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PARTE UM
Quatorze Regras para Iniciação Grupal


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Oa Raios e as Iniciações
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Parte Um
Quatorze Regras para Iniciação Grupal

REGRA OITO - O Sete, o Três, e o Um

Vamos agora considerar a Regra VIII. As sete regras precedentes foram de conotação ampla e geral. Foram principalmente postulados, enfatizando a vida grupal, as relações grupais planetárias, e a fundamental Ciência da Invocação e Evocação que subjaz a todos os processos mundiais, que é a energia inspiradora por trás de todo o desenvolvimento evolutivo, e que cria o meio ou canal de comunicação entre os grandes centros no nosso planeta, através do qual a vida do nosso Logos flui e Seus propósitos são realizados. Quero lembrar-lhes que o processo criativo foi iniciado pelo Som, e que nesse Som o Logos não só invocou como evocou. Ele emitiu o chamado e Ele organizou e implementou a resposta e assim o “Exército da Voz” (como a Doutrina Secreta o chama) veio à existência.

A Cabeça (a ideia), o Coração (o ideal) e a Garganta (o agente criador do ídolo resultante, a temporária e fugaz expressão do ideal inspirado pela ideia) vieram à existência; três grandes centros emergiram no tempo e espaço e - neste ponto no ciclo evolutivo - nós os chamamos Shamballa, Hierarquia e Humanidade.

Nas sete primeiras regras ocupamo-nos destes fatores fundamentais, e tentei ajudá-los a compreender um pouco do seu significado sob o ângulo da consciência do iniciado.

Chegamos agora a uma estreita consideração desta Regra VIII, onde podemos dizer que começam as regras específicas para o treinamento de iniciados. Estas restantes sete regras precisam ser estudadas muito cuidadosamente a partir deste ângulo. Elas não permitem uma análise superficial. Eu sei que somente aqueles fazeram a iniciação estão em posição de compreender o significado esotérico das palavras que eu uso e a maior parte do que digo, mas é para eles que escrevo; eles são em maior número do que suspeitamos e suas fileiras aumentarão crescentemente no período pós-guerra devido ao árduo esforço de discípulos em treinamento e à vinda à encarnação de iniciados de todos os graus - alguns dos quais são as crianças de hoje.

Regra VIII.

Para solicitantes: Quando o discípulo se aproxima do Portal, os sete maiores precisam despertar e provocar resposta dos sete menores no círculo duplo.

Para discípulos e iniciados: Que o grupo encontre dentro de si resposta para os sete grupos maiores que realizam a vontade hierárquica com amor e compreensão. O grupo contém todos os sete, o grupo perfeito. Os sete menores, os sete maiores e os sete planetários formam um grande todo, e estes o grupo tem de conhecer. Quando isto é percebido e a Lei dos Sete Suplementares é entendida, que o grupo entenda os Três e a seguir o UNO. Isto eles podem fazer com a respiração unificada e o unificado ritmo.

Na superfície, esta regra parece ser de surpreendente complexidade e imensa dificuldade. Ela lida com tantos grupos e setenatos e isto parece complicar consideravelmente a compreensão. Todavia, todas as pessoas no mundo estão lidando com a multiplicidade de unidades e combinações de forças que compõem sua vida diária e que criam seu ambiente e as circunstâncias de sua vida. A vida seria de fato simples se o homem comum tivesse apenas sete fatores a considerar, com os quais harmonizar-se, trabalhar e usar. O avanço para o mundo de valores espirituais e para o reino da existência da tríade, no qual o iniciado se move, é definitivamente um avanço na simplicidade. É um avanço das complicações da tabuada de multiplicar e sua resultante aritmética para a simplicidade das fórmulas simbólicas usadas na matemática superior. É um movimento de figuras caleidoscópicas em constante movimento em direção a um mundo de significados. É um processo de chegar atrás do mundo de efeitos para o mundo das causas, verificando que uma simples causa ou movimento direcionado de energia pode pôr em ação uma miríade de efeitos.

O caminho do iniciado não é um caminho complicado desde que ele perceba o fato de que ele precisa libertar-se do mundo das aparências e ilusões e permanecer livre no mundo de luz, onde tudo fica revelado. Então, ele pode começar a enfrentar as lições e receber o treinamento que lhe permitirá manejar a energia - tendo se libertado do controle das forças - e começar a dirigir a energia em conformidade com o grande plano. A complexidade reside no pensamento do neófito. O iniciado não a conhece.

Primeiramente, vamos definir com clareza os vários setenatos referidos nesta regra. Vou primeiro tabulá-los na ordem de seu aparecimento e defini-los, e então estender-me-ei sobre eles para indicar onde entra o treinamento, onde a regra se aplica, e como a regra incorpora a natureza de uma Lei da qual o iniciado não pode escapar. 

