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Livros de Alice Bailey

O Reaparecimento do Cristo


 CAPÍTULO VI

A NOVA RELIGIÃO MUNDIAL

O mundo atual, mais que nunca, se inclina para o espiritual. Isto se diz, apesar da ideia, geralmente aceita, de que o mundo dos homens está naufragando espiritualmente, e que em nenhuma momento da vida espiritual da raça humana se alcançou um nível tão baixo. Tal conceito se deve, em grande parte, ao fato de que a humanidade não está grandemente interessada na apresentação ortodoxa da verdade, razão por que as igrejas se acham quase vazias e acusadas, publicamente, de não haver ensinado a viver corretamente. Estas afirmações, lamentavelmente, têm fundamento, porém a realidade é que os seres humanos buscam, em toda parte, a liberação espiritual e a verdade, e que o verdadeiro espírito religioso se acha, fundamentalmente, mais vivo que nunca. Isto é especialmente certo em relação a esses países que mais sofreram durante a última guerra mundial (1914-1945). Os Estados Unidos e os países neutros não mostram ainda sinais de um verdadeiro renascimento espiritual. Os demais países estão espiritualmente vivificados - não em sentido ortodoxo, mas numa busca sincera e porque demandam, vitalmente, por luz.

O espírito religioso da humanidade se acha, hoje, mais decididamente enfocado na Realidade, do que jamais o esteve. As religiões ortodoxas mundiais estão sendo, rapidamente, relegadas a um segundo plano, pela mente dos homens, enquanto nos estamos, indubitavelmente, acercando à Realidade espiritual central. As teologias que hoje se ensinam nas organizações eclesiásticas (tanto no Oriente como no Ocidente) estão cristalizadas e são de pouca utilidade. Sacerdotes e eclesiásticos, instrutores ortodoxos e fundamentalistas (fanáticos ainda que sinceros) tentam perpetuar o antiquado que, se bem bastasse, no passado, para satisfazer ao que buscava, hoje não preenche, mais seu objetivo. Homens religiosos sinceros mas não iluminados, deploram a rebeldia da juventude contra as atitudes doutrinais. Ao mesmo tempo, conjuntamente a todos os que buscam, exigem uma nova revelação. Buscam algo novo e cativante para atrair, novamente, as multidões para Deus. Temem ter que renunciar a alguma coisa e buscar novas interpretações de antigas verdades, porém não conseguem conscientizar que há que obter uma nova perspectiva da Verdade (como está no Cristo); sentem a aproximação de novas e iminentes revelações espirituais, porém têm medo de enfrentar seus efeitos revolucionários. Formulam-se indagações e estão envolvidos em profundas e perturbadoras dúvidas. Como se poderá observar, as respostas provêm de duas fontes (e continuarão provindo): das massas pensantes, cuja crescente percepção intelectual é a causa da rebelião contra a religião ortodoxa, e dessa influente fonte de verdade e de luz que, infalivelmente, trouxe a revelação, no transcurso das épocas. As respostas não virão até onde se pode prever, de nenhuma organização religiosa, seja ela asiática, ou ocidental.

Algumas destas perguntas podem ser expressas da seguinte maneira:

Por que a igreja foi incapaz de deter a avassaladora expressão do mal, evidenciado na última guerra mundial?

Por que a religião resultou inadequada para satisfazer a necessidade da humanidade?

Por que os pseudoguias espirituais do mundo religioso foram incapazes de ajudar a solucionar os problemas do mundo?

Por que os instrutores cristãos, como expoentes do Deus do Amor, têm sido impotentes para deter a exacerbação, sem precedentes, do ódio no mundo atual?

Por que a maioria desses instrutores é tão sectária, separatista e exclusivista, em sua aproximação à Verdade, não obstante haver uma minoria espiritual e de critério amplo?

Por que a juventude recusa acorrer à igreja, e não tem interesse em aceitar as doutrinas que se lhes apresentam?

Por que ronda a morte e não a vida, atualmente, no mundo?

Por que surgem tantos novos cultos que desviam o público das organizações ortodoxas de caráter religioso?

Por que os movimentos "Christian Science", "Unity" e o Novo Pensamento atraem as pessoas, afastando-as das organizações bem estabelecidas? Observe-se o emprego da palavra "organizações", pois contém a chave do problema.

Por que há um crescente interesse para com as teologias orientais, as diversas yogas, os ensinamentos budistas e os credos orientais?

Por que ensinamentos como a astrologia, a numerologia e diversos rituais mágicos encontram tantos adeptos, enquanto que as igrejas permanecem vazias, ou frequentadas apenas pelos anciãos, pelos conservadores e reacionários, ou por aqueles que as procuram pela força do hábito, ou, ainda, porque se sentem desesperadamente desditosos?

Finalmente, que existe de mal em nossa apresentação das realidades espirituais e da Verdade eterna?

