Navegação

Página Inicial
Livros de Alice Bailey

Um Tratado Sobre Magia Branca


REGRA QUATORZE
Os Centros e Prana
O Uso das Mãos
O Trilhar do Caminho
O Despertar dos Centros

 REGRA QUATORZE

O som cresce. A hora de perigo para a alma corajosa se aproxima. As águas não feriram o criador branco e nada poderia afogá-lo nem encharcá-lo. O perigo do fogo e da chama ameaça agora e, ainda tênue, a fumaça que cresce é vista. Que ele novamente, após o ciclo da paz, apele para o Anjo Solar.

OS CENTROS E PRANA

Quanto mais nos aproximamos, em nosso pensamento, do plano físico, maior dificuldade é experimentada pelo mago, seja ele o Anjo solar ocupado com o trabalho mágico de manifestação, seja um trabalhador especializado segundo o plano. Isto se deve a duas causas:

1 - A resposta automática da matéria física densa à substância, lembrando-se sempre que substância é força.
2 - Os perigos incidentes ao trabalhar com os fogos ou com os pranas do Universo. Este último perigo é aquele com o qual a Regra XIV se ocupa.

Há muitas maneiras pelas quais esta Regra pode ser interpretada. Nós podemos estudar o trabalho do Anjo solar quando ele se aproxima do plano físico denso para encarnar e, assim, chegar àquele ponto crítico em seu trabalho criativo, no qual o revestimento tríplice está naquela etapa em que deverá, inevitavelmente, fazer um contato com o aspecto matéria. É a etapa durante a qual, expressando esta verdade em termos ocultistas, ela é literalmente solicitada a "vestir-se e desaparecer na luz do dia". O homem espiritual está agora velado por revestimento mental ou de fogo. Ele está vestido "numa névoa aquosa", que é uma forma antiga de se referir à grande ilusão. Este termo se aplica não somente ao conceito da posse de um corpo aquoso ou astral, mas também apresenta à mente o efeito que aquele corpo deve ter sobre o Anjo solar oculto. Este último perscruta através do fogo e através da névoa e vê distorção e reflexo. Ele vê aquilo de que se deve desviar.

Além do revestimento de fogo e do revestimento de névoa ele revestiu-se com uma trama exterior de correntes de força intimamente unidas. Estas constituem seu corpo vital ou etérico, que é da natureza de uma trama, ou rede de nadis de energia, os quais, em suas dezenas de milhares, são entretecidos e formam em certas localizações neste corpo de energia, vários pontos focais de força, dos quais os mais importantes são os sete centros. Há, todavia, muitos destes pontos focais.

Quando esta vestimenta tiver sido assumida pelo Anjo solar, uma etapa final é alcançada e o fogo solar e o fogo por fricção devem ser postos em contato com três "fogos muito antigos". Estes são os fogos da matéria objetiva física densa ou daquelas unidades de energia material que nós normalmente cobrimos pelas palavras "gasoso", líquido e denso", uma expressão sem significado e somente em uso para nós através do seu ensino de diferenciação. Estes três fogos antigos são um aspecto do fogo por fricção.

Neste ponto chega a hora do perigo para a alma corajosa. É a hora em que a alma deve trazer à unidade o corpo etérico e o envoltório gasoso que é o aspecto mais elevado do revestimento físico denso, o instrumento da manifestação orgânica tangível.

Nós podemos também estudar esta Regra sob o ponto de vista do iniciado que está ocupado com a reunião de forças e que, através do poder de seu pensamento, pode ter criado um pensamento-forma. Este pensamento-forma ele revestiu com um invólucro astral, ou de desejo, deliberadamente vitalizado com sua energia e agora procura dar-lhe existência objetiva e remetê-la ao cumprimento de seu propósito e de seu intento. O momento crucial em todo trabalho criativo sempre se encontra nesta etapa. É a etapa em que a vibrante forma subjetiva tem que atrair para si mesma aquele material que lhe dará a organização no plano físico. Este fato deve ser lembrado, pouco importando o que o mago esteja procurando objetivar. Ele se refere igualmente a uma organização, a um grupo ou a uma sociedade; pode referir-se à materialização do dinheiro ou ao revestimento ou exteriorização de uma ideia. O momento de perigo para o mago vem nesta etapa final. Um ponto de fina discriminação é alcançado e o mago tem que prosseguir agora com cautela. Muitos bons planos deixam de se materializar e a razão está precisamente aqui. Um plano é, afinal de contas, uma ideia lançada no tempo e no espaço para procurar uma forma e realizar seu trabalho. Muitos não chegam a nada porque seu criador, ou a mente criativa da qual emanam, não compreende este período crítico. Um correto ajustamento de forças tem que ser providenciado, de modo que nem demasiada energia seja usada no trabalho, nem muito pouca. Quando demasiada energia é libertada por intermédio do corpo vital, então uma chama arde quando a energia gasosa do plano físico denso é posta em contato com a energia etérica vital. Assim a forma em embrião é destruída. Onde não há suficiente energia, ou atenção adequada persistente, e quando o pensamento do mago ondula, então a ideia não chega a nada, o feto é abortado e nada chega à manifestação objetiva. Isto tem uma correspondência literal no plano físico. Muitos fetos são abortados precisamente porque o Anjo solar titubeia em seu propósito e não está suficientemente interessado. Muitas ideias boas igualmente deixam de se materializar ou não têm uma existência persistente "à luz do dia" porque não há suficiente energia para gerar aquela centelha de chama viva que deve sempre queimar no centro de todas as formas. O perigo, portanto, é duplo:

1 - O da destruição pelo fogo, devido ao dispêndio de excessiva energia e da expressão de um propósito muito violento.

2 - O da morte, através da falta de vitalidade e porque a "atenção dirigida" do mago não tem força e duração adequadas para trazer a forma à existência. A lei ocultista sustenta bem que a energia segue ao pensamento.

Nós poderíamos estudar esta Regra do ponto de vista do aspirante, no modo pelo qual ele aprende a trabalhar com a energia e com as forças da natureza, no modo pelo qual ele aprende o significado e o propósito do corpo vital e ganha poder no controle dos fogos vitais ou dos pranas de seu próprio pequeno sistema. Parece-me que para nosso propósito particular, esta linha de aproximação seria da maior utilidade. Estas instruções destinam-se àqueles que estão definitivamente interessados no caminho da libertação da forma, e que estão procurando preparar-se para trabalhar em cooperação com a Grande Loja Branca. Estão aprendendo os primeiros passos no trabalho mágico e para eles, portanto, uma compreensão dos fogos e das energias com as quais precisarão trabalhar, é de importância fundamental. Nós, portanto, confinaremos nossa atenção a esta fase da grande obra e não consideraremos nem o trabalho da alma ao se encarnar e se manifestar objetivamente através da forma, nem o trabalho dos iniciados, ao atuarem como magos criativos sob o impulso grupal e através de uma compreensão inteligente do plano evolutivo. Estas Instruções são destinadas a serem práticas e fornecerem o ensino necessário àqueles estudantes que possam ler nas entrelinhas e que estejam desenvolvendo a capacidade de ver o significado esotérico por trás das limitações exteriores e das formas exotéricas.

Vamos agora considerar os pranas e gostaria de citar aqui alguns parágrafos da Luz da Alma que dão uma descrição desses pranas. Nós encontramos no Livro II, Aforismo 39, que há cinco aspectos de prana, funcionando através do corpo etérico ou vital e, portanto, constituindo-o por inteiro.

