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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE TRÊS

Capítulo VIII

CAPÍTULO VIII

As Leis e as Regras Enumeradas e Aplicadas (Parte 1)

Nota: Algumas destas Regras estão relacionadas com certas leis e serão por mim consideradas de acordo com sua correta relação. Pedi a A. A. B. para dar aqui uma lista das dez leis e, quando uma regra está relacionada a uma determinada lei, apresentá-las juntas. As regras foram renumeradas e não seguem a ordem dada anteriormente.

LEI I

Toda doença é o resultado da inibição da vida da alma. Isto é verdade para todas as formas em todos os reinos. A arte da cura consiste em liberar a alma de modo que a vida possa fluir através do agregado de organismos que constituem qualquer forma particular.

LEI II

A doença é o produto de três influências às quais está sujeita: primeiro, o passado do homem, quando ele paga o preço de antigos erros; segundo, sua herança, onde ele partilha com toda a humanidade aquelas contaminadas correntes de energia que são do seu grupo de origem; terceira, ele partilha, com todas as formas naturais, daquilo que o Senhor da Vida impôs ao Seu corpo. Estas três influências são denominadas a “Antiga Lei da Partilha do Mal”. Algum dia isto dará lugar àquela nova da “Antiga Lei do Bem Dominante”, a qual está por trás de tudo que Deus tem feito. Esta lei precisa ser trazida à atividade pela vontade espiritual do homem.

REGRA UM

O curador deve treinar-se para conhecer o estágio interior do pensamento ou do desejo daquele que procura sua ajuda. Ele pode, assim, determinar a fonte de onde provém o problema. Ele deve relacionar a causa e o efeito, e saber o ponto exato através do qual deve chegar o alívio.

LEI III

A doença é um efeito da centralização básica da energia de um homem. Do plano onde aquelas energias estão focalizadas procedem as condições determinantes causadoras da má saúde. Manifestam-se, pois, como doença ou como libertação da doença.

LEI IV

A doença, física ou psicológica, tem suas raízes no que é bom, belo e verdadeiro, nada mais sendo do que um reflexo destorcido das possibilidades divinas. A alma frustrada, procurando a plena expressão de alguma característica divina ou realidade espiritual interna, produz, dentro da substância de seus invólucros, um ponto de fricção. Sobre este ponto focalizam-se os olhos da personalidade, e isto leva à doença. A arte do curador em elevar para a alma - o verdadeiro curador dentro da forma - os olhos que estão focalizados para baixo. O olho espiritual ou terceiro olho dirige então a força curadora e tudo fica bem.

REGRA DOIS

O curador precisa alcançar pureza magnética, através da pureza de vida. Ele tem que alcançar aquela luz radiadora que aparece em cada homem quando ele faz a conexão dos centros da cabeça. Quando este campo magnético é estabelecido, irrompe a radiação.

LEI V

Nada existe a não ser energia, pois Deus é Vida. Duas energias se juntam no homem, mas há outras cinco presentes. Para cada uma delas encontra-se um ponto central de contato. O conflito dessas energias com as forças e das forças entre si produz os males corporais do homem. O conflito entre as primeiras e as segundas persiste por eras até que o topo da montanha seja atingido - o primeiro grande cume. A luta entre as forças produz todas as doenças, todos os males e dores corporais que buscam libertação na morte. As duas, as cinco e portanto as sete, e mais aquilo que elas produzem, possuem o segredo. Esta é a quinta Lei da Cura dentro do mundo da forma.

REGRA TRÊS

Que o curador concentre a necessária energia no centro requerido. Que esse centro corresponda ao centro que apresenta a necessidade. Que os dois sejam sincronizados e juntos aumentem a força. Assim, a forma expectante ficará equilibrada em seu trabalho. Assim, os dois e o um, sob correta direção, curarão.

LEI VI

Quando as energias construtoras da alma estão ativas no corpo, há então saúde, límpida interação e correta atividade. Quando os construtores são os senhores lunares e aqueles que trabalham sob o controle da lua e às ordens do eu pessoal inferior, então temos doença, saúde precária e morte.

LEI VII

Quando a vida ou energia flui sem impedimentos e seguindo a correta direção para a sua precipitação (a glândula relacionada), então a forma responde e a má saúde desaparece.

REGRA QUATRO

Um cuidadoso diagnóstico da doença, baseado na verificação dos sintomas externos, será simplificado ao ponto de - uma vez conhecido e assim isolado o órgão envolvido - o centro no corpo etérico mais próximo a ele será submetido aos métodos da cura ocultista, embora os métodos paliativos comuns, médicos e cirúrgicos não sejam desprezados.

LEI VIII

A doença e a morte são o resultado de duas forças ativas. Uma é
a vontade da alma que diz ao seu instrumento: Eu retiro a essência. A outra é o poder magnético da vida planetária que diz à vida no interior da estrutura atômica: É chegada a hora da reabsorção. Volta para mim. E assim, sob a lei cíclica, agem todas as formas.

REGRA CINCO

O curador tem que procurar unir sua alma, coração, cérebro e mãos. Assim pode ele fazer fluir sobre o paciente a força vital curadora. Este é o trabalho magnético. Ele pode curar a doença ou agravá-la segundo o conhecimento do curador.

