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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE TRÊS

Capítulo VIII

CAPÍTULO VIII

As Leis e as Regras Enumeradas e Aplicadas (Parte 2)

 

LEI III

A doença é um efeito da centralização básica da energia da vida do homem. A partir do plano onde essas energias estão focalizadas procedem as condições determinantes causadoras da má saúde. Manifestam-se, pois, como doença ou saúde.

Esta lei indica que uma das primeiras determinações a que deve chegar um curador é a do nível de consciência de onde emana a energia predominante no corpo etérico. Quero lembrar aqui que na Doutrina Secreta, H. P. B. declara que um plano e estado de consciência são sinônimos e inteiramente intercambiáveis; em todos os meus escritos procuro enfatizar não o nível da matéria ou substância - um plano, como é chamado - mas a consciência que se expressa nessa área de substância consciente.

Asseguram-nos nesta antiga lei que a doença é o efeito de uma centralização básica da energia vital de um homem. Esta energia vital não é a mesma que a energia ou força da consciência, mas a consciência é sempre o fator dirigente em qualquer expressão da vida interna, pois só há basicamente uma grande energia - a energia vital. Onde estiver enfocada a consciência do homem, é lá que a energia reunirá suas forças. Se a consciência estiver focalizada no plano mental ou no plano astral, a energia vital não será tão fortemente focalizada e ancorada no centro do coração (o centro onde o princípio da vida se encontra), porém somente uma parte de sua energia vital encontrará seu caminho para o corpo físico, através do veículo etérico. A maior parte será retida (para usar uma palavra inadequada) no plano onde a consciência estiver predominantemente funcionando ou, em outras palavras, sua expressão estará condicionada pelo estado de consciência corresponde àquele nível de percepção ou contato com o Todo divino ou a divina Consciência que o ponto de evolução do homem torna possível.

A tarefa do curador é, pois, descobrir onde este foco de consciência se encontra. Isto traz-nos de volta a um comentário que fiz sobre o paciente ser essencialmente um tipo mental ou emocional, e muito, muito raramente, puramente físico em sua consciência. Onde a consciência está estabilizada na da alma, haverá pouca doença presente, e as dificuldades físicas do paciente altamente desenvolvido estarão então associados com o impacto da energia da alma sobre um veículo físico ainda despreparado; nesta etapa somente algumas das principais doenças o afetarão. Ele não estará sujeito aos pequenos incômodos e às constantes leves infeções que tornam penosa e difícil a vida do homem comum ou não desenvolvido. Ele pode sofrer de problemas cardíacos, doenças nervosas, e problemas afetando a parte superior do corpo e aquelas áreas que são controladas pelos centros acima do diafragma; porém, as dificuldades provocadas pelos centros etéricos menores (e eles são muitos), ou pelos centros abaixo do diafragma, não estarão, de modo geral, presentes, a menos que - como pode suceder no caso de um discípulo muito adiantado - ele esteja deliberadamente tornando suas as condições engendradas por seu serviço mundial aos homens.

Como a maioria dos seres humanos estão atualmente centralizados no plano astral (ou no corpo astral), torna-se evidente a chave para uma das maiores fontes de doenças. Quando a consciência da raça passar para o plano mental - o que está lentamente tendo lugar - então desaparecerão as doenças mais conhecidas e prevalecentes e somente as doenças dos tipos mentais ou as dos discípulos permanecerão para perturbar a paz do homem individual. Destas falei num dos primeiros volumes deste tratado.

A Ciência Mental está certa ao reconhecer que as emoções dos homens (expressas nessa fraca imitação da realidade a que chamamos pensamento) são responsáveis por grande parte das enfermidades. Também está correta em seu esforço para levar o paciente a mudar suas atitudes emocionais e reações diante da vida, das circunstâncias e das pessoas. Porém está totalmente errada ao acreditar que isso seja suficiente. Ao ignorar todos os procedimentos científicos relacionados com o corpo etérico, nada tem a Ciência Mental que relacione a natureza emocional ao veículo físico, e portanto, há uma lacuna em seu raciocínio e, consequentemente, uma falha em sua técnica. Isto torna fúteis suas atividades, exceto do ponto de vista do caráter. Quando realmente logram uma cura, isto é porque, de qualquer forma, o paciente estava predestinado a recuperar-se; porém têm servido a um propósito útil ao corrigir uma condição de caráter que punha o paciente em constante perigo de adoecer. Eles não realizaram a cura e, ao reivindicá-la, tanto o curador quanto o paciente estão enganados. Todo engano é perigoso e dificultador.

Será útil se eu indicasse aqui, em linhas gerais, alguns dos tipos de doença que uma centralização da força da vida sobre o plano astral, por exemplo, pode produzir. Apenas as citarei, sem detalhá-las, pois até que o curador moderno reconheça o fato do corpo etérico, e trabalhe científica e inteligentemente com ele e seus centros controladores de força, qualquer coisa que eu dissesse sobre procedimentos seria inútil. Meu esforço atual é para promover certas aceitações básicas - como o fato da existência do corpo etérico.

1. A constante introspeção, todo tipo de supressão mórbida e um silêncio drasticamente forçado sobre emoções fundamentais, podem levar a sérios problemas no fígado, a constantes dificuldades gástricas e ao câncer.

2. Onde ódios e profundo antagonismo estão presentes na consciência, ou onde um homem viva em constante estado de irritação contra uma pessoa ou um grupo, ou ainda quando o homem sente que dele abusam, há uma real possibilidade de que a corrente sanguínea seja afetada; o homem então estará sujeito a constantes infecções, a furúnculos, a supurações e a várias condições sanguíneas de natureza definidamente séptica.

3. Uma natureza irritável, em estado de constante preocupação, de mau humor e que reage furiosamente quando as coisas não são do seu agrado, pode levar a desastrosas explosões que podem ser diagnosticadas como dificuldades cerebrais ou insanidade temporária; podem levar a constantes dores de cabeça que solapam a constituição e trazem um inevitável estado de debilidade.

4. Uma vida sexual frustrada ou uma situação em que a pessoa solteira nunca expressou em forma normal um processo natural e universal, e para quem o sexo permanece um mistério (e ao mesmo tempo é um tema interno e inexpressado de pensamento) levará a:

a. Uma condição de grande desvitalização com a consequente e inevitável má saúde que acompanha esse tipo de pessoa chamada de solteirão ou solteirona. É desnecessário dizer que há muitas pessoas solteiras que encaram a vida saudavelmente e que não se encontram nesta categoria.

b. Um esforço constante para atrair a atenção do sexo oposto até um ponto em que isso se torna uma tendência nervosa e mórbida.

c. Um desenvolvimento de hábitos homossexuais ou a perversões que deformam a vida de muitas pessoas inteligentes.

d. A tumores - malignos ou não - que atacam os órgãos genitais e que frequentemente levam o indivíduo a uma cirurgia.

Há outros desenvolvimentos possíveis, mas sobre eles nada direi. Já dei indicações suficientes para mostrar o perigo de um senso de frustração e um mórbido (ainda que no momento ainda não reconhecido) interesse no sexo. Isto evidencia-se também na vida de sonho que estreitamente vincula o cérebro, a mente e os órgãos genitais e prova o fato de que o desejo astral evoca o apetite físico; isto demonstra minha afirmação de que o corpo físico automaticamente responde - mesmo quando inconsciente nas horas de sono - ao controle astral. A cura, como logicamente sabem, é uma vida externa plenamente criativa, que particularmente beneficie os seus semelhantes e não simplesmente a transmutação do impulso sexual em pensamento criativo que não passa simplesmente disso, sem tomar forma no plano externo da vida.

5. A auto piedade, um problema tão constante que leva à indigestão aguda, a problemas intestinais, a catarro e resfriados de cabeça na pessoa comum, enquanto que nas pessoas mais adiantadas leva a dificuldades brônquicas crônicas, a úlceras gástricas e enfermidades dos dentes e ouvidos.

Poderia continuar a enumerar outras condições emocionais que provocam doenças, mas isto é suficiente para dar, ao curador que está experimentando, uma pista para certas possibilidades responsáveis pelas dificuldades físicas que será chamado a tratar. Ele também precisará lembrar-se (como já assinalei antes) das condições herdadas de encarnações anteriores, ou desenvolvidas como resultado do grupo ambiental, do carma nacional ou planetário.

Não existe regra em relação a esta lei porque nós ainda estamos lidando com a definição de causas produzindo doenças objetivas; elas devem ser entendidas e aceitas como teorias que funcionam antes que o curador possa lidar com a situação de modo eficiente.

Chegamos agora à consideração de uma lei tão inclusiva em seu significado e poder definidor que podemos dizer que ela expressa a razão para todas as doenças de qualquer natureza e de qualquer tempo da história da vida da raça ou do homem individual.

