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Livros de Alice Bailey

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico

Índice Geral das Matérias

Seção Dois - Divisão D - Elementais do Pensamento e Elementais do Fogo
I. PENSAMENTOS-FORMA
II. ELEMENTAIS DO PENSAMENTO E DEVAS
III. O HOMEM, UM CRIADOR NA MATÉRIA MENTAL
IV. O HOMEM E OS ESPÍRITOS DO FOGO OU CONSTRUTORES
II. Elementais do Pensamento e Devas
4. Os Elementais do Fogo, Os Construtores Menores

4. OS ELEMENTAIS DO FOGO, OS CONSTRUTORES MENORES

a. Introdução.

Será agora evidente que quando consideramos os Construtores dévicos, grandes e pequenos do sistema solar, praticamente nos limitamos àqueles que são agentes ativos nos três mundos do esforço humano. Tratamos brevemente dos Construtores que se encontram no arco evolutivo, aquelas grandes entidades que já atravessaram o reino humano, e portanto deixaram para atrás essa etapa de evolução em ciclos anteriores, ou são nesta época os “agentes solares” da manifestação humana. Todas estas formas de existência divina representam - em seu próprio lugar-aspectos de força positiva. Chegamos agora à consideração dos construtores menores nos três mundos, aqueles que representam o aspecto negativo da força, uma vez que estão no arco involutivo, e que são, portanto, os receptores de energias e influências. A energia atua sobre eles, e pela atividade dos Construtores maiores, eles são forçados a seguir diferentes direções no espaço, sendo construídas com eles as diferentes formas. A energia que atua sobre eles, como bem sabemos, emana do segundo aspecto, e em sua totalidade, eles formam a grande Mãe.

Chamaria a atenção de todos os estudantes para o fato de que estes construtores menores constituem literalmente um “mar de fogo" sobre o qual o grande alento, ou o AUM tem efeito. Cada centelha de fogo, ou átomo, através da ação da Palavra, é vitalizada com uma nova vida, e impregnada com um diferente tipo de energia. Na união da vida da própria substância atômica com a vida que causa a coesão dos átomos e forma qualquer tipo de veículo, podemos ver a manifestação do “Filho de Deus.” Temos aqui a dualidade essencial de toda manifestação; esta dualidade é mais tarde suplementada pela vida de Aquele Que emite a Palavra. Assim, com a entrada dos três fatores, é realizada a encarnação cósmica, um tópico já suficientemente abordado em páginas anteriores.

Grande parte do que teremos a apresentar será em forma de tabulação, e o único modo pelo qual os estudantes poderão verificar a aproximada correção do que é dito, será através de uma cuidadosa meditação sobre:

a. A Lei das Correspondências.
b. As probabilidades compreensíveis e realizáveis.
c. As indicações de natureza corroborativa encontradas na literatura ocultista.

Os estudantes precisam lembrar-se que estamos tratando da substância involutiva, ou matéria atômica. Esta matéria atômica é substância viva, sendo cada átomo uma pequenina vida, palpitando com a vitalidade do terceiro Logos. Estas vidas, sendo energia negativa, respondem ao seu oposto polar, e podem (sob a Lei de Atração e Repulsão) ser construídas em formas que são a expressão do segundo aspecto. Eventualmente, as próprias formas tornam-se, por sua vez, negativas, e respondem ainda a um outro tipo de força, tornando-se recipientes da vida do primeiro Logos, quando o quarto reino - o reino humano - é alcançado.

Este Tratado procura provar que, no quarto reino, os três fogos se encontram:

a. Fogo por fricção, ou o Aspecto negativo Brahma, o terceiro Aspecto.

b. Fogo Solar, ou o Aspecto positivo negativo Vishnu, o segundo Aspecto.

c. Fogo elétrico, ou o Aspecto positivo Shiva, o primeiro Aspecto.

O homem, nos três mundos, conscientemente ou inconscientemente, recapitula o processo logoico, e torna-se um criador, trabalhando na substância através do fator de sua energia positiva. Ele quer, ele pensa, ele fala, e pensamentos-forma são criados. A substância atômica é atraída para aquele que fala. As pequeninas vidas que compõem aquela substância são forçadas - através da energia do pensador - a adotar formas que são, elas mesmas, ativas, vitalizadas e poderosas. O que o homem constrói pode ser uma criação benéfica ou maléfica, de acordo com o desejo, o motivo ou propósito subjacente.

É essencial que nos esforcemos para tornar prático o que aqui for exposto, uma vez que é inútil para o homem estudar os grupos dos construtores menores, suas funções e nomes, a menos que ele compreenda que ele próprio está intimamente relacionado a muitos deles, sendo ele próprio um dos grandes construtores, e um criador dentro do esquema planetário. Os homens precisam lembrar-se que, por meio do poder de seus pensamentos e de suas palavras faladas, eles definidamente produzem efeitos sobre outros seres humanos funcionando nos três planos da evolução humana, e sobre todo o reino animal. Os pensamentos separatistas maléficos dos homens são largamente responsáveis pela ferocidade dos animais selvagens, e pela qualidade destrutiva de alguns dos processos da natureza, incluindo certos fenômenos, como pragas e fome.

Não tem valor para o homem conhecer os nomes de alguns dos membros do “exército da voz", a menos que ele compreenda sua relação com esse exército e se aperceba que é sua responsabilidade tornar-se um criador benéfico trabalhando sob a lei do amor, e não impelido ao ato criativo pelo desejo egoísta, ou uma descontrolada atividade.

b. Elementais do Plano Físico

É preciso ser lembrado que os devas que estivemos considerando são os que originam o impulso, e manipulam a energia em seu próprio grau e plano. Em conexão com eles encontram-se, portanto, os que são receptores de força, ou seja, a multitude de vidas de natureza elemental que formam a soma total da matéria de um plano. Estas vidas são arrastadas por ondas de energia, por meio do impulso do Alento, e como resultado da ação vibratória, tomam as formas que conhecemos no plano físico. Portanto, em conexão com a manifestação no plano físico, os devas podem ser divididos em três grupos:

1. Os transmissores da vontade de Deus, originadores da atividade na substância dévica. Em seus vários grupos, são eles os construtores maiores.

2. Os manipuladores da energia iniciada. São aquelas miríades de trabalhadores que por sua vez transmitem o impulso da força à essência elemental. São construtores de grau menor, mas estão no arco evolutivo assim como o primeiro grupo.

3. Os receptores da força, a soma total da substância viva de um plano. Estas vidas são passivas nas mãos dos construtores de grau superior.

Os três grupos que iremos abordar são:

1 .Os elementais da matéria mais densa.
2.Os elementais da matéria líquida.
3.Os elementais da matéria gasosa.

Ao estudar estes três grupos, é preciso ter em mente que eles se referem apenas aos manipuladores e receptores da energia.

Os Elementais da Matéria Mais Densa. São aqueles trabalhadores envolvidos com a parte tangível e objetiva da manifestação. Em sua totalidade, eles literalmente formam aquilo que pode ser tocado, visto e contatado pelo homem. Ao estudar este assunto, jamais devemos dissociar os vários grupos de modo demasiado literal, uma vez que todos eles se interpenetram e mesclam, da mesma maneira que o corpo físico de um homem é composto de matéria densa, líquida, gasosa e etérica. A diversidade na unidade é encontrada em toda parte; este fato precisa ser constantemente lembrado pelo estudante do ocultismo quando estuda as formas subumanas da existência. Há um indubitável perigo em quaisquer tabulações, uma vez que elas tendem a criar rígidas e fixas divisões, ao passo que a unidade a tudo permeia.

Entre os devas manipuladores do nível mais denso do plano físico, encontram-se certas formas subterrâneas de existência, às quais já se faziam alusões em livros antigos e ocultistas. Encontra-se nas entranhas da Terra, uma evolução de natureza peculiar muito semelhante à humana. Seus corpos são grosseiros e peculiarmente toscos, porém podem ser considerados distintamente físicos, no sentido em que nós entendemos o termo. Vivem em assentamentos, ou grupos, sob uma forma de governo adequada às suas necessidades, nas cavernas centrais existentes a muitos quilômetros abaixo da superfície da Terra. Seu trabalho está estreitamente vinculado ao reino mineral, e os “agnichaitans” dos fogos centrais obedecem ao seu controle. Seus corpos são constituídos de modo a poder resistir a grande pressão, além de que eles não dependem da livre circulação do ar, como é o caso do homem, nem tampouco se ressentem do imenso calor existente no interior da Terra. Pouco pode ser aqui dito sobre essas existências, pois elas estão vinculadas às partes menos vitais do corpo físico do Logos planetário, e encontram sua microcósmica correspondência nos pés e pernas de um homem.

Associados a eles há vários outros grupos de entidades de classe inferior, cujo lugar no esquema das coisas somente pode ser descrito como sendo relacionado às funções planetárias mais grosseiras. Pouco adiantaria estendermo-nos sobre estas vidas e seu trabalho; o homem não pode, de modo algum, contatá-las, nem isso seria desejável. Quando elas tiverem terminado seu ciclo evolutivo, encontrarão seu lugar, num ciclo posterior, nas fileiras de certos corpos dévicos relacionados com o reino animal.

Comumente supõe-se que todas as fadas, gnomos, elfos e outros espíritos da natureza são encontrados somente na matéria etérica, porém isto não é verdade. Eles são encontrados igualmente em corpos de substância gasosa e líquida, porém o erro surgiu, porque tudo que nós podemos observar objetivamente, tem por base a estrutura etérica, e estas minúsculas e atarefadas vidas frequentemente protegem suas atividades físicas densas, por meio da miragem, lançando um véu sobre sua manifestação objetiva. Quando a visão etérica se fizer presente, então esses seres serão vistos, uma vez que a miragem vela somente aquilo que é tangível.

Os estudantes precisam aqui lembrar que todas as formas físicas densas - seja uma árvore, um animal, um mineral, uma gota de água ou uma pedra preciosa - constituem em si mesmas, vidas elementais construídas de substância viva, com a ajuda de manipuladores vivos, agindo sob a direção de inteligentes arquitetos. Imediatamente se tornará evidente porque não é possível qualquer tabulação a respeito deste particular grupo inferior. Um belo diamante, uma árvore imponente, ou um peixe na água, em última análise, são apenas devas. É o reconhecimento desta essencial “fonte de vida” (livingness) que constitui o fato básico na investigação ocultista, e é o segredo de toda a magia beneficente. Não é meu intento, portanto, alongar-me sobre estas formas inferiores da vida divina, exceto para mencionar dois fatos e indicar a solução de dois problemas que têm frequentemente perturbado a maioria dos estudantes. São eles: primeiro, o propósito da vida dos répteis, e segundo, a específica ligação entre a evolução dos pássaros e o reino dévico.

O segredo do reino dos répteis é um dos mistérios da segunda ronda, e há um profundo significado em relação à expressão “as serpentes de sabedoria”, a qual é aplicada a todos os adeptos da boa lei. Este reino ocupa um lugar interessante em todas as mitologias e antigas formas de transmitir as verdades, e isto não por acaso. Não é possível estendermo-nos sobre a verdade que se oculta na história cármica de nosso Logos planetário, a qual é revelada como parte do ensinamento dado aos iniciados de segundo grau.

O segundo grande impulso de vida, ou onda de vida' iniciado pelo nosso Logos planetário quando entrou em conjunção com o primeiro, constituiu a base daquela atividade que chamamos energia evolutiva, daí resultando um gradual desdobramento, ou revelação, da divina forma. Nascida do ovo, a serpente celestial manifestou-se e deu início às suas circunvoluções, adquirindo força e majestade, e procriando, através de sua imensa fertilidade, milhões de “serpentes” menores. Sob certos aspectos, o reino dos répteis é o mais importante no reino animal, se é que podemos fazer uma afirmação aparentemente tão contraditória; porém toda vida animal passa por ele durante a etapa pré-natal ou retorna para ele quando a forma está em avançado estado de decomposição. E o vínculo não é apenas físico, mas também psíquico. Quando a real natureza e método de kundalini, ou fogo serpentino, forem conhecidos, esta relação será melhor compreendida e a história da segunda ronda assumirá uma nova importância.