Peço-lhes que se reportem ao que eu disse anteriormente sobre regras, leis e ordens ao começar com vocês este particular estudo.

1. Os sete grupos maiores ... Os sete grupos ou Ashrams dentro da Hierarquia.

A HIERARQUIA

Estes executam a vontade hierárquica que é o amor.
Eles trabalham através de amor e compreensão.
Cada um é presidido por um Chohan e um grupo é chamado um Ashram.
Estes Ashrams maiores têm muitos Ashrams afiliados, presididos por um Mestre do mesmo raio do Chohan, e são capazes a qualquer momento de serem absorvidos pelo Ashram principal.
O grupo perfeito ou completo é a própria Hierarquia, contendo todos os sete grandes Ashrams e seus afiliados.

2. Os sete grupos Planetários .... os sete raios, o setenato central de energia.

SHAMBALLA

Estes incorporam a vontade de Shamballa, que é o propósito divino.
Eles trabalham como energia de vida, como qualidade, e produzem a aparência.
Cada um é presidido por um dos sete Espíritos diante do Trono; por um dos sete Senhores de Raio.
Cada um destes raios tem seus sete sub-raios que o relacionam a todos os outros raios.
Estes sete raios podem, sob o propósito divino, ser reabsorvidos nos Três e então no Um.

3. Os sete menores ... os sete tipos de homens e também as sete raças-raízes.

HUMANIDADE

Estes incorporam a inteligência do Logos à medida que ele se expressa através da criatividade. Eles estão aprendendo a trabalhar inteligentemente com a matéria com o fim de desenvolver o amor em resposta ao propósito divino, que é vontade ou vida.
Cada um dos sete tipos, que responde a um ou outro dos sete raios, está condicionado ou regulado por seu protótipo, a alma no seu próprio plano.
Estes tipos ou raças principais de homens têm muitas sub-raças e tipos subsidiários, desenvolvidos durante o processo evolucionário; eventualmente, todas demonstrarão os sete tipos maiores.
O tipo perfeito é o Cristo, o Homem Celestial, Que expressa todos os tipos principais e Que é “o modelo das coisas como elas são”.

4. Os sete suplementares .... os sete centros de energia no homem individual.

HUMANIDADE

Juntos, eles incorporam as forças combinadas da vida planetária tal como registrada pelo indivíduo aperfeiçoado. Eventualmente, elas capacitarão o homem a alcançar a perfeição.
Eles permitem que o indivíduo responda às forças materiais, à energia da alma e da vida espiritual, e eles constituem um completo aparelho de resposta à vida planetária, propósito, intento e forma.
Cada um dos sete centros responde a um ou outro dos sete raios e suas qualidades sob a energia condicionante do raio da alma e as forças que emanam do ambiente.
Estes centros desenvolvem-se progressivamente e sob o impacto de circunstâncias e da Lei dos Sete Suplementares, porém, todos expressarão enfim até um certo ponto os sete tipos de energia de raio.

A Lei dos Sete Suplementares pode ser assim apresentada:

“A Lei exige a entrada daquilo que pode efetuar uma mudança.
A Lei exige que a correta direção deve então guiar as forças entrantes.
A Lei exige que as mudanças assim efetuadas removam a forma, tragam qualidade à luz e ponham a ênfase sobre a vida.
A Lei exige que isto seja provocado pelo Uno, trabalhando através dos três, energizando os Sete e criando a linha reta de lá para aqui, e terminando num ponto que ignora os Três”.

Quando, continua a regra, isto é compreendido e aplicado, então quatro coisas acontecem:

1. O grupo precisa entender a natureza dos Três.
2. A natureza do Uno tem de ser percebida e compreendida.
3. O grupo precisa trabalhar por meio da respiração unida.
4. O grupo precisa alcançar um ritmo unificado.

Vocês têm aqui uma análise de aparência relativamente simples, embora não na realidade, de uma regra complexa que o iniciado tem de aplicar a si mesmo uma vez tenha captado o significado dos sete postulados básicos. As sete primeiras regras fornecem a moldura dentro da qual seu trabalho tem de ser feito. As sete últimas regras dizem respeito a vários assuntos significativos que, passo a passo, são revelados ao iniciado à proporção que sua consciência se expande. Elas relacionam-se com:

1. O trabalho que o iniciado precisa realizar no seu próprio interior.

2. As relações grupais do iniciado e sua absoluta necessidade de trabalhar com seu grupo e como parte integrada e dele consciente.

3. O lugar que invocação e evocação devem tomar como instrumentos de seu serviço inteligente.

4. A combinação das quatro lições que o solicitante tem de dominar e as quatro lições que o iniciado tem de completar para que uma completa fusão de personalidade e Mônada possa efetuar-se.