Poder-se-iam dar muitas respostas. A mais importante é: a apresentação da Verdade divina - tal como foi dada pelas igrejas, no Ocidente, e pelos instrutores, no Oriente - não se manteve à altura do desenvolvimento intelectual do espírito humano. Apresentam-se, ainda, ao que busca, as mesmas palavras ou ideias que de forma alguma o satisfazem, mentalmente, nem respondem às suas necessidades práticas, neste mundo cheio de dificuldades. Pede-se-lhe que creia e que não duvide, porém não se lhe pede que compreenda; diz-se-lhe não ser possível que compreenda, entretanto pede-se-lhe que aceite as interpretações e as afirmações de outras men¬tes, que pretendem possuir e compreender a Verdade. Não crê que as mentes e interpretações alheias sejam melhores que a própria. As mesmas velhas fórmulas, teologias e interpretações são consideradas adequadas para enfrentar as necessidades e investigações atuais do homem moderno, porém não o são, na realidade.

A igreja de hoje é a tumba do Cristo e a lápide da teologia foi arrastada até a porta do sepulcro.

Entretanto, não tem nenhum sentido atacar o cristianismo.Este não pode ser atacado, pois é a expressão, em essência pelo menos, do amor de Deus, imanente em Seu universo criado. Não obstante, o clericalismo se expôs ao ataque, e a massa pensante se dá conta disso - mas desgraçadamente estas pessoas constituem ainda minoria. Esta minoria pensante (quando for maioria, e, aliás, hoje vai aumentando rapidamente) determinará o destino das igrejas e garantirá a difusão do verdadeiro ensinamento do Cristo. Não é possível que Ele esteja satisfeito com os grandes templos de pedra, construídos pelos eclesiásticos, enquanto Seu povo está desorientado e não se lhe tem proporcionado luz sobre os assuntos do mundo; Com grande dor há de sentir que a simplicidade com que ensinou e o simples caminho para Deus que explicou, se perderam entre as brumas da teologia (iniciada por São Paulo), e discussões dos eclesiásticos, no transcurso dos séculos. O ser humano se apartou da simplicidade de pensamento e da simples vida espiritual dos primitivos cristãos. É lógico que o Cristo considere errôneas e indesejáveis a vida separatista da igreja e a arrogância dos teólogos (fazendo divisão, como têm feito, entre crentes e não crentes, cristãos e ateus, pseudo iluminados e pseudo ignorantes), contrárias a tudo o que Ele mesmo sustentou e admitiu quando disse: "Também tenho outras ovelhas que não são deste redil" ( João 10,16).

O mal reinante no mundo não impede a revelação nem obsta o desenvolvimento da vida espiritual, porque esse mal é resultado da má compreensão e da errônea orientação imprimida à mente humana, bem assim da importância dada às coisas materiais provocada por épocas em que prevaleceu a competição; decorre do fracasso das organizações religiosas de todo o mundo em preservar a verdade em toda a sua pureza e evitar a ideia fanática de que a interpretação da verdade, por um indivíduo deve, necessariamente, ser a única e a correta. Os teólogos se têm esforçado, sinceramente, defendendo frases que acreditaram ser as únicas e corretas como expressão da ideia divina, ficando Cristo esquecido, por trás dessas palavras; os eclesiásticos concentraram todo seu esforço e capacidade em reunir fundos para a construção de edifícios, enquanto que os filhos de Deus seguem desnudos e famintos, perdendo, assim, sua fé no amor divino.

Como se pode socorrer a humanidade e oferecer-lhe orientação espiritual se os guias das igrejas estão tão ocupados em interesses temporais; se a Igreja Católica Romana, a Igreja Grega Ortodoxa e as Igrejas Protestantes fazem finca-pé na pompa e na cerimônia; nos grandes templos e catedrais; nos vasos de ouro e prata para a comunhão dos fiéis; nos barretes escarlates; nas indumentárias coalhadas de joias, e em todo o exibicionismo tão apreciado pela mentalidade eclesiástica? Como podem ser socorridas as crianças que morrem de fome, em todo o mundo, e em particular na Europa, se o Papa e os Bispos pedem dinheiro para construir catedrais e erigir mais igrejas, quando as existentes estão vazias? Como pode brilhar de novo a luz na mente dos homens se os eclesiásticos mantêm os povos atemorizados, se não aceitam as antigas interpretações teológicas nem os antigos caminhos para acercar-se a Deus? Como se pode fazer frente às necessidades espirituais e intelectuais da gente, se os seminários teológicos não ensinam nada novo nem apropriado para o dia e época atuais, e em troca enviam jovens para orientar a humanidade, aos quais são dadas instruções baseadas em antigas interpretações? Estes jovens começam seu treinamento e preparação religiosa para o sacerdócio com grandes esperanças e visão e logo quedam desesperançados, com muito menos fé, porém com a determinação de "se sair bem" e alcançar um posto proeminente na igreja.

Surge, ademais, a indagação se Cristo sentir-se-ia à vontade nas igrejas, ao estar, novamente, com os homens. Os rituais e as cerimônias; a pompa e os ornamentos; as velas; os ouropeis; as distintas hierarquias: papas, cardeais, arcebispos, cônegos e curas paroquiais, pastores e clérigos, aparentemente têm pouco interesse para o simples Filho de Deus, o qual, quando esteve na Terra, não tinha onde repousar a cabeça.