O curador tem que procurar vincular sua alma, cérebro, coração e emanação áurica. Assim sua presença pode alimentar a alma da vida do paciente. Este é o trabalho da radiação. As mãos não são necessárias. A alma mostra seu poder. A alma do paciente responde, por meio da resposta de sua aura, à radiação da aura do curador, inundada com a energia da alma.

LEI IX

A perfeição atrai a imperfeição à superfície. O Bem expulsa da forma do homem o mal no tempo e no espaço. O método usado pelo Uno Perfeito e aquele empregado pelo Bem é a inofensividade. Isto não é negatividade, mas o perfeito equilíbrio, o completado ponto de vista e a divina compreensão.

REGRA SEIS

O curador ou o grupo de cura precisa manter a vontade sob controle. Não é a vontade que deve ser usada, mas o amor.

LEI X

Ouve, ó Discípulo, ao chamado que parte do Filho para a Mãe, e então obedece. A Palavra anuncia que a forma cumpriu seu propósito. O princípio da mente então organiza-se e a seguir repete aquela Palavra. A forma que espera responde e desprende-se. A alma fica livre.

Responde, ó Nascente Uno, ao chamado que parte da esfera da obrigação; reconhece o chamado que provém do Ashram ou da Câmara do Conselho onde aguarda o próprio Senhor da Vida. O som é emitido. A alma e a forma juntas têm que renunciar ao princípio da vida e assim permitir que a Mônada se liberte. A alma reponde. A forma então despedaça a conexão. A vida está agora liberada, graças à qualidade do conhecimento consciente e dos frutos de toda a experiência. Esses são os dons da alma e da forma combinados.

Nota: Esta última lei é a enunciação de uma nova lei que substitui a Lei da Morte, e refere-se apenas àqueles que estão nas últimas etapas do Caminho do Discipulado e entrando no Caminho da Iniciação.

Aplicação das Leis e Regras

Nas últimas páginas, esclareci bastante o assunto ao indicar - mesmo correndo o risco de desencorajá-los um pouco - certos requisitos essenciais do curador da Nova Era, e também alguns dos contatos que ele precisa fazer com facilidade e rapidez ao tentar curar. Igualmente defini a natureza da Lei, como preliminar à consideração das Leis às quais o curador tem que ajustar-se e às Regras que, automática e intuitivamente, ele obedecerá. Poderíamos considerar estas Leis e Regras em relação ao curador e também em sua relação recíproca, pois várias Regras estão estritamente relacionadas à Lei que controla o curador.

A partir da definição de lei dada acima, torna-se claro que, em última análise, a doença, a morte, a inverdade, a falsidade e o desespero são inerentes ao próprio planeta, porque nosso Logos planetário (como eu anteriormente disse ao ajudar H. P. B. a escrever A Doutrina Secreta) é “um Deus imperfeito”. Após a atual grande crise mundial, incidente ao nosso Logos planetário ter avançado no Caminho cósmico e tendo, portanto, passado por uma iniciação cósmica, Suas imperfeições estão consideravelmente diminuídas; haverá menos sofrimento e doença na terra tão logo se façam os necessários ajustamentos planetários. Isto não será visto por vocês, pois ajustamentos em tão larga escala levam séculos para efetuar-se. Portanto, o que eu tenho a dizer sobre a futura cura das doenças não terá valor prático por muito tempo ainda, mas a teoria e as indicações da possibilidade devem ser consideradas e discutidas. Também durante muito tempo, a ciência médica e o conhecimento cirúrgico desempenharão um papel valioso na medicina preventiva, nas práticas paliativas e nos processos curativos. A estes serão acrescentados muitos métodos psicológicos de cura, aliados aos dois acima; e a estes novamente serão acrescentados os serviços de curadores espirituais. Deste modo, será constantemente desenvolvida uma abordagem que cercará o homem por todos os ângulos, uma necessidade hoje reconhecida por médicos progressistas em toda parte. Assim, e também através do método de ensaio e erro, muito será aprendido.

Os processos de cura que eu descrevo e indico por meio destas Leis e Regras são basicamente novos. Não se baseiam em afirmações, como na Ciência Cristã e em outros cultos de cura mental; não se fundamentam em origens afirmadas e em resultados proclamados que somente serão possíveis quando a raça tiver alcançado um padrão de perfeição muito mais alto do que existe hoje ou capaz de um desenvolvimento imediato.

Como já disse várias vezes neste tratado, nada há de fundamentalmente errado nas alegações feitas por esses grupos e organizações sobre o homem que chegou à expressão da alma e à realização do consciência do Cristo. O erro está na alegação de que o homem comum (obviamente não neste elevado ponto de evolução) pode realizar esses milagres de cura, seja em si mesmo ou nos outros. Poucas pessoas por enquanto alcançaram este ponto, e o curador nestes cultos e organizações que os tenha feito é de fato uma raridade. O curador na Nova Era reconhecerá a limitação e as circunstâncias condicionantes, além do destino. Isto predispõe ao desenvolvimento interno os poderes que lhe dão conhecimento. Ele está também espiritualmente consciente de que a cura do corpo físico não é sempre o mais elevado bem espiritual; a superestimulação e o sério e intenso cuidado com a forma da vida, o veículo físico, não é de maior importância.

