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Livros de Alice Bailey

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico

Índice Geral das Matérias

Seção Dois - Divisão E - O Movimento no Plano da Mente
I. OBSERCAÇÕES PRELIMINARES
II. A NATUREZA DESTE MOVIMENTO
III. RESULTADOS DE SUA ATIVIDADE
IV. O GIRAR DA RODA
V. O MOVIMENTO E O IMPULSO CONSTRUTOR DAS FORMAS
VI. EFEITOS DO MOVIMENTO SINTÉTICO
VI. Efeitos do Movimento Sintético
1. Observações Preliminares sobre o Alinhamento
2. O Movimento Produz a Manifestação Periódica
3. A Vinculação Triangular
4. A Relação entre os Centros Laríngeo, Alta Maior e Mental

VI. EFEITOS DO MOVIMENTO SINTÉTICO

1. Observações Preliminares Sobre o Alinhamento.

Os efeitos da atividade sintética dos centros, envoltório e corpo causal produz:

Periodicidade de manifestação.
A Ligação dos triângulos.
A relação entre:

a. O centro alta maior.
b. O centro laríngeo.
c. Os centros no plano mental.

Se resumirmos os pensamentos transmitidos aqui, veremos que se referem a alguns aspectos desse indispensável alinhamento que precisa realizar-se, antes de obter a total habilidade para servir na liberação final. Temos estudado sob muitos ângulos as partes componentes do homem, o microcosmo, e o modo pelo qual ele se manifesta na Terra, para expressar aquilo que jaz oculto, e para fazer sentir sua energia, no grupo e lugar onde ele se encontra. Vimos que a constituição do corpo causal consiste de uma tríplice forma de energia, com um quarto e mais dinâmico tipo de força latente no coração, pronta para demonstrar-se quando as outras três formas estão ativas, utilizando-as como veículo. Notamos igualmente que há também três formas de energia que chamamos envoltórios do eu pessoal, e que também precisam estar em ativo funcionamento antes que a força egoica tríplice possa fazer-se sentir por seu intermédio. Somados a estes fatores, precisamos mencionar os sete centros na matéria etérica encontrados no corpo etérico, e que despertam e se tornam ativos à medida que os envoltórios entram em atividade rítmica. Os três centros maiores são os mais importantes no que diz respeito ao alinhamento egoico, e sua força vital somente começa a fazer-se sentir após estarem plenamente ativos os quatro inferiores.

Um segundo fator a considerar no esquema geral aqui, é o latente triplo fogo kundalini que desperta, e se eleva através do triplo canal da coluna vertebral, assim que os três centros principais (coronário, laríngeo, e cardíaco) formam um triângulo esotérico, e pode assim fazer circular a energia ígnea oculta em cada centro. Resumindo, pois: nós aperfeiçoamos o alinhamento assim que os seguintes fatores estabelecem contato entre si, ou assim que seus movimentos ou atividade são sintetizados; este é um importantíssimo assunto para os estudantes de meditação e aqueles no Caminho da realização.

1. As três fileiras de pétalas.
2. Os três envoltórios.
3. Os três principais centros.
4. O triplo fogo Kundalini.
5. O triplo canal da coluna vertebral.
6. Os três centros na cabeça - a glândula pineal, o corpo pituitário, e o centro alta maior. (20)

Um outro fator a considerar nas etapas adiantadas de desenvolvimento, é o terceiro olho que representa para o ocultista e verdadeiro mago branco o que o quarto centro de energia (a joia no lótus) representa para o lótus, ou as três fileiras de pétalas. A correspondência é interessante:

A joia no lótus dirige a energia oriunda da Mônada, enquanto que o terceiro olho dirige a energia do Ego no plano físico.

A joia no lótus é o centro de força que liga os planos búddhico e mental. Quando ela pode ser vista e sentida, o homem passa a funcionar conscientemente no plano búddhico. O terceiro olho vincula o homem já conscientemente desperto no plano físico ao mundo astral, onde ele passa a funcionar conscientemente.

A joia, ou diamante oculto pelo lótus egoico, é a janela da Mônada ou Espírito, pela qual ele olha externamente, para os três mundos. O terceiro olho é a janela do Ego, ou alma, funcionando no plano físico, por onde ele olha para o interior dos três mundos.

A joia no lótus está situada entre manas e buddhi, enquanto que o terceiro olho encontra-se entre os olhos direito e esquerdo.

Uma das principais funções do Mestre neste ciclo (embora não em todos os ciclos) é ensinar Seu aluno como conciliar todos esses fatores, como sintetizar seus vários modos de movimento ou expressão, e como coordenar todos eles, para que a vibração seja uniforme. Quando a energia do Ego controla ou impõe seu ritmo sobre os vários invólucros, via seus respectivos centros principais, quando o fogo tríplice estiver ascendendo ordenadamente via o canal tríplice, e quando os três centros da cabeça se unirem em um triângulo, então temos a iluminação ou irradiação de toda a vida da personalidade, a escuridão dá lugar à luz, e nasce o Sol do Conhecimento dispersando a escuridão da ignorância. Os centros menores ocupam-se com a coordenação interna do envoltório; os maiores, com a coordenação grupal ou inter-relação de um envoltório com outro. O homem torna-se uma luz ardente e brilhante, irradiando a luz que arde internamente.

Quando é dado o passo seguinte, e a energia da Mônada, focalizada através da joia, faz-se sentir também no plano físico, passando através do tríplice lótus egoico, via os canais já utilizados pelo Ego, temos um homem que está “inspirado”, que é um criador espiritual, e que é, ele próprio, um “Sol de Irradiação Curadora”.

Estes são os objetivos de todos que percorrem o caminho, e a meta à frente para aqueles que seguem a necessária disciplina de vida, e as etapas de desenvolvimento através da meditação. Existem, é desnecessário dizer, certos modos de trabalho e formulas mântricas conhecidas dos Mestres, que Lhes permitem acelerar o processo, quando necessário, para Seus discípulos, porém estes são segredos escrupulosamente guardados e pouco usados. O método usual, longo e laborioso, é deixar que o estudante descubra cada passo do caminho por si mesmo, ensinar-lhe a constituição de seu próprio corpo, a natureza dos envoltórios, e a função e mecanismos de energia deixando assim que se torne gradualmente consciente das forças latentes nele próprio. O que queremos dizer por os “três veículos periódicos” e os sete princípios ou qualidade de força, lhe é lentamente revelado, e por meio da experiência, experimento, frequentes fracassos e ocasionais sucessos, reflexão amadurecida, introspecção e frequentes encarnações, ele chega ao ponto em que produz uma certa medida de alinhamento através de esforço autoinduzindo e contínuo. Ele é então ensinado a como utilizar esse alinhamento e como manipular conscientemente a energia para poder realizar, no plano físico, o serviço que há tantas vidas tem sido um sonho ou uma visão impossível. Quando atinge perícia em ambas as coisas - estabilização e manipulação - então, e somente então - lhe são reveladas palavras e segredos que produzem a demonstração, no plano físico, da energia espiritual, ou monádica, por meio da energia egoica, ou da alma, utilizando por sua vez a energia das formas materiais dos três mundos ou que podemos chamar energia corporal. Isto tem sido expresso na seguinte fraseologia ocultista:

“Quando a joia faísca como o diamante sob a influência dos raios do resplandecente sol, então o engaste também fulgura e irradia luz. Quando o diamante faísca com mais intenso brilho, o fogo assim gerado incendeia o que estava preso e contido.”

2. O Movimento produz a manifestação periódica.

Devemos aqui lembrar que estamos considerando o alinhamento sintético relacionado com o segundo aspecto, e estamos tratando, portanto, da atividade daquelas formas de manifestação divina que se estão aproximando de seu objetivo, objetivo esse que podemos definir como a habilidade de vibrar sincronicamente com a unidade maior da qual ela é uma parte. O estudante deve portanto considerar isto de sete modos.

Os três primeiros modos referem-se à relação das unidades aperfeiçoadas, ou quase, nos três reinos da natureza, com sua alma grupal imediata, e sua continuada manifestação em qualquer reino em particular.

Quarto, a relação do discípulo, ou homem no caminho, com seu grupo imediato, e as leis que governam seu reaparecimento em encarnação física.

Quinto, a relação de um Espírito planetário com Seu grupo de planetas, e os processos do obscurecimento do homem, ou retirada, do plano físico de manifestação.

Sexto, a relação dos três principais Espíritos planetários, ou dos três principais aspectos do Logos, e suas manifestações.

Sétimo, a relação da Vida que dá forma a um sistema solar, com o grupo de constelações das quais Ele é parte, e Sua manifestação periódica.

