Cura Esotérica
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PARTE TRÊS
Capítulo VIII
As Leis e as Regras Enumeradas e Aplicadas (Parte 3)
REGRA TRÊS
Que o curador concentre a necessária energia no centro requerido. Que esse centro corresponda ao centro que apresenta a necessidade. Que os dois sejam sincronizados e juntos aumentem a força. Assim, a forma expectante ficará equilibrada em seu trabalho. Assim, os dois e o um, sob correta direção, curarão.
Esta regra pressupõe um conhecimento dos centros, e tal conhecimento, como sabem, é ainda embrionário. Tudo que sabemos, na maioria dos casos, é a localização de um centro, o que todavia, é suficiente especialmente em se tratando de curadores não treinados. Um conhecimento demasiado detalhado da formação, condição e resposta de um centro prejudicaria ao curador, porque seu pensamento se desviaria para o detalhe da forma apartando-se da energia e seus movimentos.
Esta regra requer que o curador, tendo-se alinhado com a alma e “aproveitado” à energia da alma (tornando-se assim um canal para a força espiritual), dirija esta energia para o seu próprio centro que corresponder ao centro condicionador do ponto de fricção. Se a doença ou problema físico é estomacal, por exemplo, ou relacionado com o fígado, o curador dirigirá a energia de sua alma para o plexo solar, situado na coluna vertebral etérica. Se o paciente estiver sofrendo de dificuldades no coração ou pulmões, o curador usará o centro do coração, empregando o centro da garganta para as doenças brônquicas, da garganta, da boca e dos ouvidos.
Duas coisas, portanto, assumem importância em relação ao próprio curador:
1. Deve conhecer o mais exatamente possível seu próprio ponto de evolução, pois isso lhe indicará sua capacidade ou não de trabalhar com qualquer um ou todos os centros. Para utilizar qualquer um de seus centros no trabalho de cura, o curador precisa tê-los despertado até certo ponto e ser capaz, conscientemente e pelo poder do pensamento regido pela vontade, de focalizar a energia em qualquer centro que escolher. Isto não significa que todos os centros estejam despertados e funcionando realmente. Significa, contudo, (se é que ele pode curar) que ele não está confinado apenas ao uso dos centros abaixo do diafragma, mas que, por um esforço da vontade espiritual, o pensamento pode ser canalizado para os centros superiores. Muitos aspirantes podem fazer isto com maior facilidade do que imaginam.
2. Ao canalizar a energia para um de seus centros antes de dirigi-la para o centro no corpo do paciente, o curador não pode correr o risco de superestimulação pessoal. Este é um ponto muito importante. Grande parte das doenças e males físicos entre o comum das pessoas é abdominal, exigindo o constante uso do plexo solar pelo curador, o que pode provocar uma grave condição de excesso de emocionalismo e até mesmo de astralismo agudo da parte do curador. Ele seria, então, vítima de suas boas intenções e de seu serviço espiritual, pois as consequências seriam más do mesmo modo. A energia é uma força impessoal e um agente puramente impessoal. Pureza de intenção, serviço altruísta e boa vontade não constituem proteção real, apesar das superficialidades do ocultista sentimental. De fato, a presença destas desejáveis condições somente aumenta a dificuldade, pois a energia da alma fluirá com grande força. O conhecimento dos riscos envolvidos, uma sensata avaliação das possibilidades e a compreensão científica e técnica das medidas protetoras serão dadas ao curador no final de seu treinamento. Por enquanto, e porque o perigo não é tão grande atualmente (devido à falta de potência do pensamento das pessoas e sua inabilidade em dirigir o pensamento) a principal medida protetora consiste na habilidade do curador em manter sua consciência firme no centro da cabeça com o “olho da direção’’ voltado para o centro necessário. Isto envolve uma focalização dual - uma habilidade que o curador deve esforçar-se por atingir.
É aqui que o curador distingue entre os processos de radiação e magnetização. Tendo concentrado a energia da alma no centro apropriado, por meio do poder de direção da cabeça (a sede da energia da alma) e pela potência do pensamento, o processo de radiação termina. Esta radiação passou por duas etapas:
1. A etapa em que a alma irradia energia para o centro da cabeça.
2. A etapa em que o curador dirige um raio dessa energia do centro da cabeça para o “centro necessário”, lá, ele é focalizado e mantido firme.
A partir deste centro apropriado estabelece-se a etapa de sincronização com o centro correspondente no corpo do paciente. Isto é feito, não porque o curador envia um raio para esse centro, mas porque a potência do centro do curador evoca uma resposta do centro do paciente; atuando como um imã, extraindo do paciente uma definida radiação. Esta radiação, esotericamente, “ilumina” o ponto de fricção na área circundante e - se o curador for clarividente - permite-lhe ver mais claramente a sede do problema e, portanto, chegar a um diagnóstico mais preciso. De modo geral, o curador - se não é médico - depende do diagnóstico do médico assistente.
Estabelece-se agora uma interação entre o curador e o paciente em níveis etéricos. A energia dos dois centros sincronizados está agora harmonizada, e neste ponto, o curador tem que determinar se o tratamento requer uma técnica de expulsão ou de estimulação. Portanto, ele tem que assegurar-se se o centro do paciente está superestimulado e se parte da energia excedente deve ser abstraída, ou se há uma desvitalização e é preciso aumentar a energia do centro deliberadamente.
Há, todavia, uma terceira possibilidade mencionada aqui que é mais lenta, porém mais desejável, em praticamente todos os casos, e que é alcançar o equilíbrio de energias entre o curador e seu paciente que manterá a energia na área do ponto de fricção e permitirá que a própria natureza realize a cura sem ajuda. Isto só é possível quando a harmonia ente o curador e o paciente é completa. Nesse caso, a única tarefa do curador é manter firme a situação, transmitir ao paciente confiança nos seus poderes internos, e encorajá-lo a aguardar por algum tempo pacientemente. A cura é, então, mais duradoura e não há aquele período de choque psíquico, como é o caso quando se emprega a súbita estimulação ou drástica expulsão.
