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Livros de Alice Bailey

Telepatia e o Veículo Etérico


XII. RELAÇÃO DO CENTRO HUMANO COM O HIERÁRQUICO

A verdadeira relação telepática constitui parte da Suprema Ciência de Contato e vincula-se à humanidade de forma peculiar e definida. Diferentes termos poderiam ser usados na tentativa de se levar a alguma compreensão desse método sutil e subjetivo de relação, e, dentre outros, tenho empregado os seguintes:

1. A Ciência do Contato.
2. A Ciência da Impressão.
3. A Ciência da Invocação e Evocação.
4. A Ciência do Relacionamento.
5. A Ciência da Sensibilidade.

Todas essas expressões dizem respeito aos diferentes aspectos da reação da forma ou formas ao contato, à impressão, ao impacto, ao meio-ambiente, ao conteúdo de pensamento em várias mentes, às energias ascendentes e descendentes, à invocação dos agentes e à evocação de sua resposta. Todo o sistema planetário é, na realidade, uma enorme engrenagem, um completo interdependente e inter-relacionado de veículos capazes de se comunicarem ou de responderem à comunicação.

No momento em que esse sistema de inter-relação e comunicação for estudado sob o ângulo das relações, então os processos de evolução e a meta do espírito do homem (que é, na verdade, o espírito do Logos planetário) tornam-se de suprema e vital importância, mas são, ao mesmo tempo, mais difíceis de se compreender. O tema é tão vasto que não nos convém considerar mais que dois fatores:

1. A Ciência da Impressão em relação à humanidade.
2. Os Centros impressores, no que afetam à compreensão das relações.

Os inúmeros métodos de contato entre as várias formas, grupos e reinos sub-humanos e super-humanos são excessivamente complexos para serem compreendidos, nessa época, pelos estudantes; além do mais - o que é mais importante - qualquer informação sobre eles lhes seria de pouca utilidade. Portanto, limitar-nos-emos às Ciências da Impressão e da Invocação e Evocação, até onde afetam a humanidade. Abarcam elas - do ponto de vista humano-a recepção da impressão e das ideias, e expressões das consequências produzidas pela sensibilidade nesta época e neste ciclo particular.

Vamos considerar, portanto, a relação entre o centro humano e o hierárquico e a crescente capacidade de resposta da humanidade ao "Centro onde a Vontade de Deus é conhecida". Como disse anteriormente, não é minha intenção apresentar aqui as regras que regem a comunicação telepática. Esta ocorre entre um homem e outro e entre um grupo e outro e está-se desenvolvendo lenta e normalmente, sem nenhuma necessidade de maior pressa. Esse desenvolvimento é igual ao que se verifica nos outros sentidos do homem, e nos seus órgãos de percepção. Entretanto, a humanidade está-se adiantando no desenvolvimento telepático pelo fato de que grupos inteiros e seres humanos em massa têm sido capazes de responder rapidamente às impressões e às comunicações de ideias. A resposta imediata de grupos e nações às ideologias de massa tem sido inesperada e difícil de manejar de forma inteligente e construtiva. Não foi previsto nem por Shambala nem pela Hierarquia que a impressão de massa se desenvolveria mais rapidamente que a sensibilidade individual, mas foi assim que aconteceu. O indivíduo que faz parte de um grupo e trabalha com ele é muito mais sensível que um homem que luta sozinho para tornar-se sensível à impressão.

Um dos fatores que militam contra o desenvolvimento telepático pessoal consiste no fato de que a forte, potente e moderna ascensão do espírito no homem - como um todo - se contrapõe frequentemente às reações da responsabilidade, e a telepatia é um assunto da personalidade que depende do contato de uma mente com outra. No momento, porém, em que o homem tenta ser telepático, ele é imediatamente lançado em um vórtice de energias abstratas que o condicionam a recebera impressão espiritual muito mais do que o ajustam para as relações pessoais estabelecidas telepaticamente.

Esse surpreendente desenvolvimento liberou os Mestres supervisores de alguns de Seus planos e levou-Os a abandonar o treinamento de discípulos individuais nas relações telepáticas e a reconhecer a oportunidade de treinar e desenvolver grupos invocativos. Ao invés de trabalhar na substância mental inferior com aspirantes selecionados, Eles trocaram esse meio de fazer contato pelo contato com a alma e lançaram a relativamente nova Ciência da Invocação e Evocação. A mente inferior converteu-se, então, em simples intérprete de impressões com a ênfase posta na mente, no propósito e na vontade grupais. Esse sistema em desenvolvimento, de invocadores treinados, fez da mente um fator atuante positivo e anulou toda a tendência à negatividade.

