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Livros de Alice Bailey

Um Tratado sobre o Fogo Cósmico

Índice Geral das Matérias

Seção Dois - Divisão C - O Fogo da Mente - O Fogo Solar
O Raio Egoico e o Fogo Solar
I. A NATUREZA DO CORPO CAUSAL OU EGOICO
1. É formado pelo contacto dos dois fogos, o do Espírito e o da matéria.
2. É produzido quando da individualização.
II. A NATUREZA DOS ÁTOMOS PERMANENTES
1. Seu propósito
a. Distribuir a força.
b. Conservar as faculdades.
c. Funcionar como assimiladores e transmutadores.
d. Servir de veículos da memória.
2. Seu lugar no Corpo Egoico
a. No átomo astral permanente.
b. No triângulo atômico.
3. As Espirilas e o Raio Egoico
a. A composição dos átomos permanentes.
b. Os planos e a energia ígnea.
c. Os três fogos.
4. Sumário
III. O LÓTUS EGOICO
1. Rodas ou centros de energia
a. Centros de força.
b. O corpo causal, o centro do coração monádico.
2. O Lótus de doze pétalas
a. As pétalas do conhecimento.
b. As pétalas do amor.
c. As pétalas do sacrifício.
3. Sumário

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I. A NATUREZA DO CORPO EGOICO OU CAUSAL

O assunto do Raio egoico e sua relação com o segundo fogo é de vital importância para três tipos de pessoas: aquelas que estão interessadas na verdadeira psicologia, ou na evolução da psique; aquelas que estão no Caminho, ou Dele se aproximando, e que portanto, estão cada vez mais em contato com seu próprio Ego; e aquelas pessoas que trabalham com as almas dos homens, os servidores da raça. Estas pessoas chegaram à devida compreensão de que, do Ego funcionando no corpo causal, nos chega a habilidade de trabalhar cientificamente com o problema da nossa própria evolução, e de realizar um bom trabalho na ajuda à evolução de nossos irmãos.

1. A manifestação egoica é produzida por meio de dois fogos.

Vamos abordar o assunto do Raio egoico e do corpo causal sob o ponto de vista do microcosmo, deixando que o próprio estudante formule as analogias, no que diz respeito ao Logos, recomendando-lhe ter sempre em mente que a analogia deve enfatizar o fato de que tudo que a unidade humana pode compreender é a manifestação do Logos solar em um corpo físico.

Como bem sabemos, em toda a manifestação temos uma dualidade produzindo a triplicidade. O Espírito estabelece contato com a matéria, e o resultado desse contato é o nascimento do Filho, ou Ego, o aspecto consciência. A manifestação egoica é, portanto, o aspecto intermediário, o lugar da unificação, e depois dos devidos ciclos evolutivos, o lugar de equilíbrio ou de equilibrium. É preciso notar que a analogia entre o homem e o Logos não chega a ser exata, uma vez que o homem tem que passar todo o processo dentro da periferia solar, enquanto que o Logos (dentro dessa periferia) passa pela etapa análoga àquela a que o homem se submete quando seu envoltório astral é revestido de matéria etérica e ele assume a encarnação física. Já mencionamos isto quando tratamos do “Fogo por fricção”. É pois evidente que ao tratarmos da manifestação do Ego, estamos tratando do ponto central essencial da tríplice manifestação do homem. Estamos tratando daquela divisão da sua natureza envolvida no processo de torná-lo a perfeita estrela de seis pontas durante a etapa preliminar - a etapa em que a personalidade tríplice e a tríplice Tríade se mesclaram e fundiram e produziram, em forma perfeita, o corpo causal através do ponto intermédio - e que, após a eliminação do corpo físico, torna o homem a estrela de cinco pontas, ou o perfeito manasaputra.

O que acabamos de dizer acima pode ser expresso em termos de fogo: o corpo causal é produzido quando a vida positiva, ou fogo, do Espírito (fogo elétrico) encontra o fogo negativo da matéria, ou “fogo por fricção”, o que faz surgir o fogo solar. Esta chama solar central consome inevitavelmente, no devido tempo, todo o terceiro fogo, ou seja, absorve sua essência, e finalmente, ele próprio funde-se com o fogo do Espírito e desaparece da manifestação objetiva.

Procuro tratar do assunto do corpo causal de dois modos diferentes - um de acordo com os antigos ensinamentos, e o outro, estritamente de acordo com os fenômenos elétricos ocultos.

2. A manifestação egoica é produzida durante a individualização.

O corpo causal é aquele revestimento de substância mental que é formado no momento da individualização como resultado do contato dos dois fogos. A força ou energia que desce dos planos superiores (o alento da Mônada, se assim quiserem chamá-lo) produz um vácuo, ou algo análogo a uma bolha no koilon, e assim se forma a vestimenta do corpo causal, isto é, o círculo-não-se-passa da Vida central. Dentro desse círculo-não-se-passa, ou invólucro, encontram-se três átomos, denominados a unidade mental, o átomo astral permanente, e o átomo princípio das três pessoas da tríade microcósmica, que são um reflexo das três Pessoas da Trindade logoica. H. P. B. alude a esta conexão com o Logos quando ela se refere ao sol visível como sendo o sétimo princípio do aspecto Brahma, o átomo físico permanente do Logos. (65, 66)

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II. A NATUREZA DOS ÁTOMOS PERMANENTES

1. O propósito dos átomos permanentes

Os três átomos permanentes são, em si mesmos, centros de força, ou aqueles aspectos da personalidade que mantêm ocultos os fogos da substância, isto é, os fogos da objetividade. Nunca será demais repetir e lembrar que, ao tratarmos do homem tríplice nos três mundos, estamos tratando da substância, a qual, em conexão com a manifestação logoica, é considerada física densa. Envolvendo esses três átomos está o corpo causal, o qual serve aos seguintes propósitos:

Ele separa uma unidade de consciência egoica de outra unidade de consciência e, contudo, ele mesmo é parte do corpo gasoso (o quinto subplano físico cósmico) no corpo físico do Logos planetário, que é a vida central de qualquer grupo particular de Mônadas. Este é um fato que tem sido pouco apreciado, porém merece cuidadosa atenção. Em sua inerente capacidade de responder às vibrações superiores, ele traz ocultas ) potencialidades espirituais e, desde o momento da individualização até ele ser descartado, na iniciação, a vida interior desenvolve paulatinamente essas potencialidades e produz determinados resultados pela utilização dos átomos permanentes. Gradualmente, ele os vivifica e desperta até que, nos três planos, a vida central tenha estabelecido um ponto de contato capaz de dar origem à necessária vibração na matéria desse plano.

Os átomos permanentes de cada plano servem a um quádruplo propósito no que diz respeito à vida central, ou egoica:

Eles são os distribuidores de um certo tipo de força.

Eles são os conservadores da faculdade ou capacidade de responder a um determinado tipo de vibração.

Eles são os assimiladores da experiência e também os transmutadores da experiência em qualidade. Este é o resultado direto do trabalho do Raio egoico ao atuar sobre o átomo.

Eles ocultam a memória da unidade de consciência. Quando vibram em toda a sua plenitude, eles são a razão de ser (raison d’être, no original) da continuidade de consciência do homem atuando no corpo causal. Esta distinção precisa ser cuidadosamente estabelecida.

Quando estudamos estes difíceis assuntos, é preciso lembrar sempre que estamos lidando com o corpo físico denso logoico, e que:

A unidade mental encontra-se na matéria gasosa logoica.

O átomo astral permanente encontra-se na matéria líquida logoica.

O átomo físico permanente encontra-se na substância física densa.

Portanto, eles têm seu lugar na matéria dos três planos inferiores do corpo físico do Logos. Consequentemente, quando no processo evolutivo, e através da iniciação, o homem alcança a consciência da Tríade Espiritual e transfere sua polarização para os três átomos permanentes da tríade, ele simplesmente é capaz de funcionar conscientemente no corpo etérico de seu particular Logos planetário. Estabeleçam a analogia no desenvolvimento microcósmico e observem como, para funcionar conscientemente em seu corpo etérico individual, o homem tem que queimar inteiramente aquilo que tem sido chamado a teia etérica, e estudar como os fogos da iniciação realizam algo análogo no corpo etérico planetário e, finalmente, no corpo etérico cósmico.

À medida que cada unidade de consciência, por meio de um esforço auto-induzido, atinge a meta e atravessa o “solo ardente”, uma microscópica partícula da teia etérica do corpo etérico planetário é consumida pelo fogo. Isto redunda em um definido benefício para aquela grande Entidade, o Logos planetário, através da liberação, aparentemente sem importância, da força de uma célula de Seu corpo. Quando todas as unidades, ou células, no Seu corpo tiverem alcançado essa realização, também Ele é liberado da manifestação física e morre fisicamente. Esta etapa é seguida por outra etapa, comparativamente breve, de existência etérica, a qual abrange o período de obscurecimento planetário, após o que Ele fica então totalmente liberado, e não mais encarna.

Se descrevêssemos este processo sob o ponto de vista do Logos, diríamos que o aspecto Brahma desaparece, ou que a vida se retira do átomo físico permanente, e deixaríamos de mencionar as etapas posteriores em níveis cósmicos, as quais não nos dizem respeito, uma vez que essas etapas abarcam toda a retirada da vida logoica dos outros dois aspectos. Em um sistema solar, que é uma encarnação física do Logos, o aspecto Brahma é aparentemente o mais importante, uma vez que ele é o Seu meio de expressão; contudo, é o aspecto subjetivo, ou a vida de desejo do Logos, o de maior importância, uma vez que ele diz respeito à Sua busca de realização em níveis superiores e também em níveis cósmicos, os quais estão fora do alcance do mais elevado Chohan.

É importante destacar aqui que o Raio Egoico da unidade humana (67) manifesta-se, no tocante a cada Raio, exatamente como a manifestação logoica. Cada um dos sete Raios, observados em conexão com o corpo causal dos homens, demonstra-se como uma unidade no primeiro subplano, como uma triplicidade no segundo subplano, e como um setenário, no terceiro subplano, formando aí os quarenta e nove grupos que mais dizem respeito ao homem em evolução. Segundo o ponto de vista, esta enumeração de grupos pode aumentar ou diminuir, porém para o estudo dos aspectos da mente, a enumeração dada é suficiente.