Estes assuntos já foram abordados antes quando estudamos a encarnação e, antes ainda, quando consideramos o pralaya, ou obscurecimento, porém tratamos deles em termos gerais. Agora podemos tratar mais especificamente das atividades finais, ou modos de movimento, nesses vários grupos de vidas, e ver o que ocorre durante as etapas finais de existência consciente, e de manifestação limitada. O tema é peculiarmente abstruso, especialmente quando se trata de grupos elementais, porém há certos pontos interessantes que merecem um estudo mais detalhado. Vamos primeiro considerar os três reinos inferiores, e depois passaremos para os métodos e atividades de um ser humano, de um Logos planetário, e de um Logos solar.

O aparecimento, e o desaparecimento final de qualquer Vida manifestada, estão intimamente ligados à possessão, desenvolvimento evolutivo, e final desintegração, do átomo permanente. Átomos permanentes, como o termo é normalmente entendido, são de propriedade exclusiva daquelas vidas que alcançaram a autoconsciência, ou individualidade, e portanto de relativa permanência no tempo e espaço. O átomo permanente pode ser considerado como o ponto focal de manifestação em qualquer plano particular. Ele serve - se é que posso usar um termo tão peculiar - como âncora para qualquer indivíduo em qualquer esfera particular nos três grandes grupos de Vidas autoconscientes:

a. Os Jivas encarnantes, ou seres humanos,
b. Os Logoi planetários,
c. O Logos solar.

Precisamos lembrar aqui que todos os subplanos atômicos dos sete planos formam as sete espirilas do átomo permanente logoico, porque isto tem uma estreita relação com o assunto em pauta.

As unidades nos três reinos inferiores não possuem átomos permanentes; contudo, contribuem para a formação desses átomos nos reinos superiores. Podemos apresentar algumas generalizações mas sem dar-lhes interpretações textuais ou pessoais.

Primeiro, podemos dizer que o reino mineral proporciona aquele algo vital que é a essência do átomo físico permanente do ser humano. Proporciona aquela energia que é a base negativa para o fluxo positivo que podemos ver entrar pela depressão superior do átomo físico permanente.

Segundo, de modo similar, o reino vegetal fornece a energia negativa para o átomo astral permanente de um homem, e terceiro, o reino animal proporciona a força negativa, a qual, quando energizada pela força positiva, é vista como a unidade mental. Esta energia proporcionada pelos três reinos inferiores, é formada da mais elevada vibração de que cada reino é capaz, e serve como um elo entre o homem e seus vários envoltórios, todos os quais estão ligados a um ou outro dos reinos inferiores.

a. O corpo mental unidade menta reino animal
b. O corpo astral átomo astral permanente reino vegetal
c. O corpo físico átomo físico permanente reino mineral

No homem, estes três tipos de energia são reunidos e sintetizados, e quando é alcançada a perfeição da personalidade, e alinhados os veículos, temos:

a. A energia da unidade mental positiva
b. A energia do átomo astral permanente equilibrada
c. A energia do átomo físico permanente negativa

O homem então é estreitamente vinculado aos três reinos inferiores pelo que de melhor eles lhe podem oferecer, pois lhe deram literalmente seus átomos permanentes, permitindo assim que ele se manifeste através de sua atividade. Os três grupos acima, também pode ser estudados sob o ponto de vista das três Gunas. (21)

1. Tamas Inércia reino mineral Átomo físico permanente.
2. Rajas Atividade reino vegetal Átomo astral permanente.
3. Sattva Ritmo reino animal Unidade mental

Todos estes pontos estão sendo considerados somente do ponto de vista da personalidade, o eu inferior, ou não-eu. Como ilustração desta ideia, podemos destacar que, quando o corpo animal do homem pré-humano estava ritmicamente ajustado e atingira sua vibração superior, a vibração sáttvica, então a individualização tornou-se possível, e um verdadeiro ser humano apareceu em manifestação.

Cada reino é positivo para o reino imediato inferior, e entre ambos, encontra-se aquele período de manifestação que serve de ponte entre os dois, ligando o positivo ao negativo. Os tipos de mais intensa atividade rajásica no reino mineral são encontrados naquelas formas de vida que não são minerais nem vegetais, porém unem a ambas. De modo semelhante, no reino vegetal, o período de rajas alcança sua plena expressão antes da atividade tornar-se rítmica, e o reino vegetal mesclar- se com o reino animal. No reino animal, vê-se o mesmo nos animais que se individualizam, saindo da alma-grupo para a identidade separada. Estes tipos de atividade constituem, para o mineral, atividade física; para o vegetal, atividade sensória, e para o animal, atividade mental rudimentar.

Quando esta tripla atividade é atingida, podemos notar que o corpo físico denso do Logos solar ou planetário está plenamente desenvolvido, e um contato consciente pode, então, ser estabelecido com o corpo etérico, ou vital. É este contato que produz o homem, pois Espírito (como os homens compreendem o termo) nada mais é do que energia, vitalidade, ou vida essencial do Logos solar ou planetário. Sua correspondência no homem é o prana. O homem compreenderá isto, se ele se conscientizar de que todos os planos do nosso sistema solar constituem os sete subplanos do plano físico cósmico. É a conscientização deste fato que eventualmente unirá a ciência à religião, pois o que o cientista chama de energia, o homem religioso chama Deus, e contudo os dois são um, nada mais sendo do que o propósito manifestado - na matéria física - de uma grande Identidade extrassistêmica. A natureza é a aparência do corpo físico do Logos, e as leis da natureza são as leis que governam os processos naturais daquele corpo. A Vida de Deus, Sua energia, e vitalidade, encontram-se em cada átomo manifestado; Sua essência habita em todas as formas. A isto chamamos Espírito, embora Ele Próprio seja distinto dessas formas, assim como o homem sabe que ele é mais do que seus corpos. Sabe que é vontade e propósito, e à medida que evolui, esse propósito e vontade se tornam mais conscientemente definidos. O mesmo ocorre com o Logos planetário e o Logos solar. Eles habitam internamente e ao mesmo tempo fora do esquema planetário ou sistema solar.

É útil lembrar que, nos três reinos inferiores, a manifestação, ou aparecimento no plano físico, é sempre uma manifestação grupal e não o aparecimento de unidades separadas. Cada alma grupal é dividida em sete partes, que aparecem em cada uma das sete raças de um período mundial, e há uma interessante distinção entre elas e as unidades do reino humano. Quando porções da alma grupal em uma de suas sete partes estão fora da encarnação, encontram-se no plano astral, embora a alma Mãe grupal se encontre no plano mental. As unidades humanas do quarto reino quando estão fora de encarnação, passam através do plano astral para o plano mental, e descem novamente à encarnação a partir dos níveis mentais. Cada alma grupal, portanto, forma subjetivamente um triângulo de força com um ponto (o superior) no plano mental, o inferior nos níveis etéricos do plano físico, e um outro no plano astral. O terceiro ponto para a alma grupal mineral encontra-se no segundo subplano do astral, o vegetal, no terceiro, e o animal no quarto. Devido ao fato de que o centro de força da alma animal grupal encontra-se no quarto subplano do plano astral, torna-se possível a transferência desse reino para o quarto.

Certas leis governam o aparecimento periódico dos três reinos da natureza, as quais são as leis da involução, as leis dos reinos elementais, e as leis dos três grandes grupos que guardam os germes e sementes de todas as formas manifestadas. Temos na manifestação logoica os seguintes grupos a considerar;

Três grupos de existência super-humana:

a. O grupo formador do aspecto Pai, sobre o qual pouco podemos aqui dizer.
b. O grupo dos sete Logoi planetários.
c. O grupo dos sete raja devas, ou a vida de cada um dos planos físicos.

4. Um grupo de vidas solares que são os manasaputras, ou o homem.

5.6.7. Três grupos de vidas elementais, que formam os três reinos elementais involutivos.

Estes três grupos inferiores alcançam a concreção e entram no arco ascendente por intermédio dos três reinos inferiores. O quarto grupo é de certo modo o mais importante durante o ciclo atual uma vez que ele extrái algo dos demais seis grupos e é, pois, a síntese das energias extraídas de cada um e manifestadas. Os três grupos superiores estão estreitamente vinculados, e até que o homem tenha deixado o período da existência em que ele é controlado por aquilo que ele extraiu dos três reinos inferiores, ele não pode compreender a natureza e propósito dos três superiores. Podemos expressar este assunto do seguinte modo;

Os três grupos superiores são sáttvicos,
Os três grupos inferiores são tamásicos,
O quarto grupo, ou humano, é rajásico.

