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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


19 - IV. OS CENTROS E A PERSONALIDADE

Consideraremos agora os centros como fatores que controlam a vida da personalidade nos três mundos e sua relação mútua, sempre estudando o assunto do ponto de vista de sua relação com um dos três centros planetários maiores - Shambala, a Hierarquia e a Humanidade - em conexão como:

1. O Ponto no Centro.
2. As Energias Relacionadas.
3. A Esfera de Radiação.
4. O Triângulo de Energia.

Embora constitua um tema de caráter bastante intrincado, a seguinte afirmação básica servirá para esclarecê-lo de algum modo; trata-se de uma afirmação que tem sido expressa muito raramente. Enunciá-la-ei do modo mais simples possível:

Os centros localizados abaixo do diafragma, isto é, os centros do plexo solar, o do sacro e o da base da coluna vertebral, são controlados pelos quatro éteres do plano físico planetário; os centros acima do diafragma, ou seja, o centro cardíaco, o laríngeo, o ajna e o coronário, são controlados pelos quatro éteres cósmicos, aos quais denominamos energias dos planos búdico, átmico, monádico e logoico, respectivamente.

Essa afirmação envolve um conceito relativamente novo; cria uma relação fundamental, possibilitando o fato de que "assim como é em cima é embaixo". Reflitam sobre isso. Tem sérias implicações.

Os centros abaixo do diafragma são - durante o processo evolutivo - controlados pelo primeiro, segundo e terceiro éteres, contando de baixo para cima; quando a evolução tiver levado o aspirante ao ponto de integração pessoal, então as energias do plano mais elevado, o etérico-atômico, podem controlar e o fazem. Quando isso ocorre, apresenta-se a possibilidade de as energias dos planos etérico-cósmicos ativarem plenamente os centros que se encontram acima do diafragma. Isso sucede no Caminho do Discipulado e no da Iniciação. Este interessante processo de transferência de energias recebe vários nomes, tais como "substituição de irradiação", "unificação energizante" e "inspiradora luz de energia refletida". Todos esses termos são tentativas de se expressar em palavras, ainda que inadequadas, o que acontece quando as energias inferiores concernentes, sobretudo, à vida da personalidade, ou quando a luz refletora da Tríade Espiritual e da Glória Monádica são transferidas para os centros superiores de energia do último veículo utilizado pelo ser humano desenvolvido.

Até agora, muito pouco tem sido dito a respeito da relação existente entre os quatro éteres físicos e os quatro éteres cósmicos; no entanto, segundo no-lo revela o processo iniciático, há uma relação direta entre eles. Isto também provoca mudanças significativas nos veículos da humanidade. Além disso, existe uma relação direta entre os quatro aspectos do carma (Lei de Causa e Efeito) e os quatro éteres físicos, assim como os quatro éteres cósmicos; essa relação constituirá, mais tarde, a base de uma nova ciência ocultista. Por conseguinte, ainda há muito a ser apreendido pelos estudantes no que concerne à energia, suas fontes emanantes, seu método de transferência ou seus processos de transição e sua permanência no corpo planetário, ou no corpo físico do indivíduo. Trataremos agora, de algumas dessas ideias, estabelecendo assim as bases para a futura investigação, mas dizendo pouca coisa que seja de utilidade imediata para o estudante individual.

Relação entre os Centros Superior e Inferior.

É relativamente fácil enumerar os quatro éteres cósmicos e, depois, enumerar os quatro éteres do plano físico tal como os conhecemos e então afirmar que a pessoa comum é controlada pelos centros que se acham abaixo do diafragma (os quais respondem aos éteres do plano físico quando transmitem energia dos três mundos da evolução humana), e que o iniciado responde aos éteres cósmicos, quando estes atuam através dos centros situados acima do diafragma e os despertam. Deve-se lembrar, ao mesmo tempo, que os sete centros do veículo etérico do homem são compostos de éteres físicos, masque, no Caminho do Discipulado, se convertem em veículos dos éteres cósmicos. Para melhor esclarecer esse quadro, seria bom estudar brevemente os quatro aspectos dos centros enumerados acima, ou a totalidade com a qual se apresentam aos olhos do Vidente, quais sejam:

