Navegação

Página Inicial
Livros de Alice Bailey

Educação na Nova Era


CAPÍTULO IV - A CULTURA DO INDIVÍDUO
A cultura do indivíduo
O ângulo da cidadania
A situação mundial e as ideologias
Razões para a atual inquetação mundial
O ângulo da paternidade
Tendências indicativas de futuros desenvolvimentos
O ângulo de controle da personalidade

CAPÍTULO IV

A CULTURA DO INDIVÍDUO

A cultura do indivíduo será abordada a partir de três ângulos, cada um contribuindo para o todo cabal, que será formar o indivíduo: um cidadão inteligente dos dois mundos (o mundo da existência objetiva e o mundo interno do significado), um pai competente, uma personalidade controlada e direcionada. Ocupar-nos-emos agora destes pontos.

Não elaborei o ensinamento da Era de Aquário, nem tratei absolutamente dos sistemas educacionais desse tempo. Não é de valia alguma para vós fazê-lo, e me sinto realmente incapacitado para ajudar o vosso pensamento, se vos transportar dois séculos à frente, até uma civilização e uma cultura das quais apenas as indicações mais imprecisas podem ser antevistas. Será de maior utilidade se eu puser ênfase nas ideias emergentes que governarão o procedimento futuro na próxima geração e conduzirão o mundo através do período de transição mais difícil jamais visto.

Certos ideais básicos, emergindo das ideologias correntes, começam a causar impacto na consciência pública. Esses ideais são em si reações essencialmente humanas às ideias divinas; não estão, portanto, inteiramente livres de erros e são necessariamente coloridos pelo calibre das mentes que as formulam; estão inevitavelmente condicionadas à história passada, à tradição nacional e pelas tendências do pensamento racial. Há neles, no entanto, uma curiosa uniformidade, mesmo quando expressas pelos seguidores do mundo amplamente divergente do idealismo. Se pretendemos compreender essas ideias com exatidão e estabelecer um alicerce correto, talvez seja válido discutirmos algumas dessas atitudes universais e considerarmos o que elas indicam à luz dos problemas mundiais atuais e das indicações do mundo vindouro que daí pudermos configurar.

Voltar ao início


O ÂNGULO DA CIDADANIA

Há um crescente sentimento, entre os cidadãos da maioria das nações, de que a maior tarefa dos sistemas educacionais seja a de preparar a criança para a cidadania. Com isso querem dizer ser tarefa do Estado e dos pagadores de impostos treinarem a criança de maneira a ser parte cooperadora e inteligente do todo organizado a que chamamos nação; que ela pode ser disciplinada de modo a poder assumir sua parte no Estado e a dar ao mesmo sua contribuição e ser, assim, de valor social e, ainda, desempenhar uma parte individual distinta, e ao mesmo tempo numa parte dirigida para o grupo, na vida da comunidade onde tenha nascido e na qual deve necessariamente se apoiar; que sua vida pessoal e seus interesses individuais contam menos que a vida do corpo e a lição preliminar a lhe ser ensinada é o fato de que ela é uma unidade num grupo funcional de unidades semelhantes, das quais se espera cada uma contribua com sua quota de bem para o todo.

O germe inicial desta ideia (espantoso como possa parecer) começou quando a primeira escola foi organizada milhões de anos atrás. Essas escolas eram pequenas a princípio, educando apenas uns poucos favorecidos, mas se direcionando gradualmente (em geral por intermédio das organizações religiosas) para essa educação de massa e ensino compulsório que distingue as modernas escolas oficiais cuja tarefa é, obviamente, preparar milhões de jovens do mundo para a cidadania inteligente, mas direcionada.

Hoje, entre as denominadas nações esclarecidas, certa espécie de educação compulsória é imposta às massas; as crianças de todas as nações aprendem a ler e escrever e os rudimentos da aritmética. Supõe-se, portanto, que tenham uma ideia geral das condições mundiais - ensinadas através da geografia, da história e da economia - e que alcancem, por isso, algum reconhecimento, objetiva e naturalmente, dos processos e razões porque as várias nações chegaram a ser o que são e onde estão, e tenham ganho assim consciência da imagem geral do planeta. As mudanças externas desta imagem estão produzindo, hoje, flexibilidade mental nas crianças e isto é, de muitas maneiras, uma conquista definida.

Entretanto, até agora, a ênfase em produzir cidadãos tem sido dupla: A meta da educação tem sido equipar a criança de tal maneira que, ao atingir os anos da maturidade, ela possa cuidar de si mesma no mundo predatório da vida moderna, ganhe a vida e se torne, se possível, rica e independente daqueles com quem sua vida foi moldada. Em todo este processo educacional a ênfase foi posta nela mesma como indivíduo, e o ponto de interesse sobre o que ela ia fazer, como ela ia viver e o que pode ela conseguir, fazer e alcançar na vida.

Nessas condições, onde havia um preconceito religioso (como nas escolas religiosas de qualquer espécie), era-lhe ensinado que deveria tentar ser boazinha e o incentivo egoísta colocado à frente para que, se agisse assim, pudesse, algum dia, ir para o Céu e viver feliz. Quando tais ideias estavam instiladas nela, quando, forçada pela pressão organizada, ao modelo e padrão desejados, havia absorvido a necessária soma de informação, num esboço, da humanidade e das realizações humanas, e quando a capacidade de memorizar fatos (históricos, científicos, religiosos e outros) havia sido desenvolvida, embora seu poder de pensar permanecesse inteiramente sem desenvolvimento, ela era deixada solta no mundo e na sua comunidade ordenada, para fazer algo bom e estabelecer-se.

Tenho consciência de que o exposto acima é uma vasta generalização. Deixa fora de cogitação tanto a capacidade inata e inerente da criança, o ponto que conquistou no desenvolvimento da alma, quanto qualquer reconhecimento dos poderes com os quais ela entra na vida como resultado das muitas experiências de vida anteriores. Deixa de fora, também, a influência de muitos professores conscientes espiritualizados e altamente evoluídos que - através das idades - deixaram sua marca nos jovens a quem ensinaram e assim os orientaram e impulsionaram para melhores coisas. Trato apenas do aspecto institucional dos sistemas educacionais e do efeito comprovado na juventude de cada nação que esteja subordinada a esses sistemas. As metas conscientizadas que o professor institucionalizado colocou diante de si mesmo têm sido restritas, e o consequente efeito de seu ensinamento e de seu trabalho tem sido a produção de uma pessoa egoísta, de mente materialista, cujo objetivo maior é uma melhoria pessoal, num sentido material. Isto tem sido impressionantemente incrementado onde qualquer ambição pessoal esteja presente e leva a criança a agir de boa vontade com a limitada e egoísta meta do professor. O idealismo natural da criança (e qual a criança que não é um idealista inato?) foi vagarosa e firmemente sufocado pelo peso da máquina educacional mundial e pela pressão egoísta dos negócios mundiais nos seus diversos departamentos, além da ênfase sempre colocada na necessidade de fazer dinheiro.

Este desastroso estado de coisas (que alcançou seu clímax nos primeiros anos do século XX) vem sendo mudado vagarosamente, de maneira que hoje, em muitos países, o bem-estar do próprio Estado, o bem do Império, a necessidade da Nação, são postas diante da criança desde seus verdes anos, como o mais alto ideal possível. É-lhe ensinado que deve servir ao Estado, ao Império ou à Nação com o que de melhor haja em si; é fortemente inculcado na sua consciência que sua vida individual precisa estar subordinada à vida maior do Estado ou da Nação, e que é seu dever ir de encontro à necessidade nacional, até mesmo às expensas de sua própria vida. É-lhe ensinado que em tempo de grande emergência ela, como indivíduo, não conta absolutamente, mas que o todo maior corporificado, do qual ela é uma parte infinitesimal, é só o que importa. Este é um passo definido adiante, na expansão da consciência que a raça humana deve atingir.

Lembro-vos aqui serem a expansão da consciência, a produção de sensibilidade crescente e a percepção consciente, a meta de todo esforço divino e hierárquico. A meta não é para a melhoria das condições materiais. Estas acontecerão automaticamente quando o sentido de consciência esteja firmemente desabrochado. O futuro da humanidade é determinado por sua aspiração e habilidade em responder ao idealismo que hoje inunda o mundo.

Agora um passo ainda mais à frente está tendo lugar. Em toda parte, em todos os países, os homens estão aprendendo, desde os primeiros anos, que não são apenas indivíduos, não somente membros de um Estado, Império ou Nação, ou unicamente alguém com um futuro individual, mas que são destinados a serem expoentes de certas grandes ideologias grupais - Democrática. Totalitária, ou Comunista. Estas ideologias são, em última análise, sonhos ou visões materializadas. Para isso, é ensinado à juventude moderna que ela deve trabalhar e esforçar-se e, se necessário, lutar. É, portanto, óbvio que, por trás de todo tumulto e caos aparentes, tão devastadores, hoje em dia, na consciência da humanidade, e sob todo temor e apreensão, ódio e separatividade, os seres humanos estão começando a harmonizar em si três estados de consciência - o do indivíduo, o do cidadão e o do idealista. O poder para chegar a isto e ser todos os três estados simultaneamente, está agora atingindo aqueles níveis da vida humana a que chamamos as classes submersas.

Tudo isto é muito bom e é parte do plano ordenado. Seja o ideal democrático, ou a visão do estado totalitário, ou o sonho de um devotado comunista, o efeito sobre a consciência da humanidade como um todo é definitivamente bom. Seu senso de consciência mundial está crescendo definitivamente, seu poder em se considerar parte de um todo está se desenvolvendo rapidamente e tudo isso é desejável e correto e contido no plano divino.