Por sua vez, os três grupos superiores são energizados por três correntes de força que entram através das três espirilas do átomo logoico permanente. Os três grupos inferiores são energizados pela energia que entra pelas três espirilas inferiores, às quais chamamos os três planos inferiores, espirilas essas que energizam o corpo denso logoico, foram vitalizadas num sistema solar anterior, e não são de modo algum fatores controladores na existência logoica. O quarto grupo, o humano, é energizado pela força da quarta espirila, à qual damos o nome de energia búddhica, e este grupo tem o problema de criar certas condições mediantes as quais as vibrações búddhicas possam dominar as outras três inferiores. É esta imposição que eventualmente libera as unidades humanas, e permite que elas passem para o grupo superior. As almas grupais elementais encontram sua correspondência no superior - primeiro, no reino humano nos três principais grupos de Egos, nos quais os três tipos de energia predomina; a seguir, nos três grupos planetários principais ou maiores, e finalmente, nos três aspectos.

Aspecto Pai
Grupo elemental reino animal Sattvico Logos Solar Urano
Aspecto Filho
Grupo elemental reino vegetal Raajásico Logoi Planetários Netuno
Mãe, aspecto Brahma
Grupo elemntal reino mineral Tamásico Devas do plano Saurno

O quarto grupo, o humano, une todas as três vidas. A manifestação periódica dos três grupos elementais (por intermédio dos três reinos inferiores) está, pois, governada por fatores ocultos na natureza daquela grande vibração que chamamos tamásica, ou ritmo pesado. É a vibração de Brahma, o terceiro aspecto, a mãe, ou aspecto matéria. Seu aparecimento é de manifestação muito lenta, as sete vibrações subsidiárias introduzindo um ou outro dos sete grupos de cada alma grupal em alternação muito vagarosa. Não podemos revelar os ciclos; somente duas coisas podemos dizer: primeiro, que o aparecimento desses grupos como unidades em manifestação está controlado por três fatores:

1. A Lua, pois esses são os muitos pais lunares.
2. O raio em manifestação em qualquer época.
3. O carma da Vida que dá a forma de qualquer reino.

A segunda consideração é o carma e a história da vida da entidade planetária. Ela dorme e desperta; ela é a personificação de tamas, e à medida que progride e se desenvolve é acompanhado pelos reinos inferiores.

Os pitris lunares são para a entidade planetária o mesmo que os três centros principais são para o homem ou para os Logoi. Os Pitris lunares que contribuem para a forma humana são (para a entidade planetária) a correspondência do centro coronário. Aqueles que são os pais das formas vegetais correspondem ao seu centro cardíaco, enquanto os pais do reino mineral são análogos ao centro laríngeo. Tudo isto é bastante obscuro, porém encerra indícios de grande valor.

Não é possível dar maiores informações relativas ao aparecimento periódico das formas de vida subumana. O assunto é por obscuro e os detalhes excessivamente vastos. Até que o estudante se tenha capacitado para apreciar os símbolos e hieróglifos dos adeptos (22) é-lhe impossível apreender o assunto. Grande parte do ensinamento sobre este tema é encontrada nos arquivos do departamento do Manu, uma vez que está voltado para as etapas inicias de construção da forma. Podemos dizer que o aparecimento de qualquer vida em manifestação deve-se em primeiro lugar à atividade de alguma Entidade, a qual é em grande parte a expressão do primeiro Raio. Isto diz respeito à manifestação periódica da vida ou vidas de qualquer ronda assim como à efêmera existência de uma libélula; diz respeito à forma por meio da qual evolui uma raça, assim como à pequenina vida de um indivíduo dessa raça. As mesmas leis governam tudo, embora a resposta à lei possa ser relativa e graduada. Esta lei tem o nome genérico de “Lei dos Ciclos”, e expressa-se em termos de tempo; mas o segredo dos ciclos não pode ainda ser revelado, pois poderia transmitir ao homem intuitivo informação demasiadamente perigosa. É o conhecimento desta lei no que se refere a rondas raças, sub-raças, grupos (involutivos e evolutivos) e indivíduos (humanos e super-humanos) que permite aos Senhores do Carma, e aos Adeptos da boa Lei, manipular força e energia, e assim levar tudo que existe à sua triunfante conclusão. Em conexão a isto, os estudantes podem obter muita luz sobre esta difícil questão da força, se tiverem em mente que todas as formas, em todos os reinos, seja no arco descendente ou ascendente, são em si mesmas uma força negativa impelida à atividade por uma força positiva, e demonstrando-se como uma combinação das duas. As distinções são demonstradas no fato de que algumas formas são negativo-positivas, outras positivo-negativas, enquanto outras ainda encontram-se no ponto de equilibrium. Isto inclui todas as etapas intermediárias. Os Construtores do cosmos trabalham conscientemente sob a lei cíclica, e utilizam o agregado dessas forças em qualquer reino, qualquer grupo ou qualquer unidade, para efetuar a consumação do plano.

Seria de grande interesse para os homens se eles pudessem ver e interpretar alguns dos registros nos arquivos hierárquicos, pois neles homens e anjos, minerais e elementais, animais e vegetais, reinos e grupos, Deuses e formigas são especificados em termos de fórmulas de energia, e pelo escrutínio desses registros, o aumento aproximado da vibração de qualquer forma de qualquer espécie pode ser averiguado a qualquer tempo. Podemos expressar isto também em termos de Gunas; o discípulo verá também (quando lhe for permitido o acesso aos registros) que ele próprio, juntamente com qualquer outra expressão da vida divina, são descritos por uma fórmula tríplice, que transmite à mente do iniciado, as proporções de tamas ou inércia, de rajas ou atividade, e de sattva ou ritmo encontradas em qualquer forma. Isto, portanto, através das correspondências, transmite conhecimento quanto às realizações passadas, oportunidades presentes e futuro imediato de qualquer unidade ou vida personificada, manifestando-se sob qualquer um dos três aspectos.

Uma outra série de registros nos arquivos - sob uma fórmula diferente - dá informação quanto ao que é esotericamente chamado “conteúdo calórico” de qualquer unidade, “luz irradiadora” de qualquer forma, e a “força magnética” de qualquer vida. É por meio deste conhecimento que os Lipikas controlam o aparecimento e desaparecimento de cada Vida - divina, super-humana, solar e humana - e pelo estudo daquela fórmula que é a fórmula básica para um sistema solar, que o aparecimento no plano físico de um Logos solar é controlado, e um período de pralaya cósmico estabelecido. É preciso não esquecer que os Senhores Lipika do sistema solar possuem Seus protótipos cósmicos, e que Esses protótipos têm Seus frágeis e tateantes reflexos humanos nos grandes cientistas astrônomos que se esforçam por determinar fatos a respeito dos corpos celestes, sendo subconscientemente cientes da existência dessas fórmulas cósmicas, transmitindo informações quanto à gravidade específica, constituição, radiação, atração magnética, calor e luz de qualquer sol, sistema solar, ou constelação. Muitos deles - em eras futuras e remotas - passarão à plena compreensão, terão as fórmulas sob seus cuidados, juntando-se assim à categoria dos Lipikas. Esta é uma linha peculiar que exige ciclos de cuidadoso treinamento em matemática divina.
Os Senhores Lipikas, controlando a manifestação periódica de vida, são divididos, de modo geral, nos seguintes grupos, os quais seria interessante observar:

1. Três extrassistêmicos ou cósmicos Senhores do Carma, Que trabalham a partir de um centro de Sírio através de três representantes. Eles formam um grupo ao redor do Logos solar, e mantêm em relação a Ele, uma posição análoga à dos três Buddhas de Atividade, Que permanecem ao redor de Sanat Kumara.

2. Três Senhores Lipika, Que são os agentes cármicos trabalhando através dos três aspectos.

3. Nove Lipikas Que são a soma total dos agentes da Lei trabalhando por meio daquilo que a Quabbalah chama os nove Sephiroth.

4. Sete agentes que presidem o carma de cada um dos sete esquemas.

Estes quatro grupos correspondem, na manifestação, ao Não-Manifestado expressando-se através dos tríplice Aspectos, sob os quais trabalham uma infinidade de agentes menores. Estes podem também ser diferenciados, sendo cada um dos seguintes grupos encontrados em cada esquema e cada emanação de Raio.

1. Os Senhores Lipika de um esquema Que, através da manipulação de forças, tornam possível a encarnação de um Logos Planetário sob a Lei e a consecução de Seu problema cíclico.