É apresentada aqui como Lei IV devido à necessidade de que os principais postulados das três leis anteriores sejam admitidos, considerados e estudados; também porque é a principal lei que condiciona a doença no quarto reino na natureza, o reino humano. É, essencialmente, uma lei relacionada com a quarta Hierarquia Criadora, e foi definidamente imposta e reorganizada como uma lei, governando predominantemente a humanidade, pelos iniciados trabalhando na quarta raça-raiz, a raça atlante. Também, curiosamente, quando a humanidade puder funcionar com sua consciência centrada no quarto plano, o plano búdico, a doença desaparecerá e a quarta Hierarquia Criativa ficará finalmente liberta dessa grande limitação.

LEI IV

A doença, física ou psicológica, tem suas raízes no que é bom, belo e verdadeiro, nada mais sendo do que um reflexo destorcido das possibilidades divinas. A alma frustrada, procurando a plena expressão de alguma característica divina ou realidade espiritual interna, produz, dentro da substância de seus invólucros, um ponto de fricção. Sobre este ponto focalizam-se os olhos da personalidade, e isto leva à doença. A arte do curador se ocupa em elevar para a alma - o verdadeiro curador dentro da forma - os olhos que estão focalizados para baixo. O olho espiritual ou terceiro olho dirige então a força curadora e tudo fica bem.

Esta lei começa afirmando um dos paradoxos do ensinamento ocultista: que o bem e o mal são uma e a mesma coisa, embora ao reverso, ou constituindo os lados opostos da uma única Realidade.

Porque o homem é uma alma, e está espiritualmente determinado a funcionar como alma, estabelece-se entre a alma e a personalidade um estado de fricção; esta fricção é uma importante causa - se não a maior causa - de toda doença. Aqui está uma pista para entendermos a expressão “fogo por ficção”, o terceiro aspeto da divina “natureza ígnea" de Deus, porque “nosso Deus é um fogo consumidor”. Sua natureza, diz-se também, expressa-se por meio do fogo elétrico, do fogo solar e do fogo porfricção. Estes três fogos foram amplamente considerados em Um Tratado sobre o Fogo Cósmico, e feitas alusões anteriormente na Doutrina Secreta.

Esta lei declara que por ser o homem divino, o impulso para a divindade provoca resistência nos veículos de expressão; esta resistência irá localizar-se em algumas áreas do corpo físico e produzirá um ponto de fricção, o qual, por sua vez, produzirá uma condição ou área de inflamação, que afinal leva à doença deste ou aquele tipo. É possível que tenhamos aqui uma outra pista - uma pista para um problema que muito tem preocupado o mundo metafísico: Por que pessoas avançadas, líderes espirituais e pessoas orientadas para a vida espiritual, sofrem frequentemente tantas dificuldades físicas? Provavelmente porque estão no estágio onde a energia da alma, fluindo através do corpo físico, encontra uma resistência de igual intensidade nesse corpo. A fricção que se estabelece é tão severa que prontamente resulta em doença. Não é este o caso em discípulos que receberam a segunda iniciação; sua má saúde desenvolve-se de outro modo.

Tomemos esta quarta lei frase por frase e tentemos analisar seu significado.

1. A doença, tanto física quanto psicológica, tem suas raízes no bem, no belo e no verdadeiro, e é apenas um reflexo distorcido das possibilidades divinas.

Tenho mostrado que a doença é fundamentalmente de natureza psicológica; contudo, há doenças que são inerentes à resistência que o corpo físico oferece (e não só os corpos sutis) ao impacto das energias superiores ou que são inerentes à substância planetária ou matéria da própria Terra. Não se esqueçam que o corpo físico é construído dessa matéria. Esta primeira cláusula da quarta lei diz-nos que três aspetos da divindade produzem doença. À primeira leitura da afirmação isso parece impossível, mas um estudo cuidadoso revela sua veracidade essencial. Como pode o bem, o belo e o verdadeiro causar qualquer tipo de doença? Vejamos.

a. O Bem. O que é o bem? Não é a expressão da vontade-para-o-bem? Não deverá esta vontade-para-o-bem desenvolver-se no plano físico como aquilo que nós chamamos boa vontade entre os homens? Não é possível que a alma - constantemente procurando, no seu próprio plano, estar em conformidade com o Plano que implementa a divina vontade-para-o-bem - se esforce para impelir sua expressão tripla, a personalidade, a expressar a boa vontade - isto fazendo na etapa correta do desenvolvimento evolutivo e quando está ativa e funcionando? Contudo, devido à resistência da natureza da forma, ainda inadequada à expressão divina desejada, estabelece-se imediatamente a fricção e a doença aparece. Creio que mesmo uma breve consideração das questões acima demonstrará quão provável é que a inclinação da alma para “o bem” possa provocar resistência no plano físico de modo que o tumulto assim provocado na consciência do homem produza enfermidade. Este tipo de doença é responsável por muitas dificuldades de pessoas adiantadas, aspirantes e discípulos. Esta “fricção” produz uma reação secundária e leva àquelas condições psicológicas a que chamamos “depressão, um complexo de inferioridade e um sentido de fracasso”. Esta particular fonte de doença, “o Bem”, é uma das que primariamente afeta os tipos mentais.

b. O Belo. Aqui temos uma palavra qualificando o desejo de todos os homens por aquilo que eles consideram um objetivo desejável para seu modelo de vida e pelo qual eles escolhem lutar. O belo, sob o ângulo do aspeto divino, diz respeito à qualidade de vida. Quero lembrar-lhes a definição dada, no primeiro volume deste tratado, às palavras espírito-alma-corpo, que definimos como vida-qualidade-aparência. Vida é a energia expressando-se na divina vontade-para-o-bem; qualidade é a energia na expressão da alma, e esta energia trabalha, na atualidade, predominantemente através da vida de desejo e da determinação de todos os homens em qualquer etapa na evolução, de possuir, ter e gozar de tudo que eles consideram belo. Uma definição de “belo” e a gama de desejos do homem são inteiramente diferentes e dependem do ponto de evolução. Todavia, tudo depende da perspectiva de vida de quem deseja e o lugar que ele ocupa na escala da evolução. A inabilidade do homem para alcançar o que ele considera “o belo” determina sua predisposição à doença, baseada na fricção interna assim produzida. No ponto atual de desenvolvimento da raça, a maioria das pessoas são arrastadas a condições enfermiças como resultado da fricção provocada por sua luta por alcançar “o belo” - uma aspiração imposta como impulso evolutivo porque elas são almas e estão sob a influência da qualidade do segundo aspeto divino.

c. O Verdadeiro. Foi dito que o verdadeiro ou a verdade é aquele tanto de expressão divina que qualquer homem pode demonstrar no seu particular ponto de evolução e em qualquer etapa da história de suas encarnações. Esta expressão da verdade pressupõe que por trás daquilo que ele consegue expressar há muita coisa que ele é incapaz de manifestar, e disto sua alma permanece sempre consciente. Esta inabilidade de viver à altura do ideal mais elevado de que o homem - em seu nível particular - tem consciência e pode conceber, em seus momentos mais esclarecidos, produz inevitavelmente um ponto de fricção, mesmo que o homem dele não se aperceba. Uma das principais manifestações desta particular fricção e da condição enfermiça que ela provoca é o reumatismo, difundido hoje como tem sido há séculos. Do ponto de vista médico, não há uma causa a que ele possa ser atribuído, embora haja muitas especulações e conclusões entre os ortodoxos. Ele afeta primariamente a estrutura óssea e é, na realidade, o resultado da inabilidade da alma em produzir uma expressão do “verdadeiro” dentro do homem, o instrumento da alma nos três mundos. O homem, por sua vez, não importa quão inferior seja sua posição na escada da evolução, está sempre consciente do inatingível; tem constante percepção de um impulso para melhorar. Estes impulsos não estão relacionados com a expressão da vontade-para-o-bem ou do “belo” (embora ele possa ter consciência deles em maior ou menor grau), mas eles estão definidamente relacionados com a expressão de algo mais próximo ao ideal do homem como ele o vê, e no plano físico. Assim tem lugar a fricção seguida de algum tipo de doença.

É interessante notar que esta inabilidade para expressar “o verdadeiro” ou para “ser a Verdade” é a causa real da morte entre os homens que estão abaixo da etapa do discipulado e que ainda não receberam a primeira iniciação. A alma cansa-se da fricção com que seu instrumento responde a ela e determina terminar o experimento daquela particular encarnação. A morte, portanto, sobrevêm como resultado da fricção gerada.

Ao estudar estas ideias deve ser recordado que:

a. O bem controla o homem, através do centro da cabeça, e a fricção gerada é devida à inatividade do centro na base da coluna. Este centro controla a expressão do primeiro aspeto divino no homem mediante sua interação com o centro da cabeça. Esta interação tem lugar somente quando o homem alcança a etapa de discípulo ou iniciado.

b. O belo controla através do centro do coração e a fricção é produzida pela falta de resposta do plexo solar. Por conseguinte, estabelece- se a fricção. O fim desta condição e a evocação de resposta correta do plexo solar produz-se quando as forças do centro do plexo solar são erguidas e mescladas à energia do centro do coração,

c. O verdadeiro, como uma expressão do divino, encontra seu ponto de centralização no centro da garganta; o fracasso da personalidade em responder, e sua inabilidade em expressar o verdadeiro, vê-se na relação entre o centro sacro e o da garganta. Quando falta esta relação, estabelece-se a fricção. Não haverá real expressão do “verdadeiro” até que as forças do centro criativo abaixo do diafragma sejam elevadas até o centro criativo da garganta. Então “o Verbo”, que é o homem essencialmente, “se fará carne” e uma verdadeira expressão da alma será vista no plano físico.