O segredo da vida jaz oculto na etapa da serpente - não a vida do Espírito, mas a da alma, e isto será revelado à medida que “a serpente da luz astral” seja verdadeiramente abordada e estudada. Um dos quatro Senhores Lipika, o Qual está mais próximo do nosso Logos planetário, é chamado “A Serpente Viva”, e Seu emblema é uma serpente azul com um só olho formado por um rubi, em sua cabeça. Aqueles estudantes que desejarem ampliar um pouco mais esta simbologia, podem ligá-la ao “olho de Shiva,” que tudo vê, tudo sabe e tudo registra, assim como o olho humano, em menor grau; tudo fica fotografado na luz astral, assim como o olho humano recebe as impressões na retina. Esse mesmo conceito é encontrado frequentemente na Bíblia cristã quando ela se refere ao olho de Deus que tudo vê, um fato reconhecido por hebreus e cristãos. O valor e aplicação das sugestões dadas ficará claro, se o assunto do terceiro olho for estudado, e investigada sua relação com a coluna vertebral e as correntes que por ela circulam. O terceiro olho é um dos objetivos da vivificação de kundalini, encontrando-se na base da coluna vertebral, o centro que é o lar do fogo serpentino. A seguir, temos o tríplice canal por onde esse fogo circulará, no devido curso da evolução, e finalmente, na parte superior da coluna e acima de tudo, aquele pequeno órgão chamado a glândula pineal, que quando vivificado causa a abertura do terceiro olho ficando assim reveladas as belezas dos planos mais elevados e sutis. Todo este processo físico-psíquico é possível para o homem, graças a certos eventos que aconteceram à Serpente Celestial na segunda ronda, ou ronda da serpente. Para que esses acontecimentos se tornassem possíveis, foi necessária a formação e evolução dessa peculiar e misteriosa família que denominamos os répteis. Essas modalidades de forma divina estão intimamente vinculadas ao segundo esquema planetário e respondem à energia que emana desse esquema e que alcança a Terra via o segundo globo na segunda cadeia. Há um grupo especial de devas que estão ligados a um particular som aberto na Palavra planetária, que trabalham com a evolução dos répteis.

Dever-se-ia notar aqui que esta evolução afeta mais o homem nos planos etéricos do que no plano físico. Se os estudantes se dedicarem a estudar estes fatos, e investigarem as lendas sobre as serpentes que são encontradas em todos os países, mitologias e escrituras, e juntarem esses dados ao conhecimento a respeito das constelações celestes com designação ligada a serpente (como por exemplo, o Dragão). E se houver intuição bastante poderá tornar-se mais clara a conexão existente entre os corpos físicos com seus centros, e a natureza psíquica.

O reino dos pássaros está especialmente aliado à evolução dévica, sendo o reino que serve de ponte entre a evolução puramente dévica e duas outras manifestações de vida.

Primeiro. Certos grupos de devas que, tendo desenvolvido certas faculdades, desejam passar para o reino humano, podem fazê-lo por meio do reino dos pássaros, assim como os devas que desejam comunicar-se com seres humanos podem consegui-lo através dos pássaros. Esta é uma verdade sugerida na Bíblia Cristã, onde os anjos ou devas, são frequentemente representados com asas. Não são numerosos estes casos, porque o método usual empregado pelos devas é o trabalho gradual para atingir a individualização através da expansão do sentimento; porém, nos casos em que isso ocorre, esses devas passam vários ciclos no reino dos pássaros, construindo uma resposta àquela vibração que finalmente os levará para o seio da família humana. Desta maneira eles se vão acostumando ao uso de uma forma grosseira, mas sem as limitações e impurezas que o reino animal engendra.

Segundo. Muitos devas abandonam o grupo de vidas passivas num esforço para se tornarem vidas manipuladoras por meio do reino das aves, onde permanecem durante certo número de ciclos, antes de se tornarem fadas, elfos, gnomos ou outros duendes.

A razão porque estes dois exemplos acima têm lugar não é prontamente evidente para o leitor casual; tampouco a verdadeira conexão entre os pássaros e os devas será corretamente compreendida pelo estudante de ocultismo se ele não se dedicar ao estudo da “ave ou cisne fora do tempo e espaço”, e do lugar que as aves ocupam nos mistérios. Eis aqui uma pista para o estudante, o qual precisa também lembrar-se de que todo e qualquer tipo de vida, desde um Deu» até ao mais insignificante dos devas menores ou construtores têm que passar pela família humana.

Como H. P. B. assinalou (80), aves e serpentes estão estreitamente vinculadas à sabedoria, e portanto, à natureza psíquica de Deus, dos homens e dos devas. O estudo da mitologia deverá revelar certas etapas e relações que tornariam mais claro este assunto.

Os Elementais e Devas Menores da Matéria Líquida. Uma interessantíssima ilustração da interpretação de toda a matéria viva da criação pode ser vista em conexão com a atmosfera que envolve o nosso planeta, na qual se encontram:

a. Umidade, ou aquelas essências vivas que são os elementais líquidos.

b. Substância gasosa, ou aquelas vidas que estão vinculadas a todas as essências ígneas, sendo voláteis e resultantes do calor.

c. Matéria etérica, ou os graus mais inferiores dos devas dos éteres.

Esta importantíssima triplicidade, quando em conjunção, produz aquilo que nós respiramos e na qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. Para o estudante reflexivo o ar está repleto de simbologia, pois ele é uma síntese, e a ponte que liga as camadas superiores às camadas inferiores da manifestação.

Precisamos concentrar nossa atenção primeiro sobre aquelas vidas que constituem a soma total de tudo que é aquoso e líquido, em toda a manifestação, e ao fazê-lo, ter em mente que estamos realizando uma das investigações ocultistas mais profundas, ligada a assuntos muito intimamente relacionados à evolução do homem.

Os inúmeros grupos de devas da água da classe dos manipuladores, foram, a grosso modo, todos reunidos pelos escritores voltados para a mitologia, sob os termos de ondinas e sereias, além de várias outras expressões; porém sua diversidade é enorme e isso será necessariamente evidente quando nos lembramos que toda a água sobre a Terra (oceanos, mares, rios, lagos e ribeirões) excedem de muito a parte seca, ou terra, e que cada gota de umidade é em si mesma um minúscula vida, cumprindo sua função e seguindo seu ciclo. As formas místicas antes referidas nada mais são do que essas miríades de vidas construídas em uma determinada forma por meio da qual um deva em evolução está buscando expressar-se.

O extremo interesse deste assunto pode ser expresso por certas afirmações que darão ao estudante uma ideia da cuidadosa atenção com que deve ser estudado este assunto das vidas dévicas da manifestação aquosa. Como já dissemos, a totalidade dessas vidas é muito maior do que a das vidas formadoras da totalidade da terra sólida, como nós entendemos o termo, muito embora esse número não seja maior do que o das vidas que formam a porção gasosa da manifestação, a qual se encontra na atmosfera, interpenetrando a matéria densa, e preenchendo, em grande parte, as cavernas internas do planeta. A microscópica semelhança com a grande Vida do planeta pode ver-se no fato de que ambas as formas são revestimentos ou estruturas externas, abrigando uma “abóboda” interna; ambas as formas são ocas; ambas possuem seus polos positivo e negativo, por assim dizer; e no seu interior, muitas coisas ocorrem que afetam as evoluções externas.

Um dos planetas mais ocultos, Netuno, preside os “devas das águas”, sendo Varuna, o Senhor Raja do plano astral, uma emanação desse planeta. Seria de profundo interesse se estudassem a estreita interação entre:

1. O sexto plano, o plano astral, e o sexto subplano do plano físico, o subplano líquido.

2. O sexto subplano de cada plano no sistema solar e a relação entre eles.

Encontramos aqui uma razão porque homens com corpos físicos de tipo relativamente inferior e tendo um corpo astral constituído com alguma matéria do sexto subplano, respondem às coisas elevadas e têm certa aspiração espiritual. A influência que emana do sexto subplano do plano búdico evoca uma resposta recíproca da matéria do sexto subplano nos outros corpos, e o sexto princípio de buddhi, sob a Lei das Correspondências, intensifica essa vibração.

Netuno é o nome dado, no nosso planeta, ao Logos planetário de um dos três principais esquemas conhecidos. Algumas de Suas influências e energias afetam grandemente a essência dévica da matéria deste sexto subplano, chegando até eles por intermédio do Senhor Raja Varuna. Este conhecimento é de valor prático astrologicamente, pois permitirá ao homem compreender a natureza de seu próprio corpo físico, e acima de tudo, a natureza do seu corpo astral. É um fato ocultista que o tipo de matéria astral no corpo de um homem decide a qualidade da substância aquosa de seu corpo físico. Não existe, no ocultismo, qualquer dissociação entre as naturezas psicofísica, pois a primeira determinada a segunda. De acordo com a Lei das Correspondências, o planeta Netuno tem uma estreita conexão com o sexto plano, o astral, que é o plano da porção líquida do corpo físico logoico; com o sexto subplano do plano físico, isto é, com a porção líquida do corpo físico humano e do corpo físico planetário, e também com o sexto tipo de energia, ou força, ou seja, o sexto raio - produzindo sobre todos eles um profundo efeito.

O esquema principal presidido por Netuno, forma um triângulo sistêmico com o sexto esquema, além de um outro, que é de grande interesse para os astrólogos esotéricos. Isto está simbolizado pelo tridente que Netuno empunha: os triângulos conectados entre si por três linhas de forças.

Este planeta tem, ao mesmo tempo, uma relação vital com o sexto princípio logoico, ou Buddhi, e portanto, com o sexto princípio do homem. Homem algum começa a coordenar os veículos buddhicos enquanto ele não estiver sob a influência de Netuno, em uma ou outra vida. Quando isto acontecer, o horóscopo da personalidade mostrará a influência netuniana dominando em alguma parte.

O esquema netuniano governa um dos três caminhos de retorno e, eventualmente, congrega todos aqueles Egos que alcançam a realização especialmente através da manipulação do sexto tipo de energia que geralmente chamamos devoção. É igualmente a influência netuniana que rege e torna possível a segunda Iniciação, quando o iniciado produz resultados no corpo astral, e os seus centros astrais são o alvo da atenção do Hierofante. Este particular tipo de energia flui através de três centros:

a. Aquele particular centro da cabeça que está vinculado ao centro do coração.
b. O centro do coração.
c. O plexo solar.

O planeta Netuno, junto com o Logos planetário do sexto raio, controla os centros astrais no homem. Esta afirmação tem um grande significado macrocósmico esotérico. Quando é lembrado que todos os centros - humanos e divinos - são compostos de essência dévica, torna- se imediatamente evidente, a conexão existente entre esta influência e os devas, e seu efeito reflexo sobre o homem.

Quando penetrarmos no mistério do mar e no segredo de sua “dessecação”, ou absorção ocultista, será eventualmente revelado o significado subjacente em:

a. O impulso sexual, interpretado tanto macrocósmica, quanto microcosmicamente.

b. A cessação do desejo.

c. O direcionamento do fogo para o centro da garganta, em vez de para os órgãos de procriação.

d. Pralaya e obscurecimento.

e. O significado das palavras “Não mais haverá mar”, encontradas na Bíblia Cristã.

Quando o estudante meditar sobre estes pensamentos, deverá lembrar-se que Netuno é um dos planetas principais, ou planetas sintetizadores, e que ele está vinculado ao processo pelo qual, eventualmente, a perfeição é alcançada. O Filho torna-Se perfeito, e a encarnação cósmica chega ao fim.

Existe também uma estreita conexão esotérica entre o fato subjacente às palavras bíblicas, “o Espírito de Deus moveu-se sobre a face das águas”, (81) e a legítima e ordenada atividade da Grande Mãe enquanto realiza seu trabalho de construção dos corpos, sob o impulso do desejo. A verdadeira relação entre o plano astral e o plano físico somente se tornará evidente quando os estudantes tiverem perfeitamente gravado em suas mentes que o plano astral do sistema solar é o sexto subplano do plano físico cósmico, e constitui a soma total da substância líquida do corpo físico logoico. Quando isto é captado, compreendido, realmente entendido, o trabalho da essência dévica assume o seu devido lugar; o fator do desejo, ou o movimento astral, e sua ação reflexa sobre o corpo físico, via o sexto plano, torna-se evidente, e vemos a Grande Mãe, sob a influência do desejo, trabalhando ativamente na construção, nutrição e produção daquele tanto de calor e umidade que tornam possível a manifestação. A Mãe é o maior de todos os devas, e estritamente vinculado aos devas das águas, pois que um certo grau de umidade é essencial a todas as formas de vida.

O sexto princípio, portanto, ou aspecto amor, o princípio crístico, e o sexto plano, estão todos vinculados; existe uma interação de energia entre o quarto éter cósmico, ou energia buddhica, e o sexto plano, ou energia astral. Os devas desses dois planos pertencem essencialmente a grupos regidos pela influência netuniana, o que explica porque o plano astral pode, e eventualmente o fará, refletir diretamente o plano buddhico.

Os devas construtores maiores que trabalham no segundo plano do sistema solar, o plano monádico ou o segundo éter cósmico, direcionam as energias dos devas manipuladores do quarto éter cósmico, o plano búdico.

Os devas manipuladores do quarto éter cósmico, no transcurso da evolução, desenvolvem o plano até à perfeição objetiva por meio da substância viva dos devas menores do plano líquido, ou astral. Quando eles tiverem alcançado isso, dois resultados serão vistos: primeiro, o plano astral refletirá perfeitamente o plano buddhico; segundo, o plano físico produzirá o veículo exato necessário para a expressão microcósmica ou macrocósmica, através da força da água, ou desejo.

Tudo isto é revelado aos esoteristas na simbologia do sistema circulatório do homem. Quando o sistema sanguíneo, com seus dois tipos de canais (artérias e veias), e seus dois tipos de construtores (os glóbulos vermelhos e os glóbulos brancos) for estudado sob o ponto de vista ocultista, muitas coisas de natureza revolucionária serão elucidadas. As leis do caminho de saída, e do caminho do retorno, com os dois grupos de vidas dévicas a eles concernentes, serão compreendidas pelo homem. É possível dar aqui uma outra indicação. Em relação ao sistema circulatório, encontramos no corpo físico do homem, nos três fatores - o coração, as artérias e as veias - a chave que revela os três tipos de devas, o triângulo do sistema que eles representam, e ainda mais, os três modos da expressão divina. Há uma circulação planetária, assim como há uma circulação sistêmica, que é realizada por intermédio da substância dévica em toda parte, macrocosmicamente, assim como microcosmicamente.

