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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE TRÊS

Capítulo IX

Os Sete Modos de Cura

É evidente que mesmo se as técnicas ou os sete modos de cura - relacionados como estão às energias dos sete raios - fossem comunicados com exatidão a vocês, seria indiscutivelmente muito raro encontrar um curador que os pudesse usá-los competentemente neste período de transição nos assuntos mundiais. Estamos passando de uma era para outra, e isto necessariamente cria dificuldades que até agora não foram reconhecidas. Esta é a primeira vez na história humana que a humanidade se mostra suficientemente inteligente para registrar compreensivamente as implicações deste acontecimento, e com alcance de visão capaz de visualizar, imaginar e planejar para o novo futuro. Por outro lado, o raio da alma do aspirantes médio raramente está no controle a ponto de trazer iluminação adequada e potência de raio. Até que ele esteja em controle, estes métodos e técnicas de raio, determinando o uso e a direção das energias do raio, são inúteis. Isto não deve trazer-lhes desapontamento, mas simplesmente uma atitude de expectativa, particularmente no que tange aos estudantes mais jovens e aos leitores. Considerando todas estas coisas, este hiato entre a expectativa e a possibilidade é muitíssimo positivo. Tantos ensinamentos foram dados durante o século passado na linha do trabalho mágico, que mais do isso, neste tempo, seria desaconselhável; tantos mantras e Palavras de Poder foram comunicados, e se difundiu tanto o uso do OM, que poderiam resultar em grandes prejuízos, e que felizmente não aconteceu. O ponto relativamente baixo na evolução do estudante e experimentador médio serviu como proteção, e pouco foi posto em movimento - seja bom ou ruim - pelo que eles tentaram fazer. Curas têm ocorrido com frequência (pelo menos curas temporárias), devido em grande parte à suscetibilidade do paciente à sugestão e à sua confiança no curador. Curas têm acontecido frequentemente (pelos menos curas temporárias), devido em grande parte à susceptibilidade do paciente à sugestão e à sua confiança no curador. Nenhuma destas curas pode ser atribuída esotericamente aos métodos científicos do ocultismo. Apesar desta proteção, ou melhor, por causa dela, não estou divulgando nenhuma Palavra de Raio desta vez, como as que o iniciado emprega quando ocupado no trabalho de cura. Estas Palavras têm de ser acompanhadas pelo uso treinado da vontade espiritual, e (no que diz respeito ao homem e curador comuns) até mesmo o aspeto inferior da vontade permanece ainda não desenvolvido, e somente a vontade própria (que é o desejo determinado e egoísta) se expressa. Seria, pois, uma perda de tempo dar instruções ao longo dessas linhas.

Senti ser necessário esta explicação para que não houvesse indevidas expectativas de que eu iria revelar conhecimentos misteriosos e até agora desconhecidos. Busco apenas oferecer os fundamentos para uma futura estrutura de conhecimento, quando será seguro, aconselhável e correto transmitir aqueles “Pontos de focalização’’, aquelas “Palavras organizadoras” e aquelas “Intenções expressas” do curador ocultista corretamente treinado. Procuro também gerar uma sábia e investigadora expectativa que usará o pouco que posso comunicar, e as palavras simbólicas que eu possa ditar, e assim preparar para um maior entendimento mais tarde.

Enquanto isso, há certas coisas que eu posso ensinar que serão de utilidade, ou por outro lado, possam aumentar as dificuldades percebidas, mas que não obstante indicarão o terreno que ainda precisa ser percorrido antes que o curador chegue à cura correta e sustentada.

Esta seção será muito curta, se comparada com o resto deste volume; consistirá simplesmente de uma série de afirmações resumidas e condensadas que formarão um livro-texto para o curador, um livro de referência ao qual ele recorrerá em busca de orientação, e que será apresentado sob três títulos:

I. As Sete Energias de Raio.
II. Os Raios do Curador e do Paciente.
III. As sete Técnicas de Cura.

Estas afirmações completarão o Volume IV de Um Tratado dos Sete Raios e trarão muita informação ao discípulo iniciado, e em parte, até o aspirante inteligente; elas deverão tornar seu trabalho de cura mais efetivo, embora apenas sejam dadas as regras elementares e o trabalho preliminar. É desnecessário acrescentar que o curador tem que aperfeiçoar-se nesta atividade inicial e - à medida que trabalhe - ele próprio poderá (sozinho e sem ajuda) penetrar nos significados mais profundos desta fase da Sabedoria Eterna.

