Cura Esotérica
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PARTE TRÊS
Capítulo VIII
CAPÍTULO VIII
As Leis e as Regras Enumeradas e Aplicadas (Parte 4)
REGRA QUATRO
Um cuidadoso diagnóstico da doença, baseado na verificação dos sintomas externos, será simplificado ao ponto de - uma vez conhecido e isolado o órgão envolvido - o centro no corpo etérico mais próximo a ele será submetido aos métodos da cura ocultista, embora os métodos paliativos comuns, médicos e cirúrgicos não sejam desprezados.
Esta regra exige poucos esclarecimentos, pois contém claras e concisas instruções. Vamos enumerá-las:
1. Deve haver um cuidadoso diagnóstico, baseado nos sintomas externos verificados.
2. O órgão que é a sede do problema tem que ser localizado. Estas duas atividades dizem respeito ao corpo físico denso.
3. O centro no corpo etérico mais próximo à área do problema será o seguinte a receber atenção.
4. Métodos de cura ocultista são então empregados, dirigidos à estimulação, ou à desvitalização, do centro envolvido.
5. Simultaneamente, todos os métodos ortodoxos externos serão empregados.
É nesta questão de cuidadoso diagnóstico que os curadores modernos se perdem. Eles não têm suficiente conhecimento sobre o corpo físico, sobre a patologia da doença, sobre sintomas primários ou secundários, para determinar a natureza da dificuldade. Isto porque o curador comum não teve treinamento médico, e ao mesmo tempo, não está psiquicamente equipado para chegar a um verdadeiro diagnóstico por um modo ocultista. Ele então recorre à suposição geral de que o paciente está doente, que a sede do problema parece estar nesta ou aquela área do corpo físico, que o paciente se queixa de certas dores e desconfortos e que, se for possível torná-lo suficientemente passivo, e se ele puder captar (juntamente com o curador) o fato de sua divindade - e quem pode, meu irmão? - então, se ele tem fé no curador, ele certamente pode ser curado.
A coisa surpreendente a observar é a ignorância tanto do curador quanto do paciente; a coisa a deplorar é a suposição do curador de que, se realmente houver a cura, deve-se inteiramente aos métodos seguidos, quando, muito provavelmente, o paciente se recuperaria de qualquer forma. A cura pode ser acelerada pelo fator da fé, e fé é simplesmente a focalização da energia do paciente de acordo com a injunção do curador, e uma consequente “demonstração" dessa energia na área afetada em obediência à lei que diz que “a energia segue o pensamento”. A “explosão” (se é que posso usar uma palavra tão forte) da energia da fé por parte das duas pessoas envolvidas - o curador e o paciente - oculta e ocasionalmente produz suficiente estimulação energética para provocar a cura - uma cura que, de qualquer modo, era inevitável. Foi simplesmente um processo acelerador. Contudo isto não é uma verdadeira cura ocultista, e nenhum método ocultista de cura foi empregado. Psicologicamente, a mesma coisa pode acontecer no caso de uma “conversão”, como a Escola Fundamentalista da Cristandade a chama. A fé da pessoa e a fé do evangelista, somadas à fé da audiência (onde houver uma) provoca uma cura psicológica na linha de dissolução de clivagens, ou produz uma unificação, mesmo que de natureza temporária.
É preciso, cada vez mais, ter em mente que nada existe no mundo criado a não ser energia em movimento e que cada pensamento dirige alguns aspetos dessa energia, embora sempre dentro da esfera de influência de alguma energia maior, pensante e dirigente. A fé do curador e a fé do paciente são exemplos de energia em movimento, e atualmente, de modo geral, as únicas energias empregadas em cada caso de cura. A medicina ortodoxa também trabalha com as mesmas energias, suplementando seus métodos ortodoxos com a fé do paciente no médico e nos seus conhecimentos científicos.
Não me alongarei sobre a exigência de usar métodos médicos e cirúrgicos sempre que possível. Já me referi a este assunto muitas vezes no curso deste ensinamento sobre a cura. É essencial que as pessoas compreendam que os conhecimentos comprovados da medicina e cirurgia são tanto uma expressão da experiência e compreensão divinas quanto os esperançosos, assertivos - ainda que claudicantes - métodos da chamada cura divina, ou talvez até mais no presente. Embora grande parte dos métodos ortodoxos sejam experimentais, o são muito menos que os métodos dos curadores modernos, e grande parte de seu conhecimento científico é comprovado e real. Devemos usá-los e confiar neles. A perfeita combinação de cura é a do médico e o curador espiritual, cada um trabalhando no seu próprio campo, e confiando um no outro, o que não é o caso agora. Não há necessidade de buscar ajuda divina para soldar ossos, coisa que o cirurgião está bem equipado para fazer, ou para curar uma infecção que o médico sabe perfeitamente como tratar. O curador pode ajudar e acelerar o processo de cura, mas o médico ortodoxo pode também apressar o trabalho do curador. Um grupo precisa do outro.
Compreendo que o que disse não agradará ao curador espiritual nem ao médico ortodoxo. Porém, é chegada a hora para eles aprenderem a apreciar uns aos outros e a trabalhar em cooperação. Em última análise, o curador espiritual e os novos métodos de cura mental têm relativamente pouco a contribuir se comparados com o trabalho e conhecimento dos membros da profissão ortodoxa. A dívida do mundo para com os médicos e cirurgiões é muito grande. A dívida com os curadores não é, decididamente, tão grande. Eles também frequentemente envenenam o canal com amargor e constante crítica dirigida aos médicos e à medicina ortodoxa. A certeza do conhecimento e a experiência impedem que o grupo ortodoxo tenha a mesma atitude, além da certeza de que mesmo o curador espiritual chamará o médico em casos de emergência.
A lei e a regra que a seguir estudaremos vão levar-nos para o terreno de real abstração, e não será fácil compreender grande parte do que vou dizer. A Lei VIII leva-nos de volta à própria fonte de todos os fenômenos no que concerne ao ser humano - a vontade da alma de encarnar na terra ou de retirar-se da encarnação. Envolve também a consideração do fator da Vontade em produzir a doença como meio direto de provocar essa retirada. Tão pouco é entendido ainda sobre a Vontade, que é particularmente difícil explicá-la.
LEI VIII
A doença e a morte são o resultado de duas forças ativas. Uma é a vontade da alma que diz ao seu instrumento: “Eu retiro a essência". A outra é o poder magnético da vida planetária que diz à vida no interior da estrutura atômica: “É chegada a hora da reabsorção. Volta para mim". E assim, sob a lei cíclica, agem todas as formas.
