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Livros de Alice Bailey

Os Raios e as Iniciações
Índice Geral das Matérias


Parte Dois D
A Significância das Iniciações

Iniciação VI - A Decisão

Estivemos estudando ao longo de três linhas que, apesar da inevitável qualidade complexa do assunto, têm grande significado para o discípulo sincero, porque as palavras usadas para expressar as iniciações em questão foram Renúncia. Ascensão. Revelação. Todas elas transmitem à mente conceitos práticos e úteis, e contudo - ao mesmo tempo - seu verdadeiro significado envolve um afastamento, uma divina indiferença e uma percepção espiritual das quais discípulo algum jamais teve mais do que um vislumbre e um leve senso de possibilidade. Eu, então, levei essas três ideias para níveis mais vastos e procurei mostrar como as crises pelas quais a humanidade está passando hoje e continuará a passar durante os próximos cinquenta anos (embora com menores efeitos de desconforto, se for assumida uma atitude correta) podem também ser relacionadas a estas três palavras. Não quero dizer com isto que a humanidade esteja, de fato, sendo submetida a estas experiências iniciatórias. A renúncia está sendo imposta pelas circunstâncias e não como um livre empreendimento; o avançado é o resultado de um momentum começado e não controlado, e não é, pois, o esforço de uma alma liberada. A revelação que virá será o resultado da atividade hierárquica, focalizada através do Cristo, embora não apresentada pela Sua vinda; ela virá como um resultado de Seu trabalho e atividade hierárquica.

Todas estas iniciações têm suas correspondências inferiores, e aquela que vamos considerar agora não é exceção; todas elas podem atrair o aspirante como corporificando para ele alguma meta imediata, porém o conceito é de natureza apenas preparatória; podemos ilustrar isso salientando que a Grande Renúncia torna-se possível porque, durante muitas vidas, o discípulo aprendeu a renunciar e - quando no Caminho da Iniciação - a renunciar conscientemente e com um propósito formulado. Do mesmo modo, também a sexta Iniciação da Decisão se torna possível porque, desde sua filiação à Hierarquia, o iniciado aprendeu a fazer a escolha correta, e essa habilidade surge de seu esforço, durante o Caminho Probatório e etapas iniciais no Caminho do Discipulado, para fazer escolhas corretas e tomar decisões espiritualmente motivadas. Destaco estes pontos porque, como começamos agora a estudar as quatro iniciações finais (que estão muito além da compreensão mesmo do discípulo avançado), e não será desperdício de tempo. Apesar da falta de uma verdadeira compreensão, serão iniciadas qualidades, atributos e certas lições necessárias, todas as quais ele pode agora começar a desenvolver.

Antes de mais nada, quero salientar que a sexta iniciação é para o Mestre Que fica diante do Logos planetário, aquilo que a segunda iniciação é para o discípulo; a quinta Iniciação da Revelação e a sexta Iniciação da Decisão são as correspondências superiores das duas primeiras iniciações que são consideradas pela Loja em Sirius como iniciações do Limiar. Mantenham isto sempre em mente. Anteriormente, fiz o comentário de que a segunda iniciação, com seu evidenciado controle do desejo (indicando escolha correta) era o "limiar, ou começo ... para aqueles níveis de impressão, de contato e de futura ascensão que constituem a meta sétupla diante do Mestre, quando a sexta iniciação - a verdadeira ascensão - é consumada. Por esta razão é ela chamada a Iniciação da Decisão."

