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Livros de Alice Bailey

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico

Índice Geral das Matérias

Seção Dois - Divisão F - A Lei da Atração
I. AS LEIS SUBSIDIÁRIAS
II. OS EFEITOS DA LEI DA ATRAÇÃO
III. RELAÇÕES GRUPAIS
II. Os Efeitos da Lei da Atração
1. Associação
2. Construção da Forma
3. Adaptação da Forma à Vida
4. Unidade Grupal

II. OS EFEITOS DA LEI DA ATRAÇÃO

A Lei da Atração produz certos efeitos que seria interessante tratarmos aqui, desde que nos lembremos que somente estamos considerando alguns dos muitos efeitos possíveis.

1. Associação

O primeiro efeito podemos chamar de associação. Esta lei permite aos Senhores do Karma reunir aquelas vidas (humanas, subumanas e su- per-humanas) já anteriormente associadas, que têm ainda algo a solucionar. Os sete Homens Celestiais, por exemplo, são alguns dentre o grande grupo de Vidas associadas Que escolheram encarnar, no atual Kalpa, com o fim de mutuamente se ajudarem e corrigirem-se. Estão realmente destinados a trabalhar juntos, embora em outros planos cósmicos tenham pontos de contato que nós desconhecemos.

Sob esta força de atração, as existências formadoras dos vários reinos da natureza estão comprometidas em mútua interação, impulsionando a uma atividade semelhante, embora menor, todas as vidas dos vários corpos em manifestação. Estas linhas de atração estão veladas em mistério, e tudo que podemos indicar é o karma do Senhor do segundo reino, o vegetal, com o Senhor do quinto reino, e uma estreita linha de energia ligando o Senhor do reino mineral ao humano. Estes são apenas pontos de referência do nosso esquema planetário. O Senhor da cadeia Lunar e o Senhor do atual reino animal são “irmãos de sangue”, e em seu relacionamento, e na esotérica interferência do “Homem dos Homens” (a família humana personificada) está oculto o mistério do atual karma animal e da matança das formas animais, do terror provocado pelos animais selvagens e do trabalho dos viviseccionistas.

Também sob esta Lei encontra-se “o Caminho” no qual os homens se elevam do estado de consciência humana para a divina, mas sobre isto não precisamos estendermo-nos.

2.Construção da Forma

O segundo efeito é a construção da forma. Sobre isto não precisamos alongar-nos, uma vez que tudo que é possível dizer atualmente sobre este assunto já foi abordado neste Tratado e em outros trabalhos da mesma natureza. É sempre o aspecto do meio, ou segundo aspecto, o responsável pela construção de uma forma ao redor de um núcleo central. Os estudantes farão bem em estudar e meditar sobre a tabulação anexa das correntes de energia e sua objetivação através da mútua interação.

Com o passar do tempo, a ciência se conscientizará da natureza básica, e da fundamental exatidão do método segundo o qual todas as formas podem ser divididas em três aspectos, e vistas como uma Entidade energizada por três tipos de forças que emanam de vários pontos exteriores à forma em questão. Também podemos considerá-la como expressando, de algum modo, em suas várias partes, força ou energia originando-se das três forças de manifestação, Brahma, Vishnu e Shiva. Quando esta premissa é admitida, toda a visão que temos da vida, da natureza, da medicina e da ciência e dos métodos de construção e destruição será modificada. As coisas serão vistas como triplicidades essenciais; os homens serão vistos como uma combinação de unidades de energia; e o modo de interagir com as coisas e com os homens, sob o aspecto forma, sofrerá uma revolução.

Na tabulação, muita informação será dada a respeito dos aspectos construtores da energia e da Lei da Atração ao manifestar-se no trabalho dos vários grupos do Exército da Voz. É este o Exército responsável pela atração que é o meio de reunir o material que os livres Espíritos necessitam para construir Seus corpos de manifestação.

TABELA VII
ENERGIAS

Fonte Ponto Focal Meio Tipo de Energia Natureza do Fogo
LOGOS SOLAR
1. Corpo Causal Joia Sol Espiritual Vontade Fogo Elétrico Positivo
2. Corpo Causal Lótus (duas pétalas) Coração do Sol Amor Cósmico (O Sol) Fogo Solar. Harmonia. Equilibrium
3. Plano Físico Núcleo Átomo Permanente O Sol Físico Atividade Cósmica (Mente Universal) Fogo por Fricção. Negativo.
LOGOS PLANETÁRIO
1. Corpo Causal Planetário Joia Homem Celestial (no seu próprio plano) Vontade Sistêmica Fogo Elétrico Positivo
2. Corpo Causal Planetário Lótus Grupos Egoicos Amor Sistêmico Fogo Solar. Harmonia. Equilíbrio.
3. Plano Físico Núcleo. Átomo Permanente Planeta Físico Arividade Sistêmica Fogo por Fricção Negativo.
HOMEM
1. Corpo Causal Humano Joia Mônada Espírito Atma Budhi Fogo Elétrico. Força Positiva.
2. Corpo Causal Humano Lótus Anjo Solar Ego Manásico Fogo Solar. Força Equilibradora.
3. Núcleo do Plano Átomo Permanente Anjos Lunares Tríplice Homem Inferior Fogo por Fricção Negativo.
PLANOS
1. Plano do Senhor Raja Uma Hierarquia Dévica Subplano Atômico Fohática Fogo Central. Iniciatório.
2. Plano Dévico Centros Prana Energia Solar Construção da Forma. Fogo
3. Elementais Essência Elemental Substância Molecular Força Lunar O Calor da Mãe.
ÁTOMOS
1. Átomo Núcleo Deva do Plano Positivo Elétrico.
2. Unidade Atômica da Forma Esfera Devas do Plano Equilibrador Fogo Solar.
3. Eletrons Nuclei Elementais Negativo Fogo por Fricção.

A vibração iniciada pelo Som, que é a expressão da Lei da Síntese, é sucedida pela Voz ou Palavra, e essa Palavra, à medida que se propaga do centro para a periferia (uma vez ocultamente compreendida, a Palavra é “falada a partir do Coração”) torna-se:

a. uma frase,
b. frases,
c. períodos,
d. fala,
e. miríades de sons da natureza.

Cada uma destas expressões pode ser explicada em termos de energia atrativa, a qual é igualmente a demonstração da vida de uma Existência de um ou outro grau.

“Deus fala e as formas são feitas.” Esta tabulação deveria formar a base para uma completa fase de estudo ao longo desta linha que é uma das mais fundamentais apresentadas neste Tratado.