2. A alma frustrada, procurando plena expressão de alguma característica divina ou realidade espiritual interna, produz dentro da substância de seus envoltórios um ponto de fricção.

Grande parte desta afirmação já foi abordada acima, porém, chamo a atenção para esta frase pois a ênfase recaí sobre a alma que é a responsável por esta fricção. Na análise da frase anterior, a ênfase recaia sobre a personalidade, porque seu fracasso em responder produzia a fricção e consequente doença. Não será possível que nesta frase encontremos a pista para o propósito da dor, do sofrimento, e até da guerra? Recomendo que pensem cuidadosamente e, se possível, pensem de forma iluminada.

3. Sobre este ponto estão focalizados os olhos da personalidade, e isto leva à doença.

Temos aqui uma interessantíssima alusão ao meio da direção da força. A significância oculta do olho e a natureza de seu simbolismo são pouco compreendidas. A referência aqui não tem nada a ver com os olhos do corpo físico. Aqui, as palavras “os olhos da personalidade” referem-se à atenção focalizada da personalidade, emanando dos corpos mental e astral que são essencialmente os dois olhos da alma em encarnação. O uso destas duas janelas ou olhos da alma leva a uma concentração de energia (neste caso estritamente energia da personalidade) no veículo etérico. Esta energia é dirigida então para a área de desconforto, e pois, para o ponto de fricção, a qual é sustentada e aumentada pelas forças sobre ela focalizadas. As pessoas não têm ideia de quanto - objetivamente falando - elas aumentam a potência da doença pelo pensamento constantemente dirigido a ela e pela atenção que é dada à área onde a problema está localizado. As energias mental e emocional atuam sobre a zona enferma, e os "olhos da personalidade” constituem um importante fator para sustentar a doença.

Nesta frase temos, ademais, uma clara e inequívoca expressão do fato de que as condições mentais e emocionais levam à doença. A atividade da alma e o impacto da energia da alma têm de penetrar no corpo físico através dos corpos mais sutis, e o ponto de fricção - o resultado da resistência - é encontrado primeiro que tudo no corpo mental, depois é repetido ainda mais potentemente no corpo astral, e é refletido no corpo físico; estes (e isto é o a b c do ocultismo embora frequentemente esquecido) constituem a personalidade e por isso a fricção é encontrada em todos eles.

Seria interessante que correlacionassem o que eu disse em outras obras sobre os olhos, com o ponto acima. Como vocês bem sabem e se afirma na Doutrina Secreta, o olho direito é o “olho de budi” e o esquerdo é o “olho de manas”; este (quando em relação a budi) refere-se à mente superior e ao homem tal como ele finalmente aparecerá. No ser humano comum e antes de alcançar a perfeição, o olho direito transmite a energia do corpo astral quando conscientemente dirigido a um objeto de atenção, e o olho esquerdo dirige a energia da mente inferior. Entre esses dois olhos direcionadores encontra-se o centro ajna, que é como um terceiro olho ou o agente direcionador para as energias fundidas e mescladas da personalidade; relacionado a este terceiro olho quando ele desperta e entra em atividade funcionante, existe o que nós chamamos o “olho da alma”: um ponto situado no mais elevado centro da cabeça. Este olho da alma transmite energia para o centro ajna e é, ele próprio, antes da quarta iniciação, o agente da energia da Tríade Espiritual. Esta relação esotérica só se estabelece quando a alma está dominando seu instrumento, a personalidade, e trazendo todas as atividades inferiores no plano físico sob sua direção.

No homem aperfeiçoado, encontram-se, pois, os seguintes distribuidores ou agentes de distribuição de energia:
1. O olho da alma
agente da Tríade Espiritual - Vontade.
2. O terceiro olho agente da alma - Amor
3. O olho direito distribuidor da energia búdica.
4. O olho esquerdo transportador da energia manásica pura.
5. O centro ajna ponto de enfoque e direção de todas essas energias.
No discípulo e no homem que está começando a funcionar como alma, temos:
1. O terceiro olho distribuidor da energia da alma.
2. O olho direito agente para a energia astral.
3. O olho esquerdo agente para a energia mental inferior.
4. O centro ajna ponto focalizador destas três energias.
No homem comum a situação é a seguinte:
1. O olho direito agente para a energia astral.
2. O olho esquerdo agente para a energia mental.
3. O centro ajna estação distribuidora.

À medida que aumentar o conhecimento, toda uma ciência da distribuição da energia será criada em torno dos olhos e de sua função simbólica, e se compreenderá o uso esotérico desses órgãos. O tempo não é ainda chegado para isso, embora já atraía a atenção o poder do olho humano quando focalizado sobre uma pessoa. Posso dar-lhes uma pista: o nervo ótico é um símbolo do antahkarana, e toda a estrutura do globo ocular é um dos mais belos símbolos da deidade tríplice e do homem triplo.

4. A arte do curador consiste em elevar para a alma - o verdadeiro curador dentro da forma - os olhos que estão focalizados para baixo.

Em sua mais óbvia e inferior conotação esta frase simplesmente diz que o curador precisa ajudar o paciente a desviar o olhar de si mesmo, que ele precisa ajudá-lo a erguer e reorientar a energia dirigida para que o “ponto de fricção” deixe de ser objeto de atenção e uma nova preocupação se apresente. Há muito tempo esta tem sido a prática tentada pelos curadores, mas ela tem um significado muito mais esotérico do que eles creem, e que eu acho um tanto difícil de explicar.

Vimos que o ponto de fricção (responsável pela doença) foi causado pelo bem, o belo e o verdadeiro em conflito com as forças do homem inferior. Isto, vimos também, é uma lei fundamental que ele sabe ter de aceitar e com a qual deve trabalhar inteligentemente. Portanto, como pode ele aplicar esta lei e produzir os resultados desejados?

Estas energias que fluem da alma penetram no corpo físico por meio do veículo etérico, e são responsáveis pelo problema da fricção e sua consequência - a doença. Elas “desceram e fizeram contato” por meio do sutratma e estão ancoradas nos três centros principais, como bem sabemos. A partir deles, de acordo com a natureza do homem, o raio, o desenvolvimento e fraquezas e limitações, elas são distribuídas para as várias áreas do corpo físico e ou causam pontos de fricção ou se manifestam como qualidades divinas. Onde estão presentes a fricção e a resultante doença, e o paciente tem a sorte de dispor de um curador ocultamente treinado (seja um iniciado ou um discípulo avançado), essas energias serão - com ou sem a cooperação do paciente - enviadas de volta para seus pontos distribuidores, os três centros superiores, de acordo com o tipo de energia que está provocando o transtorno. Elas não podem ser enviadas para fora do corpo por completo, através do centro da cabeça, porque nesse caso o homem morreria; mas podem ser esotericamente “dirigidas do ponto de fricção para o ponto de emanação, mas não para a sua fonte”, como declara um antigo livro de cura.

A energia é enviada da zona infectada (para usar uma palavra inadequada uma vez que nos faltam palavras corretas para estas novas ciências) para o ponto de fricção e daí para o centro que controla essa área e por meio do qual a energia da alma penetrou no corpo físico denso. O curador está, portanto, trabalhando com os dois aspetos do corpo físico simultaneamente - o denso e o etérico. A partir deste centro, a energia envolvida é reunida e devolvida a um ou outro dos três centros maiores ou - se um desses centros maiores está ele próprio envolvido - a energia é reunida, dirigida para o centro da cabeça e lá retida. É preciso, pois, ter em mente que esta fase do trabalho do curador divide- se em duas partes:

1. A etapa esotérica de “elevação” ou “impulsionamento”, a qual, por sua vez, tem duas fases:

a. A fase de reunir a energia.

b. A fase em que ela é refocalizada no seu centro distribuidor.

2. A etapa após ter sido concluído o trabalho do curador e o paciente encontra-se melhor ou o trabalho não obteve sucesso. Nesta etapa, a energia que foi “impulsionada” é devolvida ao centro e localidade onde se encontrava o ponto de fricção.

É óbvio que esta forma de trabalho de cura só é possível à pessoa altamente treinada, e é portanto inútil que eu me estenda sobre esta técnica. Não obstante, é útil ver, as vezes, as metas distantes.

Tudo que atualmente é possível em relação a esta declaração é fazer voltar a atenção do paciente (se ele for capaz de responder às sugestões) para a alma, e ajudá-lo, com simplicidade, a manter sua consciência tão próxima da alma quanto lhe seja possível. Isto ajudará a desimpedir os canais por onde a energia pode descer e também ao longo dos quais a energia possa ser automaticamente retirada, porque a energia segue o pensamento.

