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Livros de Alice Bailey

Psicologia Esotéria - Volume II
Volume I
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Volume II
Capítulo I - O Raio Egoico - III. Os Cinco Grupos de Almas

III - Os Cinco Grupos de Almas

Iniciamos agora o estudo dos cinco grupos de almas. A fim de poder classificar e comparar, dividiremos a nossa humanidade nos seguintes grupos:

1- Egos Lemurianos A nossa verdadeira Humanidade Terrestre.
2- Egos que entravam em Atlântida.
3- Egos da cadeia lunar proveniente da Lua.
4- Egos provenientes de outros planetas.
5- Egos raros e avançados aguardando encarnação.

Começamos, portanto, com um breve exame de um assunto para o qual tanto o psicólogo como o estudante comuns consideram como fantasioso e não inteligível, por não estarem familiarizados com o ensino e termos ocultistas. A razão disso é que estamos considerando a origem das almas que se expressam por meio dos seres humanos, dos egos que atuam através da forma e que são, portanto, intangíveis e - cientificamente falando - não é possível provar-lhes a origem. A sua existência só pode ser pressentida por aqueles que aceitam a interferência, dedução e conclusões que não podem ser demonstradas com os atuais veículos de manifestação do homem. A psicologia moderna, de uma maneira geral, considera a alma sob uma ou outra das maneiras seguintes:

1- Ou como não-existente, a única coisa evidente e comprovável sendo o mecanismo inteligente.

2- Como sendo a soma total das ações conscientes das células do corpo por outras palavras - a sensibilidade do organismo.

3- Como um ego evoluindo gradualmente, comunicando a vida e, com o tempo, a consciência; considerado como sendo condicionado pelo corpo e como um produto da evolução daquele corpo, no curso das idades. Contudo, não existe nos tipos inferiores dos seres humanos; possivelmente será imortal, mas não se pode provar e não pode ser aceita como um fato.

4- Como um Ego definido, uma entidade que anima um corpo, que atua em diversos níveis da consciência humana, possuindo continuidade, imortalidade e potencialidade.

O ensinamento ocultista aceita todas estas hipóteses como corretas, mas relativas no tempo e espaço, e como referindo-se a diferentes formas de vida divina e aos diversos aspectos dessas formas. É do ensino ocultista, certo ou errado, que nos ocupamos atualmente e as nossas premissas e conclusões podem ser formuladas nas proposições seguintes:

1- Todo ser humano, encarnado ou não, é um "fragmento da divindade" e um posto avançado da consciência divina, atuando no tempo e no espaço para expressar-se.

2- Todas as almas, todos os egos ou seres humanos, encontram-se, como temos visto, numa das sete emanações da energia espiritual, que provêm de Deus no começo de uma era de atividade criadora. Voltam à Fonte emanadora quando esse ciclo particular chega ao seu fim.

3- No intervalo entre a emanação e a reabsorção, estas almas passam por várias experiências, até o momento em que possam "brilhar com toda a sua rigorosa verdade".

4- Foram chamadas, como foi dito no Tratado sobre Fogo Cósmico, (pág. 855, ed. ing.),

1- Lótus de revelação.
2- Lótus perfumado.
3- Lótus radiante.
4- Lótus cuja flor está prestes a abrir-se.
5- Lótus de condição fechada e selada.
6- Lótus incolor.
7- Lótus em botão.

5- Estas almas, que ciclicamente adotam diversas formas de vida ao longo do curso do processo evolutivo, chegam finalmente à plenitude de uma existência autoconsciente. Isto significa que são autodeterminadas, autocondicionadas e autoconscientes. São também conscientes do seu meio e respondem a ele.

6- Logo que se alcança este estado de consciência o progresso c mais rápido. Deve-se ter em conta que muitos seres humanos não chegaram a este grau de conscientização. Os agrupamentos que podem surgir quando se fala deste estado de consciência (limitando as nossas ideias ao círculo da família humana), podem enunciar-se do modo seguinte:

1- As almas que vivem, mas cuja consciência dorme. São seres humanos adormecidos, cuja inteligência é muito rudimentar e a consciência que têm de si e da vida é tão vaga e nebulosa que só as formas mais baixas da existência humana entram nesta categoria. Sob o ponto de vista racial, nacional ou tribal não correspondem a qualquer tipo puro, mas ocasionalmente tais indivíduos aparecem nos lugares mais pobres das grandes cidades. São semelhantes a "marginais" e nunca aparecem entre os selvagens naturais, ou os camponeses.