Dois aspetos na natureza da Vontade divina são chamados a atuar no que tange à doença e à morte: um é a vontade da alma de pôr fim à encarnação; o outro é a vontade do espírito da terra - a força básica elemental - de trazer de volta para si a substância, liberada e temporariamente isolada, da qual a alma se apropriara durante o ciclo da encarnação.
O fator tempo, o fator de interação entre o ponto da vontade, que é o ponto da alma, e a difusa e sempre presente vontade do espírito elemental da substância estão envolvidos, além de sua relação cíclica. São estes fatores que tentaremos abordar.
O que tenho a dizer aqui é da maior importância e lançará uma nova e estranha luz sobre o tema da enfermidade. Tratarei, em primeiro lugar, da segunda metade da lei que se refere ao “poder magnético da vida planetária”, o qual diz à vida no interior da estrutura atômica: “É chegada a hora da reabsorção. Volta para mim”.
Para entender a frase acima, convém lembrar que um ser humano é uma entidade espiritual que ocupa ou modela (que é uma palavra oculta que prefiro) um veículo físico denso. Este corpo físico denso é parte da estrutura geral de todo o planeta, composta de átomos vivos que estão sob o controle da vida da entidade planetária e dela fazem parte. Este veículo físico denso recebe uma liberdade temporária e dirigida pela vontade da alma que o ocupa, mas permanece, ao mesmo tempo, parte intrínseca da soma total de toda a substância atômica.
Este veículo físico - que tem sua vida própria e determinada medida de inteligência que nós chamamos natureza instintiva - é chamado pelo esoterista de elemental físico. Durante a vida encarnada, ele é a força de coesão ou o agente pelo qual o corpo físico mantém a sua forma particular, sob o impacto da vida etérica, a qual afeta todos os átomos vivos e os relaciona uns com os outros. O corpo físico é o grande símbolo (dentro da Vida una) das muitas vidas (símbolos) da qual é constituída; é o fato demonstrado da inerente coerência, da unidade, da síntese e do relacionamento. O prana físico ou planetário (a forma mais baixa da energia prânica) é a vida da totalidade dos átomos (dos quais todas as formas exteriores são formadas) à medida que eles são trazidos à relação com a estrutura atômica separada do corpo físico de uma alma individual em qualquer reino da natureza - particularmente do ponto de vista do nosso estudo, a alma humana.
O que é verdade nesta conexão com o indivíduo ou o homem, o microcosmo, é verdade também em relação ao planeta, o qual, como o homem, é um todo coeso. Esta totalidade deve-se à relação de dois aspetos de vida: a vida dos Logos planetário e a vida do espírito da terra, que é a vida da soma total de todos os átomos que compõem todas as formas. A esta soma total de substância viva, da vida elemental, o corpo físico se amolda e é, pois, o seu símbolo. Estas duas vidas, funcionando microcosmicamente e macrocosmicamente, criam aquela energia prânica viva que circula através dos corpos etéricos de todas as formas, que produz coesão ou união sintética e que pode ser discernida quando o aspeto mais denso do corpo etérico é visto, criando assim a aura da saúde nas plantas, na vida marinha, nos animais e no homem. Outras energias e potências circulam através do corpo etérico e o condicionam, mas aqui refiro-me apenas ao aspeto físico mais baixo, o qual é indicativo da vida elemental do nosso planeta, o espírito da terra - a vida divina, realizando seu próprio progresso no arco involutivo da manifestação.
Este espírito da terra mantém seu domínio sobre as estruturas atômicas das quais todas as formas são feitas, inclusive o corpo físico do homem. Oportunamente eles as reúne e reabsorve esses elementos de sua vida que foram temporariamente isolados dele durante qualquer experiência encarnada de qualquer alma em qualquer dos reinos da natureza. É preciso notar-se que estes átomos são condicionados por dois fatores pelos quais o espírito da terra é inteiramente responsável:
1. O fator do carma da vida do elemental do planeta. Este é uma precipitação involutiva, inteiramente diferente do carma do Logos planetário, o Qual é uma Vida espiritual no arco evolutivo. O carma involutivo, portanto, condiciona a experiência de vida sob o ângulo estritamente físico de todas as formas compostas de substância atômica.
2. O fator de limitação. Á parte do carma, que resulta em acontecimentos físicos afetando todas as formas físicas compostas desta essência elemental, os veículos físicos de todas as vidas em todos os reinos da natureza são também condicionados pelo ponto no tempo da influência cíclica do espírito planetário e pelo seu ponto de evolução. Este espírito involutivo ainda não alcançou um ponto de perfeição, mas está progredindo em direção a uma meta específica que será atingida quando o arco evolutivo da experiência for alcançado, o que está muito distante ainda. Nosso Logos planetário, essa grande Vida divina na qual vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, é, por enquanto, um dos “Deuses imperfeitos, sob o ponto de vista da meta que têm diante de si todos os Logos planetários. Seu corpo de expressão, nosso planeta, a Terra, não é ainda um planeta sagrado. O espírito da terra está ainda muito longe até mesmo da relativa perfeição da qual um ser humano consciente é capaz de perceber.
O ponto de evolução do espírito da terra afeta cada átomo de seu corpo - o corpo de uma entidade involutiva. O resultado desta imperfeição que não é a do Logos planetário, mas a do espírito da terra, revela-se na presença de doenças em todas as formas de todos os reinos da natureza. Os minerais estão sujeitos à doença e à decomposição; a “fadiga" dos metais é um fato registrado pela ciência; todas as plantas e animais reagem à doença na estrutura de suas formas, e doença e morte são inerentes aos átomos de que todos os organismos são compostos. O homem não é exceção. A doença, pois, não é provocada pelo pensamento errôneo, como tantas vezes tem sido dito, ou por não afirmar a divindade. É inerente à própria natureza da forma, indicando as imperfeições de que sofre o espírito da terra; é o modo por excelência pelo qual esta vida elemental retém a integridade e a capacidade de reabsorver aquilo que é seu, mas que foi posto sob outra direção pela potência atrativa da vida que dá forma a cada outro reino da natureza durante um ciclo de encarnação.
