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Livros de Alice Bailey

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico

Índice Geral das Matérias

Seção Dois - Divisão D - Elementais do Pensamento e Elementais do Fogo
I. PENSAMENTOS-FORMA
II. ELEMENTAIS DO PENSAMENTO E DEVAS
III. O HOMEM, UM CRIADOR NA MATÉRIA MENTAL
IV. O HOMEM E OS ESPÍRITOS DO FOGO OU CONSTRUTORES
II. Elementais do Pensamento e Devas
3. Os Anjos Solares e os Agnishvattas
....Observações Preliminares
a. O Quinto Princípio
b. Sobre a Individualização
c. Sobre a Encarnação
d. A Construção do Corpo Causal

c. Sobre a Encarnação

(a.) Cósmica, Planetária e Humana. Deixamos agora o estudo da autoconsciência, que é produzida por meio do tipo particular de substância dévica que os Agnishvattas fornecem para o corpo do Ego, e passamos a estudar a encarnação cósmica, planetária e humana. Alguma ideia a respeito da constituição desses Pitris solares e Manasadevas pode ocorrer ao estudante que refletir sobre o lugar da unidade egoica, no corpo do Logos planetário, e no particular centro do qual ele forma uma parte componente. Esses Manasadevas e Dhyan Chohans que produzem a autoconsciência no homem, constituem, de fato, a energia e substância do Homem Celestial cósmico.

Em sua raiz, o significado da palavra “encarnação” transmite a verdade fundamental envolvida na tomada de um corpo físico denso, e tecnicamente, deveria ser somente aplicada àquele período da manifestação que concerne os três subplanos inferiores do:

a. Plano físico cósmico, em relação a um Logos solar e a um Logos planetário.

b. Plano físico sistêmico, em relação ao homem.

Esta conotação tem sido preservada no que tange às entidades cósmicas; porém, quando se trata do homem, o termo tem sido aplicado à unificação do duplo etérico com o corpo físico denso, ou com a apropriação, pelo homem, do veículo composto da substância do subplano inferior do plano físico cósmico, em seus aspectos mais inferiores. Esta distinção tem um certo significado que deveria ser lembrado. Esta apropriação é governada pelas mesmas leis que governaram a apropriação, pelo Logos, de Seu veículo físico. Para termos uma ideia sobre qual é esse procedimento, seria interessante se considerássemos os diferentes tipos de pralaya, e refletíssemos sobre aqueles períodos que transcorrem entre as encarnações. Do ponto de vista de qualquer unidade envolvida, um pralaya é um período de quiescência, de interrupção de um particular tipo de atividade, envolvendo a objetividade; não obstante, sob o ponto de vista do grande todo, com o qual a unidade possa estar envolvida, um pralaya pode ser considerado como meramente uma transferência de força de uma direção para outra. Embora a unidade possa estar temporariamente desvitalizada, no que tange à forma, ainda assim, a Entidade maior persiste, e está ainda ativa.

Vamos tratar do assunto primeiro sob o ponto de vista humano, e estudar o pralaya no que ele afeta a Mônada em encarnação. (44) Há cinco tipos de pralaya com os quais podemos legitimamente nos ocuparmos. Devemos primeiro notar o fato de que esta é primariamente uma condição concernente ao relacionamento entre Espírito e matéria, no qual é produzida uma condição na substância pela ação do fator energizador, isto é, o Espírito. Isso tem a ver, portanto, com a relação dos devas maiores à medida que Eles executam Seu trabalho de construção da forma sob a Lei da Vontade de Deus, com os devas menores que representam a substância viva. Será evidente para o estudante que isso diz respeito à relação do Espírito Santo com a Mãe na produção do Filho, e a seguir, com a relação do Filho com a Mãe. Se as ideias formuladas neste tratado tiverem sido cuidadosamente seguidas, será óbvio que, ao estudarmos a questão do pralaya, nós estamos estudando a relação, no tempo e espaço, da energia positiva do Logos solar, do Logos planetário e do Homem com a substância, somente através da qual, a manifestação é possível. Através desta relação é que a existência nos planos objetivos pode ser produzida.

(b.)A natureza do Pralaya. Podemos considerar pralaya como o trabalho de “abstração”, e como o método que põe a forma sob o aspecto Destruidor do Espírito, trabalhando sempre sob a Lei de Atração, da qual a Lei de Síntese é apenas um ramo. A lei básica do sistema é aquela que governa a relação de todos os átomos com o agregado de átomos, e o Eu com o Não-Eu. Sob o ponto de vista ocultista, é a mais poderosa demonstração de força no sistema, e se acaso a lei - inconcebivelmente - cessasse de trabalhar, instantaneamente, o sistema e todas as formas que ele contém - planetárias, humanas e outras - deixariam de existir. Por um ato da vontade, os esquemas planetários persistem, por um ato da vontade o sistema É; por um ato da vontade egoica, o homem aparece. Quando a Vontade do Logos, do Homem Celestial, e do divino Ego humano volta-se para outros fins, a substância de Seus veículos é afetada, e sobrevém a desintegração. Os cinco tipos de pralaya que dizem respeito à unidade humana são os seguintes:

(1) O período de pralaya entre duas encarnações. Este é de natureza tríplice, e afeta a substância dos três veículos, físico, astral e mental, reduzindo a forma à sua substância primitiva, e dissipando sua estrutura atômica. A energia do segundo aspecto (o construtor da forma) é retirada pela vontade do Ego, e os átomos que compõem a forma dissociam-se uns dos outros retornando ao reservatório da essência até que sejam novamente recolhidos quando soar a hora. Isto é gradualmente realizado por etapas que já conhecemos:

A primeira etapa é a retirada da força da vida do veículo etérico do tríplice corpo físico (denso, líquido e gasoso) e a consequente “queda na corrupção” e tornando-se “espalhado pelos elementos.” O homem objetivo gradualmente desvanece-se, e não mais é visto pelo olho físico, embora permaneça ainda no seu corpo etérico. Quando a visão etérica estiver desenvolvida, o pensamento sobre a morte assumirá diferentes proporções. Quando um homem puder ser visto funcionando em seu corpo físico etérico, pela maioria da raça, o abandono do corpo denso será considerado nada mais do que uma “libertação.”

A etapa seguinte é a retirada da força da vida do corpo etérico ou espiritual, e sua desvitalização. A espiral etérica nada mais é do que uma extensão de um aspecto do sutratma, ou fio, o qual é tecido pelo Ego de dentro do corpo causal, do mesmo modo como uma aranha tece a sua teia. Ele pode ser encurtado ou alongado à vontade, e quando o período de pralaya foi decidido, este fio de luz, ou fio de fogo solar (observem a palavra “solar”) é retirado e recolhido de volta ao subplano atômico onde ele ainda vitalizará o átomo permanente e o manterá conectado dentro do corpo causal. Os impulsos da vida são então - no que diz respeito ao plano físico - centralizados dentro da esfera atômica.

A terceira etapa é a retirada da força da vida da forma astral para que ela se desintegre de modo semelhante e a vida seja centralizada dentro do átomo astral permanente. Ele adquiriu um aumento de vitalidade através da existência no plano físico, e um acréscimo de cor através da experiência astral.

A etapa final para o átomo humano é a sua retirada do veículo mental. As forças da vida, após esta quádrupla abstração, estão inteiramente centralizadas dentro da esfera egoica; o contato com os três planos inferiores é ainda inerentemente possível por meio dos átomos permanentes, os centros de força dos três aspectos da personalidade.

A cada encarnação, através da utilização dos veículos, as forças da vida ganham,

a. Um aumento de atividade, que é armazenada no átomo físico permanente.

b. Um aumento de coloração, que é armazenada no átomo astral permanente.

c. Uma desenvolvida qualidade de força, ou propósito em ação, que é armazenada na unidade mental.

Todos esses ganhos são transformados em faculdades durante o devachan, (45, 46) que é um estado de consciência refletindo, na vida da Personalidade, aquele estado mais elevado que chamamos consciência nirvânica, e que é produzido pela ação egoica. Nas unidades separadas, constitui apenas um pálido reflexo (com um toque de prazer egoísta e separatista) da condição grupai que chamamos nirvânica. Neste elevado estado de consciência, cada identidade separada, embora autorrealizada, compartilha da realização grupai, e é nisso que reside a bem-aventurança para a unidade, a qual não mais sente a separação, pois somente a união e a unicidade essencial é conhecida então. Assim sendo, como podemos naturalmente deduzir, não existe devachan para o selvagem ou para o homem pouco evoluído, uma vez que eles não o merecem, e tão pouco têm a mentalidade para compreendê-lo; daí, portanto, a rapidez de suas encarnações, e a brevidade do período de pralaya. Em tais casos, o Ego, em seu próprio plano, pouco tem para assimilar do resíduo das encarnações, e por isso o princípio da vida retira-se rapidamente da forma mental impulsionando o Ego a reencarnar quase que imediatamente.

Quando a vida da personalidade for plena e rica, embora não tenha alcançado a etapa em que o eu pessoal possa conscientemente cooperar com o Ego, a personalidade atravessa períodos de nirvana, cuja duração depende do interesse da vida, e da habilidade do homem para meditar sobre a experiência. Mais tarde, quando o Ego domina a vida da personalidade, o interesse do homem volta-se para níveis superiores, e o nirvana da alma torna-se a sua meta. Ele já não se interessa pelo devachan. Por essa razão, aqueles que estão no Caminho (seja o Caminho probacionário, ou o Caminho da Iniciação) em regra geral não vão para o devachan, mas sim, encarnam imediatamente com o girar da roda da vida, desta vez com a consciente cooperação do Eu pessoal com o divino Eu, ou Ego.

(2) O período entre ciclos egoicos. Aqui está oculto o mistério das encarnações, e diz respeito à relação da unidade com seu grupo no plano egoico, antes do desdobramento da quinta pétala. Diz respeito ao homem no período entre a etapa do selvagem e a do discípulo, quando ele é um homem comum, porém ainda nas duas Câmaras. O mistério de todas as raças-raízes encontra-se aqui, e os ciclos egoicos coincidem com a construção das formas raciais, e civilizações. Um homem reencarnará muitas e muitas vezes nas várias sub-raças de uma raça- raiz até haver completado um determinado ciclo; então ele poderá ser submetido a uma condição praláyca até que, mais tarde (e às vezes muitíssimo mais tarde) numa outra raça-raiz, ele responderá ao seu chamado vibratório, e o impulso egoico para encarnar será novamente sentido. Para ilustrar este ponto, devemos lembrar que a mais avançada humanidade de hoje somente encarnou na quarta raça-raiz. Estes ciclos são um dos mistérios da iniciação, embora um dos mais antigos, e são revelados na segunda iniciação, quando então permitem ao iniciado compreender sua posição e algo sobre a natureza do impulso cármico, além de ler seu próprio registro, na luz astral.

Estes ciclos podem ser considerados como os dois períodos praláycos menores, e concernem principalmente à vida nos três mundos.

(3) Segue-se o período no qual o homem alcança a liberdade. Nesta etapa, o homem, a alma liberta, de acordo com a lei, consegue “abstrair- se” da matéria dos três mundos. Ele utilizou e trabalhou com a substância dévica e adquiriu todos os contatos vibratórios possíveis, assegurando-se de todas as “realizações” e “revelações” pretendidas; ele não mais pode ser mantido prisioneiro pelos devas. Ele está livre até que, conscientemente e voluntariamente, e numa outra ronda, ele possa retornar como membro de uma Hierarquia para continuar seu trabalho de serviço pela pouco evoluída humanidade daquele tempo distante. Como isto está relacionado aos sete caminhos de oportunidade para um Mestre, não trataremos disto aqui. (47) Este é o grande pralaya humano.

(4) Pralaya Planetário. Depois destes acontecimentos cíclicos, o homem é agora uma parte consciente de seu grupo, e um ponto vibrante em um centro no corpo do Homem Celestial, conscientemente vivo, e conscientemente sabedor de seu lugar no grande todo. Isto envolve saber qual é o centro no qual ele constitui um ponto de energia; o conhecimento do tipo de força que ele deve transmitir e manipular a partir de níveis cósmicos; e uma consciente relação com os outros seis centros na Vida planetária com a qual ele está associado.

Este período de consciente atividade na substância etérica da qual o corpo planetário é formado persiste de acordo com o carma do Senhor planetário, pois a unidade está agora conscientemente associada com o carma planetário, e é um participante no cumprimento da vontade e propósito do Senhor do Seu Raio. Nos planos superiores do sistema, esta etapa persiste durante a vida de um esquema, após o qual segue-se um período de pralaya que começa próximo do fim da sétima ronda em qualquer esquema, ou da quinta, caso a Lei da Persistência esteja atuando em ciclos de cinco. Estou falando em termos amplos e gerais; o carma das unidades difere, e um homem - de acordo com o caminho que ele escolhe após a quinta iniciação - permanece e trabalha, dentro do seu próprio esquema, porém, podem ocorrer mudanças devido aos seguintes fatores:

a. Carma planetário.
b. A vontade do Senhor do seu Raio.
c. Ordens emanando do Logos solar, as quais lhe são transmitidas após a liberação, via o Logos planetário, e por intermédio do Chohan do seu Raio.

Ele é então “abstraído” sob uma misteriosa lei planetária, a qual se aplica somente nos níveis etéricos cósmicos, e ele é transferido para a sua destinação. Se nós interpretarmos tudo que foi dito acima em termos de energia e de radioatividade, e desse modo evitarmos os perigos da interpretação materialista, o significado tornar-se-á mais claro.

(5) O Grande Pralaya. Este intervalo tem lugar ao fim de cada cem anos de Brahma, e leva à dissolução todos os tipos de formas - sutis e densas - no sistema inteiro. É um período análogo ao que foi estudado quando tratamos da abstração do homem do seu veículo etérico, e de sua habilidade então para funcionar no plano astral, dissociado de sua dupla forma física. Dentro do sistema, ao aproximar-se o fim do mahamanvantara, vemos acontecer um processo semelhante àquele a que o homem é submetido quando retira o corpo etérico do seu veículo físico denso. Isso abrange o período em que os quatro Raios menores se mesclam e fundem, buscando a dualidade, e seus opostos polares. Eventualmente os quatro tornam-se dois, os dois tornam-se um, e todos são então sintetizados no terceiro Raio maior. O tempo não é ainda chegado, pois faltam ainda incontáveis eons. É o primeiro aparecimento do aspecto destruidor em relação aos esquemas planetários, e marca o início da época quando os “Céus derreterão sob o calor fervente”, e o Sol se transformará em sete sois. (48)

A correspondência microcósmica pode ser vista no seguinte processo. O átomo físico permanente absorve toda a força da vida do corpo físico, e com isso, o calor e a luz a ele inerentes são assim aumentados até à quarta iniciação, quando as sete espirilas estão plenamente vitalizadas e vibrantes. O calor interno do átomo, acrescido do calor externo do corpo egoico onde ele tem o seu lugar, produz então aquilo que destrói o átomo permanente. Temporariamente, e justamente antes da destruição, ele torna-se um pequenino sol sétuplo, devido à radiação e atividade das espirilas. O mesmo acontece com o Sol físico do sistema; ele igualmente se transformará em sete sois quando tiver absorvido a essência da vida dos planos totalmente evoluídos e dos esquemas planetários que neles existem. A conflagração que se segue é o trabalho final do aspecto Destruidor, o qual assinala o momento do mais alto desenvolvimento da substância dévica no sistema, a consumação do trabalho de Agni e seus anjos de fogo, e a iniciação de Brahma. Então, a substância atômica se individualizará (o que, como sabemos, é a meta para o átomo) e depois do grande pralaya, o próximo sistema solar terá início com o tríplice Espírito manifestando-se através da substância que em sua essência é caracterizada pelo amor inteligente ativo. Isto é algo necessariamente incompreensível para nossas mentes de quarta ronda.

Discutimos assim, os vários tipos de pralaya, no que eles afetam a unidade humana, e vimos que cada unidade encontra eventualmente seu caminho para um dos centros astrais cósmicos daquela particular Entidade cósmica Que é o Senhor do seu Raio, e que portanto, durante o grande pralaya, essas unidades humanas que alcançaram a realização e não passaram para outros distantes centros cósmicos, encontrarão ali o seu lugar.

Antes de abordarmos o pralaya planetário e cósmico, poderíamos considerar aqui o relacionamento existente entre os Agnishvattas - os quais causaram a individualização do animal humano neste planeta - e outros ciclos prévios de evolução, e por que razão somente nos ocupamos deles sob o ponto de vista de um mahamanvantara, e de um kalpa. A razão é que não consideramos especificamente o grupo de Agnishvattas, Kumaras e Rudras relacionados com a Terra, uma vez que este tema tem sido tratado inteiramente sob o ponto de vista planetário, e não sob o ângulo da família humana. Tudo que o estudante que procura informação detalhada, sobre os Agnishvattas da cadeia Terrestre, tem a fazer é estudar a Doutrina Secreta. De nossa parte, tentamos conduzir o pensamento do estudante para além de sua própria e pequenina esfera, para considerarmos o trabalho dos Manasadevas, no sistema solar. Em todos os esquemas Eles têm o Seu lugar, porém, em alguns - como no esquema de Júpiter - Eles estão apenas começando Seu trabalho, e em outros - como nos esquema de Vulcano e Vênus - Seu trabalho está quase completo. Vênus está em sua última ronda, e seu quarto reino desenvolveu-se quase à perfeição, ou o tanto que é possível no sistema. No esquema da Terra, Eles estão trabalhando ativamente, mas somente na próxima ronda é que veremos o auge de Sua atividade. Eles passam ciclicamente através dos esquemas, de acordo com a Lei - Lei do Carma para o Logos planetário - pois Eles estão essencialmente ocupados com Sua Vida à medida que ativam Seus centros. Eles entram em um esquema numa onda de energia manásica emanada do centro da cabeça do Logos, e ao passar através de Seu centro cardíaco, três coisas acontecem:

1. Eles diferenciam-Se em sete grupos.

2. Eles Próprios direcionam as correntes de energia para algum esquema em particular.

3. É Seu contato com um esquema que produz a manifestação da Quarta Hierarquia Criadora, e conduz as Mônadas à tomada de forma nos três mundos.

