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Os Raios e as Iniciações

Parte Dois B


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Livros de Alice Bailey

Os Raios e as Iniciações
Índice Geral das Matérias


Parte Dois B
Métodos dos Sete Raios Usados no Processo de Construção
Métodos dos Sete Raios Usados no Processo de Construção
Raio UM ... Vontade ou Poder
Esquema para Contemplação Reflexiva sobre a Construção do Antahkarana
Raio Dois ... Amor-Sabedoria
Terceiro Raio ... Inteligência Ativa
Invocação e Evocação

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Métodos dos Sete Raios Usados no Processo de Construção

Até que seja alcançada a etapa da Projeção, são idênticos os métodos por todos os discípulos de todos os raios. Sua intenção é uma só e todos eles alcançam a mesma medida de tensão e de preparação para a construção da ponte reunindo a necessária energia de duas fontes, a personalidade e a alma. Por esta focalização e tensão resultante, por esta evocação da Tríade Espiritual e este começar do processo dual de construção a partir dos dois lados da ponte (se tal frase é possível e permitida), o trabalho prossegue uniformemente. O uso da imaginação criativa é agora provocado e isto forma a segunda etapa, a qual apresenta real dificuldade para os aspirantes do primeiro e sétimo raios. Nenhum dos dois tipos pode organizar com facilidade a energia material, orientar as correntes de energia, e ver pictoricamente seus objetivos com clareza com o olho da mente. Este é um processo profundamente difícil para eles. Todavia, ele precisa ser feito de alguma maneira, porque o uso da imaginação visual é um fator essencial no processo de construção e um dos principais meios de focalização que antecedem à projeção.

Este processo de projeção apresenta três importantes atividades:

1. Depois de devida focalização e depois de cuidadosa, sequencial e sistemática visualização da "ponte do arco-íris", o discípulo - por um distinto e separado esforço - reúne o aspecto vontade de sua natureza, até onde lhe é possível nesta encarnação. É referente a isto que surgem os diferentes métodos dos raios, a diferença sendo determinada pela qualidade da vida do raio.

2. O discípulo tem de preservar firmemente a tripla consciência, não apenas teoricamente, mas de fato, de modo que as três linhas paralelas de pensamento, ou três correntes de energia ativa, são usadas por ele simultaneamente:

a. Ele percebe a si mesmo, personalidade e alma, ocupado com o processo de construção da ponte. Nem por um segundo perde ele o senso de consciente identidade.

b. Ele está consciente do ponto de tensão focalizada que ele conseguiu provocar e que três correntes de energia contribuíram para isso - a energia focalizada da personalidade, estabilizada na mente concreta inferior, a entrante energia da alma, jorrando das doze pétalas das três fileiras, mais a fileira mais interna do 1ótus egoico, e a energia da "jóia do 1ótus" - todas jorrando para o centro de tensão nos níveis mentais da mente inferior.

c. Ele está consciente do quanto da consciência da energia do seu raio possa alcançar sua percepção; esta é a energia do seu raio egoico e não a força da personalidade. Ele esforça-se para ver-se a si mesmo como um ponto de particular energia colorida pelo raio de sua vida, e cuidadosamente tem em mente que a energia de seu raio egoico é a principal energia através da qual a Mônada está tentando expressar-se, e também que seu veículo egoico tríplice é um reflexo da Tríade Espiritual e está estreitamente relacionado aos seus três aspectos. É esta relação (e sua consciente interação e efeito) que é evocada pela construção do antahkarana, e que finalmente (quando suficientemente poderosa) traz à atividade radiante a "jóia do 1ótus".

3. Quando estas três etapas de realização estiverem completadas até onde o discípulos sinta ser capaz de mantê-las, só então ele se prepara para o uso característico do método do seu raio em preparação para o "som projetado" ou Palavra de Poder.

Podem ver a partir do que foi dito que este é um processo definidamente planejado de natureza básica científica, e requer ser cuidadosamente seguido tal como o procedimento de qualquer cientista em busca de alguma fórmula química avançada. A única diferença, cientificamente falando, é que o processo todo é executado em níveis subjetivos e no reino da consciência, exigindo assim uma consciência e uma concentração não necessárias quando trabalhando mais tangivelmente nos planos exteriores da consciência. A princípio parece complicado, enquanto o discípulo tenta dominar as diferentes etapas do processo, mas tudo se torna inteiramente automático quando dominado. Aqui está um resumo do processo até o ponto de definida projeção:

I. Intenção, produzindo focalização e tensão.

II. Visualização, produzida por:

1. A atividade búdica de "impressão".

2. A tensão do corpo mental.

3. Os processos imaginativos do corpo astral.

III. Projeção:

1 . Reunião do aspecto Vontade.

2. A preservação do triplo estado de percepção de modo que:


a. O discípulo esteja constantemente ciente de sua própria identidade.

b. Ele está consciente de um fixo ponto de tensão.

c. Ele está ativamente consciente do raio de sua alma ou energia de sua alma.

3. Ele começa a usar essa energia característica do raio corretamente.

4. Ele, então, quando tudo o acima estiver completado, usa a Palavra de Poder que é o agente de Sua Vontade.

Esta breve tabulação deverá ajudar no processo, e vocês podem ver como uma etapa evolve da outra e como, uma vez a familiaridade tenha sido estabelecida, será possível desenvolver rapidamente o trabalho preliminar.

Quando, porém, os métodos característicos da energia do raio do discípulo alcançam o ponto de uso definido, isso não é tão simples quanto parece. O sucesso no processo de construção depende da habilidade do discípulo em fazer três coisas:

1. Manter a mente firme na luz, isto é, preservar o ponto de tensão o mais alto possível a qualquer momento dado no desenvolvimento e atividade de construção do discípulo.

2. Registrar a consciência do contato com a alma, provocando assim uma crescente fusão entre a alma e a personalidade, de modo que completa unificação seja crescentemente atingida. Tecnicamente, isto significa que a energia do raio da alma e a energia do raio da personalidade se fundem, com o raio da alma sempre dominando.

3. Tenham em mente, especificamente e em detalhe, o método a ser empregado na construção da ponte, de acordo com a técnica específica do raio, e com o objetivo em vista de relacionar (em uma nova e significativa maneira, factualmente e não apenas teoricamente) a Tríade Espiritual e a personalidade.

A alma, então, como entidade separada, passa lentamente a desvanecer-se do quadro, porque está sendo absorvida pela personalidade, a qual se torna cada vez mais a alma em encarnação. Finalmente, é estabelecida a relação entre o espírito (Mônada) e a personalidade (forma ou matéria), com um pequenino ponto de consciência eternamente presente que está ciente desses dois fatores e, contudo, preserva inviolada sua própria identidade. Esta última percepção é o resultado do trabalho de eons, levado a efeito pela alma. Paradoxalmente, nós dizemos que a alma se desvanece ou desaparece, e todavia, em última análise, ela permanece, pois neste sistema solar, nada mais há senão esta consciência de ser.