5. A significância da ressurreição e ascensão, particularmente esta última, porque pouco tem sido divulgado sobre ela até esta data.

Há certas grandes molduras (se posso continuar a usar esta expressão) dentro das quais o iniciado tem de aprender a trabalhar conscientemente, reconhecendo-as pelo que são; uma vez tenha ele aprendido a dominar o que se encontra dentro de uma determinada moldura, ele descobre que isso é apenas uma parte, uma pequena fração de um todo ainda maior, dentro do qual ele também precisa aprender a funcionar e executar sua parte.

Primeiro, como um discípulo, ele precisa aprender a trabalhar com a mistura de sua personalidade-alma. A princípio, esta tarefa toma a forma de construção e treinamento do caráter enquanto ele está no Caminho Probacionário, de uma luta para ver, de um esforço para tornar contínuo o contato com sua alma. Isto finalmente leva ao início da etapa da fusão de alma e personalidade e neste ponto ele entra no Caminho do Discipulado, tecnicamente entendido. A partir daí, seu problema é conhecer-se a si mesmo como verdadeiramente é, dirigir energia para os centros necessitados que estão aguardando atenção científica, superintender conscientemente seu aperfeiçoamento como personalidade, atuar como o instrumento da alma e mais tarde da Hierarquia, aprender a fazer contato com a energia, manipulá-la e direcioná-la.

Isto exige uma compreensão do mecanismo no seu próprio interior - os sete centros no corpo vital - através do qual a energia contatada deve fluir sob a direção da alma; isto significa também o aperfeiçoamento do aparelho de resposta e o recentemente construído mecanismo espiritual que exotericamente lhe permite fazer contato com o mundo das almas. Isto implica em um contínuo processo de aperfeiçoamento interior até que nada mais reste a ser feito dentro dessa moldura individual. A maior parte deste trabalho terá sido realizado quando recebida a quarta iniciação, e completamente terminado quando da quinta iniciação.

Tudo isto leva muito tempo, mas quando se alcança um certo sucesso, quando a compreensão do iniciado alcança alguma iluminação e o uso da energia e seu poder de direcioná-la tornam-se inteligentemente aplicados, ele então pode começar a trabalhar dentro da moldura dos sete grupos maiores, isto é, dentro da Hierarquia. Isto é feito a princípio na periferia da aura hierárquica e, mais tarde, como um trabalhador em algum Ashram - o Ashram dependendo de seu tipo de raio. Ele então está em posição de descobrir o íntimo entrelaçamento que existe entre os sete suplementares (seus próprios sete centros) e os sete grandes grupos dentro da Hierarquia; ele vem a perceber que somente quando seus centros estão despertos até um certo ponto e harmonizados pode ele então trabalhar dentro da moldura maior da Hierarquia, e isto porque a qualidade dos grupos maiores e a expressão da vida dos sete grupos planetários, os sete raios, estão sendo lentamente desenvolvidos por ele sob a influência da supervisão hierárquica por intermédio de seus próprios sete centros - os sete suplementares.

Assim, a partir de um novo ângulo que é prático e não simplesmente teórico, ele começa a perceber que ele é uma parte inalienável de uma totalidade grupal e que este fato incontestável envolve responsabilidades e deveres. Ele descobre que sua maior responsabilidade - espiritualmente falando - é não permitir qualquer obstáculo oferecido pelos sete suplementares ao livre fluir do amor vindo dos sete maiores e, mais tarde, o livre fluxo da vida, inspirada pelo propósito, vinda dos sete planetários. Ele sabe agora que todos formam um grande diretório entrelaçado por meio do qual a vontade de Deus está sendo realizada.

Ele agora sabe que ele é uma minúscula parte daquele grande entrelaçado Todo, um átomo consciente e responsável dentro de sua periferia. Então, ele continua e aprende a submeter-se à Lei dos Sete Suplementares; ele descobre que sob o ângulo de e através de sua própria direção consciente gradualmente desenvolvida, todas as potências da divindade são suas para seu uso, desde que ele seja digno de confiança, como um iniciado adiantado deve ser. Ele então está liberado para completa cooperação com o propósito que se encontra por trás do Plano. Ele deixou o reino humano e penetrou na Hierarquia; mais tarde, ele passará do grupo hierárquico para Shamballa, ou deixará por completo a vida planetária, e aqui ou acolá começará uma vida de serviço maior e mais expandida.