”O prana tem cinco aspectos em suas manifestações, assim correspondendo aos cinco estados da mente, ao quinto princípio e às cinco modificações do princípio pensante. Prana no sistema solar se exterioriza como os cinco grandes estados de energia aos quais nós chamamos de planos, o medium da consciência... As cinco diferenciações de prana no corpo humano são:

1 - Prana, estendendo-se do nariz ao coração e tendo especial relação com a boca e fala, o coração e os pulmões.

2 - Samana, se estende do coração ao plexo solar; relaciona-se com o alimento e a nutrição do corpo por intermédio do alimento e da bebida e tem especial relação com o estômago.

3 - Apana controla o plexo solar até a planta dos pés; diz respeito aos órgãos de eliminação, de rejeição e do nascimento assim tendo especial relação com os órgãos da geração e de eliminação.

4 - Upana se acha entre o nariz e o alto da cabeça; tem uma especial relação com o cérebro, o nariz e os olhos e quando controlado de maneira apropriada produz uma coordenação dos ares vitais e sua correta manipulação.

5 - Vyana é o termo aplicado à totalidade da energia prânica em sua distribuição uniforme através do corpo todo. Seus instrumentos são os milhares de nadis ou nervos encontrados no corpo e tem uma conexão peculiar definida com os canais sanguíneos, as veias e artérias”. (Pgs. 329-330).

”O corpo etérico é o corpo de força ou vital e ele permeia cada parte do veiculo denso. Ele é o pano de fundo, a verdadeira substância do corpo físico. De acordo com a natureza da força animando o corpo etérico, de acordo com a atividade daquela força no corpo etérico, de acordo com a vivacidade ou inércia das mais importantes partes do corpo etérico (os centros ao longo da coluna) assim será a correspondente atividade do corpo físico. Semelhante e simbolicamente, de acordo com a totalidade do aparelho respiratório e de acordo com a capacidade daquele aparelho em oxigenar e purificar o sangue, assim será a saúde ou totalidade do corpo físico denso”. (Pgs. 218-219).

Encontramos também a afirmação de que também as forças que compõem o corpo vital ou os vários pranas do qual é constituído emanam

"a. Da aura planetária. Neste caso é o prana planetário (assim se relaciona primariamente com o baço e a saúde do corpo físico.

"b. Do mundo astral através do corpo astral. Esta será uma força puramente cármica, ou do desejo, e afetará primariamente o centros abaixo do diafragma.

"c. Da mente universal ou força manásica. Esta será grandemente a força do pensamento e dirigir-se-á para o centro da garganta.

"d. Do próprio ego, estimulando primariamente os centros da cabeça e do coração". (Pg. 220).

Nós lemos também que "a maioria das pessoas recebe força somente dos planos físico e astral, mas os discípulos recebem força também dos níveis mental e egoico". Finalmente nós lemos:

"Poderá ser útil ao estudante se ele compreender que o correto controle de prana envolve o reconhecimento de que a energia é a totalidade da existência e da manifestação e que os três corpos inferiores são corpos de energia, cada um formando um veiculo para o tipo superior de energia e sendo eles próprios transmissores de energia. As energias do homem inferior são energias do terceiro aspecto, o Espírito Santo ou aspecto Brahma. A energia do homem espiritual é a do segundo aspecto, a força Crística ou Buddhi. O objetivo da evolução na família humana é trazer esta força Crística, o principio de Buddhi, à plena manifestação no plano físico e isto através da utilização dos três envoltórios inferiores". (Pg. 227).

Isto dá um quadro geral do assunto em consideração e nos dá os fatos elementares sobre os quais todos os nossos pensamentos devem basear-se. Torna-se aparente, por isso, ao estudarmos o que está acima, que o aspirante tem três coisas a fazer:

Primeiro, ele tem que aprender a natureza das energias ou pranas que trouxeram à manifestação sua criação mágica, o corpo físico, e o mantém naquela condição em que ele pode, ou não, rapidamente alcançar o objetivo espiritual de sua alma. Esta lição consiste em:

a) Chegar a um conhecimento daquelas forças que são peculiarmente potentes em sua vida e que parecem dirigir suas atividades. Isto trar-lhe-á o conhecimento quanto a quais os centros de seu corpo etérico que estão despertos e quais os que estão adormecidos. Isto todos os aspirantes têm que alcançar antes que realmente possam aplicar-se ao real treino para o discipulado.

b) Alcançar a relação entre estas forças da natureza, das quais ele se apropriou para seu próprio uso, que constituem a totalidade de suas energias pessoais, mentais, sensoriais e vitais, e aquelas mesmas forças que são encontradas no mundo natural e governam a manifestação do Macrocosmo.

c) Aprender a trabalhar com estas energias de uma forma inteligente para fazer com que três acontecimentos tenham lugar:

Uma cooperação harmoniosa com seu próprio Anjo Solar, de modo que a força solar possa impor seu ritmo sobre as forças lunares.

Uma resposta inteligente e filiação ao grupo de Servidores do Mundo que a qualquer dado momento tenham assumido a tarefa de dirigir, pelo poder de seu pensamento, as forças da natureza e assim levar à frente todo corpo criativo de conformidade com a linha do propósito divino.

A produção, no plano físico, de uma personalidade adequada à sua tarefa criativa e capaz daquelas formas de atividade que emanando da mente, a capacitarão a prosseguir na obra das agências dirigentes.

Segundo, aprender a viver como uma alma e, portanto, livre da identificação com a natureza corporal. Isto leva a três coisas:

a) A uma capacidade para retirar-se para a consciência da cabeça e daquele alto lugar dirigir a vida do eu pessoal.

b) Ao poder de passar através dos vários centros no corpo aquelas forças e energias universais que são necessárias para o trabalho mundial. Isto tem que ser feito conscientemente e em pleno conhecimento da fonte de onde elas vêm, do modo de sua atividade e do propósito para [. qual precisam ser usadas. Isto envolve também a compreensão de qual força está relacionada com um centro. Isto consequentemente envolve a necessidade de desenvolver os centros, de trazê-los a um estudo de potência e harmonizá-los num ritmo unificado.

c) À capacidade, portanto, de trabalhar segundo a própria vontade por intermédio de qualquer centro particular. Isto somente é possível quando a alma pode habitar como o Regente no "trono entre as sobrancelhas" e quando o fogo de Kundalini tenha sido o que se chama ocultamente, elevado. Este fogo tem que subir através da coluna vertebral e abrir seu caminho ardente através da trama que separa cada centro na "Varinha Dourada do Poder".

Terceiro, aprender a estudar as reações sobre os demais, de qualquer energia que ele, através de sua personalidade, possa estar expressando, ou que, se ele for um iniciado e, portanto, um trabalhador consciente com o Plano, possa ser seu privilégio utilizar ou transmitir. Através de um cuidadoso estudo de seu "efeito" pessoal sobre seus semelhantes, uma vez que vive entre eles, e de como ele pensa, fala e age, ele aprende a natureza daquele tipo de força que pode fluir através de si. Ele pode chegar, por conseguinte, a uma compreensão de seu tipo, de sua qualidade, de sua força e de sua velocidade. Estas quatro palavras exigem consideração e elucidação.

O tipo de força tal como é usado por um aspirante indicar-lhe a sua fonte emanadora e um estudo dela começará a significar para ele a Entidade da qual ele emanou. Um conhecimento do tipo responde à pergunta. Segundo que linha de energia e em que raio deve-se encontrar esta força? Uma cuidadosa observação deste aspecto da obra, cedo indicará ao aspirante:

1 - em que plano ele próprio pode estar trabalhando.
2 - a natureza de seu raio, do raio egoico e do raio da personalidade. Somente o iniciado do terceiro grau pode identificar seu raio monádico.
3 - o particular tatwa que poderá estar envolvido.
4 - o centro através da qual ele pode estar transmitindo força.