Em última análise, a cura verdadeiramente esotérica é um assunto simples em comparação com o complexo detalhamento do mecanismo humano e as doenças com que o médico moderno tem que lidar. O curador espiritual preocupa-se com a área na qual a doença se encontra, com o centro etérico controlador e seu correspondente superior, e com as três energias vindas da alma responsáveis pela produção do ponto ou pontos de fricção. O restante de seu trabalho envolve o uso da imaginação criativa, o poder de visualização e um conhecimento do pensamento criativo, baseado na lei fundamental e universal de que "a energia segue o pensamento.” Esta visualização e este pensar científico não envolvem (no que diz respeito à cura) a construção de pensamentos-forma, mas envolvem, isto sim, a habilidade de movimentar e direcionar as correntes de energia.

5. O terceiro olho então direciona a força criadora, e tudo fica bem.

O terceiro olho aqui referido é o do curador e não o do paciente comum; ele é empregado pelo curador juntamente com o olho da alma. No caso da cura de uma pessoa muito adiantada que é conscientemente capaz de cooperar, o terceiro olho do paciente poderá também estar ativo, e assim duas correntes muito poderosas de energia direcionada podem penetrar na área onde está localizado o ponto de fricção. Porém nos casos comuns, e onde o paciente não apresenta conhecimento ocultista, o curador realiza todo o trabalho, e isto é desejável. A cooperação dos não habilitados e dos que estão emocionalmente envolvidos com seu problema, verdadeiramente não ajuda.

As poucas sugestões dadas nesta análise das frases componentes da Lei IV proporcionam muito material para reflexão, e agora consideraremos a regra relacionada a esta lei.

É preciso lembrar, ao estudarmos estas leis e regras, que as leis são impostas ao curador e fornecem as condições inalteráveis sob as quais ele tem de trabalhar e das quais não pode fugir. As regras, porém, ele as impõe a si mesmo e constituem as condições que ele é aconselhado a seguir para ter sucesso. Muita coisa depende de sua compreensão das regras e de sua capacidade de interpretá-las corretamente. Elas são a tradução ou uma adaptação de antigas regras que, desde o início dos tempos, têm condicionado todos os curadores ocultistas trabalhando sob a impressão hierárquica. Nos primitivos dias de sua aplicação foram submetidas à Hierarquia daquela época e aceitas por seus membros - na época da velha Lemúria - e tiveram então que ser interpretadas de forma diferente da interpretação moderna, cujo significado só agora está emergindo. Podemos dizer que:

1. Nos temos lemurianos estas regras eram aceitas por membros da Hierarquia, pois só eles podiam conhecê-las e trabalhar com elas.

2. Nos tempos atlantes elas foram exteriorizadas até a discípulos ainda não iniciados ou que tinham recebido apenas a primeira iniciação e foi permitido que eles as usassem. É a interpretação atlante que grandemente colore a moderna abordagem à sua compreensão, mas não é ela adequada à oportunidade e ao tipo mais mental de ser humano.

3. Hoje, na nossa raça ariana, está emergindo um novo significado, e é este significado e a nova interpretação que tentarei divulgar.

A Regra 1 não foi submetida à nova interpretação por ser tão obviamente moderna em sua aplicação. De fato, a primeira regra não fazia parte do texto original antigo do qual estas importantes regras foram retiradas, mas é relativamente muito moderna, tendo sido formulada no início da era cristã. É uma regra clara e concisa e indica qual deve ser a natureza do pensamento do curador.

1. Ele deve conhecer o tipo de pensamento que condiciona o paciente.

2. Ele deve ser capaz de penetrar na fonte da dificuldade, ou antecedente psicológico; portanto, ele precisa usar o poder do pensamento.

3. Ele deve ser capaz de relacionar causa e efeito; o agente relacionador sendo sempre a mente.

Nas antigas Lemúria e Atlântida, a mente era praticamente passiva e na realidade quase não funcionava; somente nesta raça atual é que a natureza mental do homem está se tornando dominante, e portanto, a nova e moderna interpretação destas regras (baseadas no princípio da mente) está na ordem do dia, e com ela continuaremos a lidar.

REGRA DOIS

O curador deve alcançar pureza magnética através da pureza de vida. Ele tem que alcançar aquela luz radiadora que aparece em cada homem quando ele faz a conexão dos centros da cabeça. Quando este campo magnético é estabelecido, irrompe a radiação.

O Oriente sempre enfatizou a pureza magnética, mas ignorou totalmente a pureza física tal como a compreende o Ocidente; este tem enfatizado a pureza física exterior, mas nada sabe sobre a pureza magnética, a qual se baseia grandemente (de forma um tanto errônea embora não inteiramente) no efeito da emanação áurica e sua pureza ou impureza. Nesta regra, o curador é aconselhado a:

1. Alcançar a pureza magnética através da pureza da vida.

2. Alcançar a irradiação através da vinculação dos centros da cabeça.

3. Estabelecer um campo de radiação através da utilização deste campo magnético.
Resultado: RADIAÇÃO

A parte interessante desta regra é a vinculação das duas formas possíveis de cura espiritual - a radiadora e a magnética - em uma única atividade. O verdadeiro curador automaticamente mescla os dois métodos de cura e os usa simultânea e automaticamente porque ele trabalha através da área magnética contida no raio de influência dos três centros da cabeça, ou dentro do triângulo que se forma quando eles são assim vinculados.

Nos dias lemurianos, o curador alcançava seus fins pelo uso de drásticas disciplinas físicas, ganhando assim a necessária pureza. Como sabem, a meta do esforço hierárquico naqueles dias era ensinar ao homem primitivo os usos e o propósito do corpo físico e seu controle inteligente; o homem que controlasse o corpo como um maquinista controla uma máquina, era então considerado um iniciado. Hoje, é o controle da personalidade que faz de um homem um iniciado. Celibato, cuidadoso regime alimentar, certa medida de limpeza corporal, mais os rudimentos da Hatha Ioga (controle embrionário físico e atlético - principalmente controle muscular) eram estritamente enfatizados. Esta assim chamada pureza conquistada, permitia a livre afluência das correntes prânicas do curador para o paciente, através do centro sacro e o da garganta - trabalhando o curador espiritual por meio do centro da garganta, e sendo o centro de recepção no paciente o centro sacro. Os centros do coração e da cabeça não eram usados. Prana - para nossos propósitos - define-se como a vitalidade do planeta, sua emanação vital; é este prana que é distribuído ou transferido por um curador natural (um sem qualquer treinamento, sem muito conhecimento essencial ou com pouca ou nenhuma orientação espiritual). Ele cura mas não sabe como ou porque; o prana simplesmente flui através dele na forma de uma forte corrente de vitalidade animal, geralmente vinda do centro esplénico e não de qualquer dos sete centros.

Estas drásticas disciplinas físicas são frequentemente tentadas hoje por aspirantes bem intencionais; eles praticam o celibato, o vegetarianismo radical, exercícios de relaxamento e muitos tipos de exercícios físicos, na esperança de ter o corpo sob controle. Estas formas de disciplina seriam muito boas para o homem não evoluído e os tipos humanos mais inferiores, porém não são os métodos que devem ser aplicados pelo homem comum ou o aspirante praticante. A concentração sobre o corpo físico serve apenas para acentuar sua potência e alimentar seus apetites e trazer à superfície da consciência aquilo que deveria estar seguramente recluso abaixo do limiar da consciência. O verdadeiro aspirante deve estar ocupado não com o controle físico mas com o controle emocional e com o esforço de para focalizar-se no plano mental, antes de alcançar um contato estável com a alma.

Nos dias atlantes, começou lentamente a ser feita a mudança da atenção do corpo físico para o veículo emocional. O iniciado daquela época começou a ensinar a seus discípulos que o corpo físico era, na realidade, somente um autômato e que eram o corpo de desejo e a natureza e qualidade de seus habituais desejos que deveriam ser considerados para alcançar a pureza. Foi nesta raça, portanto, que o magnetismo pessoal começou primeiro a mostrar-se. Os primeiros e primitivos lemurianos não eram dotados de qualquer magnetismo, como nós entendemos o termo, porém na época atlante manifestou-se certa medida de radiação magnética, embora não tanto quanto agora é frequente e possível. O primeiro leve contorno do halo poderia ver-se ao redor das cabeças de atlantes avançados. A pureza magnética tornou- se uma possibilidade e uma meta, mas dependia do controle emocional e da purificação da natureza do desejo; isto automaticamente produziu um muito maior grau de pureza no veiculo físico do que o iniciado lemuriano jamais alcançara. As doenças do corpo tornaram-se mais sutis e complexas, as primeiras doenças psicológicas apareceram e as várias enfermidades que estão definidamente baseadas nas emoções. Com este tipo de dificuldade nos ocupamos na primeira parte deste tratado. Naqueles dias, o curador trabalhava através do centro do plexo solar e, se um iniciado, através do centro do coração. Ainda não havia área magnética ou campo de energia na cabeça.

