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As Sete Leis da Alma ou a Vida Grupal


2- A Lei do Impulso Magnético

Seria bom recordar que não estamos considerando aqui aquele aspecto forma do segundo raio que diz respeito particularmente à forma e que constitui o agente magnético e de coesão em qualquer forma, quer seja a de um átomo, quer a de um homem ou a de um sistema solar. Nem estamos interessados nas relações entre as formas, mesmo que seja devido (como é realmente o caso) à energia do segundo raio. Nem nos ocuparemos das relações entre a alma e a forma, nem entre a Alma Una e as numerosas formas ou ainda entre a alma individualizada e a forma que aprisiona. As leis que estamos considerando referem-se unicamente à relação entre as almas e à síntese subjacente às formas. Elas governam o contato consciente existente entre os múltiplos aspectos da Alma Una. Redigi esta frase com muito cuidado.

Esta Lei do Impulso Magnético rege as relações, a interação, a intercomunicação e a interpretação entre os sete grupos de almas nos níveis mais elevados do plano mental que constituem as primeiras das principais diferenciações daforma. Estas só se podem estudar inteligentemente sob o ângulo dos sete grupos de raios que compõem o aspecto espiritual da família humana. Esta lei governa também as relações entre as almas que, durante a manifestação através da forma, estão em relação mútua. É, portanto, uma lei que diz respeito à inter-relação de todas as almas dentro do perímetro do que os cristãos chamam de "Reino de Deus". Pela compreensão correta desta lei, o homem chega a um conhecimento de sua vida subjetiva; pode exercer subjetivamente poder e assim trabalhar conscientemente na forma e com a forma, enquanto mantém a sua polarização e a sua consciência numa outra dimensão, agindo ativamente por detrás da cena. Esta lei refere-se às atividades esotéricas que não estão essencialmente ligadas à vida da forma.

Esta lei é da maior importância, devido ao fato de a própria Divindade pertencer ao segundo raio; porque este é um sistema solar do segundo raio e, por conseguinte, todos os raios e os vários estados ou graus, agrupamentos de consciência e todas as formas, dentro e fora da manifestação física, são coloridos e dominados por este raio e, portanto, finalmente controlados por esta lei. A Lei do Impulso Magnético está para o reino da alma como a Lei da Atração está para o mundo dos fenômenos. Encontramos aqui, realmente, o aspecto subjetivo desta Lei. É a Lei de Atração tal como funciona no reino das almas; devido ao fato de funcionar em níveis onde a "grande heresia da separatividade" não se pode estabelecer, torna-se-nos difícil compreender - com nossas mentes ativas e discriminativas, suas implicações e significado. Esta Lei governa o raio da alma, correspondente aos Anjos Solares, e pelo seu estímulo desabrocham os lótus egoicos. Ela talvez possa ser melhor compreendida se for considerada como:

a) A impulsiva interação entre as almas na forma e fora dela.

b) A base do reconhecimento egoico.

c) O fator que produz a reorientação nos três mundos.

d) A causa da relação magnética entre um Mestre e o Seu grupo ou entre um Mestre e o Seu discípulo.

Ela tem um nome ocultista e chamamos-lhe "a Lei da União Polar".

Ainda quando vos digo que isto implica uma ligação dos pares de opostos, a fusão das dualidades e o casamento de almas, pronuncio palavras sem sentido ou que - no melhor dos casos - representam um ideal que está tão intimamente ligado às coisas materiais na mente do aspirante e tão vinculado com o processo do desapego (no qual os discípulos trabalham tão ativamente!) que desanimo ao apresentar a verdade no que se refere às almas e às relações da alma.

Esta lei governa ainda a relação entre a alma de um grupo com outros grupos. Ela rege as inter-relações, vitais mas não ainda conscientemente, como uma potência entre a alma do quarto reino da natureza - a do homem - e a alma dos três reinos subumanos e igualmente a dos três super-humanos. Em virtude da parte predominante que a humanidade deve desempenhar no grande esquema ou Plano de Deus, será esta a lei determinante da raça. Contudo, isto não será o caso enquanto a maioria dos seres humanos não começar a compreender alguma coisa do modo como funciona uma alma. Então, sob o império desta lei, a humanidade atuará como transmissor de luz, de energia e de potência espiritual aos reinos subumanos e constituirá um canal de comunicação entre o que está "em cima e o que está em baixo". Tal é o alto destino que tem a humanidade à sua frente.