I. As Sete Energias de Raio.

Quinze afirmações.

1. Os sete raios incorporam e expressam a totalidade de energias que circulam através de nossa forma planetária.

2. Estas sete energias de raio são as sete forças que unidas compõem o Raio primário de Amor-Sabedoria. Esta é o segundo raio de nosso sistema solar e o raio dominante em cada expressão planetária dentro do sistema solar. Os sete raios são, todos ele, raios subsidiários deste grande raio cósmico.

3. Não importa em que raio o curador possa encontrar-se, ele terá sempre de trabalhar através do segundo sub-raio daquele raio - o raio de amor-sabedoria em cada raio. Por seu intermédio, ele se vincula ou relaciona com os raios governantes da alma e da personalidade, isto porque o segundo raio tem a capacidade da toda - inclusividade.

4. O segundo raio e o segundo sub-raio de todos os raios são eles próprios de expressão dual. O curador precisa aprender a trabalhar através do aspeto amor e não através do aspeto sabedoria. Isto exige um grande treinamento na prática da diferenciação espiritual.

5. Os veículos na natureza forma que estão na linha de 2-4-6 têm de ser usados pelo curador ao praticar a arte da cura. Se ele não tem veículos ou corpos nesta linha de energia básica, ele não será capaz de curar. Isto é raramente compreendido. Porém, é raro encontrar um equipamento em que faltem todas as saídas da energia do segundo raio.

6. Aqueles curadores que são do segundo raio, ou que estão equipados com um poderoso veículo do segundo raio, são geralmente grandes curadores. O Cristo, sendo o mais verdadeiro expoente do segundo raio jamais conhecido na terra, foi o maior curador entre todos os filhos de Deus.

7. O raio da alma condiciona e determina a técnica a ser empregada. O raio nos veículos da personalidade mais estritamente relacionado ao segundo raio (para o qual todos os sub-raios servem de canal) é aquele por onde a energia curadora deve fluir.

8. O segundo sub-raio do raio da alma determina a abordagem do problema da cura que enfrenta imediatamente o curador; esta energia é transmutada em força curadora ao passar pelo veículo apropriado da personalidade. Para ser apropriado deve estar na linha de 2-4-6.

9. O veículo apropriado tem de ser ou o corpo mental ou o corpo emocional. Com a massa dos homens centrada na natureza astral, a cura terá geralmente maior sucesso se o canal de transmissão do curador também estiver nesse corpo.

10. Consequentemente, forma-se um triângulo de energias composto de:

a. A energia da alma.
b. O veículo apropriado.
c. O corpo etérico, através do centro do coração ou do plexo solar.

11. No interior do corpo etérico, forma-se um triângulo secundário para a circulação de energia entre:

a. O centro da cabeça, o centro de recepção.

b. O centro ajna, o centro para dirigir a distribuição.

c. O centro que registra - como a linha de menor resistência - a energia do raio da alma, seja ela de qualquer um dos sete raios.

12. Este triângulo secundário está relacionado ao triângulo primário por um “ato de deliberação’’. Esta é uma parte da técnica que não poderei divulgar.

13. O curador sincero e experiente pode (na falta da fórmula esotérica que produza conexão dos dois triângulos) fazer muito para conseguir uma relação definida por um deliberado ato de fé e pela firme declaração de sua fixa intenção.

14. O triângulo maior é aquele que afeta o curador e o torna um agente transmissor; o triângulo menor é aquele que produz o efeito sobre o paciente e através do qual o curador - no plano físico - trabalha.

15. O procedimento do curador, portanto, abrange três partes, antes do ato consciente de cura:

Processo Um.

a. O curador, definida e conscientemente, deve unir-se à sua própria alma.

b. Ele então determinará qual veículo de sua personalidade deve ser usado; isto será baseado na reação do veículo às energias canalizadas ao longo da linha 2-4-6.

c. Por um ato da vontade relacionará, então, a energia da alma, por intermédio do veículo escolhido, com o centro apropriado no corpo etérico; o coração ou o plexo solar - preferivelmente o primeiro.

Processo Dois.

a. Ele então criará o triângulo secundário ao focalizar sua atenção no centro de recepção, o centro da cabeça.

b. A seguir, mediante o poder da imaginação criativa, ele conectará este centro da cabeça com o centro entre as sobrancelhas, e sustentará aí a energia porque ele é o agente direcionador.

c. Ele se esforçará para reunir dentro deste centro ajna a energia daquele centro no seu corpo etérico que está relacionado com o raio de sua alma.