A apresentação da verdade religiosa, no passado, impediu o crescimento do espírito religioso. A teologia levou a humanidade às portas do desespero; a delicada flor da vida crística feneceu nos escuros meandros do pensamento humano. A fanática adesão às interpretações humanas ocupou o lugar do viver cristão. Milhões de livros têm obliterado as palavras viventes do Cristo; os argumentos e as discussões dos sacerdotes têm obscurecido a luz trazida por Buda, e o Amor de Deus, tal como o revelou a vida do Cristo, foi esquecido, ao mesmo tempo que os homens discutiram sobre os significados, as frases e as palavras. Entretanto, os homens agonizando, morrendo de fome, sofrendo, pediam ajuda e ensinamento e, ao se verem não satisfeitos, perderam a fé.

Hoje, as pessoas de toda parte estão em condições de receber a luz; esperam uma nova revelação e uma nova dispensação. A humanidade avançou tanto no caminho da evolução, que essas buscas e expectativas, não só se baseiam em um melhoramento material, como também em termos de uma visão espiritual, de valores verdadeiros e corretas relações. Pedem ensinamento e ajuda espiritual; demandam o alimento necessário, roupa e oportunuidade de trabalhar e viver em liberdade; enfrentam a fome em quase todas as partes do mundo e, com igual aflição, experimentam, também, a fome da alma.

Com toda segurança, não incorreremos em erro se chegamos à conclusão de que essa aflição e demanda espirituais têm merecido a atenção preferencial do Cristo. Quando Ele reaparecer e também Sua Igreja, até agora invisível, que poderão fazer, Ele e Sua Igreja, para satisfazer este chamado exigente e intensificada atitude de percepção espiritual com que serão saudados? Eles veem todo o panorama. A súplica do cristão por ajuda espiritual; a do budista por iluminação espiritual e a do hindu por compreensão espiritual (conjuntamente com todos que professam ou não alguma fé) devem ser satisfeitas. As solicitações da humanidade se elevam até Seus ouvidos, e Cristo e Seus discípulos não têm escrúpulos sectários, e disso podemos estar seguros. É impossível crer que Lhes interessem os pontos de vista dos fundamentalistas ou as teorias dos teólogos sobre a Imaculada Conceição, a Expiação Vicária ou a Infalibilidade do Papa. A humanidade experimenta necessidades angustiantes e elas devem ser satisfeitas. Somente grandes e fundamentais princípios de vida, que abarquem o passado e o presente e provejam um programa para o futuro, poderão satisfazer esta invocação humana. O Cristo e a Hierarquia espiritual não virão para destruir tudo o que a humanidade considerou até agora "necessário para a salvação", nem o que satisfez sua demanda espiritual. Quando o Cristo reaparecer, com toda segurança desaparecerá o não essencial; permanecerão os fundamentos da fé, sobre os quais Ele poderá erigir a nova religião mundial, a que todos os homens esperam. Esta nova religião deve estar baseada sobre as verdades que suportaram a prova do tempo e trouxeram bem-estar e segurança aos homens, e estas são:

1 - A Realidade de Deus.

Antes de tudo, deve-se reconhecer a Realidade de Deus. Essa Realidade capital pode ser denominada como o homem quiser, de acordo com sua inclinação mental ou emocional e sua tradição racial e hereditária, pois não há nome que possa defini-la nem condicioná-la. Os seres humanos se vêm obrigados a empregar nomes a fim de expressar o que sentem, percebem e conhecem, tanto na ordem fenomênica como na tangível. Consciente ou inconscientemente, todos os homens reconhecem o Deus Transcendente e o Deus Imanente. Sentem Deus como o Criador e o Inspirador de tudo o que existe.

Os credos orientais têm posto sempre em relevo o Deus Imanente, radicado no mais profundo do coração humano "mais próximo que as mãos e os pés", o Eu, o Uno, o Atma, mais pequeno que o pequeno e, não obstante, oniabarcante. Os ocidentais têm apresentado o Deus Transcendente, fora de Seu universo, como observador. Deus Transcendente condicionou, antes de tudo, o conceito humano da Deidade, pois a ação deste Deus Transcendente apareceu nos processos da natureza. Mais tarde, na dispensação judaica, Deus apareceu como o Jeová patriarcal, como a alma (um tanto desagradável) de uma nação. Logo, Deus foi considerado como um homem perfeito, o divino homem-Deus, que caminhou sobre a Terra, na Pessoa de Cristo. Hoje, a ênfase se põe sobre o Deus Imanente em todo ser humano e em toda forma criada. Na atualidade, a igreja teria que expor uma síntese destas duas ideias, que foram resumidas por Shri Krishna, no Bhagavad Gita. "Havendo interpenetrado todo o universo com um fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço". Deus mais grandioso que todo o criado e, não obstante, Deus presente na parte; Deus Transcendente resguarda o plano de nosso mundo e constitui o Propósito que condiciona todas as vidas, desde o minúsculo átomo, passando por todos os reinos da natureza, até chegar ao homem.