Os devas do sexto subplano físico podem ser divididos em três grupos, e estes em sete e em quarenta e nove, correspondendo assim a todos os grupos do sistema solar. Estes grupos - em sua natureza essencial - respondem “àquilo que está acima, mais do que àquilo que está em baixo”, o que é um modo ocultista de expressar um relacionamento de natureza íntima entre os devas do fogo e os devas da água, e um modo de negar uma ligação estreita entre os devas da água e os da terra. Expressado esotericamente: através da ação dos devas do fogo, os devas da água encontram a liberação.

Os devas da água, por si mesmos, encontram o caminho do serviço representado pelo seu grande trabalho de nutrir toda a vegetação e vida animal no planeta; para eles, a meta é entrar para o grupo superior dos devas chamados gasosos, ou devas do fogo. Estes, por meio da ação de seu fogo sobre as águas, produzem aquela sequência de evaporação, condensação, e eventual precipitação que - por sua constante atividade - nutre toda a vida na terra. Assim, mais uma vez podemos ver as leis psíquicas do amor atuando no reino dévico como no humano; primeiro, a retirada ou segregação da unidade (no homem, chamada individualização, e evaporação, no reino aquoso). A seguir, condensação, ou amalgamação da unidade com um novo grupo ou um grupo superior; a isto nós chamamos condensação, no caso dos devas das águas, e iniciação, no caso do homem; finalmente, o sacrifício dos átomos humanos ou dévicos para o bem do todo. Assim governa a lei do serviço e sacrifício todo o segundo aspecto divino, em todos os seus departamentos, grandes ou pequenos. Tal é a lei.

Porém, no reino humano, embora amor signifique o cumprimento da lei, só chegamos a ele através de um caminho de dor e sofrimento, e todo o verdadeiro amante e servidor da humanidade é estendido na cruz até que, para ele, o sexto princípio domine, e o sexto tipo de matéria em seu corpo esteja completamente submetido à energia superior. (82) No caso dos devas, amor é o cumprimento da lei sem dor ou sofrimento. É para eles a linha de menor resistência, pois eles são o aspecto mãe, o lado feminino da manifestação, e o caminho fácil para eles é dar, nutrir e cuidar. Portanto, os devas das águas derramam-se no serviço aos reinos vegetal e animal, e por meio dos fogos transmutadores, tudo que os prende ao sexto subplano será eventualmente suplantado, e por meio da “destilação e evaporação” ocultistas formarão parte do grupo gasoso ígneo e se tornarão aqueles fogos que são a base da divina alquimia.

Falando de um modo geral, é preciso lembrar que os devas terrestres de matéria densa, no devido curso da evolução, tornam-se o devas das águas, e encontram seu caminho para o plano astral, o plano líquido cósmico; os devas das águas do plano físico, através do serviço, encontram seu caminho para o subplano gasoso, e então, para o gasoso cósmico, tornando-se os devas do plano mental. Literalmente e ocultamente isto constitui a transmutação do desejo em pensamento.

Os devas gasosos tornam-se eventualmente os devas do quarto éter, de onde em longos aeons, encontram seu caminho para o quarto éter cósmico, o plano buddhico. Esses três grupos, portanto, estão cosmicamente relacionados em:

1. O plano astral cósmico e a constelação de onde se origina a energia emocional e do desejo.

2. O plano mental cósmico, e portanto com a constelação Sírius.

3. O plano buddhico cósmico, e a constelação das Plêiades.

Deste modo, todo o processo pode ser desenvolvido, se o homem estudar cuidadosamente sua própria natureza, e a lei de analogia.

Os Devas do Subplano Gasoso. Ao tratarmos dos elementais, ou devas menores, sujeitos aos devas manipuladores deste extenso grupo, estamos tratando dos devas do fogo, e das essências ígneas da substância que vemos manifestada em miríades de formas. Algumas das divisões deste grupo são conhecidas pelos estudantes, como, por exemplo,

As Salamandras, as vidas ígneas vistas pelos clarividentes saltando nas chamas de uma fornalha ou de um vulcão. Estes grupo pode ser subdividido em quatro grupos segundo a sua cor - vermelho, laranja, amarelo e violeta - o último dos quais aproxima-se estreitamente aos devas do quarto éter.

Os Agnichaitans, que é a denominação dada àquelas vidas ígneas que constituem soma total do plano da substância, como vimos na primeira parte do nosso Tratado, é também aplicada às minúsculas essências que compõem os fogos da manifestação. Quando a natureza da eletricidade do plano físico for estudada e compreendida sua verdadeira condição, a veracidade da existência desses agnichaitans será então revelada.

Quando a raça se tornar clarividente, o que seguramente acontecerá antes do fim da atual raça-raiz, esses devas gasosos se revelarão, e os homens compreenderão que estão trabalhando com vidas ígneas, e que eles próprios estão estreitamente aliados a essas vidas através dos fogos de seus próprios corpos. A clarividência que está em processo de desenvolvimento nesta raça-raiz, é inteiramente física, e, sob a lei, seu desenvolvimento deve ser antecipado, porque a raça-raiz ariana é aquela na qual o homem - nesta quarta ronda - adquire a plena autoconsciência, o que implica na visão física completa e no perfeito emprego dos três sentidos do plano físico: audição, tato e visão. Na próxima raça-raiz, a clarividência astral será predominante, embora não universal, e assim, o contato com o plano buddhico será mais facilmente alcançado. Nas primeiras raças-raizes da quinta ronda, haverá uma recapitulação das atividades da ronda atual, até que, na quinta raça-raiz, ver-se-á a soma total de tudo aquilo que foi conquistado nesta ronda. Os homens então começarão a demonstrara clarividência mental. Assim, os ciclos mesclam- se e se sobrepõem a fim de que a nenhuma unidade de vida, mesmo pequena e de pouca importância, lhe possa faltar a oportunidade.

Estes agnichaitans do terceiro subplano estão particularmente sob a energia de Saturno. Eles são os grandes fundidores da substância, e é por intermédio deles que a transmutação dos metais se torna possível. A relação que eles têm com o reino mineral é análoga à que os devas da água têm com o reino vegetal e animal. Como é evidente, eles estão vinculados ao centro da garganta de um Logos planetário e de um Logos solar, e é devido à sua atividade que a transmissão do som através do ar se torna possível. Poderia surpreender estudantes e inventores, se eles se dessem conta de que o rápido desenvolvimento atual da comunicação sem fio em toda parte, deve-se a um grupo de vidas ígneas dévicas que, pela primeira vez, estabeleceram contato com a vibração humana.

Assim como cada plano tem sete subplanos, também cada subplano pode ser subdividido, formando assim quarenta e nove fogos em cada plano, ou os trezentos e quarenta e três fogos do sistema solar. Aqui encontramos a chave para o mistério do “quarto entre os três” que por vezes deixa perplexo o estudante dos registros ocultistas. Há várias maneiras de ler esses números - 3 4 3 - porém o único modo ocultista que podemos sugerir aqui, consiste no reconhecimento dos três planos superiores, os três planos inferiores, e o plano de encontro entre eles. Este quarto plano tem sido ocultamente chamado “o lugar de reunião.” Quando nos lembramos que, para esses devas gasosos, a meta é o quarto éter cósmico, ou o plano búdico, e que eles (em seus grupos maiores e menores) constituem os fogos internos tanto macrocósmicos quanto microcósmicos, podemos ter uma ideia do verdadeiro significado de uma eventual conciliação entre as duas linhas de evolução, pois para o homem, a meta a ser alcançada é igualmente o plano buddhico.

Portanto, certos grupos da atual quinta raça-raiz estão entrando em contato com a quinta divisão de essências dévicas do terceiro subplano. Podemos ver o resultado deste contato no aumento da resposta à vibração que já está demonstrada pela radiotelefonia ou radiotelegrafia.

Paralelamente a isso, haverá também um aumento na vibração das espirilas humanas, o que trará, como resultado, antes do fim desta ronda, a entrada, em plena atividade, da quinta espirila do átomo físico permanente do homem.

Por isso, o trabalho que atualmente está sendo realizado pelo Mahachohan em conexão com o sétimo raio (temporariamente atuando como a síntese dos cinco tipos de energia regidos por Ele) pode ser assim resumido:

Primeiro, Ele está utilizando o sétimo tipo de energia a fim de favorecer o reconhecimento, pelos homens, da substância mais sutil do plano físico. O sétimo raio é um fator primordial para produzir a objetividade. A energia do Logos planetário do sétimo esquema domina o sétimo plano; é o raio em que a substância dévica e o Espírito podem encontrar-se e adaptar-se mutuamente mais facilmente do que em qualquer outro raio, à exceção do terceiro.

O homem está hoje plenamente consciente nos três subplanos inferiores, através de um ou outro de seus sentidos, e esta predestinado a tornar-se igualmente consciente, nos quatro superiores. Isto terá que ser realizado pela estimulação da substância dévica que compõe os seus corpos, a qual será levada a cabo pela dinâmica vontade dos devas transmissores ao energizarem os devas manipuladores, afetando assim as miríades de vidas menores que compõem o corpo do homem, e também por uma crescente resposta do homem interno, o pensador, ao contato dessas vidas. Esta crescente percepção é provocada pelo despertar da quinta espirila, pelo desdobramento da quinta pétala no lótus egoico, e pela gradual abertura do terceiro olho, e pelo despertar e uniforme atividade de cinco fatores: o centro na base da coluna vertebral, os três canais na coluna vertebral, e a glândula pineal.

Todos estes fatores envolvem a atividade da essência dévica, além da resultante perceptividade do pensador; logo isto será seguido pelo uso consciente dos poderes que acabaram de ser despertados. Deste modo, a estreita inter-relação e interdependência das duas linhas de evolução tornam-se magnificentemente aparentes.

Segundo, o Mahachohan, em cooperação com o Manu, está trabalhando, especialmente nesta época, com os devas do subplano gasoso; isto está relacionado ao trabalho destruidor que eles terão que efetuar ao final desta raça-raiz, com o fim de liberar o Espírito, das formas que O constrangem. Por conseguinte, devemos estar preparados para tremores de terra, terremotos e erupções vulcânicas em inesperadas localidades, além das áreas sísmicas e vulcânicas já conhecidas. Graves perturbações são esperadas para a Califórnia e Alaska antes do fim do século.

O trabalho do Mahachohan pode também ver-se no efeito que os devas do fogo kundalini estão produzindo no homem. Eles constituem um grupo peculiar de Agnichaitans que alcançaram uma etapa de evolução que lhes permitiu separarem-se de seu próprio grupo e formar outro relacionado a um certo fogo nos corpos do homem. Devido à sua atual atividade, e à direção dessa atividade, esse fogo é responsável pela reação contra o casamento físico, e pelo desejo demonstrado pelos homens altamente evoluídos, em toda parte, de evitar a relação matrimonial e limitarem-se à criação nos planos mental e astral. Deve-se isto à atual tendência dos devas manipuladores dos órgãos generativos inferiores, de buscar o centro laríngeo para lá funcionar utilizando a força do fogo kundalini para alcançar seu objetivo. Tudo isto está tendo lugar sob a lei da evolução, porém, no ínterim entre causa e justificado efeito, grande mal, quebra da lei, e consequente sofrimento rodeiam os homens. Portanto, devido à violenta reação atualmente existente contra as leis que protegem a civilização, foi decidido que a natureza e as funções dos devas, e o lugar que ocupam no esquema das coisas, fosse até certo ponto, revelado ao homem. (83) Ao mesmo tempo, os meios para entrar em contato com eles e as palavras que podem controlá-los não serão reveladas.

A frouxidão nas relações matrimoniais devido a esta causa particular, demonstra-se unicamente entre os mais evoluídos e independentes pensadores da raça. A mesma atitude encontrada entre as massas e os tipos inferiores da humanidade baseia-se numa razão diferente, pois sua promiscuidade é devida a certos desenvolvimentos da natureza animai em sua manifestação mais inferior. Estas duas causas deverão ser consideradas por aqueles que pensam e sentem as presentes necessidades da civilização. Eles podem então cooperar com o Mahachohan no trabalho tão necessário de transferir a força do centro inferior para o superior, e através do conhecimento, impedir a devassidão incidental. Desse modo, o grande amor, o impulso sexual inerente à própria natureza, não será enodoado.

O raio cerimonial tem sido frequentemente chamado “o ritual matrimonial do Filho”, porque neste raio o Espírito e a matéria podem encontrar-se e unir-se. Este é um fato a ser lembrado durante os próximos cem anos, durante os quais as leis do casamento sofrerão grandes mudanças. A presente permissividade provocará inevitavelmente uma reação, e as leis tornar-se-ão mais rigorosas, a fim de proteger a raça durante um período de transição. Essas leis não terão o objetivo de dificultar a dissolução do casamento, terão um efeito oposto, por assim dizer; a nova geração será devidamente instruída e protegida contra indiscriminados e apressados casamentos, e tampouco será permitido aos jovens contrair precipitadamente as obrigações matrimoniais. Não é necessário alongarmo-nos sobre este assunto, pois, ao solucionar seus próprios problemas, os homens aprendem, e tudo que é permitido fazer àqueles que trabalham no lado interno, é oferecer uma sugestão ou indicação.

