Livros de Alice Bailey
Oa Raios e as Iniciações
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Um Quatorze Regras para Iniciação Grupal |
REGRA DEZ - O Som Criativo do OM
Chegamos agora a uma das mais abstrusas e difíceis de todas as regras para iniciados, mas que ao mesmo tempo, é uma das mais práticas na aplicação e de maior utilidade. Ela diz respeito aos níveis etéricos de atividade. Devem notar que eu não disse níveis etéricos de consciência, pois não há consciência nos planos etéricos. Os quatro planos que constituem os níveis etéricos do plano físico são a correspondência inferior dos quatro planos onde a Mônada e a Tríade Espiritual estão ativas, e - como já disse frequentemente - nesses níveis não existe consciência como nós a entendemos. Há somente um estado de ser e de atividade para o qual não temos palavras adequadas ou ilustrativas. Os quatro planos superiores de nosso sistema solar são os quatro planos etéricos cósmicos, e uma das linhas de desenvolvimento confrontando o iniciado é funcionar adequadamente em reposta à vida do Logos planetário nesses planos. Esses, em última análise, constituem o principal campo de desenvolvimento e de sabedoria adquirida para todos os iniciados acima do terceiro grau.
No parágrafo acima, apresentei-lhes um novo conceito de iniciação - um conceito que tem estado sempre implícito no ensinamento, mas inteira e completamente intocado em qualquer discussão até agora sobre o treinamento para a iniciação.
Na regra dada aos solicitantes, o discípulo é advertido a trabalhar dentro daqueles níveis de acordo com os métodos da evolução dévica ou angélica. A regra diz o seguinte:
O Exército da Voz, os devas em suas fileiras cerradas, trabalham incessantemente. Que o discípulo aplique-se à consideração de seus métodos; que ele aprenda as regras pelas quais o Exército trabalha dentro dos véus de maya.
Estes devas em “suas fileiras cerradas” são os agentes diretores da energia divina que implementa os propósitos da Deidade no plano físico. Eles trabalham somente nos níveis etéricos - seja no plano físico ou nos planos etéricos cósmicos. Eles estão, pois, ativos no reino de maya, que é o plano etérico, como nós geralmente o compreendemos, ou nos planos da Tríade Espiritual. Eles não estão ativos nos três níveis físicos grosseiros, como também não estão ativos no plano superior ou lógico. Eles estão implícitos ou latentes, mas não ativos. Eles são os grandes “fatores impulsionadores" na manifestação, organizando a substância, direcionando a multiplicidade de vidas e seres que constituem as formas através das quais Deus expressa a divindade.
Num sentido peculiar, eles são a corporificação do propósito divino nos planos da Mônada e da Tríade, assim como o agregado de energias no corpo etérico do homem é o resultado da direção interna e a causa da sua manifestação externa. Para compreender mais plenamente a função das forças dévicas, o homem precisa chegar a alguma compreensão das forças no seu corpo etérico, as quais, por sua vez, são a consequência de seu ponto de consecução - consecução essa demonstrada por sua natureza e atividade astral (emocional) e mental, as quais indicam seu ponto de desenvolvimento.
Os devas são os agentes da vontade divina porque eles são uma consequência do ponto de consecução de nosso Logos planetário como Ele existe fora dos sete planos de nossa esfera de existência, o plano físico cósmico. Eles são condicionados pelos Seus veículos astral e mental cósmicos. Num sentido definido, eles são os agentes da Mente Universal, muito embora eles não sejam mentais como nós compreendemos esse termo. Às vezes, eles são considerados como forças cegas, mas isso é somente porque eles obtêm sua inspiração dos níveis de percepção divina fora do alcance da consciência humana, não importa quão elevada seja, ou quando usada na sua mais ampla conotação.
Seu Agente controlador em manifestação é o Triângulo de Energia a que damos o nome de os “Três Budas de Atividade”. Eles estão, pois, estreitamente conectados com o terceiro aspecto da divindade. Eles são essencialmente o “olho dentro do Triângulo" - um símbolo bastante familiar a muitas pessoas hoje. Eles são a expressão, em atividade, do “Olho que Tudo Vê”. Por seu intermédio Deus vê, e através deles e da energia por eles direcionada, Ele dirige o processo criativo. Eles estão sob o completo controle dos três Budas de Atividade, Que são os protótipos dos Senhores dos três raios maiores, mas não no sentido geralmente compreendido quando os raios são considerados em sua relação com o homem. Eles são a correspondência destes três raios e são responsáveis por todo o universo manifestado, mas somente dentro da órbita do terceiro aspecto, a expressão da Mente Universal.
Eles vêm do plano mental cósmico, assim como a energia distintiva do segundo aspecto vem do plano astral cósmico. Deus é mente. Deus é funcionamento inteligente. Deus é atividade criativa. Estas são as qualidades da evolução dévica. Deus é amor. Deus é relacionamento. Deus é consciência. Estas são as três qualidades da evolução crística, a qual é levada a cabo dentro da esfera criada de influência do terceiro aspecto. Deus é vida. Deus é fogo. Deus é puro ser. Estas são as qualidades do aspecto espírito, o onipotente aspecto da Deidade. Todos estes três aspectos focalizam-se e encontram uma saída para expressão nos níveis dos planos etéricos cósmicos e nos níveis dos planos etéricos conhecidos da humanidade nos três mundos. A Lei de Correspondência é infalível, quando corretamente abordada e aplicada.
Esta ampla e geral apresentação precisa ser corretamente apreendida para que esta regra, como é dada a discípulos e iniciados, seja corretamente compreendida.
Foi-lhes ensinado que a ilusão é a característica que o iniciado precisa dominar quando “escapa” ocultamente dos três mundos via o plano mental. (Miragem: Um Problema Mundial). Miragem, como sabem, é a característica do plano astral, e tem de ser dissipada pelo discípulo à medida que ele, misticamente, “escapa” para o Caminho da Iniciação, assim como o iniciado se encontra, após dominar a ilusão, no Caminho da Evolução Superior. Maya é o fator condicionante nos níveis etéricos e precisa ser superada pelo discípulo probacionário ao “escapar” do limiar do plano físico. Assim ele aprende a trilhar o Caminho do Discipulado. Contudo, estas características são somente a reação da humanidade às atividades da evolução dévica, correta e divinamente prosseguindo com sua tarefa de implementação da vontade divina. Quando a esfera de sua atividade entra em contato com a inteligência humana, o efeito sobre a humanidade, antes que o domínio seja obtido, compele o homem “a vagar nos campos de maya, a afogar-se no mar da miragem, e a responder à tração da ilusão”.
Neste ensinamento, está sendo apresentado, embora numa forma um tanto diferente, o velho problema da dualidade, envolvendo aqui a imensa potência da evolução dévica. Ela definidamente afeta a humanidade devido ao fato de que ela é uma expressão do aspecto divino de Shamballa. À medida que o homem desenvolve o aspecto vontade, ele aprende a libertar-se da aura da evolução dévica, e a principal tarefa da Hierarquia (no que toca aos essenciais básicos) é “prover santuário” àqueles que se liberaram do oceano das energias dévicas no qual seus veículos devem, forçosamente, mover-se, viver e ter sua existência, mas com o qual por outro lado não têm ponto de contato, uma vez liberados, por seu próprio esforço e vontade, “dos anjos”. Vamos agora estudar a Regra Dez.