2- As almas que têm simplesmente consciência da vida e das sensações do plano físico. São lentas, inertes, confusas, atordoadas pelo seu meio ambiente, mas não confusas, como ficam os tipos mais avançados e emocionais, pelos acontecimentos. Não têm o sentido do tempo ou do propósito; raramente podem ser treinadas segundo uma diretriz mental, nem tão pouco mostram ter habilidade para o que quer que seja. Quando são dirigidas, podem cavar usando a enxada; comem, dormem e procriam, seguindo os instintos naturais do corpo animal. Emocionalmente, contudo, estão adormecidas, e mentalmente encontram-se completamente entorpecidas. Estes seres são relativamente raros, se bem que se possam encontrar alguns milhares em nosso planeta. Podem ser reconhecidos por sua total incapacidade de reagir a um treinamento emocional, mental ou cultural.

3- As almas que começam a sua integração e que estão emocional e psiquicamente ativas. Nelas, evidentemente, a natureza animal despertou e a natureza do desejo começa a tornar-se violenta. Há uma pequena quantidade delas em todas as raças, mas encontra-se grande número delas entre os negros, entre os quais se acham muitos que se encontram hoje num estágio relativamente infantil. Estas são almas infantis, e embora disponham do equipamento mental e alguns deles possam ser treinados para usá-lo, a ênfase preponderante da sua vida está inteiramente focalizada na atividade física, motivada por um desejo de alcançar alguma satisfação e também para uma superficial "vida de aspiração" ou de desejo, quase inteiramente orientada para a vida física. Estas almas correspondem, modernamente, à antiga cultura lemuriana

4- As almas que são principalmente emocionais. A natureza mental funciona debilmente e só muito raramente se torna ativa e o corpo físico desliza continuamente para o reino da inconsciência. Em todas as raças e nações existem milhões de seres nestas condições. Podem ser considerados como os atlantes modernos.

5- As almas que podem ser classificadas como seres humanos inteligentes, aptas para aplicar a mente se se prepararem, mostrando que podem pensar quando se torna necessário. São, contudo, predominantemente emocionais. Constituem a grande massa da humanidade atual. São os cidadãos do nosso mundo moderno - bons, bem intencionados, capazes de intensa atividade emocional, com uma sensibilidade natural, quase superdesenvolvida, oscilando entre a vida dos sentidos e a mente. Oscilam entre os polos da experiência. Suas vidas esgotam-se num turbilhão astral, mas têm momentos, cada vez mais frequentes, em que a mente se faz sentir e, quando é necessário, tomam decisões importantes. São pessoas agradáveis e boas, todavia amplamente controladas pela consciência de massa, porque relativamente não pensam. Podem ser arregimentadas e submetidas a um padrão com facilidade pelas religiões ortodoxas e pelos governos; são os "carneiros" da família humana.

6- As almas que pensam e são mentais. Aumentam de número constantemente e adquirem poder à media que os processos educativos e as descobertas científicas produzem resultados que conduzem à expansão da consciência humana. Formam a elite da família humana e triunfam em qualquer setor da vida humana. Incluem os escritores, artistas, pensadores de diversos campos do conhecimento e da aspiração humana, técnicos, políticos, chefes religiosos, artesãos e todos aqueles que se encontram na primeira fila para receber ideias e proposições e trabalham em benefício da família humana. São os aspirantes do mundo e os que começam a receber o ideal de serviço na sua consciência.

7- As almas cujo sentido de consciência no plano físico se desenvolveu atualmente a tal ponto que lhes permite passar ao Caminho Probatório. São os místicos, conscientes da dualidade, fustigados pelos pares de opostos que os incapacita de descansar enquanto não se polarizam na alma. São as pessoas sensíveis, que lutam, que não querem fracassar e aspiram a libertar-se do fracasso e da existência no mundo de hoje. A sua natureza mental é ágil e ativa, mas não a podem ainda controlar como desejariam e a iluminação superior é ainda uma alegre esperança e uma possibilidade última.