Durante o transcurso de suas muitas vidas setenárias, e à medida que os inúmeros cíclicos sete passam por ele, o homem fica sob a influência dos sete sub-raios do seu próprio Raio. Então, ele começa a sintetizar e fundir os sete três sub-raios maiores, retornando assim à unidade de seu próprio Raio egoico.

Primeiro. A etapa setenária rege o período que vai da individualização até que o homem entra no Caminho.

Segundo. A etapa tríplice rege o período seguinte até à terceira Iniciação.

Terceiro. O homem alcança a unidade do seu Raio na quinta Iniciação, e passa a ser então parte consciente do corpo do Homem Celestial.

A mesma ideia pode ser desenvolvida em relação ao despertar das forças da vida no interior dos átomos permanentes, considerando-se cada átomo como o sétimo princípio em cada um dos três aspectos da personalidade.

2. O lugar que os átomos permanentes ocupam no Corpo Egoico.

a. A importância do átomo astral permanente.

Há um fato que deve ser enfatizado em relação ao lugar ocupado pelo átomo astral permanente dentro da periferia causal e sua evolução: o fato de que, neste atual sistema solar, o átomo astral permanente é o receptor de um grande fluxo de força, ou energia, e recebe maior estimulação e energização do que qualquer um dos outros átomos, e isto pelas seguintes razões.

Primeiro. O centro de polarização para o quarto reino, ou reino humano - considerando-se este reino como uma unidade em expressão - encontra-se na consciência astral, e é a partir do plano astral, e através da natureza do desejo, que a maioria dos homens inevitavelmente direcionam e controlam o veículo físico. O corpo astral encontra-se na linha direta da força que parte dos níveis monádicos 2-4-6 através do veículo búdico.

Segundo. A meta diante da humanidade é que os homens se tornem Mestres de Sabedoria, ou unidades conscientes no Corpo do Dragão de Sabedoria, ou do Amor. Essa meta é alcançada pelo homem, quando ele consegue funcionar conscientemente no veículo búdico, ou quando o átomo astral permanente é suplantado pelo átomo búdico permanente.

Terceira. A terceira razão é que o segundo aspecto do Logos (o aspecto do amor, ou a manifestação da natureza do amor do Logos por intermédio do Filho) se manifesta neste nosso sistema, o qual

a. É um Filho da Necessidade, ou do desejo.

b. Vibra segundo a tônica do Raio Cósmico do Amor.

c. É a forma através da qual este Raio Cósmico do Amor, evidenciado na inter-relação entre o Eu e o Não-Eu, ou através da dualidade, se expressa.

d. É governado pela Lei Cósmica da Atração. As mônadas do amor constituem a qualidade dominante. (Eu, o Tibetano, escolhi a palavra ‘qualidade’ especificamente).

Quarta. O centro no corpo cósmico de AQUELE SOBRE O QUAL NADA PODE SER DITO, do qual nosso Logos solar é a personificação da força, é o centro do coração. Neste fato encontra-se uma das pistas para o mistério da eletricidade. Os planetas sagrados, e mais certas outras esferas etéricas a eles associados dentro do círculo-não-se-passa, constituem “as pétalas do Lotus” ou no centro do coração dessa grande e desconhecida Existência Que representa, para o Logos solar, o mesmo que o Logos solar, por Sua vez, representa para os Homens Celestiais Que são Seus centros, especialmente aquele determinado Homem Celestial Que personifica a força do Centro do Coração Logoico. Portanto, deverá ficar claro para o estudante atencioso que toda a força e energia do sistema e a qualidade de sua vida serão a força, a energia e a qualidade que - por falta de uma palavra mais apropriada - nós chamamos AMOR. Isto explicará o fato de que a força que atua através do Centro Cardíaco Cósmico será a força mais importante encontrada na manifestação de um Logos solar, e de um Homem Celestial; igualmente produzirá sua analogia microcósmica, e reações reflexas; daí a relativa importância do átomo astral permanente encontrado na periferia causal, uma vez que ele está na linha direta da força ativa que emana da existência cósmica e flui, em graus sempre decrescentes, por intermédio do Logos solarem Seu sistema de amor, e do Logos planetário dentro de um esquema, o Dragão de Amor-Sabedoria.

Quando corretamente direcionada e adequadamente controlada, esta força torna-se a grande influência transmutadora, que finalmente tornará a unidade humana um Mestre de Sabedoria, um Senhor do Amor, um Dragão de Sabedoria de grau inferior.

Finalmente: este sistema solar, que é a manifestação física e objetiva do Logos, é interpenetrado pelo Seu corpo astral, tal como sucede na manifestação humana. Uma vez que o Logos está polarizado no Seu revestimento astral cósmico, Sua força, ou natureza do desejo, é o principal incentivo para a Sua Vida, assim como para as vidas que fundamentam a forma.

Se o estudante refletir com cuidado sobre estes cinco fatos, obterá a pista para os problemas da existência que vemos ao nosso redor, para as causas do calor do sistema solar, para o método da Lei Cósmica de Atração e Repulsão, a qual governa todas as formas atômicas, e para a questão do sexo que se evidencia em todos os reinos da natureza. Estes fatos também oferecem a pista para a constituição do Divino Hermafrodita.

Portanto, é necessário ter em mente a relativa importância do átomo permanente do segundo aspecto da personalidade dentro da periferia causal. Igualmente, é preciso lembrar que a força que flui através desse átomo e que é a força que anima o corpo astral, está seguindo as linhas de menor resistência e, por isso, exerce uma influência duas vezes mais forte do que a força que chega ao homem através das outras duas. O Logos, agora, expressa-se por meio do Raio Divino, Seu segundo aspecto, e este Raio é a soma total da radiação dos Senhores de Sabedoria, os Homens Celestiais, os Dragões Que são Unidade e Que são Amor. É através Deles que esta força flui, e Eles, por Sua vez, revestem-Se com a forma, ou como diz H. P. B., “O Raio primordial se converte no vahan para o Raio Divino.” (68) A vida desses Senhores anima cada átomo de substância que participa da construção da forma, e a Vida Deles é a soma total do magnetismo Logoico, ou a grande natureza do desejo do Logos que sai em busca do Não-Eu, produzindo assim o Casamento cósmico; é a demonstração logoica da atração sexual, Sua busca pelo Seu oposto polar, e sua união mística.

Este processo é repetido pelo microcosmo seguindo a linha do seu ser, e isto o conduz à encarnação, ou seja, à mística união com a forma.

b. O triângulo atômico

Para o vidente, o envoltório causal é uma esfera de vibrante substância vivente, em cujo interior pode-se ver três pontos ígneos. No coração dessa esfera, encontra-se uma chama central de luz que emite sete raios, os quais atuam sobre os três pontos ígneos, ou círculos (análogos aos elétrons encontrados nos átomos da ciência) e que, nesta etapa, produzem grande efeito no átomo astral permanente. O átomo físico permanente fica relativamente próximo do centro positivo, e a força flui através dele e atinge o átomo astral permanente na forma de cinco raios de luz fracamente colorida que vai mesclar-se à intensa coloração do átomo astral permanente, e aumenta de intensidade até que a chama é tão intensa, que parece ao expectador que os dois pontos, ou os dois elétrons, se fundiram, produzindo uma luz tão intensa que é como se eles se tivessem dissolvido. A unidade mental, que ocupa, dentro do corpo causal, uma posição análoga à do planeta mais distante do Sol, começa igualmente a vibrar, e os outros dois pontos - agora considerados como um - começam a interagir com a unidade mental. Inicia-se, então, um processo semelhante, até que esses dois pontos - circulando ao redor de seu centro positivo - também se aproximam um do outro, misturam-se, fundem-se e se dissolvem. O centro positivo de vida reúne, ou sintetiza, os três pontos, e assim, os três fogos da personalidade repetem, em sua pequenina escala, o procedimento microcósmico observado na síntese do fogo elétrico, fogo solar e fogo por fricção, restando apenas uma resplandecente unidade, a qual - através do fogo combinado do seu ser - consome o corpo causal e escapa de volta para os planos de abstração. Assim, o homem é o próprio Caminho, e também, o peregrino no Caminho; assim, ele se queima, porém é também o solo ardente.

A analogia aplica-se, no caso do microcosmo observado, a partir dos níveis monádicos, em sua manifestação como Mônada, Ego e Personalidade. O mesmo processo é aplicado no que tange a um Homem Celestial, e também a um Logos solar. Se o cérebro conseguisse captar o conceito, veria que este mesmo processo aplica-se, em níveis cósmicos, a existências tão elevadas como os sete Rishis da Ursa Maior, e até àquele Ser ainda mais elevado, AQUELE SOBRE O QUAL NADA PODE SER DITO.

3. As Espirilas e o Raio Egoico

Trataremos agora das espirilas que se encontram no interior do átomo permanente, e veremos de que maneira elas são afetadas pelo raio egoico, lembrando sempre que as estamos considerando como

Primeiro: A economia interna do germe da vida nos três planos que dizem respeito ao homem nos três mundos.

Segundo: Como o sétimo princípio em cada um dos três envoltórios.

Terceiro: Como o núcleo positivo da força que mantém unida a matéria desses três envoltórios.

Portanto, estudaremos duas coisas:

A composição do átomo permanente.
A diferença entre a unidade mental e os átomos permanentes astral e físico.

Com o fim de realizar isto com clareza, e assim obter algum definido conceito a respeito dessas obscuras regiões de abstração, vamos apresentá-las por partes:

a. A composição do átomo permanente

O átomo permanente dos planos astral e físico é uma esfera de substância astral ou física, composta de matéria atômica, e caracterizada pelas seguintes qualidades:

Receptividade, ou o inerente poder de responder à vibração de qualquer um dos Homens Celestiais, vibração essa que é transmitida por intermédio do aspecto Brahma, ou dévico, de Sua tríplice natureza. O átomo permanente encontra seu lugar dentro da esfera de influência de um ou outro dos grandes devas, que são os Senhores Rajas de um plano.

Poder de construir formas. Estes devas pronunciam duas sílabas da tríplice palavra microcósmica, e são, cada um deles, em seu próprio plano, os agentes da coesão que reúne a substância dando-lhe forma, e atrai a matéria com o propósito de torná-la objetiva. O som astral produz o microscósmico ‘Filho da Necessidade’, e quando esse som reverbera no plano físico produz a encarnação física, e o súbito aparecimento, nos níveis etéricos, dos sete centros. A construção do corpo físico denso é o resultado da consequente ação automática na essência dévica, pois jamais podemos esquecer que o homem é essencialmente (no que tange ao corpo físico) um ser etérico, e que seu corpo físico denso é esotericamente considerado ‘abaixo do umbral’, e não é considerado um princípio.