Regra X
As regras para o trabalho dentro dos véus de maya são conhecidas e têm sido usadas. Que o grupo alargue os rasgões nesses véus e assim deixe que a luz penetre. Que o Exército da Voz não mais seja ouvido, e que os irmãos caminhem adiante dentro do Som. Então, que eles conheçam o significado do O.M. e que eles ouçam esse O.M. à medida que ele é emitido por Aquele que permanece e espera bem no centro da Câmara do Conselho do Senhor.
Quero lembrar-lhes que estamos tratando do trabalho que o iniciado precisa realizar e não do esforço usual do aspirante lutando para lidar com essas forças que chegam à expressão física. Essas, oriundas dos quarenta e oito subplanos estão à espera para se precipitarem no mundo físico denso manifestado. O aspirante precisa sempre trabalhar de fora para dentro e precisa esforçar-se para direcionar sua vida de cima para baixo, se ele quiser que essas forças sejam dominadas por ele e não ele controlado por elas. O iniciado, porém, trabalha “a partir do interior do círculo”, isto é, o círculo ou campo de maya. Sua atividade precisa, pois, ser levada adiante a partir do coração mesmo do mistério dessas forças. Isto pode ser feito porque ele está numa posição de conhecer o tipo de energia contra a qual tem de lutar, de compreender a natureza das forças com as quais ele precisa manipular as “energias de maya”, e assim dominar o plano etérico. Ele também está ciente de onde um véu termina e outro começa, e a partir de qual nível ele pode, com sucesso, trazer as rodopiantes e vivas energias à conformidade com o modelo divino.
É preciso também notar aqui que as energias projetadas pelo iniciado para o mundo de maya são dirigidas por ele a partir de vários centros no seu próprio corpo e do ponto central de energia em cada centro empregado. É a partir da “joia central do lótus” que o iniciado trabalha, e esses sete pontos centrais, essas sete joias, são a correspondência da joia no lótus egóico. Isto significa, pois, que o trabalho bem sucedido “dentro dos véus de maya” envolve sempre o uso do aspecto vontade e o consciente emprego daquela quota da força de Shambala da qual o iniciado é capaz de se apropriar e usar porque ele começou a trabalhar como um agente focalizador da Tríade Espiritual e não mais está trabalhando como uma alma ou como uma personalidade sob o controle da alma. Este é um ponto importante a ser lembrado.
É ao longo do antahkarana que a força usada pelo iniciado precisa fluir, e de acordo com a natureza do trabalho a ser feito será o particular cordão ou fio da ponte do arco-íris que o iniciado emprega. Há quatro véus de maya, construídos necessariamente de sete forças, e estes produzem o aspecto factual e fenomênico (no tempo e espaço) da Grande Ilusão, em suas três formas de ilusão, miragem e maya. Há sete pontos de energia através dos quais podem fluir os diferentes aspectos da força necessária para produzir os efeitos desejados dentro dos véus de maya, e eles correspondem aos sete tipos ou qualidades de raio. Mas, o principal tipo de energia com a qual o iniciado trabalha no plano físico é o sétimo, o raio ou energia do ritual, do cerimonial, da ordem e da lei. O trabalho feito dentro dos véus é o de rearrumação, de ordenação e de coordenação de forças, presente como maya existente. Isto deve prover, no tempo e espaço, as formas por meio das quais os planos da Hierarquia podem materializar-se, as almas de todas as formas podem ser submetidas à necessária experiência, e assim progredir em direção ao cumprimento da vontade de Deus.
Maya não é algo a ser destruído, dissipado, dissolvido ou negado. Maya é, na realidade, um aspecto do tempo e significa para o iniciado a massa de forças criativas com as quais ele precisa trabalhar. Estas forças são trazidas à geração e atividade da forma, e corporificam no transitório e efêmero momento presente o ponto fenomênico na evolução alcançado pela vida de Deus. O trabalho do iniciado, agindo sob a inspiração hierárquica, é mudar as formas presentes em formas mais adequadas exigidas pela vida que desce e sua atividade dinâmica. Nós estamos, portanto, tratando do aspecto de precipitação do divino processo evolutivo. Estamos tratando da relação do Exército da Voz com o SOM que condiciona a evolução, e com o trabalho de supervisão da Hierarquia à medida em que ela sustenta o trabalho da alma que se encontra em todas as formas - construídas pelo Exército da Voz e pelos devas em suas fileiras cerradas.
O trabalho de supervisão e direção da Hierarquia conduzido pelos Mestres e Seus grupos e pelos iniciados dentro desses grupos, raramente é levado em consideração. Contudo, é um trabalho da maior importância e que está definidamente referido nesta regra. Fundamentalmente, a tarefa diante da Hierarquia é “deixar entrar a luz”, mas desta vez, não no sentido de revelação, de visão ou de iluminação - estes são aspectos da luz da alma. O trabalho do iniciado é ajudar na construção do corpo planetário de substância-luz que finalmente revelará a natureza da Deidade e a glória do Senhor. É a correspondência planetária do corpo de luz através do qual o Cristo e todos os Filhos de Deus Que alcançaram a perfeição finalmente manifestam. É um veículo criado pela energia da Vontade, e é implementado e “mantido no ser" pela Vontade. Ele expressa-se exotericamente pela projeção desta energia da vontade, via o ponto central em cada um dos sete chacras ou lótus.
Ao estudar estas regras para o iniciado, é preciso sempre lembrar que elas dizem respeito primariamente ao uso da vontade ou primeiro aspecto. Esta é a energia da Mônada, utilizada via a Tríade Espiritual e relacionada com a personalidade via o antahkarana. Interpretações secundárias e terciárias correspondências são sempre possíveis, mas a principal significação destas regras está relacionada com o primeiro aspecto divino. Portanto, quando vocês refletirem, pensarem, estudarem e correlacionarem, precisam sempre ter em mente:
1. Os sete tipos de raios.
2. A Mônada, a Tríade Espiritual e a personalidade tripla; estas constituem
um outro setenato.
3. Os sete grupos de Mestres.
4. Os sete centros e seus sete pontos centrais, ou joias.
5. Os quatro véus de maya.
Vários outros setenatos poderiam ser relacionados, mas tal relacionamento não é necessário para o iniciado que conscientemente já descartou todos esses setenatos inferiores e trabalha agora com as sete energias principais, o campo sétuplo de sua atividade e o aspecto sétuplo do instrumento de implementação, seja ele planetário ou individual.
A simplificação prossegue rapidamente à medida que o indivíduo se aproxima da meta do espírito. A vontade sempre se preocupa com os essenciais e não com os detalhes da manifestação. O amor preocupa-se com os fundamentais transitórios e evolutivos, enquanto a inteligência se preocupa com o detalhe e sua coerente coordenação em resposta ao impulso e força atrativa do amor divino e do dinâmico impulso do espírito.
Continuemos agora, depois destes comentários preliminares, a tomar esta décima regra frase por frase. São cinco frases e a primeira que consideraremos diz o seguinte:
1. As regras para o trabalho dentro dos véus de maya são conhecidas e têm sido usadas.
Os estudantes devem lembrar-se que o trabalho da Hierarquia está constantemente condicionado pelo ponto na evolução da hierarquia humana. Nos primórdios da história humana, o pensamento e o progresso não tinham, praticamente, lugar, e portanto muito pouco ou nenhum efeito sobre as forças e energias que estavam ativas nos níveis etéricos. Naquele período, elas foram deixadas num estado relativamente quieto ou então eram levadas à atividade por uma impressão definida e planejada da Hierarquia; qualquer efeito vindo do reino humano devia-se unicamente ao impulso ou impressão da massa. Esta era muito pequena devido à falta de relação coordenada entre as unidades e grupos dentro da família humana. Mais tarde, à medida que as unidades se reuniram e formaram tribos, e a seguir as tribos uniram-se para formar tribos maiores ou nações embrionárias, este efeito de massa aumentou, mas havia ainda pouco pensamento ou direção associados a ela, que era grandemente instintiva e - se assim me posso expressar - o plano etérico, na realidade, estava mais na natureza de uma matriz circundando uma valiosa criação, e era essencialmente protetora, separadora e ligeiramente energizadora.
