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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


XIV. OS ASPECTOS SUPERIORES DO RELACIONAMENTO

A palavra telepatia tem sido usada principalmente para abarcar as várias fases do contato mental e da troca de pensamento sem o emprego da palavra, ou signo falado ou escrito. Entretanto, o que se compreende por essa acepção moderna não abrange os aspectos superiores do "relacionamento com a Mente Universal”. O terceiro aspecto, a inteligência, está envolvido quando é interpretado o contato; o segundo aspecto, amor-sabedoria, é o fator que torna possível a impressão superior, e isto se dá quando tal fator está-se desenvolvendo ou está em processo de se tornar uma atividade funcionante. Durante esse processo de desenvolvimento, só é possível a telepatia direta, a qual é de dois tipos:

1. Telepatia simpática ou compreensão imediata, percepção de fatos, captação de acontecimentos e identificação com as reações da personalidade. Tudo isso está ligado à atividade do plexo solar da personalidade e, quando a natureza do amor ou segundo aspecto está desenvolvido ou em desenvolvimento, essa se torna o "germe ou semente" da faculdade intuitiva. Todo o progresso é, portanto, búdico-astral e envolve, como agente, os aspectos inferiores da Mente Universal.

2. Telepatia mental ou interação dos pensamentos transmitidos. Apesar de ser um fenômeno frequente entre pessoas de grande desenvolvimento intelectual, esse tipo raramente é reconhecido, suas leis e modos de expressão são ainda desconhecidos, e as melhores mentes e intérpretes que se acham nos níveis subjetivos confundem-na com as reações do plexo solar. Essa é uma ciência relativamente nova e inexplorada, mas o campo de sua atividade não é astral e, portanto, não está ligado ao plexo solar, pois a substância por meio da qual esta ciência se desenvolve não é astral mas, sim, mental, estando, portanto, envolvido e sendo empregado outro veículo, que é o do corpo mental. Ela é a "semente ou germe" dos contatos superiores e das impressões provenientes de níveis mais elevados que o búdico ou intuitivo. Está relacionada com o aspecto superior da Mente Universal, a Vontade Inteligente. Em ambos os casos estão envolvidos o aspecto inferior do amor (resposta astral, emocional e sensitiva) e o puro amor da alma.

A sensibilidade astral, simpática, é falível, dando, frequentemente, margem a conjecturas e interpretações errôneas. A telepatia superior - outra forma de sensibilidade, e que é como ponto de partida e conceito - finalmente torna-se infalível; nas etapas iniciais (concernentes aos métodos de interpretação e dedução) ela pode frequentemente falhar.

A telepatia mental direta é uma das manifestações elevadas da personalidade; tem a natureza de uma faculdade conectora, pois é um dos principais passos rumo à impressão superior: pressupõe sempre um estágio relativamente elevado de desenvolvimento mental, sendo essa uma das razões pela qual ainda não é considerada uma capacidade honrada, comprovada e provável do ser humano. Nesse caso, a mente é, na realidade, o "matador do Real", e as fontes e as modalidades do conhecimento subjetivo permanecem ainda em uma área obscura da consciência humana. Todavia, os processos normais da evolução provarão incontrovertidamente a existência de faculdades que permitem que as impressões espirituais e subjetivas sejam possíveis e, finalmente, normais.

Como já se explicou, essa "Suprema Ciência de Contato" pode ser classificada nas seguintes fases que se desenvolvem progressiva e separadamente uma das outras. Não se esqueçam da inevitável continuidade, característica marcante do processo evolutivo.

1. Percepção astral sensitiva. Baseia-se nas reações do plexo solar, e todo o processo se desenvolve no plano astral e com substância astral. Em sua forma mais elevada, é um fator que, mais tarde, tornará possível a percepção e a sensibilidade intuitivas; a partir daí, o processo se realiza com substância búdica. Deve-se lembrar que, em determinada etapa de seu desenvolvimento, os aspirantes são de natureza fortemente astral-búdica.