Um outro ângulo do trabalho do Mahachohan atualmente está ligado ao som, e portanto ligado ao tipo de devas que estamos estudando. Devido à má administração dos homens, e seu irregular desenvolvimento, os sons da terra, como os das grandes cidades, das fábricas e apetrechos de guerra criaram gravíssimas condições para os devas gasosos, o que, de alguma maneira, tem de ser contrabalançado. Os esforços da civilização futura serão dirigidos para difundir uma revolta contra os malefícios do viver congestionado, estimulando o impulso de voltar ao contato com a natureza e com os espaços abertos. Um dos principais interesses no futuro será a tendência para eliminar o ruído, devido à crescente sensibilidade da raça. Quando a energia da água e do átomo estiver a serviço do homem, nossas fábricas e transporte, como navios e trens, sofrerão revolucionárias modificações. Isto terá um potente efeito não só sobre o homem como também sobre os devas.

c. Elementais dos Éteres

Vamos agora tratar dos elementais dos níveis etéricos, ou seja, dos quatro subplanos superiores do plano físico. Esses níveis etéricos são apenas gradações da matéria física que se vai tornando mais sutil e refinada. Na maioria dos compêndios, esses níveis, ou graduações, são denominados:

1. Primeiro éter, ou matéria atômica.
2. Segundo éter, ou matéria subatômica.
3. Terceiro éter, ou matéria superetérica.
4. Quarto éter, ou simplesmente, matéria etérica.

O quarto éter é o único, por enquanto, reconhecido pelos cientistas, e é alvo de suas investigações, embora nem eles se deem conta disso.
No subplano atômico, encontram-se os átomos físicos permanentes de toda a humanidade e os átomos destinados ao reino dévico. Os devas não evoluem como o faz a raça humana. Eles reencarnam em grupos, e não individualmente, embora cada grupo seja composto de unidades, e não possua coisa alguma da natureza da alma grupal involutiva. A alma grupal do caminho evolutivo e a do caminho involutivo não são iguais; uma está entrando para a diferenciação e está composta de entidades animadas por uma vida global; a outra já está diferenciada, e cada entidade é uma unidade separada da vida una, completa em si mesma, e no entanto, una com o todo.

Há muitos tipos de vidas a serem contatados nos quatro níveis etéricos, porém atualmente só nos podemos ocupar com a vida dévica, lembrando-nos que a evolução dévica é tão importante quanto a humana. São numerosos esses devas etéricos, tanto os de natureza involutiva, quanto evolutiva, e são de todos os graus e tipos. Governando todos eles no plano físico, encontra-se o grande deva Kshiti, de graduação e poder igual à do Chohan de um Raio. Ele preside tudo que está fora do reino humano no plano físico, e tem como Seus conselheiros os quatro senhores dévicos subordinados, dos quatro níveis etéricos. Ele, juntamente com esses quatro devas subordinados, preside um conselho subsidiário de sete devas, que tratam de tudo que diz respeito à evolução dévica, e ao trabalho dos grandes e pequenos construtores.

O regente do quarto éter, o éter mais inferior, delegou a um membro de Seu conselho a missão de estabelecer atualmente contato com certos Mestres com dois propósitos específicos; primeiro para ver se a

aproximação das duas linhas de evolução - a humana e a dévica - teria possibilidade de ser tentada, e segundo, revelar alguns dos métodos de cura, além das causas da incapacidade física inerente ao duplo etérico ou corpo etérico.

Devas de todos os tipos e cores são encontrados nos níveis etéricos do plano físico, porém a tonalidade que prevalece é o violeta, daí a expressão frequentemente empregada, “os devas das sombras.” Com a entrada do raio cerimonial de cor violeta, temos portanto a amplificação da vibração violeta, sempre inerente a esses níveis, e por conseguinte, a grande oportunidade de contato entre os dois reinos. É no desenvolvimento da visão etérica (a qual é uma capacidade do olho físico humano e não da clarividência) que esta mútua percepção se tornará possível. Por outro lado, com a entrada deste raio, chegarão aqueles que pertencem a ele e que terão o dom natural de ver etericamente. Frequentemente nascerão crianças que verão etericamente, com a mesma facilidade com que um ser humano comum vê fisicamente; quando condições harmoniosas gradualmente evoluírem do presente caos mundial, devas e homens tornar-se-ão amigos.

Quando os planos astral e físico se fundirem e mesclarem, e a continuidade de consciência for experienciada nos dois planos, os homens terão dificuldade, no princípio, para diferenciar os devas do plano astral dos devas do plano físico. Na parte inicial deste reconhecimento, os homens entrarão principalmente em contato com os devas violeta, uma vez que, através de seus representantes superiores, eles próprios tentarão estabelecer contato com os humanos. No quarto nível etérico, os devas das sombras apresentam cor púrpura escura; no terceiro nível etérico, púrpura mais clara, muito semelhante à cor violeta; levemente violeta, no segundo; enquanto que no subplano atômico, eles apresentam uma bela e translúcida tonalidade lavanda.

Estes são alguns dos grupos de devas com os quais entraremos em contato no plano físico:

Quatro grupos de devas violeta associados ao duplo etérico de tudo que existe no plano físico. Estes dividem-se em dois grupos: os que estão associados à construção do duplo etérico, e aqueles de cuja substância esses duplos são construídos.

Os devas verdes do reino vegetal, que também existem em duas divisões. São bastante evoluídos, e o contato com eles será principalmente estabelecido segundo as linhas do magnetismo. Os devas maiores desta ordem presidem os pontos magnéticos do planeta, guardam a solidão das florestas, conservam intactos aqueles espaços existentes no planeta que precisam ser mantidos inviolados. Atualmente estão trabalhando com os devas violeta, embora temporariamente, sob o Senhor Maitreya. O Senhor Raja do plano astral, Varuna, e seu irmão Kshiti, foram convocados à câmara do conselho para uma consulta específica, pois assim como os Mestres se estão esforçando para preparar a humanidade para o serviço quando o Instrutor do Mundo vier, também os Senhores Raja fazem o mesmo em relação aos devas. Eles trabalham arduamente, são intensamente zelosos, mas grandes são os obstáculos criados pelos homens.

Os devas brancos do ar e da água que presidem a atmosfera, trabalham com certos aspectos dos fenômenos elétricos, e controlam os mares, rios e córregos. Dentre eles, numa certa etapa de sua evolução, são recrutados os anjos da guarda da raça em encarnação física, pois cada unidade da família humana tem seu deva guardião.

Cada grupo de devas tem algum método específico de desenvolvimento, e algum meio pelo qual evoluem e atingem uma determinada meta.

Para os devas violeta, o caminho da realização é através do sentimento, educando a raça no aperfeiçoamento do corpo físico em seus dois departamentos.

Para os devas verdes, o caminho do serviço está na magnetização, da qual a raça humana nada conhece ainda. Através deste poder, eles atuam como os protetores da vida vegetal e dos pontos sagrados do planeta; no seu trabalho reside a segurança do corpo do homem até o fim desta ronda, porque é do reino vegetal que vem a nutrição desse corpo.

Para os devas brancos, o caminho do serviço reside em proteger os membros da família humana, no cuidar e segregação de tipos, no controle dos elementais da água e do ar, e de grande parte daquilo que diz respeito ao reino dos peixes.

Assim, é no serviço à humanidade de uma ou outra forma, que reside a conquista para esses devas do plano físico. Eles têm muito a oferecer à humanidade, e, no devido tempo, será evidente para o homem o que ele tem a oferecer para o aperfeiçoamento do reino dévico. Uma grande aceleração dessa evolução está coincidindo agora com a da família humana.

Existe um outro grupo de devas sobre o qual pouco podemos dizer. Eles vieram de um outro esquema planetário e são especialistas em sua linha particular. Eles já alcançaram, ou ultrapassaram, o reino humano, e têm a mesma categoria de certos membros da Hierarquia, mas escolheram permanecer e trabalhar com a evolução no plano físico. Eles são apenas doze: quatro trabalham no grupo violeta, cinco, no grupo verde e dois no grupo branco, presididos por um deva da mesma categoria de um Chohan. O número da evolução dévica é seis, assim como o da evolução do homem é agora cinco; assim como dez representa o homem perfeito, doze representa a perfeição no reino dévico. Este grupo preside os três anteriormente enumerados, mas existem também certos grupos subsidiários.

Subordinados ao grupo um, encontram-se todos os elementais que trabalham com o duplo etérico dos homens, todos os elementais que formam o corpo etérico de tudo que tenha vida, e todos os elementais que trabalham com a contraparte etérica dos chamados objetos inanimados. Estes elementais estão mencionados na ordem e importância de seu desenvolvimento. Os devas violetas estão no caminho evolutivo; os elementais encontram-se no caminho involutivo, e para eles, a meta é passar para o reino dévico de cor violeta.

Subordinados ao grupo dois, trabalham as fadas da vida vegetal, os elfos que constroem e colorem as flores, os pequeninos radiantes seres que habitam os bosques e os campos, os elementais que trabalham com os frutos, e os vegetais, e tudo aquilo que contribui para cobrir de verde a superfície da
Terra. Associados a eles, encontram-se os devas menores da magnetização, aqueles ligados aos lugares sagrados, aos talismãs e às pedras, e também um grupo especial encontrado nas cercanias das habitações dos Mestres, onde quer que elas se situem.

Subordinados ao grupo três, trabalham os elementais do ar e do mar, as sílfides e as fadas da água, e os devas que guardam cada ser humano.

Aqui foram dadas apenas algumas indicações. A lista não está completa, e não inclui os elementais mais inferiores, os duendes escuros que habitam os espaços obscuros da Terra e as cidades subterrâneas do planeta.

Os devas dos éteres levam em sua fronte um símbolo translúcido em forma de lua crescente, e é por meio deste símbolo, que os clarividentes os distinguem dos devas do plano astral.

Ao estudarmos os devas dos éteres, percebemos que - no que diz respeito à manifestação - eles se dividem naturalmente em dois grandes grupos. Cada um destes dois grandes grupos está representado em cada um dos quatro subplanos, o que significa que este agrupamento é apenas um método de diferenciação, dentre os muitos métodos possíveis. Esses grupos são: primeiro, aqueles devas que são os transmissores de prana para todas as formas de vida; eles formam um grupo de devas intermediários, provedores de energia em suas várias diferenciações; segundo, os devas que formam os corpos etéricos de todas as formas em manifestação, que constituem a maioria dos devas menores.

Há, naturalmente, muitas outras inteligências organizadas no grande Exército da Voz em relação a esta divisão principal do plano físico, mas se o estudante considerar esses dois grupos, e investigar sua relação com o homem e com o Homem Celestial dentro de Cujo corpo eles se encontram, muito aprenderá. Talvez chegue a compreender alguns problemas até agora vistos como insolúveis; e talvez lhe sejam reveladas muitas coisas que irão revolucionar as descobertas da ciência moderna e trazer mudanças nos métodos empregados para tratar o corpo físico.

Os Devas e a Energia. Antes de considerarmos estes dois grupos, é aconselhável enfatizara necessidade de recordar que, ao considerar os níveis etéricos do plano físico, nós estamos lidando com aqueles planos nos quais a verdadeira forma se encontra, e estamo-nos aproximando da solução do mistério do Espirito Santo e da Mãe. Através desta compreensão e levando-a a incluir todo um sistema solar, torna-se clara a conexão entre os quatro planos superiores do sistema e os três mundos do esforço humano. Temos, no macrocosmo, os quatro planos da vida supra consciente, ou aquelas quatro vibrações centrais que são a base da vida e energia de um Logos solar, e os três planos de vida consciente e autoconsciente que formam o veículo denso de um Homem Celestial, e do Grande Homem dos Céus.

Se observarmos cuidadosamente as condições no macro e no microcosmo, compreenderemos a razão pela qual o veículo físico jamais é considerado um princípio pelos ocultistas. O Espírito Santo, Aquele Que encobre e implanta o germe da vida na expectante e quiescente Virgem Maria ou matéria (despertando-a para que dê início ao seu grande trabalho de produzir a divina encarnação) é um fator primordial, sob o ponto de vista do segundo sistema solar. De uma forma incompreensível para os pensadores modernos, a Mãe, ou seja o divino Aspirante aos mistérios do casamento cósmico, era (num sistema anterior) o fator dominante. Neste sistema, em relação à substância, é o Espírito Santo. Portanto, o trabalho nos níveis etéricos e a energia e atividade que deles se originam, são os fatores basicamente responsáveis, no plano físico, por tudo que é tangível, objetivo, e manifestado. A adição de matéria ao redor do corpo vital, e a densificação da substância ao redor do núcleo etérico vital são, em si mesmas, o resultado da interação e do intercâmbio final entre aquilo que podemos chamar de resíduo de uma manifestação anterior, e a vibração da atual.