3. Adaptação da forma à vida.

Este é o processo de prover as formas que gradualmente expressam devidamente a consciência imanente, que é o grande propósito do que chamamos a “Mãe Natureza”, e é isto que ela realiza, trabalhando sob a Lei da Atração que estamos estudando. Esta Lei, portanto, governa dois aspectos do desenvolvimento, aquele que diz respeito à alma ou aspecto consciência, e aquele relacionado ao Espírito no seu próprio plano. É ela a causa daquele contínuo ciclo de tomada de forma, utilização da forma e rejeição da forma que caracteriza todo e qualquer tipo de seres viventes. É necessário lembrar aqui que as Existências que constituem a força atrativa em manifestação, os Dhyan Chohans, são em número de sete, e que portanto, a qualidade dos veículos que formam Seus corpos terão a variação sétupla, de acordo com a específica natureza dos Senhores da Vida.

O único modo de chegar à compreensão das qualidades básicas destes Logói planetários é através de uma consideração da energia que Deles emana, e isto é o que a verdadeira astrologia esotérica eventualmente revelará. O tempo ainda não é chegado; mas chegará, quando o estudo científico do magnetismo humano, das distinções entre os sete tipos de homens, e a natureza do Ego for mais verdadeiramente seguido. Então será revelada a natureza do magnetismo planetário, e a qualidade de qualquer específica alma planetária à medida que se faz conhecer por meio da natureza coletiva dos homens que respondem a um particular raio planetário e dele são expoentes. O mistério aumenta com o fato de que há, não só certas qualidades logoicas em manifestação que não se incluem no termo “sagradas”, mas também há numerosos outros aspectos do que podemos denominar “centros secundários de fogo” gerados e em manifestação. Temos uma correspondência disso nos centros de energia no homem que não são exclusivamente etéricos, mas sim o produto da interação entre centros etéricos e certas formas de energia negativa da espécie mais inferior. Um exemplo disso é o coração. Há o centro do coração, um dos maiores centros nos planos etéricos, porém há também o coração físico, que é igualmente um centro gerador de energia; há os órgãos inferiores de geração que são igualmente um produto reflexo com uma energia que é resultante das vibrações superiores, mas contudo, apresentando uma qualidade própria. Isto tem sua correspondência no sistema solar. Muitos são os planetas menores, e numerosos são os planetoides que possuem uma energia ou qualidade atrativa própria e que, sob o ponto de vista sistêmico, devem ser levados em consideração ao medirmos a atração que produzem as formas de qualquer planeta ou a que é exercida sobre ele.

Como sabemos pelo estudo da Doutrina Secreta, certos Logoi planetários são puros e livres de paixões, (28) enquanto outros estão ainda sob o domínio do desejo e da paixão. Esta qualidade necessariamente atrai para Eles o que Eles necessitam para a devida expressão de Sua vida em qualquer esquema, e controla a natureza daqueles grupos egoicos que constituem, para Eles, centros geradores de força. Daí a natureza dos homens na Terra. Todos os seres humanos são preponderantemente governados por certas atrações, impressões ou influências planetárias que podem ser assim enumeradas por ordem de importância. Há, acima de tudo, a força de atração da Vida do Logos planetário deste planeta em particular, a qual é, necessariamente, a mais forte e um dos fatores básicos que estabeleceram as linhas que a forma humana tomou neste planeta. Há seres humanos ou expoentes de autoconsciência em outros planetas, porém as formas que eles utilizam não são iguais às nossas.

Em seguida, há a força atrativa do Logos planetário, Que é a Vida complementar à do nosso Logos. Isto envolve um Logos planetário que responde à vibração que se harmoniza com a do nosso Logos, mas a Qual - quando em união com Ele - forma o que podemos chamar “o Terceiro” ou Sua dominante, segundo o caso. Não é possível revelar se a mescla da nota significará que nosso esquema irá absorver aquilo que expressa a nota do outro esquema, ou vice versa. Significa que, em algum lugar do sistema solar, existe um esquema planetário de algum tipo (não necessariamente um dos sete ou dos dez) que possui uma interação com o nosso, o que, portanto, inevitavelmente afeta os grupos egoicos. É preciso também notar o fato de que - em conexão com a expressão de um Homem Celestial - os grupos egoicos constituem centros de energia e eventualmente fazem de Seu corpo físico denso um fato consumado.

Finalmente, há a força atrativa do esquema planetário que é esotericamente considerado como nosso oposto polar. (O que foi dito aqui refere-se também aos demais esquemas, uma vez que a lei rege todo o sistema solar).

Será portanto aparente, que a real astrologia esotérica ocupar-se- á com quatro tipos de força, quando procura explicar a natureza das energias que influenciam qualquer ser humano:

1. A qualidade do sistema solar.
2. A qualidade do Logos do planeta à medida que Ele faz fluir Sua energia através das cadeias, globos e rondas, em diferenciação sétupla.
3. A qualidade do planeta complementar à nossa Terra.
4. A qualidade da atração dos polos opostos-da nossa Terra.

Isto envolve informação ainda velada pelo mais profundo mistério, mas que se desdobrará à medida que a verdadeira psicologia for estudada, quando formará então, parte de um quarto fundamento da Doutrina Secreta, a fim de que, além dos três agora encontrados no Prefácio dessa obra, encontrem também o quarto. (29) Isto pode-se esperar nesta quarta ronda. A verdadeira astrologia revelará a natureza desta quarta proposição, numa data futura, quando então, mais atenção será dada às influências planetárias, e não tanta aos signos do Zodíaco, no qual tange à natureza do Ego. Os grandes signos do Zodíaco dizem respeito ao Homem Celestial, e necessariamente, portanto, às Mônadas dos seres humanos. As influências planetárias precisam ser estudadas para descobrirmos a qualidade do Raio de um homem, e isto deve ser feito do modo acima indicado. O homem é a Mônada, portanto, ele expressa uma pequena parte da vida que o envolve. No atual sistema solar, ele é essencialmente o Ego.

Os astrólogos devem estudar os esquemas planetários à luz do Homem Celestial, considerando-os como uma encarnação de um Logos planetário, e assim tentar fazer o horóscopo do Logos planetário. Não conseguirão fazer isso, mas ao tentar, conseguirão aprender muito, e alcançar uma nova luz sobre um assunto bastante difícil.

Ao considerar esta questão da adaptação da forma à vibração, ou a construção de um veículo adequado ao espírito, é preciso ter em mente os seguintes fatores:

1. Que é a qualidade da vida interna que decide o tipo da forma.
2. Que essas qualidades são a soma total dos atributos da divindade que a vida interna conseguiu desenvolver.
3. Que essas qualidades - como se pode depreender - formam o setenato comum.
4. Que elas apresentam-se em dois grupos: aqueles que dizem respeito aos princípios inferiores, e são portanto quatro, e os que dizem respeito aos superiores e médio, sendo três, portanto.

