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Livros de Alice Bailey

Miragem: Um Problema Mundial


Esclarecimentos Preliminares
Declaração do Editor
Alguns Esclarecimentos Preliminares
I. Definição da Intuição
II. A Maneira de Despertar a Intuição

SEÇÃO I
ESCLARECIMENTOS PRELIMINARES

Declaração do Editor

Nos Volumes I e II do Discipulado na Nova Era, instruções pessoais dadas pelo Tibetano a um grupo de discípulos foram tornadas públicas. Essas instruções, juntamente com certos ensinamentos esotéricos, foram publicadas pela primeira vez por Alice A. Bailey, com o consentimento dos discípulos envolvidos, em 1944.

Manuscritos inéditos contendo instruções adicionais e ensinamentos esotéricos completados pela Sra. Bailey estão agora disponíveis. Este texto foi escrito a intervalos por um período de nove anos entre 1935 e 1944.

Em vários lugares no texto deste livro são feitas referências ao mesmo grupo de discipulado.

No presente volume certas formas de trabalho grupal na meditação são incluídas devido ao seu valor informativo e porque elas ilustram o valor prático do ensinamento dado. O leitor, todavia, deveria reconhecer que meditações ajustadas aos especiais propósitos grupais não são em geral tão eficazes quando usados como um exercício individual.

A potência de um grupo integrado composto de discípulos que têm uma visão comum e um propósito grupal definido é muito grande, e pode ser de valor real para a humanidade. As técnicas aquarianas mais modernas incluem essas tentativas grupais. Os escritos publicados pelo Tibetano e por A.A.Bailey fornecem elementos para uma prudente e útil experimentação no trabalho grupal que é assumido como um serviço espiritual mundial e não como um meio de desenvolvimento espiritual do aspirante individual.

Tal ação grupal, da qual se participa voluntariamente, quando não dominada pelo controle de uma liderança autocrática, e se assumida com a devida humildade e cautela, é grandemente desejável no tempo atual. Tal ação deveria ser reconhecida como sendo um trabalho experimental pioneiro.

Grupos desse gênero já apareceram em diversas partes do mundo e bem podem contribuir para o êxito do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Informações sobre este Grupo de Servidores de alcance mundial são dadas no Tratado Sobre Magia Branca e no Tratado dos Sete Raios, vol. II.
FOSTE R BAILEY, julho, 1950

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Alguns Esclarecimentos Preliminares

Todos os grupos envolvidos com o trabalho esotérico têm o seu dharma, ou dever, e o seu objetivo peculiar. A fim de que possam claramente visualizar o que vocês, como aspirantes ao discipulado, têm a fazer, e assim cooperar inteligentemente, vou indicar o propósito de forma concisa:

Dharma significa dever, ou obrigação, e desenvolver a intuição é sua obrigação definida e específica. O meio ou método pelo qual este desenvolvimento será realizado pode ser pelo estudo dos símbolos.

Convém ter presente que generalidades a respeito da intuição e tentativas de defini-Ia, são muito comuns, mas que é rara a sua verdadeira apreciação.

Os cientistas e médicos nos dizem que milhares de células no cérebro humano ainda estão adormecidas e que, portanto, o ser humano comum só usa uma pequena parte do seu equipamento. A área do cérebro que se encontra ao redor da glândula pineal é a que está ligada à intuição, e são estas células que devem ser trazidas à atividade, antes que possa haver qualquer percepção intuitiva verdadeira, a qual, quando despertada, irá manifestar o controle da alma, a iluminação espiritual, a verdadeira compreensão psicológica do nosso próximo, e um desenvolvimento do verdadeiro sentido esotérico, que é o seu objetivo atual.

Gostaria de dividir o que tenho a dizer em três partes, e eu lhes rogo que estudem atentamente as minhas palavras:

I. Procurarei definir para vocês a intuição

II. Procurarei abordar o método de desenvolvimento através do estudo da simbologia.

III. Concluirei dando algumas instruções específicas quanto a um modo de procedimento útil.

Assim sendo, caso julgue este material difícil de entender e por ser lenta sua reação, você deve ter em mente que isto indica a sua necessidade de fazer este estudo, e corroborar o que lhe estou dizendo. Se você examinar seriamente comigo o que a intuição não é, creio que as minhas palavras encontrarão em você uma resposta interior.

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I. Definição da Intuição

A intuição não é um aflorar do amor pelas pessoas e, portanto, uma compreensão delas. Muito do que é chamado de intuição, é o reconhecimento de semelhanças e a posse de uma mente claramente analítica. Pessoas inteligentes que viveram no mundo por algum tempo, que tiveram muitas experiências e que mantiveram contato com muitas outras pessoas, podem geralmente apreender com facilidade os problemas e a disposição dos outros, desde que estejam interessadas. Isto, no entanto, não se deve confundir com intuição.

A intuição não tem relação com o psiquismo, seja superior, seja inferior; a percepção de uma visão, o ouvir da Voz do Silêncio, a reação prazerosa a qualquer tipo de ensinamento, não significa o funcionamento da intuição. Não é somente a visão de símbolos, porque este é um tipo especial de percepção e a capacidade de sintonizar com a Mente Universal naquela camada de Sua atividade que produz as formas-padrão, nas quais todos os corpos etéricos são baseados. Ela não é uma psicologia inteligente e um desejo amoroso de ajudar. Isso emana da interação de uma personalidade, governada por uma forte orientação da alma, e a alma consciente do grupo.

Intuição é a compreensão sintética que é a prerrogativa da alma e ela só se torna possível quando a alma, no seu próprio nível, se estende em duas direções: para a Mônada e para a personalidade integrada e, talvez, (mesmo que só temporariamente), coordenada e unificada. É a primeira indicação daquela unificação profundamente subjetiva, que encontrará sua consumação na terceira iniciação.