Relativa permanência. No sétimo princípio de todas as entidades em manifestação são armazenadas as capacidades desenvolvidas, as habilidades adquiridas, e a memória atômica, ou em outras palavras, a hereditariedade do Pensador, sob o ponto de vista físico e emocional. Não existe qualquer permanência nos invólucros. Eles são construídos em formas temporárias, as quais são dissolvidas quando o Pensador esgota suas possibilidades. Porém, o sétimo princípio de cada invólucro reúne para si mesmo as qualidades adquiridas e as guarda - sob a Lei do Carma - para serem desenvolvidas novamente e demonstradas como impulso do plano, a cada novo ciclo de manifestação. Mesmo esta permanência é apenas relativa, pois, à medida que o fogo interno do átomo arde com maior intensidade, e os fogos externos do ego, ou fogo solar, incidem sobre o átomo, também com crescente intensidade, o átomo é finalmente consumido e a chama interna torna-se tão potente que destrói a parede que a circunda.

Calor. Aqui se encontra a distinção entre os átomos permanentes de todos os planos, e a matéria atômica da qual eles são parte. Não é fácil tornar clara esta distinção, nem sequer isto é aconselhável nesta época; os fatos reais constituem um dos segredos da iniciação, porém a diferença entre o átomo permanente e a matéria atômica pode chegar a ser compreendida, se dissermos que:

O átomo permanente é aquele que foi apropriado por uma das vidas que formam os centros no corpo de um Senhor solar, enquanto que a matéria atômica, como tal, forma as outras partes de Seu grande corpo de luz.

Um átomo permanente é aquele que está sob o poder atrativo do segundo aspecto, enquanto que a matéria atômica é vitalizada pela vida do terceiro aspecto.

Um átomo permanente segue a linha de força de menor resistência, e está saindo do controle do Senhor Deva e passando para o controle da vida positiva. Isto diz respeito à evolução da consciência na substância.

Um átomo permanente fica sob o controle direto dos três grupos inferiores dos Senhores Lipika e é o agente através do qual Eles trabalham na imposição do carma de qualquer entidade que o esteja utilizando. Esses Senhores trabalham diretamente com os átomos permanentes dos homens, e obtêm resultados por meio da forma, até exaurir a capacidade vibratória de um determinado átomo. Quando isto acontece, o átomo passa para a etapa de obscurecimento, como acontece com o sétimo princípio de qualquer invólucro. Ele fica sob a influência do primeiro aspecto, o qual se manifesta como o Destruidor.

Lembrem-se que ao fazer estas afirmações estamos nos referindo ao microcosmo, e aos átomos permanentes a ele relacionados. Quanto ao Logos solar em manifestação no sistema, nos ocupamos apenas com um átomo permanente, aquele que é o Seu átomo físico permanente, no qual se acha oculta a habilidade de responder, conscientemente, às vibrações vindas de todos os planos, e onde se oculta o segredo do propósito cármico de Sua encarnação, assim como também está oculto o mistério de Sua atividade funcional. Todavia, não podemos penetrar ainda no segredo dos Seus três átomos permanentes inferiores em seu funcionamento como uma unidade no interior de Seu veículo causal. Enquanto não pudermos fazer isso, é inútil conjecturar a respeito de Seu Ser fundamental.

A diferença existente entre eles. A unidade mental tem, no que diz respeito ao homem, uma posição peculiar, a do Pensador no corpo causal. Este ponto será discutido em breve, de modo que agora direi apenas que o mistério da unidade mental está oculto na própria natureza dos Homens Celestiais. A analogia que darei em seguida contém a chave para este mistério, que apenas pode ser sugerido, deixando ao estudante a tarefa de descobrir a verdade. Nos três planos da manifestação logoica - os três superiores - manifestam-se os três aspectos; no plano búdico - o quarto éter cósmico - manifestam-se os centros etéricos logoicos, isto é, aqueles vórtices de força que animam os três planos inferiores da manifestação física densa. Já quando se trata dos Homens Celestiais, temos também uma manifestação secundária, e no plano búdico encontramos Seu terceiro aspecto, ficando o plano gasoso cósmico, ou manásico, para a principal expressão de Sua força; são Eles, essencialmente, os divinos Pensadores, os Manasaputras. Em conexão com o Microcosmo, olhando-o como uma parte de um centro no corpo de um Homem Celestial, temos uma descida menor dentro da manifestação gasosa ou ígnea de um Senhor solar. Isto diz respeito aos três subplanos superiores daquilo que pode ser considerado como a manifestação dos três aspectos superiores do Homem, na matéria mental, enquanto que, no quarto subplano, temos os centros mentais do homem dentro da periferia de seu corpo mental, do qual a unidade mental é o fator unificador. Como já dissemos anteriormente, este é um profundo mistério que não comporta maior elucidação.

b. Os Planos e a Energia ígnea

Seria aconselhável discutirmos agora as analogias em cada plano (69), com os sete subplanos, lembrando ao estudante que estamos falando dos planos como o campo de evolução de um Logos solar, e não somente como um campo para o desenvolvimento do homem. No sistema solar temos:

Primeiro, os três planos superiores, que têm sido corretamente chamados, os planos dos três aspectos; segundo, o sétimo princípio logoico é encontrado no primeiro plano, e nós podemos considerá-lo como o impulso na matéria física que produziu Seu corpo objetivo.

No segundo plano, encontram-se os sete Homens Celestiais, os Quais são Seus principais centros de força. Há outros, porém não nos ocuparemos com Eles, porque já alcançaram uma determinada meta, e são a personificação de centros que estão agora fora de manifestação, uma vez que a kundalini logoica voltou sua atenção para outro lugar. Segundo uma outra enumeração, Eles constituem os dez da vida esotérica, além de poderem também classificar-se como os doze, formando assim o Lótus de doze pétalas, ou o centro do coração no Corpo DAQUELE SOBRE O QUAL NADA PODE SER DITO.

No quarto éter cósmico, o plano búdico, encontram-se os centros étericos do Logos. Lá se encontram os planetas esotéricos e o Sol, considerado como o centro dos princípios búdicos, e é dali que o Logos anima Sua manifestação física densa.

Finalmente, nos três planos inferiores encontramos Seus corpos, ou invólucros, gasoso, líquido e denso, os quais - de modo peculiar - formam uma unidade; eles constituem um todo coerente assim como os três planos superiores formam uma tríplice expressão unificada das três pessoas da Trindade.

Há uma analogia similar nos subplanos de cada plano no sistema, o que se tornará cada vez mais aparente à medida que o homem atinge uma maior clareza de visão, e pode, conscientemente, verificar por si mesmo, a verdade sobre a vida subjetiva. Vamos, ainda que brevemente, considerar esses planos e estudar a vida, ou força de manifestação de cada um deles, dando ênfase aos quatro inferiores, uma vez que são eles os que mais dizem respeito ao homem.

O Plano Logoico. O primeiro, segundo e terceiro subplanos do primeiro éter cósmico respondem especificamente à vibração de um dos três aspectos, ou em outras palavras, respondem Àquelas Entidades cósmicas, Cuja influência - partindo de pontos totalmente fora do sistema - atinge a matéria dos planos. No quarto subplano, aparece a primeira combinação das três Vidas ígneas, produzindo, arquetipicamente, aquela manifestação de força da eletricidade que eventualmente faz surgir a manifestação dos Filhos da Luz, no plano seguinte. Nesta conotação elétrica, temos os três planos superiores personificando sempre o tríplice aspecto Espírito; os três inferiores personificando o tríplice aspecto substância, e então um plano de unificação, no qual é feita uma aproximação, a qual, no caminho do retorno, marca o momento de realização e o ponto de triunfo. Segue-se então um período de obscurecimento. Assim, em cada plano do sistema solar, temos um quarto plano onde tem lugar a luta pela perfeita iluminação e onde a liberação é alcançada: é o plano que constitui o campo de batalha, o Kurukshetra. Embora para o homem, o quarto plano, o búdico, seja o plano do triunfo e a meta do seu esforço, para o Homem Celestial ele é o campo de batalha, e para o Logos, ele é o solo ardente.

Esta diferenciação dos subplanos dos planos do sistemaem três superiores, três inferiores e um plano central de harmonia, só existe sob o ponto de vista dos fenômenos elétricos, e não sob o ponto de vista quer do puro Espírito, quer da pura substância, considerados separadamente. Esta diferenciação diz respeito ao mistério da eletricidade, e à produção da luz. Os três planos superiores dizem respeito às Forças ou Vidas centrais; os três inferiores dizem respeito às Forças ou Vidas menores. É preciso lembrar sempre que, para o ocultista, não existe substância, mas somente Força em variados graus; somente Energia de diferenciada qualidade; somente Vidas emanando de diferentes fontes, cada uma distinta e separada; e somente Consciência produzindo efeito inteligente por intermédio do espaço.

Quero destacar que o Senhor Agni manifesta Sua vida ígnea, ardente, no subplano atômico de cada plano; Ele demonstra-se como fogo solar no segundo, terceiro e quarto, e como ‘fogo por fricção’ no quinto, sexto e sétimo. Sob o ponto de vista do microcosmo, a Centelha na Chama, o homem, manifesta-se como fogo elétrico no segundo plano, ou segundo éter cósmico; como fogo solar, no terceiro, quarto e os três subplanos superiores do quinto plano, e como fogo por fricção, nos subplanos inferiores do quinto, sexto e sétimo subplanos.

c. Os Planos e os Três Fogos

Relativamente falando, temos em cada plano:

a. O fogo elétrico manifestando-se como a condição primordial nos três planos superiores.

b. O fogo por fricção, como o mais significativo fator nos três planos inferiores.

c. O fogo solar, surgindo no plano central como a chama produzida pela união.

Isto pode ser visto no sistema solar, em relação a um Homem Celestial, no plano búdico, onde esses Fogos irrompem como brilhantes chamas, através de Seus centros etéricos. Em relação ao homem no plano mental, temos uma situação análoga: os três subplanos superiores dizem respeito ao aspecto Espírito no corpo causal, os três subplanos mais altos primordialmente ao envoltório mental, ou fogo por fricção; no quarto subplano, encontram-se os centros de força do corpo mental. O mesmo acontece com o homem no plano físico: seus centros etéricos encontram- se na matéria do quarto éter.

