Navegação

Página Inicial
Livros de Alice Bailey

Psicologia Esotéria - Volume II
Volume I
Volume II


Volume II
Capítulo III - A Humanidade Atual - Parte - 2

A Humanidade Atual - Parte 2


2. O Novo Grupo de Servidores do Mundo

A primeira coisa que é preciso compreender é que existe um Plano para a humanidade e que este Plano sempre existiu. Tem sido executado através do desenvolvimento evolutivo das eras passadas e também graças ao impulso especial que foi dado de tempos em tempos pelos grandes intuitivos e instrutores das raças. Hoje há um número suficiente de homens e mulheres no mundo, desenvolvidos adequadamente, de modo que podem ser contatados e se trabalhar em conexão com ele. A questão torna-se cada vez mais um problema de reconhecimento grupal do que de revelação intuitiva.

Em segundo lugar, deve-se observar que há no nosso planeta um grupo de homens e de mulheres, pertencentes a todas as nações, que estão definitivamente no Caminho do Discipulado e que devido a isso, servem, todos eles, definitivamente, à raça.

Estão subjetiva e estreitamente unidos num só corpo que, à falta de melhor nome, chamamos o Novo Grupo de Servidores do Mundo. As suas características são bem conhecidas, porque muitas estudam cuidadosamente este grupo durante dois ou três anos e muitos também dele fazem parte.

Membros proeminentes deste grupo encontram-se em todos os países da Europa, China, no Japão, nas Américas do Norte e do Sul, e na África do Sul. Na Austrália, Nova Zelândia e outros países não mencionados aqui, encontram-se também membros e servidores deste grupo.

Muitos membros deste grupo conhecem-se ou reconhecem-se pela semelhança de objetivos, ideais e métodos observados no seu trabalho, mas em muitos casos não se conhecem entre si. Membros do grupo encontram-se em todos os campos do empreendimento humano - econômico, político, social e religioso. Estes quatro grupos estão enumerados em ordem de importância na presente situação mundial. Os problemas e dificuldades religiosos talvez sejam os mais fáceis de resolver e compreender porque são os mais facilmente reconhecidos. Os antagonismos religiosos são violentos hoje em dia, mas são conhecidos pelo que são, daí que o campo religioso seja mencionado em último lugar. Todavia é encorajador observar que o Novo Grupo de Servidores do Mundo, trabalhando cm conexão com o plano rapidamente emergente dos Grandes Seres tem aumentado de número de maneira vital nos últimos anos e que os membros estão mais estreitamente unidos do que antigamente. O grupo divide-se em duas partes:

1- Um núcleo interno, formado pelos servidores ativos que se conhecem entre si como discípulos, que está conscientemente em contato com o Plano e trabalha esforçadamente no seu desenvolvimento.

2- Aqueles que respondem à visão que lhes foi apresentada por este núcleo interno, e que estão nitidamente enfileirados ao lado do Plano. São, portanto, homens e mulheres de boa vontade.

Ligado a estes dois grupos há um público progressivamente crescente que começa a responder cada vez mais às novas ideias. Manifestam o seu interesse e estão desejosos de ver o Plano materializado de maneira apropriada na terra. As diversas necessidades de todos estes grupos devem ser satisfeitas e isto é precisamente o problema de todos aqueles que trabalham em colaboração com a Hierarquia.

Não é fácil para todos os que trabalham e lutam no campo de batalha da vida, ver o panorama mundial como realmente é. E difícil apreciar-se a urgência do momento presente, e avaliar-se corretamente a oportunidade que é oferecida para o aparecimento de mudanças urgentemente necessárias. É igualmente difícil medir-se a extensão e o poder das forças que trabalham em oposição. Seria inútil referirmo-nos a essas forças, se não tivéssemos oportunidade de triunfar e se a vitória não fosse possível. Sucesso e vitória são ambas possíveis se houver unidade de ideal e método entre nós.

Uma descrição do problema urgente para indicar os perigos e sugerir ao mesmo tempo o que deve ser feito no período próximo, tem valor prático. Uma parte do que aqui é dito é já bem conhecido, mas uma nova descrição permitir-nos-á expor os nossos planos com mais precisão e clareza.


a. Objetivos e Ideais

Afirmou-se que Aqueles que constituem o governo interno do mundo, a chamada Hierarquia planetária, trabalham para facilitar a entrada dos novos ideais e propósitos na consciência da raça.

Estes novos ideais e objetivos são característicos da Nova Era. Esta afirmação é importante, porque indica que o esforço feito atualmente está na linha do desenvolvimento evolutivo que prossegue no nosso planeta, o que assegura o seu sucesso final. O trabalho que o Novo Grupo de Servidores do Mundo está empenhado em realizar, está destinado a acelerar este processo, e a evitar assim um largo período de dificuldades e desordem. Quer este esforço tenha êxito ou não, o objetivo final está assegurado, mas poderá ser acelerado se os homens apreciarem convenientemente a situação com que presentemente se defrontam e tomarem as medidas necessárias para mudar a presente situação.

O novo Plano dos Grandes Seres é portanto, em última análise, simplesmente uma extensão do Plano tal como sempre existiu. Não há nenhuma mudança na ideia fundamental. O sucesso do esforço presente depende da disponibilidade das forças que existem para progressiva retidão e da capacidade dos discípulos do mundo para atuarem em uníssono, a fim de influenciar a opinião pública de forma tal que haja uma mudança, em escala mundial, nas atitudes humanas; mas os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo não devem dissipar os seus esforços em atividades secundárias, para as quais haverá tempo mais tarde, uma vez alcançado o objetivo principal. Pode-se dizer que os objetivos imediatos do Plano são os seguintes:

1- Elevar o nível da consciência humana de tal modo que os pensadores inteligentes de ambos os sexos estejam conscientemente em contato com o mundo das ideias e com o reino da percepção intuitiva. Isto significa que estarão orientados para a realidade.

Os homens e mulheres comuns serão então levados definitivamente a transferir a atenção do mundo das emoções em que têm até agora vivido, e começarão a viver mais nas suas naturezas mentais e a pensar com clareza e sensatamente. Como resultado direto da conscientização crescente dos dois grupos mencionados, as massas, como um todo, se beneficiarão de modo nítido. Verão condições de vida tão melhoradas e tão sabiamente ordenadas que o atual estado de temor e de intensa e competitiva luta pela existência será suplantado por verdadeira estabilidade e segurança. Uma vida mais descansada será consequentemente possível, o que permitirá aos homens desenvolver normalmente os seus poderes - mentais e espirituais.

Isto não é a descrição de uma Utopia imediata. A modificação da presente situação, ainda que em pequena escala, é uma tarefa hercúlea e porá exaustivamente à prova os recursos do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

2- O segundo objetivo Daqueles que dão execução ao Plano é a clarificação da situação internacional. E necessário que cada nação compreenda duas coisas:

Primeiro, a importância de atender aos seus próprios assuntos e problemas internos, que são os de embelezar a vida nacional, pela instauração da ordem, estabilidade e, sobretudo, liberdade. Cada nação deve ajustar-se internamente à paz. Isto não deve efetuar-se pela força das armas de algum grupo poderoso, mas sim pela sábia consideração das necessidades de todo o povo, sem excetuar qualquer setor da vida nacional.

Segundo, a capital importância de cada nação compreender as suas responsabilidade para com as outras nações, e a inter-relação de todas as partes da vida do nosso mundo. Esta compreensão produzirá um intercâmbio recíproco no campo econômico, porque este é o mais importante campo nesta época. Praticamente todas as dificuldades e problemas mundiais estão baseadas na situação econômica. E portanto, mais importante na solução do atual problema mundial do que as rivalidades políticas e as ambições nacionais egoístas e pessoais.

O assegurar o adequado fornecimento de alimentos, vestuário e facilidades de alojamento às massas não-pensantes produzirá uma mudança psicológica no mundo que será construtiva e sã e que introduzirá a tão desejada era de paz e abundância. Que o problema em pauta é difícil, ninguém o nega, e por ele são responsáveis o egoísmo e a avidez humana. Na realidade, é relativamente simples o problema, se não complicado pelas demasiadas estatísticas dedutivas e pela oposição egoísta do interesse nacional e interesses financeiros. O termo "interesses financeiros" não é aqui empregado para designar qualquer classe em particular, porque transferir o dinheiro de um grupo para outro não proporciona real solução. Qualquer setor que possua dinheiro em dado momento, exerce poder e isto é verdade, quer se trate da atual classe capitalista ou de um proletariado enriquecido ou de um governo ambicioso.

3- O terceiro objetivo é o crescimento da ideia de grupo com a ênfase consequente geral no bem do grupo, na compreensão grupal, nas inter- relações grupais e na boa vontade do grupo. Estes são os quatro ideais desses grupo subjetivo que trabalha no plano físico e a que chamamos o Novo Grupo dos Servidores do Mundo.

Se estes ideais puderem chegar a materializar-se, este novo grupo proporcionará um núcleo para o futuro grupo mundial que unirá todos os homens em prol da verdadeira fraternidade. Este grupo não se ocupará com experimentos nos vários campos da vida humana ou em conexão com os problemas mundiais. Os seus membros não trabalharão com vistas à proeminência política ou pelo sucesso de qualquer experiência particular no campo político, econômico ou religioso. O seu trabalho é a ênfase nos subjacentes princípios básicos e a educação da opinião pública ao longo de novas linhas. Procurarão revelar à humanidade a verdade e a síntese interna subjacente que é baseada em objetivos uniformes e que conduz àquela boa vontade universal que permitirá aos homens de qualquer país identificarem- se com os seus irmãos das outras partes do mundo.

Este grupo proporcionará uma unidade internacional, formada de homens inteligentes de boa vontade, que inevitavelmente controlarão o destino mundial, trarão paz ao mundo e organizarão assim a nova ordem mundial. Eles realizarão isto sem recorrer aos antigos métodos políticos, à propaganda violenta, e à força organizada que são características da ordem antiga. O seu método é o da educação; moldarão a opinião pública e fomentarão a boa vontade mútua e a interdependência nacional, religiosa e econômica. O que eles estão realmente tentando fazer é despertar, para uma mais plena atividade, um aspecto da natureza humana sempre presente, mas que tem estado subordinado a fins egoístas e ambiciosos. Os seres humanos são por natureza bondosos, quando as suas mentes não estão distorcidas, nem a sua visão alterada pelo falso ensino dos interesses egoístas, propaganda política ou dificuldades raciais e religiosas.

Baseamo-nos neste fato, e dada uma oportunidade correta e ajuda adequada, o trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo demonstrará este fato. Este novo grupo oferece um campo de esforço e um centro de energia para o qual se podem dirigir as pessoas de boa vontade em todos os lugares do mundo, unindo assim os seus recursos, fortalecendo-se mutuamente e fazendo soar em uníssono a nota da cooperação mútua para o bem estar de todos, sem distinção de crença ou raça. Isto não é uma generalização vaga e mística, sem conter qualquer plano ou propósito prático. E uma afirmação dos ideais sustentados por um vastíssimo grupo de homens e mulheres inteligentes que se encontram hoje em toda a parte do mundo e que trabalham em cooperação com Aqueles que atuam do lado interno da vida e Que sabem.