É aqui - na relação entre a energia elétrica positiva em sua quádrupla diferenciação, e a tríplice substância inferior negativa receptiva - que os cientistas eventualmente chegarão a certas definidas deduções e descobrirão:

a. O segredo da própria matéria, isto é, a matéria como nós a conhecemos e vemos.

b. A chave para o processo da criação no plano físico, e o método pelo qual a densidade e a solidificação se processam nos três níveis inferiores.

c. As fórmulas para a transmutação orgânica, ou a chave para os processos por meio dos quais os elementos, tais como os conhecemos, podem ser desintegrados e recombinados.

Somente quando os cientistas estiverem preparados para admitir o fato de que há um corpo de vitalidade que atua como um ponto focal em todas as formas organizadas, e somente quando eles se dispuserem a considerar cada elemento e forma de qualquer grau como partes constituintes de um corpo vital ainda maior, é que os verdadeiros métodos da grande deusa Natureza serão seus. Para conseguir isto, os cientistas precisam estar preparados para aceitar a sétupla diferenciação do plano físico, como o afirma o ocultismo oriental, e reconhecer a tríplice natureza da setenária manifestação:

a. A energia atômica, ou energia de Shiva, a energia do primeiro subplano, ou primeiro plano etérico.

b. A energia vital construtora das formas, nos três níveis etéricos seguintes.

c. A energia receptiva negativa dos três planos físicos densos, o gasoso, o líquido e o verdadeiramente denso.

Precisarão também eventualmente considerar interação entre os três níveis inferiores e os quatro superiores deste grande átomo que denominamos plano físico. Isto pode ser visto duplicado no átomo da física ou da química. Os estudantes das ciências voltadas para estes assuntos deveriam observar a correspondência existente entre estes três tipos de energia e aquilo que entendemos pelos termos átomos, elétrons e íons.

Tudo que se manifesta, de Deus ao homem (84), é o resultado destes três tipos de energia ou força, de sua combinação, sua interação, e sua ação e reação psíquicas. Durante o grande ciclo de manifestação logoica é o segundo tipo de energia que domina e tem importância evolutiva, e esta é a razão porque tudo que está por trás daquilo que é visível é a parte mais importante. Esta é uma verdade que se aplica igualmente a deuses, homens e átomos.

Muito tempo é gasto em especulações sobre a origem da vida, sobre as fontes das ações e sobre os impulsos subjacentes aos processos criativos. Até agora a ciência tem trabalhado quase às cegas e dedicado muito tempo a investigar os três planos inferiores. Tem-se ocupado principalmente com a Mãe, com a matéria negativa receptiva, e somente agora começa a se dar conta do aspecto do Espírito Santo, ou energia que capacita essa Mãe a realizar sua função e desenvolver seu trabalho.

Considerando o mesmo problema microcosmicamente podemos dizer que, só agora, os homens começam a ser conscientes das nascentes da ação espiritual, e das fontes da vida espiritual. A energia dos planos superiores só começa a revelar-se, à medida que os homens iniciam o Caminho, e passam a ser influenciados por buddhi, que flui do quarto plano etérico cósmico.

Finalmente, quando os cientistas estiverem dispostos a reconhecer e a cooperar com as forças inteligentes que são encontradas nos níveis etéricos, e quando eles se convencerem da natureza hylozoística de tudo que existe, suas descobertas e seu trabalho apresentarão uma correspondência mais precisa com as coisas como elas realmente são. Como disse anteriormente, isto acontecerá quando a raça humana desenvolver a visão etérica e se comprovem, além de qualquer controvérsia, as alegações dos ocultistas.

Deverão ter notado que ao enumerar os dois grupos principais, nós não mencionamos aquele grande grupo de Construtores esotericamente denominados o “Exército da Voz”, porque nesta secção estamos tratando apenas daquele exército, ou daqueles construtores, grandes e pequenos, que entram em atividade quando a Palavra soa no plano físico. Os
“Transmissores da Palavra” no primeiro subplano, ou nível atômico, são aqueles que absorvem a vibração sonora que os alcança vinda do plano astral, fazem-na passar através de seus corpos e a enviam para os subplanos restantes. Para maior clareza, podemos dizer que esses transmissores são sete. Em sua totalidade, eles formam os corpos físicos do Senhor Raja do plano, e num sentido peculiarmente ocultista, os sete formam - em suas diferenciações inferiores nos níveis etéricos - a soma total dos centros etéricos de todos os seres humanos, assim como nos níveis etéricos cósmicos, encontram-se os centros de um Homem Celestial.

A conexão existente entre os centros e a substância etérica abre um vasto campo para o pensamento. Os “Transmissores da Palavra” no subplano atômico de cada plano são devas de vasto poder e prerrogativas, podendo dizer-se que eles estão relacionados ao aspecto Pai e às personificações do fogo elétrico. Todos eles têm plena autoconsciência, tendo passado pela etapa humana em kalpas anteriores. Fazem também parte dos sete centros principais da cabeça no corpo de um Logos solar ou de um Logos planetário.

Embora estejam vinculados ao aspecto Pai, são, não obstante, parte do corpo do Filho, e cada um deles, de acordo com o plano que energiza, é uma parte componente de um ou outro dos sete centros, seja solar ou planetário - planetário quando energiza somente esse centro em particular, sistêmico, quando esse centro é visto como uma parte integrante do todo.

Cada uma dessas grandes vidas (personificando a energia dévica do primeiro grau) é uma emanação do sol espiritual central, em primeiro lugar, e de uma das três constelações principais, em segundo lugar. Sistemicamente estão divididos em três grupos: o Grupo 1 inclui os Transmissores da Palavra que se encontram nos três subplanos do plano Adi, ou plano logoico; o Grupo 2 inclui aqueles grandes construtores que transmitem a Palavra para os três planos sistêmicos seguintes, o monádico, o átmico e o búddhico; o Grupo 3 é formado por aqueles que realizam uma função similar nos três mundos do esforço humano. Fundamentalmente, neste terceiro caso, eles também são emanações de uma das sete estrelas da Ursa Maior.

Nestas tríplices forças emanadoras podemos encontrar tudo que é visível e objetivo, e por seu intermédio, nosso sistema solar encontra seu lugar dentro do esquema cósmico maior, formando um certo fogo cósmico básico. Constituem a soma total dos centros da cabeça, coração e garganta do Logos solar, e suas correspondências serão encontradas em um Homem Celestial, em um ser humano, e em um átomo. Por isso, quando um cientista descobre a natureza do átomo, ele está entrando em contato com esses três tipos de energia solar, e está desenredando o mistério central do sistema. Quando a tríplice natureza do átomo for revelada, também a tríplice natureza do homem e de Deus será gradualmente comprovada. Aenergia destes grupos de devas passa através do sol físico e daí eles emitem a Palavra correspondente ao plano do seu esforço específico.

É preciso que o estudante não cometa o erro de pensar que estes sete grandes transmissores são os Homens Celestiais. Eles apenas compõem metade de Sua real natureza, e isto é tudo que pode ser dito sobre este grande mistério, embora possamos acrescentar que, visto sob um outro ângulo, eles formam apenas um terço de Sua tríplice natureza divina. O homem é dual, Espírito e matéria; durante a evolução, é também uma triplicidade; e o mesmo acontece com um Homem Celestial, daí o mistério.

O grande Transmissor da Palavra, no plano físico, que é o tema de nossa consideração, é o fator energizador do centro laríngeo de Brahma. Podemos dar uma interessante tabulação dos três centros e dos três aspectos divinos, que pode ter alguma utilidade para o estudante, desde que ele se lembre que esses centros divinos servem para gerar e transmitir energia:

1. O transmissor de energia, no plano físico, forma o centro laríngeo no corpo de Brahma, o 3o aspecto.

2. O transmissor de energia, no plano astral, forma o centro cardíaco de Brahma.

3. O transmissor da Palavra, no plano mental, forma o centro coronário deste 3o aspecto.

Estes três Senhores Raja, ou transmissores, formam os três centros de força logoica, nos três mundos. Constituem o aspecto mais inferior da energia de Brahma.

4. O Transmissor da Palavra, no plano buddhico, forma o centro laríngeo de Vishnu, o 2o aspecto. Daí é emitida a Palavra que constrói a forma física densa de um Homem Celestial ou de um Logos solar.

5. O Transmissor de energia, no plano monádico, forma o centro cardíaco de Vishnu, o 2o aspecto.

6. O Transmissor de força, no plano átmico, forma o centro coronário de Vishnu.

Esta tabulação ficará confusa para os estudantes, a menos que seja entendido que estes aspectos estão sendo considerados aqui apenas como dualidades, e que estamos tratando apenas de uma das dualidades. Ficará evidente que no aspecto Vishnu, por exemplo, o qual se manifesta no segundo plano, a energia desse plano atuará como centro coronário em relação aos planos seguintes, e é essa percepção que, quando corretamente apreendida, esclarecerá as demais.

O Transmissor da Palavra, no primeiro plano de Adi, é a personificação do centro laríngeo de uma entidade cósmica. Esta declaração oferece uma justa compreensão do nosso lugar no esquema cósmico, e a natureza fundamentalmente física dos sete planos do sistema solar, está também aqui demonstrada assim como a natureza de Brahma, ou o Espírito Santo.

Diz O Velho Comentário:

“Brahma é Um, no entanto, inclui Seu irmão. Vishnu é Um, no entanto, não existe separado de Seu irmão, mais jovem no que diz respeito ao tempo, porém muito mais velho. Shiva é Um, e antecede a ambos, embora Ele não apareça ou seja visto antes que os dois tenham completado seus ciclos.”

A tabulação sétupla atribuída anteriormente ao plano físico, pode, segundo a lei de correspondência, ser aplicada igualmente a todos os planos, pois os transmissores e trabalhadores, em cada plano, formam grupos similares. O homem pode também relacionar esta tabulação aos seus sete centros, e estudando ambos, conseguirá saber qual é o tipo de energia que flui através de qualquer um deles. Também podem ser ouvidos os transmissores quando emitem a Palavra com especial força e poder, naquele esquema planetário que corresponde à nota desses transmissores; e estão sintonizados com sua vibração. Os esquemas planetários, portanto, também formarão grupamentos semelhantes, e isto abre para os estudantes um vasto campo de conjecturas. Os sete Prajapatis formam dois grupos de três, com um deles predominando. Ao estudar o sistema solar, os planos, os esquemas, o homem e o átomo, os estudantes deveriam lembrar-se que os agrupamentos das linhas ou correntes de energia, durante os ciclos evolutivos, dividem-se naturalmente em quatro:

1. 1 – 3 – 3
2. 4 – 3
3. 3 – 4
4. 3 – 1 – 3

A divisão 1 pode ser interpretada segundo a lei de analogia, quando a natureza do plano atômico do sistema solar for investigada, assim como os três planos etéricos cósmicos e os três planos do esforço humano investigados em sua mútua relação.

A divisão 2 torna-se mais fácil se compreender quando percebemos a estreita relação entre os quatro planos etéricos cósmicos e os três planos inferiores. Isto pode ser esclarecido se estudamos os quatro éteres físicos e os três subplanos do nosso plano físico.

A divisão 3 encontra a chave de seu mistério na constituição do plano mental, com seus três níveis sem forma, e seus quatro níveis com formas.

A divisão 4 pode ser percebida quando o estudante chega à compreensão de que sua própria natureza constitui-se de uma tríade espiritual, um corpo egoico e um tríplice homem inferior. Também, do mesmo modo, pode o estudante abordar a primeira divisão vendo-se a si mesmo como uma força primária ou Mônada, uma tríplice força secundária ou Ego, e uma tríplice energia inferior, ou personalidade, lembrando que estamos lidando aqui somente com a energia criativa e com o aspecto Brahma da manifestação ao coordenar-se com o aspecto Vishnu.

Os Transmissores de Prana. Em uma parte anterior deste tratado, já nos referimos aos devas que são os transmissores de prana para o corpo etérico do homem e do planeta. São, no plano inferior, o reflexo do aspecto Vishnu da divindade; os sete subplanos do nosso plano físico refletem, de um modo pouco claro e distorcido, os três aspectos, sendo assim uma sombra escura e nada reveladora da Divindade. Este grupo de transmissores são responsáveis por três importantes resultados, e estão ativos em três linhas principais.

São eles os devas que vitalizam e produzem a energia de todas as formas de vida senciente. É a sua vida que pulsa através do corpo etérico de cada planta ou animal, e de todas as formas intermediárias de vida, e constitui o fogo impetuoso circulando através de todos os veículos etéricos. Dentre muitas outras funções, produzem o calor do Sol, e de todos os corpos; são a causa da radiação solar, planetária e humana, além de nutrir e preservar todas as formas. Ocultamente servem como medianeiros entre o Pai e a Mãe em cada plano, seja cósmico ou sistêmico. Originam-se do Sol e estão estreitamente relacionados ao plexo solar logoico e planetário, pois o processo evolutivo, em todas as manifestações, é o resultado do desejo atuando sobre as faculdades criadoras e produzindo aquilo que é objetivo.