Hoje, em nossa raça ariana, a pureza magnética não depende de disciplinas físicas; para a massa do povo, depende de disciplinas emocionais, mas no caso do verdadeiro curador na Nova Era, depende da “área magnética iluminada na cabeça”. Isto provê um campo de atividade para a alma, trabalhando através dos centros da cabeça e focalizando-se no campo magnético que eles abrangem. Quando todos os poderes do corpo e a atenção dirigida do curador estão centralizados na cabeça, e quando o corpo astral está aquiescente e a mente ativa como transmissor da energia da alma para os três centros da cabeça, estabelece-se então uma radiação, ou emanação de energia, que é uma potente força de cura. A radiação é intensa, não tanto sob o ângulo familiar do aspeto da luz, mas pelo alcance da emanação dos raios de energia ativa que podem atingir o paciente e energizar o centro necessário. Todos os centros do corpo do paciente são receptivos a esta energia, e não apenas somente um, como é o caso nos dois anteriores tipos de cura.

Quando o carma ou o padrão de vida do paciente o permite, estes raios de energia, que emanam do campo magnético na cabeça do curador, tornam-se o que é chamado uma “radiação dispersiva”; eles podem afastar as forças que criam ou agravam a doença. Quando, devido ao destino do paciente, esta radiação dispersiva não consegue alcançar a cura física, ela pode, não obstante, ser dirigida para dissipar dificuldades mais sutis, como qualquer forma de medo, de desequilíbrio emocional e certas dificuldades psicológicas que grandemente acentuam o problema com que o paciente se depara.

Os curadores fariam bem em lembrar-se que, quando os três centros na cabeça estão ligados e o campo magnético está assim estabelecido e presente a radiação, o curador pode então usar o centro ajna como agente direcionador desta “radiação dispersadora”. É interessante observar que os dois principais centros da cabeça (correspondentes a atma-budi, ou a alma) são os centros coronário e o alta maior (centro bulbar) e correspondem, esotericamente, aos agentes distribuidores dos olhos direito e esquerdo, como o são as glândulas da cabeça: a pineal e a hipófise. Temos, portanto, na cabeça três triângulos, dos quais dois são distribuidores de energia e o terceiro é um distribuidor de força.

É com estes triângulos que o curador treinado finalmente trabalha e conscientemente emprega. O tempo quando isto será possível está ainda muito distante. Atualmente, o curador tem que trabalhar por meio da visualização e o poder da imaginação criativa. À medida que imagina, por meio da visualização, a relação desses triângulos entrelaçados, superpondo-os um sobre os outros, começando com o primeiro, ele está realizando um trabalho definido de posicionamento, seguido de vitalização criativa, e finalmente, de direcionamento criativo. Nestas três palavras: posicionamento, vitalização e direcionamento estão indicados os resultados obtidos pelo curador que obedece a esta regra. A atenção é posicionada; o campo magnético é espiritualmente vitalizado; a radiação vital é gerada e então distribuída e direcionada corretamente por meio do terceiro triângulo. Isto parece um procedimento um pouco complicado, mas depois de alguma prática este exercício de posicionamento, vitalização e direcionamento torna- se quase instintivo e automático.

Agora trataremos de uma lei longa e um tanto complicada que tenta abarcar um terreno tão vasto que à primeira leitura poderá confundir.

LEI V

Nada existe a não ser energia, pois Deus é Vida. Duas energias se juntam no homem, mas há outras cinco presentes. Para cada uma delas encontra-se um ponte central de contato. O conflito dessas energias com as forças e das forças entre si produz os males corporais do homem.

O conflito entre as primeiras e as segundas persiste por eras até que o topo da montanha seja atingido - o primeiro grande cume. A luta entre as forças produz todas as doenças, todos os males e dores corporais que buscam libertação na morte. As duas, as cinco e portanto as sete, e mais aquilo que elas produzem, possuem o segredo. Esta é a quinta Lei da Cura dentro do mundo da forma.

Foi impossível até agora tratar desta lei porque só hoje se tornou possível o ensinamento sobre a VIDA (e a vida como energia). Também o ensinamento sobre as cinco e as duas energias que se encontram no homem foi recentemente dado por mim pela primeira vez embora fosse insinuado na Doutrina Secreta. Eu às vezes me pergunto se qualquer um de vocês compreende a importância memorável do ensinamento que dei sobre os sete raios como energias em manifestação. Especulações quanto à natureza da divina Trindade sempre estiveram presentes nas discussões e pensamentos dos homens avançados - e isso desde o início dos tempos e a Hierarquia começou sua milenar tarefa de influenciar e estimular a consciência humana - porém informação sobre os sete Espíritos diante do Trono da Trindade não tem sido tão comum e apenas uns poucos escritores, antigos ou modernos, mencionaram a natureza destes Seres. Agora, com tudo que eu já dei sobre os sete raios e os sete Senhores dos Raios, muito mais pode ser descoberto. Estas sete grandes Vidas podem ser vistas e conhecidas como as essências formadoras e as energias ativas em tudo que existe manifestado sobre o plano físico, assim como em todos os planos da expressão divina. Dizendo isto, incluo não apenas o plano físico cósmico (composto de nossos sete planos sistêmicos) mas também os planos cósmicos astral e mental.

Nesta regra, espera-se que o curador aceite certas ideias básicas que servirão para desenvolver sua compreensão; são apresentados certos axiomas gerais que formarão uma base sólida para todo o trabalho futuro. O ponto principal a ser lembrado é que esta regra diz respeito inteiramente ao plano físico (denso e etérico), e aos efeitos produzidos dentro do corpo físico pelo conflito entre as energias e as forças. Forças são aquelas energias que estão limitadas e aprisionadas dentro de qualquer forma - um corpo, um plano, um órgão, um centro; energias são aquelas correntes de energia direcionada que fazem impacto sobre essas forças aprisionadas (se posso chamá-las assim), correntes essas vindas de uma forma maior ou mais inclusiva, de um plano superior, fazendo assim contato com uma força vibratória mais grosseira. Uma energia é mais sutil e mais potente do que a força sobre a qual faz impacto ou estabelece contato; a força é menos potente, mas está ancorada. Nestas duas últimas palavras vocês têm a chave para o problema do relacionamento das energias. Sob o ângulo do ponto de contato ancorado, a energia livre é, de certo modo, e dentro de uma esfera limitada, menos efetiva do que a energia já lá ancorada. É essencialmente mais potente, porém não efetiva. Reflitam sobre isto e permitam-me ilustrar o que digo. Na vida do aspirante, a energia do centro do plexo solar (devido ao longo uso, centralização e hábito) é mais potente em seu efeito sobre a vida do aspirante do que a energia do centro do coração, que está apenas muito vagarosamente entrando em ação efetiva. Prosseguindo na ilustração: as energias da personalidade são muito mais potentes no condicionamento da vida do homem comum do que a energia da alma, a qual há milênios tem tentado apoderar-se efetivamente de seu ponto de manifestação, a personalidade, mas sem sucesso até muito mais tarde no ciclo de encarnações. Contudo, em última análise, a energia do coração e a energia da alma são infinitamente mais potentes do que as energias do centro do plexo solar ou da personalidade. Não obstante, há eons a energia do centro do coração e a energia da alma não encontram veículos responsivos nos três mundos.

De certo modo, isto simplifica o problema do curador, porque a primeira coisa que ele tem de decidir qual energia está no controle, a da alma ou a da personalidade, o que é muito simples de se descobrir. A tendência da vida do paciente, seu modo de viver e de servir, o caráter que demonstra, tudo isso é indicativo das potências que controlam sua expressão manifestada. Se o homem é um verdadeiro aspirante e almeja conscientemente palmilhar o Caminho do Discipulado, ajudará a descoberta admitindo-a francamente. Porém, se as forças da personalidade não respondem ao impacto da alma do curador, a personalidade não perceberá a oportunidade e permanecerá de todo inconsciente do impacto. Estas são condições que o curador, portanto, pode facilmente verificar.

Esta lei é longa e contém declarações da maior importância. Seria útil, no interesse de nosso tema, estudá-las com o máximo cuidado para captar sua importância e verdadeiro significado; esta compreensão tem que ser a partir do ponto de vista da consciência do iniciado, e não do ponto de visão do homem comum não iluminado. Portanto, tomaremos uma frase de cada vez e buscaremos seu significado. Esta lei contém sete declarações, e grande parte de sua significação é, exotericamente, familiar, mas podem ser reformuladas em relação à arte da cura.

1. Nada existe e não ser energia, pois Deus é Vida.

Esta é uma ampla generalização que pode significar muito para o iniciado, mas que seguramente significa muito pouco para o pensador comum, para quem a vida significa essencial e simplesmente aquilo que traz uma forma à manifestação, mantém-na em existência e demonstra constantemente sua presença por algum tipo de atividade - uma atividade que demonstra sua vivência. Todavia, nós aplicamos erroneamente o termo “vida” à habilidade de uma forma para manifestar e expressar sua qualidade e natureza. No entanto, vida e qualidade existem independente da forma e com frequência adquirem maior expressão e utilidade através da aplicação da Lei da Morte.