Quero tocar aqui em outro ponto antes de abordar os métodos de projeção dos sete raios. A ponte a ser construída é frequentemente chamada a "ponte do arco-íris" porque ela é constituída de todas as cores dos sete raios. Falando especificamente e sob o ângulo do discípulo, a ponte que ele constrói entre a personalidade e a Tríade Espiritual é composta de sete fios de energia, ou sete fios de força. Ele usa todos os sete raios, tendo obtido a facilidade em fazer isso, porque vezes sem conta, sua personalidade, durante o longo ciclo de encarnações, pertenceu a todos os raios muitas vezes. Porém, o raio de sua alma domina eventualmente, e na ponte do arco-íris "as cores de seus raios são ouvidas vibrando e a nota de seu raio é vista". A ponte construída pela humanidade como um todo é uma ponte composta da multiplicidade de pontes individuais, construída pelos muitos discípulos. É, pois, eventualmente formada de sete fios de energia vindos dos sete grupos egoicos, um grupo de cada tipo de raio. O trabalho criativo de todos os seres humanos que alcançam a etapa de contato com a alma contribui para a criação desta ponte. Seus fios dominantes de luz se fundem em um único todo e seus fios menores perdem-se de vista, na radiante luz da ponte sétupla que a humanidade eventualmente completará.

Mesmo nesta ponte finalmente completada - no fim do ciclo mundial - um raio de luz e cor predominará, o segundo raio, com o quarto raio como raio subsidiário. O quarto raio pode ser simbolicamente chamado "o cabo principal" para a humanidade, porque é a nota dominante da Quarta Hierarquia Criadora. Tomemos agora os sete métodos dos raios um a um.

À medida que consideramos as técnicas dos sete raios com as Palavras de Poder que os acompanham, é preciso ter em mente que estamos lidando aqui inteiramente com o aspecto Vontade. Isto exige um processo superior de alinhamento e a evocação de um aspecto divino até aqui relativamente quiescente, exceto na medida em que a vontade encontra seu reflexo na atividade das pétalas do sacrifício do lótus egoico, e mais sua sombra distorcida na natureza da mente. Isto, consequentemente, requer uma alta etapa de desenvolvimento espiritual da parte do construtor do antahkarana; significa que há, pelos menos, indicações dele entre a mente, as pétalas do sacrifício e o princípio átmico. Este pode ser simplesmente o mais tênue dos fios, mil vezes mais fino do que uma teia de aranha flutuante, mas que inevitavelmente tem de estar presente. Quando, sob o ângulo do esoterista, este é um fato tangível, teremos então, o seguinte contato direto:

Quando completado, este contato marca uma unidade inteira de trabalho espiritual, se assim posso dizê-lo, trazendo o homem no plano físico a completo alinhamento; esta unidade é consumada na época da quarta iniciação, a Grande Renúncia, no tempo em que o primeiro aspecto começa a dominar os outros dois.

Aí então, a vida da alma - como compreendida até então - desvanece-se e o corpo causal desaparece. A soma total de memória, qualidade e aquisições, é então absorvida pela Mônada. As palavras "Eu e meu Pai somos um" tornam-se então uma verdade. O corpo astral também desaparece no mesmo grande processo de renúncia, e o corpo físico (como o agente automático do corpo vital) não mais é necessário, embora persista e sirva a um propósito quando assim requerido pela Mônada. Sob o aspecto forma, temos então a Mônada, a esfera da Tríade Espiritual e o corpo etérico no plano físico. Quero lembrar-lhes que os níveis de existência consciente que nós consideramos sem forma são apenas relativamente assim, porque nossos sete planos são os sete subplanos do plano físico cósmico. O centro da consciência está agora na natureza da Vontade, quando este ponto de realização é alcançado, e não mais na natureza do amor. A atividade e o amor estão ainda plenamente presentes, mas o foco da atenção do iniciado está no aspecto vontade do iniciado.

Foi dito em um antigo livro pertencente aos Arquivos dos Mestres que:

"A preservação de valores é a tarefa do iniciado do primeiro raio; alcançar a positividade é a meta do iniciado do segundo raio. Aquele que trabalha com o terceiro raio precisa alcançar o caminho daqui para lá. O iniciado do quarto raio alcança o aspecto vontade quando o conflito chega ao seu correto lugar e não mais causa preocupação. Estas quatro realizações marcam a meta para os homens e os lançam a todos ao mais baixo ponto de consciência. O raio da visão e da aplicação indica o caminho direto, evoca a vontade de seguir, e une o amor de Deus, o amor do homem e tudo que respira com o propósito que a tudo subjaz, e em direção àquele propósito e sua consumação terrena o sétimo raio dá tudo que ele tem".

Não foi fácil pôr estas abstrusas ideias, expressas na mais arcaica língua e simbolismo, em termos modernos. Eu transmiti a ideia geral - a colaboração dos sete raios no processo construtor da Deidade e sua planejada interação, numa pequena escala, infinitesimal em comparação com o grande Todo. O homem responde dentro do círculo da humanidade, encerrado dentro do círculo maior da Hierarquia, e torna-se consciente desta fusão e usa as potências de ambos os grupos de vidas, por intermédio do antahkarana. No momento em que o discípulo se aproxima daquele ponto na consciência e o antahkarana está firmemente ancorado (mesmo que ainda seja uma tênue estrutura), ele torna-se consciente do fator do círculo maior que encerra os outros dois - Shamballa, o Lugar Secreto onde a vontade de Deus é formulada para o presente imediato e o futuro distante.

Com esta visão e preâmbulo sugerido, vamos agora determinar as sete técnicas a serem empregadas na etapa de projeção do processo de construção.