2. Aqueles que (regidos pelo primeiro grupo) controlam o destino de uma cadeia.

3. Aqueles Que dirigem a energia de um globo.

4. Agentes de todo tipo Que se ocupam com os ajustamentos cármicos incidentes na manifestação periódica de formas como:

a. Uma ronda, sete ao todo.
b. Um reino da natureza, sete ao todo.
c. O reino humano.
d. Uma raça-raiz, uma sub-raça e uma ramificação de raça.
e. Uma nação, uma família, um grupo e seus correspondentes em todos os reinos.
f. Um plano.
g. O mundo dos répteis e dos insetos.
h. A evolução das aves.
i. Os devas.
j. Unidades humanas, grupos egoicos, vidas monádicas e miríades de outras formas, objetivas e subjetivas, planetárias e interplanetárias, em conexão
com o Sol, e em conexão com os planetoides.

Todas trabalham com emanações de energia, e com unidades de força sob a lei cíclica, e todas têm o mesmo objetivo - produzir a atividade perfeita, a intensificação de calor, e a radiante luz magnética como expressão da vontade e do propósito de cada vida encarnada.

Periodicidade de manifestação é o aparecimento cíclico de certas formas de energia específica quer estejamos falando de um homem, de um sistema solar, de um Raio, do aparecimento de um planeta no espaço, ou do fenômeno do nascimento humano. Certos fatores exteriores de qualquer unidade de energia que estejamos considerando, inevitavelmente afetarão seu aparecimento, e atuarão como agentes desviadores ou direcionadores. A Lei dos Ciclos tem sido sempre olhada como uma das mais difíceis para o homem dominar, e tem, com razão, sido dito que quando o homem consegue dominar suas técnicas e entender seus métodos de computar o tempo, ele atingiu a iniciação. Suas complexidades são tão numerosas e tão ligadas à lei ainda maior, a de causa e efeito, que praticamente todo o possível campo do conhecimento é superado por seu intermédio. Compreender esta lei envolve a habilidade para:

a. Lidar com as fórmulas de matemática superior do sistema solar.

b. Computar a relação entre uma unidade de qualquer grau e o todo maior em cuja vibração essa unidade é trazida ao aparecimento periódico.

c. Ler os registros akáshicos de um sistema planetário.

d. Julgar os efeitos cármicos no tempo e espaço.

e. Estabelecer a diferença entre as quatro correntes de efeitos cármicos referentes aos quatro reinos da natureza.

f. Distinguir entre as três principais correntes de energia – as unidades de inércia, mobilidade e ritmo - e perceber a nota de cada unidade, e seu lugar no grande grupo de pontos de transição. Estas últimas unidades são as que se encontram no ponto mais alto de uma das três ondas, e prontas, portanto, para serem transferidas para uma onda de maior capacidade vibratória.

g. Entrar na Câmara dos Arquivos e ler um peculiar grupo de documentos tratando da manifestação planetária, de forma quádrupla. Diz respeito ao Logos planetário e aborda a transferência de energia da cadeia lunar. Aborda também a transmissão de energia para um outro esquema planetário, e a interação entre a Hierarquia humana (o quarto Reino) e a grande Vida que dá forma ao reino animal.

Quando um homem pode realizar todas estas coisas, ele conquistou o direito de conhecer aquilo que produz o fenômeno da manifestação; ele ganhou o direito de participar dos concílios da Hierarquia planetária, e de dirigir, ele próprio, as correntes de energia para, através de, e para fora do planeta.

Podemos formar uma ideia da complexidade que governa a manifestação periódica de um ser humano, se considerarmos as forças que trazem as unidades à manifestação, a qual produz a individualização; isto constitui por fim, o aparecimento de uma terceira corrente de energia em conjunção com outras duas. Um homem é o ponto de reunião de três correntes de forças, com a preponderância de uma ou outra, de acordo com seu tipo peculiar.

Vamos brevemente enumerar esses fatores e assim obter alguma ideia sobre a complexidade do assunto.
O primeiro e supremo fator é o Raio em que uma determinada unidade humana se encontra. Isto significa que há sete correntes de força especializada, cada uma com sua peculiar qualidade, tipo e ritmo. O assunto complica-se mais pelo fato de que embora o Raio da Mônada seja o principal fator qualitativo, os dois Raios subsidiários - os do Ego e da personalidade - têm que ser igualmente considerados.

Segundo, é preciso ter em mente que as unidades humanas atualmente encontradas neste planeta, pertencem naturalmente a dois grandes grupos - aqueles que alcançaram a individualização, ou tornaram- se “unidades de energia autodirecionada” na Lua, e aqueles que atingiram a autoconsciência na Terra. Há importantes distinções entre esses dois grupos, pois as unidades da cadeia lunar distinguem-se, não apenas por um desenvolvimento mais avançado, devido ao período mais longo de sua evolução, mas também pela qualidade de grande e inteligente atividade, uma vez que, como é de se esperar, na terceira cadeia, a lunar, o terceiro Raio foi o fator dominante. Nesta quarta cadeia, o quaternário domina, ou a síntese dos três de modo a produzir o quarto, sendo esta uma razão para a natureza intensamente material daqueles que entraram no reino humano neste planeta. As distinções entre os dois grupos são muito grandes, e um dos mistérios por trás dos mistérios das principais divisões da humanidade - os que governam e os que são governados, capitalistas e operários, dirigentes e dirigidos - encontram-se exatamente aqui. Nenhum sistema de reforma sociológica poderá desenvolver-se com sucesso sem que seja levado em consideração este importante fato. Poderíamos distinguir outras diferenças, porém a esta altura, serviriam apenas para complicar o assunto.

Um terceiro fator diferenciando os grupos de unidades humanas que alcançaram a autoconsciência, no nosso planeta, está oculto nos métodos empregados pelos Senhores da Chama naquela época. Dizem- nos que eles empregaram três métodos.

Primeiro, Eles próprios tomaram corpos e assim energizaram certas formas superiores do reino animal, para que aparecessem como homens e, desse modo, deram início a um grupo particular. Seus descendentes encontram-se nos tipos superiores da humanidade terrestre hoje aqui encontrados. Todavia, mesmo agora, eles não são tão adiantados quanto os grupos da cadeia lunar que entraram nos dias atlantes. Sua hereditariedade é peculiar.

Eles implantaram um germe da mente no grupo secundário de homens-animais que estavam prontos para a individualização. Este grupo, durante um longo tempo, foi incapaz de expressar-se, e foi cuidadosamente nutrido pelos Senhores da Chama, quase chegando ao fracasso. Contudo, na época em que a última sub-raça da raça-raiz lemuriana estava em seu apogeu, puseram-se repentinamente à frente de sua civilização, justificando assim o esforço hierárquico.

Terceiro, Eles estimularam o germe do instinto em certos grupos de homens-animais, até que ele desabrochou como mente. É preciso jamais esquecer que os homens possuem dentro de si mesmos (independente de qualquer estímulo externo) a habilidade de chegar a alcançar plena autoconsciência.

Estes três métodos trazem-nos ao quarto fator que deve ser lembrado, o dos três modos de movimento que poderosamente afetam os jivas encarnantes.

Os Filhos da Mente distinguem-se pelas três qualidades da matéria já antes mencionadas e que foram genericamente chamados

1. Os Filhos do ritmo sáttvico,
2. Os Filhos da mobilidade,
3. Os Filhos da inércia.

Estas qualidades são as características dos três Raios principais, e das três Pessoas da Deidade; são elas as qualidades da consciência - material, inteligente e divina. São as características predominantes das cadeias das quais nossa Terra é uma.

Esquema Planetário Terrestre

Primeira Cadeia Arquetípica.
Segunda Cadeia Ritmo sáttvico.
Terceira Cadeia Mobilidade.
Quarta Cadeia Inércia.
Quinta Cadeia Mobilidade.
Sexta Cadeia Ritmo sáttvico.
Sétima Cadeia Perfeição.

Os fatores considerados que afetam as diferentes unidades encarnantes têm um efeito vital em sua evolução cíclica, e o Raio e os três principais tipos produzem o variável aparecimento periódico. Certas declarações têm aparecido em alguns livros ocultistas a respeito de variados intervalos entre as encarnações. Tais declarações são, em sua maioria, inexatas, pois não levam em conta a diferença do Raio, e não permitem cálculos que indiquem se a unidade humana envolvida é uma unidade de inércia, um ponto sáttvico, ou uma entidade rajásica. Não há regras definidas nesta época para o público em geral, embora tais regras existam, sendo governadas por sete formulas diferentes para os três tipos principais. Dentro desta sétupla diferenciação, existem muitas diferenças menores, e o estudante precavido evita declarações dogmáticas sobre este peculiaríssimo e difícil assunto. Aqui apenas tocamos a superfície. Devemos lembrar que nas etapas iniciais da encarnação a unidade é especialmente governada pela aparição grupal, e vem à encarnação com o seu grupo.