Isto aplica-se a todos os homens, aos Homens Celestiais e igualmente ao Logos solar, havendo uma misteriosa analogia envolvida na manifestação nos três princípios superiores do homem (que se demonstram através do Adepto perfeito, o Bodhisattva) e os três princípios superiores do Logos solar, que se demonstram através dos três aspectos principais, os quais formam apenas um princípio demonstrando-se de três modos. O mesmo se dá com a Mônada não-manifestada (sob o ponto de vista do homem inferior). Essa Mônada pode - numa etapa muito avançada da evolução e muito distante da etapa do Adepto - ter sua tríplice e simultânea manifestação e revelar-se como um Mestre nos três mundos, como um Bodhisattva no Seu próprio plano, e como um emancipado Dhyani Buddha; todavia, os três serão apenas Um; serão o resultado de uma grande vibração espiritual e executarão o trabalho tríplice que (sob o ponto de vista dos três mundos) pode parecer o trabalho de três grandes Existências separadas. São as formas de três “vestiduras” monádicas usadas por uma só Mônada do mesmo modo que um homem usa seus três corpos simultaneamente, e funciona neles separadamente. (30)

Cada um desses três pode, se Ele quiser, ocupar um corpo no plano físico, o qual não será simplesmente uma criação de mayavirupa. Isto pode ser feito de duas maneiras: pela ocupação de um corpo voluntariamente abandonado, como foi o caso quando o Cristo ocupou o corpo de Jesus, ou pela divina influência ou impressão sobre o discípulo como já aconteceu, e voltará a acontecer. A qualidade da forma ocupada ou usada, e a natureza de seu trabalho depende de qual dos três aspectos do impulso iniciador se está manifestando. Muito raramente ocorre um fenômeno ainda mais misterioso e aquele que está sob a influência ou impressão do Buddha, Bodhisattva ou Adepto “aparece” na Terra demonstrando os três aspectos de conhecimento, amor e vontade, todos tomando forma.

Isto parece ser uma grande complexidade, porém não é mais estranho do que o fenômeno da Mônada (no tempo e espaço durante a evolução) demonstrando-se como a Tríade, o Ego e a Personalidade. Este tipo de Avatar tríplice aparece somente durante uma peculiar série de ciclos relacionados a um grupo de Mônadas que estavam mais avançadas no início de um mahamavantara. Por enquanto, não há muitos suficientemente adiantados para realizar este tríplice trabalho; o Buddha e os outros nove são os Únicos que ainda mantêm contato deste modo, com o nosso planeta. Uns poucos são como o Cristo, e têm o poder de aparecer em forma dual. Este tipo de Mônada é encontrado nos Raios dois, quatro e seis.

Se o estudante se lembrar que a natureza da forma depende da qualidade da Vida encarnante, ele também se lembrará das distinções existentes entre os vários grupos de Hierarquias, uma vez que as Vidas nesses grupos são de qualidades diversas, e as formas através das quais elas se manifestam são igualmente distintas e diversas. Por conseguinte, é preciso distinguir entre:

1. Os grupos involutivos.
2. Os grupos evolutivos.
3. Os sete grupos de vidas chamados os Pais lunares:

a. Três incorpóreos que formam os reinos elementais.
b. Quatro materiais que são as formas dos quatro reinos no arco ascendente.

4. As sete Hierarquias de Vidas.
5. Os sete grupos de Anjos solares.

Não pode haver confusão entre as hierarquias de Seres e os sete Raios; embora esses dois grupos tenham uma estreita conexão, não há semelhança entre eles. Os “Raios” nada mais são do que as formas primordiais de certas Vidas que “carregam em seus Corações” todas as Sementes da Forma. As Hierarquias são os múltiplos grupos de vidas, em todas as etapas de desenvolvimento e crescimento que usarão as formas. (31) Os Raios são veículos, e são portanto receptores negativos. As Hierarquias são aqueles que usam os veículos, e é a natureza dessas vidas e a qualidade de sua vibração que, sob esta grande Lei da Atração, traz as necessárias formas. Estas são as duas principais distinções, Vida e Forma, e ambas são o “Filho de Deus”, a segunda Pessoa da Trindade e Seu aspecto construtor de formas. São também os Construtores, e igualmente existem em três grupos, com suas diferenciações menores. Não é necessário aqui colocar esses grupos em certos planos no sistema solar.

Estas Hierarquias de Seres, que chegam mediante o Raio da Luz oriundo do centro, são as sementes de tudo que mais tarde existirá, e é somente quando entram em manifestação, e as formas que elas ocuparão são gradualmente desenvolvidas, que a consideração dos planos se torna necessária. Para algumas destas hierarquias, os planos representam o mesmo que os envoltórios representam para a Mônada, os véus para a Vida imanente; são o meio de expressão e expoentes de força ou energia de tipo especializado. A qualidade do Raio depende da qualidade da hierarquia de Seres que o usa como meio de expressão. Estas sete hierarquias estão veladas pelos Raios, mas cada uma é encontrada por trás do véu de cada Raio, uma vez que eles em sua totalidade são as vidas que dão forma a todos os esquemas planetários dentro do sistema; constituem a vida de todo o espaço interplanetário, e as existências que se expressam através dos planetoides, e todas as formas de vida menos independente do que a de um planeta. Darei de forma breve algumas indicações a respeito dessas hierarquias, que ajudarão a elucidar o que sobre elas é dito na Doutrina Secreta.

O que direi aqui não é novo, mas uma síntese de muitas coisas já conhecidas, porém enunciadas sob a breve forma de fatos.

Cada uma das sete hierarquias de Seres Que são os Construtores ou os Agentes Atrativos são (no seu grau) intermediários; todos personificam um dos tipos de força que emana das sete constelações. Portanto, como intermediário, seu trabalho é duplo:

1. Eles são os mediadores entre Espírito e matéria.
2. São os transmissores de força cuja fonte é estranha ao nosso sistema solar.

Cada um desses grupos de seres é de natureza igualmente sétupla, e os quarenta e nove fogos de Brahma constituem a manifestação mais inferior de sua natureza ígnea. Cada grupo também pode ser considerado como “caído”, no sentido cósmico, porque estão envolvidos no processo de construção, ou os ocupantes de formas de diferentes graus de densidade.

Hierarquia I. A primeira grande Hierarquia é emanada do Coração do Sol Espiritual central. (32) É o Filho do Próprio Deus, o Primogênito, no sentido cósmico, assim como o Cristo foi “o Mais Velho de uma vasta família de irmãos”, e “a primeira flor da planta humana.” O símbolo desta Hierarquia é o Lótus Dourado, com suas doze pétalas fechadas.