Estas entidades que Se sacrificam pela Hierarquia humana (e devemos notar aqui a exatidão do fato que Eles emanam do centro coronário logoico, ou aspecto vontade), são os verdadeiros Salvadores que dão Suas vidas para o bem da raça. Eles representam para a totalidade dos esquemas, o mesmo que a Hierarquia Oculta de qualquer planeta em particular, representa para os homens desse planeta. Durante o pralaya retiram-se da manifestação (como tudo mais) e regressam para um centro cósmico, do qual o centro coronário logoico é apenas um pálido reflexo; retornam depois enriquecidos pela experiência.

Diz O Velho Comentário:

“O deva brilha com crescente luz quando a virtude da vontade já o tenha penetrado. Ele acumula cor, do mesmo modo que o ceifeiro colhe o trigo, e o armazena para alimentara multidão. Presidindo a tudo, encontra- se o deva hospedeiro, a Cabra mística. Makara é, e não é; contudo o vínculo persiste.”

Rondas sucedem-se umas às outras, mas (exceto sob o ponto de vista de um planeta em particular), os Manasadevas estão eternamente presentes, embora sua influência não seja sempre sentida.

Ao considerarmos o pralaya planetário, podemos resumidamente enumerar os seguintes períodos de quietação:

Entre Dois Globos de uma Cadeia. Isto abrange o período de abstração das sementes de toda a vida, e sua transferência de uma esfera para outra. O Manu semente de um globo reúne todas as forças da vida em Si Mesmo, assim como faz o Logos ao término de um sistema, e de uma cadeia, mantendo-as passivas em Sua aura. Isto tem a duração de um manvantara, ou um dia de Brahma.

Entre Duas Cadeias. Isto corresponde ao período de um mahamanvantara, ou um ano de Brahma. Há muitas maneiras de chegar aos ciclos maiores, mas é desnecessário confundir o leitor com a complexidade dos números. Os dez Prajapatis, ou Rishis, ou os dez Logoi planetários manifestam-Se através de Seus dez esquemas no tempo e espaço, diferindo a hora em que aparecem. Cada um deles, assim como o Logos, manifesta-Se por meio de um setenato e uma tríade, que perfazem o dez da perfeição.

Entre Dois Sistemas Solares. Isto abrange o período de cem anos de Brahma, e pelo estudo dos ciclos planetários, poderemos chegar a compreender estes ciclos maiores. Não obstante, a complicação com que se depara o estudante reside no fato de que dois dos esquemas completam seus períodos cíclicos em cinco rondas, enquanto que outros o fazem em sete; um esquema tem apenas três rondas, porém aqui está oculto um mistério: durante a ronda interna, um planeta tem que percorrer nove ciclos, antes que o propósito de seu Senhor seja cumprido.

Certos períodos mais curtos de pralaya nada têm a ver com o homem, mas sim com o átomo da matéria ao ser liberado de qualquer tipo de forma nos reinos subumanos. Pralaya é o resultado da radioatividade levado a uma conclusão.

(c) Tipos de Renascimento Humano. Ao estudarmos a construção dos pensamentos-forma, e os meios para essa construção, consideramos:

1. A substância dévica com a qual eles são construídos.

2. A energia que os anima e sua fonte de origem.

3. Seu aparecimento no tempo e espaço, ou sua encarnação.

4. Seu desaparecimento ou pralaya.

5. As entidades construtoras, as quais, de um modo tríplice, produzem essas formas, utilizando o processo de:

a. Meditação, que sempre precede a construção.

b. Força dinâmica, ou a energia positiva que lança mão de seu oposto polar (a substância negativa), e a utiliza.

c. Comunicação de cor ou qualidade, que modela aquilo que foi preparado.

d. Uma vitalização secundária que põe, em movimento separado, o pensamento-forma assim criado.

Consideraremos agora o mistério do renascimento, ou da encarnação, daquelas vidas que existem na matéria mais sutil, e que, contudo, buscam a forma de acordo com a lei, e aproximam-se de seu específico propósito nos níveis físico densos. Podemos considerar isto em relação com as entidades cósmicas que buscam a existência no plano físico do cosmos, os planos do nosso sistema solar, ou os jivas reencarnantes que são impelidos pela Lei para a manifestação terrena com o fim de se tornarem plenamente conscientes, e adquirir (através da existência senciente) acrescentadas faculdades e poderes.

Diz H. P. B. que os renascimentos podem ser divididos em três classes: (49)

a. Os dos Avatares.
b. Os dos Adeptos.
c. Os dos jivas buscando desenvolvimento.

Para aqueles que se estão esforçando para perceber um pouco do mistério do renascimento, suas leis e propósitos, e que ficam confusos diante do mistério do Buddha, e do propósito secreto daquela misteriosa Entidade, o Observador Silencioso; para aqueles que consideram quase insuperável o problema de entender a posição dos Kumaras e Sua relação com o Logos planetário, seria aconselhável dizer-lhes o seguinte: estudem e meditem sobre a diferença existente entre os princípios inferiores e os três superiores; estudem e meditem sobre o lugar e a posição desses princípios inferiores no corpo do Logos planetário, e reflitam sobre a correspondência entre:

a. O devachan de um jiva reencarnante.
b. O nirvana do Adepto.
c. O pralaya de uma Entidade cósmica, como o Senhor de uma cadeia, o Senhor de um esquema, e o Senhor de um Raio.

Digo correspondência em seu significado esotérico, e não procurem deduzir analogias detalhadas, mas somente a analogia no propósito e na experiência. Podemos dizer sobre todos esses três estados que eles são períodos de desenvolvimento, longos ciclos de meditação, e interlúdios entre etapas de atividade. Daí a ênfase dada no Oriente, e em todas as escolas de ocultismo, à meditação, porque ela é o meio para trazer, à unidade em desenvolvimento, a capacidade que produzirá:

a. Abstração ou liberação da forma.
b. Poder criativo.
c. Direção da energia, através um ato da vontade.
d. Futura atividade construtiva.

Por meio da meditação, o homem consegue libertar-se da ilusão dos sentidos e sua fascinação vibratória; ele encontra seu próprio centro positivo de energia e torna-se conscientemente capaz de usá-lo; portanto, ele se apercebe do seu verdadeiro Eu, funcionando livre e conscientemente além dos planos dos sentidos; ele penetra nos planos daquela Entidade maior dentro de Cuja capacidade radiadora ele tem o seu lugar; ele pode, então, começar a executar esses planos à medida que vai captando as várias etapas de sua realização e torna-se consciente da unidade essencial. Porém, quando o homem consegue assim libertar- se dos objetos dos sentidos nos três mundos, ele também se apercebe da necessidade de continuar a meditar, e é esta forma de meditar - inconcebível para o homem nos três mundos - que absorve a atenção do Adepto, e é empreendida por Ele em duas grandes etapas, cada uma precedendo duas Iniciações finais, a sexta e a sétima. Refiro-me aqui não apenas aos Adeptos que “fazem o sacrifício”, e escolhem renascer para servir no planeta, mas a todos os Adeptos. A liberdade para trabalhar em qualquer um dos Caminhos tem de ser conquistada pela meditação ocultista; a liberdade para escapar do círculo-não-se-passa é obtida da mesma maneira, como também o curioso estado de quiescência que é alcançado por Aqueles Que se ofereceram para servir como a Hierarquia oculta na próxima ronda. Neles estão acumuladas as sementes psíquicas do conhecimento, que estarão disponíveis na quinta ronda; isto exige Deles uma atitude receptiva quanto aos acontecimentos que ocorrem, no final de cada raça-raiz, quando, nos níveis mais sutis, há uma concentração de forças psíquicas que são armazenadas por Aqueles que estão preparados para recebê-las. O trabalho Deles é análago ao do Manu-Semente, o Qual trabalha através de um setenado, assim como fazem aqueles que acumulam as forças vitais psíquicas.

Também para Entidades cósmicas, como os Logoi planetários existem períodos de meditação, porém têm lugar em planos cósmicos, e somente seus efeitos são sentidos no nosso plano. Eles meditam em Seus cérebros físicos, portanto na mesma substância que o homem, porém o processo é efetuado no cérebro etérico. É preciso refletir sobre isto, porque oculta um mistério. Também devemos lembrar que alguns desses Senhores de Raios são mais eficientes na meditação do que outros, e portanto alcançam resultados diferentes em Seus esquemas.

(d) A Futura Vinda do Avatar

O PRÓXIMO AVATAR

“Do zénite ao nadir, da aurora ao crepúsculo, desde o aparecimento do ser de tudo que é ou pode ser, até à entrada na paz de tudo aquilo que foi alcançado, brilha a orbe azul e o fogo radiante interno.

Desde os portais dourados até os abismos da terra, desde o fogo flamejante até as esferas da obscuridade, cavalga o secreto Avatar, empunhando a espada perfurante.

Nada pode deter Sua aproximação, e ninguém pode dizer-Lhe não. Sozinho, Ele cavalga em direção à obscuridade da nossa esfera, e à Sua aproximação, aquele que procura detê-Lo encontra o caos e total desastre.

Os Asuras ocultam suas faces, e os abismos de maya tremem em suas fundações. As estrelas dos eternos Lhas vibram em resposta àquele som - a PALAVRA pronunciada com setenária intensidade.

Ainda maior se torna o caos; o centro maior, com todas as sete esferas circulantes, são violentamente sacudidos pelos ecos da dissipação. Os vapores que emanam da total escuridão dissolvem-se no ar. O ruído discordante dos elementos em guerra saúdam Aquele que chega, e não O detém. A luta e as súplicas da grande Quarta Hierarquia, fundindo-se com a nota mais suave dos Construtores da quinta e sexta Hierarquias, vão ao Seu encontro. Porém, Ele prossegue em Seu caminho, arrastando Consigo o círculo das esferas, e entoando a PALAVRA.

Do nadir ao zénite, do anoitecer até que o Dia esteja conosco, desde o círculo de manifestação até o centro da paz pralayca, vê-se o azul que a tudo envolve, perdido na chama da realização.

Dos abismos de maya, de volta aos portões dourados, do desalento e escuridão, de volta ao esplendor do dia, cavalga o Uno Manifestado, o Avatar, carregando a Cruz despedaçada.

Nada pode deter Seu regresso, ninguém pode obstruir Seu Caminho, porque Ele vem pelo caminho superior, conduzindo Seu povo com Ele. Chega ao fim o sofrimento, termina a luta, as esferas e as hierarquias fundem-se e mesclam-se. As formas existentes em maya, e a chama que tudo devora são reunidas por Aquele que cavalga pelos Céus, e penetra no eterno AEon.” (Extraído dos Arquivos da Loja)

Nós abordamos o tema dos Avatares e as várias classes em que eles podem ser divididos, e podemos agora falar um pouco mais sobre os métodos pelos quais certas Existências cósmicas, e certas Entidades altamente evoluídas aparecem entre os homens para realizar um trabalho específico. Esses métodos podem ser, ainda que de modo inadequado, resumidos da seguinte maneira:

O método de exercer influência direta.
O método de personificar algum princípio.
O método visto no mistério do Bodhisattva, ou o Cristo.
O método da encarnação direta.

A limitação das palavras é grande, e as frases acima apenas sugerem o seu verdadeiro significado. Nisto reside a segurança para o estudante, pois o verdadeiro significado seria incompreensível para ele, e somente o induziria ao erro, e o levaria para o caminho do equívoco. Enquanto um homem não for um iniciado aceito, ele não pode compreender totalmente este assunto. Dentre os métodos citados, o mais comum é o primeiro. Talvez todos estes métodos de manifestação sejam mais facilmente entendidos, se o estudante os interpretar sempre em termos de força e energia, e se ele observar que pálidos reflexos dos mesmos processos, e tênues analogias podem ser investigados entre os jivas reencarnantes. Quando um homem tiver alcançado um certo desenvolvimento, e puder prestar serviço ao mundo, podem ocorrer casos quando ele é diretamente influenciado por um grande adepto, ou - como no caso de H. P. B. - por um Ser maior do que um adepto. Um chela pode ser um centro através do qual seu Mestre faz fluir energia e força para ajudar o mundo, e em certas crises importantes, homens têm sido influenciados por mais de um dos Grandes Seres. (50) O que ocorre nos planos inferiores nada mais é do que um reflexo dos processos superiores, e aqui neste pensamento pode encontrar-se a iluminação. O homem é um centro de força, seja para o seu Ego, quando suficientemente evoluído, ou seja por meio do seu Ego, para a sua força grupai; quando altamente desenvolvido, ele pode ser influenciado por um expoente de um tipo diferente de força, que se mescla com a força do seu grupo, ou Raio, e produz significativos resultados na sua vida terrena.

Por outro lado, quando um Ego é altamente evoluído, ele pode escolher durante qualquer encarnação em particular trabalhar principalmente através de qualquer princípio dentre os quatro inferiores; neste caso, a vida do homem na Terra constitui, de modo significativo, a vida de um princípio personificado. Ele parece ferir uma nota e fazer soar um tom. Vemos claramente que seu trabalho segue uma única linha. É um fanático em alto grau, porém realiza grandes coisas para a sua sub- raça, muito embora o cérebro físico possa não ter consciência do impulso egoico. Este processo tem uma curiosa relação com o obscurecimento, ou gradual desaparecimento da personalidade, uma vez que o princípio personificado trabalha através de um correspondente átomo permanente, cujas espirilas se desenvolvem de modo ultrarrápido, e por isso seu período de serviço logo chega ao fim. Contudo, este é um fato de que se aproveita um super-homem, ou grande adepto, quando ele se torna a personificação de um princípio, durante uma raça-raiz; as vestiduras ou envoltórios dos quais o átomo permanente é o núcleo (através da força inata das espirilas desenvolvidas) são preservados por meio de fórmulas mântricas. A vibração é perpetuada por um específico período de tempo, e pelo tempo que a vestidura necessitar. Eis aqui uma indicação que poderá ser útil.

Também, quando um homem se torna um discípulo, pode, se quiser, permanecer no plano astral e lá trabalhar, e quando desejar, e sob o ajustamento do carma pelo seu Guru, ele pode encarnar imediatamente. Um indício quanto ao mistério do Bodhisattva pode ser encontrado nestes dois pensamentos, desde que o estudante transfira todo o conceito para os níveis etéricos do plano físico cósmico, e tenha em mente que nesses níveis o adepto trabalha sempre como parte de um grupo, e não como uma Identidade separada, como é o caso do ego nos três mundos. Portanto, a energia que flui através Dele pode originar-se:

a. De um determinado centro no corpo do Logos planetário, em sua força total.

b. De uma série particular de vibrações dentro desse centro, ou uma parte de sua força vibratória.

c. Da energia de um princípio particular, seja um de Seus próprios princípios superiores que Ele está procurando trazer para a Terra, tendo encarnado para esse propósito específico, ou a energia de um dos princípios logoicos planetários à medida que esta energia flui através Dele via uma determinada espirila, ou corrente de vida no átomo permanente do Logos planetário.

Quando esses tipos de força são centralizados num determinado adepto e ele está simplesmente expressando essa força extrínseca e nada mais, o efeito observa-se no plano físico pelo aparecimento de um avatar. Um avatar é, um adepto é feito, mas frequentemente a força, energia, propósito ou vontade de uma Entidade cósmica utilizará os veículos de um adepto com o fim de estabelecer contato com os planos físicos. Este método pelo qual Existências cósmicas fazem sentir Seu poder pode ser visto atuando em todos os planos do plano físico cósmico. Um exemplo notável disto é o dos Kumaras, os Quais, sob certas forças planetárias, e por meio da formação de um triângulo sistêmico, deram um impulso ao terceiro reino que resultou na formação do quarto ao pô-lo em conjunção com o quinto. Esses Kumaras, Sanat Kumara e Seus três Discípulos, tendo alcançado a mais alta iniciação possível no último grande ciclo, porém (segundo Seu ponto de vista) tendo ainda outro passo a dar, ofereceram-Se ao Logos planetário de Seu Raio como “pontos focais” para a Sua força, para que por esse modo, Ele pudesse acelerar e aperfeiçoar Seus planos na Terra dentro do ciclo de manifestação. Eles demonstraram três dos quatro métodos. Eles são influenciados pelo Logos planetário, Que, em relação ao homem, trabalha diretamente como o Iniciador através de Sanat Kumara, e com os três reinos da natureza através dos três Buddhas de Atividade. Assim, Sanat Kumara ocupa-Se diretamente com o Ego no plano mental, e Seus três Discípulos ocupam- Se com os outros três tipos de consciência, dos quais o homem é a soma final. No momento da iniciação (depois da segunda Iniciação) Sanat kumara torna-Se o agente e porta-voz direto do Logos planetário. Essa grande Entidade fala através Dele, e por um breve segundo (se é que podemos usar este termo em relação a um plano onde o tempo, como nós o conhecemos, não existe) o Logos planetário do Raio de um homem dirige conscientemente - via Seu cérebro etérico - Seu pensamento sobre o Iniciado, e “o chama por Seu Nome.”