Estes objetivos não se alcançam pela propaganda apoiada na força, mas pelo exemplo, sustentado pelo sacrifício e amor. Outro importante objetivo do Plano, que se materializará mais tarde quando melhorarem as condições do mundo, é a emergência em atividade no plano físico, desse grupo de almas, das Quais o Novo Grupo de Servidores do Mundo são a representação externa. Este aparecimento pode chamar-se (em termos cristãos) a segunda vinda de Cristo com os Seus Discípulos, ou pode chamar-se a manifestação da Hierarquia planetária ou o aparecimento dos Mestres de Sabedoria, Aqueles que restabelecerão na terra os antigos mistérios e instituirão novamente a ordem da Iniciação.

Tal é, em largas pinceladas, a ideia geral dos objetivos do Plano e o propósito dos Guardiões. Cada uma das suas fases constitui um campo de serviço ativo, e todos os homens de boa vontade de toda a parte e os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo encontrarão o seu lugar num ou noutro setor. Os membros deste grupo constituem, na realidade, um grupo intermediário entre os Guardiões do Plano, que expressam a mente e o propósito de Deus, e o público inteligente. Constituem o "trust de cérebros" do planeta, porque lutam de maneira precisa com o problema da agitação e da angústia no campo econômico, político e religioso. Através deles, o Plano deverá cumprir-se, e se trabalharem com o desejado altruísmo e sabedoria e se demonstrarem perícia na ação, alcançarão finalmente, grande poder. Será, contudo, um poder baseado na boa vontade inteligente na compreensão correta da fraternidade e na determinação de produzir o bem geral da humanidade e não o bem de certos setores da vida nacional ou de certas nações à custa de outros setores e de outras nações.

Daí eu enfatizar constantemente a necessidade de pensarmos em termos de boa vontade para com o todo. O próprio esforço para pensar assim, é parte da técnica requerida para expandir a consciência humana atual, e nestas palavras enunciei o princípio básico em que se assenta a nova técnica de desenvolvimento e integração do mundo. O desenvolvimento da consciência do eu do indivíduo separado foi a técnica correta e desejada no passado. O desenvolvimento de grupo através da atividade do Novo Grupo de Servidores do Mundo, está destinado a constituir a técnica correta e desejada do futuro.

Falando genericamente, no mundo de hoje temos, portanto, as massas não inteligentes que estão rapidamente tornando-se autoconscientes, sob a pressão da vida atual e dos sistemas modernos de educação. Em segundo lugar, temos os indivíduos ou pensadores verdadeiramente autoconscientes que assumiram o controle e que têm lugar destacado nos assuntos mundiais, pelo poder dos seus pensamentos, proeminência e magnetismo das suas personalidades. Pela clareza do seu pensamento nos campos que escolheram, dominam as massas, mas dominam-nas no sentido separatista. Estas massas que eles dirigem podem ser divididas em duas partes: Uma minoria, inquieta, alerta, descontente e inteligente (minoria que abarca cerca de 40% do total). Os 60% restantes são formados pelas massas que mal pensam e que pouco mais são que animais emocionais. Vivem, trabalham, sofrem e lutam, mas não têm nenhuma ideia concreta de porque agem assim, nem para onde se dirigem como raça. Com estes últimos pouco ainda se pode fazer. Contudo, com a minoria de 40% muito se poderá realizar quando o Novo Grupo de Servidores do Mundo for suficientemente coeso. Deve-se também notar os idealistas e trabalhadores do mundo que se consagram a trabalhar em algum ideal que lhes parece encarnar tudo que é desejável e a resolver os problemas, tal como os veem à sua volta. Neste grupo poder-se-iam colocar os líderes e os ditadores do mundo atual, pouco importa o nome pelo qual são designados. Que os seus métodos possam ser indesejáveis, é frequentemente verdade, mas isso é relativamente pouco importante. Correta ou incorretamente, eles trabalham sob a inspiração de uma ideia; provocam mudanças definidas nas mentes dos seus semelhantes e nas condições mundiais; evocam uma resposta mental do público e do mundo. Põem, portanto, o mundo em dívida com eles, devido à introdução dessas mudanças que alteram o ritmo mundial e aceleram o seu passo. Desta maneira preparam-nos para as mudanças ainda mais revolucionárias da nova era. Alguns deles encontram-se incluídos no Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo representam os seguintes ideais:

1- Creem num governo interno do mundo e num plano evolutivo emergente. Podem observar os seus sinais no transcurso das eras. Que eles venham a exprimir o significado deste governo interno do mundo e da Hierarquia planetária de diferentes modos é inevitável. Que possam considerá-lo do ângulo particular das suas próprias tradições e escolas é também inevitável, mas sem importância. O que tem importância é que estão em contato com o centro de energia que está tentado guiar os assuntos humanos; conhecem alguns detalhes da parte imediata do plano e estão concentrando todas as suas energias para levá-lo avante.

2- Estão cultivando firmemente um espírito internacional de boa vontade e para tal consagram todos os esforços. Evitam todos os pontos de desavença, considerando-os como incidentais ao ponto evolutivo que a raça alcançou, e estão convencidos da mudança inevitável para melhor que está a caminho. Acentuam o esforço comum e procuram explicar ao público a tendência dos atuais esforços mundiais, à medida que estes começam a realizar o trabalho de conduzir o mundo para novos caminhos e de inculcar novos e melhores ideais nas mentes do povo.

3- Procuram também mostrar o fato de que muitas experimentos nacionais, religiosos e sociais são apenas modos de expansão, caminhos de crescimento e lições necessárias. Procuram fazer notar que os seus efeitos serão duplos. Primeiramente demonstrarão a utilidade das linhas de pensamento e métodos consequentes que libertarão finalmente a humanidade das suas limitações e angústias. Estes experimentos não são esforços perdidos. Têm o seu lugar e propósito. Segundo, demonstrarão as técnicas e métodos indesejáveis de governo e religião porque propagam o vírus do ódio, engendram as diferenciações de classes e distinções raciais e são portanto, prejudiciais à compreensão mundial, à boa vontade internacional e à amizade espiritual.

Não há hoje nenhum pensador em posição de destaque que nos seus momentos inspirados não valorize a necessidade de paz no mundo, de ordem internacional e compreensão religiosa - todos levando, em última análise, à estabilidade econômica. A ordem correta pela qual os homens encontrarão esta estabilidade é a indicada no lema antigo que certas fraternidades sempre acentuaram: Unidade, Paz e Abundância. Conduzem de modo consecutivo e automático de um para outro. Hoje o instrumento principal para o obtenção da unidade mundial é o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Existe apenas ainda em potencial, mas se lhe derem oportunidade e os meios necessários para prosseguir em seu trabalho, pode realizar verdadeiras transformações na consciência pública nos próximos anos e finalmente arrastar a massa da opinião pública atrás de si. Poderá progredir para uma grande utilidade e constituir finalmente um instrumento muito poderoso para obter a unidade, a paz e a abundância necessárias. A sua utilidade, contudo, pode ser apenas criada pelo esforço intenso e pelo constante autossacrifício por parte de todos os que conhecem alguma coisa dos objetivos do grupo e do que o Plano procura levar a cabo.


b. Linhas e Técnicas de Atividade Imediata

Duas linhas de atividade imediata são imperativas. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem ter constantemente presentes os ideais e objetivos anteriormente assinalados e devem também, tanto quanto possível, entrar em contato uns com os outros. Isto exige nossa atenção imediata. Os objetivos e os ideais do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem ser apresentados constante e claramente ao público pensante. É aos servidores e associados que cabe decidir sobre a forma de fazê-lo e os meios a empregar. Deve-se chamar a atenção para as atividades que estão evidentemente em linha com o Plano, e o trabalho e programas dos Servidores Mundiais deve ser tornado do conhecimento público e ser ajudado. Para tal, torna-se necessário combinar uma ação inteligente e deliberada com rapidez, devido à urgência da crise. Aqueles cuja função consiste em cooperar e ajudar aparecerão, mas a nossa percepção espiritual deve estar alerta para reconhecê-los. Eles devem evocar reconhecimento, X primeiramente, através do seu idealismo espiritual, e segundo, no campo do trabalho por meio da eficiência e capacidade. É essencial que possuam, tanto quanto possível, as qualidades de percepção espiritual intuitiva, mas é também imperativo que possuam experiência prática e formação eficiente na arte de moldar a opinião pública, na circulação das ideias, e na compreensão das relações humanas nos diversos campos de expressão humana.

Por meio de uma correta atividade interna e liderança inteligente, o Novo Grupo de Servidores do Mundo responderá cada vez mais às novas idéias apresentadas e crescerá em força, otimismo, relações internas e interação. Deverá converter-se, e converter-se-á, num corpo unido no mundo externo. A prova consistirá então em manter a claridade interna de visão e as relações subjetivas internas e, ao mesmo tempo, prosseguir com o trabalho no mundo com esforço unido e inteligente e com sucesso. Os verdadeiros valores baseados na boa vontade, na fraternidade e fundados na divindade inata do homem, devem preservar-se habilmente; o correto aproveitamento da oportunidade, além da utilização consagrada do poder mundano evocarão essa destreza na ação que vem da verdadeira dedicação e da correta meditação.

O Novo Grupo de Servidores do Mundo tem a imediata tarefa de alcançar o poder de modelar as ideias dos homens de acordo com as necessárias mudanças de pensamento e com a nova técnica de trabalho do mundo inteiro. Para fazer isso, é necessário explicar as ideias que se encontram por detrás do grupo e especificar claramente partes do Plano que são de imediata aplicação. Deve haver firme ênfase na realidade do que é interno e subjetivo (o mundo dos valores reais) e no poder dinâmico das ideias, na medida em que controlam, e pode demonstrar-se que controlam, tudo o que sucede hoje nas nações convulsionadas. O que acontece no mundo atual é a elaboração de ideias. No que respeita à técnica a empregar pode-se abreviadamente assinalar certos contrastes.

Atualmente todas as nações estão absorvidas na imposição de alguma ideia, ou grupo de ideias, aos seus povos. Esta tarefa parece aos líderes - não importa quão esclarecidos possam ser - exigir o uso da força, de uma forma ou de outra, e de drástica repressão. Isto tem de ser necessariamente o caso quando o fator tempo é mal interpretado. Os chefes estimam que o bem imediato do povo como um todo tem muito maior importância que qualquer acontecimento que possa advir a indivíduos ou pequenos grupos. No trabalho do N.G.S.M. o fator tempo será melhor compreendido e o trabalho será levado a termo com a maior rapidez possível porém sem qualquer coerção mental ou física. O assentamento de bases corretas e a promulgação de princípios corretos é de importância extraordinária e devem ser assegurados, mas não deve haver inadequada ênfase na arregimentação dos pensamentos dos homens dentro de um tempo estipulado. O terreno deve ser preparado com cuidado, previsão, premeditação e habilidade assim como os argumentos para fomentar a boa vontade, o crescimento e a difusão da fraternidade em escala internacional.