Essa decisão hierárquica levou, necessariamente, à instituição do processo da iniciação grupai, deslocando, desse modo, a área de treinamento e todo o processo de ensino e prepara à iniciação, para níveis mais elevados. Levou-se a cabo a experiência de dar à humanidade a Grande Invocação, e esta está produzindo bons resultados embora reste muito a se fazer.

Poder-se-ia dizer que os quatro requisitos para ajudar o discípulo a enfrentar as exigências do processo iniciático são "a habilidade de ser impressionado, a capacidade de registrar com exatidão a impressão, o poder para gravar o que foi dado e finalmente dar-lhe forma na consciência mental mediante palavras". Baseando-se na informação recebida, o discípulo deve então invocar corretamente as energias necessárias e aprender, através da experiência, a evocar resposta. A afirmação que fiz, páginas atrás, sobre esse assunto, visava a levá-los a esse ensinamento, e repito-o aqui:

"Toda a família humana constitui hoje um surpreendente receptor de impressões, devido aos inumeráveis tipos de mecanismo sensível... É por esse motivo que o reino humano (o grande reino intermediário cuja função é mediar entre os reinos superior e inferior) é objeto de tanta impressão divina, conduzindo o propósito de Sanat Kumara... Nestas instruções ocupo-me das possibilidades grupais, dos grupos que podem ser treinados para receber, registrar e ser impressionados pela Hierarquia. Tais grupos podem ser capazes de invocar poderosamente a Hierarquia, se assim o quiserem. Mais uma vez trago isso à consideração de vocês como aspirantes e discípulos, mas de um ângulo diferente daquele dos meus escritos anteriores. A responsabilidade da impressionabilidade do registro telepático e do apelo invocativo é enorme."

Fontes de Impressão para o Discípulo.

Para o aspirante e, particularmente, para o discípulo consciente, a impressão a ser considerada procede de quatro fontes:

1. Da alma do próprio discípulo.
2. Do Ashram ao qual se filiará.
3. Diretamente do Mestre.
4. Da Tríade espiritual, via o antahkarana.

Os dois primeiros estágios abarcam o período das duas primeiras iniciações; o terceiro precede a terceira iniciação e perdura até que o discípulo se converta, ele mesmo, em Mestre; o quarto tipo de impressão informativa pode ser registrado depois da terceira iniciação e alcançar o discípulo no Ashram; então ele toma a si mesmo a tarefa de impressionar sua mente com o que lhe foi dito e se lhe tornou conhecido no Ashram; finalmente, como Mestre de um Ashram, ele empreende uma das maiores tarefas hierárquicas, qual seja a de dominar a Ciência da Impressão. Portanto, essa etapa de impressão compreende dois aspectos: um refere-se à capacidade de receber impressões; o outro, à capacidade de ser agente impressor. Não se permite ao discípulo praticar a arte da impressão até que ele próprio se encontre entre os que recebem a impressão Triádica e, portanto, de Shambala, dentro da zona protetora da aura do Ashram ao qual pertence. Deve-se lembrar que essa Ciência da Impressão é, na realidade, a ciência da construção, vitalização e direcionamento do pensamento-forma; somente quando um discípulo já passou pelo processo da Transfiguração e não é mais vítima de sua própria personalidade, pode ser dotado de tão poderoso ciclo de poderes. Enquanto existir qualquer desejo de poder egoísta, de controle não espiritual e a vontade de influenciar as mentes de outros seres humanos ou grupos, não se pode confiar ao discípulo, de acordo com as regras hierárquicas, a criação deliberada de pensamentos-forma destinados a produzir efeitos específicos, e a sua divulgação entre homens e grupos. Ele poderá fazer isso após passar pelas provas da Iniciação da Transfiguração.

A Ciência da Impressão é a pedra fundamental ou o alicerce para a prática da telepatia. Se se fizesse um grande teste mundial, os que são receptivos à impressão distribuir-se-iam em dois grupos:

1. Aqueles que são receptores inconscientes da impressão telepática. Na atualidade, eles constituem uma maioria que recebe a impressão através do plexo solar; os pensamentos-forma assim gerados são enviados a partir do centro da garganta daquele que é o agente impressor.

2. Aqueles que já desenvolveram ou estão desenvolvendo a receptividade consciente na qual a impressão é, antes de mais nada, recebida pela mente e depois transmitida ao cérebro e por ele registrada. Nesse caso, o agente impressor trabalha através do centro ajna, o centro entre as sobrancelhas.