Os Kumaras constituem também princípios personificados, mas neste caso, é preciso lembrar que é a força e energia de um dos princípios do Logos que flui através Deles, por intermédio daquilo que - para Eles - corresponde à Mônada. Por intermédio desses Kumaras, durante o período de encarnação e voluntário sacrifício, o protótipo do Logos planetário começa a fazer sentir Sua Presença, e a força da constelação da Ursa Maior vibra debilmente sobre a Terra. Na iniciação, o homem torna-se perfeitamente consciente da Presença do Logos planetário através do contato autoinduzido com seu próprio Espírito divino. Na quinta Iniciação, ele se conscientiza da extensão desta influência grupai planetária, e da parte que ele desempenha no grande todo. Na sexta e sétima Iniciações, a influência do Protótipo planetário é sentida, alcançando-o via o Logos planetário trabalhando através do Iniciador.

O método de encarnação direta foi usado anteriormente quando os Kumaras viviam em forma física, porém isto aplicava-se somente a alguns Deles. Sanat Kumara e Seus Discípulos estão em forma física, mas não tomaram corpos físicos densos. Eles trabalham nos níveis etéricos vitais, e habitam corpos etéricos. Shamballa, onde Eles moram, existe em matéria física como a dos Kumaras, porém é matéria dos éteres superiores do plano físico, e somente quando o homem tiver desenvolvido a visão etérica, é que o mistério existente além dos Himalayas será revelado. Portanto, Sanat Kumara é o Logos planetário e contudo, Ele não é. Podemos observar um reflexo deste método de encarnação direta, quando um discípulo sai do seu corpo e permite que seu Guru, ou um chela mais avançado, passe a usá-lo.

O mistério dos Bodhisattvas (51) foi abordado por H. P. B. e até que os estudantes tenham assimilado e estudado o que ela descreve, nada mais há a acrescentar. Só depois da percepção da verdade é que se justifica uma nova revelação.

Um interessantíssimo período começará por volta de 1966, o qual persistirá até o fim do século, e para isso já está sendo feita a devida preparação pelos Grandes Seres. Isso diz respeito ao esforço que é realizado a cada cem anos pela Loja e os Personagens que pertencem a ela. A cada século, e segundo uma determinada linha de força, a Loja faz um esforço para apressar a evolução, e o esforço para o século vinte será em escala bem maior do que o efetuado durante muito tempo, e envolverá um certo número de Grandes Seres. Foi em um esforço semelhante durante o século dezenove, que H. P. B. e um grande número de chelas estiveram envolvidos. No esforço imediatamente à nossa frente, estarão envolvidos vários dos Grandes Seres, além do Próprio Mestre de todos os Mestres; nesse trabalho futuro, três dos vários métodos de “aparecimento” mencionados anteriormente, serão vistos em plena atividade, e deles trataremos agora.

Com o aparecimento do Próprio Bodhisattva, veremos o mistério do Bodhisattva em seu sentido mais pleno, e não nos compete aqui estendermo-nos sobre esse assunto. Basta dizer que as vestiduras do GRANDE SER serão usadas, porém só o tempo dirá se o Senhor que vem cobrirá essas vestiduras com um veículo físico, nesse momento crítico, ou se o plano astral poderá ser o campo de Sua atividade. Se o estudante refletir sobre as consequências vinculadas à apropriação dessa vestidura, muita luz será lançada sobre os prováveis acontecimentos. As vestiduras atuam com dupla capacidade:

a. São altamente magnetizadas, e por isso, quando utilizadas têm um efeito profundo e de largo alcance.

b. Atuam como pontos focais de força do Senhor Buddha, vinculando-O ao Senhor Que Vem. Isso permite que Ele recorra a centros de força superiores - via o Senhor Buddha - o que O capacita a aumentar Seus Próprios estupendos recursos.

Esta força expressar-se-á no plano astral, produzindo vastos resultados de natureza tranquilizadora e, por ação reflexa, trazendo paz à Terra. A transmutação do desejo em aspiração, e a transformação do desejo inferior em desejo superior, serão alguns dos efeitos, enquanto que o resultado do fluir da força provocará profundas reações nos habitantes dévicos daquele plano. Mediante a vibração assim estabelecida muitos terão a oportunidade (que de outro modo não conseguiriam) de receber a primeira iniciação. Mais tarde, próximo ao fim do ciclo maior, o Avatar que vem mais uma vez empregará as vestiduras, com tudo que isso implica, e tomará um corpo físico, demonstrando assim no plano físico, a força do Logos na administração da Lei. Quando Ele vier no final deste século e fizer sentir o Seu poder, Ele virá como o Mestre do Amor e Unidade, e a nota-chave que Ele fará soar será a regeneração por meio do amor que se despejará sobre todos. Uma vez que Ele trabalhará principalmente no plano astral, este sentimento demonstrar-se-á, no plano físico, na formação de grupos ativos em todas as cidades de qualquer tamanho, em todos os países, os quais trabalharão ativamente em prol da unidade, cooperação e fraternidade em todos os setores da vida - econômico, religioso, social e científico.

Esses grupos alcançarão resultados que são agora impossíveis, devido à retenção da força búdica; porém, mais tarde, esta força será liberada sobre a Terra por intermédio do Grande Senhor, o Qual estará então atuando como um aspecto do Logos, e como um ponto focal para a consciência e energia do Buddha.

É esta iminente probabilidade que ocupará o pensamento de todos aqueles que, durante este século, celebrarão o Festival de Wesak. Seria de grande ajuda se os estudantes ajudassem nos objetivos da Hierarquia oculta, concentrando-se de forma similar durante o período do Festival estabelecendo desse modo, correntes de pensamento de grande apelo, no sentido oculto deste termo.

Veremos uma indicação da proximidade deste acontecimento, na reação que se estabelecerá durante os próximos vinte e cinco anos contra o crime, o sovietismo e extremo radicalismo que atualmente estão sendo usados por certas autoridades constituídas para atingir fins contrários aos planos do Senhor. A era da paz será introduzida na Terra pela reunião das forças que representam a construção e o desenvolvimento, e por uma consciente e deliberada coligação de grupos, em todos os países, que personificam o princípio da Fraternidade (até onde eles podem visualizá-lo). Observem os sinais dos tempos e não se deixem desencorajar quanto ao futuro imediato. O aparecimento do Grande Senhor no plano astral (seguido ou não por Sua encarnação física) remontará a um determinado festival de Wesak, no qual um mantram (conhecido apenas por aqueles que alcançam a sétima Iniciação) será pronunciado pelo Buddha, liberando assim a força que permitirá ao Seu grande Irmão cumprir Sua missão. Portanto, é desejável que o Ocidente comece gradualmente a reconhecer o verdadeiro significado do festival de Wesak, uma vez que a oportunidade será oferecida a todos que estejam dispostos a colocar-se na linha desta força, e assim serem por ela vitalizados e, consequentemente, preparados para servir. A reação mencionada acima dever-se-á também à pressão que exercem as crianças de hoje, muitas das quais são chelas, e algumas são iniciados. Elas vieram para preparar o caminho para a vinda dos Seus Pés.

Quando soar a hora (cinco anos antes da data de Sua descida) elas estarão executando plenamente a sua função, sabendo qual é o seu trabalho, muito embora talvez não tenham consciência daquilo que está oculto no futuro.

Quando chegar a hora (e já são encontrados alguns exemplos) muitos casos de influência serão vistos, os quais se demonstrarão de três maneiras. Em todos os países, no oriente e no ocidente, serão encontrados discípulos e homens e mulheres altamente evoluídos que estarão executando o trabalho segundo as linhas previstas, e que estarão ocupando posições proeminentes que lhes permitirão ter acesso a muita gente. Seus corpos serão suficientemente puros para que eles possam receber a influência. Isso somente será possível no caso daqueles que foram consagrados desde a infância, daqueles que têm sido servidores da raça em todas as suas vidas, ou daqueles que, em vidas anteriores, adquiriram esse direito pelo carma. Esta tríplice influência manifestar-se- á como:

Primeiro. Impressionando o cérebro físico do homem ou mulher com pensamentos, planos de trabalho, ideais e intenções que (embora emanando do Avatar) não serão reconhecidos como tal, e sim como seus próprios. Ele ou ela os executará, sendo inconscientemente ajudados pela força que do Avatar flui. Esta é, literalmente, uma forma de telepatia mental superior, realizada em níveis físicos.

Segundo. Influenciando o chela durante o seu trabalho (durante conferências, enquanto escreve ou ensina) e iluminando-o para o serviço. O homem terá consciência disto, embora talvez não saiba explicar o que ocorre, e procurará estar cada vez mais disponível para servir, entregando- se com total desprendimento à inspiração do seu Senhor. Isto é realizado por meio do Ego do chela, com a força fluindo através do seu átomo astral permanente, o que só é possível quando a quinta pétala é desdobrada.

Terceiro. Neste terceiro método de influência, é necessária a consciente cooperação do chela. Neste caso (com total conhecimento das leis do seu ser e da natureza) ele renunciará a si mesmo e sairá de seu corpo e o entregará para o uso do Grande Senhor ou um de Seus Mestres. Isto somente é possível no caso de um chela que tenha conseguido o alinhamento dos três corpos inferiores, e a quem falte apenas desdobrar a sexta pétala. Por um ato consciente da vontade, ele entrega seu corpo, e mantém-se à parte durante um específico período de tempo.

Estes métodos de influência serão largamente usados pelo Grande Senhor e Seus Mestres, no final do século, e por esta razão, Eles estão enviando à encarnação, em todos os países, discípulos que têm a oportunidade de se oferecerem para responder à necessidade da humanidade. Daí a necessidade de treinar homens e mulheres para reconhecer o psiquismo superior, a verdadeira inspiração e a mediunidade - e fazer isto cientificamente. Dentro de cinquenta anos, será muito grande a necessidade de verdadeiros psíquicos e médiuns conscientes (como por exemplo H. P. B.) se quisermos ver realizados os planos do Mestre e iniciado o movimento de preparação para a vinda Daquele por Quem todas as nações esperam. Muitos participarão deste trabalho, desde que demonstrem a necessária perseverança.

Naturalmente, o primeiro grupo será o mais numeroso, uma vez que seus membros não necessitam de grande conhecimento, porém acarreta maior risco para eles do que para os outros - o risco de uma deturpação dos planos e de infortúnio para a unidade envolvida. O segundo grupo será menos numeroso, e o último grupo envolverá apenas um pequeno número, ou apenas dois ou três, em certos países. Neste caso, será absolutamente verdade que, por meio do sacrifício, o Filho do Homem novamente palmilhará os caminhos dos homens, e Sua encarnação física será um fato. Pouquíssimos poderão ser usados por Ele, porque a força que Ele traz Consigo exige um instrumento peculiarmente capaz de rápida recuperação, mas a devida preparação está sendo feita.

Mais uma vez, o método da encarnação direta será empregado por certos Mestres e iniciados através do processo de:

a. Nascimento físico.
b. Apropriação de um corpo ou veículo adequado.
c. Criação direta por um ato da vontade.

O segundo método, o do meio, será o mais frequentemente empregado. Seis Mestres, cujos nomes são ainda completamente desconhecidos para a média dos estudantes ocultistas, já procuraram a encarnação física - um na índia, um outro na Inglaterra, dois na América do Norte e um na Europa central, enquanto que outro fez um grande sacrifício e tomou um corpo russo, levado pelo desejo de atuar como um centro de paz naquele país tão perturbado. Certos iniciados da terceira Iniciação tomaram corpos femininos - um na índia, no devido tempo, muito fará pela emancipação das mulheres indianas, enquanto que um outro tem um peculiar trabalho a realizar em relação ao reino animal e igualmente está aguardando o dia de Seu aparecimento.

O Mestre Jesus ocupará um veículo físico, e com alguns de Seus chelas promoverá a reespiritualização das igrejas católicas, derrubando a barreira que separa as igrejas Grega e Episcopal da romana. Caso os planos se desenvolvam como é esperado, isto poderá acontecer por volta de 1980. Também o Mestre Hilarion aparecerá, tornando-se um ponto focal de energia búdica no vasto movimento espiritualista, enquanto um outro Mestre está trabalhando com a Christian Science num esforço para trazê-la para linhas mais acertadas. É interessante notar que aqueles movimentos que têm enfatizado fortemente o coração ou aspecto amor podem responder mais rapidamente ao influxo da força do Advento do que outros movimentos que se consideram muito avançados. A “mente pode matar” o reconhecimento do Real, e o ódio entre irmãos afasta para longe a corrente da força do amor. Os três Mestres tão estreitamente aliados ao movimento teosófico já estão fazendo Seus preparativos, e também andarão entre os homens, reconhecidos por Seus seguidores e por aqueles que têm olhos de ver. Aos Seus chelas na Terra que se submetem à necessária disciplina, ser-lhes-á oferecida a oportunidade de trabalhar no plano astral e, se eles assim escolherem, uma encarnação imediata, desde que eles tenham conseguido a continuidade de consciência. Aquele que é conhecido como D. K. está planejando restaurar - por meio de seus estudantes, alguns dos antigos métodos ocultistas de cura, e demonstrar:

a. O lugar ocupado pelo corpo etérico.
b. O efeito da força prânica.
c. A abertura da visão etérica.

Quanto aos planos dos Grandes Seres, nada mais é permitido dizer- se, além de que Seu aparecimento não será simultâneo, pois as pessoas não poderiam suportar o tremendo aumento do influxo de força, além de que reconhecer os Mestres e Seus métodos dependerá da intuição, e do treinamento dos sentidos internos. Nenhum arauto Os acompanha, e somente as Suas obras Os aclamarão.

(e.) Impulso e Encarnação. Talvez possamos lançar alguma luz sobre esta difícil questão dos jivas, adeptos e avatares encarnantes, se o estudante se lembrar que:

1. O homem comum demonstra o terceiro aspecto da atividade inteligente na vida de sua personalidade, e está desenvolvendo conscientemente o segundo aspecto ou a manifestação egoica, no plano físico.

2. Um adepto em encarnação está demonstrando plenamente o segundo aspecto, assim como o terceiro e, em sua própria vida interna, está em processo de desenvolver o primeiro aspecto, ou seja, está esforçando-se para trazer a vida monádica para a atividade consciente no plano búdico.

3. Um avatar demonstra uma de duas coisas, segundo o carma peculiar:

a. A pura luz da Mônada, trazida por meio do Ego aperfeiçoado e da personalidade, para o plano físico. A linha de força estende-se diretamente dos níveis monádicos ao físico.

b. A luz do Próprio Logos em um ou outro aspecto, a qual é transmitida conscientemente por intermédio da Mônada desde o Logos planetário até o plano físico, ou até mesmo desde o Próprio Logos solar.

Nos dois primeiros casos, o desejo pela existência senciente, ou o desejo de servir à humanidade, são os fatores que produzem a manifestação física - um, através da força da própria evolução, e outro, através de um ato consciente da vontade. O desejo pela existência senciente nada mais é do que o segundo aspecto latente procurando expressão por meio do Não-Eu; no outro caso, o segundo aspecto manifestado utiliza conscientemente a forma como um meio para atingir um fim. No caso de todos os avatares, é o aspecto vontade que entra em ação e produz o aparecimento - seja a vontade do adepto aperfeiçoado, como o Próprio Buddha, ou (como no caso do verdadeiro Avatar, Que o é, e Que não conseguiu realizá-la) a vontade do Logos planetário, ou do Logos solar, toma forma para um propósito específico. Isso envolve uma exibição mais elevada da faculdade criadora do que aquela mostrada pelo Adepto na criação de Seu corpo de manifestação, o Mayavirupa. (52) As expressões “apropriação de um corpo físico”, e “a criação de um corpo físico", referem-se a todos os planos do sistema solar, e não apenas ao nosso plano físico, pois que ele é apenas o sétimo subplano do plano físico cósmico.

São três as causas que, no seu conjunto, produzem a encarnação:

1. O impulso egoico.
2. A atividade dos Anjos solares e lunares.
3. O carma, ou o papel que as ações anteriores desempenham na produção da manifestação.

Dificilmente podemos dissociá-las ao considerar o nosso tema devido ao fato da constituição inata do próprio corpo egoico, e do papel que a consciência que nele habita desempenha, ao produzir, por um ato da vontade, o aparecimento. Vamos rapidamente reconsiderar o que já aprendemos sobre o corpo egoico e sua constituição, e a seguir, acompanhar os passos seguidos pelo Ego na produção de resultados nos três mundos.

Sabemos que no terceiro nível do plano mental, encontra-se o lótus, que deve ser visualizado da seguinte maneira:

Oculto bem no centro, ou coração, do lótus, há um brilhante ponto de fogo elétrico de tonalidade branca azulada (a joia no lótus) rodeado e completamente oculto por três pétalas firmemente dobradas. Ao redor deste núcleo central, ou chama interna, estão dispostas as nove pétalas em círculos de três pétalas cada um, formando três círculos ao todo. Essas pétalas são formadas pela substância dos anjos solares, assim como as três centrais - substância que não é apenas senciente, como a substância das formas nos três mundos e os corpos lunares, mas que tem a qualidade adicional do “Eu-ismo” ou autoconsciência que permite, à unidade espiritual situado no centro, adquirir por seu intermédio conhecimento, percepção e autorrealização. Estas nove pétalas são de tonalidade predominantemente laranja, embora sejam vistas as outras seis cores como cores secundárias em variados graus. As três pétalas internas apresentam uma adorável tonalidade amarelo-limão. Na base das pétalas do lótus encontram-se três pontos de luz que marcam a posição dos átomos permanentes, e que constituem o meio de comunicação entre os Anjos solares e os Pitris lunares. Por intermédio destes átomos permanentes, e de acordo com seu estado de evolução, o Ego pode construir seus corpos lunares, adquirir conhecimento sobre os três planos inferiores, e desse modo obter experiência e tornar-se consciente. Numa volta mais alta da espiral, a Mônada - por intermédio das pétalas egoicas, e assim com o auxílio dos Anjos solares, adquire conhecimento e igualmente se torna consciente em níveis mais elevados.