2. Telepatia mental. Envolve, naturalmente, duas ou mais mentes, e o processo desenvolve-se na substância do plano mental. Esse é o fator que torna possível a atividade a que chamamos "impressão". Essa impressão provém, em grande escala, de certos aspectos do plano mental, tais como:

a. A alma do indivíduo telepático, empregando as pétalas do conhecimento do lótus egoico - uma forma elevada de inteligência mental;

b. A denominada mente abstrata. Esse aspecto da substância mental é amplamente utilizado pela Hierarquia para chegar à mente dos discípulos. Somente nos últimos séculos é que a Hierarquia deslocou o foco de sua atenção vital para o plano búdico e para fora do plano mental. Isso foi possível porque os aspirantes do mundo atualmente são sensíveis a contatos baseados numa consciência astral-búdica, mas que são estritamente levados a cabo dentro da substância mental. Isso envolve necessariamente os três aspectos da mente, ali encontrados: a mente concreta, o Filho da Mente, e a sensibilidade ou reação abstrata. No plano físico, isso envolve certa atividade do corpo pituitário (como se pode ver facilmente) e também o emprego do centro ajna.

3. A Ciência Ocultista da Impressão. Torna-se possível quando as outras duas formas de relação telepática se acham presentes e estão-se desenvolvendo rumo a um certo grau de precisão. Depende também da construção do antahkarana e da firme orientação do aspirante ou discípulo para a Tríade Espiritual; também se torna possível quando a mente abstrata está desenvolvida e é sensível, podendo, então, converter-se na semente ou germe da Vontade espiritual, o que implicará a capacidade de responder ao propósito divino. O aspecto superior da mente abstrata é o plano átmico. Seria útil compreender a natureza substancial desses dois níveis de consciência. É dentro da substância do plano átmico que se inicia essa atividade que pode impressionar a mente abstrata, a qual então se converte na sede da consciência do homem espiritual; esse, ao mesmo tempo, continua a possuir e a utilizar ativamente sua personalidade, bem como a empregar a mente concreta. Entretanto, nesse caso, a sensibilidade astral começa a situar-se abaixo do umbral da consciência, chegando, assim, a constituir parte desse grande conjunto de instintos e reações instintivas que o ser humano possui e que o introduzem na vida e na consciência condicionada de tudo que existe nos três mundos, incluindo os três reinos sub-humanos da natureza. É com esses instintos sublimados e controlados que trabalham aqueles Mestres e discípulos cuja tarefa consiste em supervisionar a evolução das formas nos reinos sub-humanos.

As formas superiores da telepatia mental, compreendendo a alma e a mente abstrata, concernem unicamente ao Plano divino - à medida que a Hierarquia o desenvolve nos três mundos. Por conseguinte, a Ciência da Impressão ocupa-se principalmente, com o Propósito divino tal como Shambala o está desenvolvendo e também com aqueles aspectos superiores do trabalho hierárquico que nada têm a ver com o trabalho nos três mundos. Gostaria que refletissem sobre esses pontos.

Devido ao curioso estágio da evolução alcançado pelo reino humano, hoje em dia foi instituído um aspecto intermediário entre as três formas de impressão mencionada acima; é como um período intermediário existente entre a,expressão humana plena e a plena expressão do reino das almas. A isso chamamos:

4. A Ciência da Invocação e Evocação. Essa ciência pode usar - e realmente usa - os impulsos ignorantes e os anseios superiores (ainda incipientes) das multidões, expressos de um modo invocativo: isto é feito com a finalidade de eliminar a lacuna existente na consciência entre a vida do homem comum, a vida da personalidade integrada e a vida da alma. Mediante a utilização desta demanda invocativa - frequentemente inaudível e inconsciente - os discípulos do mundo podem enfocar-se; podem empregá-la e, desse modo, gerar uma energia suficientemente forte para provocar um verdadeiro impacto e uma impressão definida nos Seres e Vidas que se encontram em níveis mais elevados que aqueles dos três mundos. Esse impacto evoca uma reação desses Seres superiores e estabelece um intercâmbio espiritual e inteligente de grande valor, propiciando um estímulo adicional e uma maior vitalização do normal e habitualmente lento processo evolutivo. Isso se verifica atualmente de forma aguda, o que esclarece muito do que está acontecendo, hoje em dia, no mundo dos assuntos humanos. O estímulo em ampliação é de natureza muito intensa. O clamor invocativo da humanidade não é apenas o apelo inaudível provocado pelos trabalhadores hierárquicos em toda parte, mas também encontra sua expressão em todos os planos e projetos, nos programas formulados, e nos numerosos grupos e organizações dedicados ao melhoramento da vida humana.