Será aparente, portanto, que um estudo dos tipos de energia é de utilidade prática e tenderá a não deixar nenhuma parte da natureza do aspirante sem ser tocada. Pensem por um minuto nas lições que podem ser aprendidas pelo homem que submete a energia usada na expressão verbal, por exemplo, ao escrutínio do Dirigente Interno e que - após falar ou após juntar-se ao dar e tomar da vida diária - pergunta a si mesmo: Qual o tipo de energia por mim usada em minha fala hoje? Qual foi a força que despendi em meus contatos com meus semelhantes? Vocês perguntam se posso ilustrar isso? Vou tentar fazê-lo e assim tornar simples o que tão frequentemente é tido como abstruso e difícil. Que o estudante indague de si mesmo se a posição por ele mantida mentalmente e se as palavras por ele pronunciadas em qualquer ocasião considerada foram impulsionadas por um desejo de impor sua vontade sobre os ouvintes. Esta imposição de sua vontade poderia ser certa ou errada. Quando certa, significaria que ele estivera falando sob o impulso de sua vontade espiritual, que suas palavras estariam alinhadas com o propósito e intenção da alma seriam governadas pelo amor e, por isso, seriam construtivas, úteis e curadoras. Sua atitude seria de desapego e ele não teria nenhum desejo de tornar prisioneira a mente de seu irmão. Mas se suas palavras foram impulsionadas pela vontade própria e pelo desejo de impor suas ideias sobre outras pessoas e assim brilhar em sua presença, ou de forçá-las a concordar com suas conclusões, seu método seria então destrutivo, dominador, agressivo, argumentativo, forçado, rude ou irritável, de acordo com as tendências e inclinações de sua personalidade. Isto indicaria o certo ou o errado da força do primeiro raio.

Se o tipo de força do qual é portador for do segundo raio, ele poderá submetê-lo a uma semelhante análise. Ele compreenderá que ele é baseado no amor do grupo, no serviço e na compaixão, ou numa necessidade egoísta de ser apreciado, no sentimento e no apego. Suas palavras indicarão isto para si se ele estudá-las detidamente. Semelhantemente, se ele estiver usando o terceiro raio, numa maneira pessoal, ele será dúbio em suas proposições, sutil e fugaz em seus argumentos, usando a manipulação em suas relações com seus semelhantes ou será um intrometido ativamente ocupado em correr o mundo, manipulando pelos outros as próprias vidas ou mantendo tão firmemente as rédeas do governo em seu próprio interesse que ele sacrificará tudo e todos no trabalho de alcançar seus próprios fins pessoais. Se todavia ele for um verdadeiro discípulo e aspirante, ele trabalhará com o Plano e utilizará a força do terceiro raio para alcançar os amorosos propósitos da Realidade espiritual. Ele estará ocupado e ativo e sua palavra conduzirá a verdade e ajudará aos demais, pois elas serão desapegadas e verdadeiras.

Voltar ao início


O USO DAS MÃOS

É oportuno aqui já que estamos lidando com a utilização da força, dar alguma informação concernente ao uso das mãos em tal trabalho. Um dos Mestres disse. "É somente com a mão armada e pronta seja para conquistar ou perecer que o moderno místico pode esperar alcançar seu objetivo". Pretendo dizer apenas umas poucas palavras sobre as mão, pois há mais ensinamento oculto sob estas palavras do que está aparente na superfície.
Num dos velhos livros, acessíveis para a instrução dos discípulos, são encontradas estas palavras:

”A mão armada é uma visão vazia e isto protege seu possuidor das acusações de seus inimigos. É uma mão livre da mancha dos quatro males simbólicos - ouro, luxúria, a adaga e o dedo da sedução ”.

Estas palavras são muito significativas e seria bom estudar brevemente o tipo de mãos e sua qualidade, que são distintivas dos discípulos Em todas as formas de ensinamento esotérico as mãos desempenham uma grande parte e isto por quatro razões:

1 - São o símbolo da capacidade de aquisição.
2 - São centros de força.
3 - São sustentadoras da espada.
4 - São, quando empregadas impessoalmente,

a) instrumentos de cura;
b) instrumentos através dos quais certas chaves são giradas.

Visualizando-as como símbolos da capacidade de aquisição é preciso lembrar que no homem comum elas são empregadas para "agarrar e reter" e adquirir aquilo que o homem quer para si próprio e para a satisfação de seu desejo egoísta. No homem espiritual, as mãos ainda são símbolos da capacidade de aquisição mas ele somente apanha aquilo que é necessário para ajudar o grupo e libera imediatamente para aquele fim o que assim tiver adquirido. O iniciado não conserva nada para si; o salvador da raça pode utilizar tudo o que seja depositado no armazém divino mas não para si mesmo, somente para aqueles que ele procura ajudar.

A - Como centros de força as mãos desempenham um potente papel. É um que é pouco compreendido. É um fato ocultista que as mãos de um discípulo (uma vez ele tenha adquirido aquela capacidade de aquisição que se baseia no trabalho altruísta do grupo) se tornam transmissoras de energia espiritual. A "imposição das mãos" não é uma expressão vazia nem confinada somente às operações do episcopado de qualquer fé. A Imposição das mãos pode ser estudada em quatro aspectos:

1 - Na cura. Neste caso a força que flui através das mãos vem de uma dupla fonte, via dois centros etéricos, o baço e o coração.

2 - No estímulo de qualquer centro específico. A energia empregada neste caso vem da base da coluna e do laringe e deve ser acompanhada das palavras apropriadas.

3 -No trabalho de ligar o homem com seu ego. A força usada aqui deve ser recebida de três centros etéricos, o plexo solar, o coração o centro entre as sobrancelhas.

4 - No trabalho grupal. Aqui a energia é utilizada emanando do ego, através do centro da cabeça, do centro da laringe e da base da coluna.

Será aparente, portanto, que a Ciência das Mãos é uma ciência muito real e que o discípulo tem de aprender a natureza das forças nos diferentes centros, como transmiti-Ias e unificá-las e depois, por um ato da vontade, como exteriorizá-la, através dos chakras, nas mãos. As mãos realizam seu trabalho, seja diretamente, ou através da projeção de um firme fluxo uma vez que as correntes misturadas tenham sido tocadas, seja indiretamente, seja pela manipulação. Através do conhecimento da lei um discípulo pode não somente utilizar a corrente que flui através dos centros de seu próprio corpo, como pode também combiná-la com as correntes cósmicas ou planetárias a serem encontradas à sua volta. Isto é feito inconscientemente, com frequência, pelos oradores que usam magneticamente as mãos em qualquer medida, e os efeitos, tais como vistos por um clarividente, são muitas vezes curiosos. Quando este trabalho é feito conscientemente, um fator muito potente é acrescentado ao equipamento de qualquer chela.

A este propósito deve-se ter em mente que o assunto é muito complexo e que certas forças de raio passam pela linha de menor resistência da esquerda para a direita e outras da direita para a esquerda. Certos centros transmitem suas energias pela mão direita e outros pela esquerda. Muito conhecimento é por isso necessário para se trabalhar cientificamente.