O fato da divindade e da origem divina prova-se pelo fato da vida. Isto é muitas vezes negligenciado, e enfatiza-se o conceito de que a vida evoca e suporta uma forma que ancora a essência da vida e prova a realidade de sua existência.

É a vida da Fonte Una de todas as formas em manifestação que cria relacionamentos e qualidades essenciais, e embora isto tenha sido afirmado incessantemente permanece ainda com uma platitude sem significado. Não obstante, à medida que os homens começarem a reconhecer Deus como energia e a si mesmos como aspetos dessa energia; à medida que eles começarem conscientemente a trabalhar com as energias e reconhecer a distinção no tempo e no espaço entre energias e forças, e então, à medida que a alma entrar em maior atividade funcionante, o fato da vida será reconhecido de modo novo e quase formidável. É preciso lembrar que a alma é uma energia secundária, que prova a existência da energia primária e é responsável pela aparência da terceira forma de energia - a tangível e objetiva. A vida virá a ser, afinal, conhecida como capaz de ser invocada pela alma no interesse da forma. Há aqui uma pista para o nosso tema geral.

Até agora, o mecanismo de aproximação ao aspeto vida - o antahkarana e o agente, a vontade espiritual - não foi compreendido em qualquer sentido útil. Hoje, as primeiras tímidas alusões a respeito do uso do antahkarana e seu propósito em relação à personalidade e à Tríade Espiritual estão sendo estudadas por uns poucos estudantes no mundo, cujo número crescerá firmemente à medida que a personalidade e a alma estabeleçam contato e se fundam, e um maior número de pessoas receba a iniciação. Consequentemente, o propósito da própria existência do quarto reino da natureza (como um agente transmissor das energias espirituais superiores para os três reinos inferiores) começará a aparecer, e os homens, em formação grupal, iniciarão conscientemente este trabalho de “salvar” - em sentido esotérico, claro - estas outras vidas agrupadas. O Macrocosmo com seu propósito e incentivos começará, pela primeira vez, a refletir-se no reino humano numa nova e mais potente maneira, e este, por sua vez, tornar-se-á o macrocosmo dos três estados inferiores de vidas conscientes - os reinos animal, vegetal e mineral.

Tudo isto é um profundo mistério, mas tem permanecido assim unicamente devido à falta de desenvolvimento do quarto reino. Houve um desvio do intento original. Sua função e campo de serviço poderiam, contudo, ser compreendidos e expressados somente quando este aspeto superior, o aspeto vontade, tivesse sido trazido à expressão consciente na humanidade através da construção e utilização do antahkarana. Ao longo da ponte do arco-íris o aspeto vida pode fluir, e é a isto que o Cristo se referiu quando disse que Ele viera para que pudesse estar presente na Terra “vida mais abundante”. Sempre houve vida, porém quando a consciência crística está radiantemente presente (como é o caso hoje, embora em pequena escala) e o número daqueles que a expressam for realmente grande, a inferência é que o antahkarana esteja firmemente estabelecido; a ponte do arco-íris pode então ser atravessada e cruzada, e a vida em abundância e impelida num novo sentido pode também fluir através da humanidade para os reinos subumanos da natureza. Isto é evidência de divindade, e um destacado testemunho da origem divina do homem, e a esperança - a esperança salvadora - do mundo.

A energia e as forças constituem a soma total de tudo que é. Este é um outro truismo básico sobre o qual a ciência do ocultismo é construída e que a arte da cura tem de reconhecer. Nada mais existe em manifestação, seja lá o que for. A própria doença é uma forma ativa de energia demonstrando-se em forças que destróem ou produzem a morte. Portanto, se nossa premissa básica for correta, a doença é também uma forma de expressão divina, pois aquilo que conhecemos como mal é também o reverso daquilo que chamamos bem. Será diminuir o assunto ou causar uma falsa impressão se considerarmos o mal (pelo menos no que diz respeito à doença) como o bem mal aplicado ou mal ajustado? Serei mal interpretado se disser que a doença é energia que não está funcionando como seria desejável ou de acordo com o plano? Energias que afluem são postas em relação com forças e trazem como resultado boa saúde, formas adequadas e fortes e atividade vital; contudo, as mesmas energias podem ser postas em relação com as mesmas forças e estabelecer-se um ponto de fricção, produzindo uma área enferma, dor, sofrimento e talvez a morte. As energias e as forças continuam sendo essencialmente da mesma natureza divina, porém o relacionamento estabelecido produziu o problema. Se esta frase for estudada, será óbvio que uma definição como esta pode ser usada para cobrir todas as formas de dificuldade, e que o produtor final da situação (seja ela boa ou má) é o aspeto do relacionamento. Esta afirmação é da maior importância para toda reflexão.

2. Duas energias encontram-se no homem, mas outras cinco estão presentes. Para cada uma há que encontrar-se um ponto central de contato.

As duas energias que se encontram no homem são os dois aspetos da mônada, do Uno em manifestação. A mônada manifesta-se essencialmente como uma dualidade: como vontade e amor, como atma-budi, as quais quando entram em relação com o ponto da mente, com o terceiro aspeto da divindade, produzem a alma e então o mundo tangível manifestado; então demonstra-se no planeta a vontade, o amor e a mente ou inteligência; ou atma-budi-manas.

Enquanto a alma se ancora como consciência e vida no interior do ser humano, este ser humano contribui com um terceiro elemento que está latente ou carmicamente presente em toda a substância: manas ou mente, a qual é herdada ou mantida em solução na substância de um sistema solar anterior. Naquele sistema a inteligência não estava desenvolvida e foi mantida dentro da substância para formar a base do desenvolvimento evolutivo deste segundo sistema solar. Não se esqueçam de que os sete planos do nosso sistema solar constituem os sete subplanos do plano físico cósmico e que, portanto, espírito é matéria no seu ponto mais alto de expressão e matéria é espírito no seu ponto mais baixo. A vida diferencia-se em vontade e amor, em grandes energias impulsoras que subjazem a todo o processo evolutivo e motivam sua inevitável consumação.

Atma-budi, como energias, ancoram-se no veículo da alma, no lótus egoico, e sua atividade fundida evoca uma resposta da substância do plano mental que então dá sua própria contribuição. Sua reação produz o que chamamos mente superior, que é de natureza tão sutil e de tão tênue emanação que forçosamente tem que relacionar-se com os dois aspetos superiores e tornar-se parte da Tríade Espiritual. O vórtice de forças estabelecido sob o impacto da vontade divina, expressando o divino propósito e unificado com o Ser (como identidade e não como uma qualidade), produz o lótus egoico, o veículo daquela “alma identificada” que foi arrastada à expressão como resultado do impacto átmico-búdico sobre os três mundos, e a mente concreta e o intelecto humano veem à expressão, Há, portanto, uma curiosa semelhança entre os três aspetos divinos em manifestação e o homem espiritual no plano mental:

A mônada ....... A mente abstrata.
A alma ...... O lótus egoico.
A personalidade .......A mente inferior ou concreta.

Aquela vaga abstração, a mônada, durante eons, parece não se relacionar de modo algum com a alma e a personalidade, as quais têm estado ocupadas com a tarefa de estabelecer - no devido tempo e sob o impulso evolutivo - uma íntima fusão ou unificação. A mente abstrata também permanece durante eons como algo inconcebível e fora dos modos de expressão e de pensamento do homem que é Kama-manásico (ou emoção e mente inferior) e a seguir finalmente alma e mente concreta (ou o iluminador e o transmissor da iluminação). Estas correspondências podem ser grandemente iluminadoras se forem devidamente consideradas.

No ser humano temos, pois, ancoradas duas energias principais; uma irrealizada, à qual damos o nome de a PRESENÇA, a outra realizada, à qual damos o nome de o Anjo da PRESENÇA. São elas a alma, o anjo solar, e a mônada. Uma corporifica o raio monádico e a outra, o raio da alma, e ambas estas energias, ativa ou sutilmente, condicionam a personalidade.

As outras cinco energias que estão presentes são o raio da mente ou a força condicionadora do corpo mental; o raio da natureza emocional, e o raio do corpo físico, mais um quarto raio que é o da personalidade. O raio do corpo físico esotericamente “ascende até a junção, enquanto que todos os outros descem”, para citar um antigo escrito. O raio da personalidade é uma consequência ou resultado do vasto ciclo de encarnações. Temos, portanto:

1. O raio monádico.

2. O raio da alma.

3. O raio da mente.
4. O raio das emoções.
5. O raio do corpo físico.

6. O raio da personalidade.

7. O raio planetário.

O raio planetário é sempre o terceiro Raio da Inteligência Ativa porque ele condiciona nossa Terra e é de grande potência, permitindo ao ser humano "transacionar seus negócios no mundo da vida física planetária”.