Como veem, consideramos aqui, três modos pelos quais o curador emprega e direciona a força focalizada nos seus centros para:
1. Expulsar o excesso de energia num centro superestimulado.
2. Aplicar processos definidos para estimular os centros do paciente,
3. Preservar um estado de equilíbrio onde possa haver uma cura natural.
No primeiro caso, o curador deliberadamente aumenta a potência da energia acumulada em seu centro, de modo que ele se torna extremamente magnético e abstraí o excesso de energia do centro do paciente; no segundo caso, o curador envia um poderoso raio de sua própria energia para o centro correspondente no corpo do paciente. Este é um ato de irradiação que é muito eficaz. No terceiro caso, estabelece-se uma interação que preserva o equilíbrio, e provê uma atividade constante e normal no centro controlador da área enferma.
Notarão, também, como todos estes processos (e eles são relativamente simples quando compreendidos) dependem da decisão do curador. É aqui que podem ocorrer erros, e o homem que está procurando trabalhar segundo as linhas que indico faria por bem mover-se lentamente e com a devida precaução mesmo que isso implique em ineficiência e insucesso. É melhor não ter efeito sobre o paciente e sua condição do que - pela potência de uma decisão imprudente, o poder do próprio pensamento e o foco de sua direção - acelerar a morte do paciente pela súbita abstração da energia necessária ou pela estimulação de um centro já de si superestimulado e superativo.
Em última análise, a meta dos três modos de ajudar o paciente pelo trabalho direto com os centros envolvidos é produzir uma atividade equilibrada e saudável. Consegue-se isto mais facilmente no caso de uma pessoa evoluída do que no caso de um indivíduo cujo centro está normalmente inativo e ainda não desperto e onde a dificuldade se deve mais à ação de algum dos vinte um centros menores situados no corpo do que à ação dos sete centros maiores. Nestes casos, o paciente pode ser muito mais facilmente ajudado pela medicina ortodoxa e pela cirurgia do que por qualquer dos processos de cura espiritual. É por esta razão que o curador espiritual somente agora começa a tornar-se importante e seu trabalho possível. Isto é decorrente do rápido desenvolvimento espiritual da humanidade, que permite aos homens pela primeira vez e numa escala substancial, aproveitar-se destas leis e regras.
Na última frase da Regra Três, o significado do dois e do um é que a energia combinada dentro do curador - a energia da alma focalizada no centro da cabeça e a energia do “centro necessário”, mais a energia do centro que controla o ponto de fricção no corpo do paciente - é responsável pela cura, desde que o destino do paciente seja ser curado.
LEI VI
Quando as energias construtoras da alma estão ativas no corpo, há então saúde, límpida interação e correta atividade. Quando os construtores são os senhores lunares e aqueles que trabalham sob o controle da lua e às ordens do eu pessoal inferior, então temos doença, saúde precária e morte.
Esta lei é muito interessante porque lida basicamente com as causas, principalmente as causas que a pessoa comum não controla conscientemente, e porque ocultamente ela oferece um quadro em miniatura ou microcosmicamente da situação macrocósmica ou universal. Ele lida com o problema do mal ou da dor e do sofrimento (os grandes mistérios de nosso pequeno planeta) em umas curtas frases, porém frases com profundas implicações. A própria simplicidade desta grande lei natural vela os significados de grande alcance de sua atuação normal. Expõe com grande simplicidade o que passarei a enumerar porque a divisão de um parágrafo em frases claras e simples é um meio seguro de chegar à compreensão:
1. Quando a alma controla a forma envolvida, há saúde.
2. A alma é o construtor da forma, a força construtiva em manifestação.
3. Isto se aplica tanto ao microcosmo quanto ao macrocosmo.
4. Os resultados são inteireza, correta relação e atividade correta.
5. Quando a alma não exerce o controle e, portanto, as forças da natureza da forma são os fatores controladores, haverá má saúde.
6. Os construtores da forma são os “senhores lunares”, os elementais físicos, astrais e mentais.
7. Estes, na sua tripla totalidade, compõem a personalidade.
8. Eles estão, ocultamente, sob a direção da lua, o símbolo da forma, frequentemente chamada muitas vezes a “mãe da forma”.
9. A emanação vinda da lua tem nela as sementes da morte e da doença, porque a lua é um “planeta morto”.
Como podem observar, tudo retorna à fonte da energia principal que controla o corpo. Embora a alma seja a fonte da vida e da consciência, durante eons tudo que a alma faz é preservar a forma na vida e consciência, até o momento em que ela alcança a etapa na evolução em que ela se torna um instrumento útil e adequado (e o será cada vez mais) para ser empregado (e o será cada vez mais) para ser empregado pela alma como um meio de expressão e serviço. O carma determina, então, a natureza do corpo físico. Pode ser sadio porque não foi mal usado numa vida ou vidas, condicionando uma determinada encarnação, ou doentio porque está pagando o preço do erro. A boa saúde não depende necessariamente do contato consciente com a alma. Isto pode produzir boa saúde, mas depende também, na maioria dos casos, da vida e intenções da personalidade - nesta vida e em vidas anteriores; somente quando a vontade da personalidade se volta para o melhoramento espiritual e uma vida mais limpa e pura é que a alma pode ser de real ajuda.
Esta lei implica também aquela relação básica que torna a forma tripla do homem uma parte integral do todo macrocósmico. Todas as formas em qualquer reino são construídas pelos senhores lunares sob um impulso que emana do Logos planetário, trabalhando em cooperação com o Espírito da Terra - a soma total de todos os senhores lunares e dos três tipos de substância energizada que entram na criação dos corpos físico, astral e mental. A relação do Logos planetário com este Espírito da Terra (a relação de um Ser evolutivo com uma entidade involutiva) é um reflexo, distorcido e sob a influência da miragem, nos três mundos da relação da alma com o elemental da personalidade. É muito importante que o curador compreenda que, ao lidar com a doença, ele está na realidade lidando com vidas involutivas e tentando trabalhar com elementais. A tendência natural dessas vidas elementais, todas elas no arco involutivo, é bloquear e frustrar seus esforços e os esforços da alma, e isto - para elas - é o seu caminho evolutivo: é isto que finalmente as trará para o arco evolutivo.