Não tenho tempo para discutir em detalhe o significado das mãos ao empunharem a espada, salvo para assinalar que a espada como um símbolo representa muitas coisas:

1 - A espada afiada, de duas lâminas, é a faculdade discriminativa que alcança as raízes do ser do chela e separa o real e verdadeiro do falso e impermanente. Ela é empunhada pelo ego no plano mental e é referida como a "Espada de frio aço azul".

2 - A espada da renúncia, ou aquele machado de duas lâminas que o chela voluntariamente aplica a qualquer coisa que ele considera como capaz de impedi-lo de alcançar seu objetivo. Ela é aplicada basicamente às coisas do plano físico.

3 - A espada do Espírito é aquela arma que nas mãos do discípulo abate, ante os olhos do grupo a que ele está servindo, os obstáculos que se dispõem no caminho do progresso do grupo. Ela somente é empunhada com segurança por aqueles que treinaram seus braços a empunhar a outras espadas e nas mãos de um iniciado é um fator dos mais potentes

O Velho Comentário ao qual tantas vezes tem sido feita referência diz:

"O aço é necessário para a transmissão do fogo. Quando a força do homem
interior se associa com a energia transmitida através dos chakras das palmas, ela passa ao longo da lâmina reluzente e se funde com força do Uno Que é o TODO. Assim se consuma o Plano".

E assim, poder-se-ia acrescentar, é a energia da unidade aumenta da pela força do Todo maior.

Diz-se nos livros ocultistas e igualmente em A Doutrina Secreta, que todos os iniciados têm que ser curadores; portanto, que todos os iniciados usam as palmas das mãos no trabalho da cura. Somente aqueles, portanto, que empunharam a espada ousam pousá-las e ficar com as mãos vazias, elevadas na bênção. Somente a "mão armada" pode ser usada seguramente no trabalho da salvação; somente aqueles que "tomaram o reino dos Céus pela força" e que são ocultamente conhecidos como os "Violentos" podem tomar do suprimento celestial e usá-lo no trabalho da cura. Dever-se-ia ter em mente isto cuidadosamente. A verdadeira força curativa somente pode fluir através daqueles que em algum grau, estiverem ligados com a Hierarquia, seja diretamente (pelo direito trazido pela iniciação, ou pelo discipulado avançado) ou indiretamente, ao serem usados do lado interno por algum adepto ou curador avançado. Um homem deveria conhecer seu status antes de poder corretamente curar. Isto não se aplica àqueles curadores que são trabalhadores inconscientes, sendo poderosos transmissores de prana ou vitalidade solar. Seu nome é legião e eles fazem muito bem, mesmo que às vezes a energia que eles transmitem sirva para estimular de maneira errada.

No que se refere ao uso das mãos no girar da chave, darei simplesmente um indício. Somente podem girar a chave na porta da iniciação aquelas mãos que aprenderam a "arte dos centros", o significado das mãos no serviço, o empunhar das espadas e as quatro posições nas quais as mãos são mantidas no serviço do grupo.

Estudem, pois, o tipo de força que vocês habitualmente manipulam; conheçam segundo que linha de energia de raio ela vem e assim cheguem a um conhecimento mais verdadeiro de si próprios e de suas próprias capacidades internas e assegurem-se do mesmo modo de que tipos de energias poderão estar em falta e como o seu equipamento pode ser devidamente completado.

B. A qualidade da força usada é necessariamente dependente do raio do qual ela pode emanar. Vocês me pedem para diferenciar entre as palavras tipo e qualidade. Eu diria que o tipo de força indica o aspecto vida, ao passo que a qualidade indica o aspecto consciência e que ambos são aspectos da entidade ou ser que é a encarnação de um raio. O tipo manifestar-se-á fundamentalmente através do que poderíamos chamar a direção dinâmica e através de seu poder para produzir um efeito. Isto, naturalmente, tem que ser combinado com a correta qualidade e capacidade de ação. A qualidade será indicada mais pelo seu poder de contato atrativo. Ela tem em si mais do aspecto magnético do que tem o tipo. Os estudantes podem chegar à qualidade da força que poderão estar usando registrando o que eles atraem para si próprios, tanto nas circunstâncias, nas pessoas, como nas reações que as pessoas mostram ao que o estudante possa dizer ou fazer. No tipo há uma preponderância do aspecto vontade, na qualidade o aspecto desejo é o essencialmente encontrado. E profundamente verdadeiro que de acordo com os desejos de um homem, assim serão as formas de vida que ele, como um imã, atrairá para si próprio.

C. Apotência de uma particular força leva-nos de volta para a Regra que estamos estudando, pois ela envolve em si própria o fator da persistência verdadeira e já vimos antes que a emergência para a vida funcionante e para a atividade de qualquer forma depende da atenção persistente de seu criador. A energia pode ser usada dinâmica ou firmemente e os efeitos desses dois modos de aplicação da energia diferem. Um é fundamentalmente usado no trabalho destrutivo e este é o método dinâmico. Há por exemplo, certas palavras dinâmicas de poder que, quando empregadas pelos Destruidores Criativos, provocam a destruição das formas. Com estes, todavia, os aspirantes nada têm a fazer. Seu trabalho importante é aprender o significado da persistência e da força. É literalmente uma persistência de tempo e a força é, além de todas as outras coisas, o poder de suportar, de sustentar, de se manter firme e de prosseguir sem se deixai deter. Estudem, pois, muito cuidadosamente a dinâmica dos tipos, o magnetismo da qualidade e a força persistente das forças que constituem o seu equipamento. Quando puderem comandar, seja destrutiva, seja construtivamente, egoística ou altruisticamente, ou alinhados com o Plano Universal, ou com o plano egoísta e pessoal, então vocês trabalharão conscientemente e trilharão com conhecimento de causa o caminho da mão direita ou da mão esquerda.

D. Avelocidade da força usada depende desses três prévios fatores. A velocidade neste sentido não tem nenhuma relação essencial com o tempo, embora seja difícil encontrar uma outra palavra para usar em lugar de velocidade. Ela se relaciona com o mundo dos efeitos quando estes emanam do mundo das causas. Ela talvez tenha, essencialmente, uma relação com a verdade, pois quanto mais verdadeiro um impulso e quanto mais clara a compreensão do propósito subjetivo, assim seguir-se-ão automaticamente a direção correta e o impacto da força. Talvez a velocidade pudesse ser mais corretamente traduzida pelas palavras "direção correta", pois onde há direção correta, orientação verdadeira, exata compreensão do propósito e reconhecimento do tipo de força requerida, então haverá um efeito instantâneo. Quando a alma tiver registrado a qualidade desejada e possuir a força do Uno Eterno e a persistência do Uno Que é desde o começo, o processo da expressão da força e a relação entre causa e efeito serão espontâneos e simultâneos e não sequenciais. Isto não pode ser facilmente compreendido pelos que ainda não tenham a consciência do eterno Agora. Mas este efeito espontâneo e simultâneo é a chave para o trabalho mágico inteiro e nestas quatro palavras - tipo, qualidade, força e velocidade - a história do trabalho de um Mago Branco é contada. Mas não ouso dar mais e não me é permitido falar mais claramente. São poucos os que já estão aptos para serem magos e poucos (talvez felizmente) já têm todos os sete centros despertados de modo a poderem trabalhar livremente sobre os sete planos e com os sete tipos das energias dos sete raios.