O curador da Nova Era não trabalhará de forma alguma com o corpo físico; sendo um ocultista, ele não considerará aquele corpo como um princípio. Ele trabalha praticamente apenas com o corpo etérico e as energias vitais, deixando que essas energias façam o seu impacto sobre o autômato do corpo físico de acordo com a intenção dirigida; elas então produzirão seu efeito de acordo com a resposta daquele corpo, condicionado, como está, por muitos fatores. Essas energias, dirigidas através do corpo etérico do paciente, ou emanando daquele corpo, podem trazer a cura se o destino do paciente o permitir, ou podem estimular tanto a área da doença a ponto de provocar uma crise e levar o paciente à morte. Isto acontece frequentemente sob o tratamento dos curadores dos cultos, que ignoram às leis da cura, e que baseiam suas atividades na realização de uma divindade presente - embora geralmente não expressada.

Antes que o sistema que eu proponho se torne efetivo, é preciso uma medida muito maior de percepção espiritual e de compreensão mental. É preciso que se lembrem que tudo que ofereço em minhas obras é de natureza grandemente pioneira.

Estudemos agora a Lei Um, a qual não tem uma Regra a ela relacionada por ser uma afirmação básica da principal teoria sobre a qual trabalhará o curador.

LEI I

Toda doença é o resultado da inibição da vida da alma. Isto é verdade para todas as formas em todos os reinos. A arte do curador consiste em liberar a alma de modo que a vida possa fluir através do agregado de organismos que constituem qualquer forma particular.

Esta lei indica que, porque o homem triplo inferior não está sob o controle de sua alma, a doença pode destruí-lo. Porque o fluxo de energia da alma está inibido e limitado, a doença pode encontrar lugar no corpo físico. O organismo físico é corretamente suprido com a energia criativa e regeneradora do homem verdadeiro - a alma no seu próprio plano. Onde existe um fluxo, totalmente desimpedido, da alma para os sete centros vitalizadores, encontramos a saúde perfeita demonstrada pelo iniciado de quarto grau, a menos que lhe esteja sendo aplicado um carma disciplinador, experimental ou iniciador. Contudo, como regra geral e à parte dessas condições ou de condições planetárias, um iniciado de alto grau não precisa de um curador: nada há nele que precise ser curado.

Quê deve fazer o curador quando, diante do paciente, percebe a condição inibidora que a doença evidencia? Trabalhará ele, sob a lei, com a alma do paciente? Procurará alcançar a alma (no seu próprio plano) para afetar definitivamente o homem, superintendendo a transferência da energia da alma para a mente, e da mente para o corpo astral, e dai para o veículo etérico? Não, de forma alguma. Em casos de verdadeira e grave enfermidade, o estado do paciente é geralmente de tal natureza que não lhe é possível responder ao tratamento que o curador tenta empregar, seja consciente ou inconscientemente. Qualquer esforço mental está totalmente além do seu poder, e ele não poderia, pois, cooperar com o esforço de sua alma para transferir a energia; a atividade de seu corpo astral está geralmente concentrada na formulação de um grande desejo de viver e de livrar-se da doença, a menos que esta seja tão aguda que o paciente tenha chegado ao estágio em que ele não mais se importe e a vontade-de- viver o esteja rapidamente deixando. A estas dificuldades soma-se o fato de que pouquíssimas pessoas estão tão completamente integradas que possam funcionar como personalidades totais, em resposta à estimulação da alma. Em geral, estão polarizadas em algum de seus três corpos e este fato, por sua vez, apresenta ao curador uma condição potentemente limitadora. Também, e com muita frequência, o homem está tão intensamente preocupado com o desconforto e a dor no seu corpo físico denso que as impressões superiores que pudessem vir através do corpo mental ou do corpo da alma ficam impedidas de fazê-lo. O que então deve fazer o curador instruído e treinado?

Ele precisa compreender, primeiro que tudo, que o corpo etérico é o fator mais importante e o principal veículo com o qual ele tem que lidar. Ele, portanto, concentra-se nesse corpo de energia. Isto envolve a necessidade de verificar certos fatos, e então fazer certos pontos de contato efetivamente úteis.

O primeiro fato a ser verificado é a potência com que a alma se aferrou, e ainda se aferra, à personalidade. O curador está ciente de que uma vez que o paciente ainda está vivo, a alma está definidamente presente através dos centros da cabeça e do coração no corpo etérico, estando assim ancorados os princípios da consciência e da vida. Se o paciente está inconsciente, as dificuldades do curador aumentam bastante em alguns casos, embora diminuam em outros. Se o princípio da consciência é retirado do centro da cabeça no corpo vital, então o curador sabe que a morte pode sobrevir e seu caminho fica muito mais claro, particularmente se houver uma diminuição da luz da vida no coração. Se a consciência estiver ainda poderosamente presente, ele compreende que ainda há possibilidade de cura, e pode então, com maior confiança, prosseguir com o trabalho a ser feito. Refiro-me aqui à pessoa comum. No caso de iniciados, isto é um tanto diferente, porque eles, quase sempre, permanecem plenamente conscientes durante o processo da morte.