Quando chega o momento em que a alma pode assumir o controle consciente
dentro da forma e sobre ela, e pode finalmente criar uma forma adequada às
suas necessidades espirituais, será porque os elementais que são a soma total
elemental da personalidade, chegaram a um ponto no seu desenvolvimento em que
estão prontos para voltar-se para o caminho do retorno. O trabalho da alma
jamais é puramente egoísta na obtenção de um meio de expressão nos três
mundos, pode parecer ao pensador casual e superficial. Sob o ângulo da alma,
isto é totalmente incidental; é uma atividade necessária, mas envolve
também o trabalho sacrificial de salvar a substância e promover a evolução
da matéria. Segundo o Velho Comentário, “a Mãe (matéria- substância) é
salva pelo nascimento de seu Filho (o Cristo interno, a consciência
espiritual)”. Isto é verdade tanto no macrocosmo quanto no microcosmo.
Aqui reside o segredo da morte e do sofrimento planetário. O nosso Logos
planetário (olhando a verdade sob o ângulo do macrocosmo) é, como sabem, um
dos “Deuses imperfeitos” citados na Doutrina Secreta, embora perfeitos
além da nossa compreensão humana, a compreensão de uma unidade em um dos
reinos que constituem Seu corpo de manifestação. Não há ainda verdadeiro
equilíbrio entre espírito e matéria, embora o ponto de equilíbrio esteja
quase sendo alcançado. As forças involutivas são ainda potentes e as
energias espirituais ainda frustradas, embora muito menos do que nos
primórdios da história humana. A próxima grande raça humana, que se
seguirá à atual, alcançara um ponto de equilíbrio que introduzirá a
chamada era de ouro. Haverá muito menos pontos de fricção no planeta e,
portanto, no homem individual, e áreas de frustração e de fútil atividade
desaparecerão. Isto já pode ser observado acontecendo, no corpo de uma pessoa
avançada ou num iniciado e durante extensos períodos de suas encarnações;
correspondências paralelas são, via de regra, exatas.
Esta lei oferece um assombroso quadro cheio de esperança, particularmente se considerarmos certos fatos presentes no mundo de hoje e os compararmos com as condições de centenas de anos atrás. A consciência da humanidade está, em toda parte, desperta; as raças menores desenvolvidas estão em vias de alcançar educação, envolvendo necessariamente a descoberta da mente; a boa vontade está sendo reconhecida como necessária para o desenvolvimento mundial, e os homens estão descobrindo que “nenhum homem vive para si mesmo” - nem qualquer nação; estão registrando o fato de que é uma questão de bom senso e sabedoria melhorar as condições dos homens em toda parte. Esta é uma atitude nova e uma abordagem recente e plena de esperança. Os homens estão aprendendo a se conhecerem e a se compreenderem, uns aos outros; as nações aproximam-se umas das outras; os estadistas de todas as nações lutam juntos para solucionar o problema de melhoria das condições humanas; em toda parte se pensa, se avalia e se luta pela liberdade e valores mais verdadeiros. O que é isto se não o esforço da alma da humanidade para exterminar a doença, restabelecer a saúde às áreas enfermiças e eliminar os pontos de fricção? Não é isto que o homem espiritual doente está procurando produzir no seu próprio corpo, e o que o curador está tentando ajudá-lo a fazer?
Ao agir assim, os “senhores lunares” e as forças da substâncias têm
que afinal submeterem-se à energia da alma, e se beneficiarão, sejam elas
forças microcósmicas ou macrocósmicas.
Uma das coisas que frequentemente intrigam os estudantes é a afirmação de
que o corpo físico denso não é um princípio. H.P.B. declara isto
enfaticamente, e as pessoas tendem a pensar (a menos que sejam teósofos
fanáticos) que ela está errada ou intencionalmente enganando os estudantes.
Um dos pontos pouco compreendidos é a natureza de um princípio. Contudo, só
ao entender o que é um princípio, podemos apreciar a beleza e exatidão de
sua afirmativa. O que, em última análise, é um princípio? Um princípio é
aquilo que, macrocosmicamente falando, está sendo desenvolvido em cada plano
dos nossos sete planos - os sete subplanos do plano físico cósmico. É o
germe ou a semente em cada subplano que incorpora algum aspecto da consciência
divina em desenvolvimento; é aquilo que está fundamentalmente relacionado com
alguma forma de sensibilidade; é aquilo a que os corpos podem responder à
medida que evoluem. Um princípio é um germe de percepção que carrega toda a
potencialidade de consciência plena em algum nível particular da atividade
divina. É aquilo que torna possível o conhecimento e a resposta consciente ao
meio ambiente; é aquilo que implica uma atividade sensitiva sequencial e
“desdobradora", resultando na possível e inevitável compreensão divina.
O corpo físico, e em menor medida, os corpos astral e mental, são automáticos em sua atividade como aspetos de um mecanismo divino de resposta, um mecanismo que permite ao Homem Celestial, ao Logos planetário e ao homem espiritual registrar resposta consciente àquilo que deve ser contatado sob o plano divino e por meio de um mecanismo. Atualmente, o corpo físico é, por enquanto, o único tão plenamente desenvolvido que, neste nosso esquema planetário, não pode alcançar maior desenvolvimento evolutivo, exceto no que o homem espiritual possa afetá-lo - e ainda assim, o maior efeito é produzido no corpo etérico e não no físico denso. Este é um ponto pouco compreendido, mas da maior importância.