Este é um ponto de real interesse e de valor prático; ele revela em um novo e bem definido sentido que todos os acontecimentos no nosso planeta são, na verdade, simplesmente preparatórios para acontecimentos e oportunidades muito maiores. Eles colocam o Mestre ou o Chohan (parece não haver palavra para expressar o tipo de consciência do iniciado que já recebeu as cinco iniciações da evolução estritamente humana) em uma posição onde, a cada iniciação, Ele expressa a soma total de toda a consecução passada. Todo o Seu passado está envolvido naquilo que Ele demonstra, embora Ele não o demonstre conscientemente. Tudo que Ele é ou sabe ficou abaixo do limiar da consciência, do mesmo modo que a natureza instintiva do homem é, hoje, automática e espontânea, e não usada conscientemente. A despeito desta atividade subjetiva, os homens mantêm sempre plena posse de uma parte definida de seu equipamento. Também acontece o mesmo com o Mestre: tudo que ele tem sido no sentido espiritual e em sabedoria, percepção e plena compreensão é agora instintivo, e os poderes, conhecimentos e atributos envolvidos são agora instantaneamente Seus, sem esforço ou atividade consciente. Ele pode depender completamente daquilo que Ele é e possui, e - como resultado da iniciação - Ele está livre dos questionamentos, das dúvidas e das incertezas que são tão características dos discípulos.

Anteriormente, destaquei que os Mestres, na sexta Iniciação da Decisão, deparam-Se com reinos de serviço onde Eles terão que "comunicar, fortalecer e iluminar aquilo que já está fundido, já é forte e já está cheio de luz, mas que precisa daquilo que Eles introduzem, para expressar o Todo que a tudo abarca." Esta é, por certo, uma misteriosa e paradoxal afirmação, mas um pouco de luz pode ser lançada sobre ela, se for lembrado que esta sexta iniciação está relacionada, de forma peculiar, ao Caminho VI . Este é o Caminho em que Se encontra o nosso Logos planetário. É um Caminho necessariamente relacionado ao sexto Raio da Devoção ou Idealismo, e também ao sexto plano, o plano astral - o plano da miragem e do desejo. Tenham em mente estes relacionamentos, mas lembrem-se, também, que nesta Iniciação da Decisão, o Mestre pode avançar para qualquer um dos sete Caminhos que Ele decida ser, para Ele, o campo de Seu futuro serviço. Esta expressão de Sua escolha, como sabem, não depende da energia de Seu raio ou de qual possa ser a força impulsionadora dos raios planetários - isto é, a do próprio planeta (o raio da personalidade do Logos planetário) ou a do raio da alma de Sanat Kumara. Não me cabe dizer-lhes se este raio dominante é o raio de sua alma ou o raio monádico ou raio universal.

É interessante ter em mente, também, que nesta sexta iniciação, ocorre um grande momento de interesse basicamente histórico. Todos os Mestres Que são iniciados do sexto grau reúnem-Se em conclave e juntos, antes de tomar Sua decisão final - que provavelmente Os removerá do Caminho do Serviço Terrestre - decidem quais as medidas Eles propõem sejam tomadas pela Hierarquia, as quais, drástica e permanentemente, afetarão o planeta no qual Eles têm vivido e pelo qual têm trabalhado. Vocês terão notado que eu Os chamei "iniciados do sexto grau", trazendo às suas mentes o fato de que, antes de um homem fazer uma iniciação de qualquer grau, Ele já é um iniciado desse grau. Em Sua totalidade - a qualquer tempo dado - Eles são o grupo que toma a decisão final acerca dos assuntos humanos. Foi uma decisão tomada por este grupo de iniciados durante a antiga civilização atlante que a trouxe ao fim; a decisão que Eles tomarão agora produzirá grandes mudanças em nossa moderna civilização. Porém, os Mestres "fazem esta iniciação" sempre que estão prontos para "tomar uma decisão". A oportunidade chega à Hierarquia a cada quarenta e nove anos, e o ano de 1952 verá um grupo destes altos iniciados escolher o Caminho de Sua vida futura e de Seu Ser, porém Eles somente o farão depois de pôr em movimento certas energias e forças que, criativamente, mudarão os assuntos na Terra. Desse modo, Eles provam duas coisas: Sua percepção da necessidade mundial e Seu reconhecimento do livre arbítrio do homem para tomar decisões. A última iniciação desta espécie foi, portanto, realizada em 1903. Aqueles que estavam preparados para passar por esta iniciação foram confrontados com o fato das emergentes forças do mal cósmico; Eles tiveram, então, que decidir de que modo poderiam trazer auxilio à humanidade, e que situação deveriam provocar de modo que os homens fossem forçados a fazer livres escolhas e tomar decisões. O que Eles decidiram fazer levou à guerra mundial, a uma demonstração da clivagem entre o certo e o errado, entre o aprisionamento e a liberdade, e que, em 1952, levará a uma decisão - cujo resultado está oculto na consciência Daqueles Que, naquela data, a tomarem. (Escrito em 1949).