Referi-me de forma casual a estes raios em outra parte e pouco disse sobre o raio planetário; dei ênfase a outra análise dos raios condicionadores, e nesta análise reconheci apenas cinco raios de utilidade prática para o homem. São eles:

1. O raio da alma.

2. O raio da personalidade.

3. O raio mental.
4. O raio astral.
5. O raio do corpo físico.

Contudo, com a criação e desenvolvimento do antahkarana, o raio da mônada também deve ser posto em alinhamento, e então, aquilo que é seu oposto polar, a “vida” planetária, o terceiro raio, será reconhecido. Estou informando aqui um ponto de grande importância para vocês. Todas estas energias desempenham um papel ativo no ciclo de vida de cada homem e não podem ser totalmente ignoradas pelo curador, mesmo embora seja a informação relativamente inútil na atualidade.

3. Os conflitos destas energias com as forças, e das forças entre si, produzem os males corporais do homem.

Notarão aqui que as doenças são produzidas, segundo esta lei, de duas maneiras:

1. Pelo conflito entre energias e forças.

2. Pelo conflito das forças entre si.

É evidente que na superfície seja esperada esta luta dual. Sob a primeira categoria, há a luta que tem lugar na vida da personalidade quando a alma definitivamente volta sua atenção para seus veículos e tenta assumir o controle. Quanto mais determinada esteja a pessoa a submeter sua personalidade ao controle da alma, mais intenso será o conflito, tendo como resultado sérias condições físicas. Sob esta categoria viria a maioria das doenças dos discípulos e místicos, em grande parte de natureza nervosa, e com frequência afetando o coração ou a corrente sanguínea. Na maioria dos casos, elas estão confinadas à área acima do diafragma e pois, às áreas condicionadas pelos centros da cabeça, da garganta e do coração. Certo número de casos que podemos chamar “fronteiriços” entram também sob esta categoria, porém estão confinados à transferência de energias (sob o impacto da alma) do plexo solar para o coração, e a “linha” envolvida é simplesmente o diafragma.

Sob esta primeira categoria viriam também as dificuldades provocadas, por exemplo, quando a energia do corpo astral faz seu impacto sobre o veículo etérico, estabelecendo um tumulto emocional, e produzindo sérias dificuldades no plexo solar que resultam em perturbações gástricas, intestinais e hepáticas, todas devidas ao conflito entre energias e forças. Tudo que posso fazer a esta altura é indicar o tipo de problema relacionado a uma ou outra destas duas categorias, pois o tema não se presta à breve explanação a que me proponho aqui.
Sob a segunda categoria que diz respeito ao conflito entre forças e forças, está envolvido o corpo etérico, e as 'forças em questão são as que se encontram nos centros maiores e menores, envolvendo o relacionamento entre eles e a sua reação interna ao impacto de energias vindas de fora do corpo etérico. Essas forças e sua interação produzem os males comuns do homem e controlam os distúrbios dos órgãos físicos e as áreas do corpo físico encontradas ao redor desse centros. Estes, na realidade, são os fatores principais que condicionam a massa dos seres humanos durante eons ou até o momento em que a alma “presta atenção” à apropriação com pleno controle de seu mecanismo nos três mundos. Estas dificuldades secundárias, devidas à interação entre os centros, são de três categorias, que devem ser cuidadosamente observadas:

1. A interação entre:

a. Os centros acima do diafragma, da cabeça, garganta e coração, e muito ocasionalmente, o centro ajna.

b. Os centros abaixo do diafragma e sua relação recíproca.

2. A mútua relação de certos centros, como a que tem lugar sob a Lei da Transmutação, ou o processo de elevar as forças de um centro para outro:

a. Do centro sacro para o centro da garganta.

b. Do plexo solar para o centro do coração.

c. Do centro da base da espinha para o centro da cabeça.

3. O impacto da “energia” (observem a exatidão técnica de meu fraseado) dos centros acima do diafragma sobre os centros abaixo do diafragma.

Este é um processo inverso ao que tem iugar quando as forças abaixo do diafragma são elevadas para os centros acima do diafragma. Neste terceiro tipo de relação temos o exercício da potência do magnetismo, e no outro temos a expressão da radiação. Numa certa etapa do desenvolvimento, estes dois ficam estreitamente aliados.

Em todos estes relacionamentos há possibilidades de dificuldades, resultando num efeito indesejável sobre os órgãos físicos encontrados dentro da área em questão. Nas primeiras etapas da relação dos centros acima do diafragma com os abaixo dele, geralmente o homem está inconsciente do que se está passando, e é então, simplesmente vítima da estimulação aplicada pelo centro de onde emana a energia sobre o centro que recebe seu impacto; ou ele pode ser vítima da desvitalização (produzindo consequentemente muitas formas de males físicos) à medida que os centros respondem à estimulação. Tudo é uma questão de equilíbrio e é por ele que o homem deve empenhar- se.

Chegamos agora a uma declaração muito ambígua, e isto, propositadamente:

4. O conflito entre as primeiras e as segundas persiste durante eras até que o topo da montanha seja alcançado - o topo da primeira grande montanha.

Isto refere-se vagamente (também aqui propositadamente) ao conflito entre as energias acima do diafragma - que normalmente emanam da alma no seu próprio plano - e as forças abaixo do diafragma. Este é um grande e persistente conflito. Ele começa quando o centro do plexo solar se torna dominante e poderoso, produzindo crises como nos tempos atlantes. Uma vez que a massa dos homens é ainda atlante em sua consciência, sendo arrastada principalmente por sua natureza emocional, estas crises surgem hoje. Afinal, e falando metaforicamente, o plexo solar começa a ter um efeito radiador em resposta ao “chamado” magnético do centro do coração. Quando a primeira iniciação é recebida, estabelece-se entre os dois a primeira atividade coordenada. “Aquilo que está acima está agora relacionado com aquilo que está em baixo, porém aquilo que está em baixo perde sua identidade naquilo que está em cima”, assim está expresso no Velho Comentário. A mãe foi perdida de vista porque o Cristo-Menino tomou o lugar de interesse. A alma está assumindo o controle e conduzindo o aspirante do topo de uma montanha a outro.

Na primeira iniciação, e cada vez mais em todas as iniciações, a energia entra em maior conflito com as forças; a energia da alma precipita-se para o corpo etérico e todos os centros se tornam “áreas de luta”, com um dos centros mais enfatizado do que os outros. A natureza da batalha já não é a das “forças entre si”, mas é agora entre as energias e as forças e é isto que cria as cruciais provas da iniciação; é isto que causa tantos males físicos entre aqueles que receberam ou estão a ponto de receber a primeira e segunda iniciações. E é isto que responde pelas doenças dos santos!

Uma grande ciência dos centros surgirá um dia e tornará claro todo este complexo problema, porém o tempo ainda não é chegado. Se está ciência fosse abertamente ensinada agora, os homens voltar-se- iam para o fato dos centros e as áreas que eles controlam, e não para as energias que fluem através deles. Haveria uma malsã e indesejável estimulação ou desvitalização da substância dos centros, com sérias doenças como consequência. Eternamente a lei afirma que “a energia segue o pensamento”, e que a energia pode ser radiadora ou magnética, mas jamais estaticamente contida dentro de um centro. A verdadeira ciência dos centros somente será divulgada livremente quando - e somente quando - os homens conhecerem, pelo menos, como direcionar o pensamento e controlar os impactos da energia.

5. A luta entre as forças produz todas as doenças, males e dores corporais que buscam na morte a liberação.

Há aqui uma interessante distinção que deveria ser notada. A morte, quando chega, é o resultado de duas coisas:

1. A luta entre as forças, e não entre a energia e as forças. A área de conflito é o corpo etérico e o físico e nenhuma energia penetra vinda do exterior porque o homem está demasiadamente doente.

2. A perda da vontade-de-viver. O paciente entregou os pontos; a luta interna é demais para ele; ele não pode trazer qualquer energia de fora para combater as forças em luta, e chegou ao ponto em que sequer deseja fazê-lo.

Estas duas fases do processo de morrer indicam o destino do paciente, e devem ser imediatamente observadas pelo curador que, ao percebê-las, aplicará então sua habilidade a ajudar o homem a morrer e não tentará efetuar a cura. A porta de entrada para as energias da vida está cerrada; nada pode entrar para ajudar o curador em seu trabalho, e o conflito entre as forças - de natureza geral ou restritas a uma luta amarga numa área particular - provoca tamanha fricção que nenhuma esperança resta a não ser a morte. Nesta frase que estamos comentando, poderíamos destacar que a doença refere-se ao ponto de fricção ou a um problema agudo; todos os males refere-se à reação geral do homem à área de dificuldade e à incapacidade geral produzida pela doença, enquanto males corporais refere-se ao desconforto da área onde a doença está localizada e que é indicativo de sua natureza. Todas as palavras nestas leis e regras são cuidadosamente escolhidas, e mesmo que inadequadas, do ponto de vista do tradutor, não são redundantes, mas expressam diferentes significados.