Por conseguinte, compreenderão a necessidade básica de que o curador na Nova Era seja clarividente ou - melhor ainda - possua verdadeira percepção espiritual com sua qualidade de infalibilidade. Sua primeira tarefa é investigar ou “ver ocultamente” o corpo etérico do paciente, e assim chegar ao seguinte conhecimento:

1. A potência com a qual a alma influencia seu corpo etérico. Isto é indicado pelo ponto de luz no centro da cabeça e a área que ele irradia.

2. A condição do centro etérico que controla ou governa a área na qual se encontra o problema físico.

3. A relação entre os centros acima e abaixo do diafragma, porque isto lhe dará uma indicação geral do ponto de evolução do homem a ser curado.

Tendo averiguado estes pontos o melhor que puder, ele então, sob a lei da “vida inibida da alma”, procura pelo poder de sua própria alma (trabalhando nos níveis superiores do plano mental e através do centro da cabeça) para estimular o ponto da vida da alma no corpo etérico do paciente. Ele fará isto visando atrair, se possível, um fluxo maior de energia da alma do paciente para o centro da cabeça de modo que o fio da vida possa carrear um maior suprimento de vida para o coração. Deste modo a própria “vivacidade” do paciente produzirá a cura esperada; aparentemente ele será curado pela própria natureza, ou pelo meio natural e normal da vitalidade adequada, e assim capaz de descartar a doença.

Quando o curador, portanto, reconhece e trabalha com esta lei, são reconhecidos e usados os seguintes pontos de contato:

1. A alma do paciente, ancorada no seu corpo etérico.

2. A alma do curador, ocupada em estimular esse ponto de contato da alma, através do seguinte triângulo de energia


Isto relaciona o corpo vital do curador ao do paciente, através do centro da cabeça de ambos e o coração do paciente, porque lá está focalizado o princípio da vida e estreitamente envolvido e afetado por tudo que ocorre.

3. Quando este triângulo de energia está funcionando livremente e uma certa medida de resposta vem do centro da cabeça do paciente, evocando um maior contato da alma e produzindo como resultado um fluxo de energia da alma para a cabeça e daí para o centro do coração, então - por um ato da vontade e o uso de um mantra invocativo - o curador procurará implementar este aumentado fluxo de vida, através do coração, para a área doente, usando o centro que controla essa área do corpo físico seja ele qual for. Isto tem que ser feito com o máximo cuidado possível, de modo que o fluxo não seja repentino demais, e portanto, destrutivo em seus efeitos; haverá um cuidado especial no caso de doenças do coração; a embolia, por exemplo, é frequentemente devida a uma violenta expressão da vontade-de-viver por parte do paciente, produzindo um fluxo excessivo do princípio da vida. O impacto sobre o coração é súbito demais, causando um movimento igualmente súbito na corrente sanguínea, e assim a embolia, produzindo a morte. Descrevo isto em termos não técnicos, expondo-me à crítica dos profissionais, mas faço-o para transmitir aos leigos uma ideia geral dos riscos envolvidos e assim despertar cautela para refrear seu entusiasmo.

Esta lei cobre certas premissas fundamentais e pouco mais posso dizer proveitosamente sobre suas implicações. Muito se aprenderá aceitando as premissas e trabalhando sobre suas implicações. O que eu disse está longe de ser o que eu poderia ter dito, mas dei aqui ao estudante uma compreensão simples de certos conceitos básicos e essenciais. Passaremos agora à consideração da segunda Lei e da Regra Um.

LEI II

A doença é o produto de três influências às quais está sujeita: primeiro, o passado do homem, onde ele paga o preço de antigos erros; segundo, sua herança, onde ele partilha com toda a humanidade aquelas contaminadas correntes de energia que são do seu grupo de origem; terceiro, ele partilha, com todas as formas naturais, daquilo que o Senhor da Vida impôs ao Seu corpo. Estas três influências são denominadas a “Antiga Lei da Participação do Mal”. Algum dia isto dará lugar àquela nova “Lei da Antiga Dominação do Bem”, a qual está por trás de tudo que Deus tem feito. Esta lei precisa ser trazida à atividade pela vontade espiritual do homem.

Esta Lei é mais abrangente em suas afirmações e, na realidade, constitui um resumo de duas leis, uma das quais controla o tempo atual e uma que, no devido tempo, assumirá o controle. Para tornar mais claro e porque as pessoas lêem de forma tão descuidada, vamos dividir esta lei em suas várias afirmações para obtermos uma ideia melhor de suas implicações:

1. A doença é o produto de três influências às quais está sujeita:

a. O passado do homem, onde ele paga o preço de antigos erros.

b. Sua herança, onde ele partilha com toda a humanidade aquelas contaminadas correntes de energia que são do seu grupo de origem.

c. Sua participação, com todas as formas naturais, naquilo que o Senhor da Vida impôs ao Seu corpo.