É preciso lembrar que esta Hierarquia é literalmente a sexta, pois cinco já se passaram, sendo o produto de um sistema anterior, quando a Inteligência ou Manas era a meta. As cinco hierarquias liberadas constituem, em sua totalidade, a soma total de manas. Pela ordem, é a quinta hierarquia, a qual, segundo nos dizem, está em processo de alcançar a liberação final, ou receber a quarta Iniciação, a qual é a causa de certos fenômenos em nosso planeta que, por isso, tem merecido o nome de “Estrela do Sofrimento.” Há um laço kármico entre o reino animal e a quinta Hierarquia Criativa que se faz sentir, no homem, na necessária crucificação da natureza física animal, particularmente ao longo da linha do sexo. É preciso lembrar que as hierarquias trabalham sob a Lei da Atração, a lei dos Construtores.

Esta primeira (sexta) Hierarquia tem como tipo de energia o primeiro aspecto do sexto tipo de eletricidade cósmica e, portanto, maneja um poder especial em conjunção com o fogo inferior, ou “fogo por fricção”, ao fazer-se sentir no sexto plano. Essas vidas são chamadas “os ardentes Filhos do Desejo”, e eram os Filhos da Necessidade. A respeito deles, diz o Velho Comentário:

“Eles ardiam de desejo de saber. Lançaram-se às esferas. Eles constituem a ânsia do Pai pela Mãe. Por isso sofrem, queimam e anseiam através da sexta esfera da sensação.”

Hierarquia II. A segunda Hierarquia está estreitamente vinculada à Ursa Maior. Dizem que Eles entraram através do segundo ventrículo do Sagrado Coração, e são (segundo a Doutrina Secreta) os protótipos das Mônadas. São a fonte da Vida monádica, mas não são as Mônadas, pois estão muito acima delas.

Esta Hierarquia, que é literalmente a sétima, resulta da influência em nosso sistema daquelas Vidas que, no primeiro sistema solar, permaneceram no seu próprio plano, por serem puras demais para encontrarem uma oportunidade nessa evolução tão intelectual e material. Mesmo neste atual sistema será impossível fazer mais do que influenciar os Jivas encarnantes, dando-lhes a habilidade de compreender a natureza da consciência grupal, a qualidade dos sete Homens Celestiais, porém sem conseguir expressá-las completamente. Alguma explicação para este mistério será encontrada se o estudante se lembrar de que, no nosso sistema solar e nossos sete planos, nós encontramos somente o corpo físico do Logos, e que esse corpo físico é uma limitação da expressão de Sua natureza tríplice.

A primeira Hierarquia (sexta) está esforçando-se para expressar a vibração mental do Logos solar, e a segunda, sua natureza astral cósmica ou emocional.

Esta segunda Hierarquia (a sétima) tem como tipo de força o segundo aspecto do sétimo tipo de força dentre as muitas existentes. Podemos obter alguma ideia do relativo ponto de evolução do Logos solar, se estudarmos os variados aspectos de força que Ele está demonstrando nesta particular encarnação. É esta energia que impulsiona as Mônadas para a manifestação, já que ela se faz sentir no sétimo plano. As energias que estão funcionando são aquelas que o Logos já desenvolveu, e representam o ganho de encarnações anteriores. Lacunas acontecem forçosamente, e há falta de certos tipos de força, porque Ele tem ainda muito a adquirir cosmicamente.

É a energia desta Hierarquia (cujos números são o dois e o sete) que resulta na manifestação do Divino Andrógino, e nos sete centros de força que são as sete Energias Espirituais.

Hierarquia III. A terceira Hierarquia Criativa (ou a oitava) é peculiarmente interessante. Chamam-na “as Tríades”, porque contêm em si mesmas as potências da tríplice evolução - mental, física e espiritual. Estas Tríades da Vida são inerentemente as três Pessoas, e constituem, sob um certo ângulo, a nata do sistema anterior. Sob um outro ângulo, quando estudadas como “a flor, ou a nata, da Oitava anterior”, Elas constituem os pontos óctuplos aguardando a oportunidade para irromper em chama. São os devas que estão prontos para o serviço, o qual consiste em dar à outra hierarquia certas qualidades que lhe estejam faltando. Esta Hierarquia é considerada a grande doadora da imortalidade enquanto seus próprios membros “permanecem fora da encarnação.” São os Senhores do Sacrifício e do Amor, porém não podem ir além do corpo etérico, não podem ir para o veículo físico denso.

Esta terceira Hierarquia controla o terceiro aspecto da força elétrica do primeiro tipo de energia cósmica. Eles representam o ciclo periódico daquele primeiro tipo simbolizado pelo número 8. As fórmulas destas energias elétricas são demasiado complicadas para serem apresentadas aqui, porém, o estudante deve lembrar-se que estas hierarquias expressam:

1. Energia cósmica setenária.
2. Prana cósmico.
3. Energia solar ou fogo elétrico, fogo solar e fogo por fricção.

Cada hierarquia manifesta uma tríplice energia, ou um aspecto dos mencionados acima, o que exige uma diferenciação nônupla, pois os dois primeiros são triplos, assim como o terceiro. É a rejeição das Vidas Triadais, pelas unidades da Quarta Hierarquia - a das Mônadas humanas - que eventualmente precipita o homem na oitava esfera. Ele recusa tornar- se um Cristo, um Salvador, e permanece autocentrado.

Já tratamos das três primeiras hierarquias consideradas como aquelas que sempre “veem a Face do Regente da Profundidade”, ou como sendo tão puras e santas que Suas forças estão em realizado contato com Sua fonte emanadora.

Vamos agora considerar brevemente duas hierarquias que estão estreitamente ligadas a nós, as entidades humanas autoconscientes. Estes dois grupos são literalmente três, uma vez que a quinta Hierarquia é dual, e é isto que tem dado margem a alguma confusão, que é o significado oculto que se encontra por trás do agourento número treze. Eles são “Aqueles que buscam a satisfação” e a causa da segunda queda na geração, o fato por trás da tomada, pelo Ego, de uma natureza inferior. A quarta e a quinta Hierarquias são a nona e a décima, ou os “Iniciados” e os “Perfeitos.” Todos os seres humanos, ou “Jivas Imperecíveis”, são aqueles que evoluem através de uma série graduada de iniciações, autoinduzidas, ou produzidas no nosso planeta com ajuda exterior. Isto é alcançado através de um “casamento” com a ordem seguinte à deles, a quinta. Eles são então completados ou aperfeiçoados, e é devido a este fato oculto que a quarta Hierarquia é considerada como masculina, e a quinta, como feminina.