Certamente isto lhes dará uma nova ideia sobre a doença. O homem cria, sob o impulso da alma e a vontade para encarnar, uma forma que é composta de substância já sujeita a condicionamento; já impregnada com os impulsos de vida do espírito da terra. O homem, assim fazendo, assume responsabilidade por aquela forma elemental, mas - ao mesmo tempo - limita a si mesmo, definidamente, pela natureza dos átomos dos quais aquela forma é composta. A substância atômica através da qual o espírito da terra se expressa tem sempre em si as “sementes de retorno", que permitem a reabsorção. Esta substância é também composta de todos os graus e qualidades de matéria, da mais grosseira à mais refinada, como por exemplo, a que torna possível a aparência de um Buda ou do Cristo. Poucos Daqueles Que formam a Câmara do conselho de Shambala conseguem encontrar a substância necessária ou adequada por meio da qual possam aparecer. Eles não podem tomar um corpo físico denso e têm de se contentar com um veículo etérico.
Há, portanto, três tipos de vida que afetam a aparência densa de um ser humano durante sua restrita manifestação ou encarnação.
1. A vida do próprio homem espiritual, transmitida pela Mônada, por intermédio da alma durante a maior parte da existência manifestada.
2. A vida daquela totalidade que é a vida elemental do quarto reino da natureza, o humano; esta vida é ainda um aspeto (de acordo com a Lei do Isolamento ou Limitação) da vida do espírito da terra.
3. A totalidade da vida que é inata à própria substância atômica - a substância da qual todas as formas são feitas. Esta é a vida do espírito da terra.
Não nos referimos aqui à alma num átomo ou à alma de qualquer forma, grande ou pequena; referimo-nos exclusivamente à vida ou primeiro aspeto, o qual se expressa como vontade de ser, e, embora sempre presente, somente é ativo durante a vida da forma ou a fase da manifestação criada. É aqui que o fator Vontade aparece e é encontrada a relação entre a vontade, a forma e a encarnação.
Um dos fatores que governam a encarnação é a presença do que é chamado vontade de viver; quando ela existe e é poderosa no homem, ele fica fortemente ancorado no plano físico; quando não se encontra fortemente presente ou é retirado, o homem morre. A vida no corpo físico é preservada, tecnicamente e ocultamente, sob o impulso da poderosa vontade de ser do homem espiritual encarnado sobre o poder magnético da vida planetária, inerente em cada átomo da natureza da forma. Por meio destes átomos - isolados e mantidos na forma pela Lei de Atração - ele vem à existência no plano físico. Este poder magnético é a expressão da vontade (se tal palavra pode ser aplicada ao sentido de coesão que distingue o espírito da terra) da entidade planetária. É uma projeção de seu peculiar estado de consciência para uma forma isolada, criada, ocupada e habitada por uma alma, por um homem vivente.
Já por várias vezes usei a expressão “forma isolada”, pois é este peculiar aspeto de isolamento que condiciona o corpo físico de um homem (ou de qualquer outra forma viva) fazendo-a separada, coesa e temporariamente vivendo sua vida própria em resposta à imposição da vivência da alma encarnada. Temporariamente, o poder unificado dos átomos segregados e isolados - particularmente a estrutura do espírito da terra - está em dormência no que toca à reação individual à vida planetária. Somente as qualidades de coesão e magnéticas persistem em qualquer forma de atividade e em conjunção com a vontade de viver do homem espiritual ou de qualquer entidade que a anime. Isto cria uma forma mantida coesa pelos dois aspetos da vida: o aspeto do espírito da terra e o aspeto do homem espiritual. Portanto - usando palavras, num esforço para chegar ao entendimento - dois aspetos de vida e duas formas de vontade ou propósito são reunidos. O superior é de natureza evolutiva e o inferior, de natureza involutiva. É isto que cria o conflito. Um tipo de energia é evolutivo e o outro é involutivo. São estas forças conflitantes que apresentam o problema da dualidade - uma dualidade entre a superior e a inferior em muitas etapas diferente e variadas. A fase final do conflito é aquela em que o Morador do Umbral e o Anjo da Presença ficam face a face. É neste evento culminante que aparece a atração ou conflito entre a vida involutiva e a vida evolutiva, entre a vontade incipiente, magnética das forças elementais (inerente aos átomos que compõem os três corpos da personalidade) e a vontade do homem espiritual, à beira de se libertar do controle magnético da substância se manifesta.
O espírito da terra tem sua correspondência na expressão criada do homem espiritual; encontra-se na existência do elemental da personalidade, elemental esse que pode ser - e frequentemente é - uma força incipiente, inteiramente influenciada pelo desejo, sem que uma verdadeira integração da personalidade esteja presente; mas sendo, contudo, um fator altamente organizado e potente, produzindo o que chamamos uma personalidade de alto grau, e um instrumento efetivo para o homem espiritual nos três mundos de sua evolução. Mais tarde, seguem-se os conflitos no Caminho do Discipulado e no Caminho da Iniciação. Então a vida ou vivência do homem espiritual e sua vontade para manifestar-se divinamente, a tal ponto dominam que provocam a morte da personalidade, o que acontece quando da terceira iniciação. Nessa experiência, a vontade monádica da alma entra com tal potência dinâmica que a vontade das vidas elementais da personalidade tripla é completamente rechaçada.
Porém, para voltar ao nosso tema, a substância atômica, impregnada com a vida do espírito da terra e com a força impulsora de sua incipiente vontade, demostra-se como poder magnético e está constantemente em conflito - dentro do corpo de manifestação da alma que o anima - com a vida da alma. Este conflito ou fricção é a principal causa daquilo a que chamamos doença.
Doença é desarmonia; é culpa do fogo de fricção; áreas doentes são áreas de fricção onde a substância atômica está temporariamente afirmando seu próprio tipo de vida e respondendo (às vezes até à morte) à atração magnética da vontade do espírito da terra. Se essa atração for adequadamente forte, a fricção no interior da estrutura atômica, localizada na área de algum centro etérico, será de tal natureza que a qualidade da doença aumenta e a vida do homem espiritual é lenta ou rapidamente retirada. O desejo pela existência, a vontade espiritual de ser não é então tão forte quanto a vontade de ser reabsorvida - a vontade dos átomos constituintes do corpo físico. O homem, portanto, morre, no sentido comum do termo.
A vida planetária diz, “É chegada a hora da reabsorção. Retorna para mim”. O impulso para retornar é atualmente a nota dominante na substância dos corpos da humanidade; é responsável pela má saúde que universalmente distingue a massa dos seres humanos, uma tendência que domina há séculos. Esta atitude, porém, está lentamente mudando, e eventualmente chegará o tempo quando os átomos dos corpos, ou as forças elementais, serão enviadas de volta à reabsorção somente pela vontade do homem espiritual e em resposta ao seu expresso comando, e não em resposta ao poder magnético do espírito da terra.