São esses devas que energizam as miríades de diminutas vidas que constroem os corpos etéricos de tudo aquilo que é visível e tangível, e são eles os instigadores dos processos criativos, nos três subplanos inferiores do plano físico. Os devas que, neste sistema solar, se dedicam a esta atividade, podem ser subdivididos em dois grupos:

a. Aqueles que trabalham nos quatro planos superiores do sistema, a partir dos quais influenciam os três mundos, produzindo neles, por ação reflexa, os resultados desejados.

b. Aqueles que trabalham nos três mundos do esforço humano, produzindo diretamente a manifestação física densa.

Todos os devas etéricos que transmitem energia no plano físico, pertencem ao segundo grupo mencionado acima e, de acordo com o subplano no qual trabalham, são dirigidos por uma inteligência superior de um plano correspondente.

Há igualmente os devas que constituem a força atrativa de todas as formas subumanas, mantendo as formas dos três reinos inferiores da natureza em coesão, e produzindo assim o corpo de manifestação da grande Entidade que é a soma total da vida do reino, e dos seres menores que animam diferentes famílias e grupos dentro de qualquer reino específico.

Os Devas do Duplo Etérico. O assunto que abordaremos agora relaciona-se àqueles devas que constituem o duplo etérico de tudo que existe. É de grande valor portanto para o estudante interessado, pois revela o método pelo qual todas as formas se materializam no plano físico.

Não é propósito deste tratado remontar às origens da materialização de uma forma, uma vez que ela se origina nos planos arquetípicos, por meio do divino pensamento e de lá - através de correntes direcionadas de energia inteligente - adquire substância à proporção que é reproduzida em cada plano, até que, eventualmente, no plano físico, a forma é revelada em sua mais densa manifestação. Por enquanto, forma alguma é perfeita, e é este fato que torna necessária a evolução cíclica e a contínua produção de formas até que elas se aproximem da realidade de fato e em verdade. O método de produção da forma pode ser assim tabulado:

PRODUÇÃO DA FORMA

1. Pensamento divino O plano mental cósmico.
2. Desejo divino O plano astral cósmico.
3. Atividade divina O plano físico cósmico. (nossos sete planos sistêmicos)

O Alento logoico... Primeiro Plano... O Som (85)A.

Este é o primeiro aparecimento etérico de um sistema solar no subplano atômico do plano físico cósmico. Todas as sementes da vida encontram-se latentes. Faculdade inerente vinda de uma essência solar anterior.

O Som logoico - Segundo Plano - O Som AU.

Este é o corpo do sistema solar no segundo éter, o plano arquetípico. As sementes da vida estão vibrando ou germinando. Os sete centros de energia são visíveis. O deva Agni aparece como sétuplo. A forma mostra- se agora potencialmente perfeita.

A tríplice Palavra logoica - O terceiro plano - O Som AUM.

O corpo do sistema solar é visto, na substância do terceiro plano etérico, e os três funcionam como um. A tríplice energia do Logos está coordenada, e nada pode impedir o trabalho da evolução. Os três grupos de devas estão ativos, e a forma arquetípica encontra-se em processo de materialização.

A palavra setenária logoica - O quarto plano - A Palavra de sete sílabas.

Os centros etéricos logoicos tornam-se ativos.

O corpo etérico do sistema solar está agora completo, embora somente ao fim de um outro manvantara estará aperfeiçoado. O principal corpo de vitalidade está pronto para energizar o veículo físico denso. Os sete centros, com suas quarenta e nove pétalas principais estão vibrando, e a consciência estremece através de cada átomo no sistema.

Nesta etapa do desenvolvimento, tem lugar um período de pausa, um interlúdio, durante o qual os processos de coordenação e estabilização prosseguem, e a energia ou vibração é aumentada até onde possível, por um esforço simultâneo de todos os três aspectos para trazer à objetividade aquilo que ainda é subjetivo. Algo semelhante tenta o homem fazer, no plano físico, quando ele se esforça para materializar o que ele concebeu e desejou. A razão porque tantas pessoas não materializam seus sonhos e ideais, e se consideram fracassadas, deve-se à sua incapacidade de realizar um esforço coordenado capaz de pôr em movimento a substância dos três planos inferiores do plano físico. Elas conseguem trazer seus conceitos através do plano mental (tal como o Logos nos níveis cósmicos) até o quarto nível etérico do físico e lá sua energia se esgota devido a três coisas:

a. Falta de vontade ou concentração sustentadas.
b. Falta de alinhamento com o Ego.
c. Fraca coordenação entre as duas partes do veículo físico.

A Frase logoica - O Quinto plano - O plano do mantra logoico de 35 estâncias.
O corpo gasoso.

A forma gasosa do sistema solar agora aparece, e os centros de energia ficam velados e ocultos. O acrescentamento e a concreção prosseguem rapidamente. Os três grupos de construtores novamente coordenam seus esforços, e um novo influxo de energia é produzido trazendo devas do centro da cabeça logoica. Os construtores menores respondem ao mantram logoico entoado novamente a cada manvantara, e as sete correntes de energia oriundas dos sete centros logoicos são direcionadas para baixo.

A Canção logoica do Amor ou Desejo - O Sexto plano - Um poema em quarenta e dois versos.
O corpo líquido logoico.

Esta canção ou vibração dá origem à descida de um corpo de devas vindos do centro cardíaco logoico para intensificar os esforços daqueles que já estavam ativos. O corpo líquido do Logos solar aparece, e a forma existe em suas seis diferenciações. A concreção é muito rápida, e a atividade torna-se consideravelmente mais violenta devido à maior densidade da substância acumulada.

O Livro logoico da Vida - O Sétimo plano - Existe em quarenta e nove capítulos.

A forma inteira está revelada. Durante a evolução deverá manifestar seu propósito e natureza. Um terceiro grupo de devas oriundos do centro laríngeo logoico aparece, e coopera com seus irmãos. Todos os fogos ardem, todos os centros estão ativos, e cada uma das quarenta e nove pétalas no quarto plano de Buddhi está produzindo uma ação reflexa no plano físico denso.

O homem, quando envolvido em um processo criativo qualquer que ele seja, ou no processo de produzir formas na Terra que corporificam uma ideia, trabalha segundo linhas semelhantes. A analogia é perfeita.

Em relação a esses seres humanos que nada criam, que somente entram em atividade quando premidos pelas circunstâncias - e eles constituem a maioria da raça humana - devemos assinalar que eles constituem uma parte da atividade criativa de alguma entidade maior e mais avançada. À medida que prossegue a evolução autoconsciente, um número cada vez maior de membros da família humana tornar-se-ão criadores e trabalhadores inteligentes em conexão com a substância dévica. Nas etapas iniciais dessa dissociação da antiga atitude passiva, haverá uma revolta contra a lei e a ordem, uma recusa a serem governados, e uma evidente disposição para seguir seus próprios conceitos e ignorar os interesses do grupo, grande ou pequeno. Este aparente defeito encontrará remédio na própria experiência e evolução, e à medida que a consciência despertar para as vibrações superiores, o homem perceberá o propósito e o plano da Inteligência dirigente do seu grupo. Ele despertará para a beleza do plano e subordinará seus próprios interesses ao interesse maior e passará a cooperar de forma inteligente. O poder criativo que fora antes de natureza separatista, será oferecido de bom grado a uma energia maior, e seus pequenos planos e ideias fundir-se-ão aos planos maiores. Ele não voltará a ser uma unidade passiva, empurrada daqui para ali pela energia de seu grupo, pois ele tornou-se uma força positiva, potente, ativa, auto imolado através do reconhecimento inteligente do plano maior.

Ele compreenderá que há forças vivas na natureza, e à medida que a energia superior vibrar através dele, seus próprios poderes latentes serão despertados. Ele verá e conhecerá as forças dévicas e, portanto, poderá trabalhar inteligentemente com elas. Algumas ele controlará e manipulará; colaborará com outras; e a outras ele obedecerá.

É na compreensão destes fatos a respeito da substância dévica, do poder do som, da lei de vibração, e da sua habilidade em produzir formas em conformidade com a lei, que se reconhece o verdadeiro mago. Aqui se encontra uma das diferenças existentes entre os magos da Boa Lei e os do Caminho da Mão Esquerda. O mago branco pode controlar e manipular a substância dévica, e o faz cooperando inteligentemente com os construtores maiores. Devido à pureza e santidade de sua vida, e o alto grau de sua própria vibração, ele pode entrarem contato com devas de todos os graus. O mago das sombras controla e manipula a substância dévica, nos planos astral e físico, e nos níveis inferiores do plano mental, através da força de sua própria vibração e conhecimento, porém, sem a cooperação dos construtores dirigentes. Estes, o mago das sombras não pode contatar, porque seu caráter é impuro devido ao seu egoísmo, e sua vibração demasiado baixa; seu poder, portanto, é limitado e destrutivo, embora seja imenso dentro de certas restrições.

Os devas do duplo etérico dividem-se em dois grupos. São eles os construtores menores que, sob a direção dos construtores maiores, formam o duplo etérico de tudo que pode ser visto e tudo que é tangível no plano físico denso. Constituem imensas legiões onipresentes; reúnem e constroem o material necessário para formar o duplo etérico de tudo que existe, e o fazem regidos por certas leis e trabalhando sob certas restrições. Na fraseologia ocultista, são chamados “os devas que ouvem", pois são eles que captam a nota e tom particulares emitidos pelos transmissores do som do plano físico, som esse necessário para reunir a substância para qualquer forma planejada. Também se diz que eles “possuem ouvidos, porém não veem.” Eles trabalham em estreita cooperação com os elementais do corpo físico denso, o segundo grupo, denominado “os elementais que veem.” Estes existem na matéria dos três subplanos inferiores e podem, portanto, no sentido ocultista, “ver” no plano objetivo, o que sempre implica numa analogia entre visão e conhecimento. Os “construtores que ouvem" reúnem o material; os “elementais que veem” tomam desse material e o constroem em uma forma específica. Eles existem em muitos grupos, de acordo com o ponto de sua evolução, e alguns deles podem ser tabulados como segue:

1. Os Construtores do veículo humano.

Constituem o grupo superior mais altamente especializado de construtores menores, do qual trataremos detalhadamente mais tarde.

2. Os construtores das formas, em suas duas divisões, nos três reinos da natureza.

Primeiro. Os construtores do reino mineral. Trabalhadores ocultamente chamados “os alquimistas elementais.” Encontram-se em muitos grupos relacionados com diferentes elementos, metais, substâncias químicas e minerais, e com aquilo que chamamos substâncias ativas e radioativas. São os guardiões de dois segredos, o da metalização da Mônada, e o segredo da transmutação dos metais.

Segundo. Os construtores do reino vegetal. Existem em muitos grupos, e são chamados “os alquimistas da superfície”, e “as unidades ponte.” Constroem o duplo etérico de cada forma da vida vegetal, e, assim como os “alquimistas” do reino mineral estão principalmente envolvidos com a ação do fogo, estes trabalhadores alquímicos estão envolvidos com a ação líquida da manifestação divina. Eles trabalham, pois, em cooperação com os devas das águas, ou substancia líquida, enquanto o primeiro grupo mencionado trabalha com os devas gasosos. Esta informação é apenas um indício, que não pode ser detalhado devido ao perigo que acompanha o conhecimento a ser alcançado. Estes grupos ocultam três segredos: um diz respeito ao sistema solar anterior, ou o sistema solar verde; um outro diz respeito às leis de construção de pontes, ou seja, as leis da interação entre os reinos da natureza, e o terceiro está relacionado à história da segunda ronda; quando este segredo for revelado, tornar-se-á claro porque o homem, sob a lei, deve ser vegetariano e não carnívoro. Os cientistas já estão descobrindo certas coisas a respeito do segundo segredo, e podem esperar alguns indícios sobre o primeiro à medida que aumentem seus conhecimentos sobre a cor. Somente serão dadas indicações sobe o terceiro segredo quando a sexta raça esteja vivendo sobre a Terra.

Terceiro. Os construtores de todas as formas etéricas animais. Estes constituem um grupo estreitamente aliado àqueles que constroem a forma humana. Vieram em grande número de um reservatório de energia mantidos em estado quiescente até que a condição física de qualquer esquema justifique sua atividade. Com eles veio, também, grande parte daquilo que é responsável pela triste condição atual, pois grande parte do medo, ódio e condições destrutivas encontradas entre os animais, deve- se ao fato de serem seus corpos construídos, e o trabalho de sua evolução desenvolvido, por “deuses imperfeitos”, como diz H. P. B., trabalhando em matéria imperfeita e ainda imperfeitamente manipulada. O segredo do medo está oculto no corpo etérico, e no particular tipo de substância com o qual possa estar construído.