2 - A Relação do Homem com Deus.

A segunda verdade que todos aceitam, não importa qual seja a crença, é a relação essencial do homem com Deus. Inerente à consciência humana (com frequência incipiente e indefinida) existe um sentido de divindade. "Todos sois filhos de Deus" (Gal. 3,26) e "Uno é nosso Pai inclusive Deus", dizem o Cristo e todos os Instrutores e Avatares, no transcurso das épocas. "Como Ele é, assim somos nós neste mundo" (r, João 4,17), é outra manifestação bíblica. "Ele está mais próximo que o alento, mais próximo que as mãos e os pés", canta o hindu. "Cristo em nós, esperança de Glória", é a triunfante afirmação de São Paulo.

3 - A Realidade da Imortalidade e da Persistência Eterna.

Temos, em terceiro lugar, o sentido de persistência, de vida eterna ou imortalidade. É inevitável seu reconhecimento, e forma parte da reação da humanidade, igual ao instinto de autoconservação. Com esta íntima convicção, encaramos a morte e sabemos que devemos voltar à vida, novamente, que vimos e vamos e perduramos, porque somos divinos e os regentes de nosso próprio destino. Sabemos que nos propusemos alcançar uma meta e que ela é a "Vida mais abundante", que existe em alguma parte, aqui ou além e, oportunamente, em toda parte.

O espírito do homem é imortal; perdura eternamente e progride, paulatinamente, no Caminho da Evolução, desenvolvendo, em forma constante, os atributos e aspectos divinos. Esta verdade contém, por força, o reconhecimento de duas grandes leis da natureza: A Lei de Renascimento e a Lei de Causa e Efeito. As igrejas do Ocidente se recusaram, oficialmente, a reconhecer a Lei do Renascimento e, por esta razão, chegaram a um "impasse" teológico e a um beco, para os quais não têm saída. As igrejas do Oriente acentuaram, grandemente, estas leis, de modo que uma atitude negativa e submissa, com relação à vida e aos seus processos, fundada em uma oportunidade que se renova constantemente, domina as pessoas. O cristianismo acentuou a imortalidade, porém fez a felicidade eterna da aceitação depender de um dogma teológico: "sê um verdadeiro e devoto cristão e viverás em um céu fastoso; recusa ser um crédulo cristão, professando um cristianismo negativo, e irás a um inferno incrível" - inferno que nasce da teologia do Antigo Testamento e de sua apresentação de um Deus iracundo e invejoso. Ambos os conceitos são hoje repudiados por toda pessoa reflexiva, sensata e sincera. Ninguém que raciocine ou creia em um Deus de Amor aceita o céu dos eclesiásticos nem deseja ir a ele. Menos ainda aceitam o "lago de fogo ardendo em enxofre" (Rev. 19,20) ou as torturas eternas, às quais, segundo se disse, conduz o Deus do amor todos aqueles que não creem nas interpretações teológicas da Idade Média, dos modernos fundamentalistas ou dos irracionais eclesiásticos que tratam de manter os povos em linha (por meio da doutrina, do temor e da ameaça) com os antigos e caducos ensinamentos. A verdade essencial está em outra parte. "Tudo o que o homem semear, isso também colherá" (Gal. 6,7) é uma verdade que necessita ser considerada. Nestas palavras São Paulo expõe a antiga e verdadeira instrução da Lei de Causa e Efeito, chamada no Oriente a Lei do Karma.

A imortalidade da alma humana e a inata capacidade do homem espiritual, interno, para obter sua própria salvação, de acordo com a Lei do Renascimento, em resposta à Lei de Causa e Efeito, são os fatores subjacentes que regem o comportamento e a aspiração humana. Ninguém pode fugir a estas leis. Condicionam o homem, até que tenha alcançado a perfeição determinada e desejada, e possa manifestar-se na Terra como um Filho de Deus que atua corretamente.

4 - A Continuidade da Revelação e as Aproximações Divinas

Outra verdade essencial, que aclara todo o trabalho planejado pelo Cristo, está relacionada com a revelação espiritual e a necessidade que o homem tem, de Deus, e a que tem Deus, do homem. Sempre existiu algo que testemunhou a verdade. Sempre que o homem precisou de luz, esta lhe foi dada. Nunca existiu época, ciclo ou período mundial em que não se difundisse o ensinamento e não se prestasse a ajuda de que necessitava a humanidade. Sempre que o coração e a mente do homem buscaram Deus, a divindade se acercou ao homem. A história da humanidade é, em realidade, a história da súplica do homem por maior luz e de contato com Deus, assim também a chegada da luz e a aproximação de Deus ao homem. Sempre o Salvador, Avatar ou Instrutor do Mundo, surgiu do lugar secreto do Altíssimo, trazendo ao homem uma nova revelação, uma nova esperança e um novo incentivo para viver uma vida espiritual mais plena.