Hierarquia IV- A quarta Hierarquia Criadora consiste no grupo onde o mais elevado aspecto do homem, seu “Pai no Céu”, encontra seu lugar. Estas vidas constituem os pontos de fogo que terão que tornar-se chamas, o que elas conseguem por intermédio da quinta Hierarquia e dos quatro pavios, ou seja, as duas hierarquias duais inferiores. Assim, podemos ver que, no que concerne ao homem, a quarta, quinta, sexta e sétima hierarquias constituem, durante o ciclo de encarnação, o seu verdadeiro eu. São eles os “Senhores do Sacrifício”, e os “Senhores do Amor”, a flor deAtma-Buddhi.

Ao estudarmos estas hierarquias, uma das mais valiosas lições a aprender é o lugar e a importância do homem no esquema. A hierarquia, por exemplo, que é a essência da intangível Vida do Espírito, e o princípio de Buddhi, é a causa esotérica do casamento cósmico de espírito e matéria, casamento esse baseado no amor e desejo do Logos; porém, cada hierarquia expressa-se também por meio de uma particular manifestação que vem a ser considerada, pela mente finita do homem, como a própria hierarquia. Isto não é assim, e devemos ter cuidado para fazer a distinção entre essas duas hierarquias.

Elas são os germes latentes de centro de força, e manifestam-se subjetivamente; aquecem e vitalizam grupos de formas; florescem e expressam-se por meio de uma forma, ou outra hierarquia. Essas hierarquias estão todas inter-relacionadas e são negativas ou positivas umas em relação às outras, conforme o caso.

Como está dito na Doutrina Secreta, esta Hierarquia é o berçário dos Jivas encarnantes; (33) e ela traz em si os germes das Vidas que alcançaram a etapa humana em um outro sistema solar porém não foram capazes de ir além disso, devido à chegada de pralaya, o qual as levou para um estado de latência. A condição de hierarquia é semelhante - só que em escala cósmica - à condição das sementes de vida humana mantidas num estado de obscurecimento durante um período entre cadeias. As três outras hierarquias já consideradas (a primeira, segunda e terceira) foram aquelas que - em prévios kalpas de manifestação logoica - ultrapassaram a etapa humana. Eles constituem, portanto, os grupos sem-forma assim como os restantes são grupos rupa, isto é, que têm forma.

A quarta Hierarquia Criativa, ou a nona, deve sempre ser considerada, neste sistema solar, como ocupando o que pode ser considerado o terceiro lugar:

Primeiro, as Vidas ou as três Pessoas da Trindade.

Segundo, os Protótipos do homem, os sete Espíritos.

Terceiro, o homem, ou a manifestação inferior do aspecto Espírito autoconsciente.

Isto precisa ser cuidadosamente considerado, e não se refere ao aspecto forma, mas exclusivamente ao aspecto natureza das vidas que se expressam através de outras vidas que são também autoconscientes, ou plenamente inteligentes, o que, certamente, outras hierarquias não são.

As quatro hierarquias inferiores ocupam-se com a manifestação nos três mundos, ou no corpo físico denso do Logos solar. São aquelas hierarquias que podem descartar, ou passar através do corpo etérico do Logos solar, e assumir formas compostas de substância gasosa, líquida ou densa. As demais hierarquias não podem entrar em geração física.

Os estudantes precisam ter em mente que, sob o ponto de vista do Logos, os Anjos solares no plano mental (o quinto subplano do plano físico cósmico) estão em encarnação física, e o que chamamos “a segunda queda” aplica-se a isto. A primeira queda refere-se à tomada de forma em matéria etérica cósmica, como é o caso dos Homens Celestiais, os protótipos dos jivas humanos. Neste último caso, os corpos usados são chamados “sem-forma”, sob o nosso ponto de vista, e são “corpos vitais” animados pelo prana cósmico. No nosso caso, e no dos grupos restantes, as formas são compostas de substância dos três planos inferiores (aquilo que o Logos não considera um princípio) e, portanto, matéria que ainda responde à vibração do sistema anterior. Isto significa que as quatro hierarquias inferiores são elos entre a vida do passado e a do futuro. Elas constituem o presente. Elas não terminaram seus contatos com o princípio ativo inteligente do Kalpa precedente e, por isso, devem continuar seu contato nesta kalpa atual. Elas o conseguirão neste atual sistema; as quatro tornar-se-ão as três e então serão as três hierarquias arupa do próximo sistema.

Antes de prosseguir em nossa consideração das energias desse grupo em particular, é necessário destacar que algumas delas são chamadas “hierarquias dominantes”, e outras, “hierarquias subsidiárias.” Isto significa que algumas delas estão expressando-se, neste sistema solar, mais plenamente do que as outras, o que necessariamente torna a sua vibração mais fortemente sentida do que a dos outros grupos subsidiários. Os grupos dominantes são o segundo, quarto e quinto, e isto porque:

a. O segundo é a grande expressão da dualidade, do Filho vitalizado pelo Sol.

b. O quarto é a hierarquia das Mônadas humanas, que são as mediadoras ou sintetizadoras; expressam o ganho obtido no Sistema 1 e a meta do Sistema 2.

c. O quinto, ou décimo grupo está estreitamente vinculado às cinco hierarquias liberadas, e é uma expressão de sua vida sintetizada. Portanto, podemos dizer que a quinta Hierarquia serve como representante dos cinco grupos liberados, e a quarta é o grupo representante no atual sistema, enquanto o segundo representa (para o homem, ou esses dois grupos unidos) aquele que é o aspecto Espírito, o Pai, o Desconhecido.

Hierarquia V. A quinta Hierarquia Criativa é, como sabemos de um estudo da Doutrina Secreta, muito misteriosa. Este mistério está ligado à relação da quinta Hierarquia com os cinco grupos liberados. Esta relação, em conexão com o nosso planeta em particular, o qual não é um planeta sagrado, pode ser parcialmente compreendida se estudarmos a história de Buddha e seu trabalho. Isto está sugerido no terceiro volume da Doutrina Secreta.