Nesta sexta iniciação, os Mestres que dela participam não estão mais sob a jurisdição da Hierarquia. Eles afastaram-Se dela. Sua longa conexão com a Hierarquia é transladada para um centro superior e é transferida para Shamballa, a menos que, como no caso do Cristo, Eles escolham o Caminho do Serviço Terrestre e voltem a trabalhar com as evoluções no nosso planeta. Há muitas evoluções e vários reinos na natureza, além da humana, incluindo a evolução dévica ou angélica.

A sexta Iniciação da Decisão é preparatória para a verdadeira Iniciação da Ressurreição, a sétima iniciação. Esta só pode ser empreendida quando a vontade do Mestre está completamente fundida com a do Logos planetário. Entre a sexta e a sétima iniciações, tem lugar "um ínterim de divina fusão"; um quadro elementar e um tanto distorcido desta fusão crítica nos é dado no Novo Testamento, onde lemos sobre a experiência do Cristo no horto de Gethsemane. Aí, mais uma vez - como na quarta Iniciação da Renúncia - dá-se ênfase ao elemento humano do sofrimento, enquanto que o verdadeiro "horto" simbólico, entre a sexta e sétima iniciações, não há qualquer aspecto de sofrimento. Sofrimento e dor não penetram na consciência do Mestre. Onde está dito no Novo Testamento que "vieram os anjos para prestar assistência" ao Cristo, a correta implicação é que, Aqueles Que habitam e trabalham em Shamballa, utilizam este período para instruir o iniciado que tomou sua decisão através de uma expressão de sua natureza divina, e na significância do propósito divino. Isto diz respeito à relação do nosso Logos planetário com o sistema solar, e é feita a decisão através do desenvolvimento daquela sensibilidade superior que conduz, inevitavelmente, à percepção cósmica. Não possuímos uma palavra adequada para esta qualidade ou tipo de sensibilidade, porque ela não é algo que possamos conscientemente compreender, e tão pouco é ela uma forma de reação consciente; tão pouco é ela percepção, como nós usamos esse termo. Ela tem sido definida, ocultamente, como algo semelhante à "imersão em um percebido estado de Ser", porque o iniciado é um aspecto consciente daquilo do qual ele forma uma parte integral. Diante desta declaração, vocês podem ver como é impossível explicar certas coisas, tornar claros certos tipos desconhecidos de consciência ou indicar áreas de percepção que estão fora do alcance até de um Mestre.

A Revelação é de cunho progressivo. Os discípulos não são, realmente, capazes de compreender os vastos significados na terceira iniciação, por exemplo; da mesma maneira, mesmo os altos iniciados falham em compreender aquilo que, claramente, se estende à Sua frente. Porém, os discípulos podem ter uma leve percepção da natureza da Transfiguração, que os caracteriza, sob o ponto de vista hierárquico, e os Mestres podem, também, ter uma leve percepção da natureza da decisão com que Se deparam. É esta sensibilidade preparatória no discípulo que produz a verdadeira percepção em todas as várias etapas iniciatórias. Esta é uma declaração da maior importância e liga sensibilidade, sua interpretação e controle, com a vida diária do discípulo comum. É importante devido à sua inclusividade e porque, cada etapa no Caminho da Iniciação, tem, em si mesma, o germe da compreensão e um entendimento, profundamente oculto, dos vários passos a serem dados no Caminho da Evolução Superior. Neste Caminho, inteligentemente embarca o Mestre, quando Ele tomou Sua decisão final; as etapas anteriores são, simplesmente, reveladoras do Caminho.