O primeiro grupo de receptores está exclusivamente enfocado ou conectado com a personalidade. Em alguns casos, eles estão apenas fisicamente conscientes dos processos vitais e de algum contato que desconhecem e que não podem manter nem controlar de maneira alguma. Nesse grupo deveríamos incluir todos os fenômenos mediúnicos, inclusive os do astral mais elevado ou de natureza espiritual e ainda as mensagens recebidas do subconsciente habitualmente bonito da pessoa comum que se encontra no Caminho Probatório. As mensagens provenientes da própria alma do discípulo são intermediárias entre as de natureza mediúnica e as de natureza definitivamente mental.

Nesse último tipo de comunicação mencionado, encontrar-se-ão misturadas certas mensagens ou impressões oriundas do Ashram, que o discípulo pode confundir com telepatia grupal, comunicação da alma e relação direta com o Mestre - relação que não existe nessa etapa. Isso não terá muita importância, porque, quando o discípulo começa a se dar conta de certas diferenças, surgirá um novo tipo de registro que despertará e guiará a sua consciência.

Essa etapa, que compreende o segundo tipo de impressão em suas formas primitivas, pode ser muito extensa, pois abarca um período bem definido de transição que vai do plano astral ao mental. A equação tempo varia de acordo com o raio e a idade da alma. As pessoas do sexto raio, por exemplo, são muito lentas para efetuar essa transição, devido ao predomínio da fascinação; as pessoas do primeiro e segundo raio são relativamente rápidas. As do terceiro raio também são lentas, pois perdem-se no emaranhado de suas próprias manipulações ilusórias e em seus pensamentos confusos, e dificilmente dão-se conta de onde começa a verdade e termina o engano; a ilusão, um problema dos tipos mentais de todos os raios, é muito mais momentânea em seus efeitos do que o engano.

Quando o discípulo tiver dominado, em alguma medida, a diferença significativa que existe entre as mensagens de seu próprio subconsciente e as do subconsciente de outras pessoas com as quais pode estar em contato, e as mensagens provenientes de sua própria alma, então sua vida se torna mais autodirecionada e organizada, mais frutífera no que diz respeito ao serviço, e, portanto, de maior utilidade à Hierarquia. Ele aprende a distinguir entre mensagens que provêm de sua própria alma e as da Hierarquia; sua vida se torna mais claramente dirigida; logo, ele distingue definitiva e precisamente as comunicações que lhe chegam através do Ashram e que são enviadas para impressionar as mentes dos aspirantes e discípulos de todos os tipos de raio. Quando ele é capaz de distinguir entre essas várias comunicações, então e só então é possível obter o terceiro tipo de comunicação - o de mensagens diretas, devidas ao contato pessoal com o Mestre de seu Ashram. A essa altura, ele possui o que se chama "a liberdade do Ashram" e "as chaves do Reino de Deus"; então pode-se confiar-lhe parte da potência diretora do próprio Ashram. Então seu pensamento afetará e atingirá outros. Essa eficácia aumenta e desenvolve-se rapidamente quando o discípulo se familiariza com o quarto tipo de impressão, o qual provém da Tríade Espiritual e, portanto, da Mônada e Shambala. Consequentemente, existem (nesta última etapa da impressão) três estágios menores, porém bem definidos, cada um marcando uma expansão no campo de serviço e cada um se relacionando com as três últimas iniciações, das nove possíveis com as quais se defronta a humanidade em seu desenvolvimento. A sexta iniciação, da qual apenas os Mestres podem participar, marca uma transição que começa nos três primeiros estágios de impressionabilidade, necessárias para os discípulos como prelúdios para a quinta iniciação - na realidade, para a terceira, quarta e quinta - e têm a ver com os três estágios de comunicação Triádica, cada uma das quais relacionada com a sétima, oitava e nona iniciação.

O padrão geométrico, a progressão numérica ou a Lei da Correspondência nunca deixam de colaborar para a compreensão do propósito e dos planos do Logos planetário - estabelecidos antes da criação dos mundos e que encontram seu protótipo nos planos mentais cósmicos. Todos esses pontos são particularmente de difícil compreensão para o homem de hoje, cujo estado de consciência está concentradamente individualizado.

Não obstante, existe por parte do homem um crescimento seguro da capacidade de responder ao meio-ambiente em expansão, como por exemplo, quando reconhece a distinção que existe entre nacionalismo e internacionalismo. Essa capacidade de resposta está condicionada logicamente pelo livre-arbítrio humano que se faz especialmente eficaz no processo de ajustamento. Ele pode aprender segura e rapidamente, ou, então, seguir lentamente; porém sua consciência reage sempre ao meio-ambiente, tal como registrado pela sua percepção, até que ele (etapa após etapa) se converta num fator integrante. Essa integração ao seu meio-ambiente, a absorção da atmosfera que o cerca e seu poder de progredir relacionam-se todos ao fato de que ele foi criado para receber impressões e é possuidor de um mecanismo de resposta a todas as facetas da expressão divina em manifestação. É por essa razão que o homem verdadeiramente iluminado e os que receberam as três iniciações mais elevadas são denominados "almas diamantinas"; constituem, em conjunto, a "joia no lótus" - esse lótus de doze pétalas que é o símbolo e a expressão do poder do Logos planetário.