Com o passar do tempo, e à medida que sua própria vontade e propósito se tornam mais distintas, ele às vezes se esforçará para manifestar-se independentemente de seu grupo, como farão outras unidades; isto leva a uma aparente confusão em detrimento dos cálculos do estudante superficial. Quando este é o caso, essa unidade em questão tem seu registro transferido para outro arquivo hierárquico e torna-se o que é ocultamente denominado “um ponto de fogo autodirecionado.” Ele torna-se então uma forte individualidade, inteiramente autocentrada, liberta de qualquer sentido de grupo, exceto as afiliações terrenas às quais adere por um instinto de autoproteção e bem-estar pessoal. Nesta etapa, ele permanece por um vasto período de tempo, tendo à sua frente a tarefa de dominar uma etapa posterior, quando então retorna ao reconhecimento do grupo primitivo, numa volta superior da espiral.

As regras que governam as encarnações do homem comum já foram anteriormente estudadas, e importante informação foi dada não só neste Tratado como também em Cartas sobre Meditação Ocultista o qual - se examinada e conferida - trará subsídios suficientes para um longo estudo. Pouca coisa tem sido dada acerca das encarnações dos discípulos e dos métodos aplicados nas etapas finais de evolução.

Devemos aqui lembrar que, para o discípulo, o alinhamento direto com o Ego, via os centros e o cérebro físico, constitui a meta de sua vida de meditação e disciplina. Isto faz-se necessário para que o Deus Interno possa funcionar com plena consciência e exercer pleno controle no plano físico. Assim, a humanidade será ajudada e favorecidos os assuntos grupais. Além disso, é preciso lembrar que as Leis básicas dos Raios e o tipo particular do discípulo determinam predominantemente seu aparecimento, muito embora outras forças comecem a dominar, as quais podemos assinalar aqui:

Os fatores que regem a vinda de um discípulo à encarnação são os seguintes:

Primeiro, seu desejo de esgotar rapidamente o carma para ficar liberado para o serviço. O Ego imprime este desejo sobre o discípulo durante a encarnação e assim evita qualquer outro desejo que ele possa ter pela bem-aventurança do devachan ou até mesmo de trabalhar no plano astral. O único objetivo do discípulo após a morte é livrar-se de seus corpos sutis, e adquirir novos corpos. Não deseja um período de descanso, e como o desejo é o fator governante deste sistema de desejo, e particularmente no atual sistema planetário, se não há desejo não existe incentivo para realizá-lo. O homem, portanto, ausenta-se do plano físico por um período muito breve e é levado por seu Ego a um corpo físico com grande rapidez.

Segundo, encarna para realizar algum tipo de serviço sob a direção de seu Mestre. Isto envolve alguns ajustamentos, e ocasionalmente, a suspensão temporária de seu carma. Estes ajustamentos são feitos pelo Mestre com o consentimento do discípulo, e são somente possíveis no caso de um discípulo aceito de alguma envergadura. Isto não significa que o carma tenha sido deixado de lado, mas sim que certas forças ficarão aguardando, em latência, até que um determinado trabalho grupal tenha sido realizado.

Terceiro, um discípulo retornará à encarnação ocasionalmente com o fim de encaixar-se no plano de um discípulo ainda maior que ele próprio.

Quando um mensageiro da Grande Loja necessita de um veículo para expressar-Se e não pode Ele Mesmo usar um corpo físico, devido à rarefação de sua substância, Ele utiliza o corpo de um discípulo. Temos um exemplo disto no modo como o Cristo usou o corpo do iniciado Jesus, tomando posse dele no momento do batismo. Outrossim, quando é necessário dar uma mensagem ao mundo durante repetidos ciclos, um discípulo ocupando uma alta posição no grupo de um Mestre aparecerá em encarnação física, e será “influenciado” ou “inspirado” (em sentido técnico esotérico) por um instrutor mais avançado do que ele.

Quarto, um discípulo pode, devido a um desenvolvimento irregular, estar bastante adiantado em certas linhas, mas faltar-lhe o pleno desenvolvimento de um determinado princípio. Ele pode, pois decidir (com a plena concordância de seu Ego e de seu Mestre) realizar uma série de breves encarnações consecutivas com a intenção de trabalhar especificamente para trazer uma determinada qualidade, ou uma série delas, a um alto ponto de vibração, completando assim sua esfera de manifestação. Isto explica as pessoas peculiares, ainda que poderosas, que encontramos vez por outra; são tão unilaterais e aparentemente tão desequilibradas que toda a sua atenção está voltada para uma única linha de desenvolvimento a ponto de mal se verem as outras linhas. Contudo, é grande sua influência, e fora de toda proporção em relação ao seu valor superficial. A conscientização destes fatores impedirá que o estudante prudente faça julgamentos apressados e chegue a rápidas conclusões sobre seus semelhantes.

Ocasionalmente aparece uma variante nestas rápidas e imediatas encarnações, quando um iniciado, cujo ciclo se aproxima do fim, encarna para expressar quase que inteiramente um princípio perfeito. Isto ele faz para o bem de um determinado grupo que - embora trabalhando para a humanidade - falha em seu objetivo devido à falta de uma determinada qualidade, ou corrente de força. Quando isto se torna aparente no lado interno, algum discípulo avançado põe a energia dessa mesma qualidade à disposição da Hierarquia, e é enviado para equilibrar aquele grupo, e frequentemente faz isso por um período de vidas em rápida sucessão.

Estas são algumas das causas que governam a manifestação periódica daqueles que estão agrupados nos registros da Hierarquia como os “pontos de fogo alinhados”, aqueles que se distinguem pela energia que flui através deles, pela qualidade magnética de seu trabalho, pelos seus poderosos efeitos grupais, e pela realização física do plano.

A entrada em manifestação das vidas super-humanas (tais como as maiores Existências liberadas, ou os raja-devas de um plano), o aparecimento dos Logoi planetários e dos Logoi solares, em encarnação física, é governado por leis de natureza semelhantes às que governam a unidade humana, mas de alcance cósmico. Fica evidente, até para o mais superficial estudante, que a emergência gradual de um plano da escuridão que existe entre os sistemas é produzida não só como o resultado da resposta vibratória à Palavra anunciada, mas como obra do carma de uma Vida cósmica e do relacionamento existente entre essa Vida e a Existência cósmica Que chamamos Brahma, ou a terceira Pessoa da Trindade. O deva Regente de um plano é uma Entidade super-humana Que chega sob um grande impulso cósmico para prover de forma vibratória aquele que tornará possível o aparecimento de outras formas menores. Os Senhores dos Raios ou Logoi planetários estão de modo semelhante carmicamente ligados ao segundo aspecto logoico, ou aquela Vida em manifestação que chamamos Vishnu. Veremos assim que três impulsos principais cada um emanando da vontade, plano ou propósito consciente de uma Entidade cósmica são responsáveis por tudo que vemos e conhecemos no nosso sistema solar. Isto, é claro, tem sido com frequência enfatizado em diferentes livros ocultistas, mas a tabulação seguinte poderá ser útil:

Entidade Cósmica Entidades Sistêmicas Números de Impulsos Qualidade
Brahma Senhores Raja 7 - Atividade Inércia.
Vishnu Logoi Planetários 7 - Sabedoria Mobilidade.
Shiva Logos Solar 1 - Vontade Ritmo.

É preciso notar aqui que esta tabulação aplica-se tanto ao macro quanto ao microcosmo, e os estudantes talvez se interessem em elaborar as devidas correspondências.

3. A Vinculação Triangular

Neste Tratado muito já foi dito a respeito do plano geral que responde pela emergência do sistema ou encarnação e por isso não pretendo estender-me aqui. Assim como não é possível para um homem, em uma encarnação inicial, conceber os efeitos que a evolução terá sobre ele, e perceber a natureza do homem no Caminho, também não é possível mesmo por grandes existências sistêmicas conceber (exceto em termos amplos e gerais) a natureza do Logos solar, e o efeito que a evolução terá sobre Ele. É suficiente dizer que quando certos vastos alinhamentos cósmicos forem feitos e a energia do ovoide logoico causal nos planos mentais cósmicos for capaz de fluir sem empecilhos para o plano físico atômico (nosso sistema solar) grandes eventualidades e inconcebíveis possibilidades terão então lugar.

Certos fenômenos de importância menor do que este grande acontecimento terão lugar com a passagem dos ciclos, os quais podemos assim resumir:

Primeiro. Formar-se-ão certos triângulos sistêmicos que permitirão a circulação de energia entre diferentes esquemas planetários, trazendo assim à maturidade, mais rapidamente, os planos e propósitos das Vidas em questão. Note-se que quando estamos considerando a transmissão de energia através de alinhamento e formação de certos triângulos, é sempre em conexão com a energia do primeiro aspecto, o qual lida com a transmissão do fogo elétrico. É importante ter isto em mente, pois preserva a analogia entre o macro e o microcosmos com exatidão.