O corpo físico denso alcançou seu ponto máximo de desenvolvimento e de interesse (sob o ângulo da atenção mental e da ação hierárquica) no anterior sistema solar. Era então a meta divina de todo o processo evolutivo, o que não é fácil para a humanidade compreender. Não me é possível nem aconselhável indicar as etapas evolutivas pelas quais passou este divino instrumento em preparação para a tarefa a empreender no atual sistema solar. Nesta divina encarnação do nosso Logos planetário mediante este pequeno planeta, a Terra, o corpo físico não é uma meta, mas sim apenas algo que existe e tem que ser aceito, e que precisa ser adaptado e incorporado ao plano evolutivo geral, plano esse inteiramente voltado para a consciência. O corpo físico é simplesmente - nada mais, nada menos - o veículo de consciência no plano físico, porém o foco de atenção é o corpo etérico como expressão dos veículos mais sutis e do estado de consciência que eles incorporam. O corpo físico é importante porque ele tem que abrigar e responder a todos os tipos de resposta consciente, desde a resposta do mais inferior tipo de ser humano até, e inclusive, à da consciência de um iniciado do terceiro grau. Os corpos e formas da vida consciente interna nos três reinos subumanos têm um problema análogo, porém não tão difícil. Estou aqui, contudo, considerando somente o corpo físico de um ser humano, o qual não é um princípio porque não é, de forma alguma, uma meta a ser alcançada; não é a semente ou germe de coisa alguma. Quaisquer mudanças produzidas no corpo físico são secundárias em relação à meta da resposta consciente à revelação de uma divindade emergente. Senti necessidade de enfatizar isto devido à confusão, sobre este assunto, existente na mente dos homens.
Resumindo; o corpo físico não é um princípio; não é o principal objeto da atenção do aspirante; ele responde automaticamente à consciência que lentamente se desenvolve em todos os reinos da natureza; ele permanece constantemente como aquilo sobre o qual se trabalha e não como algo que tenha uma influência interna própria; não tem importância no processo ativo, uma vez que ele é um recipiente e não algo que dê início à atividade. Importante é a consciência em desenvolvimento, a resposta do homem espiritual interno à vida, às circunstâncias, aos acontecimentos e ao meio ambiente. O corpo físico responde. Quando o corpo físico se torna, equivocadamente, o objeto da atenção, isso indica retrocesso. Eis porque toda excessiva atenção dada às disciplinas físicas, ao vegetarianismo, à dieta e ao jejum, e aos atuais modismos das chamadas curas mentais e divinas são indesejáveis por não estarem de acordo com o plano projetado. Portanto, indevida consideração e excessiva ênfase sobre o corpo físico é algo reacionário, tal como a adoração do bezerro de ouro pelos filhos de Israel; é uma reversão àquilo que, numa determinada época, era importante, mas que hoje tem que ser relegado a uma posição menor e abaixo do patamar da consciência.
Tratei aqui este tema porque, na Lei VII, é chamada a nossa atenção para o fato das glândulas endócrinas, e é necessário que este assunto seja abordado sob o ponto de vista correto. As glândulas endócrinas são uma parte tangível do corpo físico; são, pois, uma parte daquela manifestação criada que não é considerada um princípio. Contudo, são efetivas e potentes e não podem ser ignoradas. É necessário que os estudantes considerem essas glândulas como efeitos e não causas dos acontecimentos e condições no corpo. O corpo físico - não importa o que suas vítimas possam acreditar e declarar - está sempre condicionado por causas internas; jamais, intrinsecamente, é ele uma causa. Neste sistema e no nosso planeta, ele é automático e afetado por causas geradas nos planos internos ou pela ação da alma. Por favor, observem a importância desta declaração. O corpo físico não tem vida verdadeiramente própria; neste ciclo, simplesmente responde aos impulsos emanados de fora dele. Sua conquista e triunfo é que ele é um autômato. Se puderem apreender adequadamente o sentido desta fase, podemos então, em segurança, passar à consideração da Lei VII e de Regra 4.
LEI VII
Quando a vida ou energia flui sem impedimentos e seguindo a correta direção para a sua precipitação (a glândula relacionada), então a forma responde e a má saúde desaparece.
Um dos interessantes fatores que o estudante deve observar é a doutrina dos intermediários que se encontra em tal abundância e é considerada tão vitalmente importante em todo o ensinamento ocultista. Foi enfatizada (embora erroneamente interpretada) no ensinamento cristão sobre o Cristo. O cristianismo apresentou-o como um agente intermediário entre um Deus zangado e uma pobre e ignorante humanidade. De forma alguma foi essa a intenção de Sua vinda ou de Seu trabalho, porém não trataremos aqui de seu real significado. Este tema já foi abordado em relação à Nova Religião Mundial.' Também tem sido ensinado na apresentação esotérica (a qual está estreitamente aliada às doutrinas cristãs) que a alma é o intermediário entre a mônada e a personalidade. A mesma ideia encontra-se também em outras apresentações religiosas; por exemplo, o Buda é mostrado como intermediário entre Shambala e a Hierarquia, atuando como tal uma vez por ano; o plano etérico (e com isto quero dizer os veículos etéricos cósmico, planetário e individual) é o intermediário entre os planos superiores e o corpo físico denso. Todo o sistema de revelação oculta ou esotérica baseia-se nesta maravilhosa doutrina da interdependência, de ligações conscientemente planejadas e arranjadas, e da transmissão de energia de um a outro aspeto da divina manifestação. Por toda a parte e através de tudo existe a circulação, a transmissão e os modos de fazer passar a energia de uma para outra forma, e sempre mediante um mecanismo apropriado. Isto é verdadeiro no sentido involutivo, no sentido evolutivo e, também, no sentido espiritual. Este último é ligeiramente diferente dos outros dois, como todos os iniciados de graus superiores bem sabem. Poder-se-ia escrever toda uma tese sobre os agentes transmissores, a qual incluiria finalmente a doutrina dos Avatares. Um Avatar é aquele que tem uma peculiar facilidade ou capacidade (além de uma tarefa auto imposta e um destino predeterminado) de trabalhar com energias, transmitidas através do corpo etérico de um planeta ou de um sistema solar. Isto, contudo, é um profundo mistério. Foi demonstrado de modo peculiar, e em relação à energia cósmica, pelo Cristo, o Qual, pela primeira vez na história planetária, transmitiu a energia cósmica do amor diretamente para o plano físico do nosso planeta, e também de forma peculiar, para o quarto reino da natureza, o reino humano.