A intuição é um domínio abrangente do princípio da universalidade, e quando ela está funcionando, ocorre, ao menos momentaneamente, uma perda completa do sentido da separatividade. No seu sentido mais elevado, é conhecida como aquele Amor Universal que não tem relação com o sentimento ou com a reação afetiva, mas é, predominantemente, da natureza de uma identificação com todos os seres. Então a verdadeira compaixão se torna conhecida; então a crítica fica impossível; então, e só então, o germe divino é visto como latente em todas as formas.

A intuição é a própria luz, e quando ela está funcionando, o mundo é visto como luz, e o corpo de luz de todas as formas torna-se gradualmente aparente. Isto traz consigo a habilidade de contatar o centro de luz em todas as formas, e assim outra vez se estabelece um relacionamento essencial, em que o sentido de superioridade e de separatividade recua para segundo plano. A intuição, portanto, traz com o seu aparecimento três qualidades:

Iluminação. Por iluminação não me refiro à luz na cabeça. Isto é um fenômeno e é incidental; muitas pessoas verdadeiramente intuitivas são totalmente inconscientes desta luz. A luz à qual me refiro é aquela que irradia do Caminho. Ela é "a luz do intelecto", que realmente significa aquilo que ilumina a mente e que pode refletir a si mesma naquele equipamento mental que é mantido "firme na luz". Esta é a "Luz do Mundo", uma Realidade que existe eternamente, mas que somente pode ser descoberta quando a luz individual interior é reconhecida como tal. Esta é a "Luz das Idades", que brilha cada vez mais, até que o Dia esteja conosco. A intuição é, portanto, o reconhecimento interior, não teoricamente, mas como um fato da própria experiência, da completa identificação com a Mente Universal, de cada um constituir uma parte da grande Vida do Mundo, e da própria participação na persistente Existência eterna.

Compreensão. Deve ser entendida no seu sentido literal, como aquilo que "fica sob" a totalidade das formas. Tem a conotação do poder de recessão, ou a capacidade de se retirar da perene autoidentificação com a vida da forma. Gostaria de indicar que esta retirada é comparativamente fácil para aqueles que têm bastante desenvolvida a qualidade do primeiro raio. O problema é se retirar no sentido esotérico, mas evitando ao mesmo tempo o sentido da separatividade, do isolamento e da superioridade. É fácil para as pessoas do primeiro raio resistir à tendência de se identificarem com os outros. Ter verdadeira compreensão implica uma capacidade crescente de amar a todos os seres e, no entanto, preservar o desapego da personalidade. Este desapego pode ser muito facilmente fundamentado na falta de capacidade para amar, numa preocupação egoísta com o próprio conforto - físico, mental, espiritual, e acima de tudo, emocional. As pessoas do primeiro raio detestam a emoção e a desprezam, mas às vezes têm que se sujeitar a uma condição emocional antes que possam usar a sensibilidade emocional de maneira correta.

A compreensão implica contato com a vida, como uma personalidade integrada, acrescida da reação do ego aos propósitos e planos do grupo. Ela conota a unificação da alma com a personalidade, uma considerável experiência e uma rápida atividade do princípio Crístico interior. A compreensão intuitiva é sempre espontânea. Onde entra o raciocínio para uma compreensão, esta não será uma atividade da intuição.

Amor. Como já foi dito, isso não se refere a um sentimento afetivo ou à posse de uma disposição amorosa; estes dois últimos aspectos são incidentais e sequenciais. Quando a intuição é desenvolvida, tanto a afeição como a posse de um espírito de expressão amorosa serão demonstradas, necessariamente, em sua forma pura, mas aquilo que produz isso é algo muito mais profundo e abrangente. É aquele sentido inclusivo e sintético da vida e das necessidades de todos os seres (eu escolhi estas duas palavras intencionalmente!), que é a alta prerrogativa de operação de um divino Filho de Deus. O amor nega tudo aquilo que constrói barreiras, que faz crítica e que produz separação. Ele não vê distinções, mesmo quando aprecia a necessidade, e produz, naquele que ama como alma, uma identificação imediata com aquilo que é amado.

Estas três palavras sintetizam as três qualidades ou aspectos da intuição e podem ser expressas pela palavra universalidade, ou o sentido da Unidade universal.

Não é ela algo que todos os aspirantes procuram atingir? E não será algo que cada um de vocês, como indivíduos, precisa de uma forma peculiar? Onde ela está presente, há uma imediata descentralização do dramático "eu", daquela capacidade de sempre relacionar todos os acontecimentos, todos os fenômenos, todo o trabalho de grupo consigo mesmo como o centro.

Não posso me estender mais sobre o assunto da Intuição. É um assunto por demais amplo e muito profundo. Tudo o que posso fazer é lhes apresentar seus três aspectos, e depois insistir sobre a necessidade de se submeterem àquele treinamento, e a aplicar a si mesmos, aquela disciplina que resultará, em suas vidas, como amor, luz e compreensão. Quando a teoria é apreendida e os ajustes apropriados são efetuados, e quando o trabalho necessário é feito, a personalidade então se torna magnética, enquanto as células do cérebro ao redor da glândula pineal, que até então estavam adormecidas, despertam e se tornam vibrantes. O núcleo de cada célula no corpo é um ponto de luz, e quando a luz da intuição é sentida, é esta luz celular que irá responder imediatamente.

O influxo continuado da luz da intuição fará surgir à luz do dia, falando esotericamente, toda célula de tal maneira constituída, que ela responderá.

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II. A Maneira de Despertar a Intuição

Existem muitas formas pelas quais a intuição pode ser trazida à atividade, e uma das mais úteis e potentes é o estudo e a interpretação de símbolos.