6. Os dois, os cinco e então os sete e mais aquilo que eles produzem, possuem o segredo.

Esta enumeração é um resumo do que foi previamente dado, e
seu significado mais superficial e de maior utilidade para o curador poderia simplesmente expressar-se da seguinte maneira:

O curador precisa ter em mente o fato das duas energias principais que estão presentes em cada personalidade: o raio da alma e o da personalidade. Ele precisa então lembrar-se que a esses dois ele deve juntar os três raios condicionadores, perfazendo os cinco mencionados: o raio da mente, o raio do corpo astral e o raio do corpo físico.

Esta enumeração é geralmente adequada para as pessoas comuns ou medianas. Se, porém, o paciente é alguém muito evoluído será necessária outra forma de enumeração. Será necessário juntar duas energias mais que então estarão presentes em real potência: o raio da mônada e o raio do planeta, que é o terceiro raio. Quando este raio planetário está muito ativo (como no caso de pessoas muito evoluídas e aquelas que já alcançaram um alto ponto de integração geral), ele tem um potente efeito; o prana planetário flui poderosamente com o raio planetário, e isto pode ser usado para produzir a cura. Uma razão porque a saúde geral de todas as pessoas muito evoluídas é usualmente boa é que a energia prânica do planeta circula livremente através do mecanismo. É desta energia que o Mestre, trabalhando através de um corpo relativamente perfeito, depende para mantê-lo com boa saúde. Esta é uma informação nova que - quando reconhecida - parecerá simples e razoável. “Aquilo que elas produzem” neste caso, e para o curador, significa a forma exterior tangível; há outros significados, mas não trataremos deles aqui.

O “segredo" referido é a revelação dd modo pelo qual a boa saúde pode ser preservada; não é o segredo de como curar o veículo físico quando “os males corporais” estão presentes, mas há um segredo de boa saúde que todos os iniciados acima da terceira iniciação conhecem, e que podem empregar, se assim o desejarem. Todavia, eles nem sempre podem escolher a menos que estejam trabalhando com outras partes do Plano que nada tenham a ver com a humanidade. Se eles estão entre aqueles que se ocupam com o desdobrar da consciência no homem e são trabalhadores para e no reino humano, eles podem conhecer o segredo, mas podem, ao mesmo tempo, escolher não aproveitar-se dele por causa da necessidade que eles sentem de estar completamente identificados com a humanidade. Portanto, escolhem partilhar conscientemente de toda a experiência humana e morrer segundo as linhas que são comuns ao resto dos homens. A questão toda da identificação jaz por trás de toda a manifestação; é a identificação com ou do espírito e matéria que é o segredo da divina aparência. Uma das principais causas da doença, como bem sabem, é a facilidade com que os homens se identificam com o aspeto forma (com as muitas forças localizadas - localizadas dentro do círculo-não-se-passa da personalidade). O homem esquece de identificar-se com o produtor da forma, o verdadeiro homem espiritual, e com as energias que ele procura direcionar, e que - mais tarde no ciclo evolutivo - insiste em dirigir.

Aqui há também um significado secreto no que se refere aos sete raios ao se expressarem no reino humano. O conhecimento deste segredo permite ao Mestre controlar as epidemias e doenças disseminadas, porém isto, agora, não diz respeito a vocês. Incidentalmente, a relativa libertação de pragas e epidemias que geralmente acompanham a esteira da guerra, deve-se parcialmente ao uso, pela Hierarquia, deste conhecimento sétuplo aliado ao conhecimento científico da própria humanidade.

A este respeito também (e o menciono simplesmente pelo aspeto do interesse) há duas autoridades hierárquicas - o Mahachohan e Seu Representante no sétimo raio - Que estão hoje de posse deste segredo em sua totalidade, e são ajudados por cinco outros Mestres na aplicação do conhecimento adquirido. Estes cinco Mestres estão trabalhando primariamente com a evolução dévica, e esta, como sabemos, está vinculada à forma e, neste caso particular, com os devas curadores. Estes sete Membros da Hierarquia são, por Sua vez, ajudados por um dos Budas de Atividade, e também peio representante do Espírito da Terra. Temos aqui, novamente, os dois, os cinco e então os sete - uma enumeração diferente e uma que quando somada dá nove, que é o número da iniciação. Esta relação numérica leva o homem ao ponto onde ele é “iniciado no reino da perfeição e não mais conhece a dor e o sofrimento, e sua mente é assim desviada daquilo que está em baixo para aquilo que está em cima”.

Mencionei esta fase da relação da humanidade com o tema da saúde para mostrar-lhes quão sutis e esotéricos são os assuntos que estamos tratando e para dar ao paciente individual um senso de proporção, no que concerne seus males físicos ou mesmo sua morte.

7. Esta é a quinta Lei da Cura dentro do mundo da forma.

Esta quinta lei concerne primariamente ao quinto princípio da mente ou manas; é este princípio que faz do ser humano o que ele é; é o princípio que faz dele um prisioneiro da forma e do planeta, tornando- o assim vulnerável e aberto aos ataques feitos à forma e que constituem parte da ação milenar do mal contra o bem. É este quinto princípio que, quando controlado e usado pelo Filho da Mente, Que é um Filho de Deus, que capacitará ao homem espiritual libertar-se de todo tipo de forma, e portanto, da doença e da morte.

Obviamente, o curador, à medida que treina a arte de curar, tem que apreender com clareza e imparcialidade certos fatos extremamente simples, ainda que esotéricos:

1. Que a cura é simples e essencialmente a manipulação de energias.

2. Que ele deve diferenciar cuidadosamente entre energias e forças.

3. Que se ele pretende alcançar verdadeiro sucesso, tem que aprender a reconhecer, com o máximo de exatidão possível, o ponto em que o paciente se encontra na escala da evolução.

4. Que o conhecimento dos centros é imperativo.

5. Que ele próprio tem que aprender a trabalhar como uma alma através de sua personalidade.

6. Que sua relação com o paciente (a menos que este seja muito evoluído) é a de personalidade.

7. Que ele precisa localizar o centro controlador da área que envolve o ponto de fricção.

8. Que, como em tudo o mais nas ciências ocultas, a doença e a cura são ambas aspetos do grande sistema de “relação” que governa toda a manifestação.

Se o curador tomar estes oitos pontos e refletir e meditar sobre eles, criará uma sólida base para todo o trabalho a ser feito. Sua relativa simplicidade é tal que se torna óbvio que qualquer um pode ser um curador, se ele assim o desejar e estiver disposto a cumprir os requisitos. A ideia corrente de que uma pessoa é um curador “nato”, e é portanto um ser de exceção, na realidade indica apenas que para esse objetivo se direciona seu principal interesse. Por isso, devido a esse interesse, sua atenção se voltou para a arte da cura e consequentemente para o contato com os pacientes. Devido ao inevitável trabalho da lei que governa o pensamento, descobre que a energia segue seu pensamento e flui, através dele, para o paciente. Quando ele faz isto deliberadamente, frequentemente segue-se uma cura. Qualquer homem ou mulher-desde que seja real o interesse e levado pelo incentivo de servir - que pensa e ama, pode ser um curador, e está na hora das pessoas compreenderem este fato. Todo o processo da cura é dirigido pelo pensamento; diz respeito à direção das correntes de energia ou a sua abstração, e isto é outra maneira de falar sobre radiação e magnetismo. Todo iniciado é um curador, e quanto mais avançado ele seja, menos se ocupa com as complexidades de centros e forças, energias e sua direção. Ele cura automaticamente, como foi o caso do iniciado Pedro, sobre o qual lemos que “ao passar, a sombra de Pedro curava todos eles”.

A principal diferença que se observa no intervalo (um intervalo de muitos milhares de anos) entre o tipo de cura acima mencionada e o trabalho de um curador menos evoluído, será que os curadores que sejam médicos experimentados e profissionais de destaque bem assim os curadores espirituais, terão uma grande vantagem sobre um curador não treinado, porque o diagnóstico da doença estará mais correto e seus poderes de visualização serão maiores, devido à sua familiaridade com a estrutura do corpo e seu conhecimento de patologia. Será prudente que durante muito tempo ainda, o curador espiritual trabalhe sempre em colaboração com um médico treinado. O curador proverá o conhecimento ocultista necessário. O tempo em que qualquer pessoa bondosa e espiritualmente orientada se arvora em curador deve ter fim; qualquer prática de cura deve ser precedida de anos de cuidadoso estudo sobre a natureza da energia, dos tipos de raios e dos centros. No mínimo, três anos devem ser dedicados a isto, e quando a isto se acrescentar a ciência de um médico formado por nossas melhores escolas, teremos então um novo e melhor tratamento do veículo humano do que agora é o caso. Então, o conhecimento ocultista e ortodoxo do curador, sua capacidade de visualização e seu poder para direcionar o pensamento serão reais e de efetiva praticidade.

A regra relacionada à Lei V torna clara a necessidade deste conhecimento oculto, pois expõe muito claramente certas injunções fundamentais.(Continua na Parte 3)

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