1. O Ponto no Centro - a "joia no lótus", para utilizar um termo oriental antigo. É o ponto de vida através do qual a Mônada se fixa no plano físico, e portanto o princípio de vida consequente de todos os veículos transitórios - desenvolvidos, não desenvolvidos ou em processo de desenvolvimento. Esse ponto de vida contém em si todas as possibilidades, potencialidades, experiências e todas as atividades vibratórias. Ele personifica a vontade de ser, a qualidade de atração magnética (comumente denominada amor) e a inteligência ativa que leva a vivência e o amor à sua expressão máxima. A afirmação ou definição acima é da maior importância. Por conseguinte, esse ponto no centro constitui, na realidade, tudo o que É e os outros três aspectos da vida - tal como enumerados - são simples indicações de sua existência, E aquilo que tem a capacidade de se retirar para sua Fonte, ou revestir-se, camada após camada, de substância; é a causa do retorno do assim chamado Eterno Peregrino à Casa do Pai, depois de muitos eons de experiência, assim como aquilo que permite experimentar e conduz à eventual experiência e à expressão final. É também aquilo que os outros três aspectos abrigam e os sete princípios (manifestando-se como veículos) protegem. Existem sete desses "pontos" ou "joias" que expressam a natureza sétupla da consciência, e à medida que são levados, um por um, a uma expressão vivente, os sete sub-raios do raio monádico dominante também são impelidos, um por um, à manifestação, de modo que cada discípulo- iniciado seja (a seu devido tempo) um Filho de Deus em plena e externa glória.

Está chegando o momento em que o corpo etérico individual é submergido ou perde-se de vista na luz que emana desses sete pontos e é colorido pela luz da "jóia no lótus" na cabeça, o lótus de mil pétalas. Os centros se relacionarão entre si mediante uma linha de fogo vivificante e cada um se expressará então em plena forma divina.

No passado, os instrutores deram muita ênfase ao "extermínio" dos centros que ficam abaixo do diafragma, ou à transferência da energia desses centros para os centros superiores correspondentes. Já chamei a atenção para isso em outros escritos e instruções, pois essa é a maneira exata de transmitir a verdade essencial. No entanto, esses métodos de expressão são apenas frases simbólicas, e sob esse aspecto, são verdadeiras; no entanto, no final do seu processo evolutivo, cada um dos centros do corpo etérico será uma expressão viva, vibrante e bela da energia básica que sempre procurou utilizá-lo. Elas são, entretanto, energias destinadas a viver a vida divina, e não a vida material. São límpidas, puras e radiantes; seu ponto central de luz é de tal brilho que o olho físico do homem mal pode registrá-lo. A essa altura, deve-se lembrar que, embora haja sete desses pontos, um no centro de cada lótus, existem apenas três tipos de "jóias no lótus" porque a Mônada expressa unicamente os três aspectos maiores da divindade, ou os três raios maiores.

2. As Energias Relacionadas. Essa expressão refere-se ao que denominamos as "pétalas" do lótus. Não considerarei aqui as diferenciações das diversas energias; elas já foram bastante enfatizadas tanto pelos escritores ocidentais quanto pelos orientais. Há uma excessiva curiosidade em se saber o número de pétalas de qualquer centro particular, sua distribuição, cor e qualidade. Se isto os interessa, vocês podem pesquisar nos livros clássicos, lembrando-se, porém, ao pesquisarem a informação buscada, que eles não têm condição de provar-lhes a exatidão dos dados, sendo sua utilidade imensamente problemática. Escrevo isso para os verdadeiros estudantes e para aqueles que procuram viver a vida do espírito; a informação que os teóricos buscam foi dada por mim e por muitos outros expoentes dos tecnicismos da Sabedoria Eterna.

Quero ressaltar que, assim como o ponto no centro é o ponto de vida e o imutável, perene e Eterno Uno, assim também as energias ou pétalas relacionadas indicam o estado de consciência que o Eterno UNO - em um ponto determinado no tempo e no espaço - pode expressar. Isto pode ser o estado de consciência relativamente subdesenvolvido do selvagem, a consciência do homem comum, a consciência altamente desenvolvida do iniciado até o terceiro grau, ou ainda, a percepção de maior vibração do iniciado de graus ainda mais elevados. Isso sempre tem a ver com a CONSCIÊNCIA; apenas o ponto no centro concerne ao primeiro aspecto, ou aspecto vida; as pétalas referem-se ao segundo aspecto, ou aspecto consciência, e isto deve ser cuidadosamente levado em conta.