Processo Três.

Então, deliberadamente, ele executa o ato de unir os dois triângulos, após o que, ele está pronto para a ação de curar.

II. Os Raios do Curador e do Paciente

Será óbvio até para o leitor mais superficial que a variação ou a identidade entre os raios do curador e do seu paciente constitui um fator importante, pois muitos fatores condicionantes serão apresentados. Haverá também um contraste entre os raios da alma e os raios da personalidade de ambos. Haverá, pois, condições em que:

1. Os raios da alma são idênticos e diferentes os da personalidade.

2. Os raios da personalidade são os mesmos, mas os da alma não são.

3. Os raios são semelhantes em ambos os casos.

4. Nem os raios da alma, nem os da personalidade são os mesmos.

5. Não se conhece o raio da alma, mas o da personalidade é evidente. O raio da personalidade é facilmente reconhecido, porém, muitas vezes não há indicação quanto ao raio da alma. Isto aplica-se tanto ao curador quanto ao paciente.

6. Nada se conhece sobre os raios de qualquer dos dois.

Não estou fazendo aqui qualquer referência aos raios dos veículos mental, astral ou físico, embora eles tenham um definido e, às vezes, decisivo efeito, e quando conhecidos, sejam de grande utilidade. Quando o curador treinado obtém este conhecimento, ele pode usar uma técnica secundária auxiliar ao método básico, e usar o veículo inferior apropriado (o seu próprio ou o do paciente) para através dele fazer passar uma corrente secundária de energia curadora, intensificando assim, o trabalho da corrente primária. O acréscimo desta corrente secundária implica um conhecimento bastante avançado por parte do curador, ou correta informação dada pelo paciente. Isto é, como podem deduzir, algo raro de ser encontrado. As pessoas podem, pelo estudo cuidadosos e pela reunião de exemplos análogos conhecidos, determinar com relativo sucesso a natureza dos dois raios principais; contudo, isso requer um iniciado de um certo grau para reconhecer e trabalhar através dos raios de um dos corpos inferiores, e assim estar em posição de distribuir a força curadora através de dois centros simultaneamente. Consequentemente, nós consideraremos aqui apenas a relação dos raios que controlam o curador e o paciente a partir do ângulo da alma e da personalidade.

Não me é possível analisar cada um dos raios do curador e do paciente e descrever-lhes a técnica apropriada; isto tornar-se-ia mais claro se vocês considerassem o grande número de dificuldades que se apresentam quando ambos os raios das duas partes envolvidas entram em relacionamento. No Discipulado da Nova Era são dados os raios de um grande número de discípulos. Vocês podem, como um exercício experimental, tomar esses vários raios, como indicados, e colocar cada um desses discípulos no papel do curador ou do paciente e ver que centros seriam empregados no caso de alguma doença (cada uma baseada numa localização diferente no corpo humano), e então tentar decidir que método, modo ou procedimento seria aconselhável para o curador seguir. Ao mesmo tempo, vocês deveriam lembrar-se de duas coisas: primeiro, que todas estas pessoas são membros de um Ashram do segundo raio; também que eles são discípulos, e consequentemente seus raios são aparentes e óbvios para o curador, o que é de grande ajuda. Vocês poderiam também determinar que energia de raio deveria ser empregada no processo de cura, através de qual centro em vocês mesmos, como curadores, e o discípulo como paciente, vocês deveriam trabalhar e se vocês estão em posição de usar uma técnica secundária. Então, tendo trabalhado numa cura imaginária através do uso da imaginação, procurem entre amigos e conhecidos aqueles que lhes parecem possuir condições semelhantes de raio e - se eles estiverem indispostos ou doentes - procurem ajudá-los do mesmo modo que tentaram ajudar um paciente imaginário; observem então o que acontece. Evitem o uso de uma técnica secundária, pois é mais provável que errem mais quando os três veículos inferiores estão envolvidos do que quando lidam com as duas maiores expressões de vida.

O restante deste assunto pode talvez ser esclarecido por certas afirmações que se tornarão mais claras à medida que a psicologia esotérica venha a emergir como um assunto definidamente educacional nas próximas décadas.

1. O curador deve averiguar quais são os seus raios, e então prosseguir com seu trabalho baseado nesta informação. Quando esse conhecimento não é possível, ele não deverá tentar curar.

2. Quando não pode - por lhe faltar este conhecimento - desenvolver o trabalho de cura, que ele se atenha à tarefa de atuar como um canal para a energia de amor que deve fluir para o paciente.