Algumas destas Aproximações têm sido de capital importância, afetando a humanidade em sua totalidade; outras de menor transcendência influenciaram somente uma parte relativamente pequena da humanidade - uma nação ou um grupo. Aqueles que vêm como Reveladores do Amor de Deus, procedem desse centro espiritual a que Cristo deu o nome de "o Reino de Deus" (Mateus 6,33). Ali moram "os espíritos dos homens justos, tornados perfeitos" (Heb. 12,33); ali residem os Guias espirituais da raça; os Executores espirituais do plano divino vivem, trabalham e supervisionam os assuntos humanos e planetários. É chamado de diversas maneira. Denominam-no a Hierarquia espiritual, a Morada da Luz, o Centro onde moram os Mestres de Sabedoria e a Grande Loja Branca. Dali, vêm os Mensageiros da Sabedoria de Deus, os Custódios da Verdade, tal como se acha em Cristo, como também Aqueles, cuja tarefa consiste em salvar o mundo, ensinar a futura revelação e demonstrar a divindade. Todas as Escrituras atestam a existência deste centro de energia espiritual. Esta Hierarquia espiritual constantemente se tem aproximado da humanidade, na medida em que o homem vai-se tornando mais consciente da divindade e mais apto para entrar em contato com o divino.

Outra grande Aproximação da divindade e uma nova revelação espiritual são, hoje, possíveis. A nova revelação é iminente, e Quem a trará e complementará está se aproximando firmemente de nós. Ignoramos o que trará à humanidade esta aproximação. Com toda segurança, produzirá resultados tão definidos como as precedentes missões e revelações d'Aqueles que vieram, em resposta às anteriores solicitações da humanidade. A Guerra Mundial purificou o gênero humano. Um novo céu e uma nova terra estão em caminho. Que querem significar, o teólogo e o eclesiástico ortodoxo, com as palavras "um novo céu"? Não significarão estas palavras algo totalmente diferente, e um novo conceito sobre o mundo das realidades espirituais? Não trará, Aquele que vem, uma nova revelação sobre a própria natureza de Deus? Conhecemos tudo que se possa saber a respeito de Deus? Se assim é, Deus é muito limitado. Não será possível que nossas ideias atuais sobre Deus, que consideramos como Mente Universal, Amor e Vontade, sejam enriquecidas por alguma nova ideia ou qualidade, para as quais ainda não temos nome, nem palavras nem a mais remota noção? Cada um dos três conceitos atuais da divindidade - a Trindade - era completamente novo quando tais conceitos foram expostos, pela primeira vez, à mente ou à consciência do homem.

Desde há muitos anos que a Hierarquia espiritual de nosso planeta vem-se aproximando da humanidade, e esta aproximação é a causa dos grandes conceitos de liberdade, tão caros ao coração do homem. A fraternidade, a amizade, a colaboração e paz mundiais, baseadas nas corretas relações humanas são um sonho cada vez mais real. Também vislumbramos uma nova e vital religião mundial, um credo universal que terá suas raízes no passado, mas que porá em evidência a beleza incipiente e a iminente revelação vital.

De uma coisa podemos estar seguros: esta aproximação comprovará (em forma profundamente espiritual e, não obstante, absolutamente real) a verdade da imanência de Deus. As igrejas acentuaram e exploraram a extraterritorialidade da Deidade, e postularam a presença de um Deus Criador, Mantenedor e criativamente ativo e, ao mesmo tempo alheio à Sua criação - um observador inescrutável. Haver- se-á de demonstrar que este tipo de criador transcendente é falso, e se haverá de contestar esta doutrina, mediante a manifestação de Deus no homem, a esperança de glória. Tal é o que demonstrará a esperada aproximação: provará também, a íntima relação que existe entre Deus Transcendente e aquilo n'Aquele em quem "vivemos, nos movemos e temos o nosso ser", porque "havendo compenetrado todo o Universo com um fragmento de Si mesmo Ele permanece”. Deus é imanente em toda forma criada. A glória é a expressão da divindade inata, em todos os seus atributos e aspectos, qualidades e poderes, que há de ser revelada por meio da humanidade.

A nova religião estará baseada na existência de Deus, na relação do homem com o divino, na realidade da imortalidade e da continuidade da revelação divina, bem assim na constante aparição de Mensageiros provenientes do centro divino. A estes fatos se há de agregar o conhecimento seguro e instintivo que possui o homem do Caminho para Deus, e sua capacidade para percorrê-lo, quando o processo evolutivo o conduza a uma nova orientação no sentido da divindade, e à aceitação da realidade da Transcendência de Deus e da Imanência de Deus em cada forma de vida.

Estas são as verdades fundamentais sobre as quais descansará a religião do futuro. A nota-chave será a Aproximação ao Divino. "Achegai-vos a Deus e Ele se achegará a vós" (Sant. 4,8), é o grande mandato que surge, em tons novos e claros, do Cristo e da Hierarquia espiritual.

O importante tema da nova religião será o reconhecimento das muitas aproximações divinas e da continuidade da revelação que traz aparelhado cada um deles. A tarefa que têm, de hoje em diante, as pessoas espiritualmente orientadas, é preparar a humanidade para o iminente e talvez mais grandioso de todos os Contatos. O método empregado consistirá no emprego inteligente e científico da ciência de Invocação e Evocação, e o reconhecimento de sua extraordinária potência.