Evidentemente, é inteiramente verdadeiro que o processo está prejudicado e dificultado por métodos e motivos altamente indesejáveis, mas os seres humanos têm o hábito de estragar o que é belo; têm uma capacidade altamente desenvolvida de serem egoístas e materialistas e, porque a mente dos homens está ainda praticamente destreinada e sem desenvolvimento, há neles pouco poder de discriminação e pouca habilidade para diferenciação entre o velho e o novo, ou entre o correto e o mais correto. Tendo sido treinado no egoísmo e nas atitudes materialistas enquanto sob controle paterno e nos sistemas educacionais de hoje, o curso de seu pensamento se alinha, normalmente, segundo essas tendências indesejáveis.

Na Era de Peixes, que está passando, os jovens de todos os países foram criados sob a influência de três ideias fundamentais. O resultado dessas ideias poderia ser expresso sob os termos das seguintes perguntas:

1 - Qual será minha vocação para que obtenha do mundo material tanto quanto meu status na vida e minhas necessidades o permitam?

2 - Quem são os que estão acima de mim, a quem devo considerar e a quem devo honrar, e quem são os abaixo de mim na ordem social e até onde posso alcançar na escala social e assim progredir?

3 - Desde a infância fui ensinado que minha natural inclinação é fazer algo errado, é ser perverso, ou (se a colocação for estritamente ortodoxa) que sou um mísero pecador e inadequado para felicidade futura. Como poderei escapar das penas de minhas naturais inclinações?

O resultado de tudo isto é desenvolver na raça um profundo sentido de ambição material e social bem como um complexo de inferioridade que forçosamente brota como alguma forma de revolta no indivíduo, nas explorações raciais ou, falando novamente individualmente, numa atitude para com a vida fanaticamente autocentrada. Destas tendências distorcidas, desses ideais retrógrados, a raça deve emergir finalmente. Foi a percepção disto que ocasionou em algumas nações uma superênfase no bem nacional ou racial, e no Estado como uma entidade. Levou ao solapamento da estrutura hierárquica da ordem social. Esta estrutura hierárquica é uma realidade básica e eterna, mas o conceito foi tão distorcido e mal usado que despertou revolta na humanidade e ocasionou uma reação quase anormal à liberdade e à licenciosidade, que assumiram dimensões indesejáveis.

A amplamente difundida exigência da juventude mundial de hoje (em alguns países) por uma boa vida, sua irresponsabilidade e sua recusa em encarar os reais valores da vida, são todas indicativas disso. O pior disso é visto nos países democráticos. Nos estados totalitários não é permitido na mesma escala, pois os jovens nesses estados são forçados a assumir responsabilidades e a se dedicarem ao todo maior, e não a uma vida de vocação material e do desperdício de sua juventude no que acredito chamais popularmente de boa vida. Essa boa vida é geralmente vivida às custas de outros, e acontece nos anos de formação que condicionam inevitavelmente e determinam o futuro do jovem.

Não falo aqui politicamente ou em defesa de algum sistema governamental. Uma atividade forçada e depois uma responsabilidade imposta, relegam a maior parte daqueles assim condicionados ao estágio do lactente ou ao estágio infantil, e a humanidade deveria estar alcançando a maturidade, com disposição para compartilhar responsabilidades e seu crescente sentido dos valores reais dos padrões de vida. O senso de responsabilidade é uma das primeiras indicações de que a alma do indivíduo está desperta. Também a alma da humanidade está, a este tempo, despertando em massa e daí as seguintes indicações:

1 - O crescimento das sociedades, organizações e movimentos de massa, em toda parte, por uma melhoria da humanidade.

2 - O crescente interesse da massa popular no bem-estar comum. Até aqui a camada superior da sociedade esteve interessada, seja por razões egoístas, autoprotetoras, ou devido ao paternalismo inato. As classes intelectuais e as classes profissionais investigaram e estudaram o bem-estar público do ângulo do interesse mental e científico, apoiadas numa base geral material, e a classe média baixa esteve naturalmente envolvida no mesmo interesse, do ponto de vista do lucro financeiro e comercial. Hoje, esse interesse alcançou as profundezas da ordem social e todas as classes estão agudamente despertas e alertadas para o bem geral, nacional, racial ou internacional. Isto é muito bom e um sinal animador.

3 - O esforço humanitário e filantrópico está no apogeu, ao par com as crueldades, ódios e anormalidades que a separatividade, as ideologias nacionalistas superenfatizadas, a agressividade e a ambição engrenaram na vida de todas as nações.

4 - A educação está se tornando rapidamente um esforço da massa e as crianças de todas as nações, desde as superiores às inferiores, estão sendo intelectualmente adestradas, como nunca o foram antes. O esforço, é claro, as está habilitando a satisfazerem as condições materiais e nacionais, a serem de utilidade e de nenhum empecilho para o Estado. O resultado geral todavia, está alinhado com o plano divino e é indubitavelmente bom.

5 - O crescente reconhecimento, por aqueles no poder, de que o homem da rua está se tornando fator de importância nos negócios mundiais. Ele é influenciado, de todos os lados, pela imprensa e pelo rádio, e hoje ele é bastante inteligente e o suficientemente interessado para tentar formar sua opinião e chegar às suas próprias conclusões. Isto ainda está em fase embrionária, mas os indícios desse esforço, indubitavelmente, estão aí; essa a razão do controle da imprensa e do rádio, encontrados em todos os países, de uma forma ou outra, pois nunca pode haver nenhuma evasão permanente da estrutura hierárquica que forma a base de nossa vida planetária. Esse controle cai em duas categorias:

Controle financeiro, como nos Estados Unidos.
Controle governamental, como na Europa e Grã-Bretanha.

Diz-se às pessoas o que é bom para elas: as restrições e a diplomacia secreta colorem o relacionamento do governo com as massas, e o desamparo do homem da rua (em face das autoridades no reino da política, condicionando decisões tais como guerra ou paz, e imposições teológicas, bem como atitudes econômicas) é ainda lamentável, apesar de não tão grande e drástico como antes. A alma da humanidade está despertando e as situações atuais podem ser consideradas temporárias.

A finalidade dos sistemas educacionais vindouros será preservar a integridade individual, promover o senso da responsabilidade individual encorajar uma crescente consciência grupal do relacionamento básico individual, nacional e mundial, enquanto extrovertendo e organizando a capacidade, o interesse e a habilidade. Haverá, ao mesmo tempo, um esforço para intensificar o sentido de cidadania, tanto no mundo tangível do plano físico como no Reino de Deus e nas relações da alma.

Para isso ser realizado, e assim mudar completamente as atuais atitudes e ênfase incorretas mundiais, foi permitida a atual Situação planetária drástica e catastrófica.

Voltar ao início


A SITUAÇÃO MUNDIAL E AS IDEOLOGIAS

Antes de nos ocuparmos com o lado mais técnico de nosso trabalho, gostaria que refletísseis um instante sobre a situação mundial e as ideologias mundiais do ângulo da educação. Gostaria que as considerásseis profundamente, do ponto de vista das relações grupais fundamentais existentes, focalizando a necessidade de preparar a juventude do futuro para a era vindoura da qual apenas um esboço pode ser agora percebido. Gostaria que, se possível, alcançásseis uma visão geral da situação mundial presente, tratando somente do esboço amplo e geral, e omitindo qualquer estudo de detalhes ou de personalidades específicas, exceto como meio de ilustração. Em outros escritos meus assentei os fundamentos disto quando procurei considerar, resumidamente, o problema psicológico das várias nações, sua causa ou causas, e a contribuição particular que cada nação específica tem que dar para o mundo como um todo.

Tentaremos reconhecer certos fatos marcantes, apesar de serem esses fatos mais comumente considerados pelos esoteristas do que pelo mundo em geral. Mas trabalhamos, ou nos esforçamos para trabalhar, como esoteristas. Estes fatos são:

1) O de que há certas ideias básicas que apareceram através das idades e trouxeram a humanidade ao ponto atual de evolução. As ideias são a essência do anseio de evolução.

2) O de que há um controle oculto que persistiu através das idades e pode ser deduzido do definido plano emergente, no que concerne à consciência humana.

3) O de que todo crescimento se faz através de experiência, esforço e persistência - daí a presente sublevação moderna. É significativa de um impulso para a luz, a luz do mundo, tanto quanto para o antahkarana grupal.

Obviamente, muito do que posso dar nestas instruções pode não ter aplicação imediata, mas espero que os estudantes ponderem e pensem de acordo com o que posso destacar, pois somente quando um núcleo de pensadores esteja assim formado, capaz de responder às novas ideias em educação, tornar-se-á possível, à Hierarquia espiritual dos Mestres, alcançar os resultados pretendidos no Seu trabalho de trazer à realização os planos de Deus. Os Mestres não podem e não trabalham sem Seus pontos focais físicos, escolhidos. Peço mais uma vez, que vos considereis postos avançados da consciência Daqueles que, do lado interno da vida, procuram trazer nova luz ao assunto das organizações sociais, ao relacionamento do indivíduo com o todo, e às novas e desejáveis tendências da educação. Pedir-vos-ia vos submetêsseis ao treinamento do pensamento tendo isso em mente. Observai a maneira pela qual enunciei este pedido: primeiro, considerar; depois treinar. Primeiro fé para contatar; depois os passos dados para facilitar e desenvolver o contato.

Nosso tema é o estudo da organização educacional da humanidade, envolvendo, como o faz (em seus estágios posteriores), responsabilidade e ação correta. Consideraremos, em linhas gerais, o desenvolvimento do homem a partir de uma unidade pessoal isolada, através dos estágios da vida familiar, tribal, nacional, até o presente estágio de humanidade com aspiração idealista. Este idealismo e esta inquirição predominante são responsáveis pelo presente caos mundial; originaram as ideologias conflitantes e o dramático aparecimento dos salvadores nacionais, dos profetas e trabalhadores mundiais, dos idealistas, dos oportunistas, dos ditadores e dos investigadores de todas as partes, em todos os departamentos do pensamento humano e em todos países. Este idealismo é um bom sinal. É também responsável pela agitação inquietante e pela exigência urgente de melhores condições, mais luz e compreensão, cooperação intensificada, pela segurança baseada nos ajustamentos corretos, e por paz e abundância, em lugar do medo, do terror e da fome.