Eu assinalaria que estes quatro aspectos de energia podem ser estudados pelo aspirante em sua própria natureza. No plano físico ela é aparentemente a causa iniciadora e ao trabalhar com estas energias elas evocarão uma resposta e uma reação daqueles que sentirem o impacto seu e demonstrarem seu efeito. Não é, pois, verdade, que, nós trabalhamos e vivemos num mundo de forças? Nós não necessitamos nenhum campo distante nem especial domínio onde viver e aprender a trabalhar, pois habitamos num mundo de força e energia; somos, nós próprios, constituídos de unidades de força ou energia; dirigimos a força, consciente ou inconscientemente, através das vinte e quatro horas do dia. O campo de nosso treinamento ocultista é o campo do mundo e o mundo de nossas particulares circunstâncias e ambiente.

Voltar ao início


O TRILHAR DO CAMINHO

Ao considerarmos a Regra XIV, nós vimos que, no trabalho mágico, o ponto crítico da objetividade foi agora alcançado pelo aspirante. Ele está tentando tornar-se um criador mágico e realizar duas coisas:

1 - Recriar seu instrumento ou mecanismo de contato, de modo que o Anjo solar tenha um veículo adequado à expressão da Realidade. Isto envolve, nós assinalamos, o tipo, a qualidade, a força e velocidade corretas.

2 - Construir aquelas formas subsidiárias de expressão no mundo exterior através das quais a Energia corporificada, fluindo através dos envoltórios recriados, possa servir ao mundo.

No primeiro caso, o aspirante lida consigo mesmo, trabalhando dentro de seu próprio círculo e assim aprendendo a se conhecer, a se modificar e a reconstruir seu aspecto-forma. No outro caso, ele aprende a ser um servidor da raça e a construir aquelas formas de expressão que incorporarão as novas ideias, os princípios emergentes e os novos conceitos que deverão governar e envolver nosso progresso racial.

Lembrem-se de que nenhum homem será um discípulo, no sentido da palavra do Mestre, se não for um pioneiro. Uma resposta registrada à verdade espiritual, um prazer conscientizado em ideais que se dirigem para diante e uma aquiescência satisfeita às verdades da Nova Era não constituem o discipulado. Se fosse assim as fileiras dos discípulos estariam rapidamente cheias e isto não é tristemente o caso. É a capacidade em chegar à compreensão das realizações seguintes que estão adiante da mente humana, que caracteriza o aspirante, o qual permanece no vestíbulo do discipulado aceito; é o poder, modelado no cadinho da cansativa experiência interior, de ver a visão imediata e alcançar aqueles conceitos nos quais a mente deve necessariamente revesti-lo, que dão a um homem o direito de ser um trabalhador reconhecido com o plano (reconhecido pelos Grandes, se não reconhecido pelo mundo); é a conquista daquela orientação espiritual, sustentada firmemente - não importando qual possa ser o distúrbio externo na vida do plano físico - que significa para Aqueles Que observam e procuram cooperadores, que um homem pode merecer a confiança de lidar com alguns pequenos aspectos da obra que Eles tenham tomado para si; é a capacidade de submergir e perder de vista o eu pessoal interior na tarefa da orientação mundial, sob o impulso da alma, que eleva um homem acima das fileiras dos místicos aspirantes para aquela dos ocultistas práticos, embora de mentalidade mística.

Este é um trabalho intensamente prático, no qual estamos engajados; é igualmente de tais proporções que ocupará toda a atenção e o tempo de um homem, às vezes sua vida de pensamento inteira e conduzi-lo-á à eficiente expressão em sua tarefa da personalidade (imposta pela limitação cármica e tendência herdada) e a uma firme aplicação do trabalho criador e mágico. O discípulo é uma síntese do trabalho árduo, de desenvolvimento intelectual, de firme aspiração e orientação espiritual, mais as não-usuais qualidades de não-agressividade positiva e os olhos abertos que veem à vontade no mundo da realidade.

Certas considerações deveriam ser trazidas ao conhecimento do discípulo, as quais - para maior clareza - tabularemos. Para se tornar um adepto será necessário ao discípulo:

1 - Inquirir o Caminho.
2 - Obedecer aos impulsos interiores da alma.
3 - Não dar atenção a nenhuma consideração mundana.
4 - Viver uma vida que seja um exemplo para os demais.

Estas quatro exigências podem parecer, à primeira leitura, superficiais, fáceis de serem cumpridas, mas se cuidadosamente estudadas tornar-se-á aparente por que um adepto é uma "rara florescência de uma geração de inquiridores": Vamos tomar cada um desses quatro pontos:

1 - Inquirir o Caminho. Um dos Mestres nos diz que toda uma geração de inquiridores pode somente produzir um adepto. Por que deve ser assim? Por duas razões:

Primeiro, o verdadeiro inquiridor é alguém que aproveita da sabedoria de sua geração - que é o melhor produto de seu próprio período - e entretanto permanece insatisfeito com a aspiração interna por sabedoria não acalmada. Esta parece-lhe alguma coisa de importância maior do que o conhecimento e algo de maior importância do que a experiência acumulada de seu próprio período e tempo. Ele reconhece o passo seguinte e procura dá-lo, para ganhar algo a que acrescente à cota já ganha por seus semelhantes. Nada o satisfaz até que ele encontre o Caminho e nada apascenta o desejo no centro de seu ser exceto aquilo que se encontra na casa de seu Pai. Ele é o que é porque experimentou todos os caminhos menores e os achou insuficientes e submeteu-se a muitos guias somente para achá-los "cegos guiando outros cegos". Nada lhe é deixado senão tornar-se seu próprio guia e encontrar seu próprio caminho para casa sozinho. Na solidão que é o destino de todo verdadeiro discípulo nascem o autoconhecimento e a autoconfiança que o prepararão, por sua vez, para ser um Mestre. Esta solidão não é devida a nenhum espírito separativo mas às próprias condições do Caminho. Os aspirantes precisam ter em mente esta distinção com cuidado.

Segundo, o verdadeiro inquiridor é aquele cuja coragem é daquele raro tipo que capacita seu possuidor a permanecer ereto e a soar sua própria clara nota bem no meio do turbilhão do mundo. Ele é alguém que tem seu olho treinado para ver além das névoas e miasma da terra ate aquele centro de paz que preside todos os acontecimentos da Terra e aquele ouvido treinado atento que (tendo recolhido um sussurro da Voz do Silencio) se mantém sintonizado com aquela alta vibração e é assim surdo a todas as tentadoras vozes menores. Isto novamente traz solidão e produz aquele distanciamento que todas as almas menores evoluídas sentem quando na presença daqueles que estão caminhando adiante.

Uma situação paradoxal surge do fato de se dizer ao discípulo para inquirir o Caminho e, no entanto, não haver ninguém para apontá-lo. Aqueles que conhecem o Caminho podem não falar, sabendo que o Caminho e construído pelo aspirante como a aranha tece sua teia a partir do centro do seu próprio ser. Assim, somente chegam à floração como adeptos em qualquer específica geração, aquelas almas que tenham "pisado o lagar da fúria de Deus sozinhos" ou que (em outras palavras) tenham esgotado sozinhos seu carma e tenham inteligentemente assumido a tarefa de palmilhar o Caminho.

2 - Obedecer aos impulsos internos da alma. Bem os instrutores da raça instruem o iniciado em perspectiva a praticar a discriminação e o treinam na árdua tarefa de distinguir entre:

a) Instinto e intuição.
b) Mente superior e inferior.
c) Desejo e impulso espiritual.
d) A solicitação emanando dos senhores lunares e o desenvolvimento do Senhor solar.