Isto deveria indicar-lhes que, embora a energia do amor seja o segundo aspeto da divindade, o Cristo incorporou e transmitiu, à humanidade, quatro qualidades deste aspeto, e consequentemente, para os outros reinos da natureza - as quatro únicas qualidades que a humanidade poderia absorver. Por enquanto, somente uma dessas quatro está começando a manifestar-se - a qualidade da boa vontade. As outras três serão reveladas mais tarde, e uma delas está relacionada num sentido peculiar à qualidade curativa do amor. De acordo com o Novo Testamento, o Cristo referia-se a esta qualidade como “virtude” (uma tradução inexata da palavra originalmente usada). Cristo empregava-a quando a força curadora Lhe era retirada e Ele dizia “Saiu de mim uma virtude”.
Trouxe isto à atenção de vocês porque esta verdade está diretamente relacionada à esta Lei VII. Vimos, em conexão com todos os processos de cura, que o corpo físico denso é visto esotericamente como um simples autômato; é apenas um recipiente de energias transmitidas. Vimos que o corpo etérico na forma, ou que “subjaz” a qualquer forma é, ele próprio, uma estrutura para a transmissão de energias vindas de diferentes fontes - fontes essas que são primariamente o ponto onde a vida dentro da forma põe sua ênfase. Para o ser humano comum, este ponto é, usualmente, o corpo astral, do qual emana a energia astral ou emocional ali ancorada antes de ser transmitida para o corpo etérico. Haverá, contudo, na maioria dos casos, uma maior ou menor mistura de energia mental. Mais tarde, a energia da alma, reforçada (se é que posso usar tal palavra) pela mente purificada, e transmitida através da personalidade, condicionará o corpo etérico e, consequentemente, controlará as atividades do veiculo físico. Esta lei chama nossa atenção para o fato de que o corpo físico denso, sob o impacto de energias subjetivas, produz, por sua vez, uma “estrutura de transmissão” e automaticamente repete a atividade do corpo etérico. Ele cria (em resposta ao influxo de energias vindas do corpo etérico por meio dos sete centros maiores) uma estrutura física densa interligada, à qual demos o nome de “sistema glandular endócrino”. Estas glândulas - por sua vez e em reposta ao influxo de energias provenientes do corpo etérico - produzem uma secreção que é chamada secreção de hormônios, secreção essa que as glândulas transmitem diretamente na corrente sanguínea.
Não é minha intenção estender-me em detalhes técnicos sobre este assunto; escrevo para o leitor leigo, e não para os da profissão médica, o qual tem a franqueza de admitir quão pouco conhece ainda sobre este assunto. Os pesquisadores pouco sabem sobre a relação entre as glândulas endócrinas, o sangue e a totalidade da fisiologia do ser humano; pouco sabem sobre a relação existente entre as várias glândulas, as quais constituem um entrelaçado conjunto diretor de importância vital, ligado e unido, animado e dirigido pelos sete centros etéricos. Este é um fator naturalmente ignorado pelo cientista ortodoxo neste campo, e até que ele reconheça o que é que produz as glândulas endócrinas, ele permanecerá totalmente desarvorado quanto à causa e aos reais resultados. As glândulas são precipitações diretas dos sete tipos de energia fluindo através dos sete centros. Elas controlam todas as áreas do corpo. Na sua criação temos uma definida expressão da atividade irradiadora e magnética de todas as energias, pois as glândulas são produzidas pela irradiação dos sete centros, mas seu efeito - individual e combinado - é magnético. A radiação abstrai átomos físicos densos e focaliza-os na área adequada do corpo físico, para que eles possam agir como distribuidores para a corrente sanguínea e, portanto, para o corpo físico denso de um dos aspetos da energia entrante. Notem que apenas um aspeto da energia é assim distribuído - aquele que corresponde ao terceiro aspeto da substância inteligente ativa. Os outros dois aspetos latentes são distribuídos como energia pura, afetando áreas, mas não afetando qualquer ponto focalizado, e uma glândula é um ponto focal localizado. Anseio que este assunto das glândulas e sua relação com os centros seja corretamente compreendido, pois o assunto todo está estreitamente relacionado com a arte da cura. Um dos efeitos da energia curativa (por intermédio de qualquer centro condicionando a área onde o ponto de fricção esteja localizado) é a estimulação da glândula relacionada e o aumento de sua atividade. Em última análise, as glândulas são intermediárias entre o curador e o paciente, entre o centro e o corpo físico denso, e entre o corpo etérico e o seu autômato, o veículo físico denso receptor.
Continuando nossa consideração do agente transmissor direito dos centros para a corrente sanguínea (as glândulas endócrinas) gostaria de destacar que os centros trabalham através deste sistema endócrino por impacto direto, através de um raio ou corrente de energia, emanando de um ponto central dentro do centro. Através deste meio eles condicionam e controlam áreas inteiras do corpo, e o fazem por meio daqueles aspetos dos centros que simbolicamente chamamos “pétalas do lótus”. Num ponto exatamente no centro do lótus, a força da vida é focalizada e, à medida que sai para a glândula relacionada, adquire a qualidade da energia pela qual o centro é responsável, porque a força A da vida é, essencialmente, não-qualificada. O raio da vida, se podemos chamá-lo assim, que é encontrado no coração de cada centro, está identificado monadicamente com a sua fonte, e possui - quando posto em contato com suas pétalas - uma maior qualidade inata de energia atrativa; toda energia que emana da fonte única deste sistema solar está relacionada com a energia que chamamos Amor, e esta energia é atração magnética. As pétalas do lótus, e a área de energia circundante que constitui a forma do lótus, são qualificadas por um dos sete tipos subsidiários de energia, os quais emanam dos sete Raios que emergem da Fonte una, como Representantes do Criador multíplice.