A relação entre a quinta Hierarquia e uma certa constelação, também tem algo a ver com este mistério, o qual está oculto no karma do Logos solar, e diz respeito ao Seu relacionamento com outro Logos solar e à interação de força entre eles, num mahakalpa maior. Este é o verdadeiro “segredo do Dragão”, e foi a influência do dragão, ou a “energia da serpente”, que causou o influxo de energia manásica no sistema solar. Estreitamente enredado com o karma dessas duas Entidades cósmicas, estava o karma de uma Entidade cósmica menor, Que constitui a Vida do nosso planeta, o Logos planetário. Foi este tríplice karma que introduziu a “religião serpentina” e as “Serpentes ou Dragões de Sabedoria” no tempo da Lemúria, a qual tinha a ver com a Kundalini planetária ou o fogo serpentino. Há um indício aqui no fato de que a constelação do Dragão tem a mesma relação com o Uno maior do que o nosso Logos que o centro da base da coluna vertebral tem com o ser humano. Isto diz respeito à estimulação e vitalização, com a consequente coordenação dos fogos em manifestação.

Uma pista para o mistério encontra-se na relação deste quinto grupo com os dois polos implicados. São os Elos quíntuplos, os “Benignos Unificadores” e os “Produtores da Conciliação.” Esotericamente, são os “Salvadores da Raça”, e deles emana aquele princípio que - em conjunção com o aspecto superior - eleva o aspecto inferior até o Céu.

Quando estes mistérios forem cuidadosamente estudados, assim como as vidas dos maiores expoentes do princípio da unificação, ou conciliação, ficará evidente a grandeza da importância de seu lugar no esquema.

É por esta razão que as unidades da quinta Hierarquia são chamadas “Os Corações do Amor Ardente”; elas salvam através do amor, e por sua vez, estas vidas encontram-se peculiarmente próximas do grande Coração de Amor do Logos solar. Estes grandes Anjos redentores, que são os Filhos dos Homens em seu próprio verdadeiro plano, o mental, são sempre retratados com a forma do lótus de doze pétalas - esta simbologia vinculando-os ao “Filho do Amor Divino”, o sistema solar manifestado, que segundo dizem, é um lótus cósmico de doze pétalas, e ao lótus causal egoico, também ele um lótus de doze pétalas.

Temos, portanto, um fluxo direto de energia fluindo através de:

a. O lótus egoico de doze pétalas do Logos. Plano mental cósmico.
b. Lótus de doze pétalas solar.
c. O Coração logoico planetário, também um lótus de doze pétalas.
d. O lótus egoico humano de doze pétalas no plano mental.
e. O centro cardíaco de doze pétalas em um ser humano.

Ou, em outras palavras, a energia flui diretamente

a. Do Logos solar via três grandes centros cósmicos:

1. O Sol espiritual central.
2. O coração do Sol.
3. O Sol físico.

b. Do centro cardíaco do Logos planetário, situado no quarto plano etérico cósmico (o nosso plano búddhico)

c. Do lótus egoico de um ser humano no plano mental, o qual é literalmente uma correspondência do “coração do Sol.” O ponto monádico é um reflexo, no sistema humano, do “sol central espiritual.”

d. Do centro cardíaco de um homem no plano etérico do plano físico, que é, por sua vez, uma correspondência do Sol físico.

Assim, desta maneira, o pequenino átomo homem está vinculado à grande Vida central do sistema solar.

Esta Quinta Hierarquia é igualmente, sob a lei, um distribuidor de energia para o quinto subplano de cada plano no sistema; apenas é preciso ter em mente que, nos três mundos, é o quinto subplano contando-se de cima para baixo, enquanto que nos mundos da evolução super-humana, é o quinto, contando-se de baixo para cima. Como sabemos, esta hierarquia controla os dois aspectos de manas, um nos três mundos, e um que se faz sentir nas esferas superiores.

É necessário ter em mente que todos estes grupos - mesmo quandoditos “sem forma” - constituem as verdadeiras formas de tudo que persiste, pois todos eles se encontram no corpo etérico do Logos solar e do Logos planetário. Este é um ponto que requer especial ênfase; os estudantes têm considerado, por tempo demasiadamente longo, a forma como sendo o corpo físico denso, enquanto que para o ocultista o corpo físico não é a forma, mas sim maya grosseira ou ilusão, sendo a verdadeira forma o corpo de vitalidade. Portanto, estas hierarquias são a soma total das vidas vitais e o substrato ou a substância de tudo que existe. Podemos considerar o assunto da seguinte maneira:

a. Os quatro grupos superiores são as hierarquias que se expressam através dos três éteres cósmicos: o segundo, o terceiro, e o quarto.

b. Os dois grupos inferiores constituem as vidas que se encontram funcionando como matéria involutiva (organizada ou não- organizada) do corpo físico denso logoico, o líquido e o gasoso, com a substância vivente dos quatro subplanos superiores do corpo físico denso sistêmico.

c. A quinta Hierarquia tem uma interessante posição como o corpo “mediador” entre os quatro subplanos superiores e aqueles que se encontram nos três subplanos inferiores. Há uma significativa e vital correspondência a ser encontrada entre os sete centros na cabeça e os sete grupos de Egos no plano mental, e há uma analogia oculta entre os três centros da cabeça (glândula pineal, corpo pituitário, e centro alta- maior) e a expressão desses sete grupos de Egos nos três mundos. Este é um fato esotérico importantíssimo, e todos os estudantes de meditação sobre as leis de unificação ou conciliação precisam levarem consideração esta analogia.

É útil recordar o lugar ocupado por essas hierarquias no sistema, e compreender que, sobre a soma total desses corpos vitais, reúne-se gradualmente a manifestação densa que nós consideramos como matéria evolutiva. As formas são construídas (desde a forma de todos os átomos até corpo do Ego, da forma de uma flor até o vasto lótus solar ou planetário) porque as hierarquias existem como um agregado de vidas germinais, que são o impulso, provêm o modelo, procurando, por meio de sua própria existência, toda a raison d'être de tudo que é visto em todos os planos.

Hierarquia VI e VII. Estas duas Hierarquias fornecem a substância para as formas dos três mundos, tendo portanto um uso vital, e ocupando um lugar muito interessante. Do ponto de vista logoico, não são reconhecidas como provedoras de princípios, mas do ponto de vista do homem, são elas que lhe proporcionam os princípios inferiores. A relação que elas mantêm com o Logos é a mesma que o corpo físico denso mantém com o homem, e tudo que diz respeito à evolução do homem precisa (neste lugar em particular) ser estudado como sendo efetuado dentro do veículo físico logoico. Ocupam-se com a manifestação da energia física; com a realização, no veículo físico, de todos os propósitos divinos, e com a organização física de uma certa grande Vida cósmica.