Teoricamente, o ideal da fraternidade tem sido apresentado por muitas organizações, fraternidades e grupos teosóficos; mas os que têm promulgado a ideia da fraternidade nestas várias organizações são eles próprios demasiado separatistas e sectários para levar adiante o trabalho construtivamente. Não é deles agora a função de organizar os homens de boa vontade no mundo porque insistem em rótulos, em certas exclusões, em trabalhar para a sua organização mais do que para a humanidade, e na necessidade das pessoas se filiarem a eles. Insistem na urgência de aderir-se a certas crenças estratificadas como, por exemplo, a doutrina da reencarnação como base da fraternidade, ou ainda na existência de Mestres como os que estão por detrás do Plano; mas os homens de boa vontade podem acreditar em tudo ou em nada disto. Tais doutrinas não afetam o seu reconhecimento de certas grandes tendências evolutivas, nem afetam a necessidade de reconhecerem as relações essenciais dos homens. E indubitavelmente verdade que o serviço prestado pelos grupos que promulgam estas ideias é incomensurável e que a humanidade contraiu com eles uma grande dívida. Também é exato que centenas de membros de várias organizações estão filiados ao Novo Grupo de Servidores do Mundo; mas materializar essas ideias que até agora se mantêm teóricas é a função primordial do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Torna-se-lhes necessário remover toda a teoria do domínio sentimental, do idealismo e da aspiração mística e apresentar a questão diante do público com um fator concreto e demonstrado.

Devem dar ênfase à expressão da boa vontade e ao cumprimento da lei do amor, e não à filiação em organizações, com seus rótulos e doutrinas. O Novo Grupo de Servidores do Mundo deve manter-se livre de tudo isto, porque de contrário o trabalho despedaçar-se-á nas antigas rochas da doutrina e organização. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem permanecer livremente unidos entre si pela sua mútua boa vontade e unanimidade dos seus objetivos, expressos sem distinção de fronteiras nacionais, distinções de raças ou preconceitos religiosos. Devem lançar o peso da sua influência em apoio a todos os movimentos que estão lutando para eliminar as diferenças e que expressam propósitos semelhantes. Os seus membros patrocinarão, ajudarão e alentarão muitos empreendimentos que trabalhem para a compreensão e síntese internacionais e que expressam as interpretações religiosas que ensinam o espírito de unidade.

O poder que o Novo Grupo de Servidores do Mundo manejará finalmente, será obtido de duas fontes:

Primeiro, desse centro interno ou governo subjetivo do mundo, cujos membros são responsáveis pela difusão dos ideais e das ideias que têm conduzido a humanidade para diante no curso das idades. Este centro interno existiu sempre e os grandes líderes da raça, em todos os setores, têm estado em contato com ele. Os grandes idealistas e trabalhadores mundiais (como o Cristo e o Seu grande irmão, o Buda, e os trabalhadores menores, como Platão, Spinoza, Abrahão Lincoln ou Florence Nightingale) estiveram todos associados a este centro fO raio de ação destes associados é tremendo e os graus destes trabalhadores são muitos, mas todos se distinguiram pelo autossacrifício, pelo trabalho desinteressado, pela melhoria de vida humana e por amor aos seus semelhantes. Contudo, todos receberam luz e inspiração desse ponto focal central. Os membros deste governo central podem estar vivos em corpos físicos ou desencarnados. Presume-se que há a crença na imortalidade entre os que leem estas páginas - a crença de que a consciência da alma se perpetua nalguma dimensão. Estas grandes almas distinguem-se principalmente pelo fato de que não conhecem limitações mentais e a sua inclusividade é tal que para eles não existem distinções raciais, nem diferenças religiosas.

A segunda fonte da qual o Novo Grupo de Servidores do Mundo extrairá o seu poder, será a dos homens de boa vontade que existem no mundo em qualquer momento dado. Eles serão capazes de pôr em ação, a qualquer momento, a força do pensamento e uma opinião pública de tal monta que estarão eventualmente numa posição precisa para afetar os assuntos do mundo. Outra das suas funções será pôr em contato os homens com ideais semelhantes, e também direcionar e estimular os seus esforços.

O conhecimento destes ideais será expandido por toda a parte, apesar da oposição e desconfiança; estas verdades devem ser expressas em todas as línguas possíveis e por todos os meios utilizáveis e toda a pessoa disponível deve ser utilizada para os fazer circular. Nenhum esforço deveria ser economizado no atual momento e durante os próximos anos. Este trabalho deve primeiro que tudo ser empreendido por meio da palavra escrita e mais tarde, quando pessoas treinadas estiverem disponíveis, por meio da palavra falada. Deve haver síntese de esforços e eliminação dos aspectos desnecessários e pessoais do trabalho.

Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo aprendem sobretudo pelo ouvido e graças a uma cuidadosa atenção que provém da atitude interna de constante "dar ouvidos". Estão desenvolvendo esta percepção espiritual que está latente mas não utilizada pelo homem comum. Devem captar as novas Palavras de Poder à medida que emerjam do centro de luz e força espiritual no mundo e, ao mesmo tempo, devem estar atentos ao grito da humanidade, que proclama as suas mais altas esperanças, aspirações e desejos. Esta atitude de escutar e o subsequente e rápido reajustamento aos comandos recebidos do interior é característica do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

A massa de pessoas que se reunirão à sua volta, deve ser ensinada pela vista, pela palavra escrita e mais tarde pelo sentido da visão interna. Deve- se recordar estes dois pontos, ao planejar o trabalho e procurar identificar os trabalhadores.

Deve-se dizer aqui uma palavra sobre os perigos que o Novo Grupo de Servidores do Mundo deve procurar evitar. Não se deverá esquecer, primeiro que tudo, que muitas pessoas de várias raças e diferentes pontos de vista religiosos fazem parte, consciente ou inconscientemente, deste grupo. Algumas estão tão perto do Plano que a clareza de sua visão e a compreensão são muito reais. Elas sabem. Têm necessidade, contudo, de estar muito segura quanto à ação correta em relação ao tempo. O seu principal problema é a habilidade de ação e não a acuidade de percepção. Outros não estão tão perto do Plano e só o conhecem de maneira vaga e geral. São almas consagradas e dedicadas, mas a ambição pessoal e nacional, e os preconceitos religiosos, governam ainda as suas mente, reações e hábitos de linguagem. Às vezes ressentem-se pelo fato de outros de diferentes raças, tradições e sentimentos religiosos poderem estar mais perto do Plano e dos Guardiões do Plano, do que elas. Questionam a autoridade de certos indivíduos do Novo Grupo dos Servidores do Mundo e às vezes trabalham de maneira prejudicial para com os discípulos que se encontram nos mesmos campos que elas. Isto não deve ser assim. Não há hoje tempo para coisas inúteis como o prestígio pessoal ou a supremacia de uma organização à custa de outra, ou para a suposta prioridade deste ou daquele ensinamento. Isto são coisas sem importância, mas que obstruem. Õ que é importante neste momento é a posição unificada que pode ser assumida pelos homens de boa vontade do mundo durante os próximos anos, de modo a mudar o curso dos acontecimentos humanos no sentido de evitar uma possível catástrofe, e introduzir uma era de união, paz e abundância. As ambições pessoais devem desaparecer. O desejo pessoal, a defesa pessoal, a autoafirmação não têm lugar nas fileiras do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Como é que se poderá fomentar a boa vontade no mundo, se aqueles que a professam lutam entre si? Como pode o Plano dos Grandes Seres progredir e a chefia da direção do mundo passar para as mãos daqueles que têm um objetivo espiritual determinado, se eles disputam lugares, situações e precedências? As personalidades não contam, somente as almas têm poder.

Que todos nós, por consequência, que pertencemos ao Novo Grupo de Servidores do Mundo ou que respondemos à mensagem da boa vontade, sacrifiquemos as nossas diferenças pessoais, mesquinhas interpretações e ambições egoístas no altar do serviço mundial e da amizade. Então podemos oferecer aos Guardiões do Plano um instrumento que Eles poderão utilizar livremente.

Outro perigo pode surgir se é dada ênfase indevida ao aspecto organização, do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Não se deve esquecer que não se trata de uma organização vulgar, como as que se encontram geralmente no mundo. O grupo é um organismo, não uma organização. Não é um grupo propagandista, como se entende do termo. Não está interessado em política, religião ou lugar. O seu trabalho é educação do ser humano e a expansão da consciência humana, de modo que possam captar as novas e verdadeiras ideias. A sua função é difundir a mensagem da boa vontade internacional e da unidade religiosa. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo são, primordialmente, intérpretes. Que eles possam ter situações e posições elevadas; que possam ser pessoas influentes e poderosas; que possam trabalhar pela palavra falada e escrita, empregar qualquer meio que o cérebro e o dinheiro permitam utilizar no seu esforço; que eles consigam demonstrar a mais alta capacidade em ação, tudo isto será verdade, se as coisas progredirem como devem; mas deve-se considerar tudo isso simplesmente como meios para alcançar um fim - promover em todo o mundo a boa vontade, compreensão inteligente e amorosa, unidade, paz e abundância.

A organização externa é importante na medida em que conduz ao hábil emprego das oportunidades e do dinheiro, mas a organização é, repito, apenas um meio para atingir o objetivo. A estruturação do N.G.S.M. em uma organização não é possível. Seus membros devem manter-se sempre sem organização, sem rótulos, livres para trabalhar onde individualmente melhor se adaptarem. Referimo-nos à organização dos recursos disponíveis, de modo que o Plano possa ser fomentado, os ideais tornarem-se práticos e o trabalho possa prosseguir inteligentemente.

Os vários planos que estamos considerando para o avanço e crescimento do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem ir, e irão, sempre para a frente. As ideias abreviadamente acima hão de desenvolver- se detalhadamente. As pessoas devem ser treinadas para trabalhar pela difusão destas ideias. O grande público terá de ser educado segundo os propósitos e objetivos do novo grupo. Devem formar-se grupos de Meditação devotados ao trabalho de contatar a visão e absorver a necessária sabedoria e poder. A Grande Invocação deve ser usada crescentemente; diariamente e a cada hora deve a Invocação ser irradiada. A essência do que aqui está apresentado, deveria ser reorganizada e readaptada para uso do público em geral porque é só por meio da repetição constante que os homens aprendem e estas coisas devem ser ditas e repetidas muitas vezes antes que o verdadeiro trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo possa fazer-se sentir.

A função do Novo Grupo consiste em equilibrar as forças que levam à desintegração e destruição, pela incorporação em si mesmo das forças de integração e construção. O Novo Grupo compensará finalmente, a tendência (tão prevalecente nesta época) para ódios raciais, e o ensinamento dado tenderá a negar as ideias atuais, tão poderosas na produção das clivagens e barreiras vigentes entre os homens, causando assim a separação e a guerra. Onde aparecer um grupo, ou grupos, que expresse ideias que realcem poderosamente um setor da opinião pública e um aspecto da vida, inevitavelmente aparece, segundo a lei de equilíbrio, outros para compensá-los. No momento atual da história da raça apareceram primeiro os grupos que fomentaram o espírito de clivagem e criaram as barreiras para bloquear o livre espírito do homem. Realizam o trabalho necessário, porque também eles estão incluídos no Plano. Depois, segundo a lei, devem aparecer os grupos que personificam as ideias que conduzem à integração e à obra construtiva. Levarão o mundo para uma volta mais elevada da espiral, eliminando as brechas, destruindo as barreiras e pondo fim às clivagens.


c. Funções do Novo Grupo de Servidores do Mundo

Seria vantajoso indicar agora três das funções deste Novo Grupo, de modo a formarmos uma ideia clara sobre o trabalho que deve ser realizado durante os próximos anos. Este trabalho é destinado:

1- A produzir um equilíbrio das forças presentes no mundo de hoje, responsáveis pela vasta agitação e caos, para que seja possível à raça voltar a um ponto de equilíbrio.