Não é minha intenção tratar deste assunto do ângulo dos muitos textos modernos sobre o governo, a lei, ou sobre muitos projetos (econômicos, políticos, etc.) que estão hoje, de maneira tão dominante, absorvendo atenção. Não tenciono ir aos detalhes ou às definições. Os expoentes dos diferentes credos podem prover a literatura necessária e apresentar seu assunto com muito maior sucesso do que eu. Os protagonistas de uma ideologia podem expressar suas crenças e objetivos mais fervorosa e confiantemente do que a mim é possível. Eu vos escrevo como alguém que vê o desenho emergindo mais claramente do que vós, porque posso ver ambos: o lado interno e o externo, e também as cópias do plano sob custódia da Hierarquia. Procurarei escrever como alguém que, em reunião com os cooperadores da Hierarquia, procurou compreender os objetivos e cooperar com os planos imediatos, neste tempo de crise e agitação planetária, de mudanças drásticas e da entrada da humanidade em novos níveis de existência e estados superiores de consciência; como alguém que, de certa forma, estudou mais a fundo os anais do passado e os métodos de meditação e alcançou, com isso, um senso de inclusividade do passado, presente e futuro que, naturalmente, não vos é possível agora.

Procurarei colocar diante de vós alguns dos planos e ideias no controle da ação hierárquica, deixando-os fermentarem em vossas mentes, trazendo-vos, assim, rejeição ou convicção. Apenas procuro sugerir. Cabe a vós fazer deduções, extrair inferências inteligentes e pensar de acordo com as linhas indicadas. Procuro fazer-vos aprofundar nesta linha de pensamento para que meu trabalho com vossas mentes possa ser facilitado e a construção grupal das necessárias pontes de luz possam prosseguir dentro do ritmo. Não vos esqueçais que, também eu, preciso me esforçar para vos oferecer meus pensamentos e ideias de maneira inteligível, e isto só pode ser possível se eu demonstrar sabedoria e vós demonstrardes inteligência e perseverança. Quando o orientador é sábio e o pupilo inteligente, muito, então, se torna possível.

Peço-vos seja também vossa atitude (pelo menos por um momento) não-crítica; que vos descarteis temporariamente de vossas ideias pré-concebidas; que cultiveis boa vontade em considerar e pesar, não a evidência desta vez, mas uma estrutura interna de acontecimento esotérico de maior importância do que os eventos exteriores, e assim alcançareis algo do propósito da nova educação. Meditai sobre esta última frase e considerai profundamente seu significado. Gostaria alcançásseis uma posição vertical, com uma perspectiva horizontal. Meditai também sobre esta frase.

À medida que estudamos a maneira do homem tatear seu caminho desde a condição animal até sua atual atitude de crescente intelectualidade, e conforme se esforça na direção de um futuro das mais amplas possibilidades e oportunidades, lembremo-nos sempre de que para os Guardiães do Plano de Deus e para Aqueles Que elaboram os novos desenvolvimentos, o lado forma da vida, a expressão tangível exterior, é de importância completamente secundária. Vossa visão é, frequentemente, distorcida pela dor e pelo sofrimento aos quais a forma está sujeita (seja vosso ou de outrem, individualmente ou em massa), de forma a não verdes claramente o propósito e a urgência da vida dentro da forma. Para muitos de vós, por exemplo, a Guerra Mundial foi um imenso desastre, uma agonia a ser evitada a todo custo, no futuro, um acontecimento indicativo da fraqueza do homem e a incrível cega indiferença de Deus. Para nós, no lado interno, a natureza da Guerra Mundial foi a de uma grande operação cirúrgica feita no esforço de salvar a vida do paciente. Uma violenta infecção por estreptococo ameaçou a vida da humanidade (falando por símbolos) e uma operação foi feita para prolongar a oportunidade e salvar a vida não para salvar a forma. Esta operação foi amplamente bem sucedida. O germe, estejais certos, não está erradicado e faz sentir sua presença em áreas infectadas no corpo da humanidade.

Outra operação cirúrgica poderá, talvez ser necessária não para destruir e exterminar a presente civilização, mas para dissipar a infecção e acabar com a febre. Entretanto, talvez não seja necessário, pois o processo de dissipação, distribuição e absorção continuou a se processar e, quiçá, mostre-se eficaz. Trabalhemos para esse fim. Mas, ao mesmo tempo, nunca nos esqueçamos de que a Vida, seu propósito e seu destino dirigido intencional é que importam; e também que quando uma forma se mostra inadequada ou muito enfermiça, ou muito mutilada para a expressão daquele propósito, não é nenhum desastre - do ponto de vista da Hierarquia - aquela forma ter de ir. A morte não é um desastre a ser temido; o trabalho do Destruidor realmente não é cruel ou indesejável. Digo-vos isso por ser eu mesmo do Raio do Amor e saber o que isso significa.

Há duas linhas de destruição: a experimentada pelos seres humanos sem nenhuma compreensão dos propósitos da vida, que agem ignorante e cegamente, impelidos pelo desejo egoísta, pelo amor ao poder ou pelo ódio; há também a que é permitida pela alma no tempo devido e certo, e ela vem quando um novo veículo de expressão é exigido pela vida que nele pulsa. Por isso, há muita destruição permitida pelos Guardiões do Plano e muito mal convertido em bem, porque o fim é visto desde o começo e a consciência está suficientemente amadurecida na experiência para renunciar à forma por causa dos benefícios percebidos a serem ganhos. Isto é verdadeiro para com indivíduos, com nações e com raças. A sensibilidade ao sofrimento do mundo é uma característica grande e divina; quando, porém, ela é qualificada pela emoção, torna-se separatista na interpretação e focalizada no partidarismo e nas personalidades, e assim desenvolve-se em fascinação e ilusão, confundindo a situação real e cegando o homem para os fatos divinos.

Lembrar-vos-ei de que o esoterista sempre raciocina dos universais para os particulares. Isto farei sempre e, assim, excluo o ponto de vista detalhado, o primeiro plano distorcido e a visão míope do estudante. Estudaremos as tendências principais, o largo fluxo da consciência humana emergente, exigindo - como o fez incessantemente - uma mudança na educação, na religião e na organização social proporcional ao seu desenvolvimento. Civilizações, culturas, raças e nações aparecem e desaparecem, mas as mesmas individualidades vêm e vão com elas, armazenando os frutos da experiência e avançando progressivamente para um mais completo autogoverno e organização grupal e síntese.

Lembro-vos também que há uma qualidade peculiar em cada ser humano - uma característica inata, inerente, que está inevitavelmente - à qual se poderia dar o nome de percepção mística. Uso este termo num sentido bem mais amplo do que é o caso geralmente, e gostaria que considerásseis esta qualidade de percepção mística como participante:

1) da visão mística da alma, de Deus e do universo;

2) do poder de contatar e compreender o mundo do significado, o mundo subjetivo da realidade emergente;

3) do poder de amar e de ir ao encontro de quem é alguém, além do próprio;

4) da capacidade de aprender e intuir ideias;

5) da habilidade para sentir o desconhecido, o desejável e o que é desejado. A determinação consequente e persistente que capacita o homem à procura, à busca e à exigência daquela realidade desconhecida. É a tendência mística que produziu os renomados grandes místicos do mundo, o amplo número de exploradores, de descobridores e de inventores;

6) do poder de sentir, registrar e evidenciar o bom, o belo e o verdadeiro. Foi isto que produziu o escritor, o poeta, o artista e o arquiteto;

7) do anseio para descobrir e para penetrar nos segredos de Deus e da natureza. Foi isso que produziu o cientista e o homem religioso.

Por um estudo destas definições vereis quão inclusivo é o termo percepção mística. É, nada mais, nada menos, do que o poder, inato no homem, de se expandir e aprender o que é maior e melhor do que ele mesmo, e que o levou avante, através de culturas e civilizações, em gradual desenvolvimento, até que hoje ele se encontra à beira de um novo reino na natureza. É o poder de perceber e lutar pelo aparentemente inatingível bem. Permiti que esta tese, ampla e geral, permaneça em vossas mentes à medida que estudemos o poder de auto-expressão, autodeterminação e autogoverno desenvolvendo- se no homem.

Quais são as ideias básicas (começando com os reconhecidos instintos) que levaram o homem, passo a passo, ao seu esforço atual para uma melhoria mundial, uma avaliação e uma autodeterminação natural, com vistas ao provimento (inconsciente para a maior parte) de um melhor órgão de expressão dentro do organismo vivente, a humanidade?

Tratei disso alhures, ao discutir o atual Plano de Raio para a humanidade no campo da política, da religião e da educação e gostaria de repetir parte do que foi dito, pois tem implicação direta com o nosso tema:

"Na análise final, o principal problema do governo mundial é o sábio uso das ideias. É aqui que o poder de expressão oral se faz sentir, exatamente como no departamento da religião ou da educação o poder da palavra escrita, da página impressa, é sentido. No campo da política, as massas são arrebatadas pelos oradores, e nunca tanto quanto agora, através do rádio. Grandes ideias são despejadas no ouvido do público, sem cessar - teorias quanto à ditadura, comunismo, nazismo, marxismo, nacionalismo e ideais democráticos. Os métodos de governar por este ou aquele grupo de pensadores são apresentados ao público, deixando-os sem tempo para consideração ou para pensar claramente. Antipatias raciais se espalham, e as preferências e ilusões pessoais encontram expressão, provocando a decepção do que não pensa. O homem que tenha língua de ouro, o homem que tenha o dom de jogar com as palavras e que pode expressar com ênfase as queixas do povo, o prestidigitador nas estatísticas, o fanático por uma determinada e segura cura para as doenças sociais, e o homem que ama atiçar ódios raciais, terão sempre um seguidor. Tais homens podem facilmente descontrolar o equilíbrio da comunidade e levar um corpo de partidários irrefletidos a um sucesso e um poder transitórios, ou à retaliação e ao ostracismo.