Dentro do sistema solar, como sabem, encontram-se os sete planetas sagrados, que são os depositários, ou a expressão destes sete raios, destas sete qualidades da divindade. Dentro do nosso planeta, a Terra (que não é um planeta sagrado), há igualmente sete centros que se tornam, à medida que a evolução prossegue, os recipientes das qualidades dos sete raios vindos dos sete planetas sagrados, proporcionando assim (dentro do círculo-não-se-passa solar) um vasto sistema de energias interligadas. Três destes centros, que representam os três raios maiores, nós já conhecemos:
1. Shambala |
O raio do poder ou propósito. O primeiro aspeto. A energia da vontade. |
2. A Hierarquia | O raio do amor-sabedoria. O segundo aspeto. A energia do amor. |
3. A Humanidade | O raio da inteligência ativa. O terceiro aspeto. A energia da mente ou pensamento. |
Há quatro outros centros, que, com os três acima, constituem os sete centros, ou os sete pontos focais de energia planetária, que condicionam a manifestação corporal do nosso Logos Planetário. Através deles, o Senhor do Mundo, trabalhando a partir do Seu Próprio nível num plano cósmico e através de Sua divina Personalidade, Sanat Kumara, leva adiante Seus propósitos no nosso planeta.
Similarmente, dentro do microcosmo - o homem - encontram- se as correspondências a estes sete centros. Nele igualmente existem sete centros principais, que são recipientes da energia que emana dos sete centros planetários, os depositários dos sete aspetos de força do raio. Estas sete energias - em vários estágios de potência - condicionam a expressão do homem nos três mundos, fazem dele o que ele é em qualquer momento enquanto em encarnação, e indicam (pelo seu efeito ou falta de efeito sobre os centros) seu ponto na evolução.
Dois destes centros no ser humano encontram-se na cabeça, e os outros cinco, ao longo da coluna vertebral. A coluna vertebral é o símbolo físico desse alinhamento essencial que é a meta imediata das relações direcionadas levadas a efeito conscientemente pelo homem espiritual e produzidas como resultado de correta meditação.
A meditação é uma técnica da mente que por fim produz corretas e desimpedidas relações; isto é um outro nome para alinhamento. É, portanto, o estabelecimento de um canal direito, não só entre a fonte una, a mônada, e sua expressão, a personalidade purificada e controlada, mas também entre os sete centros no veículo etérico humano. Isto - de modo talvez surpreendente para vocês - é pôr o resultado da meditação numa base física, ou melhor, sobre efeitos etéricos, e pode ser considerado por vocês como indicado da fase mais baixa de tais resultados. Isto se deve ao fato de que vocês põem a ênfase do alinhamento produzido, em sua reação mental; na satisfação derivada de tal alinhamento no qual são registrados novos mundos de fenômenos; e sobre os novos conceitos e ideias que consequentemente invadem a mente. Porém, os verdadeiros resultados (tanto divinos como esotericamente desejáveis) são o correto alinhamento, a correta relação, e canais desimpedidos para as sete energias no sistema microcósmico, assim produzindo eventualmente uma plena expressão da divindade. Todos os sete centros no veículo etérico do Cristo estavam corretamente ajustados e alinhados, verdadeiramente despertos e funcionantes e apropriadamente receptivos a todas as sete correntes de energia oriundos dos sete centros planetários; isto punha-o em harmonia, portanto, e em pleno e reconhecido contato com Aquele em Quem vivia, se movia e tinha Seu ser. O resultado fisiológico desta total “esotérica rendição aos sete”, (como é às vezes chamada) às energias espirituais entrantes, na devida ordem e ritmo, foi o aparecimento, no Cristo, de um sistema endócrino perfeito. Todas as Suas glândulas (principais e secundárias) funcionavam corretamente e isto produziu um “homem perfeito” - fisicamente perfeito, emocionalmente estável e mentalmente controlado. Em termos modernos, o “padrão de comportamento” do Cristo - devido à perfeição do Seu sistema glandular, como um efeito dos centros corretamente despertados e energizados - fez Dele uma expressão da divina perfeição para o mundo inteiro. Ele foi o primeiro de nossa humanidade a alcançar este ponto na evolução, e “o Mais Velho numa grande família de irmãos”, segundo as palavras de São Paulo. As atuais imagens que pretendem representar o Cristo provam por si mesmas ser completamente incorretas, pois não dão testemunho de qualquer perfeição glandular; estão cheias de fraqueza e doçura, porém nada revelam de força, agudeza e vivacidade. E a promessa feita ao mundo é de que assim como Ele é, assim poderemos ser nesse mundo.
Esta é uma promessa que está por trás da correta compreensão da ciência dos centros. A realidade factual dos centros será provada a todos os homens quando gradualmente os centros estiverem sob o controle da alma, forem correta e cientificamente energizados e trazidos à condição de verdadeira “vida”, e começarem a condicionar toda a área do corpo na qual o centro se encontra, e - entre eles - tragam todas as partes do corpo humano sob a sua influência radiadora e magnética.
São os centros que mantêm o corpo unido e fazem dele uma totalidade coesa, energizada e ativa. Como sabem, por ocasião da morte, o fio da vida retira-se do centro do coração. O que ainda não foi enfatizado é que esta dupla retirada tem efeito sobre cada centro do corpo. O fio da consciência, ancorado no centro da cabeça, qualifica as pétalas do lótus chamado na literatura oriental “o lótus de mil pétalas”, e as pétalas desse lótus têm uma relação e um efeito definidamente qualificador sobre as pétalas de cada um dos outros centros maiores dentro do corpo etérico; o centro da cabeça preserva-os em atividade qualificadora, e quando esta qualidade de resposta consciente é retirada do centro da cabeça, um efeito imediato é sentido em todas as pétalas de todos os centros; a energia qualificadora é retirada, deixando o corpo pela via do centro da cabeça.