Os símbolos são as formas exteriores e visíveis de realidades espirituais interiores, e quando se ganha a facilidade de descobrir a realidade por trás de qualquer forma específica, este fato, por si só, indicará o despertar da intuição.

As pessoas do primeiro raio pertencem ao que é chamado "Raio Destruidor", e o poder do primeiro aspecto que é o poder de por fim às coisas, flui através delas. Elas terão a tendência a destruir, quando construindo através do direcionamento errôneo da energia, através da ênfase excessiva de energia em alguma direção particular, ou através do mau uso da energia atuando em si mesmas ou sobre outros. Muitas pessoas do primeiro raio tendem a se orgulhar disto, e se escondem atrás da justificativa de que, sendo do primeiro raio, a tendência destrutiva é inevitável. Este não é o caso. Os construtores, como as pessoas do segundo raio sempre são, têm que aprender a destruir, quando impelidas pelo amor ao grupo e agir sob o aspecto do primeiro raio, ou Vontade. Os destruidores têm que aprender a construir sempre agindo sob o impulso do amor ao grupo, e utilizando o poder do apego de uma forma desapegada. Ambos os grupos, construtores e destruidores, devem sempre trabalhar do ponto de vista da realidade, partindo do núcleo interno da verdade, e devem "se posicionar no centro".

O estudo dos símbolos tende a realizar isto e, quando levado a cabo com constância e diligência, produz três efeitos:

1. Ele treina o poder de penetrar através da forma para chegar à realidade subjetiva.

2. Ele tende a produzir uma integração íntima entre alma-mente-cérebro, e quando isto acontece, o influxo da intuição e, consequentemente, da iluminação e da verdade, torna-se mais rapidamente possível.

3. Ele vai exercer uma pressão sobre certas áreas adormecidas do cérebro, despertando as células que aí se encontram, sendo este o primeiro estágio na experiência do aspirante. Na maioria dos verdadeiros aspirantes, o centro entre as sobrancelhas está desperto, enquanto o centro no alto da cabeça vibra muito suavemente, mas não está funcionando inteiramente. Este centro superior deve ser despertado de forma mais ativa, para que os aspirantes possam aproveitar integralmente as suas oportunidades.

No estudo dos símbolos, chamo a atenção de vocês para a necessidade de ter em mente o objetivo de chegar ao conceito subjacente de qualquer símbolo estudado. Este conceito será sempre sintético. Ele não será detalhado nem particularizado. Talvez você chegue a este conceito através do estudo dos detalhes e do significado de diversas secções ou partes do símbolo em consideração. Quando, porém, a sua analise estiver terminada, vocês não se devem dar por satisfeitos até resumir o significado do símbolo numa ideia, conceito, significado ou nome sintético.

Os símbolos têm que ser estudados de três maneiras:

a. Exotericamente. Isto envolve o estudo da sua forma como um todo, de suas linhas e, portanto, do seu significado numérico, e também o estudo de suas formas seccionais - isto é, seus arranjos, por exemplo, em cubos, triângulos e estrelas, e suas inter-relações mútuas.

b. Conceitualmente. Isto envolve chegar à sua ideia subjacente, que pode ser expressa pelo seu nome; ao seu significado, tal como ele emerge na consciência através da meditação; e à sua significação como um todo ou em parte. Quando estiverem fazendo isto, vocês devem ter em mente que a ideia conota a intenção superior ou abstrata; que o significado é aquela intenção expressa em termos da mente concreta; e que a sua significação tem em si uma qualidade mais emocional, e pode ser expressa como o tipo de desejo que desperta em você.

c. Esotericamente. Isto inclui o efeito da força ou energia sobre vocês, e da qualidade da vibração que pode despertar em vocês, talvez em algum centro, ou no seu corpo astral, ou talvez somente na sua mente.

Este estudo, corretamente executado, levará ao desenvolvimento da intuição, com a sua consequente manifestação no plano físico como iluminação, compreensão e amor.

No primeiro exemplo, o objetivo do estudo da simbologia, é possibilitar ao estudante sentir a sua qualidade, e contatar aquele algo vibrante que se encontra por trás daquele agregado de linha, cor e forma, dos quais o símbolo é composto.

Para alguns tipos de pessoas, este estudo é relativamente fácil; para a maioria ele não é nada fácil, assim indicando uma carência que deve ser suprida pelo uso daquelas faculdades atualmente adormecidas. É sempre desagradável despertar as faculdades latentes e requer um esforço e determinação para não ser desviado pelas reações da personalidade. Para muitos, não é facilmente aparente como a penetração no significado de um símbolo pode prover os meios pelos quais a faculdade búdica ou intuitiva adormecida pode ser trazida à atividade. É uma arte delicada, esta arte da leitura de símbolos, da "leitura espiritual", como a denomina o nosso antigo mestre, Patânjali. Este poder de interpretar símbolos sempre precede à verdadeira revelação. A compreensão de uma verdade que pode ser representada por uma linha, ou uma série de linhas compondo uma forma simbólica, não é tudo o que tem que ser feito. Uma boa memória pode lhe lembrar que uma série de linhas formando um triângulo, ou uma série de triângulos, significa a Trindade, ou qualquer série de triplicidades dentro da manifestação macrocósmica ou microcósmica. Mas aquela atividade e precisão da memória, não farão nada para despertar as células adormecidas do cérebro, nem para pôr em atividade a intuição. Deve ser lembrado (e aqui torna-se evidente o valor de um pouco do ocultismo técnico ou acadêmico), que o plano onde a intuição se manifesta, e onde o estado de consciência intuitiva é ativo, é o plano búdico ou intuitivo. Este plano é a correspondência superior do plano astral ou emocional, o plano da percepção sensitiva através da identificação sentida com o objeto de atenção ou atração. Torna-se evidente, portanto, que se a faculdade intuitiva deve ser trazida à atividade através do estudo dos símbolos, o estudante deve sentir, ou estar de alguma forma identificado com a natureza qualitativa do símbolo, com a natureza daquela realidade que a forma simbólica esconde. É este aspecto da leitura simbólica que recomendamos que estudem.