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Raio UM ... Vontade ou Poder

Para entender a técnica do primeiro raio, é preciso compreender a qualidade básica do raio. Ele é dinâmico. O ponto no centro é o Primeiro Raio do Poder, e sua técnica é jamais mover-se do centro, mas daquele ponto, trabalhar dinamicamente. Talvez a palavra que melhor expresse seu modo de trabalhar seja a Inspiração. O Pai inspira resposta do aspecto material, ou da Mãe, se vocês gostarem desse simbolismo, mas ele realiza isso permanecendo ele próprio imóvel. A partir do ponto onde está o Construtor (humano ou divino) trabalha, não pela Lei de Atração, como faz o segundo raio, mas pela Lei da Síntese, por um comando da vontade, baseado num propósito e programa claramente formulados. Estão vendo, portanto, que a personalidade de primeiro raio tem que avaliar (como de fato o fazem todos os discípulos) de que aspecto de um raio em particular ele próprio é. Não é possível para qualquer discípulo que não tenha feito a terceira iniciação determinar seu raio monádico, mas qualquer discípulo construindo o antahkarana e que tenha alcançado o estágio da projeção deve conhecer o raio de sua alma e de sua personalidade, e deve lembrar-se de que é a potência de ambos fundida e mesclada que deve executar o ato de projeção. A energia da Mônada pode ser evocada, mas isso resulta na descida de um jorro em direção ao agente ativo e não é um ato de projeção per se. O ato de projeção é o trabalho da "sombra e do reflexo". Em relação a isto, quando lidando com a Palavra de Poder para cada raio, o Velho Comentário diz o seguinte:

"Quando não há sombra, pois o Sol está claro, e não há reflexo, pois não existe mais água, então nada permanece a não ser aquele que fica com olhos dirigindo a vida e a forma. A sombra tripla não existe mais. O três do eu não mais existem. O três superior desce e todos os nove são um. Aguarde o momento."

Quando, portanto, o raio da alma domina o raio da personalidade, o Eu então torna-se o agente diretor, ajudado pelo raio do eu inferior. Os raios dos três veículos deixam de estar ativos, e somente a dualidade básica da alma e da personalidade permanece, e não há menor diferenciação.

Ao considerar todos os sete raios, procuro fazer três coisas em cada caso:

1. Dar a técnica de projeção, a qual incide em quatro etapas:

a. A etapa preparatória na qual a consciência focaliza-se no raio da alma.

b. Um interlúdio no qual o agente projetor percebe com intensidade a existência do "ponto de tensão" e o produto acabado do processo de visualização.

c. Uma atividade da vontade focalizada, de acordo com o raio, na qual uma linha de luz ou de substância viva é imaginariamente e criativamente enviada ou projetada a partir da unidade mental o mais longe possível em direção à Tríade Espiritual, usando constantemente a imaginação criativa.

d. Esta linha de luz (este fio ou ponte) é imaginada como colorida pelas qualidades dos dois raios, e é mantida estavelmente alinhada a luz da Tríade Espiritual - não a luz da alma. Isto corresponde à etapa bastante anterior de desenvolvimento na qual a mente foi mantida firmemente na luz. A mente ainda é mantida desta maneira, porém a mente (como agente da alma e da personalidade) deixa de estar quiescente e torna-se ela própria um ativo agente sustentador.

2. Indicar brevemente o efeito da Palavra de Poder. Quando adequada estabilidade é obtida, o discípulo emite a Palavra de Poder que serve para levar a luz cada vez mais para o alto. Quando corretamente emitida, esta Palavra produz três efeitos:

a. Mantém livre de impedimentos o canal para a descida da luz da Tríade Espiritual.

b. Alcança, por meio de sua atividade vibratória, o centro de poder que chamamos a Tríade Espiritual temporariamente focalizado no átomo manásico permanente, e evoca a resposta na forma de um fio descendente de luz da Tríade.

c. Causa uma vibração através de todo o antahkarana que, por sua vez, evoca resposta da "ponte de arco-íris" construída por todos os outros discípulos. Assim é favorecida a construção do antahkarana racial.

Estou aqui fazendo duas coisas - falando com vocês em símbolos. Literalmente falando, não há acima ou abaixo ou superior e inferior, como sabem, nem qualquer ação separada nem existem quaisquer ações separadas como delineadas pelas ciências exatas. Todavia, a verdade tem de ser apresentada assim devido à consciência mental do discípulo. Tenho também dado em termos humanos o esboço de um processo que, se adequadamente seguido, lhes permitirá realizar real progresso na compreensão preparatória requerida por todos que esperam, algum dia, fazer a iniciação.

3. Isto nos traz ao terceiro ponto, a natureza da iniciação, a qual na realidade abrange três grandes expansões de consciência.

a. A expansão da consciência da personalidade dedicada em direção à consciência da alma; isto é completamente consumado na terceira iniciação.

b. A expansão destas duas consciências fundidas e mescladas em direção à Tríade Espiritual, o que é completamente consumado na quinta iniciação.

c. A expansão da consciência em direção àquilo para o qual os Mestres estão trabalhando e que é consumado na sétima iniciação.

Os estudantes hoje fizeram já grande progresso no controle da personalidade, e os discípulos do mundo são agora tão numerosos que a ênfase hierárquica recai hoje sobre os estados de consciência após a terceira iniciação. Daí a divulgação para o público do ensinamento sobre o antahkarana.

Vocês encontrarão a seguir, em forma tabulada, o ensinamento sobre os seis estágios de modo que vocês possam ter um quadro visual do processo. Seguir o processo é, por certo, um outro assunto cujo sucesso depende de algo mais do que uma compreensão teórica do processo. Depende da habilidade de cada um para viver de forma mais definida no mundo do significado do que até então fora o caso; depende do conhecimento que cada um possa ter dos raios de sua alma e personalidade; depende da capacidade de cada um para focalizar em sua consciência fundida, e a partir desse ponto - mantendo a mente firme na luz - pronunciar a Palavra de Poder que conduzirá o seu criado fio de luz em direção à Tríade Espiritual.

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Esquema para Contemplação Reflexiva sobre a Construção do Antahkarana

I. Pontos a serem lembrados.

Este trabalho de construção diz respeito ao manejar da energia. Os estudantes devem refletir sobre a distinção entre energia e força.

Depende do uso da imaginação criativa. É aconselhável refletir sobre a relação entre imaginação e intuição e de ambas com a mente.

O trabalho de construção do antahkarana precisa ser feito com o máximo possível de compreensão consciente.

II. Os seis passos ou métodos de construção do Antahkarana.

1. Intenção.

a. Alcançar a correta orientação:

Em direção à alma.
Em direção à Tríade Espiritual.

b. É necessária uma compreensão mental do trabalho a ser feito.

c. Um círculo-não-se-passa de energias conscientemente reunidas precisa ser criado e mantido num estado de tensão.

d. É preciso tentar manter um período de pensamento claro sobre este processo de Intenção.

e. Segue-se então a preservação de um ponto de tensão.

2. Visualização.

a. O uso da imaginação criativa ou a faculdade de criar quadros mentais.

b. Resposta à impressão intencional ou búdica.

c. Preocupação com duas energias:

A energia mantida num ponto de tensão dentro do círculoonão-se-passa previamente criado.
A energia ativa formadora de quadros trazida à ação pela mente do construtor.

3. Projeção.

a. A convocação da vontade através do método apropriado ao Raio do discípulo, o raio da alma.

b. A simultânea preservação de três linhas de pensamento:

Percepção da personalidade e alma fundidas.
Percepção do ponto de tensão focalizada.
Percepção da energia do Raio em seu aspecto vontade.

c. O uso de um ou outro dos métodos de projeção dos sete Raios, de acordo com o Raio do discípulo.

d. O uso de uma Palavra de Poder.