A luz no interior desses átomos permanentes apresenta um fulgor vermelho opaco, portanto temos a demonstração dos três fogos no corpo causal - o fogo elétrico no centro, o fogo solar circundando-o do mesmo modo que a chama circunda o núcleo central ou essência, na chama de uma vela, e o fogo por fricção, que se assemelha ao brilho vermelho do pavio que se encontra na base da chama superior.

Estes três tipos de fogo no plano mental - os quais se encontram e unificam no corpo egoico - produzem com o tempo, irradiação ou calor que flui de todos os lados do lótus, produzindo aquela forma esferoidal observada pelos investigadores. Quanto mais desenvolvido estiver o Ego e mais abertas estejam as pétalas, maior será a beleza da esfera que os envolve, e mais refinadas as suas cores.

Nas primeiras etapas após a individualização, o corpo egoico tem a aparência de um botão. O fogo elétrico central não é visível, e todas as nove pétalas estão fechadas sobre as três pétalas interiores; a cor laranja tem um aspecto mortiço e os três pontos de luz na base são apenas pontos e nada mais; e o triângulo que mais tarde é visto ligando os pontos não é percebido. A esfera que os envolve é incolor e percebida somente como vibrações ondulatórias (como as ondas no arou éter) mal alcançando o contorno das pétalas.

Quando é alcançada a terceira Iniciação, tem lugar uma maravilhosa transformação. A esfera externa palpita com todas as cores do arco-íris; as correntes de energia elétrica que nela circulam são tão poderosas que escapam além da periferia do círculo, assemelhando-se aos raios do sol. As nove pétalas estão totalmente abertas, formando um gracioso engaste para a joia central, e a sua cor laranja é agora esplendorosamente translúcida, salpicada de muitas cores, sendo que a do raio egoico predomina. O triângulo que se encontra na base está agora vívido e cintilante, e os três pontos fulgurantes parecem, aos olhos do clarividente, espirais sétuplas de luz circulando de um ponto a outro de um triângulo que rapidamente se move.

Quando é alcançada a quarta Iniciação, a atividade deste triângulo é tão grande que ele mais parece uma roda em rápida revolução, tendo um aspecto quadrimensional. As três pétalas centrais estão abrindo-se revelando a “joia radiante”. Nesta Iniciação, através da ação do Hierofante empunhando o elétrico Cetro de Poder, os três fogos são subitamente estimulados pela descida da força elétrica, ou força positiva, vinda da Mônada e, em resposta, seu fulgor produz aquela fusão que destrói completamente a esfera, desintegra a aparência da forma, e produz um momento de equilibrium, ou de suspensão, no qual “os elementos são consumidos pelo fervente calor.” Então, o momento da mais elevada radiação é conhecido. A seguir - através da emissão de uma certa Palavra de Poder - os grandes Anjos solares absorvem em si mesmos o fogo solar, produzindo assim a desintegração final da forma e a liberação da vida; o fogo da matéria retorna ao reservatório geral, e deixam de existir os átomos permanentes, assim como o corpo causal. O fogo elétrico central concentra-se em atma-buddhi. O Pensador, ou a entidade espiritual, liberta-se dos três mundos, e funciona conscientemente no plano búdico. Entre essas duas etapas de quiescente (embora autoconsciente) inércia e de radiante atividade que produz um equilíbrio de forças, há uma longa série de vidas.

Ao estudar o assunto dos jivas reencarnantes, nós abordamos três tópicos:

a. Os avatares, com a intenção de esclarecer os estudantes sobre certos tipos de aparecimentos. No presente estudo, trataremos apenas do processo seguido pelo homem comum.

b. Os Pralayas, com a intenção de despertar na mente do estudante a ideia dos interlúdios de quiescência dependentes da ocorrência de períodos de atividade.

c. O aparecimento do corpo egoico e sua conformação geral, com o objetivo de despertar a compreensão do estudante para o fato de que a evolução também afeta esse corpo, e não apenas as formas do homem nos três mundos. Os efeitos do processo são interdependentes, e à medida que o eu inferior se desenvolve, ou a personalidade se torna mais ativa e inteligente, são produzidos resultados no corpo superior. Como esses efeitos são cumulativos, e não efêmeros como os resultados inferiores, o corpo egoico torna-se igualmente mais ativo, e sua manifestação de energia é aumentada. Quando se aproxima o fim de um período evolutivo nos três mundos, tem lugar um constante intercâmbio de energia; a luz é irradiada sobre as formas inferiores, as quais refletem a irradiação superior; o corpo egoico é o Sol do sistema inferior, e os corpos refletem os seus raios, assim como a lua reflete a luz do sol solar. Similarmente, o Sol egoico - por meio da interação - brilha cada vez com maior intensidade e glória. Nos níveis superiores, e por um breve período, tem lugar uma interação análoga entre a Mônada e seu reflexo, o Ego, porém, somente no próximo sistema solar é que esta interação será levada à sua conclusão lógica.

Assim, tendo muito rapidamente tratado desses três tópicos, podemos agora considerar o processo seguido pelo Ego quando ele procura manifestar-se nos três mundos. Esforcemo-nos em nossos pensamentos para interpretar todos esses processos em termos de energia e de força.

Diz O Velho Comentário:

“Quando a Centelha toca os quatro pavios, e quando o Fogo espiritual em sua tríplice essência encontra-se com aquilo que é combustível, a Chama irrompe. Leve bruxuleio a princípio, parece que logo se extinguirá, porém os pavios ardem e fulguram, e o calor é retido. Este é o primeiro ciclo, aquele que é chamado a roda fulgurante.

O bruxuleio torna-se uma pequena chama e os quatro pavios queimam, mas não são consumidos, pois o calor não é suficiente. A luz desses três fogos é ainda tão fraca que não ilumina a caverna. Contudo, a chama e o calor essencial são sentidos por Aquele Que se aproxima e observa. Este é o segundo ciclo, aquele que é chamado a roda que aquece.

A pequenina chama transforma-se em uma lâmpada acesa. O fogo arde, porém há muita fumaça, pois que os pavios estão rapidamente queimando e o calor é suficiente para destruí-los. A lâmpada, no meio da escuridão, faz com que se manifeste o espesso negrume; sente-se a luz e o calor. Este terceiro ciclo chama-se a roda iluminada.

Os quatro pavios e a chama parecem ser apenas um, e quase toda a fumaça desapareceu, pois o que se vê principalmente é a chama. A própria caverna está iluminada, embora a lâmpada ainda seja vista. O quarto ciclo é denominado a hora da roda flamejante.

Chega o ciclo final, quando até mesmo a lâmpada é queimada, destruída pela intensidade do calor. Ao ver o trabalho realizado, Aquele Que observa atiça o ponto de fogo central e produz uma súbita labareda. Os pavios são destruídos - a chama permanece. Este, assim nos diz a Sagrada Ciência, é chamado o ciclo da roda consumida."

Oculto aqui na simbologia arcana, reside (em termos de energia e de atividade radiante) todo o segredo da energia egoica, e do impulso fazendo sentir sua presença na substância dos planos inferiores; o estudante deve interpretar as frases acima, tanto macrocósmica como microcosmicamente. Em toda a manifestação, o impulso originador parte do primeiro aspecto, o qual está oculto no coração do lótus egoico, porém esta Identidade oculta trabalha segundo a lei, e nas etapas iniciais (os três primeiros ciclos) o processo desenvolve-se sob a Lei da Economia, que é a lei da própria substância; nos dois ciclos finais, esta lei mescla- se, embora não seja superada, uma vez que é ainda potente, com a Lei de Atração, que é a lei fundamental do divino Eu. A falta de compreensão sobre este fato é responsável pela confusão existente na mente de muitos metafísicos a respeito do que se manifestou primeiro, desejo ou vontade, e também a diferença entre impulso e propósito, instinto e intenção. Nas primeiras etapas, o homem reencarna regido pela Lei de Economia, e embora o aspecto vontade esteja por trás do processo, ainda por um largo período de tempo é a tração da sensação e seu reflexo na consciência - o desejo - que provoca o renascimento. Sendo a sensação uma qualidade da matéria ou substância, o Eu, no princípio, identifica-Se com a sensação. Mais tarde, quando o Eu começa a identificar-Se consigo mesmo, e a reconhecer a natureza do Não-Eu, a Lei de Atração e Repulsão torna-se mais ativa e demonstra vontade consciente e propósito. É preciso lembrar que existe uma profunda diferença, no tempo e espaço, entre o Logos, ou Macrocosmo, e o Homem, o Microcosmo. O homem comum vem à encarnação através do impulso egoico, baseado no desejo, e na relação do segundo aspecto com o terceiro aspecto, ou seja, do Eu com o Não- Eu. Através da evolução, ele eventualmente chegará à revelação do primeiro aspecto, e então o impulso egoico - baseado na apreensão mental consciente do propósito em vista - será o fator dominante, demonstrando- se através de uma definida vontade de agir. No que diz respeito ao Logos, a primeira etapa há muito foi deixada para trás, e a manifestação logoica está hoje baseada na vontade e propósito, e também na atividade consciente inteligente. A razão para isto é que o Logos, assim como os Logoi planetários, estão no caminho da iniciação cósmica.

Portanto, embora o impulso originador venha do ponto central, ele a princípio não é aparente. No momento da individualização, o indistinto contorno de uma forma, como anteriormente descrita, aparece em níveis mentais, e (embora este seja um ponto ainda não reconhecido pelos estudantes) torna-se evidente que, um período de tempo, nesses níveis, foi destinado à preparação deste iminente acontecimento. Devido à atividade dos Anjos solares, as doze pétalas foram gradualmente tomando forma, à medida que o fogo elétrico no coração começa a fazer-se sentir, muito embora não esteja ainda localizado. Então, as três primeiras pétalas tomam forma e fecham-se sobre o ponto vibrante, ou “joia”, sob a potência da Lei de Atração. Uma a uma, as outras nove pétalas tomam forma, à medida que as vibrações começam a afetar a substância solar, estando cada um dos três tipos de pétalas sob a influência de um ou outro dos Raios maiores; estes, por sua vez, estão sob a influência da força proveniente de centros cósmicos.

Como já dissemos, estas pétalas formam um botão, e cada uma está firmemente dobrada. Podem ver-se débeis vibrações no botão, apenas suficientes para indicar que aquele é um organismo vivo. Vago e indistinto, vê-se o círculo-não-se-passa, o círculo que limita a atividade da Consciência que chega. É um ovoide, ou esfera, e ainda muito pequeno. Este processo de formação do lótus egoico tem-se desenvolvido, silenciosamente, desde o momento em que o homem animal inferior, isto é, os quatro princípios inferiores, alcançaram um ponto em que a energia, por ele gerada, foi capaz de começar a fazer-se sentir nos níveis mentais. Quando o fogo dos envoltórios inferiores já preparados (o tríplice fogo da própria substância) se torna radioativo, esta aparência nebulosa no terceiro subplano do plano mental começa a ser organizada, como resultado da atração para baixo que o inferior exerce sobre o superior, e como resposta do aspecto Espírito às radiações, ou atração, da matéria. Porém, a individualização, como nós a entendemos, ainda não está efetuada. Este processo de radioatividade partido do inferior, e a descida de energia do superior, abarca um longo período durante o qual os Anjos solares estão trabalhando no Seu Próprio plano, e os Pitris inferiores trabalham também nos seus; um grupo está produzindo o núcleo do corpo egoico, e o outro, o receptáculo para a vida de Deus, ou Mônada, nos três mundos.

Chega então um momento estabelecido na vida do Logos planetário em que Seus centros se tornam ativos de maneira particular, o que coincide com a encarnação das Mônadas e sua descida para os três mundos. Forma-se então, um triângulo sistêmico (pois os três sempre produzem os sete) e, por meio desta liberação de energia tríplice, o trabalho dos Pitris solares e lunares é coordenado, e os três átomos permanentes são apropriados pelo jiva em questão, e aparecem na base do lótus egoico. A individualização tem lugar, e o trabalho de unificação é completado; o quarto reino da natureza é um “fato consumado”; a Mônada revestiu-se de invólucros materiais, e a unidade autoconsciente aparece no plano físico. Se tudo que H. P. B. disse a respeito das três primeiras rondas do esquema da nossa Terra for considerado como referindo-se ao período de condensação do corpo causal no nível mental, e também abarcando o período de tempo que conduziu ao aparecimento do homem, na quarta ronda, como ele hoje é, alguma luz será lançada sobre este difícil tema.

Podemos observar que os lótus egoicos estão reunidos, e que cada um deles faz parte de um grupo, os quais, por sua vez, fazem parte de um lótus mais vasto, o qual personifica a consciência de uma Entidade ainda maior, cuja “joia” se encontra no segundo subplano. Por sua vez, todos eles podem ser divididos em sete grupos fundamentais. Estes sete grupos, ou agregações de lótus egoicos, formam os sete tipos de consciência daquelas Entidades Que são os sete centros de força do nosso próprio Logos planetário. Cada Logos personifica um tipo de energia cósmica, e cada um de Seus centros personifica este mesmo tipo de energia em uma de suas sete diferenciações. Cada uma destas sete diferenciações manifesta-se através de grupos egoicos compostos daqueles pontos de energia que chamamos Egos.

Estes incontáveis grupos egoicos formam um radiante e interligado todo, embora sejam diferentes e distintos no que tange ao seu ponto de desenvolvimento e coloração secundária. Assim como as pétalas no lótus egoico dos jivas encarnantes se desdobram em ordem diferente, e em diferentes períodos, assim também os grupos egoicos se desenvolvem diversamente no que diz respeito ao tempo e sequência. E o resultado disto é uma aparência maravilhosa. Assim como o Mestre (estudando o grupo ou o lótus maior, do qual Ele é uma parte) pode avaliar a condição das unidades humanas que formam o grupo, também o Logos planetário pode verificar, por meio de consciente identificação (observem o termo) a condição dos vários grupos através dos quais o Seu trabalho tem de ser executado.

Será evidente para o estudante que o aparecimento dos jivas encarnantes, no plano físico, será governado por três coisas:

Primeiro que tudo, peio impulso baseado na vontade-propósito da Vida que anima o conjunto de grupos pertencentes a qualquer sub-raio, ou a um dos sete grupos maiores.

Segundo, pelo impulso baseado na vontade, colorida pelo desejo, da Vida que anima o grupo egoico de um homem.

Terceiro, pelo impulso baseado no desejo do Ego de manifestar-se no plano físico.

À proporção que a identificação de um homem com seu grupo se consolida, o impulso do desejo é eventualmente suplantado pela vontade grupal. Se meditarmos sobre estes fatos, ficará claro que os Egos não vêm à encarnação isoladamente, mas sim coletivamente, segundo o impulso grupal. Esta é a base do carma coletivo e do carma familiar. O impulso individual que, é claro, constitui uma reação ao impulso grupal, é o resultado do carma pessoal. Portanto, embora possamos ter lançado alguma luz sobre a questão da encarnação, também muito foi dito para aumentar a magnitude e complexidade deste tema. O homem comum está confinado ao uso do cérebro físico, e por essa razão é incapaz de pensar em termos grupais.

Este impulso egoico em qualquer grupo ou unidade grupal faz-se sentir como uma pulsação, ou acréscimo de energia, emanando do ponto central. Esta atividade central é produzida pela ação do Logos planetário trabalhando por meio dos grupos em Seus centros, e de acordo com o centro estimulado, serão afetados os grupos correspondentes. Nada mais podemos dizer além de mencionar este fato, porque o assunto é de tal magnitude que está além da compreensão do homem; somente é necessário que ele compreenda que, nesta questão, ele depende do Logos planetário.

Do grupo central emana o desejo ardente de renovada atividade que se espalha por todo o lótus grupal, até que as unidades que respondem àquela particular vibração de raio, ocultamente “despertam.” Durante todo este tempo (no que diz respeito aos jivas em questão) este aspecto de força tem sido o do primeiro aspecto, e tem passado dos pontos centrais para outros pontos centrais. Os núcleos positivos, em cada caso, são afetados por este repentino surgimento do fogo elétrico, ou energia. Cada um deles responde, primeiramente com uma contração, seguida de um extenso jorro de energia. Em seguida, cada Identidade envolvida pronuncia uma PALAVRA, cujo som se expande tornando-se um mantram, e os Anjos solares vibram em resposta. Temos aqui um ponto interessante que deve ser notado.

a. O primeiro aspecto trabalha através de uma Palavra de Poder.
b. O segundo aspecto trabalha por intermédio de combinações mântricas.
c. O terceiro aspecto trabalha por meio de fórmulas matemáticas.

Depois de pronunciar a Palavra, o primeiro aspecto - representado pelo fogo elétrico - mergulha em quietude, e converte-se em uma abstração, no que diz respeito à unidade autoconsciente. O trabalho foi começado, a necessária vibração foi estabelecida, e todo o processo prossegue então, segundo a lei. Os Anjos solares deram início à sua atividade e, até que seu trabalho tenha atingido uma etapa bastante elevada, o aspecto Espírito deve, no corpo causal, tornar-se uma analogia do Observador Silencioso. Enquanto os Anjos solares continuam pronunciando o mantra, que é a base do seu trabalho, os Pitris lunares respondem a certos sons desse mantra (não a todos a princípio) e extraem desses sons a fórmula sob a qual seu trabalho deve prosseguir. Assim, a Palavra é a base do mantra, e o mantra é a base da fórmula.