8- As almas cuja inteligência e natureza de amor está a tal ponto despertando e se integrando que podem começar a trilhar o Caminho do Discipulado. São os místicos práticos, ou os ocultistas, dos tempos modernos.

9- As almas que se iniciaram nos mistérios do reino de Deus São almas conscientes não só dos seus veículos de expressão, a personalidade integrada, mas também conscientes de si mesmos como almas; mas sabem, fora de qualquer controvérsia, que não existe nada semelhante a "minha alma e a tua alma", mas simplesmente "a alma". Sabem que não é apenas uma proposição mental, mas uma realidade sentida como um fato em sua própria consciência.

10- As almas que alcançaram a libertação de todo as limitações da natureza da forma e que vivem eternamente na consciência da Alma Una, que renunciaram a qualquer identificação com toda a aspiração da vida da forma, por mais desenvolvida que seja. Podem empregar a forma à vontade e utilizam-na em benefício de todos. São os Mestres da Vida, os adeptos perfeitos.

Não temos necessidade de ir mais longe, salvo por dedução. Uma análise detalhada não é necessária, dadas as limitações da mente humana. O que acima dissemos é apenas uma larga generalização e os diversos agrupamentos interpenetram-se de maneira confusa. Há milhares de tipos intermediários, mas esta análise servirá como esboço de uma estrutura para aquilo que se queira construir.

7- No desenvolvimento atual da raça, podemos agora estudar os tipos, as qualidades das almas, os veículos de resposta que devem empregar e a natureza do mecanismo de contato que construíram para permitir o funcionamento das almas no mundo que hoje conhecemos. A ciência e a religião, juntas, estão criando a última das ciências chamada psicologia. Para isso, o tempo agora está maduro.

8- Todas as almas que se manifestam vieram de alguma Fonte em determinado momento da sua expressão cíclica. Isto, para o pensador moderno é para especulação e talvez seja considerado impróprio; pode também ser considerado interessante, mas produto da imaginação. Posso dizer que o ocultista considera as afirmações enunciadas acima como constituindo uma ciência exata e provada, mas apresentada, sob forma simbólica, à consideração do exame mental dos homens. Os esoteristas e os teósofos fariam bem em recordar isto e compreender que as suas divisões e agrupamentos, as suas afirmações e exposições sobre os ensinamentos ocultistas, bem assim suas declarações, no que tange ao tempo e lugar, são na maior parte simbólicas e como tais devem ser consideradas.

9- O processo pelo qual a natureza da alma e a natureza da forma se encontram e se fundem, é chamado individualização.

1- A individualização é a entrada da alma no caminho da exteriorização, por meio de uma forma. Pela utilização da forma torna-se possível a expressão nos três mundos.

2- A iniciação é o processo pelo qual uma alma, tendo esgotado os recursos da vida da forma e tendo assim alcançado o domínio e expressão, volta de novo à origem. A alma realiza isto em cinco etapas, passos ou iniciações que correspondem, na vida interna da alma, aos cinco estados ou etapas por meio das quais se desenvolve a expressão nas raças estritamente humanas, começando pelo estado lemuriano, passando à atlante e ariana e assim sucessivamente, até às duas raças finais do nosso planeta no curso deste ciclo mundial.

Deve-se recordar os seguintes pontos sobre a individualização:

1- A individualização na cadeia lunar teve lugar na quinta raça da terceira ronda.

2- Na época lemuriana a individualização teve lugar porque ela era a terceira raça raiz e a ronda era a quarta.

3- Na época atlante abriu-se a porta da iniciação para a elite da família humana, tornando-se a iniciação um objetivo obrigatório. Todos os que podem ou puderam chegar a ser iniciados constituem as "luzes que radiam sempre". Nos tempos de Lemúria foram as "luzes que ardem sempre" que surgiram.

4- Na nossa raça temos as "luzes que brilham sempre". É a individualização dos tipos da sexta raça que chegaram durante a segunda ronda.