3. Na maioria dos casos, o curador achará mais fácil descobrir seus raios, ou pelo menos um deles, do que conhecer os raios do paciente. Há duas razões para isso:

a. O fato de que ele procura curar e ajudar indica um certo adiantamento no caminho espiritual, e esse progresso é necessário para encontrar corretamente a qualidade do raio. Um pequeno estudo a seu próprio respeito e dos possíveis raios presentes, deverá, com o tempo, mostrar-lhe a natureza das energias que o controlam.

b. O paciente, se avançado, inclina-se a não procurar ajuda, e lidará com seu próprio problema, através de sua alma, e através do Ashram, caso seja afiliado a algum. Se ele não é adiantado, será mais fácil descobrir o raio da personalidade do que o da alma, e portanto proporcionará o ponto de contato.

4. O curador, tendo determinado satisfatoriamente o raio, ou raios, que o condicionam, deve então preparar-se para a tarefa da cura por, no mínimo, cinco horas da mais cuidadosa preparação relacionada à sua mente, seu aparelho pensante. Não cinco horas consecutivas de controle mental e reflexão mas um período de pensamento tranquilo, no qual - quando possível - o curador estuda o paciente e familiariza-se com:

a. O problema da doença e sua natureza particular.

b. Sua localização no corpo físico.

c. O centro envolvido e (quando ele é um discípulo iluminado) com sua condição.

d. A gravidade do problema e a chance de cura.

e. O perigo de morte ou não.

f. A condição psicológica do paciente.

g. Os raios do paciente, se possível, os quais, se conhecidos, condicionarão sua abordagem.

5. Assim preparado, o curador focaliza sua atenção no seu próprio raio. Quando ele possui apenas um conhecimento geral e não específico de seu próprio raio ou raios e os do paciente, o curador pode continuar supondo que um ou ambos estão na linha de 1-3-5- 7 ou 2-4-6 e agir de acordo com essa suposição geral. Possuir conhecimento específico e pormenorizado é útil, mas onde ele não existe, e os raios não podem ser determinados, é a amiúde possível saber se a tendência geral do caráter é segundo a linha do amor ou da vontade, e então agir de acordo com ela. O problema então é se a relação entre curador e paciente será de personalidade a personalidade, de alma a alma, ou de personalidade a alma e vice- versa.

6. Quando a relação é de personalidade a personalidade (o que será o mais comum), a energia com a qual o curador trabalhará é simplesmente a do prana planetário; o efeito disto será estimular os processos naturais do corpo físico e (em cooperação com a natureza e portanto em linha com o carma do paciente) fortificar de tal maneira seu veículo físico que possa expulsar a enfermidade ou possa ser ajudado a enfrentar com confiança os processos da morte, e com entendimento calmo e inteligente passar para os reinos mais sutis do ser.

7. Onde a relação é a da alma do curador para a personalidade do paciente, o curador trabalhará com a energia do raio, derramando sua própria energia do raio através do centro que está controlando a área afetada. Quando a alma do curador e a do paciente estiverem trabalhando em cooperação poderá haver a fusão das duas energias ou (quando estão presentes raios similares) o fortalecimento de uma energia e um trabalho grandemente acelerado de cura ou de dissolução.

8. O curador deve sempre lembrar-se que sua tarefa é ou curar - sob a lei cármica - ou ajudar nos processos de dissolução, produzindo, portanto, uma forma superior de cura.

9. A menos que o curador seja um alto iniciado e possa trabalhar com pleno conhecimento das circunstâncias e condições governantes, curas súbitas e doenças dramaticamente interrompidas não ocorrerão. Se isto ocorrer, será devido a três coisas:

a. O destino do paciente cuja hora ainda não chegou.

b. A interposição da própria alma do paciente, o qual é, em última análise, o agente do carma.

c. A ajuda do curador que foi suficientemente adequada para dar ao paciente confiança e mais força para provocar sua própria cura.

10. Jamais alguém voltou dos “portões da morte” quando seu carma indica que chegou sua hora; o ciclo da vida no plano físico termina então, a menos que ele seja um trabalhador em um Ashram, um discípulo de certo grau cujo trabalho e presença seja ainda necessário na terra para completar a tarefa que lhe foi destinada. Então, o Mestre do Ashram pode somar Sua energia à energia do curador ou à do paciente e provocar um temporário adiamento da partida. Nem o curador, nem o paciente podem contar com isso, pois não têm pleno conhecimento das circunstâncias que podem assegurar isso.