2. Estes três tipos de energia são chamados a "Antiga Lei da Participação no Mal".

3. A “Lei da antiga Dominação do Bem” está por trás de tudo que Deus já fez.

4. Esta lei algum dia suplantará a “Antiga Lei da Participação no Mal”.

5. Ela será trazida à atividade pela vontade espiritual do homem.

Esta lei faz o pensamento do homem retroceder à lei básica do carma da qual, como sabemos, não é possível escapar, e que o curador nos atuais cultos e organizações consistentemente ignora. Já tratamos destas influências e causas predisponentes, e não há necessidade de nos alongarmos aqui, a não ser dizendo que uma das coisas mais úteis a ser lembradas pelo paciente e pelo curador é que a doença tem suas raízes no passado (grupal ou individual) e pode, em última análise, ser um modo benéfico de pagar antigas dívidas. Isto produz no paciente uma construtiva atitude de aquiescência - não aquela aquiescência que leva à inação, mas aquela que produz um senso de responsabilidade para a ação correta. Esta ação correta levará ao pagamento total da penalidade através do bem conhecido processo da morte ou ao sucesso dos passos tomados para induzir à saúde. No caso do curador, levará ao reconhecimento de potentes forças trabalhando através do paciente e uma disposição para aceitar o curso do destino; em ambos os casos, a febril ansiedade tantas vezes presente não virá intervir entre a intenção do curador e do paciente, evitando sábios acontecimentos.

O segundo ponto importante para o paciente é lembrar, se sua condição o permitir, que o que ele está sofrendo é o destino e sorte da maioria, e que ele não está sozinho. Lidar corretamente com a má saúde é um importante fator para eliminar a separatividade e o sentido de solidão e isolamento; essa é a razão porque os efeitos da má saúde, quando abordados corretamente, adoçam o estado de ânimo e aumentam as simpatias. A partilha e um sentido geral de participação comumente se aprende pelo caminho mais difícil - pois assim é também a lei.

Nesta lei temos a chave que finalmente varrerá a doença da face da terra. Quando a maioria dos habitantes da terra estiverem sendo rapidamente orientados para o bem, para a retidão, como está na Bíblia, e quando os seres humanos, em massa, se voltarem para a boa vontade (a segunda mais importante expressão do contato com a alma e influencia na vida do indivíduo e na vida da humanidade - a primeira sendo o senso de responsabilidade), então a má saúde desaparecerá gradual e consistentemente até finalmente deixar de existir. Devagar, muito vagarosamente, isto já está acontecendo - não ainda nò desaparecimento das doenças, mas na obtenção de uma orientação mais correta. O que isto realmente significa é que o canal de contato entre o indivíduo e sua alma e a alma da humanidade está se tornando mais direto e desimpedido. O alinhamento vai sendo conseguido. Podem ver, portanto, porque a ênfase na vida do curador tem que repousar no contato e alinhamento e porque tão poucos têm sucesso. Há pouco ou nenhum contato entre os curadores hoje e pouca consciência direta da necessidade, e nenhuma real compreensão das técnicas a ser seguidas.

É prudente ter presente este importante ponto, pois isto evitará o desapontamento. A doença não vai desaparecer miraculosa e subitamente do mundo no período imediato que anuncia a Nova Era. Se o fizesse, isso indicaria que a Lei do Carmo deixara de operar, e este não é o caso.
A frase final desta segunda lei dá uma indicação básica do período de tempo: a Lei da Dominação do Bem será posta em atividade pela vontade espiritual do homem. Que significa isto? Significa que somente quando um número verdadeiramente grande de homens forem controlados pela Tríade Espiritual, tiverem construído o antahkarana e puderem, portanto, usar a vontade espiritual, poderá a doença ser eliminada e somente o bem controlará. Será, é claro, um processo gradual, e nas primeiras etapas, quase imperceptível. E por que isto? Porque o mal, o crime e a doença são o resultado da grande heresia da separatividade, e porque o ódio controla, e não o amor. Não se esqueçam que aquele que não ama seu irmão é um assassino - sempre o símbolo do ódio. Por enquanto não encontramos o senso da universalidade e da identidade com o todo, exceto em discípulos e iniciados avançados; a consciência de massa e a demonstração do instinto de rebanho não devem ser confundidas com o sentido de Unicidade que marca a pessoa corretamente orientada.

Na Nova Era, será enfatizado o ensinamento sobre o antahkarana e a constituição do homem, principalmente sob o ângulo dos “três corpos periódicos” e não tanto sob o do homem tríplice inferior, particularmente nas escolas superiores de ensino, assentando-se assim uma sólida base para as escolas esotéricas que lentamente surgirão. Desse modo chegaremos a uma nova perspectiva sobre a humanidade. A natureza da vontade espiritual será ensinada em contraposição à egoísta vontade pessoal; deste modo as tremendas novas energias serão liberadas com segurança, para a vida diária.

Até o presente, mesmo os discípulos pouco imaginam o estupendo poder da vontade triádica. Podemos afirmar aqui que aqueles curadores que possuem consciência triádica e podem exercitar a potência da vida e vontade monádicas, através da Tríade Espiritual, serão sempre curadores bem sucedidos; não cometerão erros, pois terão uma exata percepção espiritual; isto lhes dará conhecimento quanto à possibilidade da cura, e pelo uso da vontade eles podem então trabalhar, com segurança e com poder, sobre o centro da cabeça do paciente. Forçosamente, eles confinarão seus poderes de cura àqueles que vivem focalizados na cabeça. Eles estimularão à atividade a alma lá ancorada, promovendo assim uma verdadeira auto cura.