A iniciação tem sido definida como "uma sequência progressiva de impactos de energia direcionada." Esses impactos são caracterizados por pontos de tensão, e estes levam, inevitavelmente, a pontos de crise, sendo o processo todo governado pela Lei de Causa e Efeito. É este último ponto que eu procuro enfatizar agora, porque ele tem uma definida e misteriosa relação com a sexta iniciação. O Mestre, ao tomar Sua decisão e escolher um dos sete Caminhos que, em conjunto, formam o antahkarana planetário, é forçado a isso pela acumulação do carma passado. Todo o mau carma já foi, necessariamente, esgotado, porém, o Seu bom carma acumulado torna inevitável Sua decisão final; a partir desse instante de decisão, Ele está livre e liberado de todos os aspectos e todas as formas de carma planetário, o qual é muito maior e vasto do que Seu pequeno carma individual, quer bom ou mau. Ele é, então, em Si Mesmo, o somatório de toda a experiência passada. A menos que Ele, deliberadamente, escolha o Caminho do Serviço Terrestre, e decida permanecer dentro do campo, esfera de ação ou influência da Vida planetária, Ele Se depara com um futuro cósmico ou solar, sobre o qual Ele conhece relativamente pouco, mas para o qual o Caminho da Evolução, o Caminho do Discipulado e o Caminho da Iniciação O equiparam. Ele mesmo não conhece as condições para as quais Sua decisão O qualificou, ou aquelas nas quais Ele terá de penetrar; Ele sabe, porém, e "apropria-se do fato e das faculdades" (como expresso por um Mestre) da revelação completa e futura oportunidade.

Várias vezes já lhes foi dito que há quatro Senhores do Carma associados com a Câmara do Conselho em Shamballa. Eles representam - em Sua totalidade - os três Raios de Aspecto, e um Deles representa os quatro Raios menores de Atributo. É o Senhor do Carma Que implementa os destinos Daqueles Que estão condicionados pelo terceiro Raio da Inteligência Ativa (e este é sempre o caso Daqueles que estão recebendo a sexta iniciação) e Que, simbolicamente falando, "limpa os registros" deste grupo particular de iniciados, nesta época. O carma não mais Os prende.

A revelação concedida ao Iniciado na primeira etapa da iniciação dá-Lhe um quadro completo "em um lampejo de tempo infinito", dos processos que O trouxeram até este criativo momento de decisão. Imediatamente, é alcançado um ponto de tensão que Ele continuará a manter até à iniciação final, a nona Iniciação da Recusa, quando Ele rejeita, recusa ou repudia todo o Seu passado e entra no caminho escolhido inteiramente "livre de conceitos lembrados, mas exibindo, para Aquelas Grandes Vidas Que O recebem no novo e não provado caminho, tudo que Ele é e a essência de Seu Ser."

Ao tratar destas iniciações superiores das quais eu mesmo não tenho experiência, posso apenas esclarecer suas mentes, e também a minha, através do uso de antigas frases e de ensinamento oral que é permitido que escape para as mentes dos homens.

O ponto de crise que sempre se segue à conquista da tensão é o momento expresso da decisão final. Então, segue-se a revelação do que possa ser, e o iniciado sabe que ele está diante da ressurreição final e que ele que fora o eterno peregrino ou errante planetário, torna-se agora um ponto fixo em outro plano cósmico, pois, para ele, o plano físico foi eternamente deixado para trás.

Esta iniciação é, portanto, governada pelo terceiro raio, o Raio da Inteligência Ativa. Este raio está estreitamente relacionado ao plano mental de nossa vida planetária, à Lei de Fixação e à Lei das Clivagens. Muita coisa já escrevi anteriormente sobre isto, e uma procura sobre o significado de certos trechos em Um Tratado sobre o Fogo Cósmico trará algum esclarecimento. Não é permitida ao eterno peregrino a fixação sobre o nosso pequeno planeta Terra, mas quando ela é deixada para trás, na nona iniciação, o iniciado torna-se "um ponto de luz fixo ou estacionário dentro do seu Lugar escolhido, o Lugar do Altíssimo, e o ponto de fogo no cume da montanha. Desse ponto ele não mais sairá".

O conceito de clivagem está também aqui latente. O Mestre corta toda conexão com o passado e com o planeta, porém, jamais com a Vida Una que permeia todas as esferas e formas de ser, que torna possíveis todos os estados de consciência e conduz à atividade sem fim.