Já vimos - nas Leis e Regras estudadas até agora - que, fundamentalmente, a doença e a morte são devidas à retirada da vida solar (a energia da alma, às vezes chamada fogo solar) seja de uma determinada área do corpo físico, ou de todo o corpo. Este fato deve fazer lembrar aos estudantes a necessidade de distinguir entre a força da vida dos “senhores lunares”, inerente a cada átomo de que todos os órgãos e formas são feitos, e a energia da alma que permeia todo o corpo, como um fator integrador. Falando simbolicamente, pois, há ocasiões em que a vida desses senhores lunares é tão dominante que a vida da alma é superada em alguma área particular e, a consequente retirada da vida solar, produz a doença; ou, em outras palavras, a fricção produzida quando os senhores lunares não obedecem, produz a doença. Ainda assim, a morte não indica uma vitória total dos senhores lunares, mas sim que, sob o plano da alma, e porque o ciclo de vida está completo, a energia da alma é inteiramente retirada, deixando sozinhos os senhores lunares. Às vezes (porque isto está também nos planos da alma) os senhores lunares são, temporariamente, vitoriosos, embora não ocorra a morte. A convalescença significa a gradual reentrada da energia da alma e seu subsequente controle sobre os senhores lunares. Este aspeto da energia da alma não é o daquelas energias que representam e conduzem à expressão da qualidade da alma. É a energia da vida, proveniente da Mônada, que passa através da alma como um canal e meio de contato. Seu canal direto, é desnecessário dizer, é o sutratma. Não é o antahkarana, ou fio criativo ou fio da consciência. Esses frequentemente se tornam inativos diante de uma doença aguda, e o aspeto vida se enfraquece, ou se retira rápida ou lentamente.
Veem, portanto, porque aqueles que conseguiram construir o antahkarana, o arco-íris entre a Mônada e a personalidade, estabeleceram um contato - inexistente no homem comum - entre a Mônada, a Fonte da Vida, e a personalidade - a expressão dessa Vida na objetividade. A Mônada, então, e não a alma, controla os ciclos de expressão externa, e o iniciado então morre segundo a sua própria vontade e de acordo com o plano ou as necessidades do trabalho. Isto, é claro, refere-se apenas aos iniciados de alto grau. Considero estes pontos interessantes e úteis para vocês. Um outro ponto decorrente de tudo que foi dito acima, indica a oni-inclusividade da Vida divina, pois os senhores lunares são aspetos dessa Vida tanto quanto a energia da alma.
É, portanto, de importância primordial que a cremação seja encorajada, e não o atual método de sepultamento. A cremação faz retornar a vida dos senhores lunares mais rapidamente ao reservatório central de vida do que qualquer outro método, pois “o nosso Deus é um Fogo consumidor”, e todos os fogos têm afinidade com o Fogo central.
Estudaremos agora a regra que acompanha a Lei VIII.
REGRA CINCO
O curador tem que procurar unir sua alma, coração, cérebro e mãos. Assim pode ele fazer fluir sobre o paciente a força vital curadora. Este é o trabalho magnético. Ele pode curar a doença ou agravá-la segundo o conhecimento do curador.
O curador deve procurar vincular sua alma, cérebro, coração e emanação áurica. Assim sua presença pode alimentara alma da vida do paciente. Este é o trabalho da radiação. As mãos não são necessárias. A alma mostra seu poder. A alma do paciente responde, por meio da resposta de sua aura, à radiação da aura do curador, inundada com a energia da alma.
Mesmo uma leitura casual desta Regra tornará óbvio que seu significado é vital para todo o trabalho bem sucedido de cura. Ela soma dois modos de cura, baseados em duas capacidades do curador, fundamentadas erri dois grupos de aspetos relacionados na personalidade do curador, e indicando dois diferentes pontos na sua evolução. Uma análise desta Regra dará uma ideia ainda maior de sua importância, pois ela indica não apenas as linhas ao longo das quais o curador precisa treinar-se, mas também certos relacionamentos internos precisam estar presentes, os quais dependem do ponto de evolução do curador. Por um lado, o corpo físico do paciente é o objetivo da arte de curar enquanto que por outro lado é a alma do paciente que sente o efeito da energia curadora. No primeiro caso, o curador trabalha com o prana ou fluido vital planetário, e no outro, com a energia da alma.
Podemos, portanto, com base nesta Regra, dividir os curadores em dois grupos: um maneja o fluido vital etérico que chamamos prana, e o segundo grupo trabalhando num nível muito mais elevado e empregando a habilidade de fazer descer a energia da alma para o corpo, ou melhor, a personalidade, do curador e - partindo do centro necessário - enviá-la novamente para o centro apropriado do paciente, mas desta vez por meio da estimulação da aura do paciente controlada por sua própria alma. Os dois tipos de energia são de qualidade muito diferente, porque uma é puramente da personalidade e é às vezes chamada magnetismo animal, e a outra é da alma, envolvendo um tipo de trabalho chamado radiação.
Devemos notar aqui que, na realidade, nós temos três tipos de curadores:
1. O curador que trabalha somente através do magnetismo e aplica a força vital curadora do corpo etérico planetário enquanto usa seu corpo etérico individual como um canal por onde o prana pode fluir para o corpo etérico do paciente.
2. O curador que trabalha num nível mais elevado, e necessariamente com um tipo mais elevado de paciente. Ele usa a energia de sua própria alma superior abrangente e protetora em conjunção com a energia de sua alma individualizada, daí irradiando para a alma do paciente, através de ambas as curas.
3. O curador que pode empregar as duas técnicas e cujo campo de contatos e possibilidades de utilização são muito maiores do que as outras duas. Ele pode empregar, com igual facilidade, a energia da alma ou a força vital prânica, e portanto domina as duas técnicas que governam os dois conjuntos de faculdades relacionadas. Esta classe de curador é muito mais rara que as outras duas.
Atualmente, no mundo moderno, não há um verdadeiro sistema de cura espiritual que se possa ensinar aos futuros curadores. Em seu lugar, há sim um esforço para basear todo o procedimento, mais as técnicas empregadas, em níveis puramente mentais, em sistemas de afirmações, modos de oração, estimulação da vontade de viver do paciente, e ocasionalmente, passes magnéticos ou hipnóticos em relação ao corpo etérico; são ensinadas várias formas de aplicação de pensamento subjetivo, porém nenhuma fórmula verdadeira para uma cura esperada e verdadeira, mas somente a vaga fé do curador e do paciente e uma autossugestão cega a respeito do que o reconhecimento e a afirmação da divindade podem produzir.