Nos dias atlantes, o plano onde a humanidade recebia sua principal direção ou desenvolvimento era tal que a natureza impulsiva, emocional, e o campo de maturação do desejo se tornaram dominantemente ativos. Então, começou a real dificuldade dentro do reino de maya. Até então, só duas energias haviam sido sentidas no plano etérico: a energia da vida, via o sutratma, ao passar através do plano etérico para produzir a vida exotérica no plano físico, e em segundo lugar, a energia da Hierarquia como um todo, produzindo uma lenta e vasta, embora um tanto negativa organização das forças predominantes. Porém, uma terceira e mais potente força, gerada pela humanidade, começava a fazer um impacto sobre as forças etéricas. Neste distante período da história humana, os homens estavam começando a desejar, e este desejo não era, como até então, de natureza puramente animal e portanto uma emanação da substância do físico denso e, por isso, não relacionada a um princípio; ela corporificava um novo tipo de energia e era - na realidade - a primeira expressão do homem do mais elevado aspecto divino. O desejo é o reflexo mais inferior, dentro da consciência humana, do aspecto vontade.
Esta potente vibração do desejo foi evocada por homens que estavam ainda sem qualquer tipo de visão espiritual; eles eram puramente materiais em suas reações instintivas (o que era correto nessa época em particular), e essas reações atraíram a atenção de certas energias ou Seres puramente malévolos. Esses Seres aproveitaram-se da situação para satisfazer seu desejo de poder - uma distorção da vontade ou primeiro aspecto. Assim foi a Loja Negra fundada. Ela alimentou-se do desejo e parecia um açambarcante vampiro. Ela viciou a vida humana e aumentou o crescimento do desejo muito além da expectativa ou planejamento hierárquicos, criando assim padrões e metas falsas, construindo uma barreira entre o centro planetário inferior, a Humanidade, e o “ponto do meio” ou centro, a Hierarquia. Ficará, pois, aparente que as seguintes energias ficaram à solta dentro do reino de maya:
1. A força instintiva do desejo animal. Isto não era errado em si mesmo, e está sujeito à negação no tempo, e normalmente é controlado.
2. A corrente descendente de vida, e isto em dois aspectos:
a. O aspecto vida, ao conferir o ser.
b. O aspecto vida, ao preservar a forma.
3. O constante impacto do poder atrativo da alma, implementado pela Hierarquia e aumentando em potência com o passar do tempo.
4. O poder impulsionador do desejo material, focalizado na Loja Negra, alimentando o desejo humano e arrancando uma forma de vida do desejo massificado da humanidade.
5. O desenvolvimento humano segundo linhas astrais, expressando-se como certas energias bem definidas ou direções de força:
a. Desejo material pela posse.
b. Desejo por aquilo que é possuído por outros. A isto se refere o mandamento
“Não roubarás”.
c. Metas e ambições da personalidade; estas constituem uma forma de desejo
focalizado de natureza impulsionadora e determinante de vida.
d. Aspiração, conduzindo à visão e ao Caminho místico.
e. Purificação, o consciente emprego do desejo no Caminho Probatório.
f. Iniciação. Como sabem, as duas primeiras iniciações são realizadas no
plano astral, e trazem a completa liberação tanto do plano da miragem quanto
do reino de maya.
Durante todo este período, a organização do plano etérico prossegue, sujeito ao impacto de energias e forças listadas acima, além de certas outras energias (latentes ou em potencial) com as quais não temos de nos preocupar de imediato. A grande Loja Branca e sua oponente, a Loja Negra, aumentaram progressivamente em potência. Gradualmente as forças tomaram forma organizada e os quatro “véus de maya” ou as sete energias separadoras tornaram-se bem definidas. Quando esta diferenciação ficou completa, dois grandes eventos planetários (se posso chamá-los assim) foram consumados:
1. Os sete centros no corpo humano (cinco ao longo da espinha e
dois na cabeça) esotericamente “tomaram forma”. Os sete lótus ou chacras
estavam funcionando, alguns potentemente, enquanto outros permaneciam
adormecidos. Estes sete eram agora visíveis à visão clarividente.
2. Os sete Ashrams dos Mestres em Seus sete grupos, condicionados pelos sete
Raios, apareceram, motivados por ShambalIa, organizados nesta época nos
níveis superiores do plano mental, e gradualmente supridos de pessoal vindo
das fileiras da humanidade à medida que um por um os homens alcançavam a
iniciação.
Paralelamente a esta atividade, e implementada, alimentada e sustentada pela Loja Negra, apareceu a miragem no plano astral e para o aumento da miragem a humanidade contribuiu e a ela respondeu. Então, à medida que a evolução prosseguia e o intelecto humano começava a fazer-se sentir, “os quatro véus de maya” e a grande “cortina da miragem” começaram a condicionar o plano mental. Apareceu então a ilusão e a distinção entre o verdadeiro e o falso, entre o bem e o mal, e entre o Caminho da mão esquerda e o Caminho da Iniciação tornou-se aparente à humanidade avançada da época. A Hierarquia sempre conhecera essas distinções, mas agora os seres humanos viam-se diante delas e as reconheciam; a grande potência da escolha intelectual confrontava a humanidade e a raça ariana (nome corretamente usado para indicar a humanidade inteligente) veio à existência.
Com o passar das eras, os homens contribuíram cada vez mais tanto para o problema quanto para a solução de maya, da miragem e da ilusão. A potência do pensamento humano começou a fazer-se sentir; em números cada vez maiores os homens procuravam o Caminho da Libertação e assim passavam para a Hierarquia; tornaram-se ativos e instruídos oponentes da Loja Negra e inteligentes manipuladores da energia na medida em que ela pode ser projetada para baixo e usada para destruir os quatro véus, dissipar a miragem e dispersar a ilusão. A humanidade respondeu cada vez mais sensivelmente aos impactos subjetivos e objetivos e sua cooperação começou a ser efetiva e útil à Hierarquia, necessitando de algumas mudanças em técnicas hierárquicas, liberando alguns dos trabalhadores hierárquicos para outras atividades diferentes, e grandemente complicando o problema e ameaçando a segurança e o status da Loja Negra.
Um dos resultados deste desenvolvimento mental foi o envio de discípulos para o mundo dos homens; eles partiram em grande número, e enquanto preservavam conscientemente seu elo com o Ashram de que eram filiados, confiava-se que vivessem entre os homens como homens e trazer sua potência voltada para o problema de maya e da miragem, realizando isto de baixo para cima. Este trabalho tinha de ser feito por discípulos que pudessem aguentar a pressão, que, apesar de todas as dificuldades, pudessem viver nobremente e preparar-se para a iniciação que era para eles o próximo passo. Há várias centenas de anos, somente uns poucos faziam jus a essa confiança. Hoje (1944) há muitos em todos os países, embora muito poucos na Alemanha, devido à concentração nessa infeliz terra do poder da Loja Negra e também ao mau uso da força de Shamballa. Esta força foi isolada e seu aspecto destrutivo utilizado na Alemanha, e isto foi feito sem a atividade paralela da energia do amor da Hierarquia. Foi este fato que, desde 1933, tornou impossível a entrada de discípulos da Loja Branca. Em outras partes, porém, a concentração de discípulos ativos é maior do que em qualquer outra época na história humana.