A Criatividade foi uma das três palavras dadas anteriormente em conexão com a sexta iniciação. As quatro iniciações finais são todas distinguidas por uma "revelação na luz viva". Na sexta iniciação o Mestre é levado à compreensão da natureza da criação, da razão para a manifestação inteligente de formas substanciais e sua criação para prover formas para o Ser e para a Vida, e da qualidade daquilo que Ele - no futuro - criará. Na sétima iniciação, a Iniciação da Ressurreição, é-Lhe concedida uma revelação da qualidade que precisa expressar-se através de todas as formas criadas: a qualidade do amor-sabedoria que tem animado nosso Logos planetário e é a qualidade básica de todo o nosso sistema solar. Em outras esferas e em outros sistemas solares e outros planos cósmicos, outras qualidades que desconhecemos, podem ser demonstradas por iniciados apropriados; porém, aqueles que alcançam a ressurreição e libertação, no nosso planeta, serão sempre espiritualmente qualificados pelo amor divino, e essa será também a qualidade subjacente a tudo que eles possam criar, mais tarde, quando libertos de nosso planeta. Podem ver, portanto, porque a frase "Deus é Amor" é realmente nossa nota-chave planetária.

Na oitava Iniciação da Transição, o propósito de toda a nossa atividade planetária é revelado ao Mestre, e todos os Mestres ou iniciados desta oitava iniciação (trabalhando através da Hierarquia ou em Shamballa) são necessários nesta iniciação para estimular o ponto de tensão do novo iniciado para tornar possível a revelação.

Poderíamos dizer que Eles agem como lentes através das quais flui a luz viva que torna possível a revelação, e Eles também desempenham o papel de fator protetor. Esta proteção é necessária porque, nesta iniciação, é mostrado ao iniciado não só o eterno bem que subjaz ao propósito planetário, mas também é permitido que ele "veja aquilo que está oculto por trás da porta selada e entrar em contato com o mal cósmico, pois este não mais pode feri-lo". Não obstante, ele precisa da proteção Daqueles com os Quais ele se equipou para associar-se. Qual é o propósito planetário, eu não sei; quando digo que parte do propósito é liberar luz e amor para um universo mais vasto, e para libertar o sistema solar dos ataques do mal cósmico, eu estou declarando uma verdade, porém uma verdade que permanece sem sentido para aqueles que ainda não foram postos em contato com o propósito completado; isto permanece um mistério, pois a verdadeira natureza da luz, o mistério da eletricidade, a constituição do bem, do belo e do verdadeiro, a origem do mal, a natureza e o proósito da Loja Negra, o lugar que a Loja desempenha dentro do esquema divino de ser - são todos desconhecidos para vocês em seu essencial significado. Lembrem-se que, quando um Membro da Hierarquia usa a palavra essencial, Ele não Se está referindo àquilo que é necessário (como vocês frequentemente fazem). Ele refere-Se à essência mais profunda que é encontrada no âmago de todas as coisas - tento as boas quanto as más. Portanto, também quando lhes digo que, na oitava iniciação, a natureza e o propósito da dualidade são revelados ao iniciado, mais uma vez isto nada significa.

Nestas três iniciações finais, portanto, os significados da criação, da qualidade e do propósito são, respectiva e sucessivamente, revelados ao Mestre, e aquilo que torna possível a revelação é, não somente a ação do Iniciador Uno e do grupo iniciador, quando tal grupo é necessário, mas o fator preponderante é a desenvolvida sensibilidade do próprio iniciado - sensibilidade essa que foi desenvolvida através de muitos eons de vidas e de experiência vital.