A verdadeira cura, porém, baseia-se em certos grandes princípios que exigem uma definida aceitação mental. Contudo, os métodos empregados são tão definidamente físicos - usando as correntes etéricas e os centros no corpo etérico - quanto a imposição de mãos e o estabelecimento de relações que afetam o corpo físico, e que não são absolutamente de natureza mental nem requerem que a mente do paciente se apropriem delas e as retenham. O corpo etérico é de natureza física, e isto não deve ser esquecido e é necessário que isto seja sempre reiterado. Como já vimos antes, há três princípios básicos aceitos e afirmados pelo curador, e este é grandemente ajudado se o paciente também os aceitar:
1. Não há nenhuma realidade na separação. O corpo etérico planetário é um todo indiviso e contínuo e dele são partes intrínsecas o corpo etérico do curador e do paciente.
2. Há uma inquebrantável (embora provavelmente não conscientizada) relação entre o corpo etérico do curador e o do paciente, a qual pode ser usada - uma vez tenha sido estabelecido o contato - para uma definida circulação de energias.
3. Os canais de relação podem ser condutores de muitos variados tipos de energia, transmitida pelo curador ao paciente, e neste fato reside tanto a esperança quanto o perigo.
Há outros princípios, porém em conexão com esta Regra estes três são essenciais e explicativos. Muita coisa, consequentemente, depende do conhecimento, da compreensão e da percepção do curador. O perigo tanto na cura radiadora quanto na cura magnética reside no fato de que, onde não há um curador treinado, a quantidade de prana introduzida ou de energia da alma distribuída pode produzir a morte, assim como a vida. Um curador pode carregar seu corpo etérico com tanto prana e projetá-lo tão violentamente no corpo etérico do paciente que ele fará mais mal do que bem. Somente uma longa prática pode ensinar o curador a emitir a correta quantidade de energia, e para aprender isto ele deveria usar o mínimo possível de energia, gradualmente aumentando a quantidade à medida que sua ação se torna mais hábil. Falando de modo geral, e lembrando que há muitas exceções a todas as regras, o curador magnético trabalhará com pessoas menos desenvolvidas do que o curador espiritual usando a radiação da alma, e ele lidará principalmente com aquelas doenças que são encontradas abaixo do diafragma. O curador espiritual trabalha principalmente com a parte superior do corpo, por intermédio dos centros acima do diafragma e com o centro da cabeça e daí controlando todos os centros do corpo. Seu trabalho é muito delicado e sutil e envolve riscos muito maiores. O verdadeiro curador que é um iniciado emprega ambos os métodos com igual facilidade.
É interessante, embora não particularmente útil para vocês, destacar que há duas outras classes de curadores às vezes encontrados, que trabalham de modo totalmente diferente de qualquer dos métodos acima mencionados. São eles:
1. Certos curadores - muito, muito raros - que estabeleceram uma relação com o espírito da terra, o Regente de todos os senhores lunares. Empregando certas fórmulas e com certa prática, estes curadores podem invocar-lhes a ajuda e - de fato - comandá-la. Não aconselho os estudantes interessados a se deterem sobre esta linha ou a tentarem estabelecer contato ou invocar sua ajuda. Somente iniciados de alto grau podem, em segurança, manejar este poderoso Elemental involutivo, e o fazem somente em tempos de epidemias e catástrofes internacionais, como a guerra mundial, nas quais milhares e milhares de corpos estão envolvidos. Um indivíduo sem grande desenvolvimento que tentasse estabelecer contato, provavelmente conseguiria apenas estimular os senhores lunares do seu próprio pequeno sistema a tal ponto que sua natureza inferior seria indevidamente energizada - às vezes até levando-o à morte.
2. Outros curadores, não tão raros quanto os do grupo acima,
mas relativamente poucos, trabalham em cooperação com um deva curador. Tais
devas têm o poder de outorgar a vida, e são para os senhores lunares
involutivos o que as grandes Vidas de Shambala são para nós. Eles não são
uma ameaça para a humanidade, porém não são facilmente alcançados, exceto
numa certa etapa do Caminho onde, simbolicamente falando, existe uma porta ou
ponto de contato entre as duas evoluções, pois os devas não estão no arco
involutivo. As relações são estabelecidas por meio da afinidade, mas só o
deva pode produzi-las e não o curador. Se o curador é muito avançado, seu
Mestre pode instruir um dos devas servidores para que o ajude. Somente
curadores de grande pureza e de motivação totalmente inegoísta podem atrair
esses anjos, e quando o fazem, a potência de sua cura é muito maior e cometem
menos erros. Eles, por exemplo, não tentam curar pacientes para os quais não
há possibilidade de cura. O Anjo da Morte (e desta vez não estou falando
simbolicamente, mas sim referindo-me a um deva existente) não permitirá que
um deva curador colabore, pois a sua aproximação só é permitida quando a
cura é indicada.
Agora vamos tomar as frases desta Regra e estudá-las, uma vez que há nelas
mais significados do que parece à primeira vista. A primeira frase em cada
parágrafo desta Regra começa com uma importante injunção dirigida ao
curador:
O curador deve vincular sua alma, coração, cérebro e mãos. Assim poderá ele fazer fluir para o paciente a força vital curadora.
Esta é a técnica do verdadeiro curador espiritual de tipo inferior, e por esta razão estão incluídos dois dos aspetos do corpo físico denso: o cérebro e as mãos. O curador trabalha, portanto, através de um triângulo e duas linhas de energia. A situação pode ser representada no seguinte diagrama:
O triângulo é completado quando o trabalho de cura está terminado e a energia é retirada das mãos para o cérebro novamente e daí, por um ato da vontade, retornando à alma. Quanto o curador (mediante a prática do alinhamento) faz a ligação com a alma, ele então atrai a energia da alma para o centro do coração, e daí transfere-a para o cérebro, onde ela é definitivamente focalizada. Usando o centro ajna como um centro distribuidor, ele então usa as mãos como agentes por meio dos quais a energia direcionada pode alcançar a área no corpo do paciente onde se encontra a sede do problema. Ele passa a energia para o centro do paciente que está mais próximo da área afetada e a rege , a partir do qual permeia toda a área circundante, penetrando desde o centro do problema até os limites da área afetada.