2- A agir como intérprete das novas atitudes e novas atividades que devem eventualmente governar os homens na Nova Era que chega.

3- A realizar a eventual síntese e unificação dos homens de boa vontade e de compreensão num corpo único e coeso. O grande número dos que trabalham isoladamente nos vários campos de atividades humana (política, religiosa, científica e econômica), devem ser postos em contato entre si, e levados a compreender a sua unidade essencial.

O principal objetivo e propósito de todos que estão associados ao Novo Grupo de Servidores do Mundo é trazer ordem ao caos, transformar os problemas amplamente separatistas da vida moderna em certa estabilidade. Os homens teriam então tempo para os necessários reajustamentos, para refletir profundamente e chegar a algumas conclusões vitais, e alcançar um período de relativa tranquilidade, no qual se possa ordenar novas maneiras de viver, de modo que soluções mais abrangentes possam ser percebidas e desenvolvidas.

Atualmente é tamanha a angústia mental, tão grande sofrimento econômico e tão arraigada é a generalizada ilusão, que não há oportunidade para precipitar aquilo que é iminente. As novas ideias, que são os vindouros ideais da raça, não conseguem realmente disseminar-se. Até agora, estas ideias são apenas pressentidas e compreendidas por alguns intuitivos e pensadores; as massas mantêm-se inconscientes das implicações da nova ordem. Estes pensadores podem ser orientados para a união e boa vontade, mas a maioria apodera-se dos ideais que lhes são apresentados, torcem-nos segundo suas próprias ambições, distorcem-nos e desviam-nos para os seus próprios fins egoístas. Impõem medidas drásticas aos povos, para obterem a aceitação dessas ideias por uma opinião pública ignorante e insatisfeita.

Vivemos numa era de extremismos - extrema riqueza e »extrema pobreza; extrema ignorância e extrema cultura; extremo descontentamento e extrema satisfação de ambições pessoais; extremo egoísmo e extremo autossacrifício. Por toda a parte pode-se ver o desmoronamento das instituições passadas, com o consequente caos e desastre, desespero e sofrimento. Ao mesmo tempo temos a barulhenta gritaria e o trabalho ativo de certos idealistas, que aproveitam a oportunidade que se lhes apresenta, para levarem as massas e as nações a determinadas atividades nas esferas governamentais e religiosas. As medidas que preconizam parecem justas e boas aos autoimpostos líderes, mas são muitas vezes, em última análise, apenas ideais mal interpretados, surgidos de uma ideia vagamente captada, e são geralmente impostos injustamente e aplicados erradamente. As massas oscilam entre estes extremos - inertes, impotentes, irrefletidas, facilmente influenciadas, arregimentadas e estandardizadas.

Em todos os países do mundo hoje existem pessoas de boa vontade e de verdadeira compreensão. Conhecem-se milhares delas. Contudo, estão dominadas pelo temor ou por um sentimento de futilidade e também pela convicção de que o trabalho a efetuar é tão grande que os seus pequenos esforços isolados são absolutamente insignificantes para derrubar as barreiras de ódio e de separatividade que se encontram por toda a parte. Pensam que não há nenhuma difusão organizada dos princípios que parecem conter a solução dos problemas mundiais. Não fazem ideia da força numérica dos que podem estar pensando como eles, e tornam-se, consequentemente, impotentes pelo seu isolamento, a sua falta de unidade, e pelo peso morto da inércia que os rodeia. O pensador poderoso ou o demagogo ambicioso, e o homem que tem um verdadeiro amor ao seu país (mas com as suas próprias ideias selecionadas sobre a solução dos problemas nacionais), aproveitam-se hoje da inércia geral, da crise e depressão do mundo para impor (se necessário pela força) os sistemas de governo e de controle que materializarão as suas interpretações do ideal. Isto as massas têm de aceitar e, como seguem normalmente a linha de menor resistência sem refletirem, facilmente são levadas a obedecer.

O argumento dos líderes é que as massas não têm grande visão e não sabem, nem podem saber, o que é bom para elas. Isto é indubitavelmente verdade. Por conseguinte, há que dizer-se-lhes o que devem fazer, e levá-las cegamente ou pela força a esse estado e forma de civilização que os líderes e seus associados creem (muitas vezes sinceramente) ser o melhor. No decorrer do processo, os que não concordam ou têm ideias próprias devem necessariamente ser levados ao paredão e silenciados; para o bem do todo. Esta é a situação geral, com exceção de certas diferenças nacionais de pouca importância à luz do problema básico. O bem estar da vida nacional pode ser pressentido e desejado, mas a integração da vida nacional no todo maior da humanidade - disto os líderes até agora, pouco parecem ver.

É já um antigo costume que, publicamente um partido ataque outro ou que um grupo de pensadores (sustentando as suas ideias peculiares) ataque outro que defenda ideias diferentes.

Neste processo o grupo mais poderoso faz desaparecer o mais fraco e as massas são exploradas, impondo-se-lhes o que devem fazer e pensar, sem um esforço verdadeiro de conduzi-las a uma compreensão correta. E a mesma coisa no campo religioso, mas as diferenças religiosas da raça são tão velhas que não há necessidade de enumerá-las aqui. Militaristas e pacifistas nos seus numerosos agrupamentos, comunistas e conservadores, socialistas e nazistas, republicanos e fascistas, democratas e progressistas, trabalho e capital, católicos e protestantes, agnósticos e fanáticos, políticos e idealistas, criminosos e os executores da lei mal interpretada, massas ignorantes e uns poucos inteligentes, além das distinções de classe, das diferenças raciais e dos feudos religiosos em ambos os hemisférios, reduziram o mundo a um estado de tumulto e completa desunião e fraqueza.

Diante destas condições, como se poderá restabelecer a ordem? Como poderá ser a situação econômica estabilizada, e o mundo conduzido a um estado em que haja uma justa e correta abastança para todos? Como é que se poderão curar as diferenças nacionais e eliminar os ódios raciais? Como poderão os diferentes grupos religiosos continuar o seu trabalho de conduzir os homens para a expressão da sua divindade dentro das linhas de herança individual e ao mesmo tempo, contudo, viverem em harmonia e apresentarem ao mundo uma frente unida? Como se poderá acabar com as guerras e instaurar a paz na terra? Como é que uma verdadeira prosperidade, resultado da unidade, de paz e abundância, poderá ser estabelecida?

Só há uma maneira. Pela ação unida dos homens e mulheres de compreensão e boa vontade em todos os países e em todas as nações. Firme e calmamente, sem precipitação, devem realizar três coisas:

Primeiramente, devem descobrir-se uns aos outros e porem-se em contato. Assim o sentimento de fraqueza e de futilidade será contrabalançado. Esta é a primeira tarefa e o dever do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Segundo, devem esclarecer e elucidar os princípios fundamentais, de vida reta de boa vontade e de harmonia, que são reconhecidos mas não aplicados por todas as pessoas que pensam corretamente hoje em dia. Estes princípios devem ser formulados em termos simples e postos em prática.

Terceiro, o público em geral deve ser educado dentro de tais princípios. Firme, regular e sistematicamente, devem ser-lhes ensinados os princípios de fraternidade, do internacionalismo baseado na boa vontade e no amor de todos os homens, na unidade religiosa e na interdependência cooperativa. Os indivíduos em cada nação e em cada agrupamento devem ser preparados para desempenhar a sua importante parte com boa vontade e compreensão; o grupo deve responsabilizar-se perante outros grupos; as responsabilidades de uma nação para com outra e de todas as nações para com o mundo das nações devem ser explicadas e realçadas.

Isto não é um programa ocioso ou místico, nem um programa impraticável. Não é trabalho de sapa, nem ataque a qualquer autoridade ou governo. Não há interesse em derrubar dirigentes ou na queda de qualquer partido político ou nacional. Existe, sim, um esforço inteligente e prático. Requer a cooperação de muitos tipos de mentes e de muitos executivos competentes. Os homens de boa vontade em cada país devem ser encontrados, e todos os que respondam a estes ideais devem ser reunidos através de listas de correspondência. A sua cooperação deve ser solicitada e sistematizada. Este programa exigirá, finalmente, a assistência de muitos conferencistas e escritores que trabalharão segundo os mesmos princípios idealistas mas com diferentes métodos. Pelo fato de conhecerem o seu próprio país, e a maneira mais efetiva de tornarem conhecidas as verdades básicas aos seus compatriotas, deve-se-lhes dar liberdade de trabalhar pela sua nação como melhor entenderem. Eles e todos os homens e mulheres de boa vontade constituem o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Um grupo central, escolhido entre eles sintetiza este trabalho e coordena-o, dando ao mesmo tempo a mais ampla liberdade aos servidores e trabalhadores individuais.

Este programa requererá paciência e muito trabalho cooperativo. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem ser descobertos através das suas reações a estes ideais; devem ser treinados nas novas linhas de conduta, e educados na técnica do reto pensar, na inofensividade ativa e na eliminação de antagonismos de qualquer espécie. Deverão conhecer a maneira pela qual estes ideais básicos de unidade mundial, síntese econômica e cooperação religiosa devem ser expressos e atingidos. Alei do Amor, expressada inteligentemente, deve ser aplicada em todas as relações humanas.

Esta tarefa da educação dos homens e mulheres de boa vontade do mundo deve realizar-se o mais depressa possível. Contudo, o trabalho deve prosseguir sem quebra da harmonia. Não deve haver interferência nas preferências e programas nacionais, nem depreciação dos governos nacionais, quaisquer que eles sejam. Nenhuma atividade política deve ser exercida em nome do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Semelhante ação seria continuar os antigos métodos e perpetuar os velhos ódios. Não deve haver ataques contra os partidos ou grupos, nem crítica às atividades nacionais ou a qualquer dirigente. Durante muito tempo utilizaram-se métodos que não lograram trazer a paz à terra. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo e os que lhes estão associados não apoiam partido algum e não são a favor ou contra qualquer grupo ou forma de controle. Este é a sua posição imperativa. Não dispõem de tempo, energia, nem de dinheiro para ataques ou contra-ataques. Contudo, a sua atitude não é de "não-resistência passiva". Estão ocupados em equilibrar as forças do mundo e em estimular o crescimento deste grupo de homens que representam a boa vontade, a compreensão e a fraternidade.

O mundo dos homens de hoje pode ser dividido em dois grandes grupos. Os que lutam por algum partido político, alguma forma de governo nacional, alguma atitude religiosa social ou econômica. São contra tudo que não se enquadre nas suas ideias. Há os que se opõem a estes e se agrupam contra eles. Partidarismo, luta a favor ou contra e espírito partidário é o que caracteriza o mundo moderno dos homens. Para estas atividades que levam à separação, divisão e conflitos, o Novo Grupo de Servidores do Mundo não tem tempo nem interesse por elas, pois o Novo Grupo defende aquelas atitudes que produzirão eventualmente um terceiro partido, livre de ódios políticos e religiosos. Até agora são desconhecidos, irreconhecidos e relativamente impotentes para produzir uma impressão nítida no pensamento mundial. Contudo, se houver perícia na ação e adesão aos princípios de cooperação harmoniosa, poderão em poucos anos demonstrar verdadeiro poder e influência.