"Na agregação deste jogo com as ideias e no impacto constante sobre a consciência humana dos grandes conceitos que jazem atrás de nosso processo evolutivo, a raça está desenvolvendo o poder de pensar, de escolher e de construir um sólido alicerce. Através da apresentação evolutiva destas ideias há uma marcha firme em direção à liberdade de pensamento (através do velho método de experimentação, de rejeição e de esforço renovado com conceitos mais novos ainda) que capacitarão a humanidade para construir verdadeiramente para os grandes padrões de pensamento que formam a base da estrutura exterior de nosso mundo. As mentes vigilantes da época estão constantemente se tornando sensíveis a esses padrões, para que a mente individual possa reconhecê-los e arrancá-los da escuridão para a luz do dia. Assim, os verdadeiros padrões se tornam acessíveis, para desempenhar sua parte em liderar a raça em direção ao seu destino, em direção às realizações mais profundas que moldam os tipos raciais e à síntese de compreensão que resultará numa conscientização da Fraternidade. Dessa maneira, os pensamentos cumprem sua parte e o problema das ideias será compreendido de modo crescente, até que chegue o tempo quando tenhamos nossa intuição treinada e pensadores capacitados a trabalharem diretamente no mundo dos conceitos e restaurarem (para o uso da raça) as ideias-padrão sobre as quais edificar. Dizendo isso percebo que posso ser acusado de romancear e de comunicar o impossível; mas o tempo mostrará a verdade do que predigo. A estrutura mundial emerge de, e é construída sobre certos padrões internos de pensamento, e são estes padrões de pensamento que estão produzindo a presente inundação de experimentações governamentais entre todas as nações. Mas hoje não se faz o treinamento sobre o processo de contatar o mundo dos padrões e sobre a verdadeira interpretação das ideias, daí os problemas. Mais tarde, quando a raça veja seus problemas com clareza, agirá com sabedoria e treinará com cuidado seus Observadores e Comunicadores. Estes serão homens e mulheres nos quais a intuição terá sido despertada à injunção de um intelecto exigente; serão pessoas cujas mentes estarão subordinadas ao bem grupal e tão livres de qualquer sentido de separatividade que suas mentes não apresentem nenhum empecilho para contatar o mundo da realidade e da verdade interna. Não serão pessoas que poderiam ser chamadas, necessariamente, de religiosas, no sentido comum do termo, mas serão homens de boa vontade, de alto calibre mental, com mentes bem providas e equipadas; estarão livres de ambição pessoal e egoísmo, animados pelo amor à humanidade e pelo desejo de ajudar a raça. Tal homem é um homem espiritual". (Um Tratado Sobre os Sete Raios, vol. I, p. 179 - 181)

Voltar ao início


RAZÕES PARA A ATUAL INQUIETAÇÃO MUNDIAL

Relaciono-vos algumas das razões para a atual inquietação mundial, lembrando-vos que muitas delas são baseadas em causas que jazem num passado tão remoto que a história nada sabe sobre elas, e elas vos parecem sem sentido porque não tendes ideia clara da natureza da humanidade primitiva. Alguma percepção da situação essencial ser-vos-á valiosa se tiverdes de acompanhar o desenvolvimento futuro, inteligentemente.

Primeiro, o ponto alcançado pela própria humanidadeé uma das causas principais e maiores. Este status evolutivo trouxe a humanidade ao vestíbulo de uma porta no grande caminho da evolução e indicou um desabrochar que necessita de mudanças drásticas totais da atitude do homem para com a vida e para com todas as suas relações com o mundo. Estas mudanças são autoiniciadas por ele e não a ele impostas por alguma força externa ou por qualquer forma de coação da humanidade. Este é um ponto importante a ser percebido. Poderia ser expresso assim:

1) O homem chega agora ao ponto onde o princípio da inteligência está tão fortemente despertado nele que nada pode impedir seu progresso nos conhecimentos que poderiam ser perigosamente mal usados e egoistamente aplicados, se nada fosse feito para pôr um freio e assim salvaguardá-lo de si próprio - mesmo à custa de sofrimento temporário. Deve ser-lhe ensinado a reagir a um sentido de valores melhor e mais alto.

2) Milhões de seres humanos estão agora integrados ou no ponto de integração. Começam a funcionar como uma unidade dentro de si, como preparação para um processo superior que os capacitará a se integrarem, conscientemente, no Todo maior. Do lado forma da manifestação, a mente, a emoção e o cérebro estão trabalhando em uníssono. Agora a correspondência superior destas três forças inferiores - sabedoria, amor e direção - deve surgir; as energias mais sutis devem estar capacitadas para se expressarem. Instintiva e misticamente, a humanidade percebe essa necessidade com definida clareza. O instinto de seguir adiante, em busca de uma realização superior, para inquirir e procurar o que for melhor, permanece ativo. Pode-se confiar em que a humanidade avance e faça progresso. A Hierarquia do Amor, entretanto, está se esforçando para apressar o processo, ainda que correndo o risco de complicações ao agir assim.

3) Certos homens e mulheres, em todos os campos do pensamento humano, estão expressando a potência do desenvolvimento de sua integração alcançada e (se acreditardes) a realidade do contato com sua alma, emergindo do nível chão da humanidade. Situam-se bem acima dos seus semelhantes pela própria força de sua integração de personalidade e porque podem funcionar como pessoas idealistas e de alta categoria. Da altura onde se posicionam (relativamente alta, do ponto de vista humano, e interessante do ponto de vista da Hierarquia), procuraram plasmar o pensamento e a vida da raça num certo padrão que lhes parece - de acordo com sua inclinação, tipo e raio - desejável.

Estes indivíduos, no campo do governo, religião, ciência, filosofia, economia e sociologia estão obtendo um poderoso efeito unido, às vezes de boa ordem superior, outras vezes não tão bons. Eles afetam sua civilização materialmente se sua ênfase estiver posta aí; produzem um efeito cultural subjetiva e espiritualmente, se essa for a impressão que buscam. Seus motivos são quase sempre legítimos e bons, pois todos eles têm um toque do verdadeiro idealismo, mas - sendo ainda inexperientes dos caminhos da alma - cometem muitos enganos, são desviados para caminhos perigosos e levam muitas pessoas ao erro e a dificuldades. No final, o resultado será o despertar da consciência pública, e isso é sempre bom.

Segundo, o aparecimento de um novo tipo de raça. Os contornos subjetivos deste tipo podem já ser vistos claramente. Tão fascinados estamos pelo lado forma, que muitas alegações de que a nova raça deverá ser fundada na América, são hoje feitas. A nova raça está se formando em todos os países mas, primeiramente, naqueles onde as raças Caucasianas ou a quinta podem ser encontradas. Entre os povos da quarta raça, entretanto, uns poucos, tais como os encontrados entre os chineses e os japoneses, estão sendo descobertos pela Hierarquia e fazem sua contribuição real e esotérica para o todo.

A essa altura, permiti que eu faça uma afirmativa peremptória, que poderá causar alguma surpresa. O quinto reino na natureza, o espiritual, emergirá da quinta raça-raiz. Tal é o controle esotérico da Lei da Correspondência. Lembrar-vos-ei, entretanto, que os únicos da quarta-raiz a serem encontrados no nosso planeta são os chineses, os japoneses, as várias raças mongólicas na Ásia central (e elas estão, de certa maneira, misturadas com a caucasiana) e os grupos híbridos encontrados nas muitas ilhas nos mares do sul, tanto nos oceanos como nos hemisférios, assim como os descendentes das raças que, há um milhão de anos atrás, fizeram o continente sul-americano famoso, por sua civilização. Estou, necessariamente, generalizando amplamente.

O novo tipo racial é muito mais um estado de consciência do que uma forma física; é mais um estado de espírito do que um corpo peculiarmente formado. Com o tempo, entretanto, qualquer estado de consciência desenvolvido, invariavelmente, condicionará e determinará a natureza do corpo e produzirá finalmente certas características físicas. O tipo notável de conscientização da nova raça vindoura será o amplo reconhecimento do fato da percepção mística. Sua qualidade primária será a compreensão intuitiva e o controle da energia; sua contribuição para o desenvolvimento da humanidade é a transmutação do desejo egoísta em amor grupal. Isto já pode ser percebido em processamento, mesmo hoje, nas atitudes dos grandes líderes nacionais que não estão, como regra, absolutamente animados por ambição pessoal, mas controlados pelo amor às suas nações e, dessa maneira, por alguma forma de idealismo - daí o enorme aparecimento das ideologias. Meditai sobre este ponto, alcançai um quadro mais amplo do crescimento da consciência humana, e percebei algo da meta do novo e vindouro sistema educacional.

Terceiro, o fim da Era de Peixes, que trouxe ao ponto de cristalização (e, portanto, de morte) todas aquelas formas através dos quais os ideais piscianos foram moldados. Serviram ao seu fim e realizaram um trabalho grande e necessário. Poderá ser indagado aqui: Quais são os maiores ideais piscianos?

1) A ideia de autoridade. Isto levou à imposição das diferentes formas de paternalismo sobre a raça - paternalismo político, social e religioso. Pode ser tanto o paternalismo benevolente da classe privilegiada para minorar a condição de seus dependentes (e houve muito disso); como o paternalismo das igrejas, das religiões do mundo, expressando-se como autoridade eclesiástica; ou o paternalismo de um processo educacional.