Há dois modos de usar as mãos e dois métodos que ele emprega:
1. A imposição das mãos. Este método é usado quando a área afetada está nitidamente localizada. As mãos são colocadas sobre o centro, na coluna vertebral ou na cabeça, que pode governar a área enferma - a mão direita sobre o centro na coluna vertebral e a mão esquerda sobre a parte do corpo imediatamente diante da zona particular e acima da parte do abdome, tórax ou cabeça motivo da queixa do paciente. Elas são mantidas nesta posição pelo tempo em que o curador puder manter o triângulo de alma, coração e cérebro claramente em sua consciência.
2. O uso das mãos em ação. Aqui o curador, tendo verificado a dificuldade e então localizado o centro necessário na espinha ou na cabeça, cria uma circulação de energia (pela ação de suas mãos) através do centro no corpo do paciente que controla a área afetada, e dessa área para fora em direção a si mesmo. Ele usa primeiro a mão direita, mantendo-a momentaneamente acima do órgão ou área doente e trazendo-a lentamente em direção a si mesmo; logo, rapidamente faz o mesmo com a mão esquerda. Devem notar que ambas as mãos são usadas positivamente. Não se permite que parte alguma ou aspeto do corpo ou corpos do curador sejam negativas, e a crença de que a mão esquerda é negativa já deverá ter sido descartada. Se uma das mãos fosse negativa, o curador estaria sujeito a absorver os átomos doentes que, quando ele é bom sucedido, retira da área enferma. Estes não respondem à ação de suas mãos por meio do centro no corpo do paciente mais próximo da sede do problema, e sim são retirados através da área que respondeu à doença.
No primeiro caso, mediante a imposição das mãos, quietas e silenciosas, o fluxo de energia passa de uma à outra mão, indo e vindo dentro da área enferma; o centro na coluna vertebral é usado todo o tempo, e quando a atividade é estabelecida com sucesso, queima e absorve as forças causadoras do problema sem penetrar no corpo do curador. No segundo caso, as forças são retiradas pela ação da energia passando através das mãos, aplicadas uma após a outra em ritmo regular. As forças passam através das mãos, porém não conseguem focalizar-se nelas, devido à concentração, nas mãos, das energias curadoras.
Os curadores do segundo, terceiro e quinto raios usam mais, geralmente, a imposição de mãos ou cura magnética. Este termo aplica- se à ação direta de pôr as mãos sobre o corpo físico do paciente, e não à ação das mãos no segundo método, quando as mãos são imersas no corpo etérico do paciente e estão definidamente trabalhando na matéria etérica. Curadores do primeiro, quarto e sétimo raios usam o modo de “imersão das mãos”, como é geralmente chamado. O curador de sexto raio é pouco comum e só tem êxito quando é altamente desenvolvido; ele então usará ambos os métodos alternadamente.
Todos os curadores espiritualmente avançados usam ambas as mãos, mas são aconselhados antes de tudo a certificarem-se qual o seu raio, e então aperfeiçoarem-se no tipo ou modo de cura mais adequado para aquele raio; então, quando adequadamente eficientes e capazes de usá-lo com facilidade e habilidade, podem também usar o modo de cura que não seja tão adequado ao seu tipo de raio. As pessoas do sexto raio são aconselhadas a abster-se da arte da cura até terem chegado (conscientemente) à etapa da iniciação. Quando ambos os métodos de cura magnética tenham sido dominados, o curador pode empregá-los alternadamente no ato da cura, ou pode usar o modo de passes magnéticos primeiro para estabelecer uma atividade modificada na área enferma, e então finalmente usar a imposição das mãos.
Ao finalizar o período de cura, tem lugar o “fechamento do triângulo”. A energia que até então passava pelas mãos vinda do cérebro por meio do centro ajna, é retirada para o centro ajna, e daí direcionada - por um ato da vontade - para a alma. A força curadora é, literalmente, “desligada” e redirecionada, não estando mais disponível.
Durante todo o período da cura, o curador nada diz: ele não usa afirmações ou mantras. O processo aqui descrito é o do efeito da energia ou potência da alma agindo sobre a força. Este é um ponto a ser enfatizado. “A tarefa do curador é manter uma atitude de intensa concentração sobre o triângulo existente em vivas linhas de energia”, como tem sido chamado, dentro de sua própria aura quádrupla - aura da saúde, corpo etérico, corpo astral e corpo mental. Isto ele tem de preservar intacto e estabilizado durante todo o período de cura. Alma- coração-cérebro têm de estar ligados de maneira tão “acesa” que um verdadeiro clarividente veria um brilhante triângulo na aura do curador; o ponto mais alto do triângulo - o da alma - poderia não ser visto, a menos que ele próprio fosse altamente evoluído, mas ele não poderia deixar de ver os seus sinais no influxo de energia chegando ao coração e do coração indo para o cérebro. O trabalho feito é silencioso, e por isso não há perda de energia em momento algum, como sempre há através da palavra falada ou afirmação. Não é possível manter o triângulo geometricamente correto e magneticamente polarizado se o curador emitir qualquer som. Isto pressupõe uma etapa avançada de alinhamento e de concentração e indicará algumas das linhas que o treinamento do curador deve seguir.
Este modo de curar “cura as doenças ou as agrava, de acordo com o conhecimento do curador”. Embora esta não seja a mais elevada etapa de cura, em certos aspetos é, contudo, uma de maior responsabilidade porque, no caso da cura por irradiação, a alma do paciente trabalha em cooperação com o curador e é a alma, então, que tem a maior responsabilidade. Na cura magnética, o curador precisa cooperar estreitamente com o médico ou cirurgião do paciente, o qual fornecerá o conhecimento técnico, impedindo, assim, que o curador cometa erros.
Quando a morte está definitivamente indicada e os “sinais da morte” são observados tanto pelo médico quanto pelo curador, este não precisa interromper seu trabalho. Continuando-o, pode agravar o mal, mas não obstante, estará ajudando o paciente a acelerar normalmente o ato de morrer. O velho provérbio de que “onde há vida, há esperança”, basicamente não se aplica a todos os casos. A vida pode ser prolongada - e frequentemente o é - depois que a alma decidiu retirar de si a vida; a vida dos átomos dos senhores lunares pode ser mantida durante um longo tempo, o que muito entristece o homem espiritual que tem consciência do processo e intenção de sua alma. O que é mantido vivo é o corpo físico, porém o interesse do homem real não mais está aí focalizado.