Não é uma tarefa fácil ou agradável a de se encontrar ou descobrir que talvez mesmo o serviço que tenhamos prestado e nossa ânsia de estudar e trabalhar tenham tido uma origem basicamente egoísta e se apoiado num desejo de libertação ou num desgosto pelos monótonos deveres quotidianos. Aquele que busca obedecer aos impulsos da alma tem que cultivar uma precisão de somação e uma fidelidade consigo mesmo raras de fato nos dias atuais. Que ele diga para si mesmo "Eu preciso ser verdadeiro para Mim mesmo" e nos momentos privados de sua vida e no segredo de sua própria meditação não encubra uma falta nem se desculpe em nenhuma circunstância. Que ele aprenda a diagnosticar suas próprias palavras, feitos e motivos e chamar as coisas pelos seus verdadeiros nomes Somente assim treinar-se-á na discriminação espiritual e aprenderá a reconhecer a verdade em todas as coisas. Somente assim será a realidade alcançada e o verdadeiro Eu conhecido.

3 - Não dar importância às prudentes considerações da ciência e da sagacidade mundiais. Se o aspirante tem necessidade de cultivar uma capacidade de caminhar sozinho, se ele tem que desenvolver a capacidade de ser fiel em todas as coisas, ele igualmente necessita cultivar a coragem.

Será necessário para ele enfrentar a opinião do mundo de maneira consistente e ser contra a melhor expressão daquela opinião, e isto com frequência. Ele tem de aprender a fazer a coisa certa como ele a vê e conhece, independentemente da opinião dos maiores e mais citados da terra. Ele terá que depender de si mesmo e das conclusões a que ele próprio tiver chegado em seus momentos de comunhão e iluminação espirituais. É aqui que tantos aspirantes falham. Eles não fazem o melhor que sabem; eles falham nos detalhes no que se refere ao que lhes diz a voz interior; deixam sem fazer certas coisas que lhes são solicitadas em seus momentos de meditação e deixam de dizer a palavra que seu mentor espiritual, o Ego, os impulsiona a falar. E no agregado destes detalhes não cumpridos que os grandes fracassos são vistos.

Não há trivialidade na vida do discípulo e uma palavra que não é pronunciada ou uma ação não cumprida podem provar ser o fator que esteja impedindo um homem da iniciação.

4 - Viver uma vida que seja um exemplo para os demais. Terei necessidade de me estender a respeito? Parece que não, e entretanto aqui novamente é onde os homens fracassam. Afinal de contas que é o serviço grupal? Simplesmente a vida de exemplo. Ele é o melhor expoente da Sabedoria Eterna que vive cada dia no lugar onde está a vida do discípulo; ele não a vive cada dia no lugar onde pensa que deveria ser. Talvez, afinal de contas, a qualidade que produz o maior número de fracassos entre os aspirantes ao adeptado seja a covardia. Os homens deixam de fazer o bem onde eles estão porque encontram alguma razão que os faz pensar que deveriam estar em qualquer outro lugar. Os homens fogem, quase sem percebê-lo, da dificuldade, das condições desarmônicas, dos lugares que envolvem problemas e de circunstâncias que exigem ação de um tipo elevado e que são situadas para extrair o que haja de melhor num homem, contanto que ele permaneça nelas. Eles fogem de si próprios e das outras pessoas, em vez de simplesmente viver a vida.

O adepto não fala nenhuma palavra que possa ferir magoar ou lesar. Por isso ele tem tido que aprender o significado do falar em meio do turbilhão da vida. Ele não perde tempo em justificar-se a si mesmo ou em ter pena de si próprio, pois ele sabe que a lei o colocou onde ele está e onde ele pode melhor servir e aprendeu que as dificuldades são sempre feitas pelo próprio homem e o resultado de sua própria atitude mental. Se o incentivo para justificar-se ocorrer, ele o reconhece como uma tentação a ser evitada. Ele compreende que cada palavra falada, cada feito realizado e cada olhar e pensamento tem seu efeito para o bem ou para o mal do grupo.

Não é evidente, pois, por que tão poucos conquistem e tantos falhem?

Voltar ao início


O DESPERTAR DOS CENTROS

Falando mais tecnicamente e, portanto, afirmando o uso da palavra Instruções em conexão com este Tratado para aspirantes e discípulos, deve-se ter cuidadosamente em mente que a principal tarefa do aspirante é a manipulação das energias, tanto em si próprio como no mundo da exteriorização e dos fenômenos físicos. Isto consequentemente envolve tanto uma compreensão dos centros como do seu despertar. Mas primeiro deve vir a compreensão e numa época muito posterior na sequência do tempo, seu despertar. Este despertar ocorrerá em duas etapas:

Primeiro, há a etapa na qual, pela prática de uma vida disciplinada e pela purificação da vida do pensamento, os sete centros são automaticamente conduzidos para uma condição correta de ritmo, vitalidade e atividade vibratória. Esta etapa não envolve nenhum perigo e, em conexão com os centros, não há nenhum pensamento dirigido permitido ao aspirante. Por isso Eu quero dizer que não lhe é permitido concentrar sua mente sobre nenhum centro, nem pode ele procurar despertar ou energizá-los. Ele deve permanecer ocupado com o problema da purificação dos corpos nos quais se acham os centros, que são basicamente os corpos, astral, etérico e físico, lembrando sempre que o sistema endócrino e as sete grandes glândulas, em particular, são as exteriorizações efetivas dos sete centros maiores. Nesta etapa o aspirante está trabalhando à volta dos centros e lida com a substância que os envolve e com a substância viva que os cerca completamente. Isto é tudo que os aspirantes, em sua grande maioria, no mundo hoje, estão ocupados e com o que deverão permanecer ocupados por muito tempo ainda.

Em segundo lugar, há a etapa na qual os centros, através do trabalho efetivo da etapa anterior, tornam-se o que esotericamente se chama "libertos dentro da prisão"; eles podem agora tornar-se sujeitos (debaixo de direção apropriada de um instrutor) a métodos definidos de despertar e carregar, - os métodos diferindo de acordo com o raio, egóico e da personalidade, do aspirante. Daí a dificuldade do assunto e a impossibilidade de dar regras gerais e obscuras.

É interessante registrar aqui, ainda que não influa no assunto do treinamento pessoal, que este método, primeiro de um longo período de purificação e mais tarde de energização científica, é o empregado pela Hierarquia que orienta e que permanece por trás dos assuntos mundiais. Firmemente, Eles têm trabalhado na tarefa de esclarecer a matéria mundial e pela purificação do mundo numa grande escala. Esta é a primeira etapa do trabalho e somente se tornou geralmente possível quando o homem se tornou uma entidade pensante mais autêntica, durante os últimos poucos séculos, num nível amplo. Esta purificação contínua agora em todos os departamentos da existência humana, pois a humanidade, ou antes, três quintos dela se situam no caminho probatório. Através de movimentos de bem-estar e de elevação e da ampla generalização das medidas sanitárias, o trabalho prossegue no plano físico; através de levantes políticos que revelam os abusos; através do descontentamento econômico que é afinal de contas uma aspiração para mudar aquilo que é indesejável, de modo a dar à unidade humana condições de vida que levem ao pensamento e do pensamento ao controle da alma; através da propaganda religiosa e dos esforços das muitas organizações e grupos por todo o mundo, que sustentem ante as mentes dos homens o que poderia simbolicamente chamar-se "A esperança do Paraíso" (usando a palavra "Paraíso" como um símbolo de perfeição e de pureza), o trabalho desta etapa prossegue firmemente. Tão bem sucedido ele tem sido que agora a poluição e as impurezas que envolvem a alma humana e que impedem a humanidade de sua verdadeira expressão são conhecidas e reconhecidas e há em consequência um esforço firme no sentido da melhoria. Tudo foi trazido à superfície e o resultado parece assustador e incontrolável àqueles que somente veem a superfície. Mas na profundidade, o fundo rio de pureza e verdade flui firmemente.