2) A ideia do valor do sofrimento e da dor. No processo de ensinar à raça a imprescindível qualidade do desapego, para que seu desejo e seus planos não mais fossem orientados para a forma vivente, os Guias da raça enfatizaram as virtudes do sofrimento e o valor educativo da dor. Essas virtudes são reais, mas a ênfase foi exagerada pelos orientadores menores da raça, de maneira que a atitude da raça hoje é de sofrida e dolorosa expectativa e uma débil esperança de que alguma recompensa (numa forma geralmente material e cheia de desejo, tal como o céu das várias religiões mundiais) possa acontecer depois da morte e compensar tudo que tenha sido suportado durante a vida. As raças hoje estão embebidas em miséria e numa aquiescência psicológica infeliz, em sofrimento e dor. A clara luz do amor deve varrer tudo isso e a alegria será a nota-chave da vindoura nova era.

3) Ao acima exposto precisa ser associada a ideia de autossacrifício. Esta ideia foi ultimamente transferida do indivíduo e de seu sacrifício para a apresentação grupal. O bom do todo é agora teoricamente considerado de tal suprema importância que o grupo precisa, de boa mente, sacrificar o indivíduo ou grupo de indivíduos. Tais idealistas estão inclinados a esquecer que o único verdadeiro sacrifício é o autoiniciado e de que quando o sacrifício é forçado (imposto pela pessoa ou grupo mais poderoso ou superior) será, em última análise, a coerção do indivíduo e sua forçada submissão a uma vontade mais forte.

4) A ideia da satisfação do desejo. Acima de tudo, a Era de Peixes foi a era da produção material e da expansão comerciai, do vendedor dos produtos da habilidade humana que o público em geral aprendeu a acreditar serem essenciais para a felicidade. A velha simplicidade e os verdadeiros valores foram temporariamente relegados a segundo plano. Foi permitido que isso continuasse sem interrupção por um longo período de tempo porque a Hierarquia dá Sabedoria procurava trazer o povo ao ponto de saturação. A situação mundial é indicativa de que a posse e a multiplicação dos bens materiais constituem um empecilho e não são indicação de que a humanidade tenha encontrado a verdadeira rota da felicidade. A lição está sendo aprendida muito rapidamente e a reviravolta em direção à simplicidade está rapidamente ganhando terreno. O espírito do qual o mercantilismo é indicativo está condenado, apesar de não findo ainda. Este espírito de posse e de apropriação agressiva do que é desejado, mostrou-se amplamente inclusivo e caracteriza a atitude das nações e das raças bem como dos indivíduos. A agressão para possuir tem sido a nota-chave de nossa civilização durante os últimos mil e quinhentos anos.

Quarto, a vinda à manifestação da Era de Aquário. Este fato deveria prover as bases para um otimismo convicto e profundo; nada pode impedir o efeito - crescente: estabilizante e final - das novas influências vindouras. Isto condicionará inevitavelmente o futuro, determinará o tipo de cultura e civilização: indicará a forma de governo e produzirá um efeito sobre a humanidade, como o fez a Era de Peixes, ou Cristã, ou o período anterior governado por Áries, o Carneiro ou Capricórnio. A Hierarquia, seguramente conta com estas firmes influências emergentes, e os discípulos do mundo devem aprender, da mesma maneira, a apoiar-se nelas. A conscientização do relacionamento universal, da integração subjetiva e da unidade vivenciada e provada serão o tom dominante do período a nossa frente.

No estado mundial vindouro, o cidadão como individuo - alegre e deliberadamente, em plena consciência de tudo que esta fazendo - subordinará sua personalidade ao bem do todo. O crescimento de irmandades e fraternidades organizadas, de partidos e de grupos, dedicados a alguma causa ou ideia, é outra indicação da atividade das forças vindouras. Algo Interessante a observar e que são todas mais expressivas de alguma ideia apreendida do, que do plano imposto e determinado por alguma pessoa específica. O homem do tipo pisciano é um idealista na linha de desenvolvimento humano. O tipo aquariano tomará dos novos ideais, e das ideias emergentes - em atividade grupal - e as materializará. E com este conceito que a educação do futuro trabalhara. O idealismo do tipo pisciano e sua vida no plano físico foram como duas expressões separadas do homem. Eles estavam, com frequência, enormemente separados e poucas vezes unidos e harmonizados. O homem aquariano trará à manifestação grandes ideais, porque o canal de contato entre a alma e o cérebro, através da mente, será firmemente estabelecido através da compreensão correta, e a mente será usada de modo crescente na sua atividade dual - como um penetrador no mundo das ideias e como um iluminador da vida no plano físico. Isto produzirá finalmente uma síntese do esforço humano e uma expressão dos verdadeiros valores e das realidades espirituais, como o mundo jamais viu. Tal é, uma vez mais, a meta da educação do futuro.

Qual a síntese a ser produzida mais tarde? Permito-me enumerar uns poucos fatores sem complexidades:

1) A fusão das aspirações espirituais diferenciadas do homem, até agora expressas em muitas religiões mundiais na nova religião mundial. Esta nova religião tomará a forma de uma abordagem grupal, unificada e consciente dos valores espirituais mundiais, evocando, por sua vez: ação recíproca Daqueles Que são os cidadãos daquele mundo - a Hierarquia planetária e os grupos filiados.

2) A fusão de um grande número de homens em vários grupos idealistas. Isto acontecerá em todos os reinos do pensamento humano e eles, por sua vez, serão gradualmente absorvidos numa síntese ainda mais ampla. Poderia chamar vossa atenção para o fato de que se os vários grupos educacionais encontrados hoje no mundo, em todos os países, fossem arrolados, certas tendências subjacentes e análogas apareceriam: sua larga diversificação, sua fundamentação básica em alguma ideia do aprimoramento humano e sua unidade de propósito. Suas muitas ramificações e grupos subsidiários constituem uma vasta rede interligada por todo mundo, e são indicativas de duas coisas:

a) O firme poder crescente do homem comum para pensar em termos de ideais baseados em certas ideias, que foram postas em evidência por algum grande intuitivo.

b) A gradual elevação da consciência aspiracional do homem por essas ideias, seu reconhecimento do idealismo de seus companheiros e seu treinamento consequente, no espírito de inclusividade.

Esta tendência crescente em direção ao idealismo e à inclusividade é, em última análise, uma tendência ao amor-sabedoria. O fato de estarem os homens, hoje em dia, aplicando mal esses ideais rebaixando a visão e distorcendo a verdadeira imagem da meta desejada - e prostituindo o antigo sentido de beleza à satisfação do desejo egoísta, não deveria impedir a percepção de que o espírito de idealismo esteja crescendo no mundo e não esteja, como no passado, confinado a uns poucos grupos adiantados ou a um ou dois grandes intuitivos. As argumentações do homem comum são hoje conectadas com alguma filosofia política, social, educacional ou religiosa, baseada em alguma escola de idealismo. Do ponto de vista d'Aqueles Que são responsáveis pelo desenvolvimento evolutivo do homem, foi dado um grande passo à frente nestes últimos duzentos anos. O que era tema de intelectuais e filósofos na Idade Média, é hoje ponto de animada discussão em restaurantes, em trens, ou onde quer que as pessoas se reúnam, discutam, conversem. Isto costuma ser esquecido e gostaria que ponderásseis em suas implicações, e vos indagásseis sobre qual será o resultado final desta agora difundida habilidade da mente humana em pensar em termos do Todo maior e não apenas em termos de interesse pessoal, e aplicar fórmulas de filosofia idealista a vida do dia-a-dia. Hoje, o homem tanto faz uma coisa quanto a outra.

O que, portanto, isto indica? Significa uma tendência, na consciência da humanidade, para a fusão do indivíduo com o todo, sem que perca, ao mesmo tempo, seu senso de individualidade. Faça ele parte de um partido político, ou apoie alguma forma de serviço social, ou se una a algum dos muitos grupos ocupados com formas de filosofia esotérica, ou se torne membro de algum ismo ou culto predominante, estará cada vez mais consciente de uma expansão de consciência e um desejo de identificar seus interesses pessoais com os do grupo que tem como seu objetivo básico a materialização de algum ideal. Através deste processo acredita-se que as condições de vida do ser humano melhorem ou alguma necessidade seja satisfeita.

Este processo prossegue em todas as nações e em todas as partes do mundo, e um senso dos grupos educacionais e dos grupos religiosos mundiais (para mencionar apenas duas das muitas categorias possíveis) mostrará o oscilante número de tais corporações ou filiações. Indicará a diferenciação de pensamento e, ao mesmo tempo, substanciará minha conclusão de que os homens estão se voltando, em toda parte, para a síntese, a fusão, a combinação e a cooperação mútua para certos fins visualizados e específicos. É, para a humanidade, um novo campo de expressão e empreendimento. Daí os frequentes maus usos das verdades mais novas, a distorção dos valores aceitos e a perversão da verdade para ajustá-la a objetivos e finalidades individuais. Mas, à medida que o homem tateie seu caminho nesse sentido, e à medida que as muitas ideias e as várias ideologias apresentem- lhe alternativas e indiquem os padrões emergentes de vivência e de relacionamento, ele aprenderá pouco a pouco a pensar com mais clareza, a reconhecer os diferenciados aspectos da verdade como expressões da realidade subjetiva básica e - sem abandonar nenhum aspecto da verdade que o tenha libertado, ou ao seu grupo - aprenderá a incluir também a verdade de seu irmão ao lado da sua própria.