Voltando agora aos assuntos práticos imediatos, o iniciado vê-se diante do problema do trabalho no interior da moldura individual, pois não estou tratando aqui dos requisitos para a iniciação acima ou além da terceira. Aqui o iniciado alcançou o ponto onde ele apreende o significativo fato de que o caminho para o Centro mais profundo está guardado com a máxima segurança; ninguém passa adiante e dá aqueles passos à frente que o admite aos mundos superiores do ser e de potência sem paralelo até que ele tenha demonstrado no interior da moldura de sua própria vida um definido controle de energia (e isto o adepto negro também possui), pureza de motivo (o que o adepto negro pode possuir igualmente, se por pureza de motivo queremos dizer sincero e uni direcionado intento), profundo amor pela humanidade (que o adepto negro jamais possui), altruísmo, disposição para seguir a luz, habilidade para começar a trabalhar dentro da moldura maior assim que tal tentativa se torne possível, clara visão e percepção espiritual, desenvolvida intuição e uma firma intenção e grande fé no futuro. Quando estas qualidades começam a revelar-se, torna-se então possível admitir o iniciado para ulterior avanço no Caminho.

Acredita-se que haverá segurança agora para que ele dê alguns passos mais em direção a uma luz maior, e então - tendo alcançado o teste seguinte - ele precisa demonstrar aí novamente a correção de seu trabalho dentro da moldura individual e sua habilidade para trabalhar em formação grupal dentro da moldura maior. Ele precisa valorizar o fato de que ao subir o caminho, ele só poderá fazê-lo com as salvaguardas que protegem o Caminho até que seu saber seja maior; ele também precisa saber que o grupo o protege e que somente com o grupo pode ele prosseguir em segurança; ele começa a perceber que o grupo é não só uma proteção mas seu escolhido e predestinado campo de serviço, Ele começa a aprender com seu grupo o que significa a “respiração unida” a que se refere a regra, e também a trabalhar com o grupo em “unificado ritmo”.

Assim ele prossegue de força a força. O tempo todo a Hierarquia o está ajudando em seu desenvolvimento e ao mesmo tempo defendendo dele o Caminho até a hora em que a miragem não possa alcançá-lo. Esta sua segurança individual só é alcançada entre a segunda e terceira iniciações. Antes disto, ele é considerado como instável e um risco em potencial. Depois disto, ele pode ser presa da ilusão, mas então não há temor de que ele permanentemente sofra um retrocesso e alcance o caminho da mão esquerda e, em raros casos, talvez encontre seu caminho para a Loja Negra. O maior perigo do iniciado em geral é preguiça ou falta de rapidez. Reflitam sobre isto.

Gostaria que vocês percebessem claramente a apresentação altamente condensada que lhes dei. Parte dela vocês já conhecem, mas é a apresentação sintética que eu quero que vocês apreciem e dela se apropriem. Podemos então começar o trabalho a ser feito dentro da moldura individual pelo iniciado. Tentarei ajudá-los a entender um pouco mais claramente como a consciência do iniciado interpreta a Lei dos Sete Suplementares.

Começando com esta oitava regra que estamos agora estudando, entramos na consideração de certos grandes desenvolvimentos, grandes acontecimentos espirituais e uma série de expansões da consciência que são da natureza de acontecimentos. Estes envolvem também certos importantes reconhecimentos e apreciações que afetarão crescentemente o iniciado e provocarão sua eventual conquista. Estes são os fatores que condicionam a data de sua realização e não os empreendimentos do caráter e os contatos da alma que são tão necessários no Caminho Probacionário e do Discipulado.

Estamos principalmente ocupados neste ponto com a Lei dos Sete Suplementares. É preciso lembrar que as Leis da Natureza são impostas sobre a massa dos homens, e não podem ser evitadas. Se essas leis são infringidas, elas carregam consigo sua própria penalidade, e isto tão pouco pode ser evitado. Estas grandes leis protetoras têm a finalidade de guardar as personalidades por intermédio das quais a alma encarna e eventualmente cimentar e promover todos os grandes e possíveis relacionamentos. O homem passa da etapa do antagonismo, como um indivíduo, ao controle dessas leis naturais, embora divinas, ao reconhecimento de sua inevitabilidade e sabedoria. Elas então automaticamente o controlam.

Quando este controle pelas Leis da Natureza se torna completo, o homem torna-se um aspirante e começa s submeter-se às Leis da Alma, que são as leis que se ocupam primariamente com o estabelecimento da grande Fraternidade do Universo. Tem havido grande confusão entre os esoteristas sobre estes pontos. Eles confundem a disciplina a que a personalidade tem de submeter-se ao se aproximar da influência da alma, com as Leis da Alma, a qual nada tem a ver com os pequenos assuntos da personalidade - sem importância e ignorados pela alma em seu próprio plano - mas sim com o crescente reconhecimento de corretas relações grupais. Estas são baseadas numa crescente compreensão do modo hierárquico de trabalhar e dos relacionamentos inter-hierárquicos.