Os estudantes deveriam averiguar, portanto, após o devido estudo do aspecto da forma, o que o símbolo está fazendo neles, que sentimento ele evoca, que aspirações desperta, e que sonhos, ilusões e reações são conscientemente registrados. Este estágio é um intermediário entre a leitura exotérica de um símbolo e a compreensão conceitual. Existe posteriormente outro estado intermediário entre a compreensão conceitual e a compreensão e aplicação esotéricas. Este último estágio é chamado "reconhecimento sintético". Tendo estudado a forma e se tornado ciente do seu significado emocional, você passa para o estágio do aprendizado da ideia básica do símbolo e daí para a compreensão sintética do seu propósito. Isto leva ao verdadeiro esoterismo, que é a aplicação prática do seu poder sintético vivo, às fontes da vida e ações individuais.

Peço-lhe para apresentar não somente uma interpretação inteligente do símbolo, mas também um reconhecimento da reação mais sutil da sua natureza sensitiva ao símbolo como um todo. Estude um total de quatro símbolos por ano. Primeiro enfoque o símbolo sob o seu aspecto forma e procure familiarizar-se com o seu aspecto exterior, com a totalidade das linhas, triângulos, quadrados, círculos, cruzes e outras formas de que ele é composto, e enquanto você fizer isto, procure compreendê-lo do ângulo intelectual, usando a sua memória e o conhecimento que você tem, para entendê-lo exotericamente.

Então, tão logo o símbolo se torne verdadeiramente familiar para você, e possa ser lembrado quase que sem esforço, procure sentir a sua qualidade, contatar a sua vibração e perceber o seu efeito emocional em você. Este pode variar de um dia para outro, ou pode ser sempre o mesmo. Seja simplesmente honesto na sua percepção desta reação astral ao símbolo, e veja para onde estas reações o levam, lembrando sempre que elas não são intuitivas, mas sim, reações ao sentimento ou corpo astral.

Finalmente, anote como você interpretou, para seu uso, a qualidade básica do símbolo, e então (como num trabalho de meditação) transfira todo o assunto para o campo mental por meio da focalização de sua mente atenta. Isto o levará para o reinado dos conceitos.

Temos, por conseguinte, os seguintes estágios na análise de um símbolo:

1. Uma consideração exotérica a seu respeito: linha, forma e cor.

2. Uma compreensão, no corpo astral ou emocional, de suas qualidades, a reação de uma resposta sensitiva ao impacto de sua natureza qualitativa.

3. Uma consideração conceitual sobre a ideia subjacente ao símbolo, do que ele deveria ensinar e do significado intelectual que deveria transmitir.

4. O estágio da apreensão sintética do propósito de um símbolo, do seu lugar num plano ordenado de manifestação, de sua verdadeira intenção unificada.

5. Identificação com a qualidade e propósito do símbolo, quando ele é iluminado pela mente "mantida firme na luz". Este último estágio coloca em atividade o cérebro, bem como a mente.

O estudo de símbolos, visto como um todo, envolve três estágios:

Primeiro, a investigação de um símbolo e o consequente avanço do analista, de um estágio progressivo de percepção para outro, até a gradual inclusão de todo o campo coberto pelo símbolo.

Segundo, uma percepção intuitiva dos símbolos vistos em toda parte, na manifestação divina.

Terceiro, o uso de símbolos no plano físico e sua adaptação correta a um propósito visto e reconhecido, levando à magnetização subsequente do símbolo com a qualidade necessária através da qual a ideia pode se fazer sentida, a fim de que a ideia qualificada intuída possa encontrar forma própria no plano físico.

Procure lidar, portanto, com os símbolos numa ampla generalização, exotérica, conceitual e esotérica, mas acrescente a isto uma análise de sua sensibilidade e resposta à qualidade do símbolo.

Vamos recapitular. Primeiro de tudo, vale à pena lembrar que o estudo de símbolos exotericamente envolve o uso do cérebro e da memória. Procure estudar linha e forma, número e aspectos gerais externos, sabendo que cada linha é significativa, todos os números têm sua interpretação e todas as formas são símbolos de uma qualidade e vida interiores.

O estudo de símbolos conceitualmente, o leva para dentro, do cérebro para a mente, para o domínio das ideias. Ele impulsiona o equipamento mental para a atividade focalizada. Você se torna, então, consciente do conceito ou ideia que o sinal ou símbolo engloba. Você compreende o seu significado e aquilo que ele representa. Você apreende o propósito para o qual a forma foi trazida à manifestação. Seu estudo de número e de linha lhe deu um rico pano de fundo de conhecimento sobre o plano objetivo - uma riqueza que depende, neste caso, de sua própria leitura pessoal, do equipamento mental e conhecimento. Sua capacidade de ler um "significado" num símbolo vai depender também da riqueza do significado que você atribui aos acontecimentos de sua vida diária e da sua habilidade em realmente meditar.

Gostaria de esclarecer que não existe nenhuma interpretação determinada para qualquer símbolo e que, para cada ser humano, aquele símbolo - qualquer que seja - vai transmitir um significado único. Uma falta de interesse nos símbolos geralmente pressupõe uma falta de interesse na devida interpretação das formas de vida e de seu significado. Também, um demasiado interesse acadêmico em símbolos pode pressupor uma mente tortuosa e intrincada, que ama o desenho, a linha, a forma e relacionamentos numéricos, mas que perde inteiramente a importância de seu significado. O equilíbrio na mente, da forma e do conceito, da expressão e da qualidade, do sinal e do significado é vital para o crescimento do discípulo e do aspirante.