Cada uma das três Pessoas da Trindade manifesta-se, assim como o homem, como Espírito, Alma, ou Ego, e Substância. Em relação a Brahma, temos o aspecto Espírito, ou primeiro aspecto do fogo, animando os três planos superiores de cada plano. Seu aspecto alma encontra-se no quarto subplano de cada plano, onde estão situados os centros etéricos de todas as entidades em manifestação. Seu aspecto substância é primeiramente contatado nos três subplanos inferiores. Assim temos os quarenta e nove fogos da matéria, ou os sete fogos de cada plano e a união dos três superiores com os três inferiores que produzem assim aquelas rodas de fogo, ou centros, no quarto subplano de cada plano.

Com referência ao segundo aspecto, encontramos uma condição semelhante. O fogo solar aparece em seu aspecto elétrico no segundo plano, e assim se demonstra também no terceiro e quarto planos, porém encontra sua demonstração central em níveis manásicos, brilhando através dos veículos causais dos grupos egoicos. Restam apenas dois planos e meio através dos quais pode manifestar-se o aspecto do fogo por fricção, ao todo dezoito subplanos concernentes ao terceiro aspecto da segunda Pessoa da Trindade logoica.

Para o homem, o microcosmo, é possível uma diferenciação semelhante. Tanto sua Mônada como seu aspecto egoico podem ser estudados, em sua tríplice essência, nos seus próprios planos, enquanto o aspecto Brahma do Ego encontra-se dentro dos átomos permanentes. Portanto, é preciso estudar cuidadosamente:

1. Os Planos. A manifestação de Brahma, o terceiro aspecto, ou aspecto substância. Devemos aplicar a esta Entidade a mesma tríplice constituição que encontramos nas outras duas. Os planos do fogo elétrico, os planos de sua natureza inferior e o ponto de combustão, ou conflagração para ele (os centros elétricos) precisam ser cuidadosamente estudados. Brahma é a vida positiva da matéria, a revelação da substância e a chama que pode ser percebida.

2. A vibração. A manifestação do segundo aspecto. As vibrações da consciência são as três palavras maiores que são a soma total da vida egoica, as três palavras menores que governam o terceiro aspecto do Ego, e o acorde de conciliação, ou unificação, cujo som está sendo emitido atualmente. Os três aspectos do Espírito tal como os percebemos, só podem ser descritos em termos dos outros dois aspectos neste sistema solar, mas de sua natureza extrassistêmica nada de proveitoso podemos dizer nesta etapa do conhecimento.

Os pensamentos acima apresentados a respeito dos planos e a nônupla natureza de tudo que existe leva-nos a regiões que, por enquanto, estão quase que fora do alcance do homem. Todavia, somente quando o aspecto substância, em sua tríplice natureza, for estudado pelos cientistas, a verdadeira natureza dos fenômenos elétricos será compreendida; então, e somente então, a eletricidade será dominada e utilizada pelo homem como uma unidade e não apenas como um de seus aspectos, como acontece agora, uma vez que somente a eletricidade negativa do planeta foi tudo que o homem conseguiu contatar por enquanto, e isso para fins comerciais. É preciso lembrar que o termo ‘negativo’ é usado no sentido de negativo em relação à eletricidade solar. Quando o homem tiver descoberto como contatar e utilizar a eletricidade solar positiva em combinação com a eletricidade planetária negativa, nós teremos criado uma condição muito perigosa e um dos fatores que eventualmente se manifestará na destruição da quinta raça-raiz pelo fogo. Quando esse grande cataclismo tiver lugar “o fervente calor derreterá os Céus”, (70) como está dito na Bíblia. Um cataclismo ainda maior ocorrerá na próxima ronda, quando o fogo será usado para destruir as formas dos homens que tenham fracassado, o que liberará as vidas e, temporariamente, ‘purificará’ a Terra dos elementos que podiam impedir o processo evolutivo. Com o transcorrer dos ciclos, será gradualmente alcançado o equilíbrio dessas correntes ígneas, trazendo como resultado uma condição planetária de harmonia e uma equidade esotérica tais, que criarão o meio ambiente ideal para o homem harmonioso.

Somente quando os psicólogos estudarem o aspecto alma em sua tríplice natureza essencial é que se revelarão o mistério da consciência, a natureza desses três grupos magnéticos, as suas várias subdivisões, e a sua consequente radiação. Tudo chegará então ao domínio público, porque isso diz respeito ao desenvolvimento definido da psique de acordo com a lei, a expansão científica da consciência, produzindo, no devido tempo, as condições em que o trabalho anterior à primeira iniciação será puramente exotérico, e não mais um processo esotérico. No devido tempo, verificaremos que os esforços auto-induzidos, por meio dos quais o conscientemente homem prepara seus centros para a aplicação do Cetro da Iniciação na primeira Iniciação, será assunto discutido nos livros e em conferências, e fará parte do pensamento comum das massas. Isto também levará a uma divisão entre os dois grupos no meio da quinta ronda, porém, é bom lembrar que esta divisão será parte de um processo natural, e não uma decisão drástica e imposta contra a vontade do povo. Os CONHECEDORES e os estudantes do Conhecimento - guiados pela consciência grupal, e trabalhando conscientemente - irão separar-se em grupos, daqueles que não possuem conhecimento, nem o procuram. Essa separação será auto-induzida e resultado natural da vida grupal; será de natureza temporária, pois que a meta fundamental será alcançar uma fusão mais estreita; ela assinalará a linha de demarcação entre os quatro Raios inferiores de consciência e os três superiores. Há aqui também um mistério oculto na relação dos quatro Kumaras exotéricos (71) e os três esotéricos, e também, do ponto de vista do homem, separa aqueles que estão desenvolvendo a consciência da Tríade dos que estão ainda vivendo a vida do Quaternário. Diz respeito àqueles que respondem aos Senhores solares distinguindo- os daqueles homens que, por enquanto, reconhecem somente o controle dos Senhores lunares. Falando em termos do Fogo: aqueles que se aquecem por meio do fogo por fricção e não respondem ao fogo solar permanecem na caverna, vivendo na escuridão; enquanto aqueles cujo ser está sendo irradiado pelo Sol da Sabedoria e se expõem aos raios do calor solar, vivem na luz e gozam de liberdade sempre crescente e existência vital.

O verdadeiro significado dos três aspectos do Espírito está apenas começando a ser percebido pelo iniciado de alto grau e não pode ser expresso em palavras nem compreendido pelo homem antes que ele tenha passado do reino humano e atingido o reino espiritual. Portanto, é inútil tentar qualquer explanação.

Podemos resumir o assunto em termos de O Velho Comentário, tão frequentemente citado por H. P. B.

“Os Abençoados ocultam Sua tríplice natureza, porém revelam Sua tríplice essência por meio dos três grandes grupos de átomos. Três são os átomos, e tríplice a radiação. O núcleo interno do fogo permanece oculto e somente é conhecido através da irradiação e daquele que irradia. Somente depois que a chama se extingue e o calor não mais é sentido, é que o fogo pode ser conhecido.”

Podemos agora prosseguir com nosso estudo sobre o mistério da unidade mental e observar em quê ela difere dos outros átomos permanentes; podemos resumir uma grande quantidade de informação esotérica sobre os átomos permanentes que servirá, durante muitos anos ainda, como base para a investigação para os estudantes do ocultismo. Os átomos permanentes, e sua economia interna permanecerão um mistério por muito tempo, e somente umas poucas indicações gerais podem ser dadas aqui.

A diferença fundamental entre a unidade mental e os outros dois átomos consiste no fato de que ela contém somente quatro espirilas em lugar de sete. Deve-se isto à própria evolução, pois a unidade mental é o primeiro aspecto da tríade da personalidade, isto é, o homem funcionando no reino humano, nos três planos inferiores. Quando o homem é transferido para o reino espiritual, esses três aspectos - o corpo mental, o corpo astral e o corpo físico - são sintetizados no superior, por meio de um processo dual:

1. Sua polarização passa dos três átomos inferiores para os átomos da Tríade.

2. A força que os três átomos inferiores geram e personificam funde-se com os três pontos superiores de força.

Um átomo permanente é o núcleo positivo, ou a substância germinal do revestimento em que se encontra. É a base da construção da forma; é, literalmente, um vibrante ponto de força que emana do segundo aspecto da Mônada e agrega a si mesmo o aspecto negativo, ou terceiro aspecto, com o qual constrói a forma. É preciso lembrar que este segundo aspecto é ele próprio dual, e que, ao considerarmos os átomos permanentes, estamos tratando do aspecto feminino da segunda Pessoa. Portanto, as espirilas nada mais são do que correntes de força, isto é, o segundo aspecto ou vitalidade que circula geometricamente dentro da parede de substância que o circunda, a qual é composta do terceiro aspecto, força ou substância. Aquilo que foi dito a respeito da objetividade, ou do átomo cósmico, aplica-se também ao átomo permanente do homem, o microcosmo:

“O raio primordial é o veículo do Raio divino.” (72) A força negativa forma um receptáculo para a força positiva. Os átomos nada mais são do que centros de força, e os centros, tal como nós os conhecemos, nada mais são do que agregados de pontos de força que alcançaram um ponto específico na evolução, e estão respondendo, de algum modo, ao primeiro grande aspecto, ou fogo elétrico.

O trecho acima merece uma cuidadosa reflexão, uma vez que ele oculta larga informação para o estudante e, quando devidamente interpretado, lançará a luz do conhecimento sobre os problemas da manifestação. Ele diz respeito ao segredo da posição dos diferentes reinos da natureza dentro do corpo logoico e ao seu lugar e papel que desempenham, pois todos dependem do tipo de força que os anima; da interação dessa força na substância, do aspecto dual, triplo ou unificado da força, e de sua manifestação ou demonstração na construção das formas.

Cada átomo é um ponto focal de força, a força da própria substância, a vida ou vitalidade do terceiro aspecto, a vida daquela Entidade cósmica Que constitui para o Logos o aspecto negativo da eletricidade.