Certos conceitos básicos subjazem em todos os aspectos da Ciência de Contato, e sem eles a tentativa de domínio dessa ciência não teria em que se fundamentar. Por favor, procurem compreender isso. Há três conceitos que se deve ter sempre em mente:

1. O corpo etérico planetário é o meio através do qual as correntes de pensamento ou as impressões (não importa de qual fonte procedam) devem passar, a fim de produzir um impacto no cérebro humano. Isso tem implicações fundamentais. Esse veículo etérico torna possíveis todos os relacionamentos, porque o corpo etérico individual é parte integrante do corpo vital do planeta, o qual é também o meio de toda reação instintiva, tal como o demonstra o animal quando pressente o perigo. Quanto mais o corpo etérico estiver entrelaçado (se é que posso usar tal termo) com o veículo físico denso, mais evidente será a reação instintiva - o exemplo dado baseia-se em milhares de reações semelhantes - e também maior será a
sensibilidade, e maior será a aptidão para o contato telepático e o reconhecimento das impressões superiores. Também pode-se acrescentar que o corpo etérico de um discípulo ou mesmo de uma pessoa evoluída pode ser manejado e tratado de tal forma que rejeite grande parte do que de outro modo poderia ser-lhe imposto, atravessá-lo ou usá-lo como canal. Esse treinamento é automático; a evidência disso pode ser observada na capacidade que tem o mecanismo humano para eliminar todos os contatos e impressões desnecessários, aos quais se acha tão acostumado que nem sequer precisa registrar, e tudo aquilo que considera indesejável ou não merecedor de atenção. A razão pela qual o verdadeiro contato telepático entre mentes não é mais comum deve-se ao fato de que poucas pessoas pensam com a devida clareza ou com a energia requerida; elas não criam formas de pensamentos verdadeiras, concisas ou poderosas, ou - se o fazem - estes pensamentos não estão corretamente dirigidos para o objetivo pretendido. Quando um homem é um discípulo e procura deliberadamente deixar-se impressionar por sua alma, pelo Mestre, ou pela Tríade Espiritual, a tarefa do agente impressor é relativamente simples: tudo o que o discípulo tem a fazer é desenvolver a receptividade correta, mais uma inteligência intuitiva que lhe permitirá fazer interpretações corretas e reconhecer, também, a fonte da comunicação ou impressão.

Isto nos leva ao segundo conceito básico:

2. A sensibilidade à impressão envolve o engendramento de uma aura magnética sobre a qual as impressões superiores podem atuar. Tratei disso (de certo modo) no capítulo anterior. É preciso lembrar que a potência da aura magnética que envolve todo ser humano encontra-se presente em quatro áreas de substâncias, as quais estão próximas dos quatro centros maiores. Quando o indivíduo é manifestamente de grau inferior e de natureza predominantemente animal, a maioria das impressões causadoras de impactos chegarão a ele automaticamente através do centro sacro; tais impressões (como bem se pode imaginar) serão tensas, porém, não obstante, dinâmicas; elas se relacionarão com tudo que concerne a seu ser físico, seus apetites físicos, seu conforto ou desconforto físicos. Entretanto, hoje em dia, relativamente poucas pessoas, em proporção aos habitantes do planeta, usam o centro sacro como órgão principal de registro. Nesse caso, a aura magnética é relativamente pequena; todas as impressões (que não têm como advir de fontes mais elevadas que o próprio homem) atuam para baixo através da aura do centro sacro. As impressões, portanto, em sua maioria, são de natureza puramente instintiva e envolvem pouca ou nenhuma atividade mental; no entanto, há evidência do que pode ser compreendido como aspiração mesmo se não for o que um verdadeiro aspirante consideraria como algo espiritual.