Em cada encarnação, são exigidas formas mais refinadas, e por essa razão, as fórmulas tornam-se mais complicadas e os sons em que elas se baseiam, mais numerosos. Com o tempo, as fórmulas são completadas, e os Pitris lunares não mais respondem aos sons ou mantras entoados no plano mental. Isto marca a etapa da perfeição e indica que os três mundos não exercem uma atração descendente para o jiva envolvido. O desejo pela manifestação e experiência inferiores não mais o controlam, restando somente o propósito consciente. Então, e somente então, pode o verdadeiro Mayavirupa ser construído; o Mestre então pronuncia o mantra para Si Mesmo, e constrói, sem fórmulas, nos três mundos. No momento em que o homem começa a percorrer o Caminho Probacionário, também os mantras dos Anjos solares começam a extinguir-se, e lentamente - à medida que as pétalas do círculo interno se abrem - a verdadeira Palavra emerge até que as três pétalas que formam o relicário se abrem, e a centelha central é revelada. Então, a Palavra é plenamente conhecida, e mantras e fórmulas não mais apresentam utilidade. Assim é revelada a beleza do esquema. Quando se trata do Logos planetário, a Palavra emitida nos níveis cósmicos converte- se em mantras nos planos etéricos cósmicos, pois Ele está em posição de criar conscientemente nesses níveis; porém Ele trabalha através de fórmulas nos planos físicos densos de Seu esquema, os nossos três mundos do esforço.

Retornando aos jivas reencarnantes: quando o impulso iniciatório é dado, a vibração faz estremecer as pétalas, e a atividade se inicia naquelas que respondem à nota daquela Palavra. Os Anjos solares direcionam a vibração, e o mantra para aquele tipo particular de Ego tem início.

Finalmente a vibração atinge a unidade mental na base do botão do lótus, e os Pitris lunares entram em atividade. Eles começam a desenvolver suas fórmulas para o tipo particular de veículo requerido.

(f.) A atividade dos Pitris. A atividade conjunta dos Pitris solares e lunares (53) no processo seguido pelos Egos reencarnantes é o próximo assunto a estudarmos. O Ego, impulsionado pelo desejo de alcançar a experiência física, fez o movimento inicial, e uma vibração que emana do centro do botão do lótus, chega às pétalas do lótus e, em consequência, vibra na substância dévica, ou na matéria vitalizada pelos Agnishvattas. À medida que eles são energizados e entram em atividade (de acordo com o grupo afetado), a vibração aumenta, e um som dual é emitido, que é a base do mantram sobre o qual está assentado o ciclo de encarnação do Ego. A vibração, pulsando através dos círculos externos de pétalas (pois os dois círculos internos, assim como as três pétalas centrais, ainda não são receptivos) alcança o triângulo formado pelos três átomos permanentes, e vivifica as três espirilas inferiores, provocando uma leve resposta da quarta, mas deixando as três superiores ainda adormecidas. Em cada uma das rondas anteriores fora “criada” uma espirila, e nesta quarta ronda, através da “criação” da quarta espirila, o quarto reino - o reino humano - pode tomar forma. A palavra “criação” deve ser entendida no seu sentido esotérico, que é o aparecimento, em manifestação ativa, de alguma forma de energia. Somente na próxima ronda é que a quinta espirila se tornará uma unidade em ativo funcionamento, num sentido agora incompreensível.

É preciso que os estudantes se lembrem que isto se aplica primariamente à humanidade individualizada neste globo, tendo sido também aplicado na cadeia anterior; no entanto, as unidades vindas desde a cadeia anterior à quarta, ou Cadeia Terrestre, estão muito à frente da humanidade terrena, e sua quinta espirila está despertando para a atividade organizada nesta ronda. Na Natureza tudo se sobrepõe.

Portanto, quando esta vibração proveniente da Vontade central chega até a triângulo atômico, isto é uma indicação de que o lótus inteiro está dirigindo sua força para baixo, e durante o período de manifestação, o fluxo da energia egoica toma a direção do inferior, e consequentemente, afasta-se do superior. Nesta etapa, pouquíssima energia egoica se volta para a Mônada, porque ela própria não gera força suficiente, e ainda não se tornou radioativa em relação ao aspecto Espírito. Suas atividades são primariamente internas e autocentradas, na maior parte do tempo, ou são dirigidas para estimular os átomos permanentes, e não para o desdobrar das pétalas. Isto precisa ser cuidadosamente lembrado.

É tríplice o trabalho dos Anjos solares:

(1.)Direcionar a vibração para o triângulo atômico. Aqui, um fato muito interessante precisa ser lembrado. Os três átomos permanentes, isto é, os três pontos do triângulo, nem sempre mantêm a mesma relação no que tange o centro do lótus; mas de acordo com a etapa de desenvolvimento, assim será a posição dos átomos e a captação do influxo da força. Nas etapas iniciais, o átomo físico permanente é o primeiro a receber esse influxo, fazendo-o passar por meio do seu sistema para o átomo astral permanente e a unidade mental. Esta força circula quatro vezes ao redor do triângulo - sendo esta a quarta ronda - até que a unidade mental seja novamente contatada e a energia se centralize na quarta espirila da unidade mental. Então, e só então, os Pitris lunares começam seu trabalho e iniciam a coordenação da substância que formará a envoltura mental, trabalhando a seguir com o corpo astral, e finalmente com o corpo etérico.

Numa etapa posterior da evolução do homem - a etapa na qual o homem comum se encontra agora - o átomo astral permanente é o primeiro a ser contatado, e através dele, a energia circula para os outros dois. Na etapa do homem intelectual avançado, a unidade mental ocupa o primeiro lugar. Neste caso, existe agora a possibilidade do alinhamento dos três corpos, o que mais tarde será um fato consumado. A quinta espirila nos dois átomos inferiores aumenta sua vibração. Como sabemos, há somente quatro espirilas na unidade mental, e no momento em que ela está plenamente ativa, a coordenação do antahkarana torna-se uma possibilidade. Mudanças estão agora tendo lugar no lótus egoico, e as pétalas começam a desdobrar-se, o que depende parcialmente da vibração nas espirilas e do seu despertar.

O estudante precisa lembrar-se do fato de que, tão logo a unidade mental se torna o ápice do triângulo, produz-se uma condição que, futuramente, permitirá que a força penetre nos três átomos, simultaneamente, através das três pétalas abertas do círculo exterior, um fato que indica que o homem terá alcançado uma bem definida etapa na evolução. A direção da força, e sua aplicação aos átomos é a tarefa dos Pitris solares. À medida que a evolução prossegue, o seu trabalho agora torna-se mais complexo, uma vez que as pétalas se estão abrindo, e o triângulo gira mais rapidamente.

(2.) Pronunciar o mantra que tornará possível as 777 encarnações.

Cada algarismo nesta triplicidade representa:

a. Um ciclo de manifestação egoica.
b. Um determinado som que permitirá ao Ego expressar algum sub-raio de seu raio egoico.
c. Os três círculos de pétalas que se desdobrarão como resultado das encarnações.
d. O particular grupo de manasadevas que formam o corpo causal do Ego em estudo.

Os sons mântricos, portanto, estão baseados nesses algarismos, e através do mantra (que aumenta em volume, profundidade e número de sons envolvidos à medida que passa o tempo) a força é direcionada, as pétalas correspondentes são estimuladas a entrar em atividade, e os Pitris lunares tornam-se conscientes do trabalho a ser realizado em preparação para qualquer encarnação.

(3.) Construir o que for necessário para completar o corpo causal.

Nas etapas iniciais, este trabalho é comparativamente pequeno mas, à medida que a terceira etapa do desenvolvimento é alcançada, e o homem demonstra caráter e capacidade, o trabalho dos Pitris aumenta rapidamente, ocupados como estão, no aperfeiçoamento do corpo egoico, isto é na expansão da consciência egoica, se preferirem termos metafísicos. Tudo isto é realizado por meio do material fornecido pelo eu inferior. Quando essa Personalidade inferior se torna gradualmente radioativa, essas radiações são atraídas para o Ego positivo, e absorvidas em sua natureza, através da atividade dos Anjos solares.

Estas três atividades constituem o principal trabalho dos Pitris solares, no que diz respeito ao homem. Quando se trata do grupo, e não do indivíduo, seu trabalho passa a ser o de ajustar as unidades egoicas em seus grupos, e torná-las grupo-conscientes, porém isto só é possível nas etapas finais da evolução, quando o trabalho do grupo mais elevado de Agnishvatas tiver sido completado. O grupo intermédio que forma as nove pétalas é sempre o mais ativo. Esse grupo trabalha em conexão com o grupo inferior, o qual é o transmissor direto de energia para o triângulo atômico, depois de recebê-la do grupo intermédio. Não é possível dar mais detalhes sobre o seu trabalho, porque esse é um trabalho vasto e intricado e que difere, nos vários esquemas, em certos pormenores. Aqueles que estão trabalhando nos esquemas de Urano, Netuno e Saturno trabalham de modo um pouco diferente daqueles que estão encarregados dos esquemas de Vénus, Vulcano, Marte, Mercúrio, Júpiter e Terra, além do esquema exotérico de Saturno, o mesmo acontecendo com os Manasadevas da ronda interna. Devemos observar que novamente aqui encontramos uma triplicidade de grupos representando uma triplicidade de força. Na lista central de esquemas, o grupo intermédio, assim como o grupo inferior de Agnishvattas, estão ativos. Nos outros, o grupo superior e o intermédio dominam, uma vez que esses planetas são os mais ocultos e sagrados em manifestação, e somente se ocupam dos egos que já estão percorrendo o Caminho, e portanto dedicam-se à atividade grupal.

Quanto a Urano, Netuno e Saturno, isto era de se esperar, uma vez que eles são esquemas planetários sintetizadores, e somente oferecem condições adequadas para etapas muito avançadas. Dentre os planetas, eles são “os ceifeiros.”

Existe uma grande confusão na mente de nossos estudantes a respeito dos Egos, devido ao fato de não terem percebido que (como H. P. B. indicou), (54) a Doutrina Secreta ocupa-se primordialmente do esquema planetário do nosso planeta, a Terra, e muito pouco dos outros esquemas e seus métodos de desenvolvimento da autoconsciência. Nos planos mentais, o procedimento geral é o mesmo, porém, como cada esquema personifica um particular tipo de força, a peculiaridade dessa força irá colorir toda a sua evolução, e o trabalho dos Agnishvattas corresponderá a essa coloração. Não é possível declarar qual é a peculiar coloração do Raio que está personificado em nosso esquema, uma vez que esse é um dos mais secretos mistérios revelados na iniciação; mas os estudantes precisam lembrar-se que, nos fundamentos que estão sendo apresentados aqui, não estamos tratando especificamente do nosso esquema.

Extensa divulgação tem sido feita pela moderna literatura ocultista, dos processos seguidos no aperfeiçoamento daqueles Egos que escolhem permanecer com a Hierarquia do nosso planeta, e seus métodos de desenvolvimento (de chela a adepto); contudo, praticamente nada tem sido revelado a respeito dos muitos Egos que alcançam uma determinada etapa de evolução no nosso esquema, e são então transferidos para um dos três esquemas sintetizadores, passando primeiro para o esquema que é o oposto polar ao nosso, e daí para o esquema sintetizador. Eles são em número maior do que aqueles que permanecem no esquema terrestre. Seja qual for o esquema sintetizador para o qual eles são atraídos, isso marca o início de seu percurso em um dos três caminhos cósmicos. O trabalho dos Manasadevas continua a ser realizado através de todo o sistema, assim como uma constante circulação e transmissão de energia e de unidades de força personificando essa energia. Esta transmissão é tornada possível em qualquer esquema, quando o quarto reino se torna radioativo; isto realmente marca o começo do período de obscurecimento. Vénus é um exemplo. Falando em termos metafísicos, isto marca o ponto em que os Logoi começam a dissociar-Se dos Seus corpos físicos densos, ou seja, dos três mundos do esforço humano.

Os três grupos de Agnishvattas envolvidos com a evolução do homem, no nível mental, têm, cada um deles, uma função específica, como já vimos, e o mais inferior dos três trata primordialmente da transmissão de força ou energia para os três átomos permanentes. O duplo soar do mantra egoico pelo mais inferior dos três grupos, provoca mudanças, e os Pitris lunares (que se ocupam dos três veículos inferiores) dão início ao seu trabalho assim que os Anjos solares lhes indicando o tom, ou chave.

Estes Pitris lunares personificam a substância dos corpos inferiores do homem, assim como os Pitris solares sacrificam-se para dar-lhe o corpo egoico, e a consciência. (55, 56, 57) Eles são a substância em seu aspecto dual, e os Pitris lunares, nos seus graus superiores, constituem a energia positiva da substância atômica, e nos seus graus inferiores, o aspecto negativo da mesma substância. Em relação ao homem, podemos considerá-los em três categorias:

a. O grupo superior recebe a energia proveniente dos níveis mais elevados, e anima as espirilas dos três átomos permanentes.
b. O segundo grupo, sendo a energia positiva que atrai, constrói e forma o corpo do homem nos três planos.
c. O grupo inferior constitui o aspecto negativo da substância energizada e da matéria dos três invólucros.

Em conexão com o sistema solar, eles personificam o aspecto Brahma, sendo o produto de ciclos anteriores quando alcançaram atividade consciente, porém a autoconsciência fora somente atingida por certas entidades cósmicas que passaram através da substância consciente, e lhes deram aquela potencialidade que permitirá que a substância atômica - depois de muitos kalpas - desenvolva a autoconsciência. Em conexão com um planeta, eles são chamados por um nome misterioso que não pode ser revelado, pois oculta o mistério do esquema que precedeu o nosso, e do qual o nosso é uma reprodução. Há Pitris que trabalham em conexão com um planeta, e com um sistema solar, assim como há aqueles trabalhando em conexão com o reino humano. Eles personificam a energia da substância tal como se manifesta em um sistema, um esquema e um ciclo humano.

Em conexão com o nosso peculiar esquema terrestre, há também aqueles Pitris lunares que atingiram seu atual estágio de atividade na cadeia lunar. São grupos dévicos, porém (ao contrário dos Agnishvattas) não passaram pela etapa humana, mas terão que fazê-lo, e sua experiência atual em conexão com a Hierarquia humana tem esse fim em vista. É preciso lembrar que é uma lei fundamental, no desenvolvimento ocultista, que qualquer vida só poderá dar aquilo que já possuiu, e a possessão dos variados atributos da consciência, desde um átomo até à consciência de um Logos solar, é o resultado de longos ciclos de aquisições. Os Pitris solares, portanto, puderam dar ao homem sua consciência; os Pitris lunares puderam dar-lhe a consciência instintiva de seus veículos. No seu conjunto, em todos os reinos da natureza, neste planeta e em qualquer outro lugar, eles dão ao Logos planetário e ao Logos solar, a soma total da consciência da forma de Seus respectivos corpos. Isto sucede em todos os esquemas no sistema, porém, na cadeia terrestre foi criada uma condição peculiar devida ao fracasso planetário coincidente com a cadeia lunar; esta é a causa de se estarem equilibrando as forças atualmente nesta cadeia. É na quarta cadeia de cada esquema que vemos começar o trabalho dos Pitris solares em relação ao homem, e vemos também os Pitris de seus invólucros em atividade através do impulso dado pelos Anjos solares. A matéria desses invólucros já passou por três cadeias e três rondas, e vibra em resposta a um som emitido para... Em outras palavras, a terceira pode ser emitida com clareza, e é naturalmente seguida pela quinta, ou dominante. A emissão simultânea da terceira e da quinta, baseadas na tônica planetária, produz o efeito de um acorde tríplice, ou um quarto tom, um som complexo. Estou me referindo ao acorde da hierarquia humana como um todo. Dentro da hierarquia há, por sua vez, uma diversidade baseada no acorde hierárquico, o qual produz os muitos acordes e as notas egoicas que, por sua vez, produzem a manifestação objetiva.

Podemos agora acompanhar a progressão de energia egoica à medida que ela desce dos níveis abstratos para os átomos permanentes. Em cada plano o trabalho é tríplice, e pode ser assim descrito:

1. A resposta, no interior do átomo permanente, à vibração que foi estabelecida pelos Pitris solares; em outras palavras, a resposta do grupo superior de Pitris lunares ao acorde do Ego. Isto afeta definitivamente as espirilas do átomo, de acordo com a etapa de evolução desse Ego.

2. A resposta da substância à vibração atômica sobre o plano em questão. Isto diz respeito ao segundo grupo de Pitris, cuja função consiste em reunir - ao redor do átomo permanente - a substância sintonizada com esta ou aquela nota em particular. Esse grupo de Pitris trabalha sob a Lei de Atração Magnética e constitui a energia atrativa do átomo permanente. Numa pequena escala, cada átomo permanente exerce (em relação à substância dos invólucros do homem) uma posição proporcionalmente semelhante à que é ocupada pelo Sol físico em relação à substância do sistema, uma vez que ele constitui o núcleo de força atrativa.

3. A resposta da substância negativa envolvida, e sua modelagem na forma desejada, através da energia dual dos dois grupos superiores de Pitris. Já lhes dei uma ideia da unidade deste trabalho tríplice quando apresentei a diferenciação da substância de qualquer plano em:

a. Substância atômica.
b. Substância molecular.
c. Essência elemental.

Esta diferenciação não é inteiramente precisa; poderíamos chegar a uma ideia mais exata do conceito, se a palavra “energia” substituir “substância e essência”. O termo Pitris não se aplica realmente a este terceiro grupo. Os verdadeiros Pitris lunares são os do primeiro grupo superior, pois eles personificam um aspecto da vontade inteligente de Brahma, ou o Deus-na-substância. O terceiro grupo é, literalmente, o dos Construtores menores, que são forças cegas, incoerentes, sujeitas à energia que emana dos dois grupos superiores.

Em termos ocultistas, esses três grupos dividem-se em:

a. Os Pitris que veem, mas não tocam nem manipulam.
b. Os Pitris que tocam, mas não veem.
c. Os Pitris que ouvem, mas não veem nem tocam.