4. Invocação e Evocação.

a. A alma e a personalidade mescladas são agora invocativas e sua intenção unificada está expressa nas três etapas anteriores.

b. Então, vem uma resposta da tríade Espiritual que essa intenção, impelida por um ato da vontade vinda de um ponto de tensão evocou.

5. Estabilização

Esta é produzida por um longo e paciente uso dos quatro processos anteriores e seguido pelo uso consciente do antahkarana.

6. Ressurreição e Ascensão.

Esta é a elevação da consciência para fora das limitações da alma e da personalidade (sob o ângulo da Mônada) e sua passagem para a Tríade Espiritual.

Aqui gostaria de tocar em um ponto importante relacionado com todas as Palavras de Poder. Eu poderia dar-lhes estas palavras na sua antiga forma Senzar, mas não me seria possível ensinar, pelo meio da escrita, sua antiga e peculiar pronúncia ou a nota em que devem ser emitidas. Isto costumava ser considerado de suprema importância. Hoje, os discípulos são ensinados a trabalhar mais sobre os planos internos do significado e não depender daqui em diante da atividade externa do som. Lembrem-se que vocês não estão mais criando no plano externo. Os sons físicos, portanto, têm relativamente pouca importância. O que realmente importa é a habilidade do discípulo para sentir o significado da Palavra de Poder enquanto ele a pronuncia silenciosamente. É a qualidade de sua ideia que trará o correto efeito, e não o modo em que ele produz um som com a ajuda de suas cordas vocais e sua boca. Foi ensinado aos estudantes que o A.U.M. soado inaudivelmente e que se procura ouvir é de maior potência do que quando soado audivelmente. Este foi um ensino preparatório para a emissão dessas Palavras de Poder. Estiveram aprendendo a significância do O.M. ainda que não se apercebessem disso. Tudo isto foi uma preparação para o uso das Palavras dos Raios. É o pensamento por trás da forma, o registrar do sentimento acerca das palavras, e a compreensão de seu significado que têm importância; é a habilidade de pensar, de sentir e silenciosamente enviar o apelo de qualidade, de significado a significado, de natureza a natureza, de forma ao espírito que importa, lembrando sempre que aquilo que é encontrado no plano físico não é um princípio. O som físico não é aquele que leva a uma bem sucedida construção do antahkarana. É a qualidade de um particular tipo de natureza subjetiva (o raio da alma quando ele domina o raio da personalidade) que atrai para aquilo que é ainda mais subjetivo; que é aquilo que na verdade realiza o trabalho. Deve-se ter em mente que, sob o ângulo da Tríade Espiritual, a natureza da alma é definidamente objetiva. Esta é a afirmação de um fato ocultista que será melhor compreendido quando a natureza do homem tal como ensinado nas ciências ocultistas for admitido pelos pensadores, cientistas e psicólogos.

O ponto que desejo realçar é que nenhuma palavra especial irá ser dada por mim, porque tal coisa seria inútil. O O.M. é inútil para a maioria das pessoas, embora estudantes treinados possam agora estar colhendo o beneficio de seu uso. Esta inutilidade geral é causada porque as pessoas não usam a Palavra corretamente, mas também porque, mesmo quando usando-a corretamente, elas não mantêm seu significado firmemente em sua consciência. Assim é com uma Palavra de Poder. Que adiantaria se eu tentasse dar a Palavra do primeiro raio, a qual, quando apresentada em sua simbólica forma escrita seria algo como UKRTAPKLSTI? Certos sons na forma desta palavra estão omitidos porque não há maneira de representá-los, uma vez que eles não são vogais nem consoantes. Quando soado corretamente, o acima forma três palavras. Mas, posso dar-lhes tanto, quanto possível, o significado equivalente em português, e é este significado que desejo que tenham em mente enquanto pronunciam o som ou Palavra de Poder e, visualmente, tentam vê-la realizando o milagre esotérico de construção da ponte.

O discípulo do primeiro raio tem, pois, de atender a estes requisitos o melhor que possa e seguir as quatro etapas da técnica de projeção. Quando ele tiver fielmente seguido esta rotina, a fusão da alma e personalidade terá de ser conscientemente tentada e conseguida até um certo ponto, e então estes fatores assim mesclados são mantidos firmes na luz da Tríade. Um outro ponto de intenção focalizada é produzido, resultando numa nova e ainda mais dinâmica tensão. No completado silêncio então resultante, o ato de projetar o antahkarana é realizado, e é então levado avante pelo ímpeto de uma Palavra de Poder. O simbolismo relacionado com isto está por trás do uso maçônico das palavras, traduzidas em português, "que assim seja feito" pronunciadas com a mão direita estendida para a frente e significando a vontade corporificada da Loja, ela própria um símbolo da Vontade e Propósito do Altíssimo.

O significado da Palavra de Poder a ser usada neste ponto de realização da projeção pode ser resumido nas palavras: "Eu afirmo o fato". Esta é a forma mais aproximada que lhes posso dar para as palavras antes mencionadas. Aprofundando um pouco mais uma reflexão sobre estas palavras ver-se-á que, se pronunciadas com compreensão de seu significado, elas são de terrível potência. O discípulo que as pronuncia presume e depois afirma:

1. A Tríade Espiritual é um fato.

2. A relação ente personalidade fundidas e mescladas é um fato.

3. O antahkarana é também um fato.

4. A dupla expressão da dualidade básica da manifestação - personalidade ou forma e Mônada ou Espírito - é um fato.

5. A vontade da Mônada é o fator a ser evocado.

6. Pode-se confiar que o conhecedor e determinado Uno fará contato com o instrumento de sua vontade no plano físico.

7. O trabalho está feito.

Esta admissão dos fatos não é fé, mas sim conhecimento e convicção, e é sobre esta convicção que o discípulo repousa, age e da qual depende. Isso torna-se uma inalterável atitude. O significado das sete afirmações acima ficará mais claro se o discípulo refletir sobre a distinção entre fé e convicção. É esta divina asserção que é a corporificação da soma de todo conhecimento e amor, e o discípulo do primeiro raio precisa começar a usar esta técnica, apoiando-se em sua divina prerrogativa de asserção. Reflitam sobre esta declaração. Ela é a técnica de Shamballa e o direito estabelecido, a prerrogativa e o privilégio das almas do primeiro raio.