3. Os construtores da teia etérica planetária.

Eles existem em três divisões e seu trabalho é extremamente obscuro:

a. A materialização da teia. Somente foi aperfeiçoada na quarta ronda, e propositadamente acelerada em conexão com o nosso planeta devido às condições cármicas, e sob a lei da necessidade espiritual. Encontramos uma correspondência disto no caso do próprio homem. No começo da quarta raça- raiz, a teia etérica encontrava-se muito frouxamente coordenada no homem. A necessidade espiritual forçou sua rápida consolidação, e agora está constituída de tal maneira que forma uma barreira entre o plano físico e o astral.

b. A preservação da teia planetária. Continuará até à sexta ronda. Durante este período, a evolução espiritual prosseguirá com um certo grau de segurança planetária, uma vez que a teia protege contra certas influências solares, e atua grandemente como um crivo e um distribuidor de forças solares.

c. A destruição da teia. Isto tem lugar por volta do fim da evolução planetária, permitindo assim que a vida planetária aprisionada possa escapar e a essência seja absorvida pelo seu sintetizador. Somente as palavras perfuração e desintegração podem descrever o processo de destruição.

4.Os construtores do corpo etérico da Entidade planetária.

Esta grande vida involutiva terá que permanecer um mistério por muitos aeons. Seu corpo etérico está agora em processo de construção, e somente em um outro sistema solar assumirá forma física definida. Ainda não foi gerada energia suficiente para permitir sua manifestação objetiva, e por isso ela permanece ainda subjetiva. Tem ela também sua correspondência solar.

5. Os construtores do corpo planetário.

Isto prossegue sob a mesma lei do sistema solar e do homem, porém, como no sistema solar, continua nos planos superiores. Recomenda-se aos estudantes que estabeleçam a relação entre os planos solar e cósmico, especificamente nesta conexão.

6. O duplo etérico de tudo que o homem cria.

Há um grupo especial de construtores etéricos que, sob o carma, são forçados a agir juntamente com os seres humanos.

Estes são apenas alguns dentre os muitos grupos que poderíamos mencionar, porém pouco seria o benefício resultante, já que apenas breves indicações podem ser divulgadas. Não é seguro ou aconselhável, por enquanto, divulgar conhecimentos sobre os trabalhadores na matéria etérica, pois permitiria aos homens entrar em contato com eles, como tampouco é aconselhável, por enquanto, ligar coerentemente os fatos espalhados já divulgados em livros ocultistas. A ciência está à beira da descoberta e já invadindo o terreno dos devas construtores. É preciso muito cuidado. Contudo, se as indicações dadas acima forem estudadas, se meditarmos sobre os vários segredos dos construtores, e se também meditarmos, cuidadosa e persistentemente, sobre o lado esotérico da Maçonaria, o trabalho do Grande Arquiteto e Seus muitos assistentes será visto com maior clareza e em maior profundidade. Podemos dar aqui uma sugestão, sem esquecer que o trabalho é duplo:

A construção do tabernáculo, ou de formas temporárias, constitui o trabalho do Divino Carpinteiro, enquanto que a construção do Templo de Salomão, ou seja, a construção de uma estrutura mais permanente, é o trabalho do Arquiteto Supervisor. Um diz respeito à Maçonaria operativa, e o outro, à Maçonaria especulativa, no verdadeiro significado esotérico da palavra.

Os devas que com sua própria substância, formam o duplo etérico de todos os objetos, precisam também ser considerados. Estes construtores constituem a soma total de toda a substância do plano físico, e constituem a matéria dos níveis etéricos do plano físico.Eles existem, portanto, em quatro grupos, e cada grupo possui uma curiosa relação cármica com um dos quatro reinos da natureza:

Grupo Plano Reino
Primeiro Um Humano
Segundo Dois Animal
Terceiro Três Vegetal
Quarto Quatro Mineral

A substância da forma física mais elevada do ser humano é, portanto, a atômica. O corpo físico de um Mestre é feito de matéria atômica, e quando Ele deseja materializá-lo no plano físico denso, Ele forma um envoltório de substância gasosa sobre essa matéria atômica, detalhando todos os traços físicos conhecidos. A substância da forma mais elevada do corpo animal é a do segundo éter, e é aqui que se encontra a pista para a relação existente entre todas as formas marinhas e aquáticas e os animais. A substância mais elevada para a forma vegetal de vida é a do terceiro éter. Estes fatos serão comprovados na sétima ronda, quando os atuais três reinos da natureza - o humano, o animal e o vegetal - existirão objetivamente em matéria etérica, a qual constituirá para eles sua mais densa manifestação. O reino mineral encontrará sua mais elevada manifestação na matéria do quarto éter, e esta transmutação já está ocorrendo, pois todas as substâncias radioativas que estão agora sendo descobertas, estão literalmente, tornado-se matéria do quarto éter. O reino mineral está relativamente aproximando- se de sua possível perfeição manvantárica, e quando alcançamos a sétima ronda, todas as vidas minerais (não as formas) terão sido transferidas para um outro planeta. Isto não acontecerá aos outros três reinos.

A atuação sobre a substância dévica etérica é efetuada de dois modos:

Ela é despertada para uma atividade específica pelo soar de uma palavra do plano físico, e é construída em formas pelos construtores menores.

É evidente, portanto, que essa substância está sujeita à influência de dois tipos de força ou energia.

Vamos agora abordar brevemente o assunto do trabalho dos devas que constroem o corpo etérico e físico denso do homem. Dividindo nossos pensamentos em duas partes, cobriremos o terreno mais facilmente, tratando primeiro dos devas construtores e do microcosmo, e a seguir, tratando dos construtores menores dos níveis etéricos.

d. Elementais e o Microcosmo.

O homem e os devas construtores. Durante o processo de sua evolução, e à medida que segue o método da reencarnação, o homem trabalha com quatro tipos de construtores e três graus superiores de essência construtiva ou substância dévica.

Ele liga-se aos devas transmissores relacionados com o microcosmo no quarto subplano do plano mental, e nos subplanos atômicos dos planos astral e físico. A seguir, liga-se aos devas envolvidos com:

1. A unidade mental.
2. O átomo astral permanente.
3. O átomo físico permanente.

Ele coopera com o trabalho dos devas construtores que formam o corpo etérico, e influencia os devas construtores das substâncias físicas densas, de modo que o veículo físico necessário para sua manifestação objetiva se torne uma realidade.

Estes são os quatro principais grupos de devas influenciados por qualquer Ego em particular. Unidos, eles produzem o homem inferior, e trazem à manifestação a Personalidade, aquele reflexo do Ego e sombra da Mônada. Os três graus da essência com a qual as formas são construídas, através da atividade dos quatro grupos acima citados, são aqui brevemente reconhecidos como substância mental, construída em um corpo mental; substância astral, construída em um veículo astral; e a matéria do corpo físico. Estes sete grupos, em sua totalidade, formam aquilo que podemos chamar de aspecto Brahma do microcosmo.

Sob um outro ponto de vista, poder-se-ia pensar que estamos estudando a ação do Anjo Solar, ou Senhor solar, exercida sobre os anjos lunares, e o processo pelo qual o Senhor solar impõe um determinado ritmo e vibração sobre diferentes aspectos da manifestação inferior. Esotericamente, tudo isto está oculto nas palavras de um escrito muito antigo que diz:

“À medida que gira, a lua reflete. À medida que reflete, ela provoca resposta naquilo que falhou em irradiar. Os três, o Sol, a Lua, e a Mãe, produzem aquilo que percorre um pequeno ciclo, e se queima.”

O primeiro passo dado pelo Ego com o fim de produzir uma “sombra” está expresso nas palavras “O Ego emite a sua nota.” Ele emite a sua voz, e (assim como no processo logoico) “o exército da voz” responde imediatamente, um exército menor, é claro. De acordo com a profundidade ou a altura da nota, e de acordo com seu volume, assim será o status ou grau do deva construtor que responde ao chamado. Portanto, esta nota egoica produz certos efeitos:

Ela põe em atividade os devas transmissores do som, os quais emitem a palavra.

Esta alcança “os devas que ouvem” do segundo grau, os quais tomam da palavra e a elaboram em uma frase mântrica. O processo de construção começa claramente de modo tríplice e sequencial. O corpo mental começa a coordenar-se em três etapas, sendo que todas as etapas de construção se sobrepõem. Quando, por exemplo, a coordenação do corpo mental está na sua segunda etapa, tem início a primeira etapa de concreção do astral. Isto é continuado durante sete etapas (três principais e quatro secundárias) que se sobrepõem de modo intrincado. Novamente, quando a segunda etapa é alcançada, produz-se uma vibração que desperta resposta na matéria etérica do plano físico e os construtores do duplo etérico dão início à sua atividade. Novamente o processo é repetido. Quando a segunda etapa do trabalho destes devas etéricos está começado, tem lugar a concepção no plano físico. Este é um ponto muito importante a ser lembrado, pois apresenta todo o processo do nascimento humano claramente de acordo com a lei cármica estabelecida. Mostra a estreita conexão entre o que é subjetivo e o que é tangível e visível. A construção do corpo físico prossegue, igual às três etapas durante o período pré-natal:

a. O trabalho dos devas construtores durante os três meses e meio anteriores à instalação da vida.

b. O trabalho de construção durante os três meses e meio seguintes do período de gestação.

c. O processo final de concreção levado a cabo durante os dois meses restantes.

Talvez os estudantes se interessassem em estabelecer a correspondência deste método de produzir a manifestação evolutiva, em um esquema planetário, com suas rondas e raças, e um sistema solar, com seus manvantaras e ciclos ainda maiores.

Resumindo este rápido relato, diremos que o trabalho dos devas etéricos não cessa com o nascimento do homem - continua igualmente em três etapas, o que encontra uma estreita analogia no período de vida de um sistema solar.

Primeiro, seu trabalho volta-se para o constante crescimento do veículo físico humano, de modo que ele possa acompanhar, com exatidão, as linhas de crescimento dos dois corpos mais sutis. Isto continua até à maturidade. A etapa seguinte é aquela em que seu trabalho se volta principalmente para a reparação e preservação do corpo, durante os anos de máxima plenitude, para que o ser humano possa estar à altura do propósito da vida subjetiva, um propósito que, necessariamente, varia de acordo com a etapa de desenvolvimento do ser humano. Finalmente, chega a etapa em que cessa o trabalho de construção. A vitalidade no corpo etérico decresce e têm início os processos de destruição. O Ego começa a recolher suas forças. O “som” torna-se fraco e indistinto; há cada vez menos volume que os transmissores possam passar adiante, e a vibração inicial torna-se cada vez mais débil. Chega, então, o período de obscurecimento. Primeiro o corpo físico torna-se fraco e inútil; a seguir, o Ego retira-se dos centros e, por algumas horas, funciona no duplo etérico. Este, por sua vez, é desvitalizado, e assim o processo continua até que, um por um os envoltórios são descartados, e dissipada a “sombra” egoica.

O trabalho dos devas construtores.

Vamos agora tratar do trabalho dos devas construtores, dividindo- os em dois grupos:

a. Aqueles relacionados com os átomos permanentes.
b. Aqueles responsáveis pelo processo de construção.

Os devas dos átomos permanentes. Este particular grupo de devas são o agregado de vidas que formam a unidade mental e os dois átomos permanentes, os quais, como sabemos, encontram-se na periferia causal, e são pontos focais de energia egoica. Eles são, na verdade, o tipo mais elevado de devas construtores, formando um grupo de vidas estreitamente vinculadas aos Anjos solares. Existem em sete grupos conectados com três das espirilas do átomo físico permanente logoico. Essas três espirilas representam para esses sete grupos de vidas o mesmo que os três raios maiores representam para os sete grupos de raios nos subplanos egoicos do plano mental. Esta é uma frase merecedora da meditação atenciosa, pois poderá revelar muita informação ao pensador intuitivo. Há uma correspondência entre as três tríades atômicas permanentes e o aparecimento do homem na terceira raça-raiz. Uma sequência curiosamente interessante das três linhas de força pode ver-se em:

a. As tríades da alma grupal involutiva.
b. O aparecimento do homem de natureza tríplice na terceira raça-raiz.
c. As tríades nos corpos causais de qualquer unidade autoconsciente.

Estes devas construtores recebem o som emitido pelo Ego, por intermédio de certas agências dévicas transmissoras e mediante a vibração que isto ocasiona impulsiona à atividade e à essência dévica que circunda em seus dois grupos:

a. Aqueles que constroem a forma.
b. Aqueles que são construídos dentro da forma.

Eles somente afetam aqueles que apresentam vibração análoga. As etapas da construção de qualquer das quatro formas através das quais o homem inferior (o Quaternário) funciona, seguem exatamente etapas análogas às da construção do corpo físico denso, por exemplo, de um planeta, ou de um sistema solar. O percurso pode ser acompanhado desde as nebulosas e caóticas etapas do ígneo ao sólido, ou ao relativamente sólido, quando se trata de um corpo sutil. Não é necessário alongarmo-nos mais sobre este assunto. H. P. B. descreveu estas etapas na Doutrina Secreta (86), e nós falamos sobre elas na parte inicial deste Tratado.

Já devotamos algum tempo ao trabalho dos devas transmissores, nos três planos nos três mundos, e ao trabalho dos devas relacionados àqueles pontos focais relativamente permanentes - os átomos dentro da periferia causal. Podemos agora considerar o grupo de construtores que, respondendo à nota dos agentes transmissores, e à vibração inicial do segundo grupo de construtores relacionados com o tríplice eu inferior, iniciam o trabalho de agregar e moldar a substância viva necessária para a manifestação egoica nos planos inferiores.