Como todos eles possuem o dom de ouvir ocultamente, são todos caracterizados como os “Pitris com o ouvido aberto”, pois trabalham inteiramente sob a influência do mantram egoico. Se estudarmos estas diferenciações atentamente, muitas coisas poderiam tornar-se aparentes a respeito deste importante grupo de trabalhadores dévicos, os quais somente entram em manifestação, como uma triplicidade coordenada, na quarta ronda, com o fim de fornecer veículos para o homem. A razão para isto permanece oculta no carma dos sete Logoi, pois Eles energizam a quarta, a quinta e a sexta Hierarquias. Na primeira ronda de cada esquema, estes três grupos alcançam uma certa etapa de necessário crescimento, e personificam a evolução mais elevada do aspecto substância. Somente os mais elevados e aperfeiçoados dos átomos da substância - aqueles que tenham sido parte integrante das formas evolutivas superiores - é que encontram seu caminho para os veículos do homem.

(g.) O Trabalho de Construção da Forma. Este trabalho da construção da forma é realizado sob leis definidas, as leis da própria substância, e o efeito é o mesmo, seja nos veículos humano, planetário, ou solar. As diferentes etapas podem ser enumeradas da seguinte maneira:

1. A Nebulosa. A etapa em que a matéria do próximo invólucro começa gradualmente a separar-se do conjunto da substância do plano, e assume um aspecto nebuloso ou leitoso. Corresponde à etapa da “névoa ígnea” na formação de um sistema solar e de um planeta. Os Pitris da Névoa, que são um dos muitos grupos subsidiários dos três grupos principais, entram então em atividade.

2. A Incipiente. A condensação já teve início, porém tudo está ainda na fase inicial, e a condição é caótica; não há forma definida. Dominam “Os Pitris do Caos”, caracterizados pela excessiva energia e violenta atividade, porque quanto maior é a condensação, antes da coordenação, maiores e mais terríveis são os efeitos da atividade. Isto é verdade, e aplica-se aos Deuses, aos homens e aos átomos.

3. A ígnea. A energia interna dos átomos que rapidamente se congregam, e o efeito de uns sobre os outros, produz um aumento de calor e a consequente demonstração da forma esferoidal, de modo que o veiculo de todas as entidades é visto como uma esfera girando sobre si mesma, e atraindo ou repelindo outras esferas. “Os Pitris das Esferas ígneas” somam o seu trabalho ao trabalho dos outros dois anteriores, e com isso é alcançada uma etapa bastante definida. Os Pitris lunares são, literalmente, os agentes ativos na construção do corpo físico denso do Logos, em todos os esquemas e através de todo o sistema. Eles energizam a substância dos três planos nos três mundos - o plano mental, o plano astral, e o plano físico denso do sistema. Isto pede uma profunda reflexão.

4. A Aquosa. A bola ou esfera de essência ígnea gasosa torna-se ainda mais condensada e liquefeita; sua superfície externa começa a solidificar-se, e o círculo-não-se-passa de cada invólucro torna-se claramente definido. O calor da esfera aumenta e centraliza-se no núcleo ou coração da esfera, onde produz aquela pulsação no centro que caracteriza o sol, o planeta, e os vários veículos de todas as entidades encarnantes. É uma etapa análoga à do despertar da vida do feto durante a etapa pré-natal, e é a mesma analogia encontrada na construção da forma em qualquer plano. Esta etapa marca a coordenação do trabalho dos dois grupos superiores de Pitris lunares, e os “Pitris do Calor Dual” estão agora cooperando inteligentemente. O coração e o cérebro da substância da forma lentamente em evolução são ligados. Seria interessante se os estudantes estendessem esta analogia da etapa aquosa para o lugar que o plano astral ocupa no corpo planetário e sistêmico, e a aliança, entre mente e coração, que está oculta no termo “kama-manas.” Um dos mais profundos mistérios ocultos será revelado à consciência do homem quando ele tiver descoberto o segredo da construção do seu veículo astral, e a formação do elo existente entre esse invólucro e a luz astral, em sua totalidade, no plano astral.

5. A Etérica. Esta etapa não se limita apenas à construção da divisão etérica do corpo físico, uma vez que sua contraparte é encontrada em todos os planos que dizem respeito ao homem, nos três mundos. A condensação e a solidificação do material tem sido contínua até agora e os três grupos de Pitris formam uma unidade no trabalho. O ritmo foi estabelecido, e o trabalho está agora sincronizado. Os construtores menores trabalham sistematicamente, e a Lei do Carma demonstra-se ativamente, pois é preciso lembrar que é o Carma inerente - a coloração ou resposta vibratória da própria substância - que reage seletivamente à nota egoica. Somente aquela substância que, devido à utilização anterior, tenha sido sintonizada a uma determinada nota e vibração, responderá ao mantram e às subsequentes vibrações emanadas do átomo permanente. Esta etapa é de enorme importância, porque marca a circulação vital, através de todo o veículo, de um tipo particular de força. Podemos ver isto claramente em relação ao corpo etérico, que faz circular a força vital ou prana do sol. Podemos ver uma ligação semelhante com a força que diz respeito aos planos astral e mental. “Os Pitris do Tríplice Calor” estão agora trabalhando sinteticamente, e o cérebro, o coração e os centros inferiores estão coordenados. O inferior e o superior estão ligados, e os canais entre eles estão desimpedidos, e assim, a circulação da tríplice energia torna-se possível. Isto é verdade quando se trata da construção da forma de todas as entidades, quer sejam elas macrocósmicas ou microcósmicas. Isto é marcado pela ativa cooperação de um outro grupo de Pitris, chamados “Os Pitris da Vitalidade", em conexão com os outros. Cooperam grupo após grupo, porque os três corpos principais estão distribuídos entre os muitos grupos menores.

6. A Sólida. Esta é a etapa final da verdadeira construção da forma, e significa o momento em que o trabalho está feito, no que diz respeito à agregação e formato da substância. A maior parte do trabalho dos Pitris lunares está agora completa. A palavra “sólida” não se refere somente à mais inferior manifestação objetiva, uma vez que uma forma sólida pode ser etérea, e somente a etapa de evolução da entidade envolvida revelará seu relativo significado.

Tudo que tem sido aqui apresentado referente ás progressivas etapas de construção da forma em todos os planos é verdadeiro, e aplica- se a todas as formas em todos os sistemas e esquemas, e à construção de todos os pensamentos-forma. O homem constrói pensamentos-forma o tempo todo, e segue inconscientemente o mesmo método que o seu Ego ao construir os seus corpos, o mesmo método que o Logos emprega para construir Seu sistema, e que o Logos planetário utiliza na construção de Seu esquema.

Ao falar, o homem emite um mantram grandemente diversificado. A energia assim gerada põe em atividade uma multidão de pequeninas vidas que começam a construir uma forma para o seu pensamento, seguindo etapas análogas às que acabamos de descrever em linhas gerais. Na atualidade, o homem dá início a estas vibrações mântricas inconscientemente e ignorando as leis do som e seu efeito. O trabalho oculto que ele está desenvolvendo lhe é desconhecido. Mais tarde, ele falará menos, conhecerá mais, e construirá formas mais exatas que produzirão poderosos efeitos nos níveis físicos. Assim, em ciclos distantes, o mundo será “salvo”, e não apenas uma unidade aqui e ali.

Em relação aos invólucros do homem, ocorrem certos pontos interessantes de manifestação que podem ser discutidos agora, deixando que o estudante estabeleça as correspondências relacionadas com o sistema e o planeta, dando-lhe somente indicações gerais que lhe poderão ser úteis em suas conclusões.

Em todo trabalho de construção da forma ocorrem momentos de grande importância ligados muito mais ao Ego do que às próprias envolturas, muito embora a ação reflexa entre o eu pessoal inferior e o eu superior seja tão imediata que se torna quase impossível separá-las.

O momento em que o Ego se apropria de sua envoltura, o que somente acontece depois que a quarta espirila está começando a vibrar, variando o período de acordo com o poder do Ego sobre o eu inferior. Em relação ao veículo físico denso, encontramos uma analogia quando o Ego cessa seu trabalho de Observador vigilante, e em algum período entre o quarto e sétimo anos, faz contato com o cérebro físico da criança. Uma ocorrência semelhante tem lugar no veículo etérico, no astral e no mental.

O momento em que a energia do Ego é transmitida de um invólucro superiora um inferior. Frequentemente esquecemos que não é rápido o caminho da encarnação. O Ego desce muito vagarosamente, e de forma gradual, apossa-se de seus veículos. Quanto menos evoluído é o homem, mais lento é esse processo. Estamos falando aqui do período de tempo transcorrido depois que o Ego realizou seu primeiro movimento para a descida, e não do tempo transcorrido entre duas encarnações. Esta tarefa de passar a um plano com o propósito de encarnar marca uma crise definida, que se caracteriza pelo exercício da vontade para o sacrifício, da amorosa apropriação da substância, e de sua energização para que entre em atividade.

O momento em que se realiza a apropriação do tipo necessário de força para energizar um determinado invólucro, o qual ficará:

a. Sob a influência do raio egoico,
b. Sob a influência de um determinado sub-raio do raio egoico, e
c. Através dessa influência, -
Sob certas influências astrológicas,
Sob certas radiações planetárias,
Sob a influência de certas correntes de força, emanando de determinadas constelações.

Estes três casos apresentam uma interessante analogia em conexão com o trabalho do Logos na construção de Seu corpo físico, o sistema solar, e também em certas correspondências que podemos ver personificadas em fatos já discutidos nas três primeiras Iniciações.

Sob o ponto de vista do eu inferior, os dois momentos mais importantes no trabalho do Ego reencarnante são aquele em que a unidade mental é reenergizada para entrar em atividade cíclica, e o momento em que o corpo etérico é vitalizado. Isto diz respeito à vinculação do centro da base da coluna com um certo ponto no interior do cérebro físico, por intermédio do baço, no que diz respeito ao ângulo puramente fisiológico.

Podemos agora abordar um ponto muito interessante a respeito do corpo físico denso, tratando portando daquilo que não é considerado um princípio, quer seja no macro como no microcosmo. Como sabemos, o homem é essencialmente um homem mental e um homem astral; então, os dois se apropriam de um corpo etérico com o propósito de realizar um trabalho objetivo. Estes dois, no corpo etérico, constituem o verdadeiro homem inferior. Porém mais tarde - com o fim de conhecer até mesmo o mais inferior de todos os planos - o homem toma para si mesmo um “casaco de pele”, como está dito na Bíblia, e veste, sobre o seu corpo etérico, esta ilusória forma exterior que tão bem conhecemos, e que se torna seu mais inferior ponto de objetividade e seu direto “aprisionamento.” Esta apropriação de um envoltório denso pelo Ego está sujeita a uma peculiar parte do carma relacionado com os quatro Kumaras, ou Homens Celestiais, Que formam o Quaternário logoico. Nos esquemas relacionados à Tríade logoica (ou aqueles dos três Raios maiores, ou Homens Celestiais) o destino indicado não é a encarnação física densa, e sendo assim, a mais inferior manifestação para o homem é na matéria etérica.

A apropriação deste corpo inferior difere de muitos modos daquela dos demais corpos, a começar pelo fato de que não há átomo permanente a ser vitalizado. O plano físico é o reflexo completo do mental; os três subplanos inferiores refletem os subplanos abstratos, e os quatro subplanos etéricos refletem os quatro planos mentais concretos. A manifestação do Ego no plano mental (ou o corpo causal) não é o resultado da energia que emana dos átomos permanentes como um núcleo de força, mas sim o resultado de diferentes forças, e primordialmente, da força grupal. É predominantemente marcada pelo ato de uma força exterior, que se perde nos mistérios do carma planetário. Isto também é verdadeiro a respeito das manifestações inferiores do homem. É o resultado de uma ação reflexa e está baseada na força do grupo dos centros etéricos, através dos quais, o homem (como um agregado de vidas) está funcionando. A atividade desses centros estabelece uma vibração em resposta, nos três subplanos inferiores do plano fisico, e a interação entre os dois faz com que se agreguem, ao redor do corpo etérico, as partículas daquilo que nós - erroneamente - denominamos “substância densa.” Este tipo de substância energizada é arrastada por um vórtice de correntes de força emanando dos centros, e não pode escapar. Portanto, estas unidades de força, de acordo com a direção da energia, amontoam-se ao redor, e no interior, do envoltório etérico até ocultá-lo, embora ele seja interpenetrante. Isto é causado por uma lei inexorável - a lei da própria matéria - e somente podem escapar do efeito da vitalidade dos seus próprios centros aqueles que são “Senhores da Yoga”, os quais podem, através da vontade consciente do seu próprio ser, escapar da força compulsiva da Lei de Atração atuando no subplano físico cósmico mais inferior.

Existe uma interessante analogia (acurada em linhas gerais, embora não tão visível nos detalhes) entre a construção do antahkarana, nos níveis mentais, entre a unidade mental e o átomo manásico permanente (por meio do qual o Caminho da Liberação é percorrido, e o homem é liberado) e a abertura do canal entre o centro na base da coluna e o cérebro, e daí para o centro coronário. Através deste último canal, o homem escapa do corpo físico denso, e a continuidade de consciência entre o plano astral e o físico é alcançada. No primeiro caso, através da correta direção da força, a teia etérica já não constitui uma barreira, uma vez que ela é destruída e o homem está plenamente consciente em seu cérebro físico de tudo que se passa no plano astral. No segundo caso, o corpo causal é também eventualmente destruído pela correta direção da força. Não iremos aqui tratar do especifico trabalho de construir a forma física densa sobre a estrutura do corpo etérico, pois que isto já foi suficientemente tratado em outros livros. Mencionaremos apenas dois outros pontos interessantes sobre o trabalho dos Pitris lunares na construção do corpo do homem.

Em relação à construção do corpo denso, devemos dizer que ele aparece como uma forma humana, muito semelhante a uma cruz, dentro do ovoide das outras esferas, sendo notavelmente, de natureza quíntupla:

Cabeça
Dois braços
Duas pernas

De acordo com a posição assumida pelo homem, ele é visto como um símbolo da cruz, e é então quádruplo (considerando-se as duas pernas como um único membro) ou, se separadas, quíntuplo, quando então é considerado como símbolo da estrela de cinco pontas. Esta natureza quíntupla do corpo físico denso resulta do fato de que somente cinco centros se encontram realmente ativos no homem comum até à terceira Iniciação; todos os centros lá estão vitalizados, porém nesta quíntupla evolução normal, apenas cinco são dominantes. Por conseguinte, a força que emana desses cinco centros impele a substância densa a uma sólida agregação. Uma vez que dois dos centros não estão funcionando tão ativamente quanto os outros cinco, não é formado um ovoide, como no caso dos invólucros etérico, astral e mental. A forma quíntupla do homem físico é o resultado da direção quíntupla das correntes de força dos cinco centros.

Seria interessante também destacar que a interação da energia dos Pitris solares e lunares produz um efeito muito definido sobre o grupo dos Pitris lunares, sendo um dos meios pelos quais eles podem eventualmente alcançar a etapa em que os Pitris solares se encontram. Este fato quando for perfeitamente compreendido pelo homem o levará a um cuidadoso controle de seus envoltórios, e de atenção sobre o direcionamento que sua força ou energia tomam. O homem é responsável pela tarefa de ajudar na evolução da substância, sendo ele próprio um manasaputra.

(h.) Encarnação e Carma. Ao resumir nossa consideração do processo seguido pelo Ego reencarnante, devemos destacar que todo este assunto diz respeito à energia, e que de acordo com o grau de evolução em que se encontre a unidade de força em questão, o período de tempo exigido pelo processo, poderá ser longo ou breve. Nas etapas iniciais, o primeiro impulso é pesado e lento, e a matéria necessária para os invólucros é, em correspondência, de grau “inferior”, isto é, de baixa capacidade vibratória, sendo extenso o tempo transcorrido entre a primeira vibração aparente no plano mental e a coordenação do corpo físico denso. Mais tarde, a vibração torna-se mais poderosa e, portanto, os efeitos fazem-se sentir mais rapidamente. Ao fim da evolução, quando a unidade humana está no Caminho, conscientemente controlando seu destino, e esgotando o seu carma, os intervalos entre duas encarnações podem ser breves ou não, uma vez que o homem pode escolher segundo os interesses do trabalho a ser feito, e de acordo com sua intenção de liberar-se da forma. É preciso lembrar que, à medida que transcorre o processo evolutivo, a atividade egoica evoca resposta da substância não só dos três mundos, mas também dos níveis informes do sistema. A resposta será finalmente sentida nos níveis monádicos. Então, depois de um momento de equilibrium, o efeito do ritmo é sentido inteiramente nos planos superiores, e abandona os inferiores.

A palavra “momento” está usada aqui em seu significado ocultista para especificar um período de tempo, período esse relativo a um dia ou ano de Brahma. Um dos segredos da iniciação está ligado à compreensão dos ciclos e de sua duração; por essa razão, os termos seguintes precisam ser reconhecidos, assim como sua duração e sua antítese (um pralaya intermediário) antes que um homem possa ser considerado um verdadeiro ocultista.

a. 100 anos de Brahma Um ciclo ocultista. O período de um sistema solar.
b. Um ano de Brahma O período de sete cadeias no que diz respeito aos sete esquemas planetários.
c. Uma semana de Brahma O período de sete rondas em um esquema, o que significa uma cadeia.
d. Um dia de Brahma O período ocultista que tem a duração de uma ronda.
e. Uma hora de Brahma Diz respeito a questões entre cadeias.
f. Um minuto Brâhmico Diz respeito aos centros planetários, e por conseguinte aos grupos egoicos.
g. Um momento Brâhmico Diz respeito a um grupo egoico, e sua relação com o todo.