A grande necessidade, para a maioria dos estudantes, é chegar ao significado, e trabalhar com ideias e conceitos. Esta atividade necessitará do uso da mente para compreender, apreender e interpretar. Ela requer o desenvolvimento daquela sensibilidade mental que capacitará seu possuidor a responder às vibrações do que chamamos de Mente Universal, a Mente de Deus, o Instigador do Plano. Isto pressupõe certa habilidade para interpretar e um poder de expressar a ideia subjacente ao símbolo, a fim de que outros possam compartilhá-la com você. Este pensamento de serviço e de crescimento em utilidade deve ser mantido constantemente em mente.

Será que você pode ver como este poder de estudar, de interpretar e penetrar no significado irá promover o seu crescimento espiritualmente? Você acredita que através do uso deste método, poderá aprender a trabalhar mais inteligentemente com o Plano e se tornar um melhor benfeitor do seu próximo?

Quê existe neste mundo objetivo que não seja o símbolo inadequado de uma ideia divina? Quê temos em nossa manifestação exterior senão o sinal visível (em algum estágio do propósito evolutivo) do plano de uma Deidade criadora? Quem é você mesmo, senão a expressão exterior de uma ideia divina? Temos que aprender a ver símbolos nos rodeando inteiramente, e então penetrar, através do símbolo, até a ideia que ele deveria expressar.

Existe, no entanto, uma técnica de estudo que pode ser de ajuda em sua tentativa de chegar a uma ideia, e assim estudar conceitualmente os muitos símbolos dos quais estamos rodeados. Em grande parte, é a técnica para a qual a meditação deveria tê-lo preparado. A diferença entre esta técnica e o trabalho de meditação, é principalmente de polarização e de objetivo. No estudo conceitual dos símbolos a consciência está polarizada no corpo mental e nenhuma tentativa é definitivamente feita para contatar ou envolver a alma ou o ego. Aqui se encontra a distinção entre este segundo estágio da interpretação de símbolos e a meditação usual. Você já exauriu o método de se familiarizar com o aspecto forma do símbolo e você já conhece bem o seu contorno exterior e exteriorização. Você sabe também que uma série peculiar de linhas (tais como, por exemplo, as três linhas formando um triângulo) representa esta ou aquela ideia ou verdade ou ensinamento. Isto está gravado no seu cérebro, valendo-se dos recursos da sua memória. O registro da antiga informação e conhecimento existente a respeito das imagens num símbolo serve para trazer a sua consciência até o plano mental, e para focalizá-la ali, no mundo de ideias e de conceitos. Os conceitos já existem nos níveis concretos do plano mental. Eles são a sua herança mental e racial e são antigas formas mentais que você pode agora utilizar para chegar aos significados.

Plutarco expressa para nós uma velha afirmação de fato nas palavras familiares que, "Uma ideia é um Ser incorpóreo, que não tem existência própria, mas dá imagem e forma à matéria amorfa e se torna a causa da manifestação". A imagem e a forma você já registrou no cérebro e memorizou, bem como a sua atividade no tempo e no espaço, juntamente com a sua capacidade inata de construir a forma e expressar através desta forma um conceito ou ideia. À medida que você se interioriza, você também se torna ciente da natureza da ideia motivadora, através do estudo de sua forma e de sua atividade demonstrada, e você descobre o campo de ideias de natureza análoga, no qual se encontra a própria ideia incluída no símbolo. Este campo de ideias, inter-relacionadas e mutuamente explicativas, está aberto para você agora, e você tende a se encontrar, cada vez mais, em posição de se deslocar livremente neste mundo de conceitos. Seu objetivo e principal esforço se torna, agora, trabalhar e viver no mundo das ideias. Você treina para reconhecer ideias e conceitos, como eles se encontram por trás de cada forma; você começa a pensar claramente a seu respeito e a ver a direção para onde elas o levam, e onde elas se encaixam dentro do Plano Eterno.

Se os aspirantes fizerem três coisas:

a. Desenvolverem o poder de visualizar,

b. Treinarem a mente para intuir a realidade e

c. Interpretarem corretamente aquilo que é visto,

eles poderão prover um laboratório de demonstração para os Observadores treinados do mundo.

Uma das coisas que a intuição desenvolvida pode fazer é quebrar a miragem ou ilusão que invade a vida. Uma das coisas que um grupo de aspirantes cuja interação intuitiva esteja estabelecida pode realizar é ajudar no trabalho de destruir a miragem mundial. Este trabalho pode ser feito quando você desperta a intuição e quando sua compreensão inter-relacionada é firme e forte. A Hierarquia será capaz de usar os aspirantes do mundo como um instrumento para quebrar a miragem do grupo onde quer que ela seja encontrada. Refiro-me a esta possibilidade a fim de incitar todos vocês a um crescimento e esforço mais rápido e constante.

Vocês foram avisados de que uma das necessidades confrontando todos os aspirantes era a de alcançar aquele conhecimento intuitivo e aquela compreensão inteligente da ilusão, tanto individual como planetária, que vai definitivamente capacitá-los a trabalhar na sua dispersão. Aquela compreensão será necessariamente somente relativa, mas ao longo dos próximos anos o seu conhecimento do assunto e dos métodos pelos quais a miragem pode ser dissipada poderá ser aumentado consideravelmente. Isto deve acontecer se vocês trabalharem no problema conscientemente, em suas próprias vidas, e tentarem entender também a teoria subjacente.