O ser humano comum, embora ainda não pensante, atua por meio de seu corpo astral e, por estar polarizado nele, o faz - etérica e principalmente - através do centro de seu plexo solar. Todas as impressões penetram na aura através da área que circunda essa parte do veículo etérico. É através desse centro principal que o médium comum trabalha, recebendo impressões e comunicações de entidades ou formas astrais animadas que se encontram nas fascinações criadas pela humanidade.

Lembrem-se, porém, de que a verdadeira aspiração é essencialmente um produto ou reação astral; todos os aspirantes, nas primeiras etapas de sua lenta reorientação, atuam através do centro do plexo solar, e concentram aí de forma gradual as energias inferiores, antes de transmutá-las e elevá-las ao centro superior, o cardíaco. Há discípulos que trabalham deliberadamente no plano astral, sob a instrução do Mestre de seu Ashram, a fim de atingir tais neófitos e, desse modo, impressioná-los com o conhecimento e a informação sutil necessários a seu progresso. Nenhum Mestre trabalha dessa maneira e, por isso, os Mestres têm de usar seus discípulos neste serviço. Tais discípulos dirigem a impressão desejada para a área do plexo solar da aura magnética. Essa aura magnética tem um outro ponto de entrada na região do centro laríngeo, utilizando-o como receptor de impressões superiores. Tal centro ou zona de energia é amplamente utilizado e vitalmente ativado pelos que são os trabalhadores criativos do mundo; estes, necessariamente, estabeleceram contato direto com a alma, encontrando-se, portanto, completamente abertos às ideias intuitivas, fonte de seu trabalho de natureza criativa. De acordo com o êxito alcançado em tal produção criativa, e conforme a beleza de seu trabalho, assim será a impressão que, a partir daí, transmitirão aos outros homens. Curiosamente, as novas e singulares formas de arte que encantam algumas pessoas e desagradam outras são, em sua maioria, criações do plexo solar e, portanto, não são de ordem verdadeiramente elevada. Em poucas delas - muito poucas - está implicado o centro laríngeo.

A aura magnética que circunda a cabeça é a que é verdadeiramente sensível às impressões superiores, e é o ponto de entrada para o centro coronário. Não me estenderei sobre isso; tudo que lhes transmiti está relacionado com o despertar desse centro superior, antes que o aspirante se torne um membro do Reino de Deus. O centro ajna não está envolvido e permanecerá, por muitos séculos, como o agente da impressão dirigida, e não o objetivo de tais impressões.

Outro pensamento-chave de grande importância resume-se nas seguintes palavras:

3. "O Plano é a substância dinâmica que prove o conteúdo do reservatório com o qual o agente impressor pode trabalhar e ao qual o receptor da impressão deve ser sensível."

Essa frase implica, provavelmente, um sério reajustamento no modo de pensar de muitos estudantes. O conceito de Plano como Substância é certamente novo para eles e talvez também seja novo para vocês. No entanto, este é um conceito que se deve procurar apreender. Permitam-me enunciá-lo de outro modo: O Plano constitui ou é composto da substância com a qual os Membros da Hierarquia trabalham constantemente. Vamos tomar esse importante conceito e analisá-lo nas partes que o compõe a fim de esclarecê-lo. Estou enfatizando enormemente essas palavras porque esse conceito é de uma importância quase além da compreensão humana, e porque entendê-lo pode levá-los a rever e revitalizar a total aproximação do Plano, capacitando-os, portanto, a trabalhar de uma forma inédita inteiramente nova:

1. O Plano É substância. É essencialmente energia substancial. E energia é substância e nada mais.

2. A substância (que é o Plano) é dinâmica por natureza, e está, por conseguinte, impregnada da energia da VONTADE.

3. O Plano constitui uma reserva de substância energizada, mantida em solução pela VONTADE de Sanat Kumara e incorporando Seu propósito intangível (intangível para nós, mas não para Ele).