11. Há certos requisitos ou condições em que o curador deve trabalhar e que são necessárias:

a. Tanto quanto possível, total silêncio no quarto do paciente.

b. O menor número possível de pessoas no quarto. Os pensamentos e as formas de pensamento criadas pelas pessoas presentes podem ser distraídas ou causar distração, e assim desviaras correntes curadoras; por outro lado, podem às vezes ser de grande ajuda para o trabalho do curador.

c. Quando possível, o paciente deve deitar-se de costas ou de lado, de modo que os centros ao longo da espinha estejam voltados para o curador. Em alguns casos (que o próprio curador precisa determinar) ele deve deitar-se numa posição tal que permita que o curador mantenha as mãos acima da área doente, embora em hipótese alguma, deva o curador tocar o corpo do paciente.

12. Quando a quietude, paz e silêncio tiverem sido alcançados, o curador começará com a técnica apropriada. A quietude, paz e silêncio mencionados referem-se não somente às condições físicas, mas aos estados emocional e mental do curador e do paciente, assim como dos presentes, o que nem sempre é fácil de ser conseguido.

Quando o curador não conhece as técnicas apropriadas ou não compreende as fórmulas dadas mais tarde nesta instrução, ele pode reunir suas próprias técnicas e regras depois de um estudo cuidadoso destas instruções de cura, as quais contêm material e sugestões suficientes para tal ação.

III. As Sete Técnicas de Cura

Terei que dar as técnicas em forma de sete antigas afirmações simbólicas, extraídas do Livro de Regras para Discípulos Iniciados. Não me atrevo ainda a dar a simples aplicação física destas técnicas de raio, porque seria demasiado perigoso. Quando corretamente compreendidas e empregadas, possuem terrível força e - em mãos erradas - poderiam causar um grande mal. Devo lembrar-lhes que os iniciados da Loja Negra também curam ou produzem morte e doença, e empregam técnicas muito semelhantes; a diferença está no fato de que eles podem trabalhar somente com os raios da personalidade tanto do curador quanto do paciente; mas porque eles são mais potentes no plano físico do que os Mestres da Grande Loja Branca, seu trabalho é, frequentemente, mais efetivo. O curador espiritual, trabalhando com as energias da luz sempre que possível, raramente é tão efetivo fisicamente.

Os membros da Loja Negra, ou curadores trabalhando sob sua influência, são, contudo, totalmente incapazes de trabalhar sobre um paciente espiritualmente orientado, por mínimo que seja, e está portanto começando a ser controlado por sua alma; tampouco pode ele trabalhar por intermédio de um curador espiritual orientado. Quando eles tentam fazê-lo, são combatidos pela energia vinda do Ashram na direção do qual o paciente ou o curador se dirigem ou com o qual estão afiliados, mesmo que seja só na periferia. No que diz respeito ao homem comum não-pensante, o perigo de interferência negra é nulo: as forças das trevas não se interessam por uma pessoa sem importância, mas somente pelos que são potentes e influentes e podem servir aos seus propósitos. Além disso, seu trabalho maligno só é possível no momento (ou ciclo) em que o homem está tomando a decisão de encaminhar-se para uma vida espiritual, permanecer estático onde está, ou voltar-se deliberadamente - o que é extremamente raro - para o caminho do puro egoísmo, caminho este que conduz à Loja Negra.

Algum discípulo, no início do próximo século, tomará estas técnicas ou afirmações mágicas relacionadas ao trabalho de cura e as interpretará e elucidará. Elas são passíveis de três significados, dos quais o mais inferior poderá ser interpretado pelo estudante moderno se ele refletir adequadamente e viver espiritualmente.

Eis aqui as sete afirmações.

AS SETE AFIRMAÇÕES

1. A técnica do primeiro raio.

Que a força dinâmica que governa os corações de todos no interior de Shambala venha em meu auxílio, pois eu sou digno dessa ajuda. Que ela desça para o terceiro, passe para o quinto e se focalize no sétimo. Estas palavras não significam o que, à primeira vista, parece. O terceiro, o quinto, o sétimo residem dentro do primeiro e procedem do Sol Central da vida espiritual. O superior então desperta dentro daquele que sabe e dentro daquele que precisa ser curado, e assim os dois são um. Este é um mistério profundo. A combinação da força curadora efetua o trabalho desejado; pode trazer a morte, essa grande liberação, e restabelecer assim o quinto, o terceiro, o primeiro, mas não o sétimo.