Isto é especialmente assim quando estudamos estas duas hierarquias. Elas são o resíduo inferior do sistema anterior, e a energia daquela matéria (líquida, gasosa e densa) que a vibração do átomo logoico permanente (no plano adi) atrai para si na construção da forma divina. Com propósitos de maior clareza e generalização, devemos notar que a sétima Hierarquia constitui a vida ou energia encontrada no coração de cada átomo, seu aspecto positivo, e a sexta Hierarquia constitui a vida das formas de todos os corpos etéricos de cada objeto tangível. Afunção desta Hierarquia está bem descrita nas palavras do Velho Comentário:

“Os devas ouvem soar a palavra. Eles sacrificam-se e de sua própria substância constroem a forma desejada. Eles extraem de si mesmos a vida e o material, e entregam-se ao impulso divino.”

Não é possível dizer muito mais sobre estas duas Hierarquias. Muito do que diz respeito a elas já foi abordado na seção deste Tratado que lida com o fogo da matéria. Quero somente destacar que, como ensinamos na sabedoria oculta, há uma definida progressão de um reino para o superior imediato, e o mesmo ocorre no reino das hierarquias.

As vidas que compõem uma Hierarquia passam em ciclos ordenados para a hierarquia imediata superior, embora a palavra “superior” sirva apenas para confundir, uma vez que aquilo que se transfere é a consciência e a compreensão de uma hierarquia para a outra imediata superior.

Isto pode ser também considerado em termos de energia. As vidas negativas de uma hierarquia seguem a seguinte sequência:

1. Energia negativa.
2. Energia equilibrada.
3. Energia positiva.

As vidas positivas de uma hierarquia tornam-se as vidas negativas de outra quando passam para ela, e é isto que confunde o estudante comum. Para compreender o assunto com clareza, ele precisa estudar cada hierarquia de maneira tríplice, e considerar também o seu estado de transição quando o negativo se mescla e funde com o positivo, e o positivo torna-se o polo negativo de um estágio vibratório superior. Há, pois, nove estados de consciência através dos quais cada hierarquia tem de passar, e podemos chegar a uma ideia do significado disto e de sua relatividade, se considerarmos as nove Iniciações da quarta Hierarquia Criativa. Dentro dessas nove expansões distintas, pelas quais cada vida em cada hierarquia tem de passar, ocorrem expansões menores, e é aqui que se encontra a principal dificuldade para o estudante da psicologia divina. Todo este assunto diz respeito à psique, ou segundo aspecto, de todas as vidas - super-humana, humana e subumana - e somente quando a verdadeira psicologia for melhor compreendida, é que o assunto assumirá sua verdadeira importância. Então os nove desenvolvimentos de cada hierarquia começarão a ser compreendidos e lhes daremos a devida atenção.

Por enquanto, o estudo da matéria em cada reino não trará total esclarecimento quanto à constituição dos elementos do reino humano e seus princípios, os quais são as manifestações das diferentes hierarquias. A verdadeira revelação somente virá quando os seguintes pontos forem reconhecidos:

1. A tríplice natureza do homem.
2. As distinções entre o veículo e aquele que o utiliza.
3. A distinção entre um Raio, que é a expressão da energia logoica, e uma emanação positiva, e a hierarquia que é a emanação negativa do Logos, sobre a qual Sua energia positiva se faz sentir, direcionando essa hierarquia para a autoexpressão e forçando o “casamento dos polos.”

O tema é todo ele intricado e difícil, porém em breve alguma luz chegará quando a ciência reconhecer a natureza, lugar e responsabilidade do corpo etérico ou vital no homem, e sua posição como a verdadeira forma e unidade básica do corpo físico denso. Quando isto for admitido, e reconhecidos e registrados os fatos iluminadores, quando for compreendida a conexão entre os dois, e feitas as necessárias deduções e correlações, o assunto todo da manifestação logoica e trabalho das Vidas nos quatro planos superiores, com seu efeito sobre o plano físico denso logoico (nosso três mundos da expressão) apresentará um novo colorido. Os pensamentos dos homens girarão em torno do assunto da criação; os termos e expressões que agora são usados serão corrigidos e tudo será expresso em termos da energia construtora da forma, e dos três modos do fenômeno elétrico. Tudo isto está rapidamente a caminho, porém somente a geração após a das crianças da presente era é que verão a demonstração dos fenômenos elétricos etéricos sem qualquer dúvida.

Isto será feito pela chegada de egos plenamente conscientes em níveis etéricos e que podem ver tudo que agora é objeto de especulação. Eles virão em grande número e com alto nível de intelectualidade e serão capazes de eliminar a controvérsia existente pela comprovação de fatos.

O trabalho da construção das formas nunca será compreendido enquanto não for provada a verdadeira função do corpo etérico. Ele é o agente atrativo para aquelas vidas que pertencem a uma ordem tão inferior que, esotericamente, estão inertes. Essas vidas, as quais não estão incluídas na lista das hierarquias, sofrem a influência do sexto e sétimo grupos e da energia que deles emana. Eles são acordados da inércia em que se encontram e levados a tomar seu lugar e dar forma aos veículos concretos de tudo que existe. Eles são a manifestação mais inferior daquilo que é abstrato; são a mais densa concreção do Espírito; são os fracassos restantes do sistema anterior a este, e o fracasso é tão completo (sob o ponto de vista da consciência) que a única resposta que eles podem oferecer à vibração positiva da sétima Hierarquia é simplesmente deixar- se atrair. Eles podem ser ocultamente atraídos a seu lugar, porém somente ao término deste sistema solar estarão em condições de ultrapassá-lo e tornar-se a sétima Hierarquia do próximo sistema solar.

A meta para aquilo que não é um princípio consiste em tornar-se um princípio vital através da atuação da energia sobre ele. Estamos tratando aqui daquele misterioso algo que tem sido chamado “o refugo daquilo que antes foi visto”, com aquela energia latente que ocultava a vibração inferior do sistema anterior ao nosso, e que era tão pesada, e tão inerte, que era considerada como estando fora do alcance do Logos. Ele não tinha consciência disso, e o objeto destas vidas peculiares (que estão vivas, mas esotericamente mortas) é forçarem-se a permanecer ao alcance de Seu controle consciente respondendo àquelas vidas que são conscientemente dirigidas por Ele, e que são, portanto, os Salvadores dos inferiores.

4. Unidade Grupal.

A unidade grupal precisa ser considerada em parte sob o ponto de vista místico. É um truísmo dizer-se que nada permanece sozinho, contudo é um fato que cada parte infinitesimal do todo tem três relações:

1. Com as unidades que formam seu corpo de manifestação.
2. Com sua própria vida unitária.
3. Com aquela unidade maior da qual ela é parte.

Uma das principais coisas que subjazem ao propósito logoico, é o desenvolvimento de métodos que resultem em verdadeira unidade grupal. Tudo que é visível pode ser considerado como um gigantesco esforço partindo de uma grande Inteligência para produzir um grupo, e a evolução pode ser, pois, considerada como um vasto experimento tendo este objetivo em vista.