Uma evidência do sucesso do movimento mundial em direção à vida pura e à destruição daquilo que impede é que o trabalho da segunda etapa está agora em processo de iniciação. A Hierarquia, pela primeira vez na história mundial, pode agora trabalhar diretamente com os centros no corpo da humanidade. Assim nós temos agora a formação do novo Grupo de Servidores do Mundo, que, em sua totalidade através do mundo, constitui o centro do coração e o "centro entre as sobrancelhas" do corpo etérico da família humana. Através de uma, a vida espiritual pode começar a fluir e vitalizar todos os centros e, através da outra, a visão pode ser vista e os mundos internos percebidos e conhecidos.

Gostaria aqui de destacar dois outros assuntos, para assim esclarecer a situação inteira. Há muita confusão sobre o assunto dos centros e muito ensinamento errado, desviando muitos e provocando muitos mal-entendidos.

Primeiramente, deveria assinalar que nenhum trabalho tal como um esforço para despertar os centros deve ser jamais desenvolvido enquanto aspirante estiver consciente de definidas impurezas em sua vida, ou quando o corpo físico estiver em condições inadequadas ou doente. Nem deve ele ser tentado quando a pressão das circunstâncias externas seja tal que não haja lugar ou oportunidade para um trabalho tranquilo e ininterrupto. É essencial que para o trabalho imediato e focalizado nos centros deverá haver a possibilidade de horas de reclusão e de garantia da não-interrupção. Não é demais dar ênfase a isto e faço assim para demonstrar ao estudante apressado que neste período da nossa história há poucos cujas vidas permitam esta reclusão. Esta é, todavia, uma circunstância muito benéfica e não deve ser lamentada. Somente um em mil aspirantes está na etapa onde ele deveria começar a trabalhar com a energia em seus centros e talvez mesmo esta estimativa seja muito otimista. É melhor que o aspirante sirva e ame e trabalhe e se discipline, deixando para desenvolver e abrir seus centros mais lentamente e, portanto, com mais segurança. Abrir-se, eles inevitavelmente irão, e o método mais lento mais seguro é (na grande maioria dos casos) o mais rápido. O desenvolvimento prematuro envolve muita perda de tempo e traz consigo muitas vezes a semente de prolongadas perturbações.

Uma superativação das células cerebrais é necessariamente um dos resultados da fusão, por um ato da vontade, dos fogos que circulam no corpo humano. Tal ativação pode produzir a loucura e a ruptura da estrutura celular do cérebro e através da superatividade da vida celular pode também induzir aquela fricção interna entre elas que acabe em tumores e abscesso cerebrais. Isto não pode ser reiterado muito intensamente.

O objetivo subjacente em todo trabalho da laya ioga (ou trabalho com os centros) é baseado no fato de que a energia das células que compõem o corpo ou o aspecto matéria (chamado em A Doutrina Secreta e no Tratado sobre o Fogo Cósmico, de "fogo por fricção") precisa estar fundida com o fogo da consciência. Este último é a energia, presente na matéria, contudo diferente do fogo da própria matéria, que subjaz ao sistema nervoso inteiro e porque ele o subjaz assim, produz sensibilidade e percepção consciente. Ele é causa da resposta ao contato e confere a capacidade de registrar a impressão, como sabem. Este fogo é tecnicamente chamado "fogo solar" e quando ele se funde com o fogo da matéria e com o "fogo elétrico" do mais elevado aspecto divino, então o ser humano chega à sua mais plena manifestação e a grande obra se completa. Mas é uma empresa extremamente perigosa, quando induzido antes que o mecanismo esteja pronto para lidar com ele.

Esta tríplice fusão somente pode ser realizada com segurança pela pessoa altamente organizada e realizada e por alguém que tenha alcançado a capacidade de focalizar sua atenção na cabeça e daquele alto ponto dirigir todo o processo da fusão. Envolve a capacidade de retirar a consciência literalmente para o corpo etérico e contudo ao mesmo tempo preservar - em plena consciência - um ponto de contato na cabeça e, daquele ponto, dirigir o autômato, o corpo físico. Pressupõe, se bem sucedido, certas condições etéricas no corpo. Uma dessas é o processo de consumir pela queima ou pela destruição (parcial ou completa), quaisquer obstruções encontradas ao longo da medula, comumente chamado o fogo de kundalini, que jaz quieto, latente e potencial no centro mais baixo. Esta é a "serpente adormecida que precisa despertar e se desenrolar".

Cada centro na medula é separado do que está acima dele e do que está abaixo, por uma trama entrelaçada protetora que é composta de uma curiosa fusão de substância gasosa e etérica. Esta tem que ser consumido e dissipada antes que possa haver o livre jogo dos fogos do corpo. Uma rede completa de nadis e centros subjaz e é a contraparte sutil dos sistemas nervoso e endócrino. Um pouco de pensamento claro, portanto, demonstrará a necessidade de extraordinário cuidado, pois haverá obviamente um efeito direto sobre o aparelho externo e isto por sua vez afetara definitivamente o que os psicólogos chamam de "comportamento". Há quatro destas "tramas" circulares entrelaçadas, entre os cinco centros encontrados na haste da coluna vertebral, tal como segue: 0/0/0/0/0, e três se encontram na cabeça. Estes três dividem a cabeça em duas partes e formam uma série de cruzes, assim:

Esta é bem semelhante à cruz na Union Jack, que sempre teve um significado esotérico para o estudante e indica um ponto na evolução racial. Esta cruz na cabeça separa o centro ajna (o centro entre as sobrancelhas) do centro da cabeça, pois ela fica por trás daquele centro na testa e ao mesmo tempo forma um escudo protetor entre os centros ajna e laríngeo

Estas tramas etéricas são na realidade discos, girando ou se revolvendo em velocidades específicas, os quais diferem conforme os diferentes centros e de acordo com o ponto de evolução do sistema de centros considerado. Somente quando estas tramas são consumidas pelos fogos ascendente e descendente podem os verdadeiros centros ser realmente vistos. Muitos clarividentes confundem os centros e suas contrapartes protetoras, pois estas últimas têm uma luz e radiação próprias.

À medida que a vida alcança uma vibração crescentemente alta através da purificação e da disciplina, o fogo da alma, que é literalmente o fogo da mente, faz os centros também aumentarem sua vibração e esta atividade aumentada estabelece um contato com as "tramas" protetoras, ou discos de energia prânica encontradas em qualquer dos seus lados. Assim, através do intercâmbio, elas são gradualmente gastas, de modo que com o passar do tempo se tornam perfuradas, se é que posso usar um termo tão inadequado. Muitos aspirantes se sentem convencidos de que eles elevaram o fogo de kundalini na base da coluna e que estão em consequência fazendo um rápido progresso, quando tudo que terão realizado é queimado ou atritado a trama em um ponto ou outro da medula. Uma sensação de queimação ou de dor em qualquer parte da medula, quando não devida a causas fisiológicas é, na maioria dos casos, devido à perfuração de uma das tramas, através da atividade dos centros que lhes estão relacionados. Isto acontece muito frequentemente no caso das mulheres em conexão com o centro do plexo solar e com os homens em conexão com o centro sacro. Ambos estes centros - como um resultado do desenvolvimento evolutivo - são extraordinariamente ativos e altamente organizados, pois são a expressão da natureza criativa física e do corpo emocional. Uma sensação, portanto, de queima ou de dor nas costas indica usualmente uma atividade indevida num centro, a qual produz resultados destruidores sobre o aparelho protetor e não é uma indicação verdadeira de desenvolvimento e superioridade espirituais. Pode indicar a superioridade, mas deve-se lembrar que, onde há verdadeiro crescimento espiitual, a dor e o perigo estão nesta conexão praticamente eliminados.