Muito pouco foi escrito, ou até hoje ensinado, sobre o assunto da miragem e pode ser de muita utilidade se nos dedicarmos à consideração deste assunto, de suas causas de seus efeitos, e também lidarmos com a técnica pela qual ela pode ser dissipada e dispersada. Obviamente eu não posso lidar adequadamente com o assunto numa instrução. Vamos levar os próximos dois ou três anos, portanto, para discutir e estudar este importante assunto, resultante da necessidade atual e da crescente sensibilidade da humanidade para as impressões sutis. Não me foi possível fazer isto até agora porque o grupo estava incompleto e a coesão interna precisava ser reforçada. Agora eu posso fazê-lo, já que os membros do grupo estão funcionando juntos com um grande aumento de relacionamento interno, e um "espírito de amor" foi estendido sobre vocês através da reação do grupo às necessidades de cada um, neste recente período de miragem.

Portanto, é minha intenção modificar algo em seu trabalho, retendo as frases simbólicas como um exercício para o seu "insight" intuitivo, porém deixando de lado a consideração dos símbolos mais formais e visuais. Vocês não obtiveram destas formas simbólicas aquilo que se esperava, porque a mente concreta da maioria dos membros do grupo simplesmente aumentou o aspecto forma, e o restante do grupo não precisava deste método de instrução e desenvolvimento. Vamos mudar o foco de atenção para um profundo estudo da miragem. Nisto consistirá o seu serviço porque, à medida que vocês pensarem realmente e usarem a sua inteligência iluminada (se vocês puderem atingir este ponto, meus irmãos), vocês poderão eventualmente ajudar a fazer duas coisas:

1. Esclarecer a mente do grupo sobre este assunto. Não me refiro, neste contexto, ao seu grupo particular, mas à consciência mundial.

2. Esmagar a grande ilusão que manteve, e ainda mantém, os filhos dos homens sob a miragem.

Peço, portanto, o seu serviço neste particular, e também solicito que deem crescente atenção no momento do seu contato comigo, durante a lua cheia. Este grupo deveria ter uma aptidão especial para o trabalho relacionado com a dispersão da miragem, no período da lua cheia. O contato é feito em diferentes planos, de acordo com o foco dos corpos sutis das pessoas do grupo, e este grupo faz contato comigo nos níveis superiores do plano astral. Daí a clareza de suas reações e a riqueza de suas anotações detalhadas. Neste particular se encontrará também, afinal, o seu serviço, porque eles poderão mais tarde (mas não ainda por muito tempo) utilizar os dias de contato, e o "momento de entrada" (como ele é chamado algumas vezes), para o trabalho específico na dispersão de parte da ilusão mundial. No entanto, em primeiro lugar vem a aptidão em dispersá-la na vida pessoal de cada um de vocês.

Outro grupo faz contato comigo no nível mental, e aí se encontra o seu campo de serviço. Outros grupos ainda estão somente no estágio embrionário. O seu pessoal está incompleto e a integração do grupo ainda por ser iniciada.

Peço, portanto, que intensifiquem seus esforços, todo mês durante o período da lua cheia, procurando reforçar seu laço comigo e com os membros do seu grupo. Darei somente uma palavra de aviso. O sucesso neste particular trará tanto recompensas como dificuldades. Vocês terão que observar com cuidado no caso de um excessivo estímulo da sua natureza astral ou emocional, com consequente e subsequente ilusão. Vocês terão que exercer a mais profunda atenção, na tentativa de trabalhar assim no plano astral, mantendo simultaneamente a atitude do Observador no plano superior da alma. Nenhum trabalho construtivo nem serviço de vital importância poderá ser prestado nesta difícil esfera de atividade, a menos que exista esta atitude desapegada e livre. Vocês irão trabalhar numa das mais difíceis esferas de atividade - talvez a mais difícil para a qual um discípulo possa ser chamado. Portanto, é conveniente trabalhar aí em formação grupal. Quero enfatizar firmemente que vocês devem trabalhar como um grupo e não como indivíduos.

Três grandes acontecimentos são atualmente imanentes na consciência mundial:

1. O crescimento e a compreensão do trabalho telepático.
2. A compreensão e investigação científica da ilusão ou miragem mundial.
3. Um aumento nos métodos corretos de cura.

Assim sendo, vocês podem ver como grupos de discípulos podem constituir-se numa contribuição para a revelação emergente, e quão útil poderá ser a nossa consagração ao serviço. Digo "nossa" com propriedade, meu velho irmão, pois estou trabalhando definitivamente para estes três objetivos como uma parte de meu serviço determinado (autodeterminado). Peço a sua cooperação e assistência. O impacto constante do pensamento correto na consciência humana, efetuado por grupos de pensadores treinados, é o método que pode ser aplicado com mais sucesso atualmente, e nisto estes grupos podem ajudar profundamente.

Uma das coisas que deverão emergir, definitivamente, nas próximas três ou quatro décadas, é o trabalho que grupos podem fazer em níveis que não o físico. O serviço em grupo e o esforço unido para o bem-estar do grupo têm sido observados na Terra nos últimos dois séculos, em todos os campos da atividade humana - política, filantrópica e educacional. O serviço grupal no plano astral também foi iniciado em torno de 1875, mas o esforço unificado para dispersar a miragem mundial somente agora está em processo de organização, e este grupo pode ser uma parte do esforço corporativo para este fim e para aumentar o número daqueles engajados nesse esforço. Preparem-se, portanto, e aprendam como trabalhar. A sensibilidade telepática é, necessariamente, o objetivo de todos os grupos de discípulos, mas é o principal objetivo daquele grupo que poderíamos chamar de Comunicadores Telepáticos; aqui eles podem prestar um serviço poderoso. Grupos de sensitivos desta ordem podem se constituir num corpo de trabalho e mediação, e transmitir o novo conhecimento e ensinamento para a humanidade; eles podem moldar a opinião pública e mudar a corrente de pensamentos dos homens. Todos os pequenos grupos de pessoas, natural e inevitavelmente alcançam uma relação telepática entre si e com os membros de grupos similares, e isto é desejável, deve ser promovido e deverá certamente aumentar progressivamente. Mas, à medida que a sua sensibilidade telepática for aumentando, tome cuidado para que você não seja desviado do principal objetivo do seu grupo, que é o de estudar e compreender o significado da miragem e das leis para a sua dissipação. Preste atenção e anote todas as atividades e fenômenos telepáticos, e aprenda a trabalhar desta forma, mas considere isto como um assunto secundário para você, neste momento.