Enfatizei este ponto porque nossa segunda frase, “que o grupo alargue todas as rupturas nesses véus”, refere-se aqui aos discípulos e grupos que eles reuniram à sua volta. São estes grupos, em grande número e diferentes na potência de raio, que conduzirão o mundo através do período pós-guerra para a Nova Era. É sua pressão sobre o plano físico que precipitou a crise entre a grande Loja Branca e a Loja Negra. Seu trabalho é deixar entrar a luz, e onde a luz chega a Loja Negra tem de enfraquecer e desaparecer. Ela alimenta-se de miragem e ilusão e usa os véus de maya como proteção. É aconselhável que os estudantes evitem dar nomes e diferenciações aos quatro véus, pois os próprios véus são transitórios e variáveis. Eles diferem à medida que recebem o impacto dos sete raios. Não é possível, nem prático, distinguir uns dos outros, exceto sob o ângulo da Hierarquia, e sua destruição hoje, embora não fosse assim anteriormente, tem de partir do plano físico denso, e o ataque precisa ser feito por personalidades e individualidades habitando corpos físicos. Esta é uma nova modalidade de abordagem, pois até então, somente raríssimos discípulos e iniciados foram capazes de assim trabalhar. Hoje, centenas de milhares de discípulos estão trabalhando, e assim aprendendo a usar as antigas regras para o trabalho dentro dos véus de maya. Vou dar-lhes aqui algumas dessas regras ou fórmulas que se encontram no Livro de Regras dos Mestres e à medida que possa traduzi-las. Algumas são intraduzíveis.
1. Focalize a força no ponto da joia e encontre o véu que ela
pode tocar.
2. Leve a força de ponto a ponto e então projete.
3. Procure a energia na forma por trás do véu atacado. Existe numa ruptura no
véu. Encontre-a e veja-a.
4. Existe um caminho através dos véus dando acesso aos vários vestíbulos.
Percorra esse caminho, causando a destruição e limpando o refugo no
vestíbulo. O vestíbulo dos trocadores de dinheiro é o último.
5. Vá ao encontro das forças descendentes e descubra a corrente que é a
sua.
6. Esteja atento à daninha corrente de força que procura consertar os
rasgões. Projete sobre essa corrente a energia que você conhece. Ela o
conduziu ao Ashram para os véus. Use-a e expulse o mal de volta ao plano
astral.
7. Trabalhe com o Som e saiba que ele é a fonte do poder. Use primeiro a Voz;
a seguir use o O.M., e depois use o Som. Os três juntos serão suficientes.
Há outras regras, porem estas lhes darão os principais reconhecimentos necessários para realizar este tipo de trabalho; estas são as regras que o discípulo que se aventura precisa conhecer. Elas têm sido usadas, e não devem ser interpretadas pela mente inferior, mas sim com o auxílio da consciência do iniciado.
A segunda frase diz o seguinte:
2. Que o grupo alargue todas as rupturas dentro desses véus e assim, deixe a luz penetrar.
Chegamos agora a uma definida injunção ou instrução grupal. O auxílio do grupo é invocado quase que na forma de uma ordem. O ponto desta injunção assim formulada é que na nova era e no interlúdio entre o passado (quando proeminentes discípulos trabalharam dentro dos véus de maya) e a Nova Era (quando a própria humanidade funcionará conscientemente no plano etérico), o trabalho dos grupos esotéricos, sob a direção do Novo Grupo dos Servidores do Mundo, é necessário. Eles terão a capacidade de reconhecer a distinção entre os vários véus. Este é o próximo necessário desenvolvimento. Os grupos precisam focalizar a energia exatamente no centro do ser grupal; o grupo precisa levar a força de um ponto a outro e de um véu a outro; o grupo precisa projetar a energia destruidora e, como um todo, tornar-se consciente daquilo que cada véu esconde; o grupo precisa executar as atividades de purificação (sete ao todo); o grupo precisa encontrar, aceitar e distribuir a energia espiritual descendente que finalmente consumará o trabalho feito. O grupo - por meio do uso dessa corrente descendente - expulsará as forças do mal de volta para o plano astral e juntos trabalharão com os três aspectos do primeiro raio. Estes estão representados pela Voz, pelo O.M. e pelo som.
No que disse acima, vocês têm, na realidade, uma grande fórmula para atividade grupal e também um potente método (desde que o grupo possa trabalhar de forma unificada) para a limpeza e reorganização das forças ativas no mundo hoje. Estas forças estão agora devastadoramente à solta; seu efeito é quase tangível (estando em substância etérica) e factual e visivelmente presentes sob o controle da Loja Negra. Esta Loja usa as vozes da propaganda enganadora, a Palavra da morte (que não lhes darei porque o O.M., a Palavra da Vida basta), e o Som do aspecto mais denso em manifestação - o som do poder no reino mineral. Este constitui uma condição sem paralelo e cria uma concentração única de Forças do Bem e forças do mal no plano etérico. A tarefa de todos os grupos que estão trabalhando sob os Mestres de Sabedoria é deixar a luz penetrar, utilizando aquelas rupturas que já existem dentro dos véus de maya.
Três grandes rupturas dentro desses véus podem ser aqui registradas. Elas estão simbolicamente referidas na Bíblia, embora seu significado essencial não tenha sido observado ou compreendido.
A primeira ruptura foi feita pelo estabelecimento da Lei de Deus, e isto está simbolicamente retratado no Velho Testamento na história de Moisés. Ele subiu ao Monte de Deus e lá recebeu os Dez Mandamentos.
Isto é a expressão da lei divina adaptada à humanidade e necessária à projeção daquelas forças que destruirão, purificarão e reorganizarão. Moisés, o Legislador, penetrou em um dos vestíbulos dentro dos véus de maya, e lá encontrou a glória do Senhor. Isto foi de uma radiância tal que o Velho Comentário diz o seguinte:
“Aquele que entrou entre os primeiros a penetrar dentro dos véus absorveu a luz e não sabia como passá-la adiante. Nem ele, nem eles estavam prontos, porém lá estava a luz e igualmente os dois olhos direcionadores. Mas somente um pode usar, projetar e enviar a luz para a sua missão. O outro precisa ficar cego e deste fato o Legislador tinha consciência. Ele, pois, velou a luz, adotando para isto um fragmento daquilo que ele havia ajudado a destruir, e então desceu do topo da montanha, de volta à escuridão da terra”.
A segunda, e muito mais importante ruptura, foi feita pelo poder do segundo aspecto quando o Cristo submeteu o Mestre Jesus à quarta iniciação e a influência conjunta de Ambos triunfou sobre a morte. Lemos então que o véu do Templo foi rasgado em dois de alto abaixo. O legislador assistiu ao primeiro rompimento como o clímax da terceira iniciação, e houve um processo um tanto similar de glorificação. Um evento semelhante teve lugar durante a Transfiguração do Cristo, realizando-se através do Mestre Jesus. Porém, no triunfo sobre a morte e através do episódio da Grande Renúncia ou Crucificação, um grande e importante rompimento teve lugar. A Lei, quando fielmente cumprida e interpretada, define a atitude do homem no plano mental e serve para abrir uma fenda no véu etérico, separando o veículo etérico em seu quádruplo aspecto da forma física densa. O rasgar do segundo véu na hora da Crucificação deixou entrar a luz para o segundo nível do plano etérico, e um novo tipo de iluminação se espalhou por toda a terra. A Lei e o Amor puderam agora penetrar na consciência da humanidade numa maneira nova e direta, à medida que o cérebro do homem ficou envolvido pela substância da contra-parte etérica do cérebro físico; o instinto de autopreservação (um dos aspectos mais inferiores da Lei) e a tendência à sensibilidade (sentimento ou emoção, uma das formas mais inferiores de Amor) puderam então ser expressos de um modo mais abrangente.