Estes são os mais longos períodos de tempo, e quando seu significado for compreendido, muitos pontos agora obscuros serão revelados. Até agora, somente aos iniciados são reveladas as verdadeiras cifras. As que aparecem na Doutrina Secreta, como por exemplo, os 100 anos de Brahma, indicam a média geral; porém é preciso sempre lembrar que quando consideramos os números a respeito de um esquema, por exemplo, temos que levar em consideração uma certa latitude devido ao carma individual planetário e de alguma peculiaridade.

Os pontos seguintes que vamos abordar sobre este assunto merecem alguma atenção, uma vez que tratam de interessantes fatores.

Nem todos os Rishis planetários têm uma “vida igualmente longa”, no sentido oculto do termo, já que os sete Logoi planetários dos sete planetas sagrados encontram-se em diferentes estágios de evolução e, assim sendo, Suas respostas vibratórias são diferentes e, por conseguinte, produzem diferentes efeitos no tempo.

Os três esquemas planetários principais (Urano, Netuno e Saturno) não receberam ainda sua máxima estimulação, o que somente acontecerá quando “a energia dos sete sagrados” for transferida para Eles. Portanto, os números indicando sua duração e persistência não estão corretos.

Os números que acompanham os planetas envolvidos como a “ronda interna” diferem quanto à duração do tempo, porém não dos outros planetas, quanto ao lugar que ocupam no espaço.

Os números reais relacionados a qualquer esquema planetário e sua atividade oculta, não podem ser comprovados pelo homem a quem não se possa confiar o significado de outros corpos planetários (muito numerosos) dentro do círculo-não-se-passa solar. Toda a esfera solar está chela desses corpos, que apresentam as mesmas características dos sete e dos dez, e cada um deles produz, em certa medida, um efeito sobre o todo. Por conseguinte, os números só poderão ser considerados finais, quando o efeito causado pelos corpos planetários menores sobre seus vizinhos imediatos for conhecido, e o alcance de sua radiação planetária for aferido. Há mais de 115 desses corpos a serem considerados, e todos se encontram em diferentes etapas de impulso vibratório. Eles apresentam órbitas definidas, giram ao redor do seu eixo, extraem do Sol sua “vida” e substância, porém, devido à sua relativa insignificância, não foram ainda considerados fatores de importância. Esta atitude mental mudará quando a visão etérica for um fato, e então a realidade da existência de um duplo etérico de tudo que existe em manifestação, será reconhecida pelos cientistas. Este fato será demonstrado no final do século, e, durante a parte inicial do próximo século ocorrerá uma revolução nos círculos voltados para a Astronomia que resultará no estudo dos “planetas etéricos.” Como todos esses corpos são órgãos de energia, permeando a forma densa, o estudo da interação da energia solar, e o oculto “dar e tomar” dos corpos planetários assumirá um novo significado. Certos corpos planetários (tanto os maiores quanto os menores) são “absorvedores”, outros são “irradiadores”, enquanto alguns outros estão na etapa de demonstração de uma atividade dual, e estão sendo “transmutados.” Todas estas circunstâncias precisam ser levadas em consideração pelo iniciado que está ocupando-se dos ciclos.

Números também serão computados quando o efeito dos chamados “asteroides”, sobre os planetas, for conhecido. Isto é algo muito maior do que a ciência exotérica admite até agora, porém seu significado terá de ser eventualmente interpretado em termos de energia, e em níveis etéricos.

Um outro fator na computação que precisa ser considerado é o efeito das várias luas sobre qualquer esquema planetário, e o verdadeiro significado da oitava esfera em conexão com a substância densa. Cada lua é, ocultamente, um “ponto de corrupção”, ou aquilo que se está transformando em gases nocivos. A transmutação da forma tem continuado em cada caso até alcançar um ponto em que tudo aquilo que representa energia vital desaparece, assim como toda a vida solar, nenhum vestígio de energia prânica permanece, e tudo que resta para ser visto é simplesmente a decomposição do corpo físico - uma decomposição que prossegue nos níveis etéricos assim como no físico.

A deterioração de uma lua tem um efeito tão nocivo sobre tudo aquilo que com ela entra em contato, quanto o de um corpo em decomposição na terra exerce sobre seus arredores. Ocultamente é dito “ofensivo”, e será mais verdadeiramente compreendido quando o duplo etérico de nossa lua for estudado. À proporção que a lua se tornar menor, pelo processo de desintegração, seu efeito sobre a Terra será correspondentemente diminuído, e esta etapa será acompanhada por uma maior liberação dos impulsos do mal que tem acompanhado os filhos dos homens. Acima de tudo, outro dos resultados será a melhoria das condições entre os animais, e a paulatina extinção daquilo que é nocivo, no reino animal. Quando alcançarmos a sétima ronda, o efeito maligno do que restar da lua - que para todos os efeitos terá praticamente desaparecido - terá terminado. Durante a quinta ronda, os homens descobrirão como neutralizar quaisquer efeitos que ainda restem, através de conquistas cientificas, e do conhecimento dos necessários sons e mantrams, contrabalançando assim grande parte do mal. Em todos estes comentários está incluída a lua etérica. O maior efeito das condições da lua pode ser visto no terror predominante, e na atual situação angustiosa em que se encontra o reino animal. (58)

Um outro fator na computação cíclica encontra-se no efeito que as seguintes estrelas e constelações exercem sobre o nosso sistema, e sobre qualquer particular esquema, dentro do sistema:

a. A Ursa Maior.
b. A Ursa Menor.
c. A Estrela Polar, especialmente no que diz respeito ao nosso planeta.
d. As Plêiades.
e. A constelação de Capricórnio.
f. Draco.
g. Sírio.
h. As várias constelações e estrelas do Zodíaco.

O mistério encontra-se oculto na astrologia esotérica, e até que o assunto da energia atuando através do corpo etérico, da radioatividade, e da transmutação de todos os corpos, de um estado inferior para um estado superior, for melhor compreendido, o verdadeiro mistério da “influência” destes vários corpos uns sobre os outros permanecerá como está na etapa atual - um segredo não revelado. Se o efeito radiador de um ser humano ou de um grupo de seres humanos um sobre o outro é, por enquanto, algo praticamente desconhecido, sob o ponto de vista da ciência prática, também o efeito oculto destas formas maiores umas sobre as outras permanece desconhecido. A ciência reconhece certos efeitos que conduzem à coerência geral do universo, assim como as leis gerais da ordem social entre os homens são teoricamente percebidas; porém, a verdadeira compreensão das radiações de energia que emanam dos corpos etéricos de todos estes sois e grupos de sois, e de todos estes planetas e grupos de planetas, é pouco entendida. Sua atividade atômica é reconhecida, mas aquele departamento do seu ser que tem sua correspondência no “magnetismo animal” no homem, é pouco compreendido, enquanto que até mesmo aquele mais potente fator da radiação magnética dos seus corpos astrais de modo algum foi calculado, ou sequer admitido. Tudo isto tem de ser levado em conta quando se trata do fator do tempo e dos ciclos, uma vez que o verdadeiro conhecimento esotérico não é obtido pelo estudo de números feito pela mente inferior. Ele chega como resultado da intuição e pelo estímulo recebido na iniciação.

Tudo que foi exposto aqui, pode ser igualmente aplicado (embora num sentido muito limitado) ao ego e seus ciclos; outras considerações

que não as estritamente “pessoais” entrarão em seus períodos de tempo. A influência de outros grupos e de outras unidades, os efeitos da radiação de outros raios, e de certos tipos de força ainda não revelados, e por conseguinte, fora de nossa consideração, dizem respeito ao seu aparecimento, à duração de sua manifestação, a seu subsequente obscurecimento, e ao intervalo praláyco final. Assim como o Ego tem períodos de tempo correspondentes aos de Brahma e seus “100 anos”, e suas “777 encarnações” têm uma analogia solar, também os grupos de Egos diferem quanto ao fator tempo, exatamente como os esquemas planetários são análogos em sua evolução, porém diferem no que diz respeito aos seus períodos. A Lei de Periodicidade é uma só, porém como está baseada no impulso inicial e na palpitação rítmica do “coração central”, ou do “sol central” de qualquer organismo (sistema solar, esquema planetário, cadeia planetária, grupo egoico ou vida egoica individual) a verdadeira natureza, ou “família” de qualquer um desses organismos precisa ser averiguada antes que se possa fazer algum pronunciamento cíclico com alguma esperança de aproximada exatidão. Esta foi a razão porque H. P. B. procurou enfatizar a necessidade de se estudar a “família astral”, e a hereditariedade oculta de qualquer pessoa, pois é no astral que se encontra a chave para a “família ou grupo egoico.” Com esta chave, o estudante pode então comprovar as características de seu grupo nos níveis egoicos, seu lugar entre outros grupos egoicos, e eventualmente seu raio ou centro grupal. Com o passar do tempo, o verdadeiro estudo da hereditariedade e da transmissão esotérica será revelado, e toda a estrutura de pensamento construída ao redor de modernas expressões como:

a. Consanguinidade ou laços de sangue;
b. Hereditariedade física;
c. Atavismo;
d. Casamento entre familiares;
e. Relações familiares;
f. Grupo familiar;
g. Almas gêmeas;
h. Divórcio, e muitos outros termos

será deslocada para planos superiores, e reconhecida e usada em conexão com os relacionamentos da alma. Essas expressões exprimem, por enquanto, uma pálida compreensão, no plano físico, de certas relações internas que estão em busca de uma resposta externa. Quando todas estas ideias forem interpretadas em termos de força e energia, em termos de atração e repulsão, ou de resposta vibratória das unidades entre si, e de grupos em relação a outros grupos, veremos então o esclarecimento de muitos problemas, e uma simplificação da vida. Os homens serão fieis às suas afiliações grupais, e os grupamentos sem real afinidade e os casamentos incompatíveis desaparecerão gradualmente, graças ao conhecimento.

Podemos agora abordar a relação existente entre o carma e a reencarnação. Como bem sabemos, a lei do carma é a mais estupenda lei do sistema, impossível de ser compreendida pelo homem comum, porque, se em retrospecto, a acompanharmos até sua raiz central e suas muitas ramificações, chegaremos à posição de ter que lidar com causas anteriores ao sistema solar, o que só terá utilidade para um iniciado de alto grau.

Esta grande lei, em realidade, diz respeito a causas que são inerentes à constituição da própria matéria, e à interação entre unidades atômicas, seja quando usamos esta expressão em relação a um átomo de substância, um ser humano, um átomo planetário, ou um átomo solar.

Poderíamos também explicá-la dizendo que o aspecto vontade, ou impulso iniciador, é o que origina a causa, e é a própria causa. É preciso lembrar que causa envolve a ideia de dualidade, isto é, daquilo que dá início, e daquilo que é produzido simultaneamente. As duas ideias são inseparáveis; não obstante, a segunda ideia, em sua mais abstrata conotação, não pode - e não deve - ser considerada literalmente como um efeito. O verdadeiro efeito envolve uma terceira ideia. Podemos chegar a alguma compreensão do problema, se considerarmos o fenômeno que sempre envolve esta causa dual iniciatória e seu efeito objetivo:

a. Espírito-matéria em atividade dual produzem o universo objetivo.
b. Fogo elétrico e fogo por fricção ao entrar em contato produzem o fogo solar; ele surge da escuridão; porém uma escuridão potente de energia.
c. Vontade-desejo é a causa da encarnação; a vontade-de-ser reagindo sobre a substância (cuja principal qualidade é desejo ou resposta à sensação) produz as formas através das quais a Vida central ou Existência procura expressar-Se.
d. Ideias e matéria mental unidas produzem pensamentos-forma.

Se o estudante levar os pontos citados acima em consideração, torna-se evidente que ele nada mais poderá fazer a não ser estudar os efeitos produzidos pela justaposição dos pares de opostos; ele não pode dissociá-los em sua mente, nem considerar o Espírito ou a matéria isoladamente, assim como o átomo de substância no corpo físico do homem não pode dissociar-se desse corpo e considerar-se independente das influências da forma. Todos os átomos são sempre controlados pelos seguintes fatores, exatamente como um homem no corpo de um Logos planetário, e um Logos planetário dentro de Seu Todo maior será igualmente controlado pelos mesmos princípios básicos:

A influência e qualidade do órgão ou unidade no qual se encontra. No átomo humano, isto significa sua força ou influência grupal.

A influência vital de todo o corpo físico do qual qualquer átomo seja uma parte integrante. No átomo humano, isto significa a influência daquele centro no qual seu grupo egoico se encontra, e o tipo de energia que ele personifica.

A influência da vida do desejo ou corpo astral, o mais forte agente cármico a ser levado em consideração. No átomo humano, isto envolve a influência dos três centros no do corpo Homem Celestial que formam qualquer específico “triângulo de força”, os quais influem grandemente para que os grupos de Egos se liberem da manifestação.

As influências vitais do corpo mental, ou daquele princípio que impõe ao átomo a qualidade da atividade da forma, que governa a reação do átomo à sua vida grupal, e que permite que seja demonstrada a qualidade de sua vida. No átomo humano, isto diz respeito àquelas causas que são inerentes ao Raio de um homem, ou literalmente, à influência da vida do Logos planetário à medida que Ele funciona, no Seu próprio plano, como uma Vida autoconsciente desenvolvendo Seus próprios planos e, consequentemente, arrastando à atividade as células de Seu próprio corpo como meros incidentes, no que diz respeito a Ele, a vida básica central.

O impulso vital do Pensador funcionando no corpo causal, o qual - embora constitua uma grande abstração, ou o Absoluto, no que diz respeito à vida celular - é, não obstante, um potente e ativo fator na imposição do ritmo sobre o átomo em qualquer corpo. No átomo humano, isto introduz a influência da vida do Logos solar, uma vez que essa Vida impõe o ritmo sobre cada átomo humano no sistema, o que é feito por intermédio da substância, e sua qualidade inerente, a sensação.

Nestes pensamentos, apenas abordamos o estudo do carma sob um novo ângulo, e procuramos mostrar as fontes das “influências” que atuam sobre todas as vidas atômicas.

O átomo é igualmente controlado pelo seu próprio “esse”, isto é, pela sua própria natureza inerente ou vibração, que era a qualidade da própria matéria antes de ser reunida em um sistema solar, e que fora a atividade vibratória produzida através da vida rítmica de um sistema solar anterior. Isto aplica-se também a todos os átomos de todos os graus; porém, somente em relação ao átomo de substância e, até certo ponto, em relação ao átomo humano, é possível de algum modo avaliar as causas predeterminantes. Até que o mistério da Ursa Maior seja revelado e conhecido tal como é, e até que a influência das Plêiades seja compreendida, e o verdadeiro significado do triângulo cósmico formado por

a. Os sete Rishis da Ursa Maior,
b. Os sete Logoi planetários do nosso sistema solar,
c. As sete Plêiades, ou Irmãs,

seja revelado, o carma dos sete planetas sagrados permanecerá desconhecido. Tudo que podemos ver é seu funcionamento no sistema solar. A complexidade do assunto será aparente quando levarmos em conta que, não apenas estes três grupos formam um triângulo cósmico, mas que também dentro desse triângulo, muitos outros triângulos menores têm de ser estudados. Qualquer um dos sete Rishis com um de nossos Logoi, e uma das sete Irmãs podem formar um triângulo subsidiário, e todos têm que ser assim estudados.

Em relação ao carma do Logos solar, o assunto é ainda mais abstrato e incompreensível. Encontra-se oculto - não nas sete constelações - mas sim nas três constelações relativas aos três corpos de Sua Personalidade e que constituem, em si mesmas, apenas manifestações de uma VIDA central muito além de nosso conceito e reconhecimento. Diz respeito à manifestação, no tempo e espaço, de AQUELE SOBRE A QUAL NADA PODE SER DITO, e cujo relacionamento com o Logos solar encontra uma leve analogia com a de um Logos planetário e um homem, a unidade humana. Não há pois razão para alongar mais este assunto.

Estamos procurando apenas enfatizar a interdependência de todos os átomos e formas, enfatizar a realidade da variedade de influências que atuam sobre tudo que está em manifestação, e chamar a atenção para o fato do carma dos aeons passados, dos kalpas e desse período totalmente desconhecido em que os impulsos iniciadores - que ainda persistem - foram estabelecidos e que Deus, o homem e os átomos continuam a emitir e a esgotar. Influências ou vibrações, evocando resposta, atuam sobre cada forma e átomo no sistema solar, e tudo que pode ser dito sobre elas é que tendem a desenvolver algum tipo de consciência, impor certos ritmos de acordo com essa resposta consciente, e produzir agregações ou atividade grupal.

A liberação do carma sobre a qual os pretensos estudantes ocultistas falam tão loquazmente, nada mais é do que a liberação do átomo de seu próprio problema pessoal (o problema de resposta à sensação unitária) e sua consciente submissão à resposta e trabalho grupais. Isto assinala a dissociação do átomo humano do ritmo que lhe foi imposto pelas “influências” inferiores que encontram seu canal de aproximação através de seus veículos, ou corpos lunares, e seu consequente e voluntário reconhecimento do impulso volitivo de seu todo maior, ou a vida do grupo egoico - um centro no corpo planetário. Isto envolve controle atômico, mas envolve também subordinação consciente ao carma do Homem Celestial. O homem não é mais o escravo do ritmo da matéria em si, e passa a controlá-la nos três mundos de seu esforço; contudo, ele é ainda controlado pelo carma grupal do centro planetário, pela sua influência, vida e impulso vibratório. O mesmo podemos dizer a respeito de um Homem Celestial, e de um Logos solar.

Ao terminar, podemos expressar o mesmo pensamento em termos de fogo, lembrando que as palavras somente limitam e restringem o pensamento, e que a principal razão para este modo de abordagem é trazer para o homem, de forma pictórica, alguns aspectos da ideia central.