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Raio Dois ... Amor-Sabedoria

De novo, as duas primeiras etapas de Intenção e Visualização foram cuidadosamente seguidas e as quatro etapas da projeção foram percorridas até o seu mais alto ponto. A vívida luz da alma do segundo raio (a mais vívida neste sistema solar de segundo raio) domina a luz da forma e se irradia para a luz da Tríade. Chega, então, um momento de intensa concentração e a peculiar Palavra do segundo raio é enunciada. Desta Palavra, o símbolo dual SXPRULXS toma forma na mente do discípulo e significa a asserção: "Eu vejo a maior das luzes". Esta frase tem relação com o Sol Espiritual Central e não com o Coração do Sol; ela envolve, se posso assim expressar-me, o mais intenso esforço para ver na luz a relação do todo, e esta é uma das mais potentes experiências a que o discípulo pode ser submetido.

Não é a visão ou sequer aspiração para ver a visão. É a visão completa, e dela o símbolo maçônico do "Olho de Deus", o "Olho que tudo vê", é a expressão. Ela envolve percepção da luz do divino semblante; desta luz a luz da alma é um pálido reflexo. O discípulo já aprendeu o significado da luz solar e lunar (a luz da alma e da forma), mas esta é algo diferente. É a grande obliterante luz da própria realidade, revelando o fato do Caminho Iluminado superior o qual conduz ao Nirvana; disto, o antahkarana projetado é a primeira etapa conscientemente apreendida pelo discípulo.

Encontro dificuldade em tornar claras para vocês estas Palavras de Poder, porque essencialmente é a Palavra feita carne ou a alma em encarnação que, neste ponto, registra o poder, é o símbolo (o aspecto forma) e o poder (o aspecto Espírito) que atuam como um grande agente criativo e fazem a ponte entre todas as barreiras e estados separativos de consciência, estabelecendo assim completa união.

Eu indiquei-lhes certas vogais e consoantes que são o máximo de aproximação que posso fazer para tornar essas Palavras claras, e foi o que fiz no caso do primeiro e segundo raios. Não darei outras, porque seria inteiramente inútil. Dar-lhes-ei apenas os significados e os conceitos envolvidos nessas formas de palavras arcaicas que tentei retratar em letras dos idiomas atuais. À medida que a raça se aproxima cada vez mais do mundo do significado, a forma das palavras assume menos importância, e apenas o pensamento concentrado, baseado em criteriosa compreensão, pode alcançar os resultados. É para esta nova forma de trabalho que estamos abrindo caminho.

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Terceiro Raio ... Inteligência Ativa

Os processos de Intenção e Visualização foram seguidos, e novamente, as quatro etapas da técnica de Projeção foram concluídas. No ponto da mais alta tensão, o discípulo pronuncia a Palavra do Poder para o terceiro raio. Não é fácil para o discípulo deste raio alcançar o necessário ponto focal de silêncio; a intensa fluidez do discípulo leva a muitas palavras ou a grande atividade mental, frequentemente levada avante sob o impulso da miragem, a qual diminui a potência daquilo que ele procura fazer. Porém, quando ele consegue atingir o "silêncio mental" e se torna simplesmente um ponto de concentração inteligente, ele então pode usar a Palavra de Poder com grande eficácia. A dificuldade é que ele tem de vencer a tendência de usá-la com a ideia dos resultados do plano físico em sua consciência. Ele sempre trabalha sob o ângulo da qualidade divina que caracteriza a matéria, assim como o discípulo do segundo raio trabalha sempre sob o ângulo da qualidade e o discípulo do primeiro raio sob o ângulo da positividade do espírito. Porém, uma vez que intuitivamente compreende e factualmente apreende o conceito de que espírito-matéria são uma única realidade, e uma vez que ele tenha alcançado dentro de si mesmo a sublimação da matéria, ele então pode divorciar-se de tudo que o ser humano compreende em relação à forma. Ele pode, então, pronunciar a Palavra de Poder que tornará possível sua completa identificação com o espírito, via o antahkarana. Esta Palavra é "O PRÓPRIO PROPÓSITO EU SOU".

Quanto às demais Palavras de Poder relacionadas com os Raios de Atributo, apenas as listarei, pois pouco há que eu possa dizer sobre elas. Elas podem ser compreendidas à luz do que eu já disse sobre as três Palavras de Poder usadas para os Raios de Aspecto.

Raio Quatro ... Harmonia através do Conflito - "DOIS FUNDEM-SE COM O UM"

Raio Cinco ... Conhecimento Concreto ou Ciência - "TRÊS MENTES UNEM"

(Isto afirma o fato de que a Mente Universal, a mente superior e a mente concreta inferior são mescladas através do antahkarana projetado).

Raio Seis ... Devoção ou Idealismo - "A MAIS ALTA LUZ CONTROLA"

Raio Sete ... Lei do Cerimonial ou Ordem - "O MAIS ALTO E O MAIS BAIXO SE ENCONTRAM"

Notarão que, em todas estas Palavras de Poder, dois óbvios pensamentos emergem: primeiro, que a meta de toda atividade é a completa fusão dos três Aspectos, e segundo, que a consciência disto vem através da construção e uso da ponte entre a Tríade Espiritual e a Personalidade. Notarão que todas estas são asserções definidas, baseadas no conhecimento conduzindo à convicção. As várias escolas de afirmações encontradas hoje em todo mundo nada mais são que esforços distorcidos da humanidade para chegar à posição afirmativa que a mescla de alma e personalidade assume, e demonstra uma espécie de reação instintiva a uma nova percepção que está chegando à consciência da humanidade, via seus discípulos e iniciados.

Nós praticamente concluímos nosso estudo do antahkarana; porém, quero estender-me um pouco mais sobre as três etapas finais do processo de construção delineadas anteriormente. Essas três etapas foram muito brevemente tratadas devido à sua abstrusa natureza. No entanto, elas são parte dos seis métodos de construção. As três primeiras foram tratadas em maiores detalhes do que as três últimas, mas creio que será de utilidade estender um pouco mais o ensinamento sobre Invocação e Evocação em particular, pois ele condicionará - conscientemente e exotericamente - a nova religião mundial assim como a tem até agora condicionado esotérica e inconscientemente.

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Invocação e Evocação (continuação do item 4 das Seis Etapas da Construção)

Estas duas palavras descrevem aquele algo maravilhoso - emanação, apelo inaudível, inerente anseio pela luz - inato em todas as formas, o qual produz interação e relacionamento e que é a causa de todo progresso ou avanço ao longo do caminho de uma consciência em expansão e uma penetração na luz. Isto é verdade quanto à planta saindo da escuridão da terra para a luz do sol; à criança que, sob o impulso da vida, livra-se do útero de sua mãe; ao ser humano abrindo seu caminho para reinos de maior conhecimento e útil vida física; ao aspirante esforçando-se para sair da Câmara do Aprendizado e entrar na Câmara da Sabedoria; ao discípulo penetrando no reino da luz e vida da alma; ao iniciado passando de grau em grau na Hierarquia da Libertação; ao Cristo avançando para a Câmara do Conselho de Shamballa; e ao propósito do Senhor do Mundo realizando aqueles processos que O conduzirão a reinos da vida divina, da qual nem mesmo o mais alto iniciado de nosso planeta tem qualquer ideia. Tudo acontece como parte de um grande sistema de invocação e evocação, de apelo e resposta, e todos são característicos do "modo de Vida" que governa toda a graduada hierarquia de Ser no nosso planeta.