Um outro rasgão do véu, relativamente de menor importância, teve lugar quando Saulo de Tarso viu a glória do Senhor e foi transformado no Apóstolo Paulo. Seu progressivo avanço e potente retidão e sinceridade no “caminho para Damasco”, forçou-o a penetrar em um dos véus de separação. O Reino do Céu foi sujeito à violência e os violentos O tomaram pela força. Esta força, trabalhando em Saulo, dirigiu-o através do véu que impedia a visão, e o rasgão assim feito trouxe-lhe uma nova revelação. Dizem-nos que ele ficou completamente cego por três dias, fato esse que os registros esotéricos corroboram. Esta é uma conhecida correspondência dos três dias no túmulo, correspondência essa reconhecida pelos esoteristas; ela corresponde também à penetração no terceiro céu a que Paulo deu testemunho mais tarde em sua vida. Ele compreendeu a natureza da Lei, como o demonstram suas epístolas; ele foi trazido aos pés do Iniciador pelo efeito do Amor, e assim aproveitou-se das duas rupturas no véu. Enquanto assim buscava a luz, ele escreveu aquela epístola que tanta controvérsia provocou - a Epístola aos Hebreus. Nela, os resultados da ruptura do terceiro véu fornecem a nota-chave e expressam o primeiro e mais alto aspecto, assim como as duas rupturas anteriores levaram à revelação da terceira e segunda qualidades divinas. Este primeiro aspecto é visto como síntese, como a Comunhão dos Santos, e como relacionado ao Senhor do Mundo, Melquizedeque. Leiam essa epístola à luz destes comentários, e notem como um grande iniciado se esforçou para revelar alguns fatos inerentes à vontade ou aspecto poder. Esses fatos, porém, estavam fora do alcance dos discípulos e aspirantes da época, porem hoje podem fazer parte da compreensão da humanidade. Lei, Amor, União ou Síntese - todas estas grandes energias já se infiltraram na consciência humana e agora oferecem a plataforma sobre a qual a nova civilização pode ser fundada, uma nova abordagem a Deus pode ser feita e novas relações humanas implementadas.
Três grandes rupturas ou rasgões existem agora, assim como inúmeros outros menores e menos importantes que não precisam ser nomeados. Três grandes Filhos de Deus no momento da iniciação fizeram uma grande contribuição à consciência humana através de sua determinada vontade para cumprir a lei, vontade para amar e vontade para sintetizar. A humanidade foi desse modo ajudada a prosseguir mais facilmente no “Caminho iluminado”, para atravessar os vestíbulos de maya, auxiliada pela luz jorrando através dos rasgões feitos nos véus de separação pelos Homens aperfeiçoados divinos no momento exato de Seu triunfo. Resta ainda fazer um grande rasgão como resultado das energias liberadas e do bem resultante tornado possível pelos três rompimentos anteriores. Esta quarta grande fenda será feita pela própria humanidade, com seu “intento coletivo”, focalizado por meio dos grupos que são exteriorizações dos Ashrams dos Mestres. Isso será feito, pois, quando a Hierarquia tomar forma física na terra novamente.
Tenham sempre em mente a natureza simbólica deste ensinamento. Os véus não são realmente os véus existentes no sentido comum do termo. Eles são de natureza de forças e energias opositoras que agem como fatores inibidores no aspirante à medida que ele procura progredir, e na família humana, à medida que ela avança no Caminho da Evolução. Basicamente, eles não se relacionam com a consciência, pois, na maioria dos casos estes véus “estão no lado terreno do ser e não no lado da luz”; eles são essencialmente forças físicas, e embora sejam o resultado do esforço e atividade do próprio homem no decorrer das eras, eles não são percebidos ou vistos pelo homem como obstáculos ao seu progresso. Eles constituem a mais inferior concentração de forças precipitadas a partir de níveis mais altos do que o físico, como nós entendemos a substância física. Se pudermos usar uma expressão que, mesmo sendo verdadeira é enganadora, eles ficam entre o homem interno sutil, mental e astral, e seus cérebro físico. Eles constituem aquilo que impede o registro cerebral do mundo das causas e do significado. Este mundo interno pode ser emocional ou mental em seu foco e na precipitação de sua força sobre o plano etérico. Ele pode ser o resultado da integração da personalidade e ser uma combinação de energias; ou pode ser dominado pelos efeitos da energia da alma. Estas, se evocadas, podem penetrar ocultamente e expulsar ou destruir os véus de separação, assim produzindo afinal a coordenação entre a alma e o cérebro.
Estes véus são como cortinas nas janelas da visão. Eles impedem a percepção daquilo que está além da medíocre experiência comum, e impedem que a luz penetre.
O trabalho dos três filhos de Deus referidos acima não diz respeito à ruptura dos véus de sua própria vida e forças interiores, provocando assim um contato claro e desimpedido com a alma, ou com a iluminação da experiência no plano físico. Isso já havia sido realizado há muito tempo. Seu serviço foi prestado à humanidade e Eles fizeram rupturas nos véus que separavam a humanidade como um todo da experiência espiritual superior e do registro do fato da existência da Hierarquia. Foi um serviço universal que tornou possível um maior progresso humano, pois, até que uma maior medida de luz tivesse penetrado não era possível ao homem ver e compreender a necessidade de destruir os obstáculos à luz. Os véus permanecem despercebidos pelo aspirante comum até que alguma luz apareça através dos rasgões na “cortina do impedimento”.
A glória do Cristo e a singularidade de Sua realização reside no fato de que Ele foi o primeiro a provocar o rasgar dos véus “de cima abaixo”. Ele foi capaz de fazer isso porque Ele agiu como o Salvador do Mundo, fora e independente da humanidade; Ele estava livre da aura da família humana e - citando novamente o Velho Comentário até onde é possível traduzir esses termos arcaicos:
“De cima Ele trabalhou e do ponto mais distante emitiu a força que rompeu seu caminho em forças separadoras, dirigindo-as numa direção tripla, a partir do ponto que é o mais elevado, para a direita e para a esquerda, assim fazendo entrar a corrente de força que resolve a si mesma como luz, como amor e como energia elevadora. Assim trabalhou Aquele por Quem todos os homens devem esperar. Ele é um homem, mas não trabalha como um homem. Ele trabalha como luz divina, como energia suprema e como o Salvador do mundo dos homens".
Novamente citarei a mesma fonte e lhes darei os antigos nomes dos véus:
“Seguindo-se ao plano terreno, encontra-se o Véu da Impulsão e então a Câmara da Concentração. Esta é sucedida pelo Véu da Distorção, relacionado com o mundo da miragem como a impulsão com a força. Alem desse véu, encontra-se a Câmara da Escolha. A seguir, encontramos outro véu, o Véu da Separação, e além dele jaz a Câmara dos Cegos - homens cegos pela luz, mas voltados de frente para o véu final, o Véu da Aspiração. Quatro véus, três câmaras e muitos homens”.