Segundo. Formar-se-á um triângulo sistêmico final, o qual será de força suprema, pois será utilizado pela essência e energias abstraídas do setenato de esquemas como base negativa para a recepção da energia elétrica positiva. Esta energia elétrica é capaz de circular através dos esquemas, graças à realização de um alinhamento cósmico. É a entrada desta tremenda força espiritual durante as etapas finais da manifestação que resulta na explosão dos sete sois. (23) Embora os sete se tenham tornado três, isto é somente em conexão com os planetas físicos densos. A explosão de luz mencionada nos livros ocultistas e na Doutrina Secreta ê na matéria etérica; é esta energia ígnea etérica que traz à consumação (e assim destrói) os três esquemas principais restantes. Temos aqui uma correspondência da queima do corpo causal na quarta Iniciação através da fusão dos três fogos. É apenas uma correspondência sem grandes detalhes. O esquema de Saturno é esotericamente considerado como tendo absorvido os “fogos por fricção do espaço sistêmico”; Netuno é considerado como o guardião das “chamas solares”, e Urano, como o lar do “fogo elétrico.” Quando, através da atividade extrassistêmica baseada em três causas:

1. Alinhamento logoico,
2. A obtenção de uma Iniciação logoica,
3. A ação de AQUELE SOBRE O QUAL NADA PODE SER DITO,

estes três esquemas forem simultaneamente estimulados, e as formas passarem de uma para outra em uma forma triangular, elas também passarão para o obscurecimento. Nada restará senão os chamejantes sois etéricos, e mesmo estes - através da própria intensidade da queima - se dissiparão rapidamente.

4. A relação entre os centros Laríngeo, Alta Maior e Mental

A questão dos centros sempre atraiu grande interesse entre os homens, e grande dano tem causado por direcionar a atenção para os centros físicos. Lamentavelmente, os nomes que têm sido dados aos centros têm suas contrapartes na forma física e, com a costumeira aptidão do homem para identificar-se com aquilo que é tangível e físico, muita informação tem sido acumulada que está baseada, não no conhecimento espiritual, mas sim no estudo dos efeitos produzidos pela meditação sobre os centros físicos. Tal meditação somente pode ser realizada com segurança quando o homem deixou de estar polarizado no eu pessoal, e passou a considerar todas as coisas sob o ponto de vista do Ego, com o qual ele está totalmente identificado. Quando este é o caso, os centros na matéria física passam a ser reconhecidos como simples pontos focais de energia localizados no corpo etérico, e tendo um uso definido. São usados como transmissores de certas formas de energia conscientemente direcionadas pelo Ego ou Eu, com o intento de dirigir o corpo físico (o qual não é um princípio) para realizar o propósito egoico. Para conseguir fazer isto, o Ego tem de seguir certas regras, conformar-se à lei, e ter atingido, não apenas o controle consciente do corpo físico, mas também um conhecimento das leis da energia, e da constituição do corpo etérico, e sua relação com o físico. É preciso chamar a atenção dos estudantes para certos fatos fundamentais acerca dos centros e assim suplementar, correlacionar e resumir tudo que já foi dado neste Tratado. Uma certa repetição será necessariamente valiosa e a informação dada aqui, e as correspondências indicadas, devem oferecer a todos os seguidores da raja ioga base para uma sensata consideração, sábia meditação e uma compreensão mais ampla das verdades envolvidas. Devido ao rápido desenvolvimento da raça, e ao futuro rápido desenvolvimento da visão etérica, grande será o ganho se os estudantes do ocultismo tiverem pelo menos um conceito teórico da natureza daquilo que será visto relativamente tão cedo.

São sete, como sabemos, os centros formados de matéria dos subplanos etéricos do plano físico. São literalmente dez, porém, os três inferiores não estão sujeitos à direção da energia egoica. Estão relacionados à perpetuação da forma física tendo uma estreita conexão com

a. Os três reinos inferiores da natureza.
b. Os três subplanos inferiores do plano físico.
c. O terceiro sistema solar, sob o ponto de vista logoico.

É preciso ter em mente que embora os três sistemas solares (o passado, o presente, e aquele que virá) estejam diferenciados no tempo e espaço no que diz respeito à consciência do homem, do ponto de vista do Logos, eles representam mais precisamente as fases superior, intermediária e inferior, e as três formam uma única expressão. O sistema passado, portanto, é considerado esotericamente o terceiro, estando relacionado à matéria densa negativa. Será aparente que o sistema solar passado tem consequentemente uma estreita relação com o terceiro reino, o reino animal, o qual, o homem presumivelmente já transcendeu.

Os sete centros que dizem respeito ao homem estão classificados em dois grupos: os quatro inferiores, relacionados aos quatro Raios de Atributos, ou os quatro menores que estão, portanto, estreitamente ligados ao quaternário tanto microcósmico quanto macrocósmico, e três superiores que são os transmissores dos três raios de aspecto.

Estes centros são os transmissores de energia de muitas e variadas fontes que podemos brevemente enumerar:

a. Os sete Raios, via os sete sub-raios de qualquer raio monádico específico.

b. Os tríplices aspectos do Logos planetário ao manifestar-se através de um esquema.

c. O que denominamos “as sétuplas divisões do Coração logoico”, ou o sol em sua sétupla natureza essencial, tal como o vemos esotericamente por trás da forma solar física externa.

d. Os sete Rishis da Ursa Maior que fluem via a Mônada e descem, mesclando-se com os níveis superiores do nível mental com sete correntes de energia das Plêiades, que penetram como força física manifestada através do Anjo solar.

Todas estas várias correntes de energia passam através de certos grupos ou centros, tornando-se mais ativas e fluindo mais livremente com o transcurso da evolução. No que diz respeito ao homem atualmente, toda esta energia converge e procura energizar seu corpo físico, e direcionar sua ação via os sete centros etéricos, os quais recebem a força de forma tríplice:

a. Do Homem Celestial e, portanto, dos sete Rishis da Ursa Maior, via a Mônada.

b. Das Plêiades, via o Anjo solar ou Ego.

c. Dos planos, dos Raja Devas de um plano, ou energia fohática, via as espirilas de um átomo permanente.

É isto o responsável pelo gradual crescimento e desenvolvimento de um homem. A princípio é a força da substância do plano que o dirige fazendo-o identificar-se com a substância mais grosseira, e considerar- se um homem, um membro do quarto Reino, e convencer-se, portanto, de que ele é o Não-Eu. Mais tarde, à medida que flui a força do Ego, sua evolução psíquica prossegue (a palavra “psíquica” está usada na sua conotação superior) e ele começa a considerar-se o Ego, o Pensador, Aquele que usa a forma.

Finalmente, começa a responderá energia da Mônada e reconhece que não é homem nem anjo, mas sim uma essência divina ou Espírito. Estes três tipos de energia demonstram-se durante a manifestação como Espírito, Alma e Corpo e, através deles, os três aspectos da Deidade encontram-se convergindo no homem, e permanecem latentes em cada átomo.

A energia sétupla dos planos, e portanto, da substância, encontra sua consumação quando os quatro centros inferiores estão plenamente ativos. A energia sétupla da psique, o aspecto consciência, demonstram- se quando os três superiores nos três mundos vibram com precisão. A atividade sétupla do espírito faz-se sentir quando cada um destes sete centros estão, não só plenamente ativos, mas girando como “rodas em torno de si mesmas”, quando elas se tornam então quadrimensionais e estão não apenas individualmente vivas, mas também todas ligadas ao centro sétuplo na cabeça. O homem então é visto como ele realmente é - uma rede de fogo com pontos focais chamejantes, transmitindo e circulando energia ígnea. Esses centros não apenas recebem a energia através do alto da cabeça, ou através de um ponto ligeiramente acima do alto da cabeça, para ser mais exato, como a fazem sair através desse mesmo centro, agora diferindo na cor, que se torna mais brilhante e vibrante mais rapidamente do que quando foi recebida. O corpo etérico é formado de um aspecto negativo do fogo, e é o recipiente de um fogo positivo. À medida que os vários tipos de fogo mesclam-se, fundem-se e circulam, adquirem e produzem determinados efeitos nos fogos do sistema microcósmico.