Cada forma (73) e agregados de átomos, são simplesmente um centro de força produzido pela ação da força positiva e sua interação com a energia negativa. É a vitalidade do segundo aspecto trabalhando em conjunção com o terceiro, e produzindo - no tempo e espaço - aquela ilusão ou maya, a qual, temporariamente, brilha e atrai a atenção, criando a impressão de que a matéria é algo concreto. Na realidade não existe tal coisa; há somente força de diferentes espécies e o efeito produzido na consciência pela interação entre elas.

Por trás de todas as formas e de todas as substâncias (ainda pouco conhecidas ou compreendidas) encontra-se um terceiro tipo de força, a qual utiliza esses dois outros fatores para produzir a eventual harmonia e que é, ela própria, em seu próprio plano, a soma total do segundo. Podemos chamá-la:

a. Vida sintetizadora.
b. Fogo elétrico.
c. Ponto de equilibrium.
d. Unidade ou harmonia.
e. Puro Espírito.
f. Vontade dinâmica.
g. Existência.

É uma Força que trabalha através de uma manifestação dual de força diferenciada, através da energia da matéria, da coerência das formas, através de centros de força e de pontos de força. É FOHAT em tripla demonstração, da qual a final ou terceira demonstração é, por enquanto, desconhecida e inconcebível.

Isto me leva a considerar o fato anteriormente citado de que a unidade mental possui apenas quatro das correntes de força. Cada corrente de força nos átomos permanentes vibra segundo a nota de um determinado subplano e serve como meio para vitalizar a matéria do subplano com a qual é construído qualquer corpo ao redor de um átomo permanente. É a força do Homem Celestial ao animar as células de Sua forma, e ao mantê-las coesas como uma unidade. É preciso lembrar aqui que, sob o ponto de vista do microcosmo, o aspecto do puro Espírito, ou aspecto do Fogo Elétrico, permanece neste sistema solar como uma abstração. Um homem pode alcançar a consciência grupal; pode vibrar segundo a nota do Homem Celestial em Cujo corpo ele é uma célula; ele pode demonstrar, com relativa perfeição, o fogo por fricção e o fogo solar porém, somente após o transcurso de um outro mahamanvantara, será revelada a verdadeira natureza do Espírito. Enquanto o homem for um membro da família humana, ele não poderá fugir a esse fato. Enquanto ele não abandonar os três mundos e se tornar um Mestre de Sabedoria, esta verdade permanecerá oculta nesses três aspectos. O átomo mental não é um átomo setenário permanente: ele responde apenas a quatro tipos de força e não a toda a gama de vibrações. Eis aqui uma razão para a tolerância. Até que um homem chegue a ser conscientemente controlado pelo Ego e começando a sentir a vibração do átomo manásico permanente, é inútil esperar que ele responda a certos ideais, ou perceba certos aspectos da verdade. A unidade mental atende às suas necessidades, e não há ponte alguma entre ela e o átomo manásico permanente.

Dois planos e meio dizem respeito à evolução do homem no quarto reino, e ele somente transcende esses planos à medida que se aproxima do Caminho e o percorre. Do ponto de vista do homem comum, em encarnação física, a consciência egoica, dentro da periferia causal, é tão abstrata quanto o Logos quando o vemos como o Morador dentro do sistema. Esses dois planos e meio são de especial interesse para o Logos, uma vez que eles incorporam

Aquilo que, para Ele, está abaixo do limiar da consciência.

Aqueles centros a partir dos quais a kundalini retorna.

Aquilo que não é considerado um princípio.

Aquilo que está gradualmente passando para o obscurecimento.

É impossível acrescentar algo mais a este mistério.

4. Sumário.

Antes de prosseguir seria aconselhável resumir alguns dos fatos sobre as espirilas e o átomo, para então abordar o assunto do corpo causal e do homem, o indivíduo.

1. As quatro espirilas inferiores estão definidamente sob a influência do Raio da personalidade.

2. A quinta e sexta espirilas estão mais especificamente sob a influência do Raio egoico, seja qual for.

3. A quinta espirila tem um valor peculiar, porquanto ela sintetiza as quatro inferiores. É a terceira, quando contamos as correntes da força espiral a partir do polo atômico. Ela vibra segundo cinco tipos de força.

4. Literalmente, são dez as espirilas, três principais e sete menores. Porém, do ponto de vista da unidade, elas são as quatro e as três maiores, sendo as três restantes contadas como uma, juntamente com as maiores, uma vez que são seus reflexos diretos.

5. Os átomos permanentes não apresentam a forma de coração como mostram alguns livros. Um certo número de átomos apresentam esse tipo, porém, não são átomos permanentes, os quais são definidamente esferoidais e ligeiramente achatados na parte superior e inferior, de forma análoga às depressões polares.

6. A disposição das espirilas no interior dos átomos permanentes varia em cada plano, e as mais frequentemente descritas são as que se encontram no plano físico. A disposição desses pequeninos vórtices de força e sua economia interna em cada plano é um dos segredos da iniciação, e não pode ser revelado. Podemos somente dizer, à guisa de orientação para o estudante, que o átomo astral permanente apresenta suas correntes internas de força dispostas de tal modo que tomam a forma de um coração, porém sem a ponta. E as espirilas do átomo búdico permanente estão dispostas de modo que formam aproximadamente a figura de um oito, com uma corrente central dividindo ao meio a espiral dupla.

7. Quanto mais próximas da realidade, mais simples será a disposição ou ordenamento das espirilas. Estas correntes de força mostram um arranjo setenário nos três átomos permanentes inferiores do homem, enquanto que os três superiores contêm apenas três espirilas - as três maiores.

8. Devemos notar que há apenas seis átomos permanentes vinculados à evolução humana, enquanto que um Homem Celestial apresenta apenas cinco, e somente um deles se encontra no sistema solar. (O mistério de um planeta e de sua vida central ainda não foi revelado; está relacionado a uma outra manifestação, sobre a qual nada sabemos).

9. É preciso lembrar que estamos tratando da encarnação física dessas grandes Entidades e que Seus átomos permanentes - à exceção do átomo físico - estão fora do sistema.

10. O corpo causal dos Homens Celestiais encontra-se no terceiro subplano do plano mental cósmico, enquanto que o do Logos solar e os das três Pessoas da Trindade encontram-se no primeiro subplano.

11. Os átomos permanentes dos homens encontram-se no subplano atômico de cada plano, exceto o mental; os dos grupos animais, no segundo subplano; os dos grupos vegetais, no terceiro subplano; os dos grupos minerais, no quarto subplano. Há, por conseguinte, uma estreita analogia entre esses pontos focais de força do grupo - humano ou não - e uma cadeia, um globo, e uma ronda, e dessa analogia devidamente aplicada, surge o esclarecimento. A soma total dos átomos permanentes de qualquer reino em particular forma as correntes de força, ou espirilas, nos átomos maiores das entidades solares ou das entidades lunares, enquanto que a soma total dos átomos permanentes do homem, no reino espiritual (os três átomos da tríade, atma-buddhi-manas) formam as correntes espirais de força no interior de determinados centros.

12. À medida que os átomos permanentes se tornam radioativos, no devido curso da evolução, o resultado, no interior do centro, é um acentuado aumento de vibração.

13. Os átomos permanentes dizem respeito às entidades solares quando se encontram no mental superior ou acima dele, e dizem respeito às entidades lunares, nos planos mental inferior, astral e físico.

14. Deve-se observar que, neste sistema solar, as seguintes entidades manifestam-se através de:

I. Um átomo permanente .... o físico

1. Um Logos solar.

2. Os três Raios maiores, ou os Senhores de Aspecto.

3. Os sete Homens Celestiais.

4. Os quarenta e nove Regentes das cadeias planetárias.

II. Dois átomos permanentes .... o físico e o astral

1. Os sete Senhores dos globos em cada cadeia.

2. Os quarenta e nove Manus-Raízes.

3. Os setenta e sete Corporificadores da forma - um grupo de Senhores solares ocupados com a construção da forma, trabalhando principalmente com o primeiro raio.

4. Certos Avatares, Que são selecionados pelo Logos para transmitir determinado tipo de força, a intervalos determinados, com o fim de promover a evolução da psique.

III. Três átomos permanentes .... físico, astral e mental

1. Os Senhores do terceiro Reino, o reino animal. São sete Entidades cujos corpos são formados por almas animais e, assim como os Homens Celestiais personificam para o reino animal o princípio manásico, o qual é, para esse reino, a meta do processo evolutivo.

2. Certas grandes entidades que personificam toda uma série de existências em cinco dos planetas - dos quais a Terra não faz parte - mas que, com o correr do tempo, verão reconhecido o poderoso efeito que exercem sobre os Homens na Terra, através dos três Budas de Atividade. A alusão a esta influência esotérica chega ao homem ao final da estreita conexão entre a Terra e Mercúrio. Por ora, nada mais podemos dizer.

3. As entidades que são a soma total daquelas almas grupais que contêm definidas tríades permanentes. Nove tríades entram na formação do corpo de uma dessas entidades.

IV. Quatro átomos permanentes... físico, astral, mental e búdico.

1. Oito grupos de Entidades solares Que formam a vida subjetiva dos sete centros no corpo de Brahma, considerando-O como uma Entidade cósmica separada, dissociada de Seus dois irmãos. Eles são os sete Filhos de Fohat, incluindo o oitavo Filho, e são Eles também a diferenciação final dos quarenta e nove fogos anteriores à Sua união com o fogo de Eros. Assim está expresso por H. P. B. (74)

2. Aquela Entidade Que trabalha através da FORMA de uma Hierarquia planetária oculta, usando-a como Seu corpo de manifestação, e considerando-o como o centro através do qual Sua força pode fluir. É preciso lembrar que tais grupos em cada planeta formam um veículo para a vida de um grande Indivíduo Que dá a essa Hierarquia sua cor característica e sua nota-chave particular.

3. Um certo número de Deidades solares Que são irradiadoras do magnetismo solar e constituem a vida da forma.

4. Um grupo peculiar de Seres ligados a uma determinada constelação e ao Dragão menor, que têm sua morada em Netuno e trabalham com o sexto princípio no sistema solar. Eles tomam forma física, sendo animados pelo desejo purificado e controlado pela mente e são os dispensadores do amor-sabedoria por meio de certas “Câmaras de Sabedoria” encontradas nos diversos planetas. A expressão “Câmaras de Sabedoria”, em seu significado esotérico, descreve um estágio de consciência, e não uma localidade.

V. Cinco átomos permanentes... físico, astral, mental, búdico e átmico.

1. Os Senhores de certos subplanos que trabalham sob a direção do Senhor Raja de um plano e constituem, eles mesmos, vibração e atividade.