Esta energia dinâmica do primeiro raio é geralmente empregada pelo curador espiritual treinado quando é evidente para ele que a hora do paciente chegou e a liberação se aproxima. Nos casos onde o primeiro raio é o raio da alma, seja do curador, seja do paciente, esta aplicação da energia do primeiro raio deve mover-se do centro da cabeça para o centro da cabeça, e daí, para a área doente e para o centro aliado a esse local. Isto pode causar - quando a cura é possível e carmicamente correta - um temporário recrudescimento do problema, devido ao fato de que a energia entrante “expele dinamicamente” a própria semente ou raiz da doença. Pode advir um aumento na temperatura ou um colapso de algum tipo, e para isto o curador, o paciente e o médico assistente precisam estar preparados e tomar as medidas necessárias para minimizar o problema - medidas aconselhadas pela profissão médica, que equilibrem a reação puramente física. Onde o raio da alma do paciente não é o primeiro, mas é o da personalidade, o curador precisa usar muita cautela ao aplicar a energia do primeiro raio, e deve prosseguir muito lenta e gradualmente através do centro na linha 1-3- 5-7 que é o mais próximo da sede do problema, passando a energia através do centro - seja ele qual for - encontrado na localidade do problema. Se esse particular centro acontece estar na linha 3-5-7, o curador deverá ter cuidado especial, ou a energia dinâmica do primeiro raio destruirá em vez de curar.

2. A técnica do segundo raio.

Que desça a energia curadora, conduzindo sua linha dual de vida e sua força magnética. Que essa força magnética viva se retire e suplemente aquela que está presente no sétimo, opondo quatro e seis ao três e sete, não tratando porém com o cinco. O vórtice circular e incluente - descendo para o ponto - perturba, remove e então supre e assim é feito o trabalho.

O coração gira; dois corações giram como um; o doze dentro do veículo, o doze dentro da cabeça e o doze sobre o plano da alma esforçam-se, cooperam como um e assim é feito o trabalho. Duas energias atingem esta consumação e as três cujo número é um doze respondem ao doze maior. A vida é conhecida e os anos prolongados.

Se esta antiga afirmação é lida à luz de qualquer conhecimento que possam ter (e provavelmente têm mais do que imaginam) particularmente o conhecimento sobre os centros, a primária e mais fácil interpretação aparecerá.

3. A técnica do terceiro raio.

O curador permanece e tece. Reúne do três, do cinco, do sete aquilo que é necessário para o coração da vida. Ele reúne as energias e faze-as servir ao terceiro; ele assim cria um vórtice para dentro do qual deve descer o enfermo e com ele o curador. E, contudo, ambos permanecem calmos e em paz. Assim precisa o anjo do Senhor descer ao poço e trazer a vida curadora.

Este “poço das águas” figura aqui e pode provocar um grande questionamento quanto ao seu significado. Sua interpretação elementar relaciona-se na realidade à causa maior e central de muitas doenças (como já vimos antes), a natureza emocional, cujo controle é tarefa do terceiro aspeto da divindade. Reflitam sobre isto, daí advirá muito esclarecimento.
A técnica de cura seguinte é mais longa e muito mais abstrusa, e dela pouco poderão compreender; é inteiramente relacionada, no que diz respeito ao nosso tema, ao próprio homem e ao aforismo, “Homem, conhece-te a ti mesmo”.

4. A técnica do quarto raio.

O curador conhece o lugar onde a dissonância se encontra. Ele conhece também o poder do som e o som que deve ser ouvido. Conhecendo a nota à qual o quarto grande grupo reage, e relacionando-o com o Grande Nove criativo, ele soa a nota que traz liberação, a nota que trará absorção em um. Ele educa o ouvido daquele que precisa ser curado; ele também treina o ouvido daquele que deve ir avante. Ele conhece a modalidade do som que traz o toque curador; e também a daquele que diz: Parte. E assim o trabalho é feito.

Esta quarta técnica é uma que - na falta do verdadeiro conhecimento do raio - pode ser de grande utilidade, porque o quarto raio governa o quarto reino da natureza, o humano. O curador nesta linha de trabalho (e tais curadores praticamente não existem nesta época porque o quarto raio não está em encarnação) curam primariamente através do uso apropriado do som ou sons. Nas primeiras etapas, quando esta técnica entrar em demonstração, a música será largamente empregada para provocar a cura ou facilitar o processo da morte ou partida. Será, contudo, música com um acorde repetido, o qual incorporará a nota do quarto raio e do reino humano. A cura por meio do som será um dos primeiros meios de cura a ser notado no final do próximo século. Maiores esclarecimentos sobre esta linha seriam inúteis até que o quarto raio volte novamente à sua manifestação cíclica.