A mesma técnica geral aplica-se ao fio da vida que está ancorado no coração, depois de passar, aliado ao fio da consciência, para e através do centro da cabeça. Enquanto o fio da vida está ancorado no coração, ele energiza e preserva e mantêm vivos todos os centros no corpo, enviando seus fios de vida para um ponto encontrado exatamente no centro do lótus, ou no coração do centro. Este é algumas vezes chamado “a joia do lótus”, embora esta expressão seja mais frequentemente aplicada ao ponto monádico no coração do lótus egoico no seu próprio plano. Quando a morte tem lugar e o fio da vida é recolhido pela alma, levado do coração para a cabeça e daí de volta ao corpo da alma, ele leva consigo a vida de cada centro no corpo; então o corpo morre e se desintegra, não mais formando um todo coeso, consciente e vivente.
Relacionado a estes centros e reagindo em uníssono com eles, está o sistema endócrino ou glandular, através do qual - durante a encarnação - a vida ou energia flui desimpedida e sob correta direção, no caso do homem altamente desenvolvido, ou impedida e imperfeitamente dirigida, no caso do homem comum ou não- desenvolvido. Através deste sistema de controle glandular, a forma humana responde ou não às energias do mundo circundante. Em conexão com o nosso tema de cura, um homem pode estar doente ou sadio e forte, de acordo com o estado dos centros e suas precipitações, as glândulas. É preciso sempre ser lembrado que os centros são os principais agentes, no plano físico, através dos quais a alma trabalha, expressa vida e qualidade, de acordo com o ponto alcançado no processo evolutivo, e que o sistema glandular é simplesmente um efeito - inelutável e inevitável - dos centros por meio dos quais a alma está trabalhando. As glândulas, portanto, expressam plenamente o ponto na evolução do homem, e de acordo com esse ponto, são responsáveis por defeitos e limitações ou por trunfos e perfeições alcançadas. A conduta do homem, e seu comportamento no plano físico, está condicionada, controlada e determinada pela natureza de suas glândulas, a qualidade e a vivência dos centros, os quais, por sua vez, são condicionados, controlados e determinados pela alma, em crescente efetividade à medida que a evolução prossegue. Antes do controle da alma, eles são condicionados, qualificados e controlados pelo corpo astral, e a seguir pela mente. A meta do ciclo evolutivo é que este controle, este condicionamento e este processo determinativo sejam exercidos pela alma; os seres humanos encontram-se, hoje, em todas as etapas imagináveis dentro deste processo.
Compreendo que muito do que foi dito acima é bem conhecido e se constituiu em uma repetição. Porém achei essencial repetir a história para torná-la mais clara em suas mentes.
Também será evidente que o processo cármico em qualquer vida individual deve, portanto, funcionar por intermédio das glândulas, as quais condicionam a reação da pessoa às circunstâncias e acontecimentos. Os resultados de todas as vidas anteriores e de todas as atividades têm sido registrados pelos Senhores do Carma; a lei cármica trabalha em estreita cooperação com os Senhores lunares, aqueles que constroem os corpos constituintes da personalidade. Mais tarde, a lei trabalha mais estreitamente ainda em cooperação com o propósito da alma. O problema todo é necessariamente muito complexo e difícil. Tudo que posso fazer é dar certas indicações.
É com este sistema de centros e seus efeitos exteriorizados, as glândulas, que o curador tem que trabalhar e e aos quais tem de dar a mais cuidadosa atenção. Todo estímulo que ele possa enviar a um centro no corpo do paciente, ou toda a energia dele retirada, terão um determinado efeito sobre a glândula a ele relacionada, e portanto, sobre a secreção que ela costuma despejar na corrente sanguínea.
Como já sabem, os sete centros maiores e as glândulas a eles aliadas são:
1. O centro coronário |
A glândula pineal |
2. O centro ajna | A glândula pituitária |
3. O centro laríngeo | A glândula tireoide |
4. O centro cardíaco | A glândula timo |
5. O centro do plexo solar | O pâncreas |
6. O centro sacro | As gônadas |
7. O centro básico | As glândulas suprarenais |
Há também outros centros e muitas outras glândulas, mas é com estas sete que o curador trabalha; as glândulas menores ou subsidiárias são condicionadas pelos centros que controlam a área onde elas se localizam. Contudo, o curador recusa-se a complicar seu pensamento com a multiplicidade e detalhes do outro sistema glandular menor e com a complexidade dos relacionamentos menores internos. A lista acima contém os centros e glândulas que basicamente determinam o estado de saúde - bom, indiferente ou mau - e o equipamento psicológico de um homem. Os estudantes devem ter em mente que o principal efeito da atividade das glândulas e de suas secreções é psicológico. O homem é, no plano físico, emocional e mentalmente aquilo que seu sistema glandular faz dele, e incidentalmente o que ele faz dele fisicamente, porque isto é frequentemente determinado pelo estado psicológico de sua mente e emoções. A ênfase do homem comum autocentrado é posta principalmente no veículo físico, e ele presta pouca ou nenhuma atenção ao equilíbrio ou desequilíbrio de seu sistema endócrino ou estrutura (se é que posso usar tal palavra) no que ele determina seu efeito psicológico sobre seus semelhantes. Não tenho a intenção de analisar as várias glândulas, observando como elas respondem aos centros despertos ou ainda não, ou como elas limitam ou complementam as respostas do homem a seu meio ambiente ou determinam sua interpretação da vida e a passividade ou atividade de suas reações diárias aos acontecimentos e circunstâncias. Um homem, podemos declarar enfaticamente, é aquilo que suas glândulas o tornam, porém elas, por sua vez, são apenas os efeitos de certas potentes fontes internas de energia. Novamente, como podem ver, estou repetindo esta verdade vital.
É por esta razão que a ciência médica afinal descobrirá a verdade (que já está sendo pressentida) de que é impossível mudar fundamentalmente a personalidade e o equipamento físico de um homem, pelo tratamento das próprias glândulas. Pouco real progresso tem sido feito ao longo desta linha, nos trinta ou quarenta anos durante os quais os endocrinologistas têm estudado e investigado este assunto. Certas coisas já foram descobertas; foram observados certos resultados da atividade ou inatividade das glândulas; reconheceram-se certos tipos de pessoas que são ilustrativas da atividade ou passividade glandular; medidas paliativas têm sido aplicadas e a ação de uma glândula estimulada ou retardada (com bons ou maus efeitos) mediante vários métodos e tipos de medicação. Além disto pouco se conhece, e as melhores mentalidades neste campo particular têm consciência do fato de que estão face a face com uma incógnita. Esta situação permanecerá assim até que a ciência médica reconheça que o mundo das causas (no que diz respeito às glândulas endócrinas) é o corpo etérico com os seus sete centros. Então, os cientistas captarão o fato de que todo o trabalho em relação às glândulas tem que ser transferido dos sete efeitos ou precipitações dos centros para os próprios centros.