Esta tríplice responsabilidade acima referida, existe para o átomo ou para o Logos solar, e a tendência do processo evolutivo é tomar cada unidade, microcósmica e macrocósmica, em um cooperador inteligente, capaz de responder às forças que externamente incidem sobre ela, e ciente de sua própria economia interna, assim como também ciente das forças e energias latentes com as quais cada unidade tem que contribuir para o bem do todo. O homem, o qual se encontra no ponto médio da evolução, que marca a etapa na evolução da consciência onde se torna possível uma tríplice percepção - percepção da própria individualidade, percepção das forças subumanas que precisam ser controladas, e percepção de um lugar dentro do plano e propósito de um Homem maior - deve portanto ser considerado como a mais importante das evoluções, pois através dele podem ser inteligentemente desenvolvidas as leis da unidade grupal para todos os três grupos, super-humano, humano e subumano.

Acima dele encontram-se aqueles que são tão puros, ou como são chamados, “tão frios” que não podem submergir na matéria dos três mundos; abaixo dele estão aquelas vidas que são tão impuras (no sentido esotérico) ou que “estão cheias demais de matéria incandescente e veladas pela fumaça” para poderem elevar-se até às regiões onde se encontram os filhos de Deus não-velados. O homem, portanto, atua como o mediador, e nele, e através dele, é possível desenvolver-se métodos e leis grupais que - num futuro sistema solar - venham a formar uma lei básica para o trabalho unificado. É este fato o causador dos muitos problemas peculiares da natureza do reino humano, mas podemos dizer aqui que precisamos lembrar que este é um dos planetas “profanos”, ao qual nosso Logos planetário tem aplicado certos experimentos. Se os resultados forem bem sucedidos, haverá uma grande expansão do conhecimento do Logos planetário a respeito das leis que governam todos os corpos e massas. A Ele foi dado o nome de “divino experimentador Físico.” É esta condição que sob alguns aspectos torna única a humanidade deste planeta, pois está tentando resolver dois importantes problemas:

1. O problema de estabelecer uma consciente relação e resposta com o reino animal.
2. O problema de, simultaneamente, receber e manter vibrações das vidas super-humanas, e transmiti-las, conscientemente, aos estados subumanos.

Tudo isto terá que ser realizado pelas unidades do reino humano com plena consciência individual; portanto, podemos considerar que o trabalho de cada ser humano tem em vista estabelecer uma relação simpática com outras unidades, com os pitris do reino animal, além de também desenvolver o poder de agir como transmissor das energias das vidas maiores do que a sua própria, e tornar-se um agente mediador e transmutador.

É de interesse notar aqui que foi o problema de estabelecer uma relação entre o animal e o homem, a base originadora daquilo que chamamos Hatha Ioga e magia tântrica. O elo foi buscado nesta ioga com aquilo que conhecidamente era semelhante nos dois reinos (o corpo físico com suas atividades e propósitos) e o que devia ser negativo no reino humano foi estimulado a positivo por meio do poder da vontade. É possível que os seguidores da Hatha Ioga não sejam sabedores deste propósito, porém os expoentes originadores dos mistérios da Hatha Ioga conheciam bem esse objetivo, e no seu zelo pela unidade entre os dois reinos, procuraram unificar os aspectos inferiores e descuidaram-se do verdadeiro método.


Notas:
28 D. S„ 1,214,449; II, 223
29 D. S., 1,42-46

30 As três vestiduras. - "A corrente foi atravessada. É verdade que tens direito à vesti-dura de Dharmakaya; mas Sambhogakaya é maior de que um Nirvani, e ainda maior é um Nirmanakaya - o Buddha de Compaixão." Voz do Silêncio, p.97.

"Os três corpos ou formas Búddhicas denominam-se Nirmanakaya, Sambhogakaya, Dharmakaya.

A primeira é aquela forma etérea que o homem apresenta ao abandonar o corpo físico e aparecer no seu corpo astral - tendo adicionado todo o conhecimento de um Adepto. O Bodhisattva desenvolve-o em Si Mesmo enquanto percorre o caminho. Tendo alcançado a meta e recusado seus frutos, permanece na Terra como um Adepto; e quando morre, em vez de entrar no Nirvana, permanece naquele glorioso corpo que ele próprio teceu, invisível para a humanidade não-iniciada, velando por ela e protegendo-a.

Sambhogakaya é o mesmo, mas com o brilho adicional de três perfeições, uma das quais é o total esquecimento de todas as preocupações terrenas.

O corpo Dharmakaya é o Buddha completo, isto é, sem corpo, mas o alento ideal; consciência imersa na consciência universal, ou alma despida de qualquer atributo. Um Dharmakaya, Adepto ou Buddha abandona todo e qualquer pensamento ou relação ligados à Terra. Assim, para poder ajudar a humanidade, um Adepto 'renuncia ao Dharmakaya', em linguagem mística; mantém do Sambhogakaya apenas o grande e completo conhecimento, e permanece no seu Nirmanakaya. A escola esotérica ensina que Gautama Buddha, assim como vários de Seus Arhats, é um Nirmanakaya; desco¬nhecendo-se alguém superior a Ele, devido à sua grande renúncia e sacrifício pela humanidade." Voz do Silêncio, p. 98


31 As Doze Hierarquias Criadoras. Os estudantes sentem-se perplexos às vezes ao tentar explicar os "dozes" no cosmos. Um correspondente envia a seguinte sugestão: Em Um Estudo sobre a Consciência, os três, por um arranjo de agrupamentos internos, mostram sete grupos, os quais podem ser representados como ABC, ACB, BCA, BAC, CAB, CBA, e um sétimo, uma síntese, em que os três são iguais. Um segundo seis seria representado por (AB) C, C (AB), A (BC), (BC) A, (CA) B, B (AC), os dois entre parên¬teses sendo iguais e o terceiro mais forte ou mais fraco. Os dois grupos de seis, e o grupo no qual os três são iguais, formariam os treze. "Estes treze podem ser dispostos num círculo de doze, com um no centro, o qual será sintético e será aquela classe na qua! todos os três são iguais. A correspondência física disto será os doze signos do Zodíaco, com o Sol no centro, sintetizando todos eles. A correspondência espiritual será as doze Ordens Criativas com o Logos no centro, sintetizando tudo." Este arranjo é perfeitamente legítimo. O Teosofista, Vol. XXIX, p. 100. Comparar também os Doze Signos do Zodíaco.
32 32D. S„ 1,233-250; III, 565-566.
33 D. S„ I, 238.

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