5. A técnica do quinto raio.

Aquilo que foi dado deve ser usado; aquilo que emerge do interior do modo dado encontrará seu lugar no plano do curador. Aquilo que está escondido deve ser visto e dos três, grande conhecimento emergirá. Eles são o que o curador busca. A eles o curador acrescenta os dois que são como um, e assim, o quinto deve fazer a sua parte, e os cinco também deverão desempenhar o seu papel e os cinco funcionarão como se fossem um. As energias descem, atravessam e desaparecem, deixando o um que pode responder com o carma ainda por dissipar e levando com elas aquele que não possa assim responder e deve, pois, igualmente desaparecer.

O óbvio e o mais simples significado do modo de curar do quinto raio é que o curador, cientificamente trabalhando grandemente em níveis concretos, emprega tudo que pode ajudar a trazer a cura, começando com o devido cuidado físico e passando para modos mais sutis de cura. Mais uma vez chamo a atenção para o fato de que a ajuda física pode ser tão divinamente usada quanto os mais misterioso métodos que o curador metafísico da atualidade crê serem tão profundamente mais efetivos. Assim como todo conhecimento moderno desenvolvido no plano físico através das personalidades de homens e mulheres de visão e gênios em toda parte é útil para o discípulo e iniciado, no tempo e no espaço, também assim acontece com as ciências médicas. Assim como o discípulo ou o iniciado têm que aplicar corretamente estas várias ciências para obter resultados espirituais, assim tem que fazer o curador no seu trabalho.

Todo trabalho se torna espiritual quando corretamente motivado, quando a sábia discriminação é empregada e o poder da alma é somado ao conhecimento ganho nos três mundos. O uso dinâmico da energia em uma de suas sete correntes, somado ao sensato entendimento e trabalho do médico moderno, auxiliado pelo curador (que trabalha como catalisador), pode produzir milagres quando o destino assim o ordenar. O curador metafísico que trabalha somente nos planos mais sutis é como o trabalhador espiritual que tão constantemente falha em precipitar para o plano físico os necessários valores financeiros. Isto é frequentemente causado por um sutil - embora geralmente não reconhecido - senso de superioridade com o qual o curador comum e o esoterista considera seu problema de materialização seja de saúde física ou dinheiro. Reflitam sobre isto e compreendam que os métodos do quinto raio atravessam até o plano físico; lá eles geram conflito e eventualmente produzem uma precipitação física da natureza desejada. No que tenho dito sobre as técnicas do quinto raio, dei mais sugestões e informações do que em qualquer das outras.

6. A técnica do sexto raio.

Que ao fender as águas, desça o poder, clama o curador, Ele não se importa como as águas possam responder; com frequência trazem tempestuosas ondas e horrendos, terríveis acontecimentos. O fim é bom. A dificuldade terminará quando a tempestade amainar e a energia tiver cumprido o destino marcado. Direto ao coração é o poder forçado a penetrar, e para o interior de cada canal, nadi, nervo e baço é o poder forçado a buscar uma passagem e um caminho para assim confrontar o inimigo que conseguiu entrar e lá se instalou para viver. Expulsão - desapiedade, súbita e completa - é empreendida por aquele que nada mais vê a não ser o perfeito funcionamento e não tolera interferência alguma. Este perfeito funcionamento abre assim a porta para a vida eterna ou para a vida na terra por ainda um pouco mais de tempo.

Esta técnica é curiosamente potente e súbita quando o curador é do sexto raio; os resultados são drásticos e dolorosos, porém seguros - cura ou morte, frequentemente esta última. O curador de sexto raio desta época raramente é disciplinado ou prudente, porque se está finalizando o ciclo do sexto raio. Quando ele novamente entrar em manifestação, terá feito grande progresso ao longo do Caminho e o atual agressivo, demasiado seguro e fanático curador de sexto raio não reaparecerá. Hoje eles são a maioria, e seu trabalho não é bom; é bem intencionado, mas a técnica é aplicada de forma ignorante e o fim não justifica a segurança do curador, que frequentemente decepciona o paciente.