O centro na base da coluna vertebral (o mais inferior com o qual o homem tem que lidar conscientemente) é de peculiar interesse, uma vez que ele é o centro de origem de três longas correntes de energia que sobem e descem pela coluna vertebral. Esta tríplice corrente de força tem interessantíssimas correspondências que podem ser formuladas pelo estudante intuitivo, embora possamos apresentar alguns indícios. Este canal de energia tríplice, tem por si só, três pontos de supremo interesse, os quais (expressando-nos de modo a formar algum sentido aos interessados) podem considerar-se como:

1. O centro básico no ponto mais baixo da coluna.
2. O centro alta maior, no topo da coluna.
3. O centro superior no alto da cabeça.

Esta é uma miniatura de toda a evolução do espírito e matéria, uma vez que

1. O centro inferior corresponde à personalidade,
2. O centro médio corresponde ao Ego, ou o Pensador,
3. O centro superior da cabeça corresponde à Mônada.

Na evolução dos fogos da coluna dorsal, temos a correspondência do sutratma com seus três pontos de interesse, o ovo áurico monádico, seu ponto de emissão, o ovo áurico egoico, seu ponto médio, e o corpo ou forma densa, seu ponto médio, e o corpo ou forma densa, seu ponto mais superior.

Um outro indício encontra-se no fato de que existem entre esse centros certos espaços (se assim me posso expressar) que, no curso da evolução, terão que ser preenchidos pela ação energética da vibração rapidamente crescente da unidade de força. Entre a tríplice energia da coluna vertebral e o centro alta maior, há um hiato, assim como existe aquele que precisa ser transposto entre o tríplice homem inferior e o corpo egoico, ou entre a unidade mental no quarto subplano do plano mental e o Anjo solar no terceiro subplano. Embora nos digam que a tríade atômica permanente está contida na periferia causal, ainda assim, sob o ponto de vista da consciência, existe aquilo que deve ser unido. Também entre o centro alta maior e o centro superior na cabeça existe um outro hiato - uma correspondência àquele encontrado entre o plano do Ego e o ponto mais inferior da Tríade, o átomo manásico permanente. Quando o homem tiver construído o antahkarana (o que ele realiza durante as etapas finais de sua evolução nos três mundos), esse hiato é transposto e a Mônada e o Ego unem-se estreitamente. Quando o homem está polarizado no seu corpo mental, ele começa a construir o antahkarana. Quando o centro entre as omoplatas, anteriormente referido neste Tratado como centro manásico, está vibrando fortemente, então o centro alta maior e o centro da cabeça -via o centro laríngeo - podem unir-se.

Quando o homem atinge esta etapa, ele torna-se um criador na matéria mental de calibre diferente do homem comum que trabalha inconscientemente. Ele constrói em uníssono com o plano, e o divino Manasaputra, o Filho da Mente, voltará Sua atenção de Filho do Poder nos três mundos para a Tríade Espiritual, recapitulando dessa maneira, numa volta superior da espiral, o que anteriormente fizera como homem. Isto torna-se possível quando o crescimento do triângulo mencionado acima (base da coluna, centro alta maior e laríngeo quando unificados na cabeça) é acompanhado por outra triplicidade, o plexo solar, o coração e o terceiro olho; a fusão dessas energias é unificada no mesmo centro da cabeça. O terceiro olho é um centro de energia construído pelo homem; é uma correspondência do corpo causal, o centro de energia construído pela Mônada. O centro alta maior é similarmente construído por outras correntes de força correspondendo de modo interessante à tríplice forma construída pelo ego nos três mundos.

Quando este trabalho dual prossegue até um certo ponto evolutivo, uma outra triplicidade torna-se viva no interior da própria cabeça como resultado destas duas correntes de tripla energia. Este triângulo transmite energia ígnea via a glândula pineal, o corpo pituitário e o centro alta maior e isto alcança o centro da cabeça. Desse modo, nestes três triângulos, temos nove correntes de energia convergindo e passando para o mais alto lótus na cabeça. A correspondência a certas forças macrocósmicas será aparente aqui a todos os estudantes com algum discernimento.

Vimos a estreita conexão entre os diferentes centros e os efeitos a serem gradualmente notados, à medida que se unem e eventualmente produzem um sistema circulatório sintético para a energia egoica, em conjunção com a energia do homem inferior, a qual forma uma espécie de meio pelo qual a força egoica se faz sentir. Macrocosmicamente, pouco podemos dizer que seja inteligível ao homem na sua atual etapa de evolução. Contudo, é possível apresentar algumas declarações que, correlacionadas, podem lançar alguma luz sobre a evolução planetária e sobre a relação entre os Logoi planetários e o Logos solar.

Um Logos solar usa para Sua energia centros de esquemas planetários, cada um dos quais corporifica um peculiar tipo de energia, e cada um, portanto, vibra segundo a nota do Anjo solar logoico, do qual o Anjo solar humano é um pálido reflexo. É interessante notar aqui que, como o Anjo solar humano é uma unidade, manifestando-se através de três fileiras de pétalas, a correspondência logoica é ainda mais interessante, uma vez que a grande Entidade cósmica demonstra-se no plano mental cósmico como uma chama tríplice trabalhando por meio de sete fileiras de pétalas, e é a energia destes sete círculos energéticos que pulsa por meio de qualquer esquema. Tudo isto está oculto no mistério de AQUELE SOBRE O QUAL NADA PODE SER DITO, e não é possível aos homens desvelá-lo - uma vez que a verdade é obscura até mesmo para o mais elevado Dhyan Chohan do nosso sistema.

Os centros de energia do Logos solar têm eles próprios o formato de imensos lótus (24) ou rodas, no centro das quais oculta-se a Vida cósmica central, que nós denominamos um Logos planetário. Ele é o lugar de encontro de dois tipos de força, espiritual ou logoica, que O alcança (via o Lotus logoico nos planos mentais cósmicos) oriundos dos sete Rishis da Ursa Maior em Seus próprios planos, e segundo, da força búdica que é transmitida via as Sete Irmãs, ou as Plêiades, de uma constelação chamada, em alguns livros, o Dragão; daí deriva a expressão “O Dragão da Sabedoria.”

Um terceiro tipo de energia é adicionado e, portanto, podemos detectar nesses centros, o do tipo manásico. Este alcança os centros logoicos via a estrela Sírio, e é transmitido a partir dessa constelação que (como sugerido anteriormente) deve permanecer obscuro no presente. Estas três grandes correntes de energia formam a manifestação total de um centro logoico. Isto é o que conhecemos como um esquema planetário.

Dentro do esquema planetário, estas correntes de energia trabalham primordialmente da seguinte maneira:

a. Energia espiritual - três planos superiores - as Mônadas.

b. Força búdica - quarto plano - Anjos solares.

c. Força manásica - dois planos inferiores - os quatro reinos da natureza.

A energia física, o remanescente de um prévio sistema solar, demonstra- se através da forma física densa, e no material que é energizado durante o ciclo involutivo. Não é considerada um princípio; é vista como a base de maya ou ilusão.

Os vários esquemas planetários não são todos iguais – diferem quanto ao

a. Tipo de energia,
b. Ponto de evolução,
c. Posição no plano geral,
d. Oportunidade cármica,
e. Grau de vibração.

A principal distinção reside no fato, como temos tão frequentemente repetido, de que três deles formam os três centros superiores de energia etérica do Logos, e quatro constituem os centros inferiores.

Saturno interessa-nos aqui porque o Logos de Saturno ocupa uma posição no corpo logoico similar à do centro laríngeo no microcosmos. Próximo ao final da manifestação, três centros se alinharão, do mesmo modo que o centro na base da coluna vertebral, o centro laríngeo e o centro alta maior. É preciso destacar aqui que há três esquemas planetários que ocupam um lugar análogo ao da glândula pineal, corpo pituitário e centro alta maior, porém, não são os esquemas aos quais nos referimos como centros ou que sabemos serem formados pelos Logoi planetários. Certos planetoides têm aqui seu lugar, assim como um esquema inativo que permanece quiescente. Este esquema que acabamos de citar é a correspondência, no corpo logoico, do terceiro olho atrofiado no quarto reino da natureza. Quando o homem tiver desenvolvido a visão etérica e, portanto, expandido o seu raio de visão, ele se tornará ciente destes fatos, porque os verá. Muitos esquemas planetários somente encontrados na matéria etérica serão revelados ao seu olhar estupefato, e ele descobrirá que, assim como no corpo microcósmico, há sete (ou dez) centros principais, porém vários outros centros existem para energizar vários órgãos. Também o corpo macrocósmico tem miríades de pontos focais de energia ou nutridores, os quais têm seu lugar, sua função e seus efeitos. Esses centros, destituídos de um globo físico denso, constituem aquilo que às vezes é chamado “a ronda interna” e transmitem sua força através daqueles centros maiores que têm sido mencionados nos livros ocultistas como conectados com a ronda interna.