As Leis da Natureza, portanto, dizem respeito às atividades da alma na forma e são obrigatórias e aceitas pela natureza da forma. As Leis da Alma dizem respeito à alma no seu próprio plano, e a relação que a mescla de alma e personalidade aprende a estabelecer com outras almas e com a Hierarquia. Estas Leis são conscientemente e voluntariamente obedecidas, e não apenas aceitas como mandatárias e impostas ao homem pela força das circunstâncias, experiência e evolução. Elas tendem a provocar crescente relação entre a Hierarquia de Almas e a Humanidade como um todo, entre o grande centro planetário que é o guardião do princípio do amor e o centro planetário, a humanidade, que nutre e distribui a energia da mente.

A Lei dos Sete Suplementos é a grande e sintética Lei da Vida ou do Espírito e é a lei com a qual o iniciado trabalha; é a lei que ele maneja. A partir da aceitação das leis da natureza e obediência às leis da alma, ele entra numa fase positiva de entendimento e manejo da Lei da Vida. Como esta é uma lei governante para todos os iniciados e porque nós sabemos que a natureza da energia-vida ou espírito não pode ser compreendida senão após a terceira iniciação, é extremamente difícil para mim dar uma explicação desta lei. Vocês ainda não possuem a consciência de um iniciado. Por isso tive de expressar esta lei em termos da forma, enquanto que o iniciado compreende-a sob o ângulo da não-forma.

Esta lei diz respeito ao manejo da energia no mundo da Tríade Espiritual e não com a distribuição ou transmissão desta energia para os três mundos nos quais a humanidade habitualmente habita. O correto manejo desta lei, controlando energia no mundo iniciatório das causas, automaticamente provoca atividade, movimento, expressão de força, e correta distribuição dessas forças nos três mundos inferiores. Estes são, sob a lei de evolução, reflexos diretos nos três mundos superiores da luz e vida da tríade. A motivação, o uso do olho da visão (voltado desta vez, pelo iniciado funcionando no mundo das causas, sobre os mundos do viver humano), e a correta direção da força em cooperação com o Plano hierárquico condiciona todas as atividades do iniciado trabalhando com esta lei. Não posso ser mais claro do que isto.

Esta Lei dos Sete Suplementares diz respeito ao influxo de energia que vem dos sete centros planetários para os sete grupos de homens, por intermédio dos sete grupos dentro da Hierarquia. Neste trabalho de transmissão, os sete centros do iniciado são usados como agências; seu trabalho, portanto, não é o trabalho inter-relacionado de correta transmissão de energia dentro da constituição setenária do corpo etérico do iniciado, implementando sua expressão de vida, mas sim a tarefa de responder aos sete tipos de energia planetária que são recebidos num estado puro. Ela é então canalizada pelos sete centros no veículo etérico do iniciado e enviada para o mundo dos homens como forças regenerativas e construtivas.

Estas energias espirituais vivas - transmitidas pelo iniciado a partir dos centros planetários - são manipuladas por ele sob um grande plano uniforme e são os meios pelos quais a salvação (para usar uma velha e familiar palavra) pode vir em socorro da humanidade. Esta é a “força salvadora” em seus vários aspectos, de que fala a Grande Invocação:

“É chegada a hora de serviço da Força Salvadora”, (A Exteriorização da Hierarquia, pág. 249). Os altos Iniciados - Aqueles acima da classe de Mestre - trabalham com as energias oriundas dos sete planetas do sistema solar ativos nesta época, os quais alimentam ou implementam os sete centros planetários. Porém, a Lei dos Sete Suplementares é aplicada por iniciados abaixo da classe de Mestre, e estão, portanto, trabalhando somente com os sete centros dentro da Forma Daquele em Quem vivemos, nos movemos e temos nossa existência.

Uma de suas primeiras tarefas é provocar um livre fluxo de energia de corretas relações entre os três centros principais de nosso planeta que correspondem aos centros da cabeça, coração e garganta no homem. Eles estão ocupados com a circulação de energia entre Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade. Esta circulação, que pela primeira vez na história planetária inclui o centro mais alto, Shamballa, ainda não está completamente estabelecida. Shamballa tem estado em contato com o centro chamado Humanidade por impacto várias vezes na história da raça, mas não tem havido ação recíproca ou livre fluxo. A Humanidade tem recebido o impacto da energia e este impacto provocou mudanças na atividade do centro, mas não houve um “retorno de resposta”, como é chamado esotericamente, e por isso não houve circulação. A força de Shamballa tem sido transmitida até agora via a Hierarquia. Pela primeira vez neste século houve impacto direto. O diagrama abaixo pode tornar isto mais claro.