2. Os Homens Celestiais menores no nível búdico, Que refletem Seus protótipos Superiores no segundo plano do sistema.

3. As entidades que compõem a soma total da consciência grupal em níveis egoicos, lembrando que esses grupos são diferenciados e formados por agregados de sete até que sejam formados quarenta e nove grupos de sete veículos egoicos formando um grupo que é o corpo desta Deidade solar menor. Existe uma multiplicidade destes grupos de quarenta e nove unidades. Isto já foi mencionado anteriormente quando dissemos que um Mestre e Seu conjunto de discípulos e iniciados formam um grupo ou centro de força. Esses grupos têm seus átomos permanentes tal como todas as demais vidas que buscam expressão objetiva.

4. As entidades que constituem a soma total do reino vegetal em sua diversidade de manifestação nos diferentes globos, cadeias e esquemas.

VI. Seis átomos permanentes... físico, astral, dois mentais, búdico e átmico.

O HOMEM

Tudo que foi dito acima é uma ampliação da informação dada sobre o “Exército da Voz” (75) e um esforço para demonstrar que uma grande diversidade de vidas (todas elas corporificando vidas menores, ou elas próprias corporificadas em vidas maiores) são encontradas dentro dos vários esquemas. Tratamos apenas daquelas vidas que são super-humanas ou humanas, daquelas que tenham sido ou são HOMENS. Não tratamos das vidas subumanas, ou dos senhores lunares ou pitris menores, porque seu dia ainda não chegou, e seu progresso acompanha a corrente da evolução de modo inconsciente e não conscientemente. Tratamos daquelas entidades e seus átomos permanentes em conexão com sua manifestação em um sistema solar e não fomos além do círculo-não-se-passa solar. Todos os átomos permanentes dizem respeito à matéria física e à manifestação. O mais elevado átomo permanente do homem, o átmico, nada mais é que um átomo do terceiro éter cósmico, e isto merece algum estudo e meditação. Tratamos também daquelas várias personalidades (e a palavra ‘personalidade’ é escolhida deliberadamente, porque o que são Eles senão personalidades, ou Seres, em encarnação física?) primeiramente sob o ponto de vista de Seu ponto de força mais inferior. Discutimos o átomo permanente como um ponto de contato com a força de um plano, de um planeta, de uma cadeia, de um esquema, ou de um sistema. Devemos ter isto sempre em mente.

Reconhecemos que grande parte do que foi escrito acima pode parecer incompreensível, porém quando os cientistas chegarem a entender e regular a força, o que está escrito aqui tornar-se-á mais claro; verão que nós estivemos tratando da força positiva de todas as formas negativas que se encontram acima do reino humano e no próprio reino humano.

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III. O LOTUS EGOICO (76)

Vamos agora tratar do assunto do corpo causal, em seu próprio plano, sob o ponto de vista do FOGO. Nós já estudamos brevemente o tema do fogo sob um ângulo mais comum e em termos materialistas, considerando-o como um veículo de substância rarefeita, contendo em si mesmo o sétimo princípio de cada um dos dois invólucros inferiores, e a unidade mental. Esta última personifica o primeiro aspecto em manifestação e é análoga ao primeiro aspecto logoico - um aspecto que, no atual sistema solar, não chega à plena demonstração.

Quero destacar aqui que ao estudar o sistema solar como a manifestação física de um Logos solar, nós estamos investigando:

a. O átomo físico permanente de um Logos solar contido no corpo causal logoico no seu próprio plano.

b. Os sete tipos de força, ou as sete espirilas logoicas no interior desse átomo permanente. Isto, quando realmente entendido, oferece uma nova perspectiva ao assunto da vibração do plano.

c. A estreita correspondência entre os planos e as sete espirilas no átomo permanente de um Logos solar.

Depois de ter abordado muito brevemente as espirilas e sua função, vamos agora tratar da questão do Raio egoico e do fogo da mente sob o prisma subjetivo, ou seja, em termos de fogo.

1. Centros ou Rodas de Energia

a. Centros de força. Nós alcançaremos a claridade de visão necessária se o assunto do desenvolvimento monádico for estudado a partir da visão da unidade humana. Já foi ensinado em inúmeras obras ocultistas que o homem tem sete centros de força (ou dez, segundo alguns cálculos); que três desses centros são de primordial importância, os quais eventualmente sintetizam os outros quatro, ou absorvem sua força ou energia, o que provoca seu eventual obscurecimento, ou sua saída de manifestação - em outras palavras, eles, ocultamente ‘morrem’. Isto tem seu paralelo nos centros logoicos, os esquemas planetários, os quais também, no devido tempo, entram em obscurecimento, e transmitem sua energia aos três esquemas maiores. No Microcosmo, esses três centros principais são a Cabeça, o Coração e a Garganta.

1. O centro da Cabeça A Mônada Vontade Espírito
2. O centro do Coração O Ego Amor Consciência
3. O centro da Garganta A Personalidade Atividade Matéria.

É evidente, portanto, que assim como no homem estes centros estão relacionados com o homem tríplice espiritual em seu desenvolvimento total, do mesmo modo os três tipos de centros - microcósmicos ou macrocósmicos - são gradualmente vitalizados pelo poder de um dos três aspectos de Logos. Esses centros são também reconhecidos como pontos focais de força ativa, manifestando-se à visão do clarividente como rodas ígneas ou como as flamejantes pétalas de um lótus.

b. O corpo causal... centro do coração monádico.

Ao estudarmos o corpo egoico é preciso lembrar que, na manifestação monádica, o corpo causal corresponde ao centro do coração. É uma flamejante roda de fogo no interior do ovo áurico monádico, a qual abarca os cinco planos da manifestação monádica; é também visto como o Lótus de doze pétalas. Destas doze pétalas, as três internas não estão reveladas, isto é, estão ainda embrionárias e, por essa razão, o corpo causal é frequentemente considerado como um Lótus de nove pétalas, ou como uma roda de fogo de apenas nove raios ou verticilos. Isto é essencialmente verdade no que se refere ao processo evolutivo; porém, quando um homem consegue despertar, ou desenrolar as nove pétalas, ou ainda, consegue despertar o fogo dos noves raios da roda ou verticilos (fato que é praticamente consumado nas três Iniciações maiores) as três pétalas internas são reveladas. Elas respondem à vibração monádica, o aspecto de puro Espírito. É a estimulação ou revelação dessas pétalas internas, pelo Iniciador Único, na terceira e quarta Iniciações, que ocasiona a conflagração final e a ignição do corpo causal, com a subsequente liberação da Vida ou Fogo central positivo.

2. O Lótus Egoico de Doze Pétalas

O Fogo Solar é dual. Ele é o resultado da fusão do fogo da matéria, ou substância, com o fogo da mente. Isto faz do homem a Estrela de Luz de seis pontas, porque cada um desses fogos é tríplice. O fogo da mente é também dual em sua essência, criando outra triplicidade e assim, formando os nove. Quando um homem tenha despertado os nove fogos, tenha desdobrado as nove pétalas e tenha também recebido o estímulo provocado pela iniciação - devido ao fato de ter entrado em contato consciente com a centelha elétrica do seu próprio e particular Homem Celestial - tudo se mescla e funde. As três internas que completam as doze e que dizem respeito às etapas finais e essencialmente espirituais de sua evolução, estão, na verdade, mais intimamente relacionadas com a evolução do Homem Celestial, e estão conectadas com o estímulo que Ele próprio recebe ao entrar em contato com a centelha elétrica logoica, ou o aspecto do puro Espírito do Logos.

Devemos observar aqui que este desenvolvimento nônuplo já fora sugerido na Doutrina Secreta, nas diversas vezes em que H. P. B. trata dos Kumaras (77) ou Homens Celestiais, dos Quais o microcosmo é um reflexo. Ela lhes dá os nomes de Senhores do Conhecimento, Senhores do Amor e Senhores do Sacrifício. Cada um Deles é um Lótus de nove pétalas no corpo logoico. Eles são as Rodas flamejantes, e nos seus vários nomes encontrados na Doutrina Secreta, podemos descobrir a pista para o mistério. Vamos compreender isto com clareza a respeito do microcosmo, e mais tarde estender a ideia para os Homens Celestiais. Vamos imaginar o lótus egoico de nove pétalas, o centro do coração na consciência monádica, desdobrando cada uma de suas pétalas em grupos de três, nos três planos do plano mental superior. Seu desdobramento é levado a efeito através do processo evolutivo desenvolvido sobre três planos nos três mundos, isto é, dentro das três Câmaras: a da Ignorância, a do Aprendizado e a da Sabedoria.

a. Primeiro Grupo de Pétalas - Pétalas do Conhecimento

1. Pétala do Conhecimento para o plano físico. O sofrimento é o preço que se paga pela ignorância ao infringir a Lei, e assim adquirimos conhecimento. Este desdobramento é levado a cabo através da experiência no plano físico.

2.Pétala do Amor para o plano físico. Desdobra-se através das relações físicas e do gradual crescimento do amor: do amor a si mesmo até o amor pelos outros.

3. Pétala do Sacrifício para o físico. Este desenvolvimento é produzido pela força impulsionadora das circunstâncias, e não pela livre vontade. É a oferenda do corpo físico no altar do desejo - desejo inferior, no começo, mas aspiração mais tarde - embora que ainda desejo. Como nas primeiras etapas de sua evolução o homem está polarizado no plano físico, esta etapa é principalmente vivida de modo inconsciente, sem qualquer percepção do que está sendo consumado; porém, o resultado é visto, no corpo causal, como um duplo aumento de calor, ou de atividade:

O átomo físico permanente torna-se radioativo, ou um radiante ponto de fogo.

As três pétalas inferiores tornam-se vibrantes e começam a desdobrar-se até se desenvolverem completamente.

b. Segundo Grupo de Pétalas - Pétalas do Amor

1. Pétala do Conhecimento para o plano astral. O desenvolvimento é realizado pelo equilíbrio consciente dos pares de opostos, e a gradual utilização da Lei de Atração e Repulsão. O homem sai da Câmara da Ignorância onde, sob o ponto de vista egoico, ele trabalha às cegas, e começa a apreciar os efeitos de sua vida no plano físico; pela compreensão de sua dualidade essencial ele começa também a compreender as causas.

