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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


II. O TRABALHO TELEPÁTICO

A telepatia e os poderes aliados a ela serão compreendidos somente quando a natureza da força, das emanações e radiações e das correntes de energia for melhor apreendida. Isso está acontecendo com rapidez, uma vez que a ciência está, cada vez mais, penetrando no arcano das energias e começando a trabalhar - como faz o ocultista - no mundo das forças.

Dever-se-ia, também, ter em mente que apenas quando os centros envolvidos no processo forem utilizados de forma consciente é que teremos aquele trabalho cuidadosamente direcionado, que produzirá resultados satisfatórios. Por exemplo, uma pessoa emocional, usando principalmente o centro do plexo solar, esforçar-se-á para entrar em sintonia com outro de tipo mental. Disso resultará apenas confusão, pois as duas partes em questão estão usando centros diferentes, sendo sensíveis a certos tipos de força e insensíveis a outros. O mesmo ocorre se uma pessoa, ainda que mentalmente polarizada (e, portanto, sensível a vibrações similares), tenta estabelecer contato telepático com outra que esteja sob tensão emocional e, por conseguinte, não responsiva, ou, então, que esteja inteiramente absorta em algum problema mental e, portanto, circundada por uma muralha de pensamentos-forma, achando-se, assim, impermeável às impressões. Conforme se pode observar, o cultivo do desapego é uma qualidade imprescindível para o sucesso telepático.

Todos aqueles que procuram trilhar o Caminho do Discipulado estão-se esforçando para viver enfocados no centro coronário, e, através da meditação, em fazer aflorar o poder da alma. O problema com o qual vocês se deparam, como discípulos tentando desenvolver a sensibilidade telepática, baseia-se nos dois princípios seguintes:

a. qual dos três corpos é o mais ativo - isso indicará onde vocês vivem subjetivamente a maior parte do tempo;

b. qual é o centro mais significativo quanto a seu equipamento e através do qual você contata mais facilmente as modernas condições de vida. O que eu quero dizer com essas palavras é: em que ponto, literalmente falando, sua energia de vida está predominantemente enfocada e sua energia sensorial melhor se expressa.

Uma compreensão desses princípios tornará o leitor mais apto para trabalhar e para realizar um experimento inteligente. Por essa razão, observem-se a vocês mesmos com cuidado e, no entanto, de forma impessoal, e investiguem o porquê e o para quê dos efeitos produzidos, pois, fazendo isso, estarão aprendendo.

O terceiro tipo de trabalho telepático é aquele de alma para alma. Esse é o tipo mais elevado possível para a humanidade e é essa forma de comunicação que tem sido responsável por todos os escritos inspirados de real poder, pelas Escrituras do mundo, pelas elocuções iluminadas, pelos discursos inspirados, e pela linguagem do simbolismo. Isso só é possível quando existe uma personalidade integrada e, ao mesmo tempo, haja o poder de focalizar a si mesmo na consciência da alma. A mente e o cérebro devem, simultaneamente, ser colocados em perfeita relação e alinhamento.

É minha intenção esclarecer, mais adiante, essa ciência da comunicação, que, se iniciou através do sentido do tato e se desenvolveu através do som, dos símbolos, das palavras e frases, das linguagens, da escrita, da arte, e que prossegue em direção ao estágio dos símbolos superiores, do contato vibratório, da telepatia, da inspiração e da iluminação. Até agora, apenas tracei um esboço geral, porém, os detalhes específicos serão abordados posteriormente.

O trabalho dos comunicadores telepáticos é um dos de maior importância na nova era que se aproxima e será de grande valia ter uma idéia do seu significado e de suas técnicas. Resumindo a instrução acima eu afirmaria que, no que se refere a indivíduos:

I. A comunicação telepática é:

a. entre alma e mente;
b. entre alma, mente e cérebro.

Isto, quando se considera o desenvolvimento individual interno.

II. Quando ocorre entre indivíduos, a comunicação telepática é:

a. entre alma e alma;
b. entre mente e mente;
c. entre plexo solar e plexo solar (e, portanto, puramente emocional);
d. entre todos esses três aspectos da energia simultaneamente, no caso de pessoas muito evoluídas.

III. Outras possibilidades:

a. entre um Mestre e Seus discípulos ou discípulo;
b. entre um Mestre e Seu grupo, e um grupo ou grupos de sensitivos e aspirantes no plano físico;
c. entre grupos subjetivos e objetivos;
d. entre a Hierarquia oculta e grupos de discípulos no plano físico;
e. entre a Hierarquia e o Novo Grupo de Servidores do Mundo, com o objetivo de atingir a humanidade e encaminhá-la para mais perto da meta.

Isso diz respeito à nova ciência da comunicação telepática de grupo, da qual a telepatia de multidão ou de massa (tão bem conhecida) é a expressão mais inferior que se conhece. Essa telepatia instintiva pode ser equiparada a uma revoada de pássaros, atuando como uma unidade, ou àquela telepatia animal que serve para governar, de forma tão misteriosa, os movimentos de rebanhos de animais, e à transmissão rápida de informação entre as raças selvagens e pessoas não inteligentes. Todos esses são exemplos daquela exteriorização mais inferior de uma realidade espiritual interna. Um estágio intermediário dessa atividade instintiva, baseada, sobretudo em reações do plexo solar, pode ser observado na moderna psicologia de massa e na opinião pública. Ela é, como se sabe, predominantemente emocional, pouco inteligente, astral e fluida em sua expressão. Isso está mudando rapidamente e está-se transferindo para o domínio daquilo a que se chama de "opinião pública inteligente", mas está mudança tem sido lenta até agora. Tal processo envolve a atividade dos centros da garganta e do ajna. Temos, portanto:

1. Telepatia instintiva.
2. Telepatia mental.
3. Telepatia intuitiva.

Eu relembraria a vocês, logo de início, que a sensibilidade aos pensamentos de um Mestre, a sensibilidade ao mundo das idéias e a sensibilidade às impressões intuitivas constituem, todas, formas de sensibilidade telepática.

É óbvio que qualquer consideração a respeito desse tema deve levar em conta três fatores importantes:

1. O agente iniciador. Estou usando essa palavra deliberadamente, já que o poder para se trabalhar telepaticamente, tanto como agente iniciador quanto como receptor, está intimamente ligado à iniciação e é um dos indícios de que o homem está pronto para esse processo;

2. O sujeito receptor daquilo que lhe é transmitido nas "asas do pensamento";

3. O meio através do qual se pretende efetuar a transferência de pensamento, de ideia, de desejo, de impressão e, portanto, de alguma forma de conhecimento.

Esse é o relato mais simples da mecânica elementar do processo. Indica, também, a compreensão mais elementar do pensamento encerrado tão frequentemente nas palavras do Bhagavad Gita e que nós traduzimos no Ocidente pelos termos: o Conhecedor, o Campo do Conhecimento e o Conhecido. Muitas vezes vocês têm ouvido dizer que todo livro sagrado, como o Bhagavad Gita, por exemplo, tem várias interpretações, dependendo do ponto de evolução do leitor, ou do buscador da verdade. Essa interpretação do Bhagavad Gita em termos do

Comunicador, Comunicação e Comunicante ainda exige esclarecimento, e, na ideia que lhes transmiti acima, dei-lhes um leve indício.

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