Observarão pelo que foi dito acima como são relativamente simples estas Leis quando cuidadosamente consideradas, e quão belamente se relacionam umas com as outras. O domínio e compreensão de uma facilita o entendimento da seguinte.

Não se esqueçam de que a vontade atua através do centro coronário, e com isto em mente, relacionem a informação dada sobre a Lei Um no início desta instrução, com o que acabei de dar. Se estas leis forem estudadas em profundidade por aqueles que buscam aprender a curar espiritualmente, e se o curador se esforçar para viver de acordo com as regras, começará a configurar-se em sua mente um definido padrão de cura e uma técnica emergente que grandemente aumentarão seu serviço efetivo. Notarão também que não estou dando regras e leis que tratem de doenças específicas. Temo que isto seja um grande desapontamento para muitos trabalhadores sinceros, que gostariam que eu indicasse o que deve ser feito, por exemplo, para curar o câncer de fígado, ou a pneumonia ou a úlcera gástrica ou as formas de doenças cardíacas. Isto não pretendo fazer. Meu trabalho é muito mais básico do que isso. A minha preocupação é com as causas, e primariamente com o corpo etérico como distribuidor de energias ou como detentor dessas energias quando transformadas em forças; trato do estado de consciência do curador e das teorias que ele deve abraçar, da sua compreensão das relações da alma com seus veículos de expressão (particularmente no caso da cura, com o corpo vital), e do fato controlador dos centros encontrados em todas as áreas do corpo, seja cada um distribuindo a energia livremente e mantendo o corpo em boa saúde, seja - através de atividade pouco desenvolvida e inibida-produzindo aquelas condições em que a doença se torna possível e provável.

Vemos, portanto, como o processo de cura é simplificado quando reconhecemos as causas e percebemos que elas são responsáveis pelo funcionamento do corpo no plano exterior. É preciso que o curador se lembre sempre da seguinte sequência de fatos:

1. o fato da alma, trabalhando através

2. da mente e do corpo astral, cujas energias condicionam

3. o veículo etérico, um vórtice de energias focalizadas através de numerosos centros, grandes e pequenos;

4. os sete centros principais, controlando definidas áreas do corpo através de

a. nadis
b. nervos
c. sistema endócrino
d. corrente sanguínea

Estes quatro grupos de aspetos condicionadores do homem dizem respeito à vida e à consciência, ou aos dois principais aspetos da alma quando em manifestação no plano físico.

Até agora, a medicina ortodoxa tem estado necessariamente restrita aos sintomas objetivos e sua aparente causa imediata, e portanto, aos efeitos e não às causas reais. A cura de que me ocupo está dirigida à reorganização e revitalização do corpo etérico, com o intuito de penetrar por trás dos indícios formais externos de condições incorretas, até o veículo de energias que - se em correto funcionamento e alinhamento - preservará o corpo físico em boas condições e livre de doenças. O conhecimento exigido do curador na Nova Era é, pois, mais básico e menos detalhado. Ele lida com áreas e não com órgãos; está preocupado com energias e seus pontos de distribuição, e não com detalhes do corpo físico, com a construção de órgãos e seu mau funcionamento. Ele lidará com os sete centros etéricos, com os nadis através dos quais eles afetam e estimulam (independentemente da radiação) o sistema nervoso; ele observará com cuidado o sistema nervoso e a corrente sanguínea que os centros afetam por meio da radiação para e através dos hormônios ali encontrados. Mas a nota chave de todo o seu trabalho será a distribuição dirigida, e o centro de sua atenção serão os canais desta distribuição - o sistema todo de centros etéricos.

Peço-lhes que reflitam sobre todas estas informações com estudiosos cuidado. A chave para a boa saúde, esotericamente falando, é partilha ou distribuição, assim como o é a nota chave para o bem geral da humanidade. Os maies econômicos da humanidade correspondem intimamente às doenças no indivíduo. Há falta de um livre fluxo das necessidades da vida para os pontos de distribuição, os quais estão inativos; a direção da distribuição é deficiente, e só mediante uma sensata e mundial compreensão do princípio de partilha da Nova Era serão curados os males humanos; unicamente pela correta distribuição da energia serão os males do corpo físico do indivíduo também curados. Diria que este é o princípio fundamental de toda a cura espiritual. Em última análise isto também pressupõe o eventual reconhecimento científico do corpo etérico do planeta, e consequentemente, do homem.

Vamos agora considerar a Regra Um.

Regra Um

O curador deve treinar-se para conhecer o estágio interior do pensamento ou do desejo daquele que procura sua ajuda. Ele pode, assim, conhecer a fonte de onde provém o problema. Ele deve relacionar a causa e o efeito, e saber o ponto exato através do qual deve chegar o alívio.

É evidente que a primeira regra que o curador tem que dominar tem que, necessariamente, ser importante. Suas implicações são básicas e essenciais caso se queira efetuar uma cura e sem que o curador desperdice tempo tentando o impossível. Há quatro injunções nesta regra:

1. O curador precisa treinar-se para saber se o paciente é mental ou astralmente (emocionalmente) focalizado.

2. Ele pode e deve, portanto, assegurar-se da base psicológica do problema existente.

3. Ele poderá, então, verificar a localização do efeito (a doença) pela percepção da causa subjacente.

4. Isto lhe permitirá conhecer

a. A área afetada.

b. O centro no corpo etérico controlando essa área.

