhamento dos corpos do transmissor e do receptor. A dupla linha de contato precisa ser a da energia mental e da energia elétrica do cérebro. O poder magnético do amor para atrair a atenção, produzir alinhamento, harmonia e compreensão não é tudo o que é necessário na nova telepatia que caracterizará a Nova Era. É preciso haver também desenvolvimento e controle mentais.

Essa forma de telepatia não é uma função da alma animal, como é o caso dos contatos de plexo solar e das respostas a mensagens dadas pelo homem ou mulher emocionalmente polarizados. Esse tipo de relação telepática com sua resposta é uma característica da alma humana, trabalhando de mente para mente e de cérebro para cérebro. É literalmente um estado de consciência condicionado pela pessoa mentalmente integrada, de tal forma que ela é consciente e inclusiva do estado mental e dos processos de pensamento de outra pessoa.

3. A energia do prana, ou a força etérica do corpo vital. Essa energia, por um ato da vontade e sob a pressão do poder magnético do amor, responde ou é receptiva às duas energias mencionadas acima. A idéia, a forma do pensamento ou a impressão mental a ser registrada na consciência cerebral do receptor abre um caminho nos fluidos prânicos, controlando, assim, a sua atividade (tão incessante quanto a tendência de chita em produzir pensamentos-forma) de tal modo que o cérebro se torne responsivo de duas maneiras:

a. ele é levado à passividade pelo impacto dos três tipos de energia, combinados e fundidos em uma corrente de forças;

b. ele se torna ativamente capaz de responder à ideia, impressão, pensamento- forma, símbolo, palavras etc., que estão sendo projetados no interior da área de sua atividade consciente.

Tentarei reduzir a informação acima à simplicidade prática, mostrando, dessa forma, como esses três tipos de energia podem ser utilizados no trabalho prático:

1. Pelo uso da energia do amor de três formas:

a. irradiando amor (não o sentimento) para seus irmãos no momento da transmissão ou da recepção;

b. aproveitando o poder inerente do amor para atrair o material ou substância e, dessa forma, "revestir", no sentido oculto do termo, o que se envia;

c. emitindo a impressão, a ideia revestida, numa corrente de amor que seu irmão - alerta, receptivo e vigilante - atrairá para si próprio através do amor que, conscientemente, tem por você.

2. Pelo uso da energia mental através do esforço em polarizar-se a si próprio nos níveis mentais da consciência. Por um ato definido da vontade, eleva-se a consciência ao plano mental, mantendo-a ali. Essa ação é o reflexo, num plano inferior e na consciência cerebral, da capacidade da mente em se manter na luz. O êxito de todo trabalho telepático, feito tanto individual quanto grupalmente, dependerá da capacidade de se "manterem mentalmente firmes na luz". A diferença é que desta vez isso é feito pelo propósito do trabalho planejado mentalmente, e que se tenta manter a mente firme na luz do grupo, ou na luz um do outro, e não especificamente na luz de sua própria alma.

3. Pelo uso conscientemente organizado da energia do centro etérico ajna, e, às vezes, do centro coronário, quando se recebe, e do laríngeo, quando se transmite. Isso coloca em atividade a força etérica quando se trabalha telepaticamente, mas implica uma subordinação consciente ao poder das outras duas energias. Vocês observarão que, na prática, isso envolve, por parte do discípulo, o poder de fazer três coisas ao mesmo tempo. É preciso refletir mais profundamente sobre a realidade e sobre a necessidade de se emitir uma energia ativa quando se trata da transmissão e de manter uma receptividade ativa quando está atuando como receptor.

Eu gostaria de ressaltar que o êxito do trabalho telepático depende dos seguintes fatores:

Primeiro, que não haja barreiras entre o receptor e o transmissor. Tais barreiras seriam a falta de amor ou de simpatia, crítica ou suspeita.

Segundo, que o transmissor se preocupe principalmente com a clareza do seu símbolo, palavra ou pensamento, e não com o receptor. Uma rápida olhada em direção ao receptor, uma momentânea irradiação de amor e compreensão são suficientes para estabelecer o contato, e então a atenção deve-se voltar para a nitidez do símbolo.

Terceiro, que o receptor pense com amor e afeição no transmissor durante um ou dois minutos. A seguir, deve esquecer-se da personalidade. O fio de energia que une o receptor ao transmissor foi então estabelecido e, portanto, existe. Que a seguir seja, então abandonado.

Quarto, que se deixe que os receptores trabalhem com desapego. A maioria dos receptores fica tão ansiosa em receber corretamente, que essa própria ânsia intensa pode agir contra os seus esforços. Uma atitude despreocupada, um espírito de "não ligar” e uma atenção concentrada na ''faculdade interna de visualização'' acarretarão melhores resultados do que qualquer desejo intenso e violento de ver o símbolo e de se contatar com a mente do emissor.

O cérebro deveria registrar um reflexo do conteúdo da mente. Se um raio de luz depara-se com uma força advinda da mente do receptor, ou com um pensamento-forma emitido vigorosamente, poderá ser impedido de alcançar a mente. No entanto, um transmissor com um treinamento mais adequado pode ultrapassar essa barreira. Grande parte dos problemas reside nos pensamentos-forma emitidos, ou na precipitação de uma energia mental mal reguiada ou de uma radiação cerebral que anula os esforços. Por conseguinte, serão de grande valia um espírito tranquilo e pensamentos bem ordenados, e o cultivo daquela imparcialidade que não deseja nada para o próprio eu, nem nada com veemência.

A necessidade de receptores sensíveis é grande. Treinem-se. Esqueçam-se de vocês mesmos e de seus próprios e insignificantes afazeres - tão insignificantes e sem importância se comparados aos graves problemas da época atual. Mantenham os ouvidos atentos às vozes que procedem do mundo do Ser espiritual e amem-se uns aos outros com lealdade e firmeza.

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