Eventualmente, teremos uma livre circulação e um verdadeiro vortex de força estabelecido entre os três centros. Isso terá um tal poder de crescente atividade de irradiação que - movendo-se em ambas as direções ao redor dos três centros - eventualmente contatará as radiações que emanam dos outros quatro centros da vida planetária, completando assim a ação recíproca e a inter-relação entre todos os sete. Estes quatro incluem os três reinos inferiores da natureza e um certo centro básico que corresponde ao centro da base da espinha do homem, sobre o qual nada ainda é conhecido nem o será ainda por muitas eras.

Portanto, torna-se clara a importância do centro que nós chamamos Humanidade. A Doutrina Secreta sempre ensinou que a humanidade tem uma especial função na salvação e regeneração da natureza. A “força salvadora” - uma combinação circulatória das três principais energias - é irradiada pela humanidade como um impulso grupal criativo, o qual gradualmente arrasta todas as formas de vida para o campo de sua potência magnética, relacionando-as assim, ou melhor, relacionando a alma de cada reino, à Hierarquia e a Shamballa. Isto envolve um grande mistério que está estreitamente relacionado com a doutrina dos Avatares ou Salvadores Mundiais.

É em relação a isto que as palavras dadas anteriormente são pertinentes:

1. “O grupo precisa entender a natureza dos Três”. Isto refere-se aos três centros principais e à natureza de seu relacionamento, e não especificamente à Trindade.

2. “A natureza do Uno precisa ser apreendida e compreendida”. Isto refere-se ao fato de que nossa Vida planetária é Ela própria um centro dentro de uma Vida ainda maior, e é hoje um dos três centros planetários (mesmo não sendo ainda um dos sete planetas sagrados) que são os guardiães da força em processo de transmissão, e que serão para a Vida maior aquilo que Shamballa, a Hierarquia e a Humanidade são para o nosso Logos planetário.

3. “O grupo precisa trabalhar por intermédio da respiração unificada”. Isto lida com os processo da circulação, pois a respiração é a vida e flui através de todos os centros.

4. “O grupo precisa atingir um ritmo unificado”. Isto não se refere realmente ao trabalho de um grupo de discípulos, mas sim a um grupo de centros de vida, tais como os centros maiores ou todo o grupo de sete centros.

Um estudo destas ideias pode trazer alguma iluminação, mas quero lembrar novamente que escrevo para iniciados vivendo num período posterior deste século e no próximo.

Ao considerar esta Lei dos Sete Suplementares, gostaria de destacar que a palavra “suplementares” é de real significância. Ela introduz um fator de grande interesse, sob o ponto de vista da iniciação. É preciso ter em mente que quando o antahkarana está construído e em uso, há em consequência um livre jogo de energia numa linha direta entre a Tríade Espiritual e a personalidade, isto é, entre a Mônada e sua “âncora terrena”. Lembrem-se também que o corpo da alma, a forma nos níveis superiores do plano mental que “escondeu” a alma, eventualmente desaparece. Isto, como sabem, tem lugar na quarta iniciação e é um dos fatos melhor reconhecidos no ensinamento ocultista. Nos três mundos, a correspondência do desaparecimento da forma do segundo aspecto divino, a alma, é a dissolução do corpo astral, o segundo aspecto da personalidade. Então, a personalidade está livre de seu controle. A sensibilidade e reação ao contato foram perfeitamente desenvolvidas, mas ele não mais faz do discípulo um prisioneiro.

Então, numa etapa posterior do caminho da iniciação, o corpo causal também desaparece e o iniciado fica livre nos três mundos. O corpo astral e o causal ou corpo da alma são - na linguagem do esoterismo - suplementares à realidade. Eles tiveram uma realidade temporária durante o processo evolutivo, mas, tendo servido ao seu propósito e tendo dotado o homem com certos requisitos indispensáveis, como consciência, sentimento, sensibilidade e habilidade para estabelecer e registrar contato, eles desaparecem e o iniciado permanece, possuidor de poder sobre a forma e de uma consciência plenamente despertada. Ele é uma alma e a fusão está completa.

O que é verdade para o homem individual é também verdade para o Homem celestial, o Logos planetário. No longo período de um ciclo mundial, chega um momento em que a própria Hierarquia, como um corpo organizado e funcionando com o fim de implementar certos fins evolutivos, não é mais necessária. É então considerada como “suplementar”, e sob a Lei, sua vida, sua potência e toda a sua consciência são absorvidas pelo centro da cabeça, Shamballa. Tem lugar, então, um grande processo de abstração ou retirada que cobre necessariamente um longo período de tempo, e que somente é consumado quando a evolução - como nós a conhecemos - chega ao fim e a Vida planetária - também como nós a conhecemos - chega igualmente ao fim. Este processo de abstração está sempre em andamento. Os homens tornam-se discípulos e depois iniciados. Alguns ficam como trabalhadores hierárquicos, escolhendo trabalhar com as forças planetárias de evolução. Outros passam para a grande Câmara do Conselho do Senhor do Mundo, e ainda outros passam para além do nosso círculo-não-se-passa planetário.