Quando esta atitude tiver sido desenvolvida no campo da educação prática, encontraremos nações e indivíduos desenvolvendo ideias que parecem adequar-se à psicologia nacional e pessoal, embora reconhecendo a realidade, a potência e a utilidade do ponto de vista dos outros indivíduos e das outras nações. Quando, por exemplo, as ideias contidas no ensinamento dos Sete Raios forem de conhecimento geral, perceberemos o crescimento da compreensão psicológica e as nações e as religiões mundiais chegarão a um entendimento mútuo.

Voltar ao início


O ÂNGULO DA PATERNIDADE

Comecei com o ângulo da cidadania por duas definidas razões: primeiro, porque é uma regra básica do esoterismo discutir sempre a partir do universal para o particular e, segundo, o tema da cidadania, do relacionamento da unidade com o todo e do indivíduo com o Estado, é o tópico monopolizador dos assuntos mundiais de hoje. Os jornais, os debates radiofônicos e os apelos do governo tratam disso. Este assunto engloba necessariamente o problema completo da liberdade individual e da responsabilidade coletiva. Essa relação sutil precisa ser compreendida e expressa pela humanidade segundo os princípios subjacentes a toda estrutura humana e planetária. Essa estrutura é a de uma oniabarcante Hierarquia. A despeito da racionalização das mentes dos homens, esta Hierarquia existe e se estende desde o átomo da substância até o mais profundo da manifestação do sistema solar por inteiro; expressa nos seus graus de ascensão todo tipo de consciência, do pequeno infinitesimal ao infinitamente grande. É com uma pequena secção da estrutura hierárquica - e uma secção bem pequena - que estamos engajados. Nosso campo de investigação é o da quarta Hierarquia Criativa, que é a hierarquia dos seres humanos; diz respeito às relações dos membros desta hierarquia dentro de sua periferia hierárquica; lida também com uma possível extensão da existência nos reinos subumanos num degrau inferior da escada da existência hierárquica e com a estrutura hierárquica encontrada imediatamente acima da humana, na escala do ser, a do quinto reino, ou espiritual, o reino de Deus.

Com essa grande unidade hierárquica que chamamos de reino animal, o terceiro reino da natureza, o homem está definidamente relacionado através dos seus corpos animais, etérico e astral. Está também relacionado com o reino das almas, porque sua própria alma é parte integrante desse reino, assim como seu corpo físico é parte integrante do reino animal. Seu aspecto estrita e especificamente humano é o da mente ou do corpo mental; esse é essencialmente o órgão de relação para todas as outras raças humanas.
Em conexão com nosso assunto, portanto, gostaria que tivésseis em mente que os "fios da consciência iluminada" que infalivelmente criamos e que finalmente formam o antahkarana, têm que ser tecidos entre cada uma e todas as unidades hierárquicas, e dentro mesmo desse reino humano, essas relações conectadoras e fatores de ligação têm que ser estabelecidos reciprocamente entre as unidades e os grupos.

Nos estágios anteriores isso foi efetuado em escala de massa por meio da influência da cultura e civilização prevalentes. Isto, apesar do impacto externo e de sua influência telepática, provoca uma mudança gradual e vagarosa, uma vez que no início do processo evolutivo o desenvolvimento é tão lento que chega a ser quase imperceptível. Inevitavelmente, porém, mudanças subjetivas são elaboradas na vida do indivíduo. À medida que a evolução prossegue, o processo se torna acentuadamente mais rápido até que hoje, nos países ditos civilizados, as áreas afetadas pela civilização estão rapidamente se ampliando e os efeitos culturais se aprofundando com a mesma rapidez.

É difícil, para o pensador moderno, conceber aquele tempo em que não havia uma consciência racial, nacional ou religiosa fundida, tal como expressa no mundo atual. Mesmo o homem mais imaginativo não é capaz de visualizar um estado de mente em que a consciência era puramente instintiva, totalmente voltada para o sentido físico, e incapaz de registrar quaisquer contatos mais amplos do que os do companheiro, prole e o chamado dos apetites físicos. Algum estudo daquele estado de consciência foi tentado em conexão com a evolução das tribos que estão rapidamente desaparecendo no mundo moderno, mas mesmo aqui é impossível fazer uma adequada avaliação das impressões e influências mais sutis que são o resultado do pensamento unificado e da pressão mental interna da parte civilizada da humanidade. Gradualmente o mundo dos homens se tem tornado crescentemente autoconsciente e está se tornando agudamente diferenciado (com o relacionamento ao mesmo tempo reconhecido) do animal. O estado de consciência relacionado com o mundo das almas é dividido em várias escolas psicológicas, ou é denominado quer ocultista, quer místico.

Poderíamos, portanto, no tocante à consciência da humanidade, dividir o assunto inteiro em três partes:

1) O referente ao equipamento tangível, o corpo animal, e ao mecanismo de resposta pelo qual os contatos objetivos e exteriores se tornam possíveis.

2) O .que concerne à vida interior ou psicológica do homem. Isto consiste principalmente em desejo, aspiração, ambição e atividade mental, e todas podem manifestar-se, seja em sua forma animal, psíquica, mental ou espiritual.

3) O que concerne à vida espiritual do homem e seu relacionamento com o mundo das almas, que envolve, incidentalmente, seu relacionamento com sua própria alma.

À medida que o tempo avançou, estes três aspectos evolutivos no reino da consciência levaram a humanidade ao reconhecimento, não apenas dos relacionamentos pessoais interiores do próprio homem (conduzindo inicialmente à compreensão de seu próprio equipamento físico, psicológico e mental), como também levaram a humanidade à compreensão dos vários relacionamentos dos grupos humanos, dos quais o primeiro e mais importante até agora tem sido a unidade grupal familiar. É aqui que uma das maiores distinções entre o estado de consciência humana e o do animal se desenvolveu, através da divina imposição da Lei da Necessidade. Esta lei proveu oportunidade para o desenvolvimento do senso de responsabilidade pelo cuidado com a família. Logo que um animal ou uma ave pode cuidar de si, fisicamente, é abandonada pelo pai ou pais e deixada aos seus próprios meios. No caso da família humana, o cuidado físico da criança, bem como seu desabrochar psicológico, se expandem gradualmente, até que, ou o pai, ou a igreja, a comunidade ou o estado, se responsabiliza por ela por muitos anos - o elemento tempo variando com o país de nascimento ou status social.

Isso alterou inteiramente o aspecto dos assuntos considerados e o primeiro grupo, portanto, do qual uma criança se torna normalmente consciente como unidade da comunidade, é o grupo familiar. No relacionamento desse grupo particular, os seguintes fatores - subjacentes à própria estrutura de existência da mesma - são preservados e desenvolvidos através das idades (tanto simbólica como verdadeiramente) e mantidos diante da raça como um supremo ideal:

1) O reconhecimento do status hierárquico, que é, em última análise, a relação do menor com o maior, do mais fraco com o mais forte e do mais experiente com o menos experiente. Assim o sentido de proteção é desenvolvido, o qual resulta de uma forma do aspecto amor no universo.

2) O reconhecimento da responsabilidade, herdada, usada ou suportada. Este é o relacionamento do mais velho com o mais moço, ou do sábio com o ignorante. Dessa maneira a necessidade de se prover oportunidade para o desabrochar do conhecimento é desenvolvida.

3) O reconhecimento da faculdade de perdoar, que é, ou deveria ser, a expressão do relacionamento recíproco entre as unidades dentro do grupo mais amplo, ou dos grupos, dentro de um grupo maior. O perdão é essencialmente o processo através do qual um dá ao outro, segundo linhas psíquicas, e é uma das expressões rudimentares da qualidade do auto-sacríficio que é, por sua vez, um aspecto da natureza vontade, da Divindade. Estando, portanto, relacionado com a vida monádica ou da vontade, é ainda completamente mal entendido e mal interpretado. É, na realidade, o sentido da síntese ou da identificação de "um por todos e todos por um". Este sentido está sendo desenvolvido hoje como nunca antes, mas é ainda tão embrionário que as palavras não ajudarão para explicá-lo. Essa faculdade do perdão não é uma forma de esquecimento ou tolerância magnânimos, nem tampouco um gesto de superioridade onde a lousa é toda limpa. É o próprio alento da vida - a doação de tudo para todos e por todos.

4) O reconhecimento da interação grupal dentro do relacionamento mundial mais amplo - com justiça, com harmonia e com ritmo. É o sentido das relações corretas, levadas avante conscientemente e harmoniosamente desenvolvida.

No período que se aproxima, e sob a Influência da nova educação, estes quatro reconhecimentos básicos serão inculcados e ensinados a cada criança na escola e na universidade. Governarão e desenvolverão, assim, a nova forma de unidade familiar que, inevitavelmente, virá à existência.

O grupo familiar (como tudo o mais nos assuntos humanos) participou da separatividade e do egoísmo generalizados e da exclusividade individual isolacionista, baseados na distinção de classe, na tradição herdada, nas atitudes raciais e nos hábitos nacionais. As famílias (sob qualquer categoria ou base) apresentam uma frente unida para o mundo; os pais defendem seus próprios filhos e sua posição e situação, certa ou errada; o orgulho familiar, a tradição, o pedigree são superenfatizados, levando às diferentes barreiras que hoje separam um homem de outro homem, uma família de outra família e os grupos entre si. O apego ao passado, nas famílias, é um fator que tem sido amplamente responsável pela revolta da juventude moderna contra o controle paterno, apesar de outros fatores - tais como a rebelião contra a religião forçada e velhos e ultrapassados padrões e filosofias - serem igualmente responsáveis. Entretanto, na vindoura ordem mundial, os educadores prepararão os Jovens na escola e na universidade para a participação numa vida grupal ativa e conscientemente realizada. Para isso serão preparados, treinando-se-os no reconhecimento dos quatro fatores que cataloguei como essenciais ao progresso humano nesta época. Estes, quando apreendidos e praticados, produzirão as corretas relações necessárias e, finalmente, um mundo harmonioso.