Chega inevitavelmente um ponto, como por exemplo no caso de doença maligna, quando o médico sabe que é simplesmente uma questão de tempo, e o curador espiritual pode aprender a reconhecer os mesmos sinais. Então, em lugar do atual silêncio do curador e do médico, no que diz respeito ao paciente, o tempo que resta será empregado (se as faculdades do paciente permitirem) na devida preparação para a “benéfica e feliz retirada” da alma; a família e amigos do paciente participarão da preparação. Nas primeiras etapas da nova religião mundial, será inculcada esta atitude diante da morte. Um conceito da morte inteiramente novo, enfatizando uma retirada consciente, será ensinado, e o funeral, ou melhor, a cremação, serão eventos jubilosos, porque a ênfase recairá sobre a libertação e o retorno.
Contudo, o trabalho magnético curará se assim o destino do paciente o indicar, se a alma quiser inesperadamente prolongar o ciclo de vida para cumprir algum dever, ou se o paciente for muito avançado espiritualmente e a Hierarquia necessitar seus serviços por mais tempo.
Consideremos agora a cura por radiação.
Agora trataremos de uma situação muito diferente da que acabamos de considerar. Na cura por radiação, o paciente, seja consciente ou inconscientemente, está trabalhando com o curador e cooperando com ele. A premissa básica nesse tipo de cura é que o paciente é alguém que, pelo menos até um certo ponto, estabeleceu contato com sua alma. Tendo isto sido conseguido, o curador sabe que pode contar com um canal de contato e que o interesse da alma pode ser evocado no seu representante, o homem no plano físico. Ele sabe também que o sucesso da cura por radiação depende, em grande parte, da habilidade de sua própria alma em estabelecer uma relação firme com a alma do paciente. Quando o paciente está consciente e em condições de cooperar, o trabalho é grandemente ajudado. De acordo com a capacidade do curador de valer-se do alinhamento e do contato estabelecido, será a qualidade da ajuda que ele poderá dar àquele que dela necessita. Quando o paciente está inconsciente, mesmo isso não causa real impedimento desde que o curador possa relacionar sua alma com a do paciente; em alguns casos, a inconsciência do paciente pode ser uma ajuda, pois uma ajuda demasiado ansiosa, enfática e impaciente poderá desequilibrar o trabalho - tranquilo, silencioso e controlado - do curador.
Contudo, uma vez estabelecido o contato, o trabalho do curador limita-se, simplesmente, a manter firme a relação; não será permitida interferência alguma no trabalho sendo feito pela alma do paciente, iniciado pela ajuda do curador. O Mestre Jesus na Cruz não poderia responder a nenhum processo salvador (mesmo que Ele o tivesse desejado) porque o corpo da alma - como sempre acontece na quarta iniciação - fora destruído; nada havia que pudesse responder ao poder evocativo de uma pessoa de fora, interessada ou amorosa. Como um adepto e alguém em quem a consciência monádica estava firmemente estabelecida, os poderes de que Jesus agora dispunha não poderiam ser usados para salvar Seu corpo físico. Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que Ele não desejaria salvá-lo, pois Ele agora (como foi demonstrado mais tarde pela história bíblica) possuía o poder de criar um corpo, à vontade, para atender às Suas necessidades. O sutil e subjetivo pecado dos apóstolos foi que eles não estavam interessados em evocar a atividade vivente em Seu próprio benefício - muito embora Ele jamais fizesse isso; porém eles não sabiam disso, mas estavam isto sim, inteiramente preocupados com sua própria tristeza e dor. A evocação - mesmo que eles tivessem tentado - teria sido inútil, porém, o bem que isso lhes proporcionaria, e a revelação que poderiam ter recebido quanto à imortalidade da alma, tê-los-ia iluminado enormemente e talvez construído um cristianismo ao redor de um Cristo vivo e não em torno de um Cristo morto.
Diz-se que na cura por radiação "o curador precisa ligar sua alma, cérebro, coração e emanação áurica". Notarão que dois pontos relacionados a esta instrução diferem do que foi dado no caso da cura magnética:
1. A ordem do triângulo de energias criado é diferente.
2. Os meios de contato são sutis, e não tangíveis.
A energia liberada segue uma linha direta de contato com o cérebro, e o curador começa com um triângulo fechado, não aberto, como no caso da cura magnética. O triângulo criado é simples, e não há contato físico e saída como na cura magnética:
O cérebro do curador está envolvido, mas não há qualquer contato com o paciente. O resultado é uma constante circulação de força que vem da alma e a ela volta. Isto necessariamente aumenta e energiza a personalidade tripla do curador e, portanto, de sua emanação áurica. Um clarividente veria sua aura grandemente alargada, em rápido movimento, e energizada pela luz de sua própria alma, mas com toda a sua radiação voltada na direção do paciente. Deste modo, a força curadora do curador estimula todos os três veículos da personalidade do paciente, o que ajuda a sua alma no trabalho que ela tem de realizar. O curador, consequentemente, verá a necessidade de postar-se do lado do paciente onde está localizada a dificuldade, de modo que a radiação de sua aura possa penetrar mais facilmente. Este é o caminho mais fácil, porém não o mais efetivo. Quando a vitalidade do paciente é forte, ele deve deitar-se de lado enquanto o curador permanece atrás, para que a energia que ele possa estar usando e que está potentemente energizando sua aura com a energia da alma, possa afetar a aura do paciente e assim facilitar a entrada da radiação curadora, com que ele está contribuindo, no centro ou centos necessários. Quando o paciente é altamente evoluído, o curador deve ficar diante da cabeça do paciente. Sua eficácia pessoal não é, então, tão grande, mas isso não importa, porque não é necessária, uma vez que a alma do paciente estará adequada à tarefa. Tudo que é preciso é que a aura do curador, mesclando-se com a do paciente, crie uma zona de tranquila atividade rítmica ao redor do centro da cabeça. Não é necessário contato físico algum com as mãos e, de forma alguma, o curador deverá tocar o paciente. A situação está resumida nas palavras: “Assim sua presença pode alimentar a vida da alma do paciente. Este é o trabalho da radiação. As mãos não são necessárias”.