“Fogo elétrico, ou impulso volitivo” em conjunção com “fogo por fricção” produz luz, ou “fogo solar.” Fogo elétrico é força ou energia de alguma espécie, e por isso, em si mesmo, é fundamentalmente uma emanação. “Fogo por fricção” é substância com a qualidade de calor como sua característica predominante; é calor latente ou sensação. Em consequência, estes dois conceitos dão a ideia de dualidade. Uma emanação precisa ter sua fonte emanadora, e calor é apenas o resultado da fricção, e é necessariamente dual. Estes dois conceitos envolvem fatos muito anteriores à formação do sistema solar, e permanecem ocultos na Mente Universal. Tudo que pode ser cientificamente determinado, é a natureza daquilo que é produzido pela sua aproximação, isto é, o fogo solar ou luz. Estes pensamentos podem tornar um pouco mais claro o significado do número cinco, considerado esotericamente. O fogo elétrico, sendo uma emanação, é um conceito essencialmente dual, como assim também o fogo por fricção, os quais, unidos, produzem o fogo solar e, portanto, o cinco esotérico.

Torna-se evidente que quando um homem fala de carma, refere-se a algo muito mais vasto que a interação de efeito e causa dentro da esfera de sua própria rotina individual. Ele é, em tudo, governado por causas originadas no agregado de vidas formadoras do seu grupo egoico; pelo conjunto de grupos que formam uma pétala em um dos centros de um Homem Celestial; pela força ou propósito circulando através de um triângulo de centros; e pela energia da vida ou propósito volitivo do Próprio Logos planetário. Finalmente, ele é governado pela vontade do Logos solar ao manifestar-se como atividade inicial. Não podemos ir além; mas foi dito o suficiente para mostrar que cada átomo humano encontra-se sob o domínio de forças fora de sua própria consciência, as quais arrastam, a ele e a outros, a situações das quais não podem escapar, e que, para ele, são incompreensíveis.

Nunca tivemos um exemplo melhor como o da última guerra e o das condições atuais do mundo. Estes são efeitos de causas que têm sua origem na renovada atividade de um certo triângulo planetário, e na vibração iniciada pelo nosso Logos planetário na cadeia lunar, a qual teve um débil princípio em um sistema solar anterior. Esta vibração colidiu principalmente sobre certos átomos e grupos de átomos em Seu corpo, especialmente aqueles que compunham os reinos humano e animal, produzindo os aparentemente calamitosos resultados dos quais temos sido testemunhas. Tão grande foi o efeito de Sua energia, que o reino vegetal foi parcialmente afetado, enquanto o reino mineral sentiu o seu efeito de modo surpreendente, muito mais do que o reino vegetal e quase tão desastrosamente quanto o reino animal. Temos aqui um conjunto de circunstâncias fora do controle humano e mesmo grupal, o que ilustra a impotência do homem diante de certas condições, e serve para introduzir fatores aparentemente distintos da vibração individual do quarto reino.

Não obstante, dentro de certos limites, o homem definidamente “controla seu destino”, e pode iniciar ações que resultam em efeitos que ele reconhece serem dependentes de sua atividade, segundo uma determinada linha. Em minúscula escala, ele repete o procedimento do Logos em vasta escala, e deste modo torna-se o árbitro de seu próprio destino, o diretor de seu próprio drama, o arquiteto de seu próprio lar, e o iniciador de seus próprios problemas. Embora ele seja o ponto de encontro de forças que estão fora de seu controle, ele pode ainda assim utilizar a força, a circunstância e o meio ambiente e - se assim o quiser - fazê-los voltar-se para os seus próprios fins.

A atuação da lei cármica na própria vida de um homem pode, de modo geral, dividir-se em três partes em cada uma das quais se expressa um tipo diferente de energia, produzindo efeitos definidos nos corpos inferiores e superiores.

Nas primeiras etapas, quando o homem é pouco mais do que um animal, a atividade vibratória dos átomos de seus três invólucros (principalmente do mais inferior) governa todas as suas ações. Ele é a vítima da atividade vibratória da substância física, e grande parte do que ocorre é consequência da interação entre o Ego e sua manifestação mais inferior, o invólucro físico. O centro de atenção é o corpo físico, e só muito fracamente respondem os dois corpos mais sutis. O impulso egoico é lento e pesado, e a vibração está dirigida para a produção de resposta entre a consciência egoica e os átomos do corpo físico. O átomo físico permanente está mais ativo do que os outros dois. É o aspecto do “fogo por fricção” que está sendo alimentado pelo alento egoico, com um tríplice objetivo:

a. Coordenar o corpo físico.
b. Aumentar a resistência da teia etérica, o que só foi levado até o ponto desejado na metade da raça-raiz atlante.
c. Trazer certos centros inferiores à necessária etapa de expressão.

O calor dos átomos nos corpos é aumentado durante esta etapa, e coordenada a sua vida atômica, enquanto o triângulo entre os três átomos permanentes torna-se um fato demonstrável e não uma leve indicação.

Durante a segunda etapa, a Lei do Carma ou influência cármica (através da inevitável ação reflexa produzida pela crescente atividade dos invólucros) volta sua atenção para as incitações do desejo e começa então a transmutá-lo em aspiração superior. Através da experiência, o Pensador reconhece os pares de opostos e deixa de ser vítima dos impulsos vibratórios do seu corpo físico, como resultado de suas escolhas agora inteligentes. O homem começa a discriminar entre os pares de opostos escolhendo sempre, nas primeiras etapas, aquilo que mais atrai a sua natureza inferior e que ele crê que lhe trará prazer. O centro de atenção do Ego é o corpo astral, o qual se torna tão estreitamente coordenado com o corpo físico que os dois formam uma unida expressão do desejo. O corpo mental, nesta etapa, permanece comparativamente inativo. A natureza amor do Ego está em processo de desenvolvimento, e esta etapa é a mais longa das três, pois trata da evolução das pétalas do lótus egoico, e da combinação harmoniosa do fogo solar e do fogo por fricção. Durante este período intermediário, a ação reflexa entre o inferior e o superior, produz três efeitos que, se forem cuidadosamente estudados, oferecem muita informação a respeito da atuação da Lei do Carma. Esses três efeitos são:

1. O desenvolvimento do átomo astral permanente com a simultânea estimulação do átomo físico permanente, produzindo assim o crescimento e evolução dos dois corpos envolvidos.

2. A coordenação do homem tríplice através da inata vitalidade do corpo astral e o efeito que ele exerce sobre o mental e o físico. Este é o período kama-manásico, e como este corpo constitui a única esfera completa no homem tríplice inferior, ele é, inerentemente, o corpo mais poderoso, uma vez que personifica (do mesmo modo que o sistema solar) o aspecto coração, ou a natureza amor embrionária, que é o objetivo da evolução tanto macro quanto microscópica.

3. Finalmente, o desdobramento das nove pétalas egoicas em três etapas.

Na atuação da lei, portanto, observamos que o homem é primeiramente vítima dos impulsos da substância densa, ou aspecto Brahma, e assim repete rapidamente o processo evolutivo do sistema solar precedente, enquanto que na segunda etapa ele é vítima do desejo, ou de sua própria natureza amor.

Na terceira etapa, a Lei do Carma atua através da natureza mental do homem, despertando nele o reconhecimento da Lei e a apreensão intelectual de causa e efeito. Esta é a etapa mais curta, mas é também a mais poderosa; diz respeito à evolução das três pétalas internas que protegem a “joia”, e sua capacidade de revelar, no momento oportuno, aquilo que elas ocultam. Esta etapa abrange o período da evolução do homem avançado, e do homem que se encontra no Caminho. Em relação à família humana, abarca a primeira metade da próxima ronda, antes da grande separação. O fogo elétrico começa a fazer sentir suas radiações, e a vontade ou propósito do Ego é agora conscientemente cumprida no plano físico. Os três átomos permanentes formam um triângulo de luz, e as pétalas do lótus abrem-se rapidamente. Quando a consciência, que agora desperta no cérebro físico do homem, compreende a vontade e propósito do Ego, a Lei do Carma nos três mundos começa a ser neutralizada, e o homem está prestes a ser liberado. Ele está livre dos três mundos e do quarto.


Notas:

44 Há fundamentalmente três tipos de Pralaya. D. S., I, 397-398. 1. Pralaya solar Ao finai dos cem anos de Brahma. Marca a reabsorção na unidade. Marca o fim da manifestação do sistema solar. Diz respeito ao Logos solar. 2. Pralaya incidental Segue-se aos dias de Brahma. Marca períodos entre manvantaras. A forma cessa temporariamente, mas a dualidade permanece. Diz respeito a um Logos planetário. 3. Pralaya individual Alcançado pelo homem na quinta iniciação. Marca a realização da perfeição. Diz respeito à Mônada. Existe também o pralaya ligado à evolução humana, o qual chamamos devachan. Diz respeito à personalidade.
45 45 Deva-Chan. (3) 'Quem vai para o Deva Chan?’ O Ego pessoal, é claro, porém embelezado, purificado, santificado. Cada Ego - a combinação do sexto e sétimo princípios - que depois do período de inconsciente gestação - renasce no Deva-Chan, é necessariamente tão inocente e puro como um recém-nascido. O fato de ter renascido mostra a preponderância do bem sobre o mal em sua velha personalidade. Enquanto o Carma (do mal) se afasta momentaneamente, para segui-lo em sua futura reencarnação, ele leva consigo apenas o Carma de suas boas ações, palavras, e pensamentos para este Deva-Chan. ‘Mau’ é um termo relativo para nós - como já nos foi dito mais de uma vez - e a Lei da Retribuição é a única lei que jamais erra. Por isso, todos aqueles que não tenham caído no atoleiro do pecado irreparável e bestialidade - vão para o Deva- Chan. Mais tarde, eles pagarão por seus pecados, voluntária ou involuntariamente. Por enquanto, são recompensados e recebem os efeitos das causas produzidas por eles. “É claro que este é um estado, por assim dizer, de intenso egoísmo durante o qual o Ego colhe a recompensa de seu altruísmo na Terra. Ele fica completamente absorvido pela alegria de todos os seus afetos terrenos, preferências e pensamentos, e colhe o fruto de suas ações meritórias. Não há dor, aflição, nem mesmo a sombra de um arrependimento para escurecer o brilhante horizonte de sua genuína felicidade, pois é um estado de perpétua ‘Maya’... Uma vez que a percepção que cada um tem de sua própria personalidade na Terra nada mais é do que um sonho evanescente, essa sensação será também um sonho no Deva-Chan - só que cem vezes intensificado.” “ ‘Bardo’ é o período entre a morte e o renascimento - e pode durar de alguns anos a um kaipa. Está dividido em três subperíodos: (1) quando o Ego livre de sua envoltura mortal entra em Kama-Loca (a morada dos Elementares); (2) quando entra no ‘Estado de Gestação’; (3) quando renasce no Rupa-Loka do Deva-Chan. O subperíodo (1) pode durar de alguns minutos a um certo número de anos - a expressão ‘um certo número de anos’, sem uma explicação mais completa, torna-se enigmática e totalmente inútil; o subperíodo (2) é ‘muito longo', mais longo do que vocês imaginam, contudo proporcional à resistência espiritual do Ego; o subperíodo (3) dura em proporção ao bom Carma, depois do qual a monada reencarna novamente.” ... “Cada efeito deve ser proporcional à causa. E assim como os períodos da existência, em encarnação, representam apenas uma pequena proporção dos períodos da existência internatal, no ciclo manvantárico, também os bons pensamentos, palavras e atos de qualquer uma dessas ‘vidas’, em um globo, são causadores de efeitos, cuja solução exige muito mais tempo do que o tempo ocupado pela evolução das causas.” Cartas dos Mahatmas de A. P. Sinnett, p. 100-105-106. 46
46 Devachan. Um estado intermediário entre duas vidas terrenas em que o Ego entra depois de separar-se de suas envolturas inferiores.
47 Os sete Caminhos por um dos quais todos teremos que passar: 1. O Caminho do Serviço Terreno. 2. O Caminho do Trabalho Magnético. 3. O Caminho dos Logoi Planetários. 4. O Caminho para Sírio. 5. O Caminho do Raio. 6. O Caminho do Logos Solar. 7. O Caminho da Absoluta Filiação.
47 D. S., II, 746, 747.
48 D. S„ III, 364, 365, 367.
50 Discipulado ou estado de Cheia... Os antigos mistérios nada mais eram do que uma escola de treinamento espiritual e aperfeiçoamento para alcançar a verdadeira sabedoria; a qualificação preliminar era a purificação do coração de todas as paixões sensuais e falsas ideias preconcebidas; embora a mão do Mestre pudesse guiar o neófito através dos perigos da etapa em que, tal como um menino não pode caminhar sozinho, ele era obrigado, nos caminhos superiores, a aprender a orientar-se e cuidar-se, como faz o homem adulto na vida comum; a meta final era a expansão do eu em direção à infinita existência e potencialidades; e por último, saber que não importa o quanto as formas iniciadas e as cerimônias possam ter sido diferentes em aparência, todas tinham em vista o mesmo objetivo. - O Teosofista, Vol. IX, p. 246. Somente o coração puro e a mente limpa permitem ao homem alcançar a salvação. Esta era a sua doutrina. O mesmo era ensinado no Mahabharata Ariano. (Seção CXCIX. Vana Parva) que diz: “Aquelas pessoas de alma elevada que não cometem pecados de palavras, atos, coração e alma, submetem-se a austeridades ascéticas, mas seus corpos não são devastados por jejuns e penitências. Aquele que não trata com bondade os seus familiares, não está livre do pecado, mesmo que seu corpo esteja puro. A dureza de coração que ele demonstra é a inimiga dos seus ascetismo. Ascetismo não é a mera abstinência dos prazeres do mundo. Aquele que é sempre puro e dotado de virtudes, aquele que pratica a bondade durante toda a sua vida, é um Muni, muito embora leve uma vida doméstica." - O Teosofista, Vol. XIII, p. 259.
51 D. S„ I, 82, 83.
52 O Mayavirupa é literalmente a forma ilusória; é o corpo da manifestação temporária que o Adepto cria, de vez em quando, pelo poder da vontade e no qual Ele atua para estabelecer certos contatos no plano físico e realizar certo trabalho para a raça.
53 A atividade conjunta dos Pitris solares e lunares. D. S., II, 258. 1. “A centelha pende da chama por um finíssimo fio de Fohat.” a. A chama de três línguas que nunca morre A Tríade. b. Os quatro pavios O Quaternário. c. O fio de Fohat O Fio da Vida. 2. Ela percorre os sete mundos de maya. Macrocosmicamente os sete esquemas planetários. Planetariamente as sete cadeias de um esquema. Microcosmicamente os sete globos de uma cadeia. Observem e reflitam sobre: "... o divino Septenário que pende da Tríade, formando o Décuplo e suas permutações. Sete, cinco e três.” 3. Ela para no primeiro, e é um metal e uma pedra; ela passa para o segundo e veja! É uma planta; a planta gira através de sete formas e torna-se um animal sagrado.” Comparar D. S., I, 266. Observe o aforismo cabalístico: “A pedra torna-se uma planta; a planta transforma-se num animal; o homem torna-se um espírito; e o espirito, Deus.” D. S., I, 267. 4. A combinação desses atributos forma Manu, o Pensador. D. S., II, 179, 187. 5. Quem o forma? As sete vidas e a Vida Una. D. S., II, 268. Os sete grupos de vidas que formam os três corpos inferiores. Os Pitris lunares ou pais das formas materiais. 6. Quem o completa? O quíntuplo Lha. Quem une a Tríade Espiritual superior e o eu inferior? a. Os Deuses quíntuplos da inteligência. b. O quinto princípio da mente. 7. Quem aperfeiçoa o último corpo? O peixe, o pecado, e soma. a. Peixe, pecado e soma compõem, coletivamente, os três símbolos do ser imortal. b. Peixe - símbolo do princípio búdico, a vida manifestada na Terra. Observem o avatar Vishnu. O signo de Peixes, o peixe. Jesus, o pescador de homens. c. Pecado - a queda do homem, a involução do Espírito. d. Soma - Lua. O trabalho dos Pitris lunares que provêm os corpos. Ler estrofe VII. 6. D. S.. I. 285.
54 D. S„ 1,41, 83.
55 55 O ego é assim descrito na Doutrina Secreta: “Cada um é um pilar de Luz. Havendo escolhido seu veículo, expandiu-se envolvendo com uma aura akáshica o animal humano, com o Princípio Divino instalado no interior da forma humana.” D. S., III, 494. “Eles são os Dhyanes do Fogo e emanam do Coração do Sol.” D. S., III, 100. Ler as palavras do Comentário na D. S., II, 96. Eles são os Filhos do Fogo e moldam o homem interno. D. S., II, 114.
56 56 Os Anjos solares (Filhos da Sabedoria) são entidades buscando uma consciência mais plena. D. S., II, 176,177; II, 643. a. Eles adquiriram o intelecto através de prévio contato com a matéria. b. Encarnaram sob a lei do Carma. D. S., III, 517. c. Tinham que tornar-se conhecedores. Ler cuidadosamente D. S., II, 243 nota d. Estes Anjos solares são elevadas inteligências. D. S., II, 259. e. Eles são Nirmanakayas.57D. S., II, 266. f. Eles são os Yogues celestiais. D. S., II, 257.
57 “Nirmanakaya” é um nome formado por duas palavras e significa “que não tem corpo”, e não tem qualquer referência a qualidades morais. É um estado de consciência. Os grandes Instrutores das esferas nirvânicas são chamados por esse nome.
58 Bíblia. Romanos, 8:22.

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