O curador, por isso, ignora a glândula envolvida e lida diretamente com o centro que condiciona o “ponto de fricção” e controla a área sob sua influência, o que necessariamente inclui a glândula que o centro criou, formou ou precipitou e energizou.
O conceito que o curador deve ter em mente - como está indicado nesta lei - é que tem que ser formado um canal aberto, ou uma passagem livre, ao longo do qual a vida que dá saúde possa fluir livremente do “centro necessário” no corpo etérico do curador para o centro aliado no corpo do paciente e daí para a corrente sanguínea através da glândula relacionada. Não se esqueçam de que permanece eternamente correta a verdade de que “sangue é vida” - mesmo que ainda inexplicável em suas implicações, sob o ponto de vista tanto do esoterista quanto da ciência médica.
Os curadores têm que aprender a trabalhar com o principio vida e não com alguma vaga energia que é posta em movimento pelo poder do pensamento ou pela potência do amor como está sendo apresentado hoje pelos vários sistemas de cura no mundo que a humanidade tem desenvolvido. Este princípio vida é contatado e posto em ação pelo modo de limpar, purificar, certos canais etéricos na estrutura etérica que subjaz a cada parte do corpo do paciente. Não se consegue esta depuração pensando em saúde, ou afirmando a divindade, ou eliminando o “erro” na abordagem mental, mas sim pelo método muito mais prosaico de direcionar correntes de energia através de certos centros, afetando assim certas glândulas na área do corpo físico que está doente e sede do problema, dor e sofrimento.
Que o pensamento ou pensamento correto está envolvido é necessariamente verdade; o curador tem que pensar com clareza antes de poder provocar os resultados desejados, mas a energia que jorra para o veículo do paciente não é energia mental, e sim uma das sete formas de energia prânica ou energia vital. Esta corre ao longo da linha de força ou canal que relaciona e vincula todos os centros e os conecta com as glândulas. Não se esqueçam de que isto constitui um diretório Inter vinculado e entrelaçado dos sistemas seguintes e que - do ponto de vista do esoterista - estes sistemas são símbolos de grandes processos cósmicos:
1. O corpo etérico, como um todo, com seus canais e linhas comunicantes de energia que subjazem a cada parte do corpo humano.
2. Os sete centros relacionados, cada um especificamente qualificado e em contato, uns com os outros, através de fibras etéricas ou fios de força.
3. Os nadis, aquele sistema de canais etéricos ligeiramente mais densos ou pequeníssimos fios de força que subjazem a todo o sistema nervoso, em todo tipo de nervo e em cada tipo de plexos nervosos.
4. O próprio sistema nervoso, que estende seu raio de influência por todo o corpo do homem.
5. O sistema endócrino ou glandular.
6. A corrente sanguínea, o recipiente de correntes de energia viva oriundas do sistema endócrino, por meio do que chamamos hormônios.
7. A inter-relacionada soma total que é a divina manifestação do homem espiritual em qualquer encarnação e em qualquer ponto da evolução.
Então, duas grandes correntes de energia permeiam e animam todo este agregado de sistemas: a corrente da vida e a corrente da consciência. Uma trabalha através do sistema nervoso - a corrente da consciência - e a outra através da corrente sanguínea. De fato, ambas estão tão estreitamente relacionadas e aliadas que, em ação, não é fácil para o homem comum diferenciar uma da outra.
Contudo, o curador não trabalha com o aspeto consciência; trabalha inteiramente com o aspeto vida. O perfeito curador (atualmente inexistente) trabalha através do ponto fechado e selado no interior do centro (o próprio coração do centro), onde se encontra o ponto da vida. Deste ponto no centro, a vida irradia-se para as pétalas do lótus, e a combinação da vida no centro e da consciência inerente nas pétalas, é a fonte - do ponto de vista físico - do homem que vive, respira e é sensível, e é isto que o curador precisa compreender.
Por trás desta vida e desta consciência, está o Ser, o homem espiritual, o ator, aquele que sente, em variados graus, e o pensador. A simplicidade desta frase é, por vezes, enganadora, uma vez que há outros fatores e relacionamentos e outras energias a serem consideradas; não obstante é uma afirmativa basicamente verdadeira, e sobre esta verdade o curador pode agir.
É interessante destacar que a Grande Invocação, agora sendo distribuída no mundo, baseia-se neste mesmo conceito fundamental de grandes sistemas, condicionando a humanidade como um todo, a qual pode ser energizada pelo jorrar de correntes de energia, trazendo nova vida e saúde para o corpo todo da humanidade através dos centros planetários da divina vida e consciência.
A Regra Quatro, que acompanha a Lei VII, é da maior importância. Isto deve-se à sua extrema simplicidade e porque, se compreendida e seguida, forma uma ponte entre os métodos subjetivos e objetivos de tratar as doenças. A lei que acabamos de estudar era também extremamente simples e direta e, em suas implicações, relacionada à natureza subjetiva e à forma objetiva. Os estudantes não se devem deixar enganar pela simplicidade e por afirmações francas e diretas. Há uma tendência para considerar o ensinamento esotérico como necessariamente abstruso e indireto, exigindo sempre o uso do “sentido esotérico” (seja lá o que isto significa) para se chegar ao entendimento. Todavia, muito frequentemente, quanto mais avançado o ensinamento mais simplesmente é ele apresentado. A obscuridade está relacionada à ignorância do estudante - não ao modo de apresentação do professor. Esta regra diz o seguinte: (Continua na Parte 4)