2. Pétala do Amor para o plano astral. O desenvolvimento é realizado através do processo de gradual transmutação do amor da natureza subjetiva ou do Eu interno. Isto apresenta um efeito dual e se desenvolve no plano físico durante muitas vidas de turbulência, de esforço e de fracassos, enquanto o homem luta para voltar sua atenção para o amor do Real.

3. Pétala do Sacrifício para o plano astral. O desenvolvimento é realizado pela atitude do homem que, conscientemente, se esforça para abandonar seus próprios desejos pelo bem do grupo. Sua motivação é ainda obscura e colorida pelo desejo do retorno daquilo que ele dá e do amor daqueles que ele procura servir, porém, é uma motivação de ordem bastante superior à do sacrifício cego a que o homem é impulsionado pelas circunstâncias, como foi o caso do desenvolvimento inicial. À medida que esta tríplice iluminação, ou desenvolvimento prossegue, vemos novamente um resultado dual:

• O átomo astral permanente entra em plena atividade e radiação de cinco de suas espirilas, enquanto os dois átomos, do plano físico e do plano astral, tornam-se igualmente vibrantes.

• As três pétalas do círculo central do lótus egoico apresentam também pleno desenvolvimento, e o centro cardíaco da Mônada aparece como uma roda de fogo, com seis de seus raios emitindo toda a sua energia enquanto giram rapidamente.

c. Terceiro Grupo de Pétalas - Pétalas do Sacrifício

1. A Pétala do Conhecimento para o plano mental. Seu desdobramento marca o período em que o homem conscientemente utiliza tudo o que ele adquiriu, ou está adquirindo, sob a lei, para o definido benefício da humanidade. Cada um dos grupos de pétalas distingue-se por uma coloração predominante; o grupo do Conhecimento, no plano físico, pela coloração dos outros dois subsidiários; o grupo do Amor, no plano astral, com a luz do sacrifício, de tom mais desmaiado que os outros dois, os quais praticamente brilham com igual intensidade. No plano mental, a luz do Sacrifício atinge seu máximo brilho, e tudo que é visto é colorido por essa luz.

2. A Pétala do Amor no plano mental, desenvolve-se através da constante aplicação consciente de todos os poderes da alma no serviço da humanidade sem qualquer pensamento ou desejo de recompensa pelo imenso sacrifício envolvido.

3. A Pétala do Sacrifício para o plano mental, a qual se demonstra como a inclinação predominante da alma evidenciada numa série de muitas vidas pelas quais o iniciado passou antes de sua emancipação final. Então, em sua própria esfera, o homem torna-se o ‘Grande Sacrifício’. Esta etapa, quando vista objetivamente por um clarividente, apresenta dois efeitos:

a. A unidade mental torna-se um ponto de luz radiante, e suas quatro espirilas transmitem a força com intensa rapidez.

b. As três pétalas superiores se abrem, e vemos então o perfeito lótus de nove pétalas.

Falando em termos de fogo, o corpo causal é visto como um flamejante centro de calor, irradiando calor e vitalidade para seu grupo. Dentro da periferia da roda egoica, vemos os nove raios girando com intensa rapidez, e - depois da terceira iniciação - tornam-se quadrimensionais, ou seja ‘as rodas giram sobre si mesmas’. (78) No meio delas, formando um certo triângulo geométrico, o qual difere de acordo com o raio da Mônada, vemos três pontos de fogo, isto é, os átomos permanentes e a unidade mental, em toda a sua glória; no centro pode ver-se uma gloriosa chama que vai crescendo de intensidade, à medida que as pétalas internas respondem à estimulação. Quando o fogo da matéria, o ‘fogo por fricção’, se torna suficientemente intenso; quando o fogo da mente, o fogo solar, que vitaliza as nove pétalas se torna igualmente potente, e quando a centelha elétrica, que se encontra no mais recôndito centro, brilha e pode ser vista, todo o corpo causal se torna radioativo. Então, os fogos da substância (a vitalidade dos átomos permanentes) escapam das esferas atômicas e adicionam sua cota à grande esfera na qual estão contidos; o fogo da mente mescla-se à sua fonte emanadora, e a vida central escapa. Esta é a grande liberação. Em termos do esforço humano, o homem atingiu sua meta. Ele atravessou as três Câmaras, e em cada uma delas, transferiu tudo que nelas obteve para o conteúdo de sua consciência; em ordenada sequência, ele desenvolveu e abriu as pétalas do lótus - abrindo primeiro as três inferiores, o que envolve um processo que cobre um vasto período de tempo. A seguir, ele abre a segunda série de pétalas, durante um período de tempo que abarca sua participação inteligente nos assuntos mundiais, até que ele entra no reino espiritual, na primeira Iniciação; segue-se então um período final, mais breve, quando as três pétalas superiores, ou o círculo interno, é desenvolvido e aberto.

Ao terminar o que pode ser dito sobre este assunto do Raio egoico e do fogo da mente, quero pedir aos estudantes que se lembrem dos seguintes pontos:

Primeiro. Que a ordem do desenvolvimento das pétalas e a estimulação dos fogos depende do Raio da Mônada e do sub-raio no qual o corpo causal se encontra. Esta informação poderia ser expandida e tornar-se uma rica fonte de estudo para o investigador ocultista.

Segundo. Que este desenvolvimento se processa lentamente nas etapas iniciais, e somente pode ser acelerado à medida que o próprio homem se dedique a ele com esforço consciente.

O Ego somente mostra interesse ativo no desenvolvimento quando a segunda pétala na segunda série está começando a abrir-se. Antes disso, o trabalho prossegue sob a lei do seu ser e através da vida inerente do segundo Logos, que é a vida das pétalas do lótus. A vida do primeiro Logos, operando através do SELF (que habita uma forma construída pela vida ou energia do segundo Logos, utilizando a força-substância animada pela vida do terceiro Logos) somente responde à oportunidade quando é alcançada a etapa acima referida.

Finalmente: A cerimônia da iniciação somente tem lugar quando o corpo causal está em condições de responder ao aspecto Vontade do Homem Celestial (o primeiro aspecto), o que é realizado com a jubilosa cooperação do eu plenamente consciente.

Isto é tudo que me é possível dizer, porém é suficiente para descortinar várias linhas de estudo, as quais - caso sejam seguidas - conduzirão o estudante à aquisição de conhecimentos de valor prático e aplicação.

3. Sumário

Nosso próximo tema trata dos elementais do plano mental, das formas-pensamento que eles animam; e vamos também estudá-los como centros de força, capazes de produzir resultados construtivos, se forem corretamente direcionados, ou destrutivos, se forem deixados, às cegas, para seguir seu próprio curso. Todavia, antes de começar este novo tema, quero reunir alguns fios de pensamento acerca do assunto que acabamos de tratar. Se nós tivermos seguido cuidadosamente as informações dadas sobre a manifestação egoica no seu próprio plano, e os fogos do corpo causal, nós teremos notado a estreita semelhança entre aquele corpo egoico, considerado como um centro de força, e certos aspectos da manifestação logoica.

O corpo causal foi visto como uma roda de fogo, contendo em sua periferia três pontos focais de energia, os átomos permanentes. Eles são análogos, como já foi anteriormente indicado, ao sétimo princípio de cada um dos três aspectos: vontade ou poder, amor-sabedoria, e inteligência ativa. Cada um destes pontos focais tem sua própria economia interna, como vemos nas espirilas, as quais são essencialmente correntes de força, respondendo à estimulação e vibração despertadas dentro e fora de seu círculo-não-se-passa limitador. A vida interna do átomo permanente, e aquela que anima e produz sua atividade, é a vida do terceiro aspecto; a força que atua sobre ele, e através dele, é a vida do segundo aspecto. À medida que transcorre a evolução, a intensidade das forças da vida no interior e aquelas que o afetam a partir do exterior, torna-se gradualmente cada vez mais forte, e a luz dos átomos permanentes aumenta, as pétalas do lótus se desdobram, e os raios do fogo radiador entram em ação. Aqui é preciso lembrar que os átomos permanentes dizem respeito ao aspecto substância da Existência ou Vir-a-ser, enquanto que as pétalas do lótus, ou os ígneos raios da roda, têm a ver especificamente com o aspecto psíquico, ou o desenvolvimento da consciência; o núcleo central, ou as três pétalas internas, personifica o aspecto do puro Espírito.

As três linhas de evolução prosseguem simultaneamente, e têm uma ação reflexa uma sobre as outras, e é isto que produz a consequente perfeição do desenvolvimento. Não é possível, ou sequer desejável, seguir, separadamente, cada linha desta tríplice evolução, e tão pouco considerá-las como dissociadas uma das outras. A interação é tão exata e a estimulação mútua tão importante que não podem ser negligenciadas por aqueles que se dedicam ao estudo da evolução egoica.

Como já dissemos anteriormente, é através dos átomos permanentes que o Ego se relaciona com o seu mundo objetivo; ele atua sobre e através do seu meio ambiente com sucesso ou às cegas, dependendo do quanto ele possa energizar seus átomos permanentes e trazer as espirilas do estado de latência ao de potência. Isto é somente possível à medida que ele desdobra as pétalas do lótus. É preciso lembrar que as três pétalas inferiores, quando estão totalmente abertas, afetam, por meio de sua vitalidade, as três espirilas maiores no átomo físico permanente. À medida que a segunda camada de pétalas gradualmente se abre, o átomo astral permanente sofre um processo semelhante que conduz ao pleno despertar das espirilas no interior da unidade mental.

Quero aqui destacar que há uma ligeira diferença no caso da unidade mental, pois as quatro espirilas da unidade mental são despertadas à plena atividade quando as pétalas do conhecimento dos três últimos se abrem. A abertura das duas restantes revelam a resplandecência da flor tríplice que se encontra no centro da manifestação egoica.

É aconselhável aqui alertá-los sobre alguns pontos desta questão do desenvolvimento egoico, pois o que tem sido dito até agora é apenas a apresentação do plano geral do desenvolvimento egoico interpretado em termos da consciência, ou do fogo. Ao estudar o assunto com a devida aplicação pessoal, o estudante deve lembrar-se dos seguintes fatos:

Primeiro, que as pétalas se desenvolverão de acordo com o Raio da Mônada. Por exemplo, se o Raio da Mônada for o segundo, a pétala do conhecimento se abrirá primeiro, porém a segunda pétala do amor terá um desenvolvimento quase paralelo, uma vez que esta é a linha de mais fácil desenvolvimento para este tipo particular de Ego, para o qual a maior dificuldade será abrir a pétala do conhecimento.