4. É essa Substância planetária que os "agentes impressores" - os Nirmanakayas, os Membros da Hierarquia e os discípulos ativos do mundo, assim como também todos os sensitivos espirituais de certo grau - devem conduzir.

5. Os receptores da impressão desejada devem tornar-se sensíveis a essa energia substancial.

Toda essa proposição pode remontar-se ao Pensador original Que trouxe à existência nosso mundo manifestado e Que, sequencialmente, e sob a Lei da Evolução, está trazendo à manifestação o objetivo de Seu Pensamento. Num sentido mais amplo, constitui a soma total do mar de energias no qual "vivemos, nos movemos, e temos nosso ser." E este é o sétuplo corpo dos Logos planetário.

Agentes Impressores da Vontade Divina.

Todavia, não estamos considerando aqui o Todo maior, mas estamos tratando de uma área específica e enfocada na consciência planetária, que se encontra na metade do caminho entre o plano superior, onde se acham a Câmara do Conselho do Grande Senhor e os três planos que constituem o campo ativo do trabalho hierárquico - os três níveis de consciência da Tríade Espiritual. Essa "área enfocada" tem sido precipitada pelos Agentes da Vontade divina; Eles conhecem o propósito básico de Sanat Kumara e o mantém sempre presente e ao alcance dos Mestres de Sabedoria, que podem atuar como "Agentes impressores da Vontade de Sanat Kumara". São eles o Manu, o Cristo, e o Mahachohan, o Senhor da Civilização.

Dever-se-ia mencionar aqui que os três Budas de Atividade são os Agentes impressores mais importantes e que os três Grandes Senhores são os "Receptores da impressão" num nível muito elevado, o nível átmico de percepção, zona energizada pela Vontade divina.

Ao tratar do quinto Ponto de Revelação, afirmei que ele concernia ao aspecto superior da Vontade - aquele que produz a síntese superior, a síntese final.O propósito planetário constitui a síntese final do pensamento inicial do Logos planetário, e a esse pensamento se dá o nome (incapaz de expressar o seu verdadeiro sentido) de "GLÓRIA"; isso é tudo que podemos conceber acerca do propósito divino; para nós, ele é o "resplendor de glória". A mente humana acha-se numa etapa (em termos de tempo e espaço) em que é incapaz de registrar qualquer aspecto do Propósito; tudo que podemos fazer é cooperar com os esforços da Hierarquia, a fim de ativar fatos e acontecimentos que finalmente permitirão a manifestação do Propósito, propósito esse que constituirá a revelação final para a última raça-raiz humana; está, portanto, muito além de nossa atual etapa de evolução.

Farei aqui uma declaração que provavelmente não transmitirá coisa alguma à inteligência do discípulo comum, masque pode constituir um pensamento-semente frutífero, proveitoso para o iniciado que ler estas palavras:

"O Propósito de Sanat Kumara é criado, no presente, pela síntese revelada pela natureza dos sete últimos Caminhos. É adaptado, em tempo e espaço, à inteligência humana, pelo Plano apresentado, e - na glória da consumação - o Plano realizado revelará o Propósito em todos os sete planos da evolução. Então a evolução, tal como formulada e imposta pela Hierarquia, terminará e uma expressão dinâmica ainda maior ocorrerá”.

Vocês observarão que, em todos os campos do ensinamento, chega-se a uma combinação e fusão finais e que, num certo ponto do desenvolvimento da consciência, os inumeráveis aspectos da aproximação espiritual reduzem-se a poucas linhas de percepção espiritual consciente. O mesmo se dá com os detalhes do processo evolutivo, com a formulação do Plano hierárquico e com o reconhecimento do Propósito. Falando praticamente (e isso é de suma importância), poder-se-ia dizer que a evolução controla a forma do Propósito; o Plano concerne ao reconhecimento hierárquico do Propósito, enquanto que este é o Pensamento sintético que aflui à consciência divina do Senhor do Mundo através dos Sete Caminhos, dos quais os Mestres se tornam conscientes em uma iniciação muito elevada.