Seria conveniente recordar que a alma que encarnou na antiga Atlântida individualizou-se na cadeia lunar. Foi um período de desenvolvimento que se situa num tempo muito mais recuado que o desenvolvimento de nossa terra e do qual nada sabemos. Portanto, estes egos não se individualizaram na nossa terra, mas apareceram todos no nosso ciclo evolutivo como seres humanos, de uma ordem inferior em relação mais baixa da nossa presente humanidade, mas um pouco mais elevada em relação aos egos que se individualizaram na antiga Lemúria.

Seria interessante observar que o Cristo foi o primeiro da nossa humanidade terrena a alcançar a meta, enquanto Buda foi o último da humanidade da cadeia lunar a fazê-lo. No que se refere ao desenvolvimento destes dois Filhos de Deus, o do Cristo foi muito rápido, pois na época atlante encontrava-se no Caminho Probatório como o Buda. Este, quando encarnou, provindo da cadeia lunar (foi retido até aquele momento pelo estado de "pralaya", como se diz no ensino ocultista), até àquela altura e entrou no Caminho Probatório pouco tempo antes que o Seu Irmão, o Cristo. Sob o ponto de vista evolutivo, o rápido desenvolvimento evolutivo do Cristo foi e subsiste sem paralelo. Nunca foi repetido, se bem que existam hoje no planeta seres que começam a se desenvolver agora com igual rapidez (mas não antes, dado que tiveram uma experiência de lento desenvolvimento individual que só agora começa a acelerar-se). Contudo, esta rapidez é coisa completamente diferente, porque muitos discípulos de hoje chegaram à evolução terrestre, porque muitos discípulos de hoje chegaram à evolução terrestre provenientes da cadeia lunar, onde alcançaram certo desenvolvimento. Não trilharam o seu caminho através da época lemuriana, como o fez o Cristo, razão porque este é um exemplo único.

Seria interessante saber-se as razões porque egos provenientes de ciclos afastados e anteriores e de outros sistemas planetários chegaram à nossa evolução planetária, mas isso não tem verdadeira importância para os estudantes deste Tratado. Portanto, não os estudaremos, nem examinaremos. São assuntos de natureza especulativa, cuja confirmação ou corroboração está além das possibilidades dos estudantes. Não há um padrão de comparação, nem se pode julgar nem deduzir o que é importante. Tudo o que se pode dizer é que os três tipos determinam o que hoje disso decorre. Tudo o que se pode fazer aqui é informar um pouco, de modo a esclarecer o assunto e dar às nossas ideias indicações de ordem geral, mas é impossível comprová-lo ou aceitá-lo, salvo como dedução ou tomado como uma possibilidade. Tudo isto pode mais tarde ser determinado pelo estudante quando os seus conhecimentos e poderes forem maiores que presentemente e ele estiver apto para esse propósito.

Como já é sabido, os três tipos principais monádicos são vontade ou poder, amor-sabedoria e inteligência ativa. Convém portanto recordar os seguintes fatos:

1- Os egos de inteligência ativa entre todos os tipos que se individualizaram na cadeia lunar constituem 75% do total, sendo os 25% restantes repartidos pelos outros dois tipos.

2- Na época da Lemúria os egos de amor-sabedoria predominavam e por sua vez constituíam 75%, sendo os outros 25%, egos de inteligência ativa. Com efeito, muito poucos, um número praticamente desprezível, individualizaram-se na linha de poder ou vontade nesse período.

3- Houve uma larga afluência de egos que se individualizaram nos primeiros tempos da Atlântida, a que pertenciam praticamente todos os tipos de poder-vontade. Poder-se-ia dizer que 80% dos que entraram na evolução humana nessa altura eram egos que expressavam o aspecto vontade da divindade e os 20% restantes seguiam a linha de amor-sabedoria.

Todos eles, conjuntamente com os egos que se individualizaram na cadeia lunar e que penetraram firmemente, à medida que as condições planetárias as ajustaram, até os estágios finais do período atlante, constituem o grosso da nossa moderna humanidade, além de raros egos que se infiltraram na nossa evolução planetária por uma razão qualquer e jamais se adaptaram ou ajustaram apropriadamente à nossa vida planetária. Eles constituem anormalidades persistentes.