O homem invoca a Aproximação ao divino de diversas maneiras: mediante o incipiente e silencioso chamado ou pelo clamor invocativo das massas, e também pela invocação planejada e definida dos aspirantes orientados espiritualmente; do cooperador, do discípulo e do iniciado sabiamente convencido, e por todos os que pertencem, em realidade, ao Novo Grupo de Servidores do Mundo.

A Ciência de Invocação e de Evocação ocupará o lugar daquilo que agora chamamos "prece" e "adoração". Não nos devemos deixar confundir pela palavra "ciência". Não se trata da coisa fria e intelectual, descrita com tanta frequência; trata- se da inteligente organização da energia espiritual e das forças do amor, que, quando forem efetivas, evocarão a resposta dos Seres espirituais que podem caminhar livremente entre os homens, assim estabelecendo uma íntima e constante comunicação entre a humanidade e a Hierarquia espiritual.

A fim de esclarecer o exposto, poder-se-ia dizer que a Invocação é de três classes distintas: Temos, como já se disse, a demanda coletiva, emitida em forma inconsciente, e o chamado clamoroso que brota do coração do homem em momentos de crise, como sucede na atualidade. Este chamado invocador os homens o elevam incessantemente, eles que vivem em meio do desastre, dirigindo-se a esse poder externo que sentem que pode vir e virá em sua ajuda, nos momentos extremos - invocação grande e silenciosa, que hoje surge de todas as partes. Depois há o espírito de invocação, evidenciado pelos homens sinceros ao participarem dos rituais de suas religiões, aproveitando a oportunidade da oração e da adoração conjuntas, a fim de elevar suas demandas de ajuda perante Deus. Este grupo, unido às multidões, forma um enorme conjunto de suplicantes invocadores, e na atualidade sua intenção em massa é muito evidente, elevando-se sua invocação até o Altíssimo. Finalmente, existem os discípulos e aspirantes treinados, que utilizam algumas fórmulas verbais e certas invocações cuidadosamente definidas, que, ao serem usadas, enfocam o chamado invocador e a demanda dos outros dois grupos, dando-lhes a orientação e o poder corretos. Os três grupos, consciente ou inconscientemente, estão entrando em atividade atualmente e seu esforço unificado garante a evocação.

O novo trabalho invocador será a nota-chave da futura religião mundial e se dividirá em duas partes. Por um lado existirá o trabalho invocador das multidões, preparadas pelas pessoas espiritualmente orientadas (que trabalham nas igrejas, dentro do possível, às ordens de um clero iluminado) a fim de que aceitem a realidade das iminentes energias espirituais dirigidas através do Cristo e de Sua Hierarquia espiritual, e se preparem, ademais, para formular a demanda de luz, liberação e compreensão. Por outro lado, existirá também o hábil trabalho de invocação, tal como praticado por aqueles que têm treinado suas mentes mediante a correta meditação, que conhecem o poder dos mantras, fórmulas e invocações, trabalhando conscientemente. Utilizarão, com maior frequência, certas grandes fórmulas verbais, que serão dadas, mais tarde, à raça, assim como foi dado o Pai Nosso, por Cristo, e a Nova Invocação, para o uso atual, pela Hierarquia.

Esta nova ciência religiosa, para a qual a prece, a meditação e o ritual prepararam a humanidade, treinará os povos para apresentar - em determinados períodos do ano - a demanda mundial, a fim de estabelecer relações com Deus, e uma mais estreita relação entre si. Este trabalho, ao ser levado a efeito adequadamente, evocará resposta da Hierarquia expectante e, especialmente, de Seu Guia, o Cristo. Por meio desta resposta, a fé das multidões se converterá, gradualmente, na convicção do conhecedor. Desta maneira, as multidões serão transformadas e espiritualizadas, e os dois grandes centros divinos, ou grupos de energia - a Hierarquia e a Humanidade - começarão a trabalhar em completa unificação e união. Então, o Reino de Deus estará, em verdade e realmente, ativo na Terra.

Evidentemente, só é possível indicar as linhas gerais da nova religião mundial. A expansão da consciência humana, que terá lugar como resultado da iminente e grandiosa Abordagem, capacitará a humanidade a captar, não somente sua relação com a vida espiritual de nosso planeta, com "Aquele em Quem vivemos, nos movemos e temos nosso ser", senão que proporcionará, também, um vislumbre da relação que tem nosso planeta com o círculo de vidas planetárias que se movem dentro da órbita do Sol, e do círculo ainda maior de influências espirituais que fazem contato com nosso sistema, à medida que este descreve sua órbita no firmamento (as doze constelações do zodíaco). A investigação astronômica e astrológica tem posto em relevo esta relação e as influências que exerce, porém as conjecturas subsistem, assim como as estúpidas pretensões e interpretações. Sem embargo, a igreja sempre o tem reconhecido e a Bíblia o atesta: "as estrelas, desde os lugares de seus cursos, pelejaram contra Sisera" (Juízes 5,20). "Poderás tu impedir as delícias das Plêiades?" (Jób 38,31). Outras passagens confirmam, também, esta afirmação dos Conhecedores. Muitos festivais eclesiásticos têm sido fixados em relação com a Lua ou uma constelação zodiacal. A investigação demonstrará que isso é verdade, e quando o ritual da nova religião mundial estiver universal mente estabelecido, constituirá um dos fatores importantes que se terá de levar em conta.