As sete grandes energias fluem em nosso mundo manifestado ao longo das linhas dos sete Caminhos; estas não são as energias diretas dos sete Raios, porque dizem respeito à consciência de uma maneira muito específica; são as energias substanciais da expressão material e sua origem diz respeito a um grande mistério. Essas duas linhas de energia - energia material e energia da consciência - quando reunidas pelo Propósito divino, constituem o dualismo essencial de nossa vida manifestada.

Tudo o que somos capazes de reconhecer desse Propósito é o Plano hierárquico, e isso somente discípulos e aspirantes avançados podem julgar e reconhecer. Este Plano é baseado no conhecimento da orientação divina no Passado, no reconhecimento do progresso desse Passado para o Presente, mais o esforço para se tornar sensível ao surgimento correto desse Plano (incorporando sempre um aspecto do Propósito) no Futuro imediato. O Propósito está relacionado ao Passado, Presente e Futuro; os Agentes do Plano são impressionados de Shamballa, através dos Nirmanakayas; o processo é então repetido, e a humanidade avançada torna-se os recebedores, os recebedores sensíveis, do Plano como transmitido a eles pelos Agentes Impressionantes, os Mestres, trabalhando através do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Este grupo é a correspondência inferior dos Nirmanakayas, os recipientes da impressão de Shamballa. Veja, portanto, a beleza e a síntese, a interdependência e a interação cooperativa que é demonstrada através da cadeia da Hierarquia, desde o Agente mais alto até o recipiente mais baixo da impressão divina.

A chave para tudo isso é a energia. Energia é substância, e esta substância é qualificada pela divina VONTADE dinâmica. Há muito a ser aprendido sobre a Vontade. A vontade como energia dinâmica ainda não é compreendida em seu verdadeiro sentido pelos seres humanos. A humanidade geralmente reconhece a vontade como determinação fixa; este é, na realidade, seu esforço individual para impressionar a substância (pessoal ou ambiental) com sua própria vontade própria ou com seu esforço bem intencionado para se conformar ao que eles acreditam ser a vontade de Deus, falando simbolicamente. Mas, os homens ainda não sabem nada sobre o processo de trabalhar com a substância energizada dinâmica, pois basicamente os impressiona e os usa à medida que se tornam conscientes do Plano e, assim, ficam sob a influência da Tríade Espiritual. Eles são usados e não usam o que está disponível para a promoção do Plano - a energia dinâmica da Vontade divina. Essa Vontade dinâmica não pode se tornar disponível nem os discípulos podem trabalhar verdadeiramente com o Plano até que o antahkarana seja, em certa medida, adequadamente construído, embora ainda não aperfeiçoado.

Entretanto, é de grande valia para o aspirante e o discípulo conhecer a natureza dos Agentes Que podem situar sua aura magnética e nela impressionar Sua compreensão do Plano; tais Agentes podem ser discípulos aceitos ou iniciados e Mestres; então o aspirante ou discípulo deve encontrar aqueles sobre os quais poderá atuar pessoalmente como agente impressor. Consequentemente, ele deve estudar-se a si próprio tanto como receptor quanto como agente, como fator sensível e também originador e impressor. Isso deve ser considerado como uma abordagem científica, de grande valor, da vida espiritual, já que a necessidade de servir está implícita na de receber: tudo estando, portanto, relacionado à Invocação e Evocação.

No nosso próximo tema básico, a natureza do corpo etérico, encontraremos novamente as relações superiores e a interdependência de muitos fatores afins. Esta interdependência surge de maneira mais aguda à medida que se progride no esquema das correspondências. Finalmente um ponto de fusão é alcançado.

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