Uma das principais características do trabalho realizado no período da lua cheia será o volume de fenômenos observados. Isto deve ser esperado, já que este serviço demanda que você trabalhe no plano astral. Mas isto vai lhe propiciar um campo para utilizar sabiamente a faculdade da discriminação. Ainda é muito cedo para você trabalhar no problema de separar o real do irreal; sua tarefa inicial será a de anotar. Faça anotações detalhadas. Preserve a atitude científica de desapego e de reconhecimento e escreva tudo o que for sentido, visto ou contatado. Estes registros servirão como base de análise, se tudo for bem, e desta análise poderemos obter muita informação de valor. O que tenho a lhe dizer com relação ao assunto da Miragem insere-se dentro de amplas generalizações, tais como:

I. A Natureza da Miragem
II. As Causas da Miragem
III. A Dissipação da Miragem

À medida que formos prosseguindo, dividiremos o nosso assunto em maior detalhe, mas nesta instrução procuro simplesmente transmitir para sua mente um esboço geral, para que o tema possa encontrar o lugar apropriado em seus pensamentos.

Existem quatro termos que vêm sendo repetidos, há muito tempo, pelos assim chamados ocultistas e esoteristas. Eles são:

miragem,
ilusão,
maya e a expressão,
o morador do umbral.

Todos eles expressam o mesmo conceito geral, ou alguma diferenciação daquele conceito. De uma forma geral, as interpretações têm sido como segue, e elas são somente interpretações parciais, chegando quase a ser distorções da verdade devido às limitações da consciência humana.

A miragem é geralmente considerada como a tentativa curiosa, por parte do que são chamadas ''forças da sombra", de enganar ou vendar os olhos dos aspirantes bem intencionados. Muitas pessoas boas sentem-se quase lisonjeadas quando elas "enfrentam" algum aspecto da miragem, achando que a sua demonstração de disciplina foi tão boa que as forças da sombra estão suficientemente interessadas em tentar impedir o seu excelente trabalho, submergindo-as em nuvens de miragem. Nada poderia estar mais longe da verdade. Esta ideia é, em si mesma, parte da miragem dos nossos tempos e tem suas raízes no orgulho e na satisfação humanos.

Maya é geralmente considerada como sendo da mesma natureza do conceito promulgado pelo Cientista Cristão, de que não existe aquilo que é chamado de matéria. Esperam que encaremos todo o mundo fenomenal como maya, e que acreditemos que a sua existência seja simplesmente um erro da mente mortal e uma forma de autossugestão ou de auto-hipnose. Induzidos por esta crença nos colocamos num estado de espírito que reconhece que o tangível e o objetivo são simplesmente uma ficção da mente imaginativa do homem. Isto, por sua vez, é também uma caricatura da realidade.

A ilusão é considerada quase da mesma maneira, somente que (como nós a definimos), pomos ênfase na limitação da mente humana. O mundo dos fenômenos não é negado, mas achamos que a mente o interpreta mal e se recusa a vê-lo como ele é na realidade. Achamos que esta má interpretação constitui a Grande Ilusão.

O Morador do Umbral é geralmente considerado como representando o teste máximo da coragem do homem e como sendo da natureza de um gigantesco pensamento-forma, ou fator que tem que ser dissipado antes da iniciação. Exatamente o que é este pensamento-forma poucas pessoas sabem, mas a sua definição inclui a ideia de uma imensa forma elemental que barra o caminho para o portal sagrado, ou a ideia de uma forma fabricada, construída às vezes pelo próprio Mestre do discípulo, para testar a sua sinceridade. Alguns consideram-no como o agregado das falhas de um homem, sua natureza má, que impede que ele seja considerado como apto a trilhar o Caminho da Santidade. Nenhuma destas definições, no entanto, dá uma ideia correta da realidade.

Gostaria de indicar, neste particular (falando de forma geral), que estas quatro expressões são quatro aspectos de uma condição universal, resultante da atividade - no tempo e no espaço - da mente humana. A atividade das MENTES! Pondere sobre esta frase, porque ela lhe dá uma pista para a verdade.

O Problema da Ilusão deriva-se do fato de ser uma atividade da alma, e o resultado do aspecto da mente de todas as almas em manifestação. É a alma que está submersa na ilusão, que está incapacitada para ver com clareza, até o momento em que tenha aprendido a derramar a luz da alma através da mente e do cérebro.

O Problema da Miragem é encontrado quando a ilusão mental é intensificada pelo desejo. Aquilo que o teosofista chama de "kama-manas" produz a miragem. É a ilusão no plano astral.

O Problema de Maya é idêntico ao anterior, acrescido da intensa atividade produzida, quando tanto a miragem como a ilusão ocorrem em níveis etéricos. É aquela vital CONFUSÃO emocional impensada (sim, meu velho irmão, esta é a palavra que quero usar), na qual a maioria dos seres humanos parece viver sempre.