Dois grandes acontecimentos se produzirão muito em breve. A porta abrir-se-á para admitir almas raras e especiais que atrairão à nossa civilização mundial novos e raros aspectos, assim como novas qualidades da Divindade, se bem que não se abrirá para a individualização normal. Estes tipos de almas raras e inesperadas provocarão grande perplexidade em nossos psicólogos. Deve-se obervar que a individualização é uma crise e não um desenvolvimento. Isto é um ponto importante e dever-se-ia tê-lo em muita atenção ao considerar-se tema tão difícil. É o resultado de desenvolvimento, mas tal desenvolvimento não conduz necessariamente a uma crise deste gênero. A causa desta crise na vida das almas permanece ainda oculta na consciência do Logos planetário e só se revelará na iniciação. Existem ainda características e qualidades do Logos planetário que permanecem incompreensíveis para nós.

Quando o reino animal, considerado sob o ponto de vista do todo e não sob o ângulo das espécies, alcançou uma etapa particular de desenvolvimento, houve uma simultânea precipitação na entrada de energia dos sete raios na vida planetária. Isto sucede muito raramente e o extraordinário estímulo então sofrido pelas formas sensíveis de vida (e dessas, o animal dessa época tinha grande sensibilidade) produziu o aparecimento de uma nova forma, a da humanidade infantil. Foi a reação desse reino, o modo como se expressou através da vida que nele existia, o Ser animal, (que é a Vida que anima esse reino da natureza), que produziu a individualização no homem-animal mais avançado dessa época.

As afirmativas encontradas em obras ocultistas, de que cães e outros animais responderam ao impulso divino através de uma atividade da vontade ou do amor podem ser declarações de natureza simbólica, mas não são literalmente corretas, como possam crer fervorosos estudantes de ocultismo. Tais formas específicas de vida não existiam em tempos tão recuados, particularmente na cadeia lunar. Não nos permitimos estudar as espécies e os tipos; é um trabalho vão e perda de tempo. O que realmente se produziu foi uma reação, em todo o reino animal, à influência dos três tipos principais de energia que se expressaram por meio dos sete tipos conhecidos e, desta maneira, fizeram surgir a resposta dessas formas de vida, estimuladas pelos três centros de força maiores - o coração, a cabeça e a garganta - do Ser que é a vida insufladora. Um formidável impulso para o alto teve como resposta permitir a emergência de um novo reino.

Um ato criativo é sempre o resultado da inspiração captada, reconhecida pelo que é, desenvolvida pelo lado forma, compreendida e alimentada pelo cérebro e pelo coração do homem. Assim se cria alguma coisa de novo. Não se analisa aqui o ato criador instintivo do corpo físico. Desta maneira, respondendo à inspiração, o reino animal veio à existência. Primeiro, houve o derramamento de energia estimulante e inspiradora; depois veio o reconhecimento da parte correspondente da forma que, reagindo, iniciou uma atividade e em seguida manifestou-se a produção do que não existia até então. Assim apareceu um novo reino da natureza.

Esta mesma coisa está novamente acontecendo hoje no mundo. Há uma afluência de energia espiritual que vitaliza, transforma e torna a humanidade criativa. O trabalho iniciático toma-se possível para que apareça na terra um reino novo e superior. Mas tudo isso é devido, como outrora, ao afluir de uma tripla energia de sete maneiras. O poder destas forças está por detrás dos distúrbios dos tempos que correm, e um novo reino da natureza.

O interesse disso, psicologicamente falando, não reside no caráter histórico dos fatos mencionados, mas no aparecimento, no mundo de hoje, de tipos de egos superiores entre os homens e por toda a parte. Egos correspondentes ao aspecto vontade são relativa e naturalmente poucos; os egos que pertencem ao aspecto amor aparecem mais frequentemente. Os egos de inteligência encontram-se em todos os lugares. Há um equilíbrio sendo estabelecido entre os egos do amor e os da inteligência, devendo eles, em conjunto, inaugurar a nova civilização que será o campo para a cultura do reino de Deus na terra. A vinda deste reino será tanto uma precipitação de uma realidade interna quanto um fator invisível, assim como um germe, que atuará dentro do corpo humano. Esta precipitação e aculturação do germe do reino está ocorrendo lentamente.

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