Por conseguinte, vocês poderão ver como o tema da revelação vai-se desenvolvendo através de todo o processo evolutivo; e nunca se deve esquecer que, passo a passo, etapa após etapa, expansão após expansão, iniciação após iniciação, o homem vai compreendendo o TODO divino. O método é impressionado a partir de um meio-ambiente até então desconhecido; isso só se torna possível nessa forma particular, quando "os Filhos da Mente, que são os Filhos de Deus e cuja natureza está unificada com a Sua, começaram a andar pela Terra". A Ciência da Impressão é, na realidade, a técnica por meio da qual a Hierarquia Espiritual tem ensinado a Humanidade, desde o momento de sua primeira aparição na Terra; todos os discípulos devem aprender essa técnica (não importa qual dos Sete Caminhos possam finalmente escolher) que é também a arte sublime que cada Mestre pratica por inspiração de Shambala; trata-se de uma técnica executada pela Vontade, e sua consumação implica a completa assimilação das "pequenas vontades dos homens" ao Propósito divino; consiste na aceitação, por parte dos homens, da promoção desse Propósito por meio da correta impressão sobre todas as formas de vida, em qualquer particular ponto da evolução. Então os discípulos tornam-se agentes da vontade divina e lhes é confiada a direção das energias, assim como o plano, os segredos e a inspiração ocultos na Mente de Deus.

Sua Contribuição para o Plano Divino.

A esse conhecimento - que germinou e se formou no sistema solar anterior ao atual - os discípulos acrescentam o que o atual sistema solar deve propiciar e amadurecer a atração magnética do Segundo Raio do Amor-Sabedoria, numa de suas três formas principais ou Raios do Aspecto, implementada pelos quatro Raios do Atributo. Esse poder de utilizar as energias de raio para atrair e impressionar a revelação em constante progresso é a chave de todo o trabalho que se desenvolve atualmente, e a essa atividade denominamos Ciência da Impressão. Isso implica a constante abertura de um novo ambiente - um ambiente que alcança todo o caminho, desde os níveis inferiores da vida diária, empreendido pelo menos desenvolvido dos seres humanos, até o ponto, na escala da evolução, em que o aspirante se torna conscientemente susceptível ao que se denomina impressão espiritual. Nessa etapa ele é capaz de ser mais sensível a uma gama superior de impressão e, ao mesmo tempo, começa a aprender a arte de impressionar as mentes de outros, a compreender inteiramente o nível no qual trabalha como agente impressor e a saber quais são os filhos dos homens que ele pode impressionar. Deve dominar também a lição secundária de adaptar-se ao seu meio-ambiente, de tal modo que possa impressionar a outros e que essa impressão possa abrir caminho através das circunstâncias que o rodeiam, penetrando as mentes, de um modo geral desatentas, dos homens pelos quais ele se sente responsável.

Isso o discípulo faz através de um progressivo autoconhecimento e aprendendo a arte de registrar. Quanto mais clara e profunda for sua capacidade para registrar a impressão a que está sujeito e a que é sensível, tanto mais facilmente atingirá aqueles aos quais deve ajudar a obter uma percepção mais ampla e profunda. O registro de seu próprio meio circundante em expansão - com todas as implicações de uma nova visão, uma nova meta e um campo mais amplo de serviço, faz com que as energias afluentes (que chegam nas asas da inspiração) se convertam num reserva tório de substância-pensamento a cujo uso deverá acostumar-se.

O primeiro passo então é o fato de gravar e de reduzir a conceitos corretos e acessíveis, ideias e pensamentos-forma, aquilo que registrou. Isso marca a primeira etapa de seu verdadeiro serviço ocultista e a esse novo tipo de serviço ele se dedicará cada vez mais. A partir da reserva de substância-pensamento, ele aprende a projetar essas formas e ideias magnéticas que invocam a atenção daqueles a quem procura ajudar; chama-se a essa etapa de invocação resultante. É um ato invocador, um modo invocativo de viver, que penetrará nas mentes dos homens e que atrairá ou evocará neles uma resposta e uma consciência em expansão; os processos da impressão espiritual são, daí por diante, estabelecidos, constituindo também uma invocação, por parte dos discípulos para uma maior e melhor impressão, a fim de aumentar a sua capacidade de servir.

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