O estado de consciência é sempre revelado pelo volume, cor e atividade das energias que compõem as pétalas do lótus; seu desabrochar e seu desenvolvimento estão condicionados pelos raios dominantes, assim como pela idade e extensão da expressão da alma. O alcance e a natureza do relativo "brilho" também estão condicionados pelo ponto de enfoque em qualquer vida particular, e pela tendência dos pensamentos da alma encarnada; deve-se lembrar aqui que "a energia segue o pensamento". O foco natural ou o ponto de polarização pode ser, às vezes, definitivamente anulado pela linha de pensamento do homem (seja qual for), ou pelo fato de ele estar vivendo, consciente ou inconscientemente, a vida comum. Um exemplo disso o temos no fato de que o enfoque natural de um discípulo pode ser o centro do plexo solar, mas, por causa de seu pensamento físico e determinado, a energia que ele maneja pode ser dirigida para os centros acima do diafragma, produzindo, portanto, um atrofiamento temporário desse centro situado abaixo e com o consequente estímulo do que está acima dessa linha divisória. Desse modo são produzidas as mudanças necessárias.

Quando o ciclo evolutivo está chegando a seu término e o discípulo- iniciado se aproxima da sua meta, as energias todas estão completamente desenvolvidas, ativas e vibrantes, sendo pois, utilizadas conscientemente como aspectos essenciais do mecanismo de contato do iniciado. Isso geralmente é esquecido, pois o estudante pensa exclusivamente nos centros como expressão de seu desenvolvimento natural, sendo isso de importância secundária. Os centros são, na realidade, pontos focais pelos quais a energia pode ser distribuída, sob direção hábil, a fim de produzir o impacto necessário sobre aqueles centros ou indivíduos que os discípulos procuram ajudar. Esses impactos podem ser estimulados ou vitalizados, segundo a necessidade, ou podem ser deliberadamente destrutivos, ajudando, assim, na liberação da substância ou matéria do que vai ser ajudado.

Já é tempo de os estudantes prestarem atenção aos centros sob o ângulo do serviço e no enfoque e utilização da energia para o serviço. É aqui que está implicado o conhecimento do número de pétalas que formam um centro, porque ele indica o número de energias disponíveis para o serviço, isto é, duas, doze, dezesseis etc. Nenhuma atenção foi dada até agora a esse ponto tão importante, que representa o uso prático do novo ocultismo na Nova Era que se aproxima. Os símbolos orientais, frequentemente sobrepostos nas ilustrações que representam os centros deveriam agora ser suprimidos, pois não são de real utilidade para a mente ocidental.

3. A Esfera de Radiação. Concerne, obviamente, ao raio de influência ou ao efeito vibratório que parte dos centros, à medida que, gradual e vagarosamente, entram em atividade. Esses centros, ou suas vibrações, são, na realidade, os que criam ou constituem a assim chamada aura do ser humano, ainda que essa seja frequentemente confundida com a aura da saúde. Em vez da palavra "frequentemente" talvez fosse melhor dizer "geralmente", pois seria mais concreto. O corpo etérico é que designa e condiciona a aura, a qual, presume-se, demonstra o que a personalidade é, emocional e mentalmente, indicando (ocasionalmente) o controle que exerce a alma. Esta não é uma premissa falsa, e eu gostaria que vocês registrassem esse fato, apesar de sua pouca importância, pois, na realidade, a aura indica os centros do indivíduo. Pelo estudo da aura, podem-se comprovar certas coisas, tais como:

a. se o desenvolvimento se efetua acima ou abaixo do diafragma;
b. se os centros estão ou não desenvolvidos;
c. se a natureza dos raios controladores é suficientemente clara;
d. se o ponto no centro e as pétalas do lótus estão controladas, ou se se alcançou certo equilíbrio;
e. se a personalidade se exterioriza e se acha, portanto, em estado de existência, ou se está ocorrendo um retraimento devido à introspecção e autocentralização, ou ao lento processo de aproximação da morte;
f. se o controle é exercido pela personalidade ou pela alma e se existe, portanto, uma luta entre as duas.

Pode-se observar, pois, quão reveladora pode ser a aura para o indivíduo que possui a habilidade de interpretá-la com exatidão, e quão reconhecido se deveria ser pelo fato de tal capacidade ser relativamente rara, ou só possuída por um Iniciado ou um Mestre cuja natureza é AMOR.