Tem havido muito falatório a respeito da elevação do fogo de kundalini e muita má compreensão do assunto. Permitam-me assegurar-lhes que ele é muito difícil de se elevar e isto somente pode ser feito por um ato definido da vontade e através de intensa focalização mental e concentrada atenção do homem, sentado no trono da consciência na cabeça. A tradição maçônica conserva claramente o ensinamento em seu belo ritual de elevação do grande Mestre-Maçon. Somente quando há esforço unificado de natureza quíntupla e somente após repetidos fracassos, a vida vivificante percorre o corpo todo e traz à vida o homem verdadeiro.

O segundo ponto que devo tocar é que todo este trabalho profundamente esotérico somente deve prosseguir sob a direção do instrutor habilitado. Infantilmente, é dito ao aspirante que "quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece". Ele então se instala confortavelmente e espera, ou focaliza sua atenção numa tentativa de atrair a atenção de algum Mestre, tendo aparentemente posto em sua mente que ele está pronto, ou é bastante bom. Ele naturalmente dá a si próprio uma espetadela espiritual de vez em quando e se dedica espasmodicamente ao trabalho da disciplina e da purificação. Mas um esforço bem dirigido, firme e prolongado da parte dos aspirantes é de fato raro.

É fato que no momento certo o Mestre aparecerá, mas o momento certo está na dependência de certas condições autoinduzidas. Quando processo de purificação se tiver tornado um velho hábito de vida, quando o aspirante puder concentrar voluntariamente sua consciência na cabeça, quando a luz na cabeça brilhar e os centros estiverem ativos, então o Mestre tomará o homem pela mão. Neste meio tempo ele pode ter uma visão do Mestre, ou ele pode ver um pensamento-forma do Mestre e pode obter muito bem real e a inspiração do contato com a realidade refletida, mas não é o Mestre e não indica a etapa do discipulado aceito. Por intermédio da luz da alma, a alma pode ser conhecida. Por isso procure a luz de sua própria alma e conheça aquela alma como seu dirigente. Quando o contato com a alma é estabelecido, sua própria alma apresentá-lo-á, se me posso assim expressar, ao Seu Mestre. Com toda devida reverência novamente permitam-me acrescentar que o Mestre não espera com entusiasmo tomar conhecimento de vocês. No mundo das almas, sua alma e a alma Dele são aliadas e conhecem a unidade essencial. Mas no mundo dos negócios humanos e no processo da grande obra deve-se lembrar que quando um Mestre recebe um aspirante em Seu grupo de discípulos, aquele aspirante é por muito tempo, uma responsabilidade e muitas vezes um obstáculo. O estudantes se superestimam muitas vezes, mesmo quando repudiam tal ideia; subjetivamente, eles têm uma real apreciação por si próprios e se indagam frequentemente por que os Grandes não lhes dão nenhum sinal nem indicam Seu cuidado observador. Os Mestres não o farão e Eles não necessitam fazê-lo, até que o aspirante tenha usado plenamente o conhecimento que tiver ganho de instrutores menores e de livros e escritos impressos do mundo. Os estudantes devem dedicar-se ao dever imediato e preparar seus mecanismos para o serviço no mundo e deveriam desistir de perder tempo procurando por um Mestre; devem conquistar a mestria onde agora são derrotados e na vida de serviço e de luta eles poderão então alcançar o ponto de tão completo esquecimento de si mesmos que o Mestre possa não encontrar impedimentos em sua aproximação a eles.

Tornar-se-á por isso aparente, do acima exposto, que Eu não posso dar instruções específicas quanto ao despertar dos centros e à queima da trama etérica que resultará na libertação da energia. Tal informação é muito perigosa e muito sedutora para ser posta nas mãos do grande público, que é conduzido pelo desejo por alguma coisa nova e a quem faltam a correta postura e o necessário desenvolvimento mental. Chegou o tempo, todavia, em que a existência de um corpo de energia subjacente ao sistema nervoso deverá ser um fato reconhecido pelo mundo em geral e quando a natureza dos sete centros, sua estrutura e localização deverão ser alcançados tecnicamente e as leis de seu desenvolvimento amplamente conhecidas. Mais do que isto, porém, não pode ainda ser dado com segurança. A complicada natureza desta ciência dos centros é muito grande para uma utilidade geral. O ensinamento a ser dado em qualquer caso particular e os métodos a serem aplicados dependem de muitos fatores para que uma regra e instruções gerais sejam dadas. O raio e tipo, o sexo e ponto na evolução devem ser considerados e também o equilíbrio dos centros. Por isto quero dizer a consideração quanto ao seu excessivo desenvolvimento num caso e subdesenvolvimento no outro e quanto a se há uma preponderância da força abaixo ou acima do diafragma, ou se a energia principal está concentrada naquele lugar de distribuição, o plexo solar. A qualidade e o brilho da luz na cabeça têm de ser estudados, pois indicam a medida do controle da alma e a relativa pureza dos veículos e as várias "tramas" etéricas têm de ser cuidadosamente manipuladas e também o ritmo da vibração da trama e do centro. Uma sincronização tem que ser estabelecida e isto é muito difícil de se conseguir. Estes são apenas uns poucos dos pontos que o instrutor tem que anotar e se evidencia, portanto, que somente um instrutor que tenha alcançado uma visão sintética e possa ver um homem "todo", ou como ele realmente é, pode dar aquelas instruções que inverterão o antigo ritmo dos centros, destruirão sem dor nem perigo os envoltórios protetores e elevarão o fogo de kundalini da base da coluna até à saída na cabeça.

Tais instrutores serão encontrados pelo discípulo quando ele tiver conduzido o trabalho de sua vida sob a direção de sua alma, quando ele tiver alcançado a teoria da ciência dos centros e tiver dominado e controlado a natureza astral e seu centro correspondente, o plexo solar. A ênfase posta no domínio do princípio Crístico pela Cristandade pôs um firme fundamento para o trabalho a ser feito. Esta verdade está curiosamente substanciada num estudo do número "oito" em conexão com os centros que, segundo nos dizem, é o número do Cristo. Há oito centros se o esplênico for contado, todos eles são múltiplos de oito com exceção do centro na base da coluna, que tem quatro pétalas, metade de oito. Em nossos dias e no modo anglo-saxônico de escrever, o número oito é o símbolo básico de todos os centros, pois as pétalas estão realmente dispostas como inúmeros oito superpostos. A pétala é puramente representativa e um centro se forma segundo este modelo. Primeiro, um círculo, O; depois dois círculos, tocando-se e formando, portanto, um 8. Depois, ao aumentar o número de pétalas, é simplesmente um crescimento destes círculos duplos, superpostos em diferentes ângulos um sobre o outro, até que chegamos ao lótus de mil pétalas na cabeça.

Estes centros são, em última análise, de dupla função. Demonstram o aspecto da construção da forma da divindade e através de sua atividade trazem a forma exterior à manifestação; então, lá para o fim do ciclo evolutivo - tanto no macrocosmo quanto no microcosmo - trarão à expressão a força e vida da alma e produzirão a encarnação de um filho de Deus plenamente revelado, com todos os poderes e conhecimentos que a divindade contém.

Início