Deixo a vocês a tarefa de fazer a aplicação deste parágrafo de verdade dita e de condensada realização. Quero lembrar-lhes que a concentração é uma coisa para o aspirante, e outra coisa muito diferente para o iniciado, e que as escolhas feitas pelo iniciado não se parecem com as que são feitas pelo discípulo. A força que cega referida, abrange desde a profunda escuridão espiritual em que se move o homem comum, passando pela cegueira da qual Saulo de Tarso foi o expoente, até àquela condição que cobre o mais alto Iniciado enquanto Ele espera ser admitido na Câmara do Conselho do Senhor.
A cegueira é um prelúdio à iniciação não importa de que grau. É somente por ocasião da última e mais elevada iniciação que a “tendência à cegueira” termina completamente. Nos estágios iniciais da evolução, a cegueira é natural, inata, inevitável e impenetrável. Durante eras o homem caminha na escuridão. Então, chega um estágio em que esta cegueira normal é uma proteção, porém, ele também entrou numa fase em que ela pode ser superada. Tecnicamente falando, a cegueira à qual me referi é algo diferente. A partir do momento em que um ser humano capta o primeiro e leve vislumbre de “algo mais” e vê-se a si mesmo em justaposição àquela realidade levemente pressentida e distante, a cegueira de que tenho tratado é algo imposto pela alma sobre o aspirante que se apressa para que as lições de experiência consciente de discipulado, e posteriormente de iniciação, possam ser corretamente assimiladas e expressas. Deste modo o buscador apressado é defendido de fazer um progresso rápido demais e por isso superficial. É profundidade, um “enraizamento” (se posso cunhar esse termo) profundo que o mestre interno e mais tarde o Mestre procuram, e a “cegueira oculta”, sua necessidade, seu prudente manejo e sua eliminação final são parte do currículo imposto ao candidato. Esta verdade é reconhecida, embora não verdadeiramente interpretada pela Fraternidade Maçônica. Em uma das mais importantes e altas iniciações, o candidato entra sem venda nos olhos. Então, no meio da cerimônia, ele é vendado e nessa condição passa pelos terríveis testes, simbólicos de uma certa elevada etapa no Caminho.
Cegueira é pois, esotericamente falando, o lugar de aprendizado e está relacionada à doutrina do olho, garganta e coração. Não está relacionada à visão indistinta, à sensação de meias verdades e ao tatear do aspirante no processo de aprender sobre si mesmo, ou quando ele tem uma visão da meta e procura percorrer o Caminho. Essa é uma condição familiar à qual todos os iniciantes estão sujeitos e que não podem evitar uma vez que ela é inerente às suas naturezas. A escuridão oculta é induzida espiritualmente e “apaga” a glória e a prometida realização e recompensa. O discípulo é jogado de volta sobre si mesmo. Tudo que ele pode ver é seu problema, seu pequenino campo de experiência, e seu - para ele - fraco e limitado equipamento. É a esta etapa que o profeta Isaias se refere quando fala de dar ao aspirante em luta “os tesouros da escuridão”. A beleza do imediato, a gloria da oportunidade presente e a necessidade de se focalizar na tarefa e serviço do momento são as recompensas do caminho para dentro da aparentemente impenetrável escuridão. Para o iniciado, esta cegueira é ainda mais esotérica; para ele não resta absolutamente qualquer luz - nenhuma luz terrena, nem qualquer luz dentro dos três mundos. Só existe a escuridão. A isto o místico deu o nome de “a noite escura da alma”.
A verdadeira noite escura - da qual a noite escura do místico é apenas um pálido reflexo, para falar simbolicamente - marca um estado muito exaltado de Ser e uma etapa do desenvolvimento. Foi neste negrume e escuridão que o Cristo penetrou quando Ele se debruçou sobre um de Seus Mestres, o Mestre Jesus sobre a Cruz. Isto dará uma nova visão a muitos, e só agora pode ser revelada. Ela relaciona-se com a identificação ainda mais elevada do Cristo com aqueles iniciados que estão fazendo a quarta ou quinta iniciação com o Mestre Jesus na experiência acima referida. Cristo não é mais o Iniciador, mas representa para o iniciado o que o Mestre representa para o discípulo. É uma fase curiosa de “idêntica participação”, que não evoca reação por parte do Mestre ou do Mestre dos Mestres, o Cristo, exceto pelo fato de que capacita o Próprio Participador a enfrentar uma outra área de escuridão, velando e escondendo uma glória ainda mais suprema. O parágrafo acima está muito além da compreensão do estudante comum, mas será compreendido por aqueles cujos olhos estão abertos para se tornarem cegos.
Os estudantes devem lembrar-se que os quatro véus no plano etérico são apenas as correspondências simbólicas inferiores de certas grandes áreas de expressão divina, e que a glória sempre tem de ser abordada através da escuridão. Essa é a Lei. Esses fatores superiores de velamento podem ser mencionados e enumerados, porém maiores informações sobre esses mistérios, esta escuridão que separa encontrada pelo iniciado, não podem ser dadas.
VÉU 1. Aquele que confronta o discípulo à medida que ele luta
com o Morador do Umbral e se torna consciente do Anjo da Presença, embora
ainda não possa vê-Lo.
VÉU 2. Aquele que o iniciado encontra na quarta iniciação e que o força a
clamar em sua cegueira: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste”. As
palavras proferidas pelo Cristo nessa hora, e as do Participador, têm sido
esquecidas pelos ortodoxos, embora preservadas pelos esoteristas. H.P.B.
refere-se a elas na Doutrina Secreta.
VÉU 3. Aquela misteriosa cegueira que assalta o iniciado quando - como a
Personificação de todas as forças da Tríade Espiritual - Ele se vê diante
da Mônada e é impelido para diante pela “Vontade devastadora” do primeiro
aspecto. Sobre isto não posso escrever. Isto diz respeito à sexta e sétima
iniciações.
VÉU 4. Aquele “desconhecido e impenetrável vazio, a total escuridão da
negação” que Aqueles Que estão na Câmara do Conselho do Senhor do Mundo e
Que estão focalizados em Shamballa enfrentam quando chega a hora de “negar"
completamente nossa expressão de vida e experiência. Eles precisam então
deixar para trás todos os sete planos de experiência espiritual e humana e
prosseguir para fases de Vida e Ser para as quais não temos palavras e das
quais não temos concepção. Eles partem através do quarto véu nos níveis
etéricos físicos cósmicos (no mais alto plano dos nossos sete planos) e
passam para o plano astral cósmico. Lá eles negam sua existência como
anteriormente haviam negado a existência do plano astral, uma ilusão tão
familiar a todos nós. O iniciado passa para o plano astral cósmico e encontra
- O quê ? Quem sabe ? Eu não sei.
Assim, os véus servem a seu propósito; a cegueira nutre e protege, desde que ela seja inata e natural, imposta pela alma ou espiritualmente engendrada. Se ela é autoinduzida pela força da vontade, se oferece um álibi para agarrar conhecimento, se é assumida com o fim de evitar responsabilidade, então entra o pecado e segue-se a dificuldade. Que todos vocês possam estar protegidos contra isto.