O Morador do Umbral é ilusão-miragem-maya, tal como concebida pelo cérebro físico, reconhecida como aquilo que deve ser superado. É o pensamento-forma desconcertante, com o qual o discípulo se confronta, quando ele procura penetrar através da miragem acumulada ao longo das idades, para encontrar o seu verdadeiro lar no lugar de luz.

A informação acima é necessariamente uma generalização, e também o resultado da atividade da mente analítica, mas serve para expressar em palavras uma parte do problema, e para comunicar às suas mentes, um pensamento-forma definido que discutiremos em detalhe mais adiante.

Quanto às causas desta condição mundial, o que posso dizer, meu irmão, que possa transmitir significado às mentes de todos vocês? A causa jaz bem além, na consciência dos "Deuses imperfeitos". Esta frase realmente significa alguma coisa para vocês? Muito pouco, eu temo. Devemos descer a um campo mais prático, e só lidar com o assunto no que concerne à humanidade. Mais adiante trataremos brevemente da ilusão planetária, mas o problema imediato diante do homem, é a contribuição significativa do discípulo e a dissipação de uma boa parte da miragem em que a humanidade está imersa, e que, durante a próxima Era de Aquário, deverá praticamente desaparecer em relação à vida astral da humanidade. Aquilo que procuro enfatizar aqui, é chamar a atenção para o fato que será através da meditação e da técnica de controle da mente que os pensadores do mundo começarão a livrar o mundo da ilusão. Daí o interesse crescente na meditação, à medida que o peso da miragem mundial é sentido cada vez mais, e daí a necessidade vital da correta compreensão do modo de controle mental.

Outro ponto que deveria ser registrado é que, na cristalização desta época material, aparece a grande oportunidade para se desferir um golpe mortal no Morador do Umbral do planeta. A reação neste momento, através da pressão das circunstâncias, está produzindo uma maior compreensão espiritual e uma reorganização dos valores humanos, e isto é parte do processo pelo qual uma parte vital da miragem mundial poderá ser dissipada - se os homens de boa vontade dentro da aura do mundo se dedicarem às suas tarefas determinadas.

Quando o Buda estava na Terra e conseguiu a iluminação, Ele "introduziu" um jorro de luz sobre o problema mundial, com a Sua enunciação das Quatro Nobres Verdades. Seu grupo de discípulos, e Seus novecentos arhats, formularam aquelas quatro grandes verdades numa estrutura de dogma e doutrina que - pelo poder do pensamento coletivo -ajudou enormemente no ataque à ilusão mundial. Atualmente o Cristo está levando a cabo a mesma grande tarefa, e no significado espiritual de Sua Vinda iminente (e na linguagem do simbolismo), Ele e Seus nove mil arhats vão desferir um segundo golpe na miragem mundial. Estamos nos preparando para este evento. Só a intuição pode dispersar a ilusão e daí a necessidade de treinar intuitivos. Daí o serviço que você pode prestar a esta grande causa, oferecendo-se para esse treinamento. Se você puder superar a miragem em sua própria vida, e se você conseguir entender, portanto, a natureza da ilusão, você vai ajudar na

a. Destruição do morador do umbral,
b. Desvitalização da maya geral,
c. Dissipação da miragem,
d. Dispersão da ilusão.

Isto você tem que fazer na sua própria vida e na relação com o grupo. Então a sua contribuição mais geral irá ajudar nas questões humanas mais amplas. O intelecto aguçado e a iluminação da mente, acrescidos do amor e da intenção, irão realizar muito. Reitero meu chamado para este serviço.

Durante os próximos meses, sugiro que vocês façam três coisas:

1. Definam com suas próprias palavras, baseando-se no resultado da meditação, o seu entendimento das quatro expressões com as quais estiveram lidando. Peço uma verdadeira análise, e não simplesmente quatro sentenças de definição. Antes que eu me estenda sobre este assunto, gostaria que vocês organizassem seus pensamentos sobre a matéria, usando as definições como um guia para o seu pensamento, apresentando, porém, o problema da forma como vocês o veem, e procurando distinguir as diferenças que existem entre estes quatro aspectos da miragem mundial.

2. Repitam cada dia, com atenção e pensamento, uma oração muito familiar, a Oração do Senhor. Ela tem muitos significados, mas o significado cristão trivial e usual não é para vocês. Ponderem sobre esta antiga fórmula de verdade, interpretando-a inteiramente em termos de uma fórmula para a dissipação da ilusão. Escrevam uma interpretação dela, por este ângulo, tomando-a frase por frase, e considerando-a como nos dando sete chaves para o segredo da eliminação da miragem. A fórmula (que não é essencialmente uma oração) pode ser dividida como a seguir:

a. Invocação ao Senhor solar;
b. Sete sentenças, englobando sete chaves para a dissipação da ilusão;
c. Uma afirmação final de divindade.

Usem a sua intuição e apliquem todos estes elementos ao assunto da miragem e verifiquem que conhecimentos irão obter. A seguir, escrevam-na sob a forma de uma interpretação ou artigo, e poderemos obter algo de muito valioso.

3. Guardem uma cópia de suas anotações da lua cheia e, ao final de seis meses, submetam-nas a uma análise cuidadosa, e vejam qual foi a totalidade do ganho obtido. Dividam a sua análise nos seguintes tópicos, e expressem a sua compreensão dos fenômenos:

a. Relativamente a qualquer contato real.
b. Relativamente a qualquer contato de cor ou fenômenos.
c. Relativamente a quaisquer outros fenômenos sentidos, vistos ou ouvidos.

Possamos todos prosseguir em direção a uma luz mais intensa e uma compreensão maior e que a luz possa brilhar sobre O Caminho vertical do discípulo, é a minha prece e aspiração para vocês.

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