O trabalho poderá então entrar no segundo ciclo de influência, pronunciada e clara. Isto só será possível se aqueles que tiverem esta visão fizerem todos os esforços e sacrifícios possíveis de tempo e dinheiro para levá-lo a cabo. Entre os explorados e os exploradores, os belicistas e os pacifistas, as massas e os dirigentes, afirmar-se-á este grupo sem tomar qualquer partido, sem demonstrar espírito partidário, sem fomentar ódios entre indivíduos, nações ou raças, e naturalmente, sem fomentar distúrbios políticos ou religiosos. Deverão manter-se como os intérpretes das corretas relações humanas, da unidade fundamental da humanidade, da fraternidade prática, da inofensividade positiva na palavra escrita e falada, e da síntese interna de objetivos que reconhece o valor do indivíduo e ao mesmo tempo o significado do trabalho de grupo. A propagação destas ideias e a difusão dos princípios de boa vontade produzirão este terceiro grupo nos assuntos mundiais.

No espaço de alguns anos, se o trabalho for desenvolvido segundo estes princípios, a opinião pública será obrigada a reconhecer a potência deste movimento para a paz, para a compreensão internacional e a boa vontade mútua. Com o tempo, a força numérica dos homens e mulheres de boa vontade no mundo será tão grande que poderão influenciar os acontecimentos mundiais. Haverá então número suficiente de pessoas ' .s na causa da boa vontade para afetar definitivamente o curso dos s mundiais.

Não se ensinará qualquer pacifismo vão. Não é um sonho místico que espera que Deus entre em ação e que confia que o futuro conserte as coisas. Não é uma ideia impraticável, sem aplicação possível. Trata-se do plano para o desenvolvimento de um grupo de pessoas, provenientes de todas as nações, treinadas no espírito de boa vontade e com uma percepção interna tão clara dos princípios que devem governar as relações humanas nos assuntos mundiais, que podem atuar poderosamente no campo da paz e da compreensão humanas. E um processo sistematizado de educação. Por este meio serão treinados, por toda a parte, homens e mulheres para viverem como expoentes da boa vontade, em todos os setores da vida, e é incrivelmente forte o poder da boa vontade inteligente para ajustar as dificuldades em cada departamento dos assuntos humanos. Mas até agora, este crescente espírito de boa vontade não foi desenvolvido, nem aplicado e sistematizado inteligentemente. Milhares de homens e mulheres de todo o mundo estão prontos para serem assim treinados, e para serem levados a cooperar reciprocamente, de modo que possa haver, eventualmente, unidade de esforços na causa da paz e das relações harmoniosas. O Novo Grupo de Servidores do Mundo procura descobrir estas pessoas e unificá-las num grupo coeso.

Para concluir, poder-se-ia dizer que o Novo Grupo de Servidores do Mundo procura auxiliar na restauração do equilíbrio e na paz do mundo, mediante a atividade - coordenada, definida e aplicada - deste grupo emergente de pessoas, que pode constituir um terceiro grupo ou "partido intermediário" (para utilizar termos do campo político), entre aqueles que lutam a favor e os que lutam contra qualquer grupo, organização religiosa, filiação política ou forma de governo.

Pelo seu trabalho, a consciência da humanidade será firmemente evocada para o caminho da retidão e da paz. A retidão será considerada como o estabelecimento consciente de corretas relações entre os homens. Quando for evocada a consciência das massas, e esta funcione, será possível uma opinião estável tão forte que, em nenhum país, serão tolerados atos de crueldade, de opressão, de obediência forçada através de personalidades, de engrandecimentos egoístas à custa dos indefesos, da ambição pessoal e de guerra.

Tempo virá na história da humanidade quando um número tão grande de pessoas já tenha despertado para os problemas e valores mais sutis do espírito, que as velhas atitudes e atividades tornar-se-ão em larga escala para sempre impossíveis. Este período que se aproxima corresponderá, na vida da humanidade, ao estágio da vida do discípulo e do cristão, quando ele não será mais vítima das suas tendências e hábitos errados, mas começará a dominá-los, pela imposição da sua vontade espiritual iluminada sobre a natureza inferior. Pela primeira vez na história, esta etapa pode agora ser desenvolvida na humanidade atual. Uma das principais funções do N.G.S.M. é a de produzir estas novas atitudes para fomentar o crescimento de uma verdadeira opinião pública, através da educação das pessoas, pensantes, nos princípios da boa vontade e corretas relações humanas. Estas por sua vez educarão as massas. Desta maneira será possível aproveitar-se a emergente tendência para a retidão e boa vontade que está hoje mais nitidamente presente, como que ainda fraca e até agora pouco compreendida.

A segunda função do Novo Grupo de Servidores do Mundo é interpretar os ideais e objetivos que devem governar a raça e familiarizar o público com as possibilidades imediatas. Por estes meios despertarão eventualmente nelas uma resposta inteligente, um desejo ardente e uma atividade correta. Desta maneira a ideia compartilhada por alguns tornar-se- á o ideal de um grande número e aparecerá, finalmente, como um fato atuante na consciência humana. Os novos e incoercíveis impulsos internos devem revelar-se ao intelecto humano. A tendência crescente para a fraternidade (de que os nossos empreendimentos filantrópicos modernos são uma ilustração), o ideal de bem estar do grupo em contraste com objetivos individuais egoístas e ambiciosos e a enunciação dos princípios que devem governar, e governarão, o próximo ciclo mundial, - estas interpretações e a sua correta e inteligente aplicação terão que ser levados adiante. Graças a esta forma de educação das massas a nova era começará a fazer sentir as suas potencialidades. As atividades do Novo Grupo de Servidores do Mundo conduzirão ao estabelecimento de dois fatos da maior importância. Até agora, são ainda simplesmente teorias para as massas, não obstante serem, para alguns, um conhecimento estabelecido. Eles são:

1- O fato de um Plano inteligente, em desenvolvimento, subjacente a todo o processo evolutivo do mundo, e que a história e o crescimento da consciência humana demonstram infalivelmente.

2- O fato da imortalidade da alma, ou da vida que persiste quando divorciada do corpo.

O reconhecimento destes dois fatos produzirá grandes mudanças nas atitudes e governos do mundo, quando o propósito que subjaz aos acontecimentos mundiais for compreendido e quando a esperança da imortalidade se tornar um fato conhecido e aceito. Os assuntos do mundo e as condições da vida moderna serão então vistos na sua verdadeira perspectiva. Não é necessário alargarmo-nos aqui sobre este assunto, mas quando for visto que o crescimento da boa vontade no mundo é a emergência natural daquilo que é inevitável, e quando tudo que está ocorrendo for visto na sua relação com um futuro eterno, então são y apresentadas às nossas mentes implicações de profunda magnitude para a raça.

A terceira função para o Novo Grupo de Servidores do Mundo - e esta é hoje de importância imediata - consiste em reunir, espontaneamente constituído, um grupo de homens e mulheres de boa vontade no mundo inteiro. Os que respondem a estas ideias e que não mostram nenhuma reação antagônica a estas verdades, devem ser postos em comunicação uns com os outros. Este grupo já existe. O núcleo para o trabalho já aqui está. O seu número deve ser aumentado continuamente a sua utilidade deve desenvolver-se por uma constante educação nos princípios básicos de boa vontade, durante os próximos cinco anos. Ter-se-á então acumulado energia suficiente de modo a tornar possível uma atividade correta. O Novo Grupo de Servidores do Mundo estará então em condição de moldar a opinião pública.


d. Regras de Procedimento

Tal é a tarefa com que se defronta o Novo Grupo de Servidores do Mundo. Qual deverá ser o procedimento imediato?

Sugerimos o procedimento seguinte. Quanto aos detalhes da sua aplicação estes variarão de vez em quando em diferentes países.

Os homens e mulheres de boa vontade que estão dispostos a ouvir, a refletir e a trabalhar, devem ser encontrados e contatados em cada país.

Em segundo lugar, estes homens e mulheres de boa vontade devem ser submetidos a um treinamento intensivo. Isto deverá ser levado a efeito através de impressos, contatos pessoais e correspondência; por meio de conferências e simpósios e eventualmente, se possível, através de um jornal que será, literalmente, o órgão do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Este divulgará informações relativas às atividades que fomentam a boa vontade, compreensão internacional, educação mundial e conquistas científicas.

Ao fim deste período deverá haver um número suficiente de pessoas no mundo despertas para estes princípios e para a oportunidade, de modo que poderão produzir um impacto definido sobre a consciência pública. Desta maneira crescerá rapidamente o contato com os verdadeiros intelectuais do mundo. A educação destes pensadores deverá ser levada a cabo pelos Servidores do Mundo em conformidade com as seguintes regras:

1- Nenhuma palavra deverá ser dita ou escrita que possa ser interpretada como partidarismo, ataque a algum dirigente, forma de governo, ou alguma atividade nacional. "O ódio não cessa pelo ódio; o ódio cessa pelo amor".

2- Nada deve ser publicado em folhetos, jornais, circulares ou cartas que possa suscitar o antagonismo de algum governo, partido político, estratégia econômica ou organização religiosa. Só deverão ser expressos princípios de aplicação universal, não se permitindo partidarismo de qualquer espécie.

3- Nenhuma raça ou nação deve ser considerada (quer seja de forma verbal ou escrita) de maior importância essencial que outra raça ou nação. A humanidade como um todo deve ser enfatizada. Contudo, aqueles que pensam de forma diferente não devem ser objeto de ataque. Ódios raciais, diferenças religiosas e ambições nacionais serão ignorados por este equilibrado terceiro grupo, o Novo Grupo de Servidores do Mundo.

4- Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo não deverão jamais identificar-se com qualquer propaganda política, religiosa ou social. Tal propaganda é separatista nos seus efeitos, e alimenta divisões e ódios. Certos Servidores do Mundo e alguns homens de boa vontade talvez sejam membros de organizações políticas, religiosas ou outras organizações, comprometidas em alguma atividade que cause divisões. Isto pode acontecer devido a inclinações passadas, ou por uma disciplina nacional imposta por hereditariedade ou por força das circunstâncias. Quando os homens de boa vontade se encontrem em tal situação, devem abster-se de fomentar o ódio e de tomar parte ativa na propaganda antagônica; podem considerar a sua posição como uma oportunidade - embora num ambiente muito desfavorável para interpor o tema da fraternidade, vivendo em espírito fraternal, expressando compreensão e amor.