7. A técnica do sétimo raio.

Energia e força devem encontrar-se, e assim o trabalho é feito. Cor e som em ordenada sequência devem encontrar-se e fundir- se, e assim o trabalho de magia pode prosseguir. Substância e espírito devem evocar um ao outro e, passando através do centro daquele que procura ajudar, produzir o novo e o bom. O curador energiza assim, com vida, a vida que está enfraquecendo, impelindo- a e ancorando-a mais profundamente no lugar destinado. Todos os sete têm de ser usados e através dos sete devem passar as energias que a necessidade requer, criando o novo homem que sempre existiu e sempre existirá, aqui ou lá.

Esta técnica contém a chave para todas as demais, pois o trabalho do curador de sétimo raio é reunir a vida e a substância que tomará o lugar da substância enferma e trazer nova vida para ajudar na recuperação. A glória da vida reside na consumação e na emergência. Esta é a tarefa primeira e a primeira recompensa de todos os verdadeiros curadores. É esta técnica de atração e substituição que será levada a um acurado ponto de expressão científica na era vindoura quando o sétimo raio dominará nosso planeta, produzindo aquilo que é novo e necessário e determinando a próxima cultura, civilização e ciência.

Concluindo, gostaria de dizer-lhes as razões pelas quais me abstenho de dar informações mais detalhadas e de uma clara análise da fraseologia destas antigas fórmulas de cura. Além da razão, já apresentada, de que os homens não estão ainda prontos para receber instruções explícitas, há o fato de que, por enquanto, qualquer coisa que eu pudesse dizer pareceria pueril. Esta é a curiosa palavra que parece descrever a possível reação imediata. Nós estamos à beira de entrar numa nova era em desenvolvimento científico, devido à descoberta de como liberar a energia do átomo. Nem mesmo os cientistas responsáveis pela descoberta têm a mais pálida ideia do longo alcance dos efeitos deste momentoso acontecimento. Do ângulo do nosso assunto e do tema deste volume, uma linguagem inteiramente nova relacionada à energia e força já está sendo criada; o uso da descoberta no tratamento das doenças será considerado, quase que no futuro imediato (sob o ponto de vista ocultista), perto de um milagre.

Esta descoberta da liberação atômica foi provocada pela atividade do primeiro raio em relação ao sétimo raio entrante e tem sua situação análoga na liberação do Mestre na quinta iniciação (quando a porta do túmulo se abre violentamente) e no ato de morrer, quando a alma aprisionada encontra a liberação. À luz dos futuros acontecimentos científicos, estas técnicas antigas tornar-se-ão muito mais claras, e nesse ínterim, qualquer explicação de sua verdadeira “importância energética” não teria sentido. A futura nova terminologia lançará luz sobre as antigas fórmulas e, com o tempo, verão quanto pode ser transmitido ao curador inteligente daquela nova geração por aquilo que agora é frustrante, sem utilidade ou significado e desnecessariamente abstruso.

Neste período intermediário entre o passado e aquilo que está a caminho, não é fácil mesmo para um Mestre de Sabedoria falar ou ensinar particularmente em conexão com o tema da cura. O corpo físico, de modo geral, ainda não é reconhecido como uma unidade elétrica; sua natureza como pura energia atômica não é ainda compreendida; o fato do corpo de energia, o veículo etérico, não é atualmente reconhecido nos ensinamentos das modernas escolas de medicina, embora o fato tenha sido discutido; a natureza explosiva da energia quando em contato com a força, ou da alma em relação à substância, é completamente desconhecida ou velada em linguagem mística. Até o tempo quando as novas fórmulas científicas e a nova abordagem (que a descoberta da liberação da energia atômica tornou possível) se tenham tornado mais geralmente compreendidas, forem um assunto familiar de discussão e expresso em linguagem familiar, a vindoura ciência da cura deve permanecer sob um véu de linguagem inadequada e oculta por palavras inapropriadas.

Este fato, como já repeti várias vezes, prejudica todas as apresentações da verdade; a linguagem de um engenheiro elétrico ou de um projetista de carros, por exemplo, não teria tido o menor significado para o homem comum de cem anos atrás. Assim acontece com os novos temas e as grandes descobertas que estão a caminho e que eventualmente afetarão cada departamento da vida humana, incluindo a Arte da Cura.

Uma vez que já foi divulgado quem eu sou, firmo-me como Mestre Djwhal Khul.

O Tibetano

 

Reflexo da Tríade Espiritual na Personalidade

O reflexo da Tríade Espiritual na personalidade fica completo quando o Centro Ajna está inteiramente sob o controle da alma. Não há tentativa neste diagrama para representar o número correto de pétalas em cada lótus.

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