Assim, a Lei dos Sete Suplementares está sempre em vigor. Ela funciona nos processos transcorrendo nos sete centros do homem, reunindo energia de um centro para outro até que todos estejam centralizados, controlados e direcionados na cabeça. Na etapa daquilo que os hindus chamam "samadhi” as energias vitais de todos os centros estão concentradas no centro mais alto da cabeça no corpo etérico, na área logo acima da cabeça física. Assim a analogia é completa. Os processos de abstração, como podem ver, estão conectados com o aspecto vida, são postos em movimento por um ato da vontade espiritual, e constituem o “princípio de ressurreição que jaz oculto no trabalho do Destruidor”, segundo se expressa num velho ensinamento esotérico. Vemos a manifestação mais baixa deste princípio no processo daquilo que nós chamamos Morte - que é na realidade um meio de abstrair o princípio da vida, formado pela Consciência, da forma ou os corpos nos três mundos.

Assim emerge a grande síntese, e destruição, morte e dissolução na realidade nada mais são do que processos de vida. A abstração é indicadora de processo, progresso e desenvolvimento.

É este aspecto da Lei da Vida ou Lei da Síntese, como é chamada em certas conotações mais amplas, com que o iniciado lida especificamente quando maneja a Lei dos Sete Suplementares. Podemos ver o ângulo grupal da matéria se nos lembrarmos que o iniciado, ao manejar esta lei, recorre à energia unida da Vontade à medida que o grupo a está expressando num “ritmo unificado". É pelo uso da "respiração unida” de todo o grupo (tanta quanto sua vontade individual pode assimilar, focalizar, usar e direcionar) que ele faz aumentar sua própria vontade e sua força direcionada. A respiração, como bem sabemos, é a vida. Esta Lei é a que foi manejada pelo Cristo vivo ou ascensionado, em perfeita harmonia com a vontade de Shamballa. Aqui está um dos mistérios da iniciação da ressurreição sobre a qual tão pouco tem sido dito, e é o âmago do mistério da iniciação da ascensão. Nesta iniciação, o Cristo vivo ascensionado abstrai-Se e penetra, consciente e permanentemente, no grande centro, Shamballa. A ressurreição e a ascensão são os resultados da morte ou destruição do corpo causal. Vê-se, portanto, quão verdadeira é a história bíblica com relação aos propósitos de Shamballa.

Vamos agora brevemente interpretar, ou melhor, parafrasear as quatro frases por meio das quais tentei concretizar esta lei, ou tanto quanto é possível pôr em palavras, para a elucidação dos iniciados do futuro.

1. A Lei exige a entrada daquilo que pode operar uma mudança.

Tendo em mente o que eu já dei antes, é óbvio que aquilo que precisa encontrar entrada é aquela vital e concentrada vontade que, quando posta em movimento num indivíduo, num grupo, numa nação, num reino da natureza (um centro planetário), e no planeta como um todo, isto é, em todos os centros planetários simultaneamente, causará uma agitação, uma mudança de medida, um novo movimento e momentum, uma subida e uma consequente abstração. As mudanças provocadas nos centros quando a morte do corpo físico está tendo lugar ainda não foram observadas e registradas. Contudo, estão presentes diante do olho do iniciado de forma a mais interessante e informativa.

É o reconhecimento da condição dos centros que permite ao iniciado saber - quando aplicando a cura - se a cura física do corpo é possível ou não. Ele pode ver se o princípio vontade de abstração ao qual me tenho referido está ativamente presente ou não. O mesmo processo pode ser visto acontecendo em organizações e em civilizações nas quais o aspecto forma está sendo destruído para que a vida possa ser abstraída, e mais tarde, novamente reconstruída para si mesma numa forma mais adequada. O mesmo acontece sob os grandes processos de iniciação, os quais são não apenas processos de expansão da consciência, mas têm suas raízes no processo de morte ou abstração, conduzindo à ressurreição e ascensão.

Aquilo que produz uma mudança é uma descarga (usando uma expressão totalmente inadequada) de energia da vontade direcionada e focalizada. Esta é de qualidade tão magnética que atrai para si mesma a vida dos centros, provocando a dissolução da forma e a liberação da vida. A morte chega ao indivíduo quando a vontade de viver se vai e a vontade de abstrair toma seu lugar. A isto chamamos morte. Em caso de morte na guerra, por exemplo, não se trata da vontade individual para abstrair, mas de uma forçada participação numa abstração grupal. Do seu próprio plano, a alma do homem reconhece o fim de um ciclo de encarnação e chama sua vida de volta. Isto é feito através de uma descarga de energia da vontade que é suficientemente forte para provocar a mudança.