Assim como determinadas pessoas, por meio da meditação, disciplina e serviço fizeram contatos bem definidos com suas próprias almas e podem, portanto, tomar-se canais para expressá-las, e servirem de intermediários para distribuir a energia da alma ao mundo, também homens e mulheres, orientados em seu conjunto para a vida da alma, formam um grupo de almas, em relação com a fonte de distribuição espiritual. Terão, como grupo e do ponto de vista da Hierarquia, estabelecido um acesso e estão "em contato" com o mundo das realidades espirituais. Do mesmo modo como o discípulo estabelece esse contato e aprende a estabelecer um rápido alinhamento, e depois, e só então, consegue entrar em contato com o Mestre do seu grupo e responder inteligentemente ao Plano, analogamente esse grupo de almas alinhadas pode entrar em contato com certas Vidas maiores e Forças de Luz, tais como o Cristo e Buda. A aspiração coletiva, a consagração e a devoção inteligente do grupo eleva os indivíduos que o compõem a alturas impossíveis de alcançarem por si sós. O estímulo do grupo e o esforço unido impulsionam todo o grupo para uma intensidade de realização que de outro modo seria impossível. Assim como a Lei de Atração que atua no plano físico uniu os homens e mulheres num esforço de grupo, também a Lei de Impulso Magnético pode começar a controlá-los e, repito mais uma vez, somente quando, como grupo e não de outra maneira, constituírem canais para o serviço e no mais puro altruísmo.

Este pensamento encarna a oportunidade que se encontra imediatamente ante todos os grupos de aspirantes e homens de boa vontade do mundo hoje. Se trabalharem em conjunto como um grupo de almas, podem realizar muito. Este pensamento ilustra também o significado desta lei que produz a união polar. O que é necessário apreender é que neste trabalho não pode haver ambição pessoal nem de natureza espiritual, e não se procura qualquer união pessoal. Não nos referimos à união mística das Escrituras, nem à tradição mística. Não é um alinhamento e união com o grupo de um Mestre, nem fusão interna de discípulos consagrados, nem sequer com a própria vida do Raio. Todos estes fatores constituem implicações preliminares e são de aplicação individual. Peço-vos para refletirem nesta frase. Esta união é algo mais vasto e vital porque é uma união de grupo.

O que estamos procurando fazer é levar para diante um esforço grupal, com tal magnitude que, em dado momento, na hora exata, produza um impulso tão potente e magnético que chegue até essas Vidas que velam sobre a humanidade e a nossa civilização e que trabalham através dos Mestres de Sabedoria e da Hierarquia reunida. Este esforço grupal procurará invocar Deles um impulso magnético de resposta que reunirá, por intermédio de todos os grupos de aspirantes, as Forças protetoras e benéficas. Através do esforço concentrado destes grupos (que constituem subjetivamente um Grupo Único) no mundo de hoje, a luz, a inspiração e a revelação espiritual podem ser liberadas com tal afluxo de poder que provocarão mudanças definitivas na consciência humana e ajudarão a melhorar as condições de vida neste tão necessitado mundo. Abrirão os olhos dos homens às realidades fundamentais, até agora só vagamente sentidas pelo público pensante. A própria humanidade deve aplicar os necessários corretivos, acreditando no poder assim fazê-lo, apoiando-se na força de sua própria sabedoria e força pressentidas; entretanto, durante todo este tempo, por trás das cenas, permanece o conjunto dos aspirantes do mundo, trabalhando em silêncio, em uníssono, entre si e com a Hierarquia, mantendo deste modo aberto o canal pelo qual podem fluir a necessária sabedoria, a força e o amor.

Temos, portanto, de encontrar, nesta grande tarefa, as seguintes relações e agrupamentos que devem ser considerados:

1- As Forças da Luz e do Espírito de Paz, Vidas encarnadas de uma tremenda potencialidade de grupo.

2- A Hierarquia Planetária.

3- O Buda.

4- O Cristo.

5- O Novo Grupo de Servidores do Mundo.

6- A Humanidade.

Notarão que o Buda centraliza em Si Mesmo as forças que jorram, enquanto que o Cristo centraliza em Si Mesmo a emanação da demanda e as aspirações espirituais de todo o planeta. Daqui resulta um alinhamento planetário de grande poder. Se o trabalho necessário for realizado, os ajustamentos no mundo poderão fazer-se. O êxito ou fracasso está essencialmente nas mãos daqueles homens e mulheres dispersos, mas ligados espiritualmente, a quem chamamos o Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Na tabulação acima está retratado um pouco do que implicam as palavras "A Lei da União Polar". Todo o processo refere-se à consciência e os resultados manifestados na consciência, acompanhados dos subsequentes acontecimentos no plano físico, de acordo com as realizações conscientes dos homens de boa vontade, pertencentes ou não, ao Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Quando este trabalho prosseguir com êxito e inteligentemente, tornar-se-á possível iniciar uma nova relação entre a Hierarquia e a humanidade. Este esforço poderá marcar (e esperamos que sim) o princípio de um novo tipo de trabalho mediador - um trabalho desenvolvido por um grupo de servidores salvadores que se estão preparando para a criação desse grupo que finalmente salve o mundo pela indução da Lei do Sacrifício. Este trabalho de mediação, todavia, implica o reconhecimento da Lei do Impulso Magnético e um desejo para compreendê-la, e cooperar com Aqueles que a aplicam. Por este meio e pela compreensão correta da lei seria possível estabelecer a união necessária entre as almas liberadas (que são em si mesmas o símbolo da Alma em todas as formas) e as almas aprisionadas.