5- Em todas as nações devem ser continuamente criadas Unidades de Serviço. Algumas já existem. Os seus objetivos são os seguintes:

a. Educar os cidadãos dessa nação para prestar serviço, num esforço amoroso e de ação não agressiva. Será inculcada uma inofensividade positiva que de maneira alguma exclua uma intensa atividade inteligente e a propagação de ideais que conduzam à compreensão mútua, e finalmente, à unidade, paz e abundância.

b. Estabelecer em cada país, e afinal em cada cidade, um serviço central onde estarão disponíveis informações sobre as atividades dos homens e mulheres de boa vontade de todo o mundo e das organizações, grupos e partidos que trabalhem nas mesmas linhas de compreensão internacional, cooperação mútua, unidade religiosa e interdependência econômica. Assim, muitos encontrarão aqueles que queiram cooperar no seu esforço particular para promover a paz no mundo. Desta forma o que, segundo estes princípios, está sendo realizado no mundo de hoje, pode ser assim sintetizado e estudado.

c. Reunir os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo e os seus associados pela semelhança de ideias e visão, de modo que em cada país e em cada cidade principal os Servidores do Mundo possam encontrar aqueles cujos propósitos sejam os mesmos que os seus, e que estão consagrados ao mesmo serviço e atividades. Será ensinada a mesma linguagem de fraternidade e bondade e promover-se-á assim uma confiança mútua e um espírito otimista.

d. Classificar e investigar o trabalho e os ideais de todos os grupos que dizem ter um programa internacional que se proponha a sanar as diferenças mundiais e as querelas nacionais, a trabalhar para uma melhor compreensão entre as raças e a harmonizar as distinções religiosas e as lutas de classe. Será feito um estudo das suas técnicas e modos de trabalho. Quando se verificar que estão imbuídos de propósitos verdadeiramente espirituais e harmonizadores, quando forem verdadeiramente apaziguadores das diferenças e estiverem sob a direção de homens de boa vontade, então deverá oferecer-se cooperação. Tais grupos já existem.

6- Não se deve permitir segredos no trabalho do Novo Grupo de Servidores do Mundo. As sociedades secretas são organizações sempre sujeitas ao ataque e à desconfiança. O Novo Grupo de Servidores do Mundo não tem nada a ocultar e os seus arquivos e métodos de trabalho devem estar sempre abertos à investigação. Os Serviços Secretos de qualquer país devem encontrar facilmente à sua disposição toda a literatura e informação. Não devem ser mantidas listas secretas. Os membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo devem ser encorajados a procurar contato com personalidades que ocupem posições destacadas nos círculos governamentais e eclesiásticos e esclarecê-los quanto aos objetivos do Grupo.

Não são necessários grandes esforços de imaginação para ver que, se este trabalho de educação da opinião pública prosseguir e, se a procura dos homens de boa vontade for levada a cabo, muito se poderá realizar. Milhares de pessoas podem juntar-se ao Novo Grupo de Servidores do Mundo e trabalhar nas Unidades de Serviço. Esta é a tarefa inicial. A maneira de utilizar o impacto dessa boa vontade e da compreensão inteligente, aparecerá gradualmente, como consequência do trabalho realizado e da situação mundial. A correta atividade necessária se evidenciará quando chegar o momento. A utilização metódica do poder em favor da boa vontade e da compreensão mundial será possível, e então, a natureza dos assuntos do mundo poderá transformar-se.

Isto pode ser feito; não pelos meios habituais e belicosos do passado ou pela vontade impositiva de algum grupo, mas pela educação da opinião das massas inteligentes; uma opinião que será baseada numa boa vontade treinada, na compreensão inteligente das necessidades da humanidade, e sem antagonismos em relação a qualquer ser vivo. Os conceitos iniciais devem ser levados a cabo na sua pureza essencial; o processo de assim educar o público deve ser realizado com inteligência e tato, e a sabedoria deve ser cultivada de modo a evitar qualquer antagonismo, crítica ou ódio. O poder de um tal grupo que trabalhe desta forma será enorme. Pode conseguir resultados espantosos. Isto não é uma promessa vã, mas algo que resulta da preservação dos conceitos iniciais e da prática firme da boa vontade.


e. Os Servidores do Mundo e a Lua Cheia de Maio

O mês de Maio, em que tem lugar o Festival de Wesak, tem o mais profundo significado para os que estão filiados à Grande Loja Branca (como o são todos os verdadeiros esoteristas). O período é sempre de interesse primordial e de rara oportunidade, mas o Festival de Wesak de 1936 foi único, e a Loja dos Mestres preparou-se para ele durante seis meses. Posso acrescentar que o Próprio Buda em Seu alto posto e o abençoado Senhor Maitreya (conhecido pelos discípulos cristãos como o Cristo) estiveram desde então em estreita comunicação e cooperação entre si, a fim de criar na família humana receptividade para uma possível afluência de força espiritual que possa servir para mudar a maré atual de desespero, depressão e incerteza, e assim iniciar uma era de paz e de cultura da alma. Esta é uma informação interessante, não é verdade?

Em conexão com estes Festivais em cada mês de Maio apresento-lhes uma oportunidade de servir e de realizar o tão desejado objetivo da paz. É possível a cada um de nós - na nossa pequena medida - cooperar com o Plano proposto e, portanto, o que tenho a dizer toma um novo aspecto e coloca a responsabilidade de materializar esse Plano na terra sobre os ombros de todos e de cada um de nós. O trabalho tem sido realizado com um intenso esforço, em duas direções - um, o esforço da Hierarquia para imprimir o Plano na mente dos homens e para transmitir o poder e a compreensão necessárias para realizar o trabalho desejado, e segundo, o esforço de todos os discípulos e aspirantes para responder, e levar à manifestação, o que está à espera no lado subjetivo da vida. Como, portanto, será dado curso ao trabalho na atualidade?

O nosso planeta, a Terra, é neste momento um ponto focal de muita atenção por parte dos Administradores do Plano, os Quais trabalham presentemente em conjunto com certos tipos de força e com certas Entidades Espirituais que não se encontram atualmente dentro do Círculo-não-se-passa da nossa vida planetária. Posso fazer aqui uma sugestão, sem entrar em detalhes? Esta sugestão pode ser aceita ou rejeitada de acordo com a intuição individual do estudante.

O Buda tem atualmente, uma função especial como mediador interplanetário e, como tal (nos próximos Festivais de Maio) procurará pôr em contato com a nossa Hierarquia da Terra certos Seres Espirituais. Eles próprios expressaram o desejo de ajudar na atual crise. Essa ajuda, se o esforço tiver êxito, virá na forma de uma maior afluência de energia espiritual, muito mais poderosa e um tanto diferente em qualidade de quantas têm afluído neste tempo para a nossa vida planetária e através dela. Os aspirantes e discípulos que puderem preparar-se para assumir uma maior responsabilidade espiritual e que puderem conservar a calma interior e uma atenção esotérica concentrada, podem ser lançados nesta corrente de força espiritual e podem, então assim, servir às necessidades da humanidade. Como transmissores, satisfazem a essa necessidade; como intérpretes, aumentam a capacidade do ser humano para responder e compreender.

A fim de levar a cabo esta transmissão de força, tem lugar uma peculiar permuta de ideias e de cooperação que prossegue entre o Senhor Buda e o Senhor Maitreya; Eles submetem-se a uma preparação bem determinada para apresentarem canais mais adequados de serviço, àqueles Seres Espirituais que se estão empenhando em ajudar. Três Mestres de cada um dos sete grupos de Mestres ligados a cada um dos raios, estão, por Sua vez, procurando estabelecer uma cooperação mais estreita com os Grandes Senhores, em preparação para a oportunidade que se apresenta. Estas vinte e três forças espirituais estão agrupadas para agir como um canal grupal de serviço no dia do Festival de Wesak e particularmente na hora da Lua cheia.

Fez-se um apelo a toda a Hierarquia de Mestres para que Se preparassem para um "Mês Santo" de serviço intenso e acelerado, e todos o Mestres dos Sete Raios - independentemente do trabalho presente do Seu departamento - estão prestando imediata cooperação e estabelecendo estreito contato com os três Mestres do Seu Raio particular que estão atuando como intermediários de raio. Este serviço é novo e especial; quanto à sua natureza particular não se torna necessário explicar, pois não seria compreendido.

Por Seu turno, a Hierarquia de Mestres está conclamando todos os iniciados e discípulos ativos e todos os aspirantes mentalmente focalizados para que colaborem o mais plenamente possível, num esforço intenso, para incrementar a receptividade da humanidade às novas forças que podem ser liberadas para realizar o benéfico trabalho de síntese durante o mês de Maio.

Somos chamados a prestar esta colaboração intensa. Se os dois Grandes Senhores e a Hierarquia atenta e focalizada conseguirem produzir o que se poderia considerar uma certa forma de alinhamento planetário e a necessária abertura do canal para que aquelas energias extraplanetárias possam fluir, restará ainda para os discípulos do mundo e para o Novo Grupo de Servidores do Mundo agirem como intermediários de transmissão e comunicação entre os pensadores do mundo e este grupo interno e espiritual de trabalhadores. Temos, portanto, a Hierarquia concentrada em profunda atenção sob o grupo dos dois Senhores, dos vinte e um chohans e dos Mestres dos sete raios. Temos os discípulos do mundo e o Novo Grupo de Servidores do Mundo aos quais é dada a oportunidade, por sua vez, de focalizarem e atuarem como um canal de transmissão. Temos também o infeliz e perplexo mundo dos homens, esperando em ardente expectativa por um acontecimento, que poderá ter lugar, se os aspirantes do mundo estiverem à altura da oportunidade oferecida.

Demos uma interessante informação esotérica. O período do Festival de Wesak nos planos internos cm 1936 e em 1937 foi prolongado para durar cinco dias, - dois antes e dois a seguir ao dia do Festival. O momento exato de Wesak é de grande importância. Os dois dias de preparação serão conhecidos como "dias de renúncia e desapego".

O dia do Festival será conhecido como o "dia da salvaguarda", enquanto os dois dias seguintes serão os "dias de distribuição". Estes termos têm, para a Hierarquia de Mestres, um significado um tanto diferente do que têm para nós, e é inútil (e também proibido) elucidar o seu significado mais profundo. Contudo, significam cinco dias de esforço de serviço intensíssimo, conduzindo à renúncia de tudo o que poderia diminuir a nossa utilidade como canais de força espiritual. Significa que depois da devida preparação, dedicação e esforço de elevação nos dois primeiros dias, no dia do Festival, consideramo-nos simplesmente como receptáculos ou guardiães da maior quantidade que pudermos guardar deste influxo de força espiritual. Como canais, devemos estar preparados para nos esquecermos de nós próprios neste serviço de contatar, conter e guardar esta força para o resto da humanidade. Devemos considerar o Festival como um dia de silêncio (refiro-me a uma paz interna e a uma solenidade silenciosa que podem ser preservados intactos ainda que o homem externamente possa estar usando da palavra em seu serviço); um dia de serviço vivido inteiramente nos níveis esotéricos e em completo esquecimento de si mesmo, em favor da humanidade e das suas necessidades. Durante este período, dois pensamentos apenas reterão a nossa constante atenção - a necessidade dos nossos semelhantes e a necessidade de prover um canal grupal pelo qual as forças espirituais possam ser derramadas através do corpo da humanidade sob a sábia direção dos membros escolhidos da Hierarquia.

Recordem que independentemente daquilo que somos, ou de onde estamos, ou da natureza do nosso meio, ou do isolamento que possamos sentir daqueles com quem podemos compartilhar a nossa visão espiritual, cada um de nós pode, nesse dia e nos períodos imediatamente anterior e posterior, trabalhar, pensar e agir em formação grupal e atual como um distribuidor silencioso de força.