A "esfera de radiação" é um poderoso instrumento em serviço, e o alcance e pureza de seu contato deveriam ser cultivados pelo discípulo dedicado. Existe um verdadeiro ensinamento ocultista na afirmação do Novo Testamento que diz que "a sombra de Pedro curava, ao passar". Sua aura era de tal natureza que exercia um efeito benéfico em qualquer lugar e em qualquer um que tocasse ou com o qual se pusesse em contato. O controle que Cristo exercia sobre Sua aura era tal, que "Ele sabia quando a virtude tinha fluído dEle" - sabia Ele, portanto, que as energias de cura jorravam através de um de Seus centros em direção a uma pessoa ou grupo de pessoas necessitadas. É a aura, com seu poder de atração e sua estabilidade, que também mantém unido um grupo, que faz com que um auditório se mantenha atento, e também que o indivíduo seja um fator importante em um determinado aspecto de aproximação junto a seus semelhantes. A "esfera de radiação" é facilmente estabelecida por aqueles que a investigam e que observam o efeito da radiação sobre as pessoas, na comunidade ou no meio ambiente. Uma pessoa muito emotiva, que atua através de um plexo solar superdesenvolvido, pode destruir um lar ou uma instituição. Dou-lhes isso como ilustração. Uma vida radiante, criativa, que utiliza conscientemente os centros cardíaco e laríngeo, pode inspirar centenas de pessoas. Esses são pontos dignos de consideração. No entanto, deve-se ter em mente que esses centros são ativados pelo cultivo de certas virtudes principais, e não pela meditação ou concentração sobre os centros. Eles são levados automaticamente à necessária condição irradiante por meio do correto viver, pelos pensamentos elevados e pela atividade amorosa. Essas virtudes podem parecer ineficazes e desprovidas de interesse, mas são sumamente poderosas e cientificamente eficazes para levar os centros à desejada atividade irradiante. Quando a tarefa está terminada e todos os centros são esferas vivas de atividade irradiante expedida, cada centro penetra na órbita do outro, de tal modo que o iniciado se converte num centro de luz vivificante e não num conglomerado de sete centros irradiantes. Reflitam sobre isso.

4. O Triângulo Central de Energias. Representa, de modo inequívoco, os três raios que condicionam os "veículos periódicos" do homem, como os denomina H.P.B. São eles: o raio monádico, o raio da alma e o da personalidade. Para o Mestre observador e atento também é evidente qual é o raio que domina, mas isso é impossível para aquele cujo grau é inferior ao de Mestre. Os discípulos e outros observadores devem tirar suas conclusões a respeito da "natureza da esfera de radiação". A essa altura, um fator de erro pode irromper, o que não ocorreria a um Mestre; no entanto, deve-se lembrar que, até a sexta Iniciação, a da Decisão, "a Mônada guarda dois segredos, mas perde três, quando exerce o controle e a alma desaparece". Não poderei dar maiores esclarecimentos a esse respeito.

5. Apresentei aqui uma abordagem nova a respeito dos centros. Seria de grande valor para os estudantes tentar compreendê-la, pois difere da informação encontrada nos livros ocultistas. Uma compreensão do que eu disse levará o estudante sério a adotar uma atitude mais prática em relação aos centros, e também a realizar um esforço persistente para tornar a sua esfera de atividade irradiante de maior utilidade para seus semelhantes. A razão para isso consiste em que sua atitude passará a expressar a qualidade do espírito subjetivo e não a qualidade - até então prevalecente - da matéria objetiva. Não se esqueçam de que o corpo etérico é um corpo material e substancial, e, portanto, parte integrante do plano físico; não se esqueçam também de que, antes de tudo, está destinado a conter as energias dos planos emocional e mental durante a etapa experimental inconsciente da encarnação; também está destinado a trazer em si a tríplice energia da alma durante a etapa em que se adquire experiência conscientemente; e também que, à medida que se vai construindo o antahkarana, deve conter as energias da Mônada durante a etapa em que se expressa conscientemente a divindade. Veem aí, pois, a beleza do processo espiritual e a ajuda planejada dada aos filhos dos homens em todas as etapas de seu retorno ao centro de onde vieram?

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