Uma grande parte do sucesso deste esforço planejado dependerá da capacidade do alcance intelectual dos membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo atuando com a técnica necessária. Dependerá também de sua disposição em aceitar a ideia da oportunidade e da sua aceitação em trabalhar segundo as diretrizes indicadas. Não têm qualquer garantia quanto à exatidão das declarações feitas com respeito à importância deste período, nem possuem qualquer conhecimento pessoal da situação como foi descrita aqui. Alguns nem mesmo sabem que existe uma Hierarquia que vela, mas são almas consagradas e desinteressadas e, por isso, pertencem ao Novo Grupo de Servidores do Mundo. Se podem aspirar, orar, meditar e servir, concentrando-se em uníssono com outros servidores, a salvação da humanidade prosseguirá muito mais rapidamente do que até aqui tem sido e muitos responderão a este apelo.

Para o discípulo individual, o significado da Lei do Impulso Magnético e das relações correspondentes na sua própria vida poderiam igualmente ser apresentadas da seguinte forma:

1- O mundo das almas nos níveis mentais superiores.

2- O Mestre do seu grupo.

3- O anjo solar.

4- O discípulo aspirante que se encontra nos níveis mentais inferiores.

5- A personalidade integrada e muitas vezes causadora de dificuldades.

6- Os associados que rodeiam o aspirante.

Seria bom que os estudantes recordassem estas analogias, pois podem muitas vezes chegar a libertá-los das limitações da existência e obter assim uma compreensão mais real de problemas mais vastos, ao verem que as suas vidas, pequenas e sem importância, são apenas o reflexo de fatores maiores e mais transcendentes.

É conveniente recordar que no plano da existência da alma não existe nenhuma separação, não há a "minha alma, a tua alma". É unicamente nos três mundos da ilusão e de maya que pensamos em termos de almas e de corpos. Esta é uma verdade oculta muito repetida e conhecida, mas a repetição constante de uma verdade bem conhecida serve às vezes para que vocês se familiarizem com a sua exatidão.

A segunda explicação que talvez torne mais claro o sentido e o objetivo desta lei e que interessará vivamente aos esoteristas, está no símbolo que representa esta lei nos registros sagrados da Loja. Esse símbolo é formado por duas bolas de fogo e um triângulo. Isto não tem apenas um significado planetário e cósmico, mas uma relação muito nitidamente definida com o desenvolvimento individual (no corpo físico) da vida espiritual do discípulo. Vou explicar de maneira muito simples. Os estudantes sabem que existem dois centros de força na cabeça, o centro ajna e o centro da cabeça - duas bolas de fogo, que simbolizam a consciência ígnea da alma e não a consciência animal do corpo.

Estes dois centros exteriorizados pelas duas glândulas (a pineal e a hipófise) vibram e entram em intensa atividade pela ação do serviço, da meditação e da correta aspiração. Com o tempo, estabelece-se finalmente uma linha de contato entre ambas, a qual se afirma com uma potência crescente. Há também outra linha de poder ígneo se exteriorizando, que se dirige para o alto da coluna vertebral. À medida que a vida da alma se toma mais forte, a radiação dos centros aumenta e na periferia da sua esfera de influência estabelece-se um duplo campo magnético. Em termos esotéricos, são "magneticamente atraídos um para o outro" e também para a energia acumulada nos cinco centros ao longo da coluna vertebral. Finalmente, o efeito da interação é tão poderoso que aparece um triângulo de força interior dentro do raio do campo magnético e este triângulo de luz, de fogo vivo, une os três "centros laya". Então o símbolo se completa, indicando que o discípulo está agora controlado pelo lado subjetivo da sua natureza. Ele é agora governado pela Lei do Impulso Magnético (como demonstra a ligação dos centros da cabeça) e os dois aspectos da sua natureza, o superior e o inferior, que constituem os dois pólos com os quais está ligado, estão agora unidos. Assim é consumada a união polar.

O assunto desta interação magnética oferece vasto campo para reflexão e indica o rumo de serviço individual e grupal. À medida que os aspirantes individuais se esquecem de si próprios no serviço e alcançam um estágio de indiferença frente às exigências e acontecimentos da personalidade, aprendem a sustentar afetuosamente um espírito de confiança, de alegria e amor profundo e durável, recíproco; aprendem a trabalhar juntos com todo o coração para ajudar o mundo e assistir à Hierarquia.

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