O estabelecimento de certos festivais importantes em relação com a Lua e, em menor grau, como o zodíaco, reforçará o espírito de invocação com a consequente chegada das influências evocadas. A verdade contida em toda invocação se baseia no poder do pensamento e, particularmente, em sua natureza, relação e aspectos telepáticos. O pensamento invocador unificado das multidões, e o pensamento enfocado e dirigido do Novo Grupo de Servidores do Mundo constituirão uma corrente externa de energia. Esta chegará, telepaticamente, até esses sensitivos Seres espirituais que respondem a tais impactos. Sua evocada resposta, emitida como energia espiritual, chegará por seu turno até à humanidade, depois de haver sido reduzida a energia mental e, nessa forma, deixará sua correspondente marca na mente dos homens, difundindo neles convicção, inspiração e revelação. Isto tem ocorrido em toda a história do desenvolvimento espiritual do mundo, e esse tem sido o procedimento adotado na composição das Escrituras do Mundo.

Logo, a manutenção de certa uniformidade nos rituais religiosos ajudará os homens a reforçar o trabalho mútuo e a aumentar, poderosamente, as correntes mentais dirigidas às expectantes Vidas espirituais. O cristianismo tem seus grandes festivais; o budismo conserva seus característicos acontecimentos espirituais estabelecidos e o hinduísmo mantém outras datas dedicadas a festividades religiosas. Quando o mundo do futuro estiver organizado, todos os homens de tendência e orientação espirituais guardarão as mesmas festividades, o que trará como resultado a união do esforço e a fusão dos recursos espirituais, além de uma simultânea invocação espiritual. A potência disto será evidente.

Permitam-me indicar as possibilidades que oferecem tais acontecimentos espirituais e profetizar a natureza dos futuros Festivais mundiais. Haverá três Festivais principais, cada ano, concentrados em três meses consecutivos, que conduzirão, portanto, a um prolongado esforço espiritual anual, afetando o resto do ano:

1 - O Festival da Páscoa. É o Festival do Cristo vivente ressuscitado, o Instrutor dos homens e o Guia da Hierarquia espiritual. É a expressão do Amor de Deus. Nesse dia, será reconhecida a Hierarquia espiritual que Ele guia e dirige, e se porá a ênfase sobre a natureza do Amor de Deus. Este festival será fixado, anualmente, de acordo com a primeira Lua Cheia da primavera (no hemisfério norte), constituindo o grande Festival cristão do Ocidente.

2 - O Festival de Wesak. É o Festival do Buda, o Intermediário espiritual entre o centro espiritual mais elevado, Shamballa, e a Hierarquia. Buda é a expressão da Sabedoria de Deus, a Personificação da Luz e o Indicador do propósito divino. Será fixado, anualmente, de acordo com a Lua Cheia de Maio, como sucede atualmente, sendo o grande Festival do Oriente.

3 - O Festival de Boa Vontade. Será o Festival do espírito da humanidade - que aspira a chegar a Deus, trata de adaptar-se à vontade divina e dedicar-se a expressar corretas relações humanas. Será fixado, anualmente, de acordo com a Lua Cheia de Junho. Nesse dia, será reconhecida a natureza espiritual e divina da humanidade. Neste Festival, Cristo representou a humanidade durante dois mil anos e permaneceu ante a Hierarquia e à vista de Shamballa como o homem-Deus, o Condutor de Seu povo e "o Primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8,29). Todos os anos, Cristo, nesta data, tem repetido, ante a Hierarquia, o último Sermão de Buda. Portanto, será um Festival de profunda invocação e demanda, de decidida aspiração, a fim de poder estabelecer a fraternidade e a unidade humana e espiritual, representando o efeito que produz, na consciência humana, o trabalho realizado por Buda e Cristo.

Estes três Festivais já vem sendo celebrados em todo o mundo, e conquanto não estejam relacionados entre si, são parte da abordagem espiritual, pela humanidade. Está se aproximando o momento em que os três Festivais se celebrarão em todo o mundo, graças a que se alcançará uma grande unidade espiritual. Os efeitos desta grande Abordagem, tão próxima na atualidade, se estabilizarão pela invocação unida de toda a humanidade.

Os restantes plenilúnios constituirão festivais menores, e serão considerados de vital importância. Estabelecerão os atributos divinos na consciência do homem, na mesma forma que os festivais mais importantes estabelecem os três aspectos divinos. Estes três aspectos e qualidades serão alcançados e determinados por um consciencioso estudo da natureza de certa constelação ou constelações, que exercem influência durante esses meses. Capricórnio relaciona-se com a primeira iniciação, o nascimento do Cristo na caverna do coração, e determinará a preparação necessária para produzir essa grande abordagem espiritual, na vida do indivíduo. Dou este exemplo a fim de indicar as possibilidades que existem para adquirir o desenvolvimento espiritual, mediante a compreensão de tais influências, e a fim de reviver os antigos credos, que serão ampliados até alcançarem relações maiores e imperecíveis.