Este impulso evolutivo para diante ao longo do Caminho Iluminado, da escuridão para a luz, do irreal para o real, e da morte para a imortalidade, é um anseio inerente a todas as formas. Constitui uma das mais sutis e menos compreendidas leis do universo, estando relacionado com o princípio da Vida, do qual ainda nada sabemos; ela subjaz à Lei da Evolução assim como à Lei do Carma e é, na realidade, a Lei do Propósito da Vida do Logos Planetário; é uma expressão de Sua dinâmica intenção enquanto força toda substância em manifestação e no tempo e espaço a agir e reagir em conformidade com Sua Vontade. Ele assim capacita Sua forma - o planeta que é composto de todos os sete reinos da natureza - a expressar a intenção logoica pela "duração da Grande Respiração". Tempo e espaço são os dois aspectos desta respiração. Ela afeta o pequenino átomo e o mais excelso Ser dentro da esfera de Sua consciência e de Sua vida; ela afeta os reinos subumanos, os quais disso não têm consciência, e, em relação a eles, é às vezes chamada como "a Lei da Vida do Sol". A família humana, depois de alcançado o estágio de integração da personalidade, reage com crescente consciência do propósito divino. Uma vez construído o antahkarana, e feitas as iniciações superiores, o iniciado então coopera com esse propósito com plena compreensão e intenção. Ele não mais apenas reage aos seus próprios anseios interiores, que o forçam a invocar sempre o aspecto superior da vida e da consciência que ele sente estar à sua frente. Ele agora sabe. Ele vê; ele participa do Plano; ele coloca-se em relação com a Intenção divina por meio da compreensão da doutrina ou Ciência da Tensão; ele faz sua a Intenção divina até onde pode apreendê-la. Esta interação recíproca produz a mutabilidade da forma e a imutabilidade da natureza divina que distingue aquelas Consciências liberadas que Se libertaram da prisão da forma.

Em outra obra, eu disse que "A definição de religião, que no futuro provará ser de maior exatidão do que qualquer outra formulada pelos teólogos, pode ser expressa como segue:

Religião é o nome dado ao apelo invocativo da humanidade e a resposta evocativa da vida maior a esse grito.

É, de fato, o reconhecimento pela parte de sua relação com o Todo, além de uma demanda constantemente crescente por maior percepção dessa relação; ela suscita o reconhecimento do Todo de que a demanda foi feita. É o impacto da vibração da humanidade - orientada especificamente para a Grande Vida da qual ele se sente uma parte - sobre aquela Vida, e o impacto responsivo daquele "Amor todo abrangente" sobre a vibração menor. Somente agora é que o impacto da vibração humana pode ser tenuemente sentida em Shamballa; até aqui, sua mais potente atividade chegava somente até à Hierarquia. Religião, a ciência da invocação e evocação no que toca a humanidade, é a abordagem (na próxima Era) de uma humanidade mentalmente polarizada. No passado, a religião teve um apelo inteiramente emocional. E dizia respeito à relação do individuo com o mundo da realidade, do aspirante em busca da divindade. Sua técnica foi o processo de qualificar-se para a revelação dessa divindade, de alcançar a perfeição que garantiria essa revelação, e de desenvolver uma sensibilidade e uma resposta amorosa a esse Homem ideal, sintetizado, para a humanidade dos dias atuais, no Cristo.

Cristo veio para encerrar o ciclo desta abordagem emocional que tem existido desde os dias atlantes; Ele demonstrou em Si Mesmo a perfeição visionada e então apresentou à humanidade um exemplo - em plena manifestação - de cada possibilidade latente no homem até àquela época. Alcançar a perfeição da consciência do Cristo tornou-se a meta enfatizada da humanidade.

A atividade de todos os anteriores Mestres e Filhos de Deus tornou-se apenas a apresentação dos vários aspectos de uma perfeição divina que o Cristo resumiu em Si Mesmo. Porém, Ele fez mais do que apenas isso. Tivesse isto sido tudo que Ele realizou, Ele teria apresentado à humanidade uma realização estática, uma culminação de perfeição tal como o status evolutivo do homem requeria; Ele nos teria dado, de fato, uma Figura de desenvolvimento muito grande, mas ao mesmo tempo, interrompido. Isto, é claro, era impossível, mas a religião que Ele fundou nunca reconheceu este fato ou considerou o que estava além do Cristo, qual era a natureza de Sua base subjetiva e qual o ponto de Sua realização, e se Ele ainda teria outras possibilidades. Esta foi talvez uma omissão inevitável devido ao fato de que a ideia da evolução foi desconhecida até relativamente bem mais tarde na consciência humana. A religião ortodoxa tem estado preocupada com uma abordagem emocional e aspiracional a esta Figura de Perfeição e não olhou além da Figura para a Realidade que Ela representa. O Próprio Cristo previu isto como uma possibilidade, e procurou torná-la óbvia quando Ele disse a Seus discípulos que eles poderiam fazer "coisas maiores" do que ele fizera, porque Ele estava indo "para o Pai". Com estas palavras, Ele apontava para Aquele Que era responsável pelo Seu Ser, e para o Caminho da Evolução Superior - um assunto que jamais foi abordado satisfatoriamente pela Igreja. Com aquelas palavras, Ele indicava um estado de ser que Ele jamais demonstrara na Terra, devido à falta de preparo do homem, e devido também ao fato de que Ele Próprio estava somente "no Seu Caminho".

O Caminho da Evolução Superior também tem suas duas fases como no Caminho Iluminado. Nas etapas iniciais do desenvolvimento da consciência crística na realização da terceira iniciação, a Transfiguração, o aspirante e o discípulo iniciado passam pela primeira parte do Caminho do Discipulado. Ao trilhar o Caminho da Evolução Superior (para o qual somente temos por enquanto este incômodo nome) o discípulo iniciado segue o Caminho do Antahkarana e o Caminho das Iniciações Superiores. Ao dizer isto, quero lembrá-lhes mais uma vez, que a terceira iniciação é considerada pela Hierarquia a primeira grande iniciação, enquanto que as duas iniciações anteriores são consideradas de natureza somente preparatória. O treinamento dado em preparação para elas, e as consequentes expansões de consciência, revelam ao iniciado a natureza da alma, o alcance (vasto e universal) da consciência divina, e sua relação com o Pai, a Mônada. Elas o capacitam a tornar-se a alma em manifestação a tal ponto que sua percepção é definida e inalteravelmente a da alma. Na quarta iniciação, o corpo-alma, o veículo causal, não mais é necessário, e então desaparece, dissipa-se, e é inteiramente destruído, deixando assim livre o iniciado para percorrer o Caminho da Iniciação Superior e para seguir as pegadas do Cristo. Ele foi o primeiro de nossa humanidade planetária a abrir caminho para as esferas superiores de revelação.