Durante os dois dias que precedem à lua cheia, manteremos uma atitude de dedicação e serviço e procuraremos adotar uma atitude receptiva para o que a nossa alma possa comunicar-nos e nos torne úteis à Hierarquia. A Hierarquia trabalha por intermédio de grupos de almas, e a potência deste trabalho grupal será posta à prova. Por sua vez, esses grupos contatam e nutrem as personalidades dedicadas e atentas que estão à espera. No dia da lua cheia, tentamos manter-nos firmemente na luz. Não faremos conjecturas sobre o que possa suceder nem estaremos à procura de resultados ou efeitos tangíveis.

Nos dois dias seguintes, o foco da nossa atenção será firmemente afastado de nós mesmos e também dos planos subjacentes internos, e levado para o mundo externo; os nossos esforços consistirão em transmitir ou passar adiante o tanto de energia espiritual que pudemos antes contatar. O nosso trabalho neste especial e particular campo de cooperação terá, então, terminado.

Este esforço da Hierarquia é um esforço de cinco dias, precedido de preparação muito intensa. O trabalho preparatório para esta oportunidade é iniciado pela Hierarquia exatamente no momento em que "o sol começa a deslocar-se para o norte". Mas Eles não se fatigam como os seres humanos, e não é possível para o aspirante humano sustentar um período de preparação tão extenso, por maior que seja a sua devoção.

Quando o Grande Senhor estava na Terra, Ele disse aos Seus discípulos que o êxito do esforço espiritual de natureza curativa só se alcançava por meio da prece e do jejum. Querem refletir sobre estas palavras? Trata-se de um esforço grupal para uma vasta cura grupal e pela prece (desejo santificado, pensamento iluminado e intenso sentimento de aspiração) e pela disciplina do corpo físico durante um breve período e para um objetivo determinado, o trabalho pode ser feito.

O que é que deveria ser realizado em cada lua cheia de Maio? Irei enunciar os objetivos, na sua ordem e segundo a sua importância, com tanta clareza e concisão quanto permita este tema abstruso.

1- A liberação de certas energias que podem afetar poderosamente a humanidade e que, se liberadas, estimularão o espírito de amor, de fraternidade e de boa vontade no mundo. Essas energias são tão definidas e reais como as de que se ocupa a própria ciência que as chama de "raios cósmicos". Falo de energias verdadeiras e não de desejadas abstrações emocionais.

2- A fusão de todos os homens de boa vontade do mundo num todo integrado e com capacidade de resposta.

3- A invocação e a resposta de certos grandes Seres, Cujo trabalho pode ser, e será possível, se o primeiro destes objetivos for atingido, graças à realização do segundo objetivo. Meditem nesta síntese dos três objetivos. Por que nome estas Forças Vivas são chamadas é inteiramente imaterial. Podem ser consideradas como os vice regentes de Deus, Que podem e cooperarão com o Espírito de Vida e de Amor sobre o nosso planeta, Aquele no Qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Certos pensadores podem considerá-los como os Arcanjos do Altíssimo, Cujo trabalho tem sido possível pela atividade do Cristo e do Seu corpo de discípulos, a Igreja verdadeira e viva. Outros os considerarão como os guias da Hierarquia planetária, Que se encontram por detrás da nossa evolução planetária e Que raramente tomam uma parte ativa exterior nas atividades do mundo, deixando isso para os Mestres de Sabedoria, salvo nos casos excepcionais como o atual. Qualquer que seja o nome pelo qual Os chamemos, Eles estão prontos para ajudar, se o apelo for feito com força e poder suficientes por parte dos aspirantes e discípulos no momento da lua cheia de Maio e da lua cheia de Junho.

4- A evocação de uma atividade enérgica e concentrada do lado interno realizada pela Hierarquia dos Mestres, essas Mentes iluminadas às Quais foi confiado o trabalho de direção do mundo. Deseja-se uma resposta e pode ser obtida entre os seguintes três grupos:

a. A expectante e (neste momento) ansiosa Hierarquia – ansiosa porque nem mesmo Eles podem dizer como reagirá a humanidade, e se os homens serão suficientemente sensatos para aproveitar a oportunidade oferecida. Os Mestres aguardam, organizados sob a direção do Cristo, o Mestre dos Mestres e o Instrutor de anjos e homens. Ele foi instituído como o intermediário direto entre a terra e o Buda, Aquele que, por sua vez, é o intermediário consagrado entre a Hierarquia expectante e as Forças atentas.

b. O Novo Grupo de Servidores do Mundo, cujo objetivo é a paz do mundo, composto nesta época por todos os servidores sensíveis e consagrados da raça, que têm o propósito de estabelecer a boa vontade na terra, como a base para a futura vida e expansão mundiais. Originalmente, este grupo era formado por um punhado de discípulos aceitos e aspirantes consagrados. As suas fileiras foram abertas, nestes últimos dez meses, a todos os homens de boa vontade que trabalham ativamente por uma verdadeira compreensão, que estão prontos a sacrificarem-se para ajudar a humanidade, que não veem nenhuma linha de separação, mas têm, isso sim, o mesmo sentimento para com os homens de todas as raças, nacionalidades e credos.

c. As massas de homens e mulheres que responderam às ideias que foram lançadas, e que reagiram favoravelmente aos objetivos de compreensão internacional, interdependência econômica e unidade religiosa.

À medida que estes três grupos de pensadores e servidores se tenham contatado, quando os três grupos possam estar alinhados, ainda que momentaneamente, muito pode ser realizado; as portas da nova vida podem ser abertas para dar passagem ao influxo das novas forças espirituais. Tal é o objetivo e ideia do Grupo.

Posso fazer agora uma pergunta? Que importância tem para vocês, pessoalmente, esta lua cheia de Maio? Parece-lhes ter suficiente importância para realmente justificar tão grandes esforços de vocês? Creem sinceramente que nesse dia pode haver realmente uma liberação de energia espiritual suficientemente potente para mudar os assuntos mundiais, desde que os filhos dos homens desempenhem a sua parte? Acreditam realmente, e estão prontos na prática, a apoiar a crença de que nesse dia o Buda, em cooperação com o Cristo e com a Hierarquia de Mestres Iluminados, mais a ajuda oferecida de alguns dos Tronos, Principados e Poderes da Luz, que são a correspondência superiores dos poderes das trevas, estão prontos a executar os planos de Deus, quando for dado o direito e a permissão dos homens? A principal tarefa de vocês na atualidade, não é lutar contra os poderes do mal e as forças das trevas, mas despertar o interesse e mobilizar as forças da luz e os recursos dos homens de boa vontade e de inclinação correta no mundo atual. Não resistir ao mal, mas organizar e mobilizar o bem e assim fortalecer as mãos dos trabalhadores que estão no lado do direito e do amor, para que o mal tenha menos oportunidades.

Se vocês tiverem fé como um grão de mostarda no que lhes disse, se tiverem uma crença firme no trabalho do espírito de Deus e na divindade do homem, então esqueçam-se de si próprios e consagrem cada um dos seus esforços, a partir do momento em que receberem esta comunicação, para a tarefa de cooperar no esforço organizado, a fim de mudar o curso dos assuntos mundiais por meio de um acréscimo no espírito de amor e de boa vontade no mundo durante o mês de Maio.

No esforço em ajudar o mundo nesse momento, três coisas de natureza prática podem ser feitas. Não me refiro à tarefa da preparação que cada um de vocês individualmente, efetuará internamente. Purificação, sacrifício, pensamento claro e crescente sensibilidade devem ser ativamente desejados e trabalhados em cada um de vocês sozinho, no lugar secreto do seu coração. Seu esforço deve ser o de organizar seus assuntos particulares, de modo que na semana da lua cheia possam dispor da maior oportunidade de cooperar; e o julgamento sensato e a expressão da verdadeira habilidade na ação devam ser a sua comprovada eficiência ao procurarem despertar seu círculo mais chegado para a importância do momento. Estes são pré- requisitos. Falo aqui do esforço geral que podem realizar e que está compreendido em três categorias:

1. A instrução e a mobilização ativa dos aspirantes e discípulos do mundo já conhecidos, não importa em que grupo trabalhem, de modo a que se preparem devidamente, trabalhando nos seus próprios grupos conforme melhor lhes pareça.

2. Conclamar à participação todos aqueles que se possam alcançar, avisando-os do dia da oportunidade, mobilizando-os para um vasto esforço mundial a fim de despertar um novo espírito de boa vontade, e apelando para o uso unido da Grande Invocação no dia da lua cheia de Wesak. Todos os esforços possíveis devem ser feitos pelos trabalhadores em cada país, para que aumente o número daqueles que usam esta Invocação e para que o público se familiarize com os ideais que o Novo Grupo de Servidores do Mundo representa. Todos aqueles a quem puderem alcançar nas nações do mundo devem ser instruídos e ajudados a difundir o uso da Invocação na sua própria língua, e em termos que sejam aceitáveis, e um esforço generalizado deve ser feito para organizar o seu emprego simultâneo no dia da lua cheia de Maio. Aqueles que a usarem devem ser instruídos para dizer as palavras em voz alta, obtendo-se assim um volume de som de potência real, e devem dizê-lo com todo o poder de suas vontades. O objetivo das Forças que podem ajudar neste momento é a invocação da "vontade para o bem". E de importância capital compreender isto.

3. A organização de reuniões públicas, numa escala tão larga quanto possível, a terem lugar no dia da lua cheia. Isto significa que as reuniões devem ter lugar para o público a qualquer hora durante as dezoito horas que antecedem e incluem o tempo da lua cheia. A hora exata é sem importância, desde que o maior número possível de pessoas participe ao mesmo tempo, em algum momento, durante as dezoito horas precedentes, ajudando a estabelecer as bases para o trabalho que se realizará no momento da lua cheia. Contudo, os aspirantes que possam fazê-lo, devem procurar estar em meditação, em grupo se possível, no momento exato, e o seu trabalho consistirá em acumular a energia então disponível e utilizar o vórtice de força gerado anteriormente nas reuniões públicas, e assim lançar o peso da demanda pública para a paz e a luz, para o lado do esforço da Hierarquia.

O modo como estes três objetivos devem ser conduzidos e o impulso que deve movimentar o mundo, num esforço organizado, com vista à paz e à cooperação mundiais, deverá ser decidido pelas exigências da época, por suas necessidades no momento, as circunstâncias de lugar e país, e pelas condições do meio ambiente.

Os representantes das várias Unidades de Serviço nos diferentes países devem ser chamados a cooperar e podem receber esta instrução nos casos em que os conhecerem e aos seus interesses. E a difusão geral e o emprego inteligente da Grande Invocação que se deseja. E preciso exortar o grande público, por todos os meios possíveis, a empregá-la. Deve-se utilizar o rádio, a imprensa e todos os homens de boa vontade devem ser contatados, mesmo que sob o ponto de vista ocultista não sejam iluminados, nem se deem conta da presença condutora da Hierarquia e da oportunidade oferecida agora pelo esforço uno de Buda e do Cristo.

Que todos os que procuram ajudar considerem com cuidado o que podem fazer e qual a contribuição que podem dar. Que procurem decidir, depois de pensar cuidadosamente o que podem sacrificar e como poderão subordinar às suas personalidades, normalmente egoístas, neste grande "empurrão" dado pela Hierarquia, pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo, e pelos homens de boa vontade em todo mundo. As barreiras que separam um homem do outro homem e uma nação da outra nação podem ser derrubadas. O espírito da paz pode ser tão poderoso que os necessários ajustamentos poderão realizar-se natural e suavemente. A iluminação das mentes dos homens e a renovada organização dos seus esforços para obter a fraternidade devem ser estimulados para uma atividade nova e maior.