Desta maneira, os doze festivais anuais constituirão uma revelação da divindade e proporcionarão os meios para estabelecer relações, durante três meses, em primeiro lugar com os três Centros espirituais, as três expressões da divina Trindade. Os festivais menores porão em relevo a inter-relação do Todo, e assim a apresentação da divindade sairá do individual e pessoal, passando ao Propósito universal divino. A relação do Todo com a parte e da parte com o Todo será, assim, expressada em toda plenitude.

A humanidade invocará, portanto, o poder espiritual do Reino de Deus, a Hierarquia; Esta responderá e, então, se realizarão os Planos de Deus na Terra. A Hierarquia invocará, em uma volta mais elevada da espiral, o "Centro onde a Vontade de Deus é conhecida", invocando, destarte, o Propósito de Deus. A Vontade de Deus será complementada pelo Amor e manifestada inteligentemente. Para isto a humanidade está preparada, e por isso o mundo espera.

Resumindo: A nova religião mundial será erigida sobre os alicerces da verdade fundamental, já reconhecida.

No futuro, a religião será definida, com maior exatidão que até agora foi feito pelos teólogos, da maneira seguinte:

Religião é o nome dado ao chamado invocador da humanidade e à resposta a essa demanda, evocada por essa Vida mais grandiosa.

Na realidade, significa que a parte reconhece sua relação com o Todo, ademais da constante diligência para que aumente a percepção de dita relação, o que produz o reconhecimento, por parte do Todo, da demanda formulada. É o impacto produzido sobre essa Vida, pela vibração da humanidade - orientada, especificamente, para essa Grande Vida, da qual se sente parte - e o impacto, em resposta a esse "Amor oniabarcante", sobre essa vibração menor. Precisamente agora, o impacto produzido pela vibração humana pode ser percebido, tenuemente, em Shamballa; até hoje, sua atividade mais potente só alcançou a Hierarquia. A religião, a ciência da invocação e da evocação, no que concerne à humanidade, constitui a Abordagem (na futura nova era) de uma humanidade polarizada mentalmente. No passado, a religião teve um atrativo totalmente emocional. Ocupava-se da relação do individuo com o mundo da realidade e de buscar aquilo a que ele aspirava da divindade. Sua técnica consistiu em capacitar o homem para revelar essa divindade, lograr uma perfeição que justificasse essa revelação e desenvolver a sensibilidade e a resposta amorosa dirigidas ao Homem ideal, exemplificado no Cristo, para a humanidade atual. O Cristo veio para pôr fim a este ato de aproximação emocional, existente desde os dias atlantes; demonstrou, em Si mesmo, a perfeição, e deu à humanidade um pleno exemplo de todas as possibilidades latentes no homem até essa época. Então, a conquista da perfeição da consciência crística se converteu no objetivo principal da humanidade.

Na atualidade, o conceito de uma religião mundial e a necessidade de sua aparição são amplamente desejados, e se trabalha, lentamente, para isso. A união dos credos é hoje objeto de discussão. Os trabalhadores do setor religioso formularão o programa universal da nova religião. É um trabalho de síntese amorosa, que porá ênfase na unidade e fraternidade do espírito. Este grupo, em forma muito especial, constitui um canal para as atividades do Cristo, o Instrutor do Mundo. O programa da nova religião mundial será estruturado por inumeráveis grupos que trabalham inspirados por Cristo.

Os eclesiásticos hão de recordar que o espírito humano é mais grandioso que todas as igrejas e seus ensinamentos. No final de contas, eles serão derrotados pelo espírito humano, o qual se dirigirá, triunfantemente, ao Reino de Deus, deixando-os para trás, a não ser que se disponham a formar parte, humildemente, da humanidade. Nada poderá deter o progresso da alma humana, em sua longa peregrinação da obscuridade à luz, do irreal ao real, da morte à imortalidade e da ignorância à sabedoria. Se os grandes grupos religiosos organizados de todos os países, incluindo todas as crenças, não oferecerem orientação e ajuda espirituais, a humanidade achará outro caminho. Nada pode evitar que o espírito do homem chegue a Deus.

As igrejas ocidentais necessitam compreender, também, que, em essência, há uma só Igreja, que não é necessariamente a instituição cristã ortodoxa. Deus trabalha de muitas maneiras e através de muitos credos e agentes religiosos. Sua união dará como resultado a revelação da verdade, em toda sua plenitude. Esta é uma das razões pelas quais se hão de eliminar as doutrinas não essenciais, ressaltando-se as essenciais, e sua união revelará, plenamente, a verdade. Isto será realizado pela nova religião mundial, cuja instalação dar-se-á a passo acelerado, depois do reaparecimento do Cristo.

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