Falando simbolicamente, é como se um grande vórtice de força se formasse pelo contato entre as duas auras e por sua elevada vibração, por meio do qual a alma do paciente pode trabalhar mais facilmente. Caso um iniciado estivesse presente, ele veria uma corrente dourada de energia descendo diretamente através dos corpos energizados da personalidade do paciente para o centro mais próximo da área do problema. A aproximação é feita através do centro da cabeça diretamente para o ponto afetado, e também para esse ponto está direcionada a aura do curador. A atitude mental do paciente é fortalecida e elucidada pela emanação mental da aura do curador; sua reação emocional, geralmente muito poderosa, é igualmente ajudada a aquietar- se, e a aura etérica e a da saúde exercem um efeito definido sobre os aspetos correspondentes da aura do paciente.
A cura por radiação é produzida pela combinação das duas auras, ambas respondendo ao contato da alma; o aspeto alma de ambas as pessoas (sob o controle da alma) é então dirigido para alguma área do corpo físico do paciente. Isto produz um tremendo efeito sobre a área afetada, e o centro nessa mesma localidade tornar-se excepcionalmente energizado. O trabalho do curador durante este processo é de intensa passividade. Tendo feito este contato, ele simplesmente aguarda e nada mais tem a fazer se não manter firme o alinhamento com sua alma e não permitir que coisa alguma perturbe os veículos de sua personalidade. Sua tarefa foi terminada quando ele fez contato com sua própria alma e a seguir alcançou a alma do paciente e com ela estabeleceu contato, algo que ele pode fazer porque sabe que todas as almas são uma. Por fim, a arte da cura será um dos fatores demonstrativos que comprovarão a unidade de todas as almas.
Esta regra, portanto, conclui-se com as palavras: “A alma do paciente responde através da resposta de sua aura à radiação da aura do curador, inundada com a energia da alma”. É, consequentemente, uma questão da energia da alma de ambas as partes encontrando-se nos três níveis de consciência humana. A expressão “a alma” está aqui no singular porque a unidade - ainda que por um momento - foi alcançada. A alma do paciente reconhece esta unidade pela “aceleração oculta” de sua própria aura e pela sua responsividade às radiações entrantes oriundas da aura do curador. A inundação da energia da alma por meio das auras amalgamadas é, toda ela, direcionada num esforço unificado para a área doente no corpo do paciente. Podem ver, portanto, que - consciente ou inconscientemente - o trabalho pode prosseguir e provocar a cura ou “aquela aceleração dos átomos que conduz, pela direção da alma, à libertação”, que é como o Velho Comentário designa o ato de morrer.
Quando fica evidente que o destino do paciente é morrer, a técnica do curador sofre certa alteração. Ele então posta-se diante da cabeça do paciente, e a partir desse ponto dirige todas as suas próprias radiações para a sede da doença, causando, necessariamente, uma grande aceleração da atividade vibratória. Enquanto isso, o paciente, conscientemente, pelo reconhecimento cerebral, ou inconscientemente, sob a direção da alma, começa o processo da retirada do corpo de toda a consciência. Esta é a razão pela qual tantas pessoas entram em coma antes de morrer. Uma vez começando o ato de retirada da consciência, está terminado o trabalho do curador. Ele “corta” o contato com a alma e reassume o controle de sua aura como meio de sua própria expressão espiritual. Esta já não é um instrumento de cura pela atividade da radiação, e deixa automaticamente o paciente sozinho para que complete a retirada do fio da consciência e do fio da vida, dos centros da cabeça e do coração.
Este é, em linhas gerais, um esboço dos processos seguidos nas curas magnética e radiadora. Dei-lhes o esqueleto estrutural da ideia, mas não os detalhes; muito pode ser inferido e dado quando estudarmos os sete métodos de cura com suas implicações de raio.
Este ensinamento está sendo dado de tal maneira que o estudante terá que “garimpar” através de suas páginas e coletar os fatos necessários e assim, formular a primeira etapa do procedimento da cura espiritual. A menos que ele próprio seja um curador espiritual e esteja pronto para ler nas entrelinhas e distinguir entre simbolismo e fato, ele se perderá e seu trabalho será inútil. Isto é proposital, pois a arte da cura - quando perfeitamente aplicada sob fórmulas corretas - pode ser perigosa. É preciso lembrar que embora a energia seja pensamento, de um ponto de vista superior, é também fogo. Toda técnica, procedimento e formulas terão que ser descobertas, submetidas à experimentação e seus resultados anotados antes que tenha lugar a verdadeira cura espiritual. Na época em que esta investigação haja terminado, será então uma questão menos perigosa do que é hoje.
Enquanto isso, um grande bem terá sido alcançado e muita coisa terá sido aprendida, se os interessados lerem, estudarem, meditarem, experimentarem cuidadosamente, e assim gradualmente construírem, em colaboração com a ciência médica contemporânea, esta ciência tão necessária.
Consideremos agora a Lei IX.
Na Lei IX e Regra Seis trataremos de fundamentos tão básicos que nosso problema será apresentar o ensinamento de maneira tão concisa que os vastos temas possam ser tratados brevemente e, ao mesmo tempo, de modo claro e simples. Esta lei é, na realidade, uma definição da Lei da Evolução, porém dada sob o ponto de vista espiritual. A Lei da Evolução - como é normalmente entendida - diz respeito ao aspeto forma à medida que ela se vai adaptando gradualmente para ser um intérprete, ou uma expressão, da energia da alma e mais-tarde, da energia monádica.
Esta lei, que poderia ser chamada a Lei da Perfeição, trata das energias internas que são responsáveis pela atuação da Lei da Evolução. É o aspeto superior ou a causa determinante do inferior. As leis subsidiárias da Lei da Perfeição são imprecisamente chamadas, pelo neófito, de leis espirituais, porém, ele pouco as conhece e junta-as todas em sua mente sob a idéia geral de que elas são uma expressão do aspeto amor da Deidade. Isso é essencialmente verdadeiro, sob o ponto de vista da qualidade, se for reconhecido ao mesmo tempo que o aspeto amor é essencialmente razão pura, e não um sentimento emocional expressando-se através de boas ações.
A regra que acompanha esta lei trata da relação do amor e da vontade, e é, consequentemente, de grande importância para o iniciado. Quero lembrar aqui que o único verdadeiro curador é o iniciado, e portanto, as duas últimas leis - Leis IX e Lei X - só podem ser realmente compreendidas pelo discípulo iniciado. Contudo, elas são, intelectualmente, profundamente interessantes para o iniciante, o inquiridor e o aspirante, porque - pelo menos teoricamente - ele pode captar alguns de seus significados, embora não seja ainda capaz de “guardar a lei “ - espiritualmente entendida.(Continua na Parte 5)