Passo a passo, os Irmãos da Luz e outros que trilham conscientemente o Caminho Iluminado Se desprenderam do fascínio da forma; o Exército da Voz não mais consegue desviar Seus passos e os véus da ilusão não mais bloqueiam Sua visão e Seu progresso. Ele ganhou uma relativa liberdade e o iniciado está livre de muita coisa que até então atrasava seu progresso; o mundo da forma, da miragem e da sedução não tem mais qualquer apelo. Ele compreende o significado da injunção que está corporificada na terceira frase desta décima regra:
3. Que o Exército da Voz não mais seja ouvido, e que os irmãos caminhem adiante dentro do som.
Pondo esta ideia em termos esotéricos, a frase acima pode ser parafraseada assim: As vozes e a voz desaparecem gradualmente. O A.U.M. é substituído pelo O.M. e no centro desse O.M. o irmão permanece.
As muitas vozes do mundo, a carne e o diabo não mais são distinguidas; não há nada dentro da consciência do iniciado que possa responder a elas. A Voz do Silêncio também desaparece e a própria Palavra não pode ser ouvida. Somente o SOM permanece. Este é o som que reverbera nos mundos sem forma; é o som ao qual a Tríade Espiritual responde e do qual o iniciado é uma parte, porque o Som que ele produz enquanto avança no seu caminho criativo é uma parte do Som universal. É preciso destacar que Aquele Que permanece no próprio centro da Câmara do Conselho de Shambalia pronuncia todas as palavras, a Palavra, e também emite o Som. Isto tende a ser esquecido. Ele é aquele que entoa o A.U.M. e todas as coisas vêm à existência; Ele é Aquele que faz soar a Palavra, o O.M., e Deus encarnado na humanidade aparece na terra; Ele é aquele que pronuncia o Som, e sobre esse Sopro enviado mantém vivas todas as coisas; e - na subida e descida de suas cadências - lá se encontra o ritmo cíclico do processo criativo. Ele será Aquele Que retirará o Som e centralizará a vibração em Si Mesmo, e algum dia trará o fim a esta manifestação periódica e levará o Som para outras localidades no espaço, mantendo-o silencioso no sopro recolhido até que um posterior ciclo de expressão desponte. Então ele será novamente exalado e enviado para prover um novo campo de experiência para as Vidas que, em ritmo cíclico, novamente procuram manifestar-se. Toda a história da encarnação está oculta na compreensão do SOM e suas diferenciações em O.M. e A.U.M.
Quando nós pudermos identificar o Som e não mais formos “movidos” pelo O.M., então o iniciado torna-se um Cristo em expressão e faz Seu aparecimento, seja em forma física ou sobre os planos daquilo que para nós pode ser chamado de “áreas de não-aparência”. Ele pode então conter e utilizar as energias das quais a Tríade Espiritual é a guardiã e que são a expressão da vontade e propósito de Deus. Embora o iniciado possa não ser parte do governo planetário, e embora possa não ser um membro do Conselho em Shamballa (pois apenas um número limitado de iniciados são assim colocados), ele contudo tem o direito de mover-se em níveis idênticos e de preparar-se para aqueles processos evolutivos superiores que lhe darão entrada para o plano astral. Isto lhe permitirá “ver através” e reconhecer a “miragem cósmica", e lhe darão a chave oculta para o mundo do sentimento e da sensibilidade, e dos quais nossa resposta-sentimento e nossa sensibilidade emocional e intuitiva são apenas um tênue e distorcido reflexo. Esse é um fator de alguma importância para se ter em mente se si quiser desenvolver um correto senso de proporção. O iniciado aprendeu na terra que o plano astral é de fato não-existente - pelo menos para aqueles de graus mais elevados de iniciação. Esse conhecimento constitui o primeiro passo para a compreensão do segredo da negação, para uma verdadeira compreensão da base dos sempre-existentes pares de opostos, e para o conhecimento que jaz por trás do significado da negação. A frase acima terá provavelmente pouca significação para vocês, mas contudo ela contém uma verdade para a qual as tentativas, experiências e iniciações da existência planetária preparam o iniciado. Elas o dotam com aquelas qualidades que o capacitarão para entrar em contato com o mal cósmico e no entanto permanecer sem ser tocado, afinal para desempenhar sua parte para acabar de maneira não sagrada com a Loja Negra e sua Fraternidade. As raízes da Loja Negra estão no plano astral cósmico, assim como as raízes da Loja Branca e sua Fraternidade estão no plano mental cósmico; isso é, na realidade, somente por enquanto e para ver certas atividades organizadas na estrela Sírio aperfeiçoadas e levadas a uma consumação. Isso tem sido muitas vezes insinuado em meus escritos.
“O Caminho para a Evolução Superior" leva para o plano astral cósmico, e a meta que leva um homem até lá e a visão transcendente ajustada a alguma das iniciações superiores. A qualidade que o capacita para trabalhar como um fator criativo na grande Loja Branca é a desenvolvida faculdade búdica. É nas “asas do Som” que ele viaja, para usar uma metáfora bem conhecida embora pouco compreendida. Isso pode somente ser quando ele puder:
3. Ouvir o O. M. como ele é entoado por Aquele Que permanece e espera no próprio centro da Câmara do Conselho do Senhor.
Esses são graves e solenes ensinamentos, e de pouco uso para o leitor comum. É essencial, todavia, que ele evite o conceito de que a conquista da iniciação mais elevada neste planeta marque o fim ou a consumação de um estágio grandioso e final. Ele somente assinala o começo da significação. Essa é uma afirmação de valor esotérico. Assim como a conquista do controle físico libera o neófito para o aprendizado de lições superiores na preparação para as iniciações maiores, da mesma maneira a superação das condições apresentadas pelos sete planos de nossa vida planetária libera o iniciado (tal como o Buda ou o Cristo) para ainda mais elevadas e mais importantes circunstâncias condicionantes. Seu verdadeiro trabalho como Membros da Fraternidade Branca está no ponto do começo, e o verdadeiro propósito da existência da Grande Loja Branca começa fracamente a despertar em Sua arrebatadora e assombrosa compreensão. É de real valor para nós, portanto, tentar alcançar a continuidade da revelação e o vasto futuro ou visão de maravilhoso desdobramento que, estágio após estágio, grau a grau e plano a plano, se desenrola ante a consciência iniciática.
Entramos aqui numa consideração de reinos do crescimento do qual mesmo a humanidade avançada não tem a menor ideia. Estamos tocando em metas e objetivos com que se confrontam os Membros avançados da Hierarquia. Estamos lidando com ideias e conceitos para os quais não temos adequada terminologia e que são de tal natureza que o mecanismo do pensamento humano é certamente incapaz de registrá-los. Quê, por exemplo, dizem para vocês palavras ou frases como “Divino propósito, Shamballa, o Senhor do Mundo, estados de registro ou consciência que não têm relação com a sensibilidade ao se expressarem através da consciência, a Loja de Sírio” e conceitos similares? Eu me arriscaria a sugerir que, na realidade, nada representam, e isso porque a meta de todos os que leem essas palavras é entrar em contato com a alma, o reconhecimento da e pela Hierarquia, e a iniciação. Se eu lhes disser que as palavras “OM, tal como é entoado por Aquele Que permanece nos limites de Shamballa" significa que o Som uno, redondo e cheio do O é entoado, mas que o som de conclusão M é omitido, isso significará algo para sua inteligência? E mais, eu me atrevo a dizer que não. É portanto de pouca importância para mim, me alongar sobre essa fase das Regras. Eu seria melhor aproveitado se elucidasse algo do significado das palavras “a Câmara do Conselho do Senhor.” Três conceitos talvez tenham tomado forma em suas mentes em conexão com Shamballa, se tiverem procurado a verdadeira atitude esotérica:
1. Que a humanidade existe como um grande centro de energia inteligente na substância da Vida planetária.
2. Que o centro espiritual, onde atrativa, coesa, magnética, a energia é focalizada e dali ela flui em duas direções:
a - Para os três mundos e os quatro reinos da natureza,
b - Para Shamballa e os dois reinos superiores em manifestação,
é o que usualmente chamamos de Hierarquia, o Reino de Deus, o centro de amor e de compreensão mediadora (observem essas duas últimas palavras).