Hierarquia, responsabilidade, inter-relação grupal, e perdão ou sacrifício - são estas as quatro categorias de reconhecimento que capacitarão cada pessoa a fazer o que lhe compete para diminuir a distância entre as pessoas, os grupos e as nações, estabelecendo, assim, aquele novo mundo de reconhecidas relações associadas que, finalmente, resultarão na civilização de luz e amor e que caracterizarão a Era de Aquário.

São estes quatro conceitos que jazem por trás da Ciência do Antahkarana, da Ciência da Meditação e da Ciência do Serviço.

Suas conotações não devem ser interpretadas no sentido sentimental ou na corrente de ideias comuns, mas sempre do ângulo de uma inteligência treinada e de uma consciência desenvolvida espiritualmente.

A paternidade não será considerada primordialmente como uma função animal ou uma função puramente social ou econômica que são as linhas de abordagem usuais, neste tempo. O estabelecimento de um fio de luz deliberadamente preparado ou construído (como parte definitiva do antahkarana mundial) entre pai e filho, até mesmo no estágio pré-natal, será cuidadosamente ensinado. Assim, uma relação íntima será trazida à luz sem, todavia, estabelecer indevido controle ou autoridade mental. Esta última sentença mostra- vós-á quão impossível tem sido até hoje apressar o ensino desta nova ciência do antahkarana. Hoje começa a ser possível pôr os alicerces para este novo ensinamento, porque os jovens de todos os lugares estão forçando em seus pais e professores a ideia de sua independência essencial e determinada. A revolta da juventude, a despeito de todos os desastres imediatos e individuais, tem sido algo desejável e preparou o caminho para o estabelecimento de relações corretas e melhores, baseadas nas premissas que estabeleci.

Não é possível, evidentemente, fazer mais do que indicar aqui as bases da nova educação que preparará a juventude do mundo para as responsabilidades e deveres da paternidade. O problema todo está muito mais associado com o sexo, e também com o problema do Estado e de seu controle, do que geralmente se aceita. Esses são dois problemas que hoje estão apenas emergindo em seu significado completo, e sobre eles não posso tratar aqui. A paternidade é o resultado - e o resultado ordenado - da relação entre dois corpos animais e gostaria que meditásseis - mesmo que improdutivamente - nas implicações grupais mais amplas desta afirmativa. A paternidade é o que faz um Estado, uma nação e um grupo possíveis, no que concerne à manifestação, e também aqui a vastidão do problema é de deixar qualquer um perplexo. A paternidade tem também uma relação simbólica bem chegada à Hierarquia, pois a unidade familiar é o símbolo da Hierarquia na Terra, e é através dos dois fatos, o da relação sexual e o do nascimento físico, que a vasta Hierarquia de Almas pode chegar à manifestação física e atingir a perfeição espiritual nos três mundos da evolução humana. Pode-se (e este fato deveria ser lembrado cuidadosamente) dividir a Hierarquia em dois grupos básicos:

1) O das almas que alcançaram a perfeição e atingiram o status de servidores divinos.
2) O das almas que estão no processo de evolução e passam por períodos de encarnação contínua.

A ideia da geração, nascimento e manifestação subsequente corre como ideia-guia através de todo pensamento esotérico. Os antigos instrutores da raça enviados de tempos em tempos pela Hierarquia, sempre empregaram o simbolismo do processo natural para ilustrar e tornar clara a instrução requerida e colocaram o alicerce espiritual da verdade que na era vindoura conduzirá a raça aos novos caminhos e às novas maneiras de pensar. Para o esoterista, há o processo de nascimento na escuridão da encarnação física que - por sua vez - é o processo preparatório pré-instituído que leva ao nascimento na luz, prossegue na luz e que produz a exteriorização do corpo de luz. Este processo contínuo (pois em todas as idades este nascimento na luz terá avançado) resultará naquele mundo futuro de luz, que é o propósito do processo natural da evolução, revelar. Este é o segundo nascimento mencionado no Novo Testamento, no qual um homem "nasce outra vez" no mundo da luz e do amor.

Do ângulo da nova educação, estes novos conceitos governarão a atitude mental dos pais na civilização vindoura e, para isso, o adolescente precisa ser preparado. É a má interpretação dos novos conceitos que predomina atualmente e assim produz a ênfase em certos países e entre nacionalistas de todos os países - posta na necessidade do aumento da taxa de nascimento. A atenção está agora sendo focalizada na taxa de nascimento, em sua elevação e descida no cuidado certo de mães e filhos, mesmo no período pré-natal e à educação dos pais, em toda parte. De tudo isto devem emergir novas ideias e atitudes que estarão alinhadas com os conceitos e a cultura do mundo vindouro. Mas hoje, a razão desta solicitude é enganosa. O impulso interior para lidar com o problema da paternidade de uma maneira nova e melhor está certo. Entretanto, os objetivos apresentados à raça não são, nem os mais elevados, nem os mais desejáveis. A necessidade dos tempos produzirá, por fim, mudanças radicais na abordagem da vida familiar, na paternidade e na educação das crianças e, para isso, um núcleo está preparando o caminho - ou poderá fazê-lo, se um trabalho fiel, atento e inteligente, for desenvolvido.

Voltar ao início


TENDÊNCIAS INDICATIVAS DE FUTUROS DESENVOLVIMENTOS

Como já disse antes, este assunto da preparação, de pais e filhos é muito grande para discussão ampla e satisfatória nestas breves instruções mas certas afirmativas podem ser feitas, que serão indicativas de futuros desenvolvimentos e, mostrarão o caminho por onde a mudança de atitude poderá ser antecipada. Eis como listá-las:

1) No futuro, a ênfase mudará da pressão em ter-se grandes famílias para a de se conseguir qualidade e inteligência na prole. Isto incluirá a ciência da qual a eugenia é a indicação distorcida e exotérica. Quando o corpo etérico, com os seus centros de força, for cientificamente provado, a profecia acima assumirá significado e sentido.

2) A necessidade de um aumento na taxa de nascimentos será, afinal, considerada errônea e isso por três razoes que considero proveitosas para vosso estudo:.

a) Muitas almas estão alcançando a perfeição rapidamente e saindo de vez de nossa vida planetária. Este processo será intensificado durante a vindoura Era de Aquário, Deveria ser lembrado que a porta estará fechada durante certo tempo para o reino animal, e por um longo período nenhuma individualização chegará à materialização em corpos físicos. Tecnicamente, qualquer individualização que tenha lugar será a denominada "individualização em pralaya a fim de esperar o chamado inevitável". Não haverá, pois, necessidade de uma criação em massa e apressada, de formas humanas.

b) A situação econômica tornará necessário impor certas restrições físicas, porque é agora evidente que além de um certo ponto o planeta não poderá suportar a humanidade. Isto é mais fundamental em suas implicações do que se possa imaginar. Uma vez mais temos evidência de uma crescente conscientização da raça segundo essa linha particular; tal conscientização é ainda distorcida e muito mal compreendida e está produzindo, hoje, o uso desordenado de métodos anticoncepcionais. A medida que a raça se desenvolve (e isso vai a passos largos), a medida que as Leis do Ritmo e da Abordagem forem apreendidas, será percebido que há certas reações inatas que negarão a concepção e, então, os meios mecânicos não mais serão necessários. Isto soa ainda extremamente vago e quase impossível, mas a raça está alcançando rapidamente o controle da personalidade (mesmo que nossa ideia de rapidez não seja a vossa) e isto, por sua vez, deve produzir certas mudanças automáticas e naturais. Eis um ponto que precisa ser compreendido pelos esoteristas.

c) A difundida promiscuidade dos sexos, e a regra em muitos países que permite a um homem possuir muitas esposas (o que é um insulto à mulher), cessarão inevitavelmente. E, em última análise, uma forma legalizada de prostituição, e o fato de ter o endosso da tradição e séculos de uso não suaviza a posição que adotei. Através desta falta de regulação e de ritmo essencial, as consequências naturais ocorreram e milhões de almas foram trazidas à encarnação, que não deveriam tê-lo feito nesta época, nem alcançar manifestação exotérica. Este fato é grandemente responsável por muito da miséria econômica atual e pelo dilema planetário moderno. A situação econômica, com a necessidade de atender à indevidamente grande população do planeta, está por trás de grande parte da agressão e avidez das nações através das idades, e do esforço feito hoje, como nunca antes, em se conseguir melhores e mais adequadas condições de vida. A guerra foi consequentemente, o resultado inevitável desta propagação indevida e ilimitada, da espécie humana. Esta falta de controle sexual trouxe ao mundo milhares de crianças não desejadas, cujo aparecimento é somente o resultado de relações sexuais acidentais e descontroladas e, de maneira alguma mostra a intenção planejada dos pais - planejada porque intencionada a oferecer experiência a almas encarnadas, com a intenção consciente de oferecer oportunidade para o apressado "nascimento na luz" daquelas almas em particular, prestando, assim, serviço ao plano divino.

3) A ciência da eugenia e da higiene sexual e o desenvolvimento das relações mentalmente controladas crescerão firmemente. Muito do que é agora ensinado segundo estas linhas é errôneo e motivado de maneira errada, baseado no medo, na conveniência e no desejo de melhorar os atributos raciais e a perfeição física. A forma correta do controle científico do sexo, levando àquelas condições acertadas nas quais as almas poderão encarnar, não pode ser imposta pela lei. Os fins desejados podem ser ajudados pelos métodos educacionais e isso já está sendo feito por tentativa e de maneira embrionária; mas a mudança real que a consciência humana necessita somente, aparecerá quando a própria raça for trazida à lei rítmica - sob a qual, por exemplo, a vida animai funciona, ou a lei das estações, sob a qual as formas do reino vegetal opera - transferindo assim, o conceito todo a uma volta mais alta da espiral evolutiva. Então, quando atingida, produzirá certas mudanças fundamentais - vida sexual regulada, uma vida de família organizada e as diferenças mentais na atitude racial no tocante à relação sexual e à sua consequência ordenada, o Nascimento.