Deste grande esforço possível, com vista à integração que pode ser enfocada no momento do Festival de Wesak, e intensificado durante as vinte e quatro horas que precedem a lua cheia, pode surgir o verdadeiro germe de grupo da Nova Era, do novo mundo e dos novos ideais. Este grupo não funcionará sob nome algum e permanecerá perfeitamente flexível e com uma organização livre, sem ser dirigida por comissão alguma, mas governado através da cooperação inteligente de um grupo, representado pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Estes pertencerão a todas as nações e religiões.

O apelo para a ajuda dos discípulos e aspirantes do mundo que constituem o Novo Grupo de Servidores do Mundo, foi lançado pela Hierarquia e foi claramente expresso que ninguém é demasiado fraco nem tão insignificante que não tenha algo para oferecer; todos podem fazer alguma coisa para terminar com o impasse atual e assim tornar possível inaugurar uma nova era de paz e de boa vontade. «Desejaria tornar claro, contudo, que não é para nenhum futuro que trabalhamos, e que o nosso principal objetivo neste momento, é duplo:

1- Quebrar um ritmo antigo e estabelecer um novo e melhor. Para fazer isso, Tempo é o fator supremo. Se pudermos retardar a cristalização de um mal necessário, e assim impedir que acontecimentos calamitosos ocorram, dar-se-á tempo para os processos de transmutação, para a dissipação daquilo que, de uma maneira ou outra, há de precipitar-se, e para que o Novo Grupo de Servidores do Mundo, que constitui o nosso instrumento atual no mundo, possa dedicar-se às suas atividades.

2- Fundir e mesclar as aspirações unidas de todos os povos em cada lua cheia de Maio, para que um canal possa ser aberto, livre e estabelecido entre o Novo Grupo de Servidores do Mundo (composto por todos os verdadeiros discípulos, aspirantes e homens de boa vontade, sem ter em conta a sua nacionalidade ou credo) e a Hierarquia que espera. Uma vez que o canal esteja estabelecido de forma permanente e que um número suficientemente grande de pensadores, homens e mulheres, esteja consciente da sua função e possibilidades, será mais fácil aos Guias da raça impressionar a consciência pública e assim influenciar a opinião pública. Assim a humanidade poderá ser guiada de uma maneira mais precisa porque daí emergirá alguma colaboração consciente. O estabelecimento desse canal, pelos aspirantes do mundo, é possível. Apresentei-lhes um programa científico de trabalho. É mais do que uma desejada aspiração organizada, por parte de um vasto grupo de pessoas. É um esforço mental persistente e envolve trabalhar com certas leis do reino espiritual que começam agora a ser conhecidas.

Há uma lei chamada Lei do Impulso Magnético, ou União Polar, que desempenha aqui um ativo papel. Esta lei governa a relação da alma de um grupo com a alma de outros grupos. Governa a interação, vital mas até agora não conscientizada com uma potência, entre a alma do quarto reino da natureza, o humano, e a alma dos três reinos sub-humanos, e da mesma forma, com os três reinos super-humanos. Devido ao papel principal que a humanidade deve desempenhar no vasto esquema ou Plano de Deus, esta lei será a lei determinante da raça. Contudo, isto não será possível até que a maioria dos seres humanos tenha compreendido, ainda que em parte, o que significa funcionar como almas. Aí então, em obediência a esta lei, a humanidade agirá como transmissora de luz, de energia e poder espiritual para os reinos sub-humanos, e constituirá um canal de comunicação entre "o que está em cima e o que está em baixo". Tal é o alto destino da raça.

É exatamente aqui que posso talvez ilustrar melhor esta lei e ajudar o nosso trabalho nos próximos Festivais de Wesak.

Assim como certos seres humanos estabeleceram definitivamente através da meditação, disciplina e serviço, um contato com as suas próprias almas, e podem, portanto, tornar-se canais para a expressão da alma e mediadores para a distribuição de energia da alma para o mundo, assim estes mesmos homens e mulheres, como um todo, formam um grupo de almas em harmonia com a fonte de abastecimento espiritual. Como grupo, e sob o ângulo da Hierarquia, elas estabeleceram um contato e estão "em ligação" com o mundo das realidades espirituais. Assim como o discípulo individual estabiliza este contato e aprende a fazer um rápido alinhamento e então, e só então, pode entrar em contato com o Mestre do seu grupo e responder inteligentemente ao Plano, assim também esse grupo de almas alinhadas entra em contato com certas grandes Vidas e Forças de Luz, tais como o Cristo e o Buda. A aspiração, consagração e devoção inteligentes do grupo conduzem os indivíduos que o compõem a alturas mais elevadas do que as que poderiam alcançar isoladamente. A estimulação do grupo e o esforço unido levam o grupo todo a uma intensa realização que seria impossível de outro modo. Assim como a Lei de Atração, atuando no plano físico, uniu os homens e mulheres num esforço grupal, assim também a Lei de Impulso Magnético pode começar a controlá-los, quando, outra vez como grupo e só como um grupo, se constituem como canal uno para o serviço, em total autoesquecimento.

Este pensamento encarna a oportunidade que se oferece imediatamente a todos os grupos de aspirantes e dos homens aliados de boa vontade no mundo de hoje. Muito poderão realizar, se trabalharem unidos como um grupo de almas, durante o período da lua cheia de Maio.

Este pensamento ilustra também o significado da lei que produz a união polar. O que é necessário compreender claramente é que neste trabalho não está envolvida nenhuma ambição pessoal (mesmo a de natureza espiritual) e não se procura nenhuma união pessoal. Não é a união mística das escrituras ou da tradição mística. Não é um alinhamento ou união com o grupo de um Mestre ou fusão com um agrupamento interno de discípulos consagrados, nem mesmo com a vida do seu próprio Raio.

Todos estes fatores constituem implicações preliminares e são de aplicação individual. Peço que reflitam sobre esta frase. A união de que falamos agora é uma coisa mais grandiosa e mais vital porque é uma união de grupo.

O que estamos procurando fazer é conduzir um esforço grupal tão intenso que - no momento certo e como resultado de seu crescente momentum - produzirá um impulso de tamanha potência magnética que chegará até àquelas Vidas Que meditam sobre a humanidade e nossa civilização, e Que trabalham por intermédio dos Mestres de Sabedoria e da Hierarquia, em conjunto. Este esforço grupal provocará como resposta da parte d'Eles um impulso magnético que unirá, por meio da aspiração grupal, as Forças benéficas e protetoras. Através do esforço concentrado destes grupos no mundo de hoje (que constituem, subjetivamente, Um único grupo), a luz, a inspiração e a revelação espiritual poderão ser liberadas num tal fluxo de força que operarão mudanças definitivas na consciência humana e melhorarão as condições do nosso necessitado mundo. Abrirá os olhos dos homens para as realidades básicas, que só vagamente são percebidas pelo público pensante. Então, a própria humanidade fará as correções necessárias, na crença de que poderá fazê-lo pelo poder da sua própria sabedoria e força; contudo, durante todo o tempo, por trás da cena, encontram-se agrupados os aspirantes do mundo, trabalhando silenciosamente, unidos entre si e com a Hierarquia, mantendo assim aberto o canal através do qual a sabedoria, a força e o amor necessários podem fluir.

Dever-se-á, portanto, encontrar nesta grande tarefa as seguintes relações e agrupamentos:

1- As Forças da Luz e o Espírito da Paz, Vidas personificadas, de tremenda potência grupal.
2- A Hierarquia Planetária.
3- O Buda.
4- O Cristo.
5- O Novo Grupo de Servidores do Mundo.
6- A humanidade.

Notarão que o Buda centraliza em Si mesmo as forças descendentes, enquanto o Cristo focaliza em Si mesmo a demanda exterior e a aspiração espiritual do planeta inteiro. Isto constitui um alinhamento planetário de grande potência. Se for realizado o trabalho devido durante os Festivais de Wesak, os necessários ajustamentos no mundo poderão ser feitos. O êxito ou fracasso encontram-se, em grande medida, nas mãos do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Nesta classificação, descrevi um pouco do que está implícito nas palavras "A Lei da União Polar". Todo o processo diz respeito à consciência, e os resultados devem desenvolver-se na consciência, com os subsequentes acontecimentos no plano físico, dependendo do ponto de conscientização dos homens de boa vontade, quer eles estejam dentro ou fora do Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Dirigido com sucesso e inteligentemente, este processo deverá tornar possível inaugurar uma nova relação entre a Hierarquia e a humanidade. Este esforço poderia, e esperamos que sim, marcar o começo de um tipo novo de trabalho de mediação - um trabalho conduzido neste momento por um grupo salvador de Servidores que estão sendo treinados para estabelecer o grupo que finalmente salvará o mundo. Este trabalho mediador implica o reconhecimento da Lei do Impulso Magnético e no desejo de compreendê-la e de cooperar com Aqueles Que a exercem. Por meio desta Lei e da correta compreensão que tenhamos dela, será possível estabelecer a necessária união entre as almas, que são, elas próprias, o símbolo da Alma em todas as formas e as almas na prisão. Uma grande parte do sucesso deste esforço dependerá da compreensão intelectual dos membros do Novo Grupo de Servidores do Mundo, sobre a técnica implícita.

O sucesso também dependerá da prontidão em aceitar a ideia da oportunidade apresentada em cada período de lua cheia, e ainda da decisão de trabalhar de acordo com as linhas já indicadas. Por enquanto os servidores não têm qualquer garantia quanto à veracidade das declarações feitas sobre a importância do período da lua cheia, nem tão pouco qualquer conhecimento pessoal da situação tal como foi descrita. Alguns nem sequer sabem que existe uma Hierarquia atenta, mas são almas consagradas e desinteressadas e como tais, pertencem ao Novo Grupo de Servidores do Mundo. Se elas puderem aspirar, orar, meditar e servir concentrando-se em uníssono com todos os servidores no momento da lua cheia de Maio, a salvação da humanidade poderá prosseguir com muito maior rapidez do que até agora, e os resultados serão apreciavelmente visíveis.

Para o discípulo individual, o significado da Lei do Impulso Magnético e as correspondentes relações na sua própria vida, podem também indicar- se no quadro seguinte:

1- O mundo das almas nos níveis mentais superiores.
2- O Mestre do seu grupo.
3- O anjo solar.
4- O discípulo aspirante nos níveis mentais inferiores.
5- A personalidade, integrada e frequentemente perturbadora.
6- Os associados à volta do aspirante.

E útil para os estudantes ter em mente estas analogias, porque podem muitas vezes libertar-se das limitações de suas vidas e chegar à verdadeira compreensão de mais largos horizontes quando veem que as suas pequenas e insignificantes vidas são apenas o reflexo de maiores e mais importantes fatores.

É inteligente recordar sempre que no plano da existência da alma não há separação, "a minha alma e a tua alma". É apenas nos três mundos de ilusão e maia que nós pensamos em termos de almas e corpos. Isto é um lugar comum oculto muito conhecido de vocês, mas a constante repetição de verdades bem conhecidas pode finalmente levá-los a compreender a sua exatidão.

Início