Quero lembrar-lhes que, durante esta etapa da evolução humana, todas estas fases existem simultaneamente; isto é grandemente responsável pelas relativas diferenças e dificuldades que caracterizam todas as religiões do mundo e todos os relacionamentos. As massas necessitam do apelo emocional, e sua meta - um tanto quanto à frente - é a consciência da alma e o controle da alma. É o caminho místico e o caminho das primeiras e preparatórias etapas da ciência da Invocação e Evocação. É o método a ser seguido pela média da humanidade atualmente, porque os homens são grandemente atlantes em sua abordagem e natureza. Eles precisam aprender a trilhar o Caminho tornando-se eles mesmos o Caminho, e deste modo desenvolver o mecanismo e as capacidades que são inerentes à Mente divina, a qual "tece o fio de luz conectora e relaciona todos os seres dentro do círculo-não-se-passa a Si mesmo".

Ao tornar-se o Caminho, simbolicamente falando, e por um processo de reorientação, o aspirante que está procurando trilhar o Caminho Iluminado da purificação e do discipulado alcança um ponto onde aquela luz e aquele caminho o conduzem a uma meta específica. Então, aquela luz que ele gerou de dentro de si mesmo, e está rapidamente aprendendo a usar, revela-lhe o Caminho da Evolução Superior, o fato de uma meta adiante ainda maior - chamada pelo Cristo "a Casa do Pai".

Na quarta iniciação, ele toma consciência, pela primeira vez em sua experiência, que há um hiato ou lacuna separando-o de seu distante alvo. Isto constitui a principal parte da agonia na Cruz. Houve uma fusão de agonias nesse momento supremo, se posso tentar expressar o que ocorreu. O Mestre Jesus, já crucificado, sentiu a necessidade humana e renunciou à Sua própria vida e deu tudo de Si (novamente falando simbolicamente) para atender a essa necessidade. O Cristo, nesse momento eclipsando Seu grande Discípulo, também passou simultaneamente por uma grande experiência iniciatória. A agonia de Sua ânsia por revelação e maior iluminação (para aumentar seu equipamento como Salvador Mundial) revelou-Lhe as novas possibilidades, das quais - quando com elas levemente confrontado no jardim de Gethsemane e depois na Cruz - toda a Sua natureza se esquivou.

Grande como é este mistério para vocês, e impossível para vocês compreender de quê eu falo, é, contudo, sábio estabelecer em suas consciências o fato de que, na iniciação da Crucificação, o Mestre Jesus recebeu a quarta iniciação e o Cristo recebeu a sexta iniciação. O Mestre Jesus alcançou a experiência culminante do Caminho Iluminado, enquanto que o Cristo fez aquele esforço final que Lhe permitiu completar plenamente e atravessar a "ponte do arco-íris" e "ir para o Pai", conforme disse aos Seus discípulos, avançando assim para a primeira etapa do Caminho da Evolução Superior.

O ponto prático para ser lembrado pelos aspirantes e discípulos é que a Ciência da Invocação e Evocação entrou em uma nova fase quando o Cristo veio e Se apresentou diante da humanidade. Ele então deu o ensinamento que resumia todo o passado e indicava os novos aspectos do futuro ensinamento. Ele abriu a porta, até então fechada, para o Caminho da Evolução Superior, assim como o Buda epitomizou em Si Mesmo as conquistas espirituais do Caminho Iluminado e a consecução de todo o conhecimento e sabedoria. O Cristo, ao abrir esta "porta maior que está além da porta menor", ancorou - se posso expressá-lo tão inadequadamente - a Vontade de Deus na Terra, particularmente em relação à consciência dos homens. Ele levou toda a Ciência da Invocação e Evocação para o plano mental e tornou possível uma nova aproximação à divindade. É difícil dar-lhes um símbolo que possa esclarecer este assunto em suas mentes. Mas, este aqui dado pode trazer algum esclarecimento.

É preciso lembrar que a inteligência e o amor estavam presentes na Terra, a primeira em maior grau do que o segundo, e que a tarefa de todos os grandes Salvadores Mundiais (emergindo do Lugar Sagrado, do ilimitado passado até a época atual) tem sido a de ancorar, organizar e implementar esses aspectos divinos, energias e atributos e de promover seu desenvolvimento dentro do corpo do Logos planetário. Eles também, de quando em vez, demonstram à humanidade, quando de Seu período de aparecimento, o ponto naquele desenvolvimento que terá de ser alcançado. Estes Representantes da Divindade têm sido de todas as categorias, graus e pontos diferentes de desenvolvimento espiritual. Eles têm sido escolhidos por Sua aptidão para responder à invocação, para manifestar certas qualidades divinas, e para atrair ao Seu redor aqueles que tivessem latentes as mesmas divinas qualidades, e que pudessem, portanto, facilitar o ensinamento que o Salvador Mundial veio dar, e traduzir em equivalências humanas tanto quanto possível da divina inspiração. Muitos deles já foram esquecidos embora Seu trabalho tenha tido sucesso. Outros foram transformados em mitos pela faculdade do homem de criar pensamentos-forma, mas Seu trabalho é por isso ainda lembrado, e disto monumentos e tradições dão testemunho. Os Grandes Filhos de Deus possuíram uma potência e um amor pela humanidade que, mesmo ao fim de muitos séculos, evoca a atenção da humanidade e condiciona ainda agora as reações das pessoas.

Vyasa - O Vyasa original, Que foi a Grande Individualidade evocada pela invocação dos primitivos homens-animais, é ainda mais do que apenas um nome, muito embora Ele tenha partido deste nosso esquema planetário há milhões de anos. Ele abriu uma porta para o reino humano através de Sua resposta ao reino animal em suas fileiras invocativas superiores. Seu trabalho resultou no processo conhecido como individualização. Ao longo das eras, estes Filhos de Deus têm vindo evocados pela invocação humana. Por sua vez, Eles têm evocado certos aspectos da natureza divina, profundamente oculta na humanidade (todos relacionados até aqui com a consciência e a sensibilidade de resposta da parte ao Todo. Finalmente, Hércules apareceu e abriu a porta para o Caminho do Discipulado, estando seu trabalho preservado para nós nos Doze Trabalhos de Hércules, os quais resumem os vários testes a que todos os discípulos estão sujeitos antes das várias iniciações. Shri Krishna veio e abriu a porta através da qual a humanidade podia passar para a Segunda Iniciação. O Buda, uma Figura ainda maior, Aquele Que é conhecido como O Iluminado, apareceu também e demonstrou para a humanidade a natureza do Caminho Iluminado, suas revelações e seus efeitos na consciência. Ele representou para nós as supremas realizações do caminho místico. Então veio o Cristo e realizou um trabalho triplo:

1. Ele abriu a porta para a terceira iniciação.

2. Ele ancorou na Terra "a Vontade de Deus na matriz do amor" (como é esotericamente chamado).

3. Ele indiciou o caminho através do "buraco da agulha" que dá entrada para a passagem através da Pirâmide (o símbolo da Tríade Espiritual neste caso - A. A. B.) que leva ao Caminho que termina em Shamballa.