Cada um desses esquemas planetários pode ser considerado como um lótus de sete pétalas principais, cada cadeia formando uma pétala, mas tendo também pétalas subsidiárias de coloração secundária de acordo com a natureza do carma da Entidade em questão. É na enumeração desses lótus solares que os estudantes do ocultismo se perdem. É, por exemplo, correto dizer que o esquema planetário correspondente ao centro microcósmico da base da coluna vertebral é um lótus quádruplo e tem, portanto, quatro pétalas. Possui quatro pétalas que se sobressaem por sua tonalidade peculiar, porém, há três de cor secundária, e nove de cor terciária. Para estudantes intuitivos esta indicação pode revelar o nome do planeta, e a natureza de sua evolução.

Cada um destes lótus solares, ou esquemas planetários, desdobra-se em três grandes etapas de atividade, em cada uma das quais, um dos três tipos de energia domina. À medida que o desenvolvimento prossegue, a atividade vibratória aumenta, e a aparência da atividade em manifestação muda.

a. O movimento do lótus, ou roda, durante um longo tempo mostra apenas uma lenta revolução.

b. Mais tarde, durante um período ainda mais vasto, cada pétala gira dentro do todo maior, e em ângulo diferente da revolução do todo.

c. Finalmente, estas duas atividades são intensificadas pelo aparecimento de uma forma de energia que, originando-se do centro, pulsa tão poderosamente que produz o que parece ser correntes de energia passando para trás e para a frente, do centro para a periferia.

d. Quando estes três estão trabalhando em uníssono, o efeito é extraordinariamente belo, e impossível de ser acompanhado pelo olhar, de ser concebido pela mente do homem, ou de expressar em palavras. É esta etapa, macro e microcósmica, que constitui os diferentes graus de alinhamento, pois é preciso jamais esquecer que tudo que se manifesta é uma esfera, e alinhamento realmente consiste numa comunicação sem impedimentos entre o coração da esfera e a periferia, ou o limite da influência da vontade dinâmica e o centro.

Dentro de cada esquema planetário, encontram-se as sete cadeias que são os sete centros planetários; por sua vez, dentro da cadeia estão os sete globos que são os centros da cadeia; porém, os estudantes não deveriam estudar os globos sob o ponto de vista de centros, até que seu conhecimento do mistério que subjaz a substância física densa seja maior, para que não sejam induzidos ao erro. A correspondência deve ser encontrada na qualidade e princípio expresso, não na forma.


Notas:
20 O centro alta maior, que é formado no ponto em que o canal da coluna vertebral se une ao crânio, e pois, situado na parte inferior da cabeça, é formado do grau inferior da matéria etérica, a do quarto éter, enquanto que os centros etéricos dos discípulos são compostos de matéria dos éteres superiores.

21 “Por isso referimo-nos a cada Deus manifestado como uma Trindade. Ajunção desses três Aspectos, ou fases de manifestação, nos seus pontos externos de contato com o círculo, dá o Triângulo básico de contato com a Matéria, a qual, com os três Triângulos formados pelas linhas traçadas pelo Ponto, produzem o divino Tetractys, chamado às vezes de Quaternário cósmico, os três Aspectos divinos em contato com a Matéria, pronto para criar. Estes, em sua totalidade, são a Superalma do cosmos que virá a existir.

“A forma: podemos observar primeiro os efeitos de tais Aspectos quando a Matéria responde a eles. Estes, é claro, não são devidos ao Logos de um sistema, e sim, são as correspondências na Matéria universal com os Aspectos do Eu universal. O Aspecto de Bem-aventurança, ou Vontade, impõe sobre a Matéria a qualidade de Inércia - Tamas - o poder de resistência, estabilidade, quietude. O Aspecto de Atividade dá à Matéria a responsividade à ação - Rajas, mobilidade. O Aspecto da Sabedoria dá-lhe o Ritmo - Sattva, vibração, harmonia. É com a ajuda da matéria assim preparada que os Aspectos da Consciência Logóica podem manifestar-se como Seres.’’ Um Estudo sobre a Consciência. Annie Besant, p. 9.


22 Símbolos. “Num símbolo há ocultamento ou revelação.” - Carlyle.

1. Símbolos destinam-se

a. Aos pouco evoluídos. Ensinam grandes verdades de modo simples.

b. À massa da humanidade. Preservam intacta a verdade e personificam fatos cósmicos.

c. Aos discípulos dos Mestres. Desenvolvem a intuição.

2. Livros simbólicos nos arquivos dos Mestres usados nas instruções, os quais são interpretados:

a. Por sua cor.

b. Por sua posição, p. ex., acima, abaixo ou sobre a linha.

c. Pela conexão entre eles.

d. Por sua chave. Uma página pode ser lida de quatro modos:

1. De cima para baixo ........ involução.

2. De baixo para .......... cima evolução.

3. Da direita para a esquerda ..........ciclos maiores, etc.

4. Da esquerda para a direita ........... ciclos menores.

3. As três chaves

1. Interpretação cósmica. Símbolos representando fatos cósmicos, p. ex. Escuridão. Luz. Cruz. Triângulo.

2. Interpretação sistêmica. Trata da evolução do sistema e o que ele contém.

3. Interpretação humana. Trata do próprio homem. A cruz da humanidade. O candelabro de sete braços.

4. Quatro tipos de símbolos:

1. Símbolos de objetos exteriores coisas do plano físico.

2. Símbolos de natureza emocional Coisas do plano astral, figuras.

3. Símbolos numéricos mental inferior. O homem utilizou a si mesmo para contar.

4. Símbolos geométricos. Simbolismo abstrato, mental superior.


23 O raiar e pôr do Sol, simboliza manifestação e obscurecimento. D. S., II, 72. Pralaya é de diferentes tipos:

1. Pralaya cósmico O obscurecimento dos três sois, ou dos três sistemas solares.

2. Pralaya solar O obscurecimento de um sistema no fim dos cem dias de Brahma. Período entre sistemas solares.

3. Pralaya incidental O obscurecimento de um esquema. Período entre manvantaras.

O homem repete isto na sétima e quinta iniciações e a cada renascimento nos três mundos.

As Plêiades são o centro ao redor do qual revolve nosso sistema solar. D. S., II, 251, 581, 582.

O Sol é a semente e matriz de tudo no sistema solar. D. S., I, 309, 310, 590, 591. “Kernel” (semente) origina-se de “com” (grão). Compare as palavras da Bíblia:

“Se um grão de trigo cair ao solo e morrer, ficará só, mas se morrer, produzirá muito fruto.”

O Sol é governado pelas mesmas leis como todos os outros átomos. D. S. I, 168, 667.


24 Ver Seção VIII, Doutrina Secreta, Volume I.

O Lotus simboliza tanto o Macrocosmos quanto o Microcosmos.

a. As sementes do Lótus contêm em miniatura a planta perfeita.

b. É o produto do fogo e da matéria.

c. Tem as raízes na lama, cresce por meio da água, é fomentada pelo calor do sol, e floresce no ar.

MACROCOSMOS

A lama .............. O sistema solar físico objetivo.

A água ........... A natureza emocional ou astral.

A flor na água .........A frutificação do espírito.

Método ........... O fogo cósmico ou inteligência.

MICROCOSMOS

A lama ........ O corpo físico.

A água ............. A natureza emocional ou astral.

A flor na água ...........A frutificação búdica ou espiritual.

Método .......... O fogo da mente.

“O significado da tradição de que Brahma nasce do ou no lótus, é o mesmo. O lótus simboliza um sistema mundial e Brahma reside ali representando a acão; ele é pois chamado o Kamal-asana, o Lótus sentado. Também é dito que o lótus surge do ou no umbigo de Vishnu, porque o umbigo de Vishnu ou omnisciência é desejo necessário, a forma primeira daquilo que está no texto Veda: Possa eu nascer (como múltipla progenitura). De tal desejo central e essencial, o desejo de nascer, surge todo o vir a ser, todas as operações, todos os rodamoinhos e vórtices de mudança e manifestação que dão forma à vida. Nesse vir-a-ser habita Brahma e dele e por ele, isto é, pela incessante atividade, surge e manifesta-se o mundo organizado, a tribo huvanam, o mundo tríplice. Portanto, por ser o primeiro manifestado, Brahma é chamado o primeiro dos deuses; pela ação vem a manifestação e Ele é o ator; e portanto, por ser o ator ele é também chamado o preservador ou protetor do mundo; porque aquele que realiza uma obra deseja também mantê-la e preservá-la e ainda mais, a feitura da obra oferece a base e oportunidade para a preservação, a qual, é claro, pertence exclusivamente a Vishu.” - Prana-Vada, pags. 84, 311.

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