O objetivo do processo evolutivo ao qual todas as vidas no nosso planeta estão sujeitas tem sido sempre desenvolver esta sensibilidade que tornará possível a revelação, e podemos dizer que, sob um determinado ângulo, a meta de toda experiência tem sido a revelação - cada revelação "levando o iniciado para mais próximo do Coração do Sol, onde todas as coisas são conhecidas e sentidas, e através do qual todas as formas, todos os seres e todas as coisas podem ser banhadas em amor". Reflitam sobre estas palavras, pois a correspondência microcósmica ao fato macrocósmico está cheia de ensinamento valioso. Esforcem-se para que "cada lição aprendida a cada dia, cada revelação apreendida e compreendida, encha de amor seu coração e os capacite a amar seus semelhantes com ardente calor." Estou citando alguns antigos aforismos para os discípulos.

Na nona Iniciação da Recusa, a revelação apresentada ao Mestre diz respeito à natureza do Ser e da existência. Nada há que eu lhes possa dizer que, de algum modo, explicasse o Ser, pois o Ser está relacionado ÀQUELE que cria, ao ponto universal da Vida planetária ou solar que é, e tem sido sempre, responsável pela vida de todas as formas, da mais grandiosa à menor das manifestações. Quando essa revelação é concedida ao iniciado, ele, pela primeira vez, recebe seu contato inicial com aquilo que é chamado, nos livros ocultistas e esotéricos, "o Sol Central Espiritual". Ele compreende por si mesmo que estas palavras dizem respeito a um fato básico, e estão relacionadas ao propósito do sistema solar, assim como "o Coração do Sol" lhe revelou a qualidade do sistema solar. Quando é compreendido que nosso propósito planetário está, misteriosamente, relacionado à revelação do amor em nosso pequeno planeta, a Terra, através do processo da criação, emerge o conceito de que há uma relação singular com o Coração do Sol. Há muitas sugestões para vocês no que tenho dito; são sugestões também para mim, com a diferença de que eu posso expandi-las até um fato averiguado devido a um conhecimento maior do que o que vocês, por enquanto, possuem.

Pouco mais posso dizer sobre esta crucial e decisiva sexta iniciação. Ela corporifica o reconhecimento da liberação do Mestre, e em seus processos, Ele demonstra essa libertação ao tomar a livre decisão sobre Seu futuro estado de Ser e de propósito. Para o homem e o discípulo comum, o futuro está contido no seu passado e é implementado em seu presente. Isto não acontece com o iniciado da sexta iniciação, uma vez que Ele está inteiramente liberado do Seu passado; a Lei do Carma não mais tem controle sobre Ele; Ele toma uma livre decisão, e Seu futuro é decidido por Ele não na base de Sua inevitabilidade ou como provedor de um campo onde possa descarregar o carma, mas sim, unicamente como base somente de qualificação para o serviço. Isto cria uma situação muito diferente. A decisão uma vez tomada é uma decisão fixa e não há como voltar atrás ou abandoná-la, e, de tal modo o Mestre está livre de quaisquer empecilhos possíveis, que não há qualquer desejo de voltar atrás ou qualquer possibilidade de que Ele pudesse fazê-lo.

As três iniciações restantes demonstram estes pontos ainda mais clara e definidamente, e a luz na qual o iniciado caminha torna-se cada vez mais brilhante. A luz revela-Lhe a natureza e o propósito dos planos físico etérico cósmicos (os quatro planos superiores de nossa Vida planetária); esta luz traz à Sua atenção a natureza de certas condições extraplanetárias, e pela primeira vez, elas se tornam factuais para Ele e não simplesmente hipotéticas. A luz revela-Lhe Sua futura oportunidade, uma vez que Sua escolha final tenha sido feita, e - como está dito acima - ela também Lhe revela a natureza do propósito divino como o nosso Logos planetário o concebe, sob a inspiração do Logos solar.

Ele pode, agora, exprimir-Se plenamente no plano monádico, o plano da vida universal; a grande heresia da separatividade abandonou-o por completo e Ele nada mais conhece a não ser o amor, a unidade, a identificação espiritual e uma consciência universal. Por esta razão, Ele pode tornar-Se um criador, pois criação é a expressão da vida, amor e propósito, e Ele agora pode compreender os três e expressá-los plenamente.

Ele é, agora, um cooperador inteligente com as Forças Construtoras do planeta e, também, do sistema solar, e sobre o seu raio escolhido, Ele executará Suas intenções criativas.

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