3. Que há um outro centro que nem é espiritual nem humano mas que é caracterizado pela divindade. A divindade é a expressão da vontade ou propósito Daquele em Quem vivemos, nos movemos e temos nossa existência. Aquele centro onde a vontade de Deus está focalizada e dinamicamente destacada para cumprir o propósito é Shamballa.
Chegou agora o tempo em que uma distinção deve ser feita pelos esoteristas entre as palavras “espiritual” e “divino”. Elasnão são a mesma coisa, nem têm o mesmo significado. A qualidade da espiritualidade é o Amor. A qualidade da divindade é a Vontade. Há uma distinção definitiva entre as duas e o princípio mediador (ou daquilo que relaciona ou une as duas qualidades) é a Sabedoria. Daquela Sabedoria o Buda foi uma expressão no tempo e no espaço. Isso significa que havia somente uma manifestação relativa e limitada daquele princípio de ligação e fusão. Sua grande conquista, não conscientizada por Ele, foi um inato e inconsciente reconhecimento (naquele tempo, não agora) e uma capacidade para expressar em si próprio uma energia de fusão, que poderia trazer juntos - e de fato trouxe - o amor a vontade, a alma e a Mônada. Ao mesmo tempo (e mais tarde em plena expressão na Palestina) o Cristo demonstrou - para o ensino à humanidade - a conciliação do amor e da inteligência, da alma e da personalidade. Esses são pontos de real importância para reter na mente.
Corporificando a divindade, portanto, num senso e forma incompreensíveis para os discípulos, e o que constitui a meta de individualidades tão avançadas como o Cristo, são um grupo de Vidas de Seres integrados focalizados Que permanecem em torno de Sanat Kumara, o Senhor do Mundo.
Como lhes disse antes, Sanat Kumara está para o Logos planetário o que a personalidade, mais a alma, é para o discípulo. Ele é também a força de coesão no planeta, sustentando, através de Sua influência irradiadora, todas as formas e todas as substâncias na forma planetária, de modo que eles constituam um todo coeso, energizado e funcional. Um paralelo a isso, embora numa escala muito menor, pode ser vista na influência irradiadora do Cristo, ao permear, energizar e sustentar em expressão coesa a Igreja Cristã em todos os seus múltiplos aspectos no mundo; uma analogia ainda menor pode ser vista na influência exercida por um discípulo que permanece no centro de um grupo e também o mantém coeso e em manifestação útil. Intermediário entre esses dois símbolos da vontade e amor, unidos em manifestação (o Cristo e um discípulo), é o trabalho de um discípulo mundial, pois a influência é ainda mais ampla e de maior alcance do que a de um discípulo, contudo não tão potente ou inclusiva quanto a do Cristo.
A coesão, afetando vidas, formas e substâncias, é uma expressão da vontade e propósito, motivada pelo amor e implementada de maneira inteligente na consecução dos planos através dos quais o Propósito busca expressão. Quando, todavia, se chega à potência tal como a de um Ser como Sanat Kumara, vemos Sua potência individual realçada e ampliada pela habilidade fundida de um grupo de Vidas Que - embora não tão avançadas quanto Ele estão no Caminho da Evolução que se estende diante dos Logos Planetários - são contudo de longe os mais avançados membros da Hierarquia Espiritual. São essas Vidas Que constituem o círculo mais interno da Câmara do Conselho do Senhor do Mundo. Seus contatos normais são extraplanetários e muito raramente são de natureza planetária. Eles estão em relação direta com o Logos Planetário em Seu próprio elevado plano, o plano mental cósmico. Esse grande e Desconhecido Ser usa Sanat Kumara como a alma usa uma personalidade temporária quando essa personalidade está num avançado estágio de consciência iniciada. Esse é somente um paralelo e uma analogia, e não deve ser indevidamente elaborado no detalhe do relacionamento.
A principal característica dessas Vidas é a Vontade ou Propósito. Elas incorporam e conscientemente conhecem e inteligentemente apreciam o que é a ideia motivadora que o Logos Planetário - trabalhando conscientemente em Seu próprio elevado nível - procura elaborar e conquistarem Sua planejada encarnação através de um planeta. Ele atua quando encarnado no plano cósmico físico, e incorpora os sete princípios dos quais nós conhecemos, e tudo é focalizado na e através da Individualidade de Sanat Kumara, implementado e energizado através dos sete centros planetários. Os três Budas de Atividade (Que também são Membros do Grande Conselho) são expressões das contrapartes dos níveis cósmicos da energia latente nos três átomos permanentes nos três mundos do esforço humano. Esse é mais uma vez um paralelo perigoso de se propor, pois - para um símbolo - falta-lhe qualquer verdadeira analogia.
Os Sete Espíritos diante do Trono de Deus são também Membros do Conselho, e cada um Deles está em íntima relação e contato com algum dos sete planetas sagrados em nosso sistema solar, e podem assim atrair as energias que eles corporificam .
Ficará evidente para vocês, por conseguinte, por inferência, quão poucos dos Membros da Hierarquia, comparativamente, foram capazes de alcançar o estado ou condição e desenvolvimento que pudesse garantir sua participação no grande Conselho, ou que pudesse capacitá-los para responder ao O, entoado a intervalos de cem anos por Sanat Kumara. Ele é o som que reúne as Unidades capazes de responder, em Conselho. Esse Conselho é reunido a intervalos de cem anos e tanto quanto isso diga respeito à nossa humanidade moderna, esses Conselhos estiveram reunidos - sob nossas datas arbitrárias - em 1725,1825,1925.
Nesses Conselhos, Aqueles que são responsáveis pela evolução planetária, segundo certas e predeterminadas linhas, trazem Seus relatórios. Uma decisão é tomada quanto a novos desenvolvimentos. Certos tipos de energia, cósmica e solar, são tornadas disponíveis para o desenvolvimento do Plano que implementa o Propósito. A evolução da consciência nos três mundos recebe, necessariamente, a maior atenção.
Gostaria de recordar que isso se refere não somente ao reino humano e seu desenvolvimento, mas aos três reinos sub-humanos que também são - de muitos pontos de vista - de igual importância que o humano. Isso é algo duro para a humanidade aceitar.
São essas grandes metas que lentamente despertam na consciência do iniciado à medida que ele avança passo a passo pelo Caminho da Iniciação. Elas devem necessariamente ser aqui registradas, mesmo que lidando com assuntos incompreensíveis para o leitor; a iniciação de outro modo poderia ser considerada como a conquista de uma condição relativamente estática e poderia colocar o iniciado num eterno impasse ou intransponível fundo de saco. A iniciação é de fato o reconhecimento das metas que são implementadas por Shamballa. Não é um processo pelo qual um homem se torne somente um Membro da Hierarquia Espiritual. A iniciação (como o candidato a compreende) é uma realidade somente incidental e preparatória para o Caminho da Evolução Superior.
Pouco há a acrescentar relativamente a esta Regra. O assunto é, como podem ver, muito avançado, mesmo para o iniciado que, em poucas décadas, lerá e estudará essas instruções. Que sua visão possa expandir-se e seu poder para pensar e refletir abstratamente possam crescer, é minha esperança e o que almejo, para vocês.