Compreenderão também porque comecei minha análise da doença e da cura pela apresentação de causas psicológicas. Esta primeira regra está relacionada com toda a seção do ensinamento e é, como podem ver, intensamente prática.

Quando se conhece a polarização da personalidade, dois fatos importantes emergem: o ponto de aproximação pode ser através do centro da cabeça ou do coração, se o paciente é altamente evoluído - o que o curador presumivelmente sabe pelas indicações do caráter e a efetividade de sua vida. Ou a aproximação pode ser por meio do centro da garganta ou do plexo solar, se o paciente é uma pessoa comum e medianamente evoluída; se é um ser humano não desenvolvido e de grau relativamente inferior, o ponto exato para conseguir o alívio será o plexo solar eo centro sacro. É interessante notar que quando um homem está em grau tão inferior na escala evolutiva a ponto de ter que ser etericamente alcançado através do centro sacro, ele é, com frequência, facilmente curado e responde mais rapidamente ao que é chamado “manipulação etérica" do que outros tipos. Uma razão para isto é que sua mente e emoções não apresentam obstáculos reais, e todas as energias disponíveis podem ser direcionadas, sem impedimentos, para a área doente.

Se o curador é clarividente, ele pode facilmente verificar o ponto de entrada das forças curadoras, porque a “luz entrante” será então a mais brilhante; assim, a luz do próprio centro transmitirá a informação necessária. Se ele é um curador muito avançado, ele não usará forma alguma de percepção psíquica, mas sim reagirá imediatamente ao entrar em contato com uma impressão tão poderosa, vinda do paciente, que não poderá ser ignorada e que provavelmente é correta e confiável. É preciso lembrar, contudo, que devido à integridade da alma humana, e ao fato de que cada alma é, em sua própria natureza, um Mestre, sempre haverá uma margem de erro no que tange ao curador, mesmo se ele for um iniciado; haverá evidência de um ponto onde o homem espiritual (do qual o paciente é apenas um reflexo) controla, e além do qual - exceto como uma alma do mesmo nível da alma do paciente - ele não pode, nem ousa, ir. Existem condições, por exemplo, em que um discípulo avançado ou um alto iniciado (com o propósito definido de abandonar seu veículo físico) pode estar permitindo que as forças de desintegração, de limitação e de destruição rompam e destruam sua forma física externa. Quando este é o caso, o curador pode não se aperceber da intenção; todavia, estará consciente da oposição e será forçado a desistir de seus esforços para curar.

Quando o paciente é estritamente do tipo mental, e a aproximação ao processo de cura deve ser através de um centro superior, o da cabeça, o curador terá o cuidado de obter a cooperação consciente do paciente de modo que as vontades dos dois funcionem em uníssono. Isto implicará numa relação positiva entre ambos. Quando o paciente não é tão altamente evoluído, o curador se esforçará por despertar no homem um espírito de aquiescente esperança; a natureza emocional será mais forte neste caso do que num tipo adiantado e a tarefa do curador é consequentemente mais difícil. Ele terá, quase sempre, de combater a ansiedade, as reações emocionais mais diversas, o medo e as premonições. A condição psicológica será, pois, fluída, e o curador terá muito trabalho para ajudar o paciente a preservar uma reação emocional estável, calma e quiescente. Sem esta reação de quietude, as energias curadoras não passarão com eficácia para o centro correto e a área que ele controla, isto pode ser conseguido se, antes do processo de cura, for estabelecido uma aproximação harmoniosa entre o curador e o paciente. Na Nova Era, os curadores estabelecerão sua própria clientela, tal como os médicos fazem hoje, e assim aprenderão a conhecer a constituição e o temperamento daqueles que solicitem sua ajuda; também deverão educá-los em certos processos e técnicas de cura para seu uso posterior, se necessário. Todavia, este tempo está ainda distante.

Quando o paciente é um ser humano não desenvolvido, de grau inferior na escala evolutiva, ele será controlado psicologicamente pela personalidade consagrada do curador e pela imposição da vontade do curador sobre o corpo etérico do paciente. Isto não significa a imposição da energia da vontade sobre uma pessoa negativa, impelindo dessa maneira o paciente à ação e pondo em perigo até a pequena medida de livre arbítrio que ele possui; significa a imposição da autoridade do conhecimento e da estabilização espiritual sobre o paciente, e assim instilando nele a confiança e o desejo de obedecer.

Temos aqui os três primeiros passos que o curador deve dar ao lidar com o paciente e com a psique, a psique inferior do paciente.

1. Obter a cooperação da personalidade do homem avançado; é só a personalidade que requer cura.

2. Provocar uma condição de aquiescência esperançosa por parte da personalidade do homem comum; ele ainda não é capaz de cooperação inteligente, mas pode controlar-se até reduzirão mínimo os impedimentos da personalidade.

3. Induzir confiança obediente às sugestões do curador, que é tudo que o homem não desenvolvido pode fazer.

É evidente que amplas generalizações como as acima não abrangem todos os tipos humanos nem os numerosos tipos e etapas intermediárias. O curador terá que sentir um verdadeiro amor pelos seus semelhantes e ser também um psicólogo treinado; isto significa que ele terá que trabalhar como uma alma e também como uma mente percebedora.