Seu trabalho foi de natureza consumadora; Ele demonstrou em Si Mesmo dois aspectos divinos, assim dando "formato e substância ao amor". Isto tinha sido sequencialmente adotado por vários Salvadores Mundiais menores, dos Quais Krishna foi o maior.

O Cristo completou o trabalho do Buda manifestando em sua plenitude a natureza do amor, permitindo assim a plena expressão do amor-sabedoria em seu aspecto dual - o aspecto demonstrado pelo Buda e o outro pelo Cristo. Mas, Seu maior trabalho ainda não foi enfatizado nos mundos do pensamento e da religião - a revelação do Caminho da Evolução Superior. Isto impõe o trazer da pura vontade divina e o relacionar da Hierarquia espiritual com o grande Conselho em Shamballa. Será aparente, portanto, que Ele foi o primeiro a trazer - etapa por etapa - a completa revelação da humanidade para a Hierarquia e da Hierarquia para Shamballa. Ele fez isto em virtude de um antahkarana completamente construído e terminado, e assim Ele facilitou o trabalho de todos os futuros aspirantes e discípulos. Ele tornou possível seu progresso sem impedimentos, no que tange à abertura de cada etapa do antahkarana planetário. Ele apresentou o "primeiro fio de substância viva, irradiado pelo amor, inteligentemente tecido e energizado pela vontade" que qualquer ser humano de nossa humanidade terrena tivesse entrelaçado com o antahkarana planetário. Aqui está o segredo da sexta iniciação, a qual ainda não recebeu a atenção do ocultista.

Aqui está uma nota culminante: o esquema evolucionário todo está baseado numa série de ascensões. Estas ascensões são o resultado de um processo, uma técnica, um método (escolham a palavra que quiserem) de invocação por um indivíduo, grupo ou reino menores e a evocação daquele que é maior, mais inclusivo e mais iluminado. Isto é verdade, quer diga respeito a um aspirante isolado no Caminho ou a todo um reino na natureza. Os maiores dos encarnados Filhos de Deus são necessariamente Aqueles Que podem incluir reinos inteiros ou estados de divino Ser em Suas consciências. Aqui está a chave quanto a porque a invocação por um grupo que "permanece com a mesma intenção" assim tem feito inúmeras vezes na nossa história planetária, trazendo Aquele Que pudesse responder à necessidade expressa pela invocação, num "meio de escape" e incorporou em Si Mesmo a visão ou meta requerida.

Vocês notarão aqui que eu trouxe o ensinamento, antes dado sobre o assunto, para o reino do todo. Previamente, eu tratei do processo quando aplicado ao discípulo invocando sua alma; depois, levei o conceito mais adiante, e consideramos o discípulo invocando seu Pai no Céu, a Mônada. Agora, tocamos brevemente na humanidade como um todo, permanecendo num grande ponto de invocação onde todo o reino humano está envolvido. Desse modo, vocês têm as três etapas finais dentre as seis grandes etapas no processo que estamos considerando: Invocação, conduzindo à Evocação, à Revelação (na Quinta iniciação) e à Decisão (na Sexta iniciação).

Resumindo: nós trouxemos nosso estudo dos aspectos esotéricos do desenvolvimento mental a um ponto onde erguemos o homem espiritual todo a reinos que não pertencem à alma nem à personalidade; eles são aqueles que fazem do homem espiritual uma parte integrante da experiência monádica. Estamos, por conseguinte, lidando definitivamente com a experiência iniciatória. Já foi enfatizado que a personalidade permanece como um instrumento ou veículo de expressão para a alma una universal em seus múltiplos aspectos no plano físico; que a alma per se perde-se para a consciência no mar da realização universal, foi tornado claro; que o estado de ser que o iniciado alcançou agora, como resultado das seis etapas de construção consciente do antahkarana, foi detalhado; porém, eu destaquei em relação a isto que aquilo que transpirou está além daquilo que nós chamamos consciência, sendo consequentemente indefinível pelo intelecto humano. Tratamos já de certas elevadas etapas de desenvolvimento que permanecem fora do alcance da compreensão humana, a não ser Daqueles Que funcionam nas Câmaras de Shamballa. Quando essas etapas tiverem sido transportadas, então a meta de todos os processos evolucionários terá sido alcançada, no que diz respeito à humanidade. Estes conceitos cobrem nossa apresentação da verdade e de nosso tema até o ponto presente. Mais longe não podemos ir, pois isso seria inútil; nem a constituição humana provaria ser adequada à tarefa imposta.

Nas seções anteriores levei nosso tema ao ponto que leva ao clímax tudo que até agora tem sido dado sobre a mente humana e suas capacidades. Indiquei o método pelo qual a mente, treinada na meditação e, portanto, consciente da alma, pode - através da construção do antahkarana - alcançar alturas e etapas de inclusividade que a introduzirão a certos aspectos da chamada Mente Universal, a Mente de Deus, como é familiarmente chamada. O que eu tenho feito realmente é tratar muito brevemente do modo pelo qual o discípulo ou o iniciado pode, com crescente poder, sintonizar-se com a mente do Logos planetário, Sanat Kumara. Assim como o discípulo pode, quando consciente da alma, sintonizar a mente de seu Mestre, também o iniciado, numa volta mais alta da espiral, pode registrar os pensamentos do divino Ser no Qual todos nós vivemos, nos movemos e temos nossa existência.

Através do desenvolvimento do antahkarana e seu uso científico consciente, o iniciado fica ciente daquilo que transpira na Câmara do Conselho de Shamballa; ele pode então eficientemente começar a trabalhar como um intérprete do aspecto Vontade da divindade. Todavia, todo este tempo temos nos limitado inteiramente à consideração do aspecto mente nas suas três fases no plano mental, e com suas extensões para estados de ser desconhecidos de todos exceto de discípulos e iniciados treinados. Minha intenção assim foi dar uma visão teórica ainda que não prática dos modos de atividade e possíveis estados de ser aos quais vocês podem algum dia aspirar e finalmente alcançar.

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