4) Por ora, só a pessoa religiosa pensa em termos dos dois nascimentos necessários e inevitáveis, o físico e o espiritual, e pensa na relação entre os dois como puramente simbólica e de maneira alguma a ser interpretada literalmente. Entretanto, há uma relação íntima e uma analogia entre os dois que, conforme o tempo passe, tornar-se-á mais clara. Não pode haver novo nascimento, nem criação do "corpo de luz", e nenhuma "manifestação dos filhos de Deus" à parte do processo de encarnação física: Não pode haver fusão dos opostos, da alma e da personalidade, à parte do processo fisiológico do sexo, e o digo deliberadamente, pois é na relação entre os sexos que o elemento do tempo entra na experiência da alma, e a compreensão disto virá quando a doutrina da reencarnação for convenientemente compreendida e ensinada universalmente. Foi aqui que a magia do sexo e os ensinamentos internos tântricos tão lamentavelmente se perderam e foram centralizados no desenvolvimento individual e na obtenção de alguma experiência que supostamente promoveria consecução espiritual. A ideia fundamental, governando tudo que foi dado sobre a relação sexual até aqui, e dupla em suas implicações.

a) prover corpos para almas em encarnação, para que certo desabrochar evolutivo estabelecido possa ser levado adiante, e a conquista de um desabrochar espiritual igualmente previsto e inevitável, se torne possível;

b) revelar o procedimento científico através do qual os corpos "construídos nas trevas" possam ser gradualmente substituídos por corpos "construídos na luz". Assim será trazido à manifestação o aspecto luz fundamental do mundo e sua estrutura subjacente.

5) A relação sexual tem, portanto, apenas um objetivo maior, o de produzir corpos físicos para almas encarnantes. A relação entre a alma e a personalidade é, consequentemente, um aspecto superior da expressão básica sexual do universo e esta relação tem a intenção de produzir o aparecimento de um filho de Deus como luz no mundo, capacitando-o a dizer, como fez o Cristo, que ele é, "a luz do mundo", e cumprir a injunção "deixai brilhar vossa luz". Também a relação entre a humanidade e a Hierarquia é destinada a produzir a radiação da luz grupal e causar o surgimento, a partir destes dois grupos ou corpos planetários, através de sua fusão mais profunda e de sua inter-relação científica, daquela forma de manifestação divina que, no ocidente, recebeu o nome de Reino de Deus.

Peço-vos ponderar sobre estes cinco pontos ou afirmativas que são apenas destinadas a sugerir, a evocar pensamentos meditativos e a indicar aquelas ideias elementares que introduzirão as novas atitudes sobre a responsabilidade da paternidade. No mundo de hoje há muitos homens e mulheres que pensam, que estão conscientes disso, honestamente desejosos do acima exposto e trabalhando para esse fim. Mas a massa do povo, em seus vastos milhões, está totalmente inconsciente da situação, seja no seu aspecto econômico ou no seu aspecto esotérico. Uma das tarefas do educador do futuro será ensinar o significado da Lei do Renascimento e, assim, obter uma tal profunda mudança na atitude racial quanto à vida e ao sexo, ao nascimento e à paternidade, que o ritmo sexual, a experiência cíclica, a preparação psicológica e dirigida e a construção controlada do corpo, possam avançar e substituir os métodos atuais, que são baseados numa resposta incontrolada à solicitação do sexo e do desejo, e à procriação irrefletida de filhos.

A vasta população do mundo, hoje, é o resultado de uma resposta animal àquelas solicitações e à promiscuidade geral, que é, talvez, o fator capital, esotericamente falando e do ponto de vista da Hierarquia, da presente aflição do mundo, das dificuldades econômicas e das agressões entre as nações. Meditai sobre isso, pois contém uma pista.

Resumindo, brevemente, eu diria que o objetivo ante a raça, à medida que ela penetra na nova era, é "criar na luz através da atividade ordenada do corpo-luz". Isto implica a compreensão das diferentes expressões da luz - a luz do entendimento, a luz de um processo pré-organizado e compreendido e a luz da experiência. Com estes aspectos mais sutis da luz conduzindo, controlando e direcionando a consciência humana em relação à geração racial e à perpetuação das espécies, e com a ciência da luz (uma ciência lidando com o que concerne à substância e à forma, pois não deve ser esquecido que luz e substância são termos sinônimos), formando parte integrante da educação de pais e adolescentes, poderemos, então, aguardar os ajustamentos e as mudanças que estão por vir, com confiança e certeza de que tudo estará bem.

Os motivos que levam ao casamento sofrerão profundas modificações durante os próximos mil anos, apesar da razão básica - a do amor entre duas pessoas - permanecer inalterada, ou mais adequadamente enfatizada e expressa de modo altruísta. A atitude dos pais em relação aos seus filhos será drasticamente alterada e o ângulo da responsabilidade estará continuamente salientado, embora essa responsabilidade irá ser concernente, primordialmente, ao tempo, à oportunidade e à adequada produção das formas que as almas encarnadas assumirão. A ideia da necessidade de procriação rápida e da formação de grandes famílias através das quais o estado possa alcançar seus fins, será alterada. A preparação de adultos para os deveres da paternidade e seu treinamento nas necessidades básicas da criança que irá chegar, se deslocará de modo crescente para os níveis mental e espiritual da consciência e se ocupará com o preparo físico. A luz que está nos pais, que nos dias futuros será vista de maneira clarividente por um crescente número de pessoas, será relacionada, cientificamente, à luz embrionária na criança, e o fio de luz ligando pais e filho (do qual o cordão umbilical é o símbolo esotérico) será hábil e pacientemente tecido. A criança virá à encarnação com seu corpo de luz já engastado e funcionando no corpo físico e isso se deverá ao trabalho mental inteligente dos pais. Tal não é assim, hoje, exceto nos casos dos egos muito avançados, pois a luz do corpo é incompleta e irregular e simplesmente paira sobre a forma física da criança, aguardando uma oportunidade para entrar e irradiar a consciência. Assim será realizada a integração que falta agora na substância luz do planeta; e a criação desta integração será definitivamente iniciada pelos pais treinados da nova era e facilitada à medida que a criança amadureça, pelo ensinamento e a influência do educador esclarecido.

Isto tudo soa para vós necessariamente estranho e muito abstrato e forçado demais para fazer muito sentido. Gostaria que lembrásseis que muito do que hoje vos parece familiar e constitui uma parte precisa dos fatos reconhecidos da vida diária foi considerado, algumas centenas de anos atrás, igualmente estranho, incompreensível e impossível. O que está realmente acontecendo é a aceleração do processo da manifestação da luz, e isso se tornou possível devido ao ponto de realização da humanidade e ao crescente estímulo que está sendo aplicado à raça pela Hierarquia, assistida por forças emanadas de Shamballa.

Voltar ao início


O ÂNGULO DO CONTROLE DA PERSONALIDADE

Muito do que pude dizer aqui foi simplesmente uma repetição do que já conheceis e vos foi ensinado. Muitos de vós que ledes minhas palavras estarão imbuídos das ideias que procurei revelar à humanidade por todos estes anos, pois foi em 1919 que comecei a escrever, graças à cooperação de A. A. B. Nestes escritos procurei fazer duas coisas:

1) Ensinar a exigência básica para certas grandes fusões - individual, racial e espiritual:

a - A fusão ou integração dos diferentes aspectos da natureza do homem - físico, emocional e mental. Quando isto tiver sido alcançado teremos a manifestação das forças elementares integradas, às quais damos o nome de Personalidade, produzindo a manifestação de um ser humano de alto nível, poderoso, autodirecionado.

b - A fusão da personalidade e da alma. Isto deve ser levado à frente consciente e deliberadamente, com a boa vontade dessas partes relacionadas de um grande todo divino, para ver a personalidade sujeita a mudanças e transmutações, produzido como um resultado do contato com a alma. Isto levará à manifestação da alma interna, a consciência Crística, o Anjo Solar.

c - A fusão última da humanidade com a Hierarquia, produzindo a manifestação do Reino de Deus na terra. Esta será a coroação de todas as outras fusões e terá produzido certas grandes fusões planetárias, raciais e nacionais, que são incidentais e necessárias para o progresso e seus inevitáveis resultados.

Estas fusões não são levadas adiante tal como relacionadas acima, sequencialmente ordenada. Há muito desperdício e falta de equilíbrio no processo, mas apesar de poder haver diferenças e dificuldades no prolongado processo, o fim é inevitável e inalterável. O Reino de Deus, o coração de tudo, aparecerá no planeta.

2) Inculcar os métodos, originadores de qualidade e não apenas de quantidade, que facilitarão a emergência de certas características divinas. Estas, no devido tempo, mudarão o mundo e introduzirão as novas atitudes e estados de consciência. Estes, quando amadurecidos e reconhecidos, produzirão o aparecimento da cultura e da civilização que são, para a raça, o próximo desenvolvimento planejado e almejado.

Necessitarei, portanto, falar-vos sobre o desenvolvimento e controle da personalidade? Não é algo que considerastes e manipulastes durante anos? Poderei dizer- vos algo de natureza pratica que ainda não conheceis e vos esforçais por conseguir? Deverei aumentar vossa atual responsabilidade, com repetições? Penso que não. A nova cultura emergirá e virá à luz, à medida que todos os que têm consciência da luz e do objetivo do serviço puro (que tal consciência inevitavelmente vincula) prossigam com sua tarefa designada - uma tarefa autoimposta em todos os casos - de viver e ensinar a verdade sobre a luz, conforme apareça a oportunidade.

Início