Segundo, que os efeitos da abertura de um grupo de pétalas serão sentidos dentro do grupo seguinte em uma etapa anterior causando uma resposta vibratória; isso explica o porquê da maior rapidez das etapas finais do desenvolvimento quando comparadas com a primeira.

Terceiro, que existem muitos casos de desenvolvimento desigual. Muito frequentemente encontramos pessoas que já tenham desenvolvido duas pétalas do primeiro grupo e outra está apenas latente, enquanto uma pétala do segundo grupo pode estar em pleno desenvolvimento. Isto explica porque algumas pessoas evidenciam poder para servir segundo certas linhas e no entanto se encontram numa etapa inferior de desenvolvimento, ou consciência, falando em sentido egoico. São diversas as causas, como por exemplo, o carma da própria Mônada no seu elevado plano e a força do domínio monádico sobre o ego; a muitas vidas dedicadas a uma particular linha de ação, que resulta no estabelecimento de uma intensa vibração - uma vibração tão forte que dificulta o desenvolvimento da resposta às vibrações subsidiárias; certas peculiares condições ocultas na evolução de um determinado Senhor de Raio, e o efeito provocado por essa condição sobre um determinado grupo de células; o carma grupal de um conjunto ou conglomerado de corpos causais e sua mútua interação. Cada unidade egoica, ou centro monádico de força, tem um específico efeito sobre o grupo, ou comunidade de Egos ao qual pertence e, à medida que continua a interação, produzem-se, às vezes, resultados de natureza temporária e inesperada.

Estes são pontos que devem sempre ser lembrados por aqueles que estudam a evolução egoica. O assunto é de grande interesse, porque ele constitui o próximo passo a ser dado pelo estudante da psicologia esotérica. Muita coisa será eventualmente conhecida que lançará uma nova luz sobre a possibilidade que o homem terá de trabalhar no plano físico. Todo o segredo do sucesso em qualquer empreendimento está baseado em duas coisas:

Primeiro, a habilidade do Ego para trabalhar através da personalidade, utilizando-a simplesmente como um meio de expressão.

Segundo, o carma do grupo egoico, à medida que ele se torna mais aparente no plano físico. Até agora, muitas coisas têm sido ditas e ensinadas acerca do carma individual. No futuro, o carma grupal assumirá seu devido lugar no pensamento dos estudantes, o que levará a uma cooperação mais inteligente, a uma compreensão mais solidária das responsabilidades grupais e à solução mais adequada dos problemas grupais.

O estudo da psicologia esotérica envolve uma real concepção da natureza do Ego, ou o despertar do Ego para a plena atividade na manifestação; será necessária a correta formulação das leis do desenvolvimento egoico, dos métodos por meio dos quais cada pétala do lótus pode ser trazida à perfeição, da tríplice natureza de sua evolução; trará eventualmente a percepção do verdadeiro significado da força,e da energia em seu aspecto dual - vibração interna e radiação externa; provocará a centralização da atenção, de todos os estudantes avançados, sobre os centros - neste caso, não nos centros físicos nos níveis etéricos, mas sim sobre os centros psíquicos, tais como o Ego no corpo causal, e os grupos egoicos. Mais tarde, isto trará uma melhor compreensão do efeito de uma consciência sobre outra consciência no plano físico, e este conhecimento será cientificamente utilizado para produzir específicos resultados na evolução grupal, e assim alguns dos problemas mundiais encontrarão solução. Finalmente, serão estudadas as leis do fogo; a natureza do calor, da radiação e da chama será ocultamente investigada e será compreendida a ação de um fogo sobre outro, assim como o resultado da radiação de uma consciência para outra; gradualmente também será revelado o método de despertar a consciência nos diferentes planos por meio da ação e estimulação dos fogos do corpo causal.

Todas essas questões começam, muito vagarosamente, a chegar ao pensamento humano, embora isso seja pouco percebido, através do estudo da educação vocacional, da eficiência nos empreendimentos e o lugar que o homem ocupa em qualquer negócio ou empresa. Os homens começam a serem considerados como fatores potenciais de força, o que é um passo na direção correta.

Abordando a mesma questão do ponto de vista da personalidade, e não do ego, vemos que rapidamente se aproxima o tempo quando será dada ênfase à educação que melhor ensine os jovens a entrar em contato com seu próprio ego, ou energia superior; que os conduza a se apropriarem do conhecimento e habilidade do seu eu superior para uso no plano físico; que os leve a buscar um grupo com o qual eles possam trabalhar em uníssono com a total energia desse grupo; que descubram a melhor maneira de trazer os três veículos inferiores - físico, astral e mental - ao alinhamento direto com os centros superiores de força e assim fazer descer um contínuo suprimento de energia para aqueles três veículos e para sua inteligente manipulação; que descubram o melhor sistema para despertar as várias espirilas, e liberar para a ação a energia dentro de suas próprias células. Tudo isto terá uma lenta evolução, é claro; mas aqui delineei as tendências futuras do estudo, pois na formulação das possibilidades reside a sua eventual realização. Tal processo deve, necessariamente, ser lento. Os poderes do ego são enormes e se fossem liberados agora, através de uma personalidade ainda não preparada, conduziriam a um terrível desastre. Porém, o momento chegará e, enquanto isso, a devida compreensão das capacidades inerentes em cada um será benéfica para todos aqueles que intuitivamente reconhecem a meta.


Notas:

65 D. S. III, 143
66 D. S. I, 574.
67 O Raio humano. “Cada centro humano é um raio cristalizado do Absoluto Uno que já passou pelos processos da evolução até chegar a ser o que conhecemos como um ser humano”. Alguns pensamentos sobre o Gita.
68 O Raio Divino contém em Si sete outros Raios. É o cisne com sua ninhada. É o Logos do amor-sabedoria com os sete Logoi planetários. É o grande Homem dos Céus, com os sete Homens Celestiais. É o Princípio Ilimitado,com os sete princípios. Isto subjetivamente. Os sete planetas e as entidades que lhes dão forma. Os sete planos e os princípios que os animam. Amor-Sabedoria é a manifestação da natureza astral ou desejo do Logos Solar. O. S. I, 103.
69 1. Os sete planos sistêmicos são: Plano divino Logos ... Plano monádico Mônada Plano espiritual Plano intuicional Plano mental Ego Plano astral Físico 2. As sete diferenciações em termos de energia ígnea são: Plano da vida divina Pai Plano da vida monádica Filho Plano átmico Espírito Santo Plano búdico, intuição Central Plano da mente Plano do desejo Plano físico Pensamentos-forma Materialização Macrocosmo. 3. Planos da evolução logóica os sete planos. Planos da evolução do Filho os seis planos. Planos da evolução monádica os cinco planos. Planos da evolução humana os três planos. Sete é o número da totalidade da manifestação. Três é o número da consciência. Um é número da Vida ou Espírito. 4. Fogo elétrico Fogo solar Fogo por fricção. Pai Filho Espírito Santo. Espírito Consciência Matéria.
70 Bíblia. Pedro II, 3:10
71 D. S. I„ 116, 493; II, 112, 149.
72 D. s. I., 108.
73 73 Formas. 1. A ideação divina passa do abstrato para o concreto ou forma visível. a. O objetivo é uma emanação do subjetivo - D. S. I., 407. b. Impulso é a energia do espírito que causa a objetividade - D. S. I, 349. D. S. I., 683. c. O Logos torna objetivo um pensamento oculto - D. S. II, 28. 2. São necessárias três coisas antes que qualquer forma de energia possa tornar- se objetiva. D. S. I, 89. 1. Privação Separação - Impulso iniciai. Energia. Vontade. 2. Forma Qualidade ou formato. Natureza. Amor. 3. Matéria Esfera objetiva. Atividade inteligente. 3. A vida precede a forma - D. S., I, 242. a. O Pensador permanece sempre - D. S., II, 28. b. A força da vida é a transformação, em energia, do pensamento do Logos - Ver D. S., III, 179. 4. O espírito evolui através da forma e fora da forma. D. S., I, 680. a. O espírito tem de adquirir plena autoconsciência. D. S., I, 215. b. A forma aprisiona o espírito. D. S., II, 775. c. A forma é o princípio de limitação. D. S., III, 561. d. O espírito dá forma a todos os envoltórios. D. S., I, 669 nota. e. O espírito passa por todo o ciclo do Ser. D. S., I, 160. 5. Os devas são a origem da forma. D. S., I, 160, 488. Eles existem em dois grandes grupos: a. Os Ahhi são o veículo do pensamento divino. D. S., I, 70. b. O Exército da Voz. D. S., I, 124. Eles são soma total da substância dos quatro planos superiores e dos três inferiores. 6. Existe uma forma que agrupa todas as formas. D. S., 1,118. D. S., I, 77. Esta forma é a soma total de tudo que existe manifestado, ou de toda a esfera solar ou sistema solar. Ela contém: a. Os dez esquemas planetários e tudo que eles contêm. b. Todos os corpos interplanetários menores. c. As evoluções dévica e humana. d. Os reinos da natureza em toda parte. e. Os Deuses involutivos e evolutivos. f. Cada átomo de substância em cada plano. 7. Todas as formas são periodicamente destruídas. Ler cuidadosamente D. S , I 397-401.
74 D. S. I, 139, 144.
75 D. S. 1,121.
76 O Lótus Egoico "... as leis do carma são ajustadas, cujo indício é encontrado quando os dezesseis raios do Ego são dominados por meio de dezesseis mantras ou palavras, cuja real pronúncia está reservada somente aos iniciados”. Kali Upanishad. “O mistério dos dezesseis raios do Ego será revelado quando a força do Sagrado Tetraktys se funde com a dos Santos Doze”. O Velho Comentário. O Primordial é o Raio e a emanação direta dos primeiros Quatro Sagrados. D. S. 1,115, 116. Os Quatro Sagrados são: Pai Espírito Existência Unidade O Filho Alma Amor-Sabedoria Dualidade Mãe Matéria A Trindade; e sua manifestação conjunta formam a ativa evolução do sistema solar, o círculo-não-se-passa logoico. Isto é o Macrocosmo.
77 D.S.I, II,257
78 Bíblia, Ezequiel, 1:15:21
NT Não consta na edição inglesa a nota número 79.

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