Nós já vimos que as três primeiras etapas do trabalho egoico são:

1. A emissão da nota apropriada, a qual indica o lugar do homem na evolução, e a natureza de sua “psique” ou Ego.

2. A transmissão dessa nota pelo Anjo solar, e os três grupos de devas relacionados com os três átomos permanentes.

3. A vibração iniciada dentro desses átomos de acordo com a nota emitida e que se torna tão forte a ponto de se fazer sentir na substância dévica circundante e assim despertando resposta.

Estas etapas podem ser consideradas como as três primárias, demonstrando (em relação ao microcosmo) os três fatores de som, cor e vibração, os quais, segundo a Lei de Correspondência, refletem os três aspectos do macrocosmo. Encontramos aqui também uma semelhança com o trabalho dos três primeiros Sephiroths da Kabbalah - a etapa primitiva da manifestação encontrando seu pálido reflexo no trabalho do Ego nos três mundos.

Tem agora lugar a segunda etapa, na qual o trabalho de construção prossegue até que o microcosmo, o homem, aparece no plano físico. Segue-se uma terceira etapa de evolução, na qual a natureza psíquica do homem demonstra-se por intermédio das formas criadas. Então veem-se os dois grupos seguintes de Sephiroths reproduzidos no homem. Sob outro ângulo, o homem manifesta-se como nônuplo, porém, nesta parte do trabalho, só estamos tratando dos construtores da forma.

Os grupos de construtores são em número de quatro:

1. Os construtores do corpo mental.
2. Os construtores do corpo astral.
3. Os construtores do corpo etérico.
4. Os construtores do físico denso.

Cada um desses grupos pode ser subdividido em quatro, ou sete, ou três, de acordo com o plano envolvido. Os estudantes devem lembrar-se que a matéria dos dois subplanos mais inferiores dos planos físico e astral jamais é usada na construção do corpo humano, tal como é atualmente constituído, porque a vibração é demasiado fraca e de grau tosco demais, mesmo para o tipo mais baixo de homem existente atualmente na Terra. É preciso lembrar, também, que no homem comum, a matéria de algum subplano será preponderante, de acordo com a profundidade de sua natureza, e o lugar que ele ocupa na escada da evolução. Os “construtores” do corpo humano trabalham sob a direção de um dos Senhores do Carma do grupo mais inferior. Estes Senhores formam três grupos, e um Senhor do terceiro grupo supervisiona os construtores do ser humano nos três planos. Estão também sob sua liderança os seguintes agentes cármicos:

1. Três agentes cármicos que respondem aos Senhores do Carma pelo trabalho nos três planos.

2. Cinco Senhores do Carma que trabalham em estreita conexão com os Manus das várias raças, e que são responsáveis pela correta construção dos vários tipos raciais.

3. Agentes cármicos responsáveis pelos tipos da sub-raça atual.

4. Certos agentes intermediários que representam (dentro desses três grupos) os sete tipos de Raio.

5. Aqueles agentes da boa Lei que estão especificamente relacionados com o trabalho dos centros etéricos, e sua resposta aos diferentes centros planetários.

6. Os responsáveis pelos registros.

Estas várias inteligências manipulam as forças construtoras por meio de correntes de energia, as quais entram em movimento quando o Ego emite a sua nota. É preciso lembrar que, em maior ou menor grau, em seu próprio plano o Ego está ciente do seu carma, e do que precisa ser feito para promover o crescimento durante a encarnação que se aproxima. Assim, ele trabalha em conexão com esses Senhores, porém entra apenas diretamente em contato com um agente do sexto grupo e um do quarto grupo. É através destes dois agentes que o trabalho prossegue, no que diz respeito ao Ego individualmente, pois são eles que põem em movimento para o Ego - depois que ele emitiu a sua nota - a maquinaria da Lei.

Os construtores da personalidade humana também estão divididos em sete grupos principais; todos os devas, tal como é o caso das Mônadas humanas, estão sob um ou outro dos sete Raios, e respondem a uma ou outra das sete correntes egoicas de energia ígnea. De acordo com o Raio egoico de um homem, assim será o tipo de substância dévica influenciada.

Estes construtores trabalham com certos elementais, porém é somente apenas no plano físico que alguma coisa pode ser dita a respeito de sua natureza e trabalho. Estes elementais são pequeninas entidades que, aderindo ao plano tal como apresentado pelos construtores, vão às cegas construindo a estrutura do corpo e formando os envoltórios através dos quais o Ego se irá expressar. Nos planos etéricos, eles produzem o “envoltório” de intricadas linhas de filamentos ígneos entrelaçados, o qual é, na realidade, uma extensão do sutratma, ou fio da vida. À medida que ele vai sendo tecido e entrelaçado vai sendo também vitalizado com a energia da vida enviada pelo Ego, assim como Shiva, o Pai, dá ao Filho o verdadeiro “bios” ou vida, enquanto a Mãe aquece, constrói, e nutre o corpo. O trabalho dos elementais etéricos alcança sua consumação quando o sutratma é conectado com os três centros da natureza física dentro do crânio - a glândula pineal, o corpo pituitário, e o centro alta maior. Sob o ponto de vista ocultista, a mais importante conexão é a entrada do sutratma no centro no alto da cabeça, aquele através do qual a vida do corpo etérico se retira no momento da morte. Este é o ponto vital. Ali, o “fio” da vida, uma vez completados os sete anos de vida de uma criança, divide-se em três e alcança os três centros. A compreensão deste fato será eventualmente de grande interesse para os cientistas. Grande parte da imbecilidade, ou interrupção do desenvolvimento tem sua origem na conexão etérica com esses três centros. A teia etérica é literalmente a delgada rede de fios ígneos que se estendem sobre os centros e formam uma área de amplas dimensões; separa os dois corpos, astral e físico. Uma área similar encontra-se no sistema solar, e é através dela que as forças cósmicas têm que passar para alimentar os diferentes esquemas planetários.

São em número de três, os grupos elementais do plano físico denso que os construtores trazem à atividade:

a. Os elementais gasosos.
b. Os elementais líquidos.
c. Os elementais estritamente densos.

Um grupo ocupa-se dos canais ígneos, dos fogos do corpo humano, e dos diferentes gases encontrados dentro da periferia humana. Um outro grupo trabalha com o sistema circulatório, e com todos os líquidos, fluidos e secreções do corpo; enquanto o terceiro está largamente envolvido com a construção da estrutura, através da correta distribuição de minerais e substâncias químicas. Há aqui uma sugestão ligada à medicina; é ocultamente verdade que, assim como os devas e os elementais líquidos estão estreitamente relacionados com o reino vegetal, e ambos com o plano das emoções, o corpo líquido logoico, também as enfermidades dos homens que afetam o sistema circulatório, os rins, a bexiga, e a lubrificação das articulações, encontrarão a CURA nos componentes vegetais, e acima de tudo, no correto ajustamento da natureza emocional.

Várias outras influências têm de ser consideradas, além das já mencionadas, quando se discute o assunto do trabalho desses construtores do corpo do homem. Eles não somente são afetados

a. pela nota do homem em questão;

b. pela cor extravasada pelos agentes transmissores;

c. pelos agentes cármicos; como também passam a ser controlados:

d. pelo carma grupal e vibração que introduzirá um outro grupo de agentes e construtores, afetando assim os corpos do homem;

e. pelo carma racial, uma extensão do carma grupal;

f. pelas forças, oriundas de outro esquema, que atuam sobre o planeta, ou através da formação de um triângulo sistêmico;

g. por um triângulo sistêmico de força de um tipo específico que possa atrair entidades e energias de qualquer esquema particular incidindo sobre o carma do Logos planetário.

Tornar-se evidente, portanto, a complexidade deste assunto e quão verdadeiramente cada ser humano é o resultado de algum tipo de força - primordialmente, da força egoica, mas também da força planetária, e mesmo até da força sistêmica. Contudo, homem algum jamais foi colocado em circunstâncias que sejam incontornáveis, uma vez tenha ele alcançado o ponto onde ele se coloca inteligentemente ao lado da evolução, ou seja, de Deus. Antes disso, ele pode ser, e será, impulsionado para o outro lado, pelas tormentas da vida; a pressão do grupo e o carma racial o forçará a situações necessárias para o processo de despertá-lo para suas próprias possibilidades inatas. Porém, quando ele se torna o consciente construtor de si mesmo - procurando controlar as forças e os construtores de sua natureza inferior, e construir o Templo de Salomão - então ele não mais fica sujeito às condições anteriores. Ele torna-se um regente, um construtor, e um transmissor, até que chegue o momento em que ele se torne um com os Anjos solares, e o trabalho da evolução humana tenha sido completado.

O que foi dito acima é muito superficial, e só foi mencionado aquilo que tem um profundo significado para o homem na atualidade. Muitas coisas precisarão ser deduzidas e outras se revelarão sob a Lei de Correspondências. Também teremos que lembrar sempre que a nossa concepção básica é a da energia ígnea, de centros de força postos em movimento, e mantidos em ativa vibração, pela pulsação de centros ainda maiores. Cada vida é construída de átomos ígneos, ou vidas energéticas, através de vidas maiores, e mantidas coesas dentro de invólucros ainda maiores - esse invólucro maior representando para o menor o mesmo que o macrocosmo representa para o microcosmo. Todos esses grupos de vidas construtoras podem ser divididos em três grupos de unidades de energia, e sua natureza deduzida pelas frases:

1. Grupos de vidas animadas pela energia dinâmica.
2. Grupos de vidas animadas pela energia radiante.
3. Grupos de vidas animadas pela energia atômica.

Estes grupos de vidas constituem a soma total dos três fogos, o fogo elétrico, o fogo solar, e o fogo por fricção. Em termos do plano físico cósmico, vemos a correspondência com o plano sistêmico, na seguinte tabulação:

1. Energia dinâmica fogo elétrico subplano atômico. Primeira substância elétrica. Plano adi.
2. Energia radiante fogo solar três níveis elétricos cósmicos. Corpo etérico logoico.
3. Energia atômico fogo por fricção três planos dos três mundos. Veículo denso logoico.

Será interessante observarmos como esta mesma ordem será refletida em cada plano.


Notas:

80 80 D. S., seção X, vol. 1, 384, 435; II, 306.
81 Bíblia, Gen., 1:2.
82 “Mede a tua vida em vez dos teus bens, Não pelo vinho bebido mas pelo vinho distribuído; Pois a força do Amor está no sacrifício do Amor, E Aquele que mais sofre mais tem para dar.” Os Discípulos, por Mrs. Hamilton King.
83 Se o homem puder chegar a compreender a natureza de seu próprio ser e de sua constituição, e puder ser levado a compreender que aquilo que ocorre tem um fundamento lógico, e se aos pensadores da raça for possível mostrar os riscos incidentes aos acontecimentos atuais na evolução dévica, grandes perigos podem ser evitados. Daí a decisão de ampliar este livro para incluir informações mais detalhadas a respeito da evolução dévica.
84 A Doutrina Secreta diz que: Deus, Mônada e Átomo são as correspondências de Espírito, Mente e Corpo. D. S., I, 679. O Logos está manifestando-Se neste mahamanvantara como Manas (os Divinos Manasaputras em sua totalidade) utilizando corpos atômicos para propósitos evolutivos e tendo em vista o desenvolvimento do segundo aspecto de buddhi ou sabedoria. A sabedoria precisa ter, como base, manas ou a mente inteligente. Ele é a soma total da Inteligência em evolução com o fim de desenvolver o Amor.

85 Sons Mântricos.

Um mantra é uma combinação de sons, de palavras e frases que, em virtude de certos efeitos rítimicos, alcançam resultados que de outro modo seriam impossíveis. O mais sagrado dos mantras orientais até agora apresentados ao público, está contido nas palavras: “Om mani padme hum”. Cada sílaba desta frase tem uma potência secreta, e sua totalidade tem vários significados e pode produzir sete resultados diferentes.

Há várias formas mântricas baseadas nesta fórmula e na Palavra Sagrada, as quais, emitidas ritmicamente e em diferentes tonalidades, alcançam certos fins desejados, como o de invocar anjos ou devas proterores, ou realizar um trabalho definido, construtivo ou destrutivo, nos planos.

A potência de um mantra depende do ponto de evolução do homem que o emprega. Pronunciado por um homem comum, serve para estimular o bem dentro de seus corpos, para protegê-lo, e também exercerá uma influência benéfica em seu meio ambiente. Pronunciado por um adepto ou iniciado, suas possibilidades para o bem são infinitas e de largo alcance.

Há muitos tipos de mantras que podemos enumerar como:

1. Alguns muito esotéricos, no idioma senzar, que estão sob a custódia da Grande Loja Branca

2. Alguns mantras sânscritos empregados por iniciados e adeptos.

3. Mantras relacionados aos diferentes raios.

4. Mantras usados na cura.

5. Mantras usados nos departamentos seja do Manu, do Bodhisattva, ou do Mahachohan.

6. Mantras usados em relação aos reinos dos devas e dos elementais.

7. Mantras especiais relacionados com o fogo.

A potência de todos estes mantras depende do som e ritmo e da ênfase silábica quando eles são emitidos e entoados. Também dependem da capacidade do homem que os usa para visualizar e querer aquilo que deseja.


86 D.S., I, 279, 280

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