2. A Lei exige que uma correta direção guie as forças entrantes.

As forças entrantes, trabalhando sob esta lei, são dirigidas primeiro que tudo para o centro da cabeça, daí para o centro ajna e então para aquele centro que tenha sido o governante e mais ativo centro durante a encarnação do princípio vida. Este varia de acordo com o ponto alcançado na escala da evolução e de acordo com o raio da personalidade e depois o raio da alma provocando um maior condicionamento e mudança. No trabalho do iniciado que está conscientemente manejando esta lei, o princípio de abstração ao entrar no corpo é mantido focalizado na cabeça e é de potência tão magnética que a energia dos demais centros é reunida e retirada.

O que é verdade a respeito do processo individual de abstração do princípio de vida, sob a Lei dos Sete Suplementares, aplica-se igualmente ao processo em todas as formas e em todos os grupos de formas. Cristo referiu-se a este trabalho de abstração a respeito do terceiro centro planetário, a Humanidade, quando disse - falando como Representante da Hierarquia, o segundo centro planetário para o qual todos os seres humanos que alcançam a iniciação são “abstraídos” ou “retirados” esotericamente - “Eu, quando me elevar, atrairei todos os homens a mim”. Uma palavra diferente será dita no fim da era quando o Senhor do Mundo falará a partir de Shamballa, abstrairá o principio da vida a partir da Hierarquia, e toda a vida e consciência estarão então focalizadas no centro da cabeça planetária - a grande Câmara do Conselho de Shamballa.

3. A Lei exige que as mudanças assim efetuadas removam a forma, tragam à luz a qualidade, e ponham a ênfase na vida.

Aqui os três grandes aspectos - forma, qualidade e vida - são postos em relação e o ponto do objetivo evolutivo é visto em sua verdadeira luz - VIDA. Observe este fraseado. A forma ou aparência, tendo servido ao seu propósito, desaparece. Tem lugar a morte da forma. A qualidade, o grande atributo divino sendo desenvolvido neste planeta, torna-se dominante e “consciente de si mesmo”, como diz uma antiga escritura. Ela é identificada e individual mas não tem uma forma instrumental exceto aquela do todo maior no qual ela encontra o seu lugar. Nem a forma nem a qualidade (corpo ou consciência) são de predominante importância neste novo estado de Ser, mas somente o aspecto vida, o espírito em seu próprio plano, se torna o fator dominante.

Uma pálida luz sobre o significado disto pode ser lançada se tivermos em mente que nossos sete planos são apenas os sete subplanos do plano físico cósmico. O processo de desenvolvimento da sensibilidade nesta evolução sétupla a que o iniciado tem sido submetido tem o fim de capacitá-lo a funcionar no plano astral cósmico, quando retirado ou abstraído depois das iniciações superiores. Ele é totalmente abstraído de nossa vida planetária. Há apenas um fator que poderia impedir isto, e este seria seu empenho em servir temporariamente dentro do círculo-não-se- passa planetário. Tais membros da Hierarquia que Se comprometem com este trabalho têm o status de consciência búdica e a linha de Sua descendência (ocultamente compreendida) é a do Eterno Peregrino, o Senhor do Mundo, a seguir, a do Buda, e então a do Cristo. Eles permanecem identificados através de livre escolha com a “qualidade vista dentro da luz”, e durante o período de Seu serviço livremente prestado, Eles trabalham com o aspecto consciência para, mais tarde, pôr a ênfase sobre o aspecto vida.

4. A Lei exige que isto seja provocado pelo Um, trabalhando através dos Três, energizando os Sete e criando a linha direta de lá para cá, e terminando em um ponto que ignora os Três.

Vou parafrasear isto, uma vez que um comentário detalhado não é possível ou permitido. A vontade Una direcionada (do indivíduo, da humanidade, da Hierarquia) e os grandes Senhores de Shamballa, trabalhando por meio dos três grandes centros (cabeça, coração e garganta; Humanidade, a Hierarquia e Shamballa), desse modo energiza todos os sete centros até o ponto de abstração, usando a linha reta do antahkarana de cima para baixo (do centro de poder, a cabeça ou Shamballa) e reúne tudo e o dirige para cima para um ponto que não é nenhum dos Três (Shamballa, Hierarquia, Humanidade) e os ignora, porque eles não mais devem limitar a vida. Este ponto está totalmente fora de manifestação. A abstração é completa.

Reflitam, pois, sobre esta doutrina da abstração. Ela cobre todos os processo da vida, e transmitirá a vocês o eternamente belo segredo da morte, que é a entrada na vida.

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