Há outro ponto a ser registrado aqui. Um problema que o curador terá que enfrentar com tipos mentais é a tendência que estes têm de manter na cabeça, ou pelo menos acima do diafragma, todas as energias vindas da alma; isto não significa que todas as áreas do corpo abaixo do diafragma não estejam habitualmente supridas com as necessárias energias, mas que lá o funcionamento é grandemente automático e que o homem não tem hábito de dirigir conscientemente a energia para o centro que ela controla, quando este está abaixo do diafragma. Pode ser necessário instruí-lo para que o faça, se ele está tentando colaborar com o curador e buscando a cura. Seu foco mental e a atividade do centro da cabeça serão de grande auxílio, desde que ele aceite as instruções sobre a arte de dirigir a energia, o que ele pode fazer se não estiver doente demais ou preocupado demais em preservar contato consciente com seu corpo. Quando ele é incapaz de focalizar sua atenção, seja devido à dor, ou à falta de consciência física, ou à profunda fraqueza, o curador terá que trabalhar primariamente de alma para alma. e confiar que a harmonia entre a alma do paciente e o corpo etérico será adequada para promover a cura, se esse for o destino do homem.

Quando a fonte do problema reside no corpo astral ou emocional, a tarefa do curador não é tão fácil; ele então tem que trabalhar, focalizado como alma no seu centro da cabeça, mas direcionando a energia necessária e controlando a natureza emocional do paciente por meio do seu plexo solar corretamente orientado. Refiro-me aqui ao plexo solar do curador, o qual não é geralmente empregado como foco de atenção em sua própria vida. O curador já adquiriu facilidade em usar todos os seus centros segundo sua vontade, considerando-os como pontos distribuidores de energia direcionada. Quero que observem que essa energia não é dirigida para a cura, e sim é a energia da alma do curador dirigida para controlar algum centro no corpo do paciente, devido à emotividade por ele demonstrada, e para reorganizar esse centro de modo a torná-lo receptivo às energias que emanam da alma do próprio paciente - algo muito diferente e que é preciso ser cuidadosamente lembrado.

O curador, portanto, utiliza normalmente dois centros: o seu próprio centro da cabeça e o centro de seu próprio corpo aue corresponde à área doente e seu centro controlador. Em toda cura bem sucedida há que estabelecer-se uma relação simpática. Assim está dito num antigo livro dos Arquivos dos Mestres: “De alma para alma, as duas são uma; de um ponto a outro, juntos precisam sofrer; de lugar a lugar, eles se encontram aliados, e assim a corrente dual de energia resulta em cura.”

Uma das maiores dificuldades com que o curador se defronta, particularmente se tem pouca experiência, é o resultado desta relação simpática estabelecida. Corre-se o risco de ocorrer o que podemos chamar de “transferência”. O curador assume a condição da doença ou desconforto não de fato, mas sintomaticamente. Isto pode incapacitá-lo ou pelo menos interceptar a livre atividade do processo de cura. Isto é uma miragem e uma ilusão e está baseado na capacidade adquirida pelo curador de identificar-se com seu paciente; baseia-se também na sua ansiedade e grande desejo de trazer alívio. O curador torna-se tão preocupado com as necessidades do paciente, e tão descentralizado de sua própria identificada e positiva consciência que, inadvertidamente torna-se negativo e temporariamente desprotegido. A cura para isto, se o curador descobrir em si esta tendência, é trabalhar através do centro do coração e assim como do centro da cabeça, e assim manter um fluxo constante da energia positiva do amor fluindo para o paciente. Isto o afastará da doença, mas não do paciente. Ele pode fazer isso trabalhando através do centro do coração no interior de brahmarandra (o centro da cabeça) e aumentar grandemente a potência de seu trabalho curador; porém, isto pressupõe um alto grau de desenvolvimento por parte do curador. O curador espiritual comum terá que vincular os centros do coração e da cabeça por um definido ato de vontade. Ele perceberá então que o amor que dele emana para o paciente impedirá qualquer retorno de emanações indesejáveis que estejam fluindo para ele; isto porque caso existisse tal fluxo, este trabalharia contra o paciente que está sendo curado.

O curador que responde ao anseio interno de curar enfrentará, como podem ver, um severo curso de treinamento antes que seu próprio equipamento - personalidade, corpo etérico e seus centros - estejam a tal ponto submissos à alma que não ofereçam obstrução à arte da cura. Portanto, em relação a si mesma, ele tem que aprender a:

1. Estabelecer um rápido alinhamento entre alma, mente, centro da cabeça e cérebro físico.

2. Empregar a mente iluminada pela alma no diagnóstico psicológico das causas da enfermidade que ele se propõe tratar.

3. Aplicar métodos para estabelecer uma conexão simpática com o paciente.

4. Modos de proteger-se de qualquer transferência provocada por esta conexão.

5. Estabelecer, com o paciente, uma correta relação de cooperação, aquiescência ou controle espiritual.

6. Diagnóstico físico e localização da área para a qual deverá ser trazido alívio por meio do centro controlador.

7. A arte da cooperação com a alma do paciente de modo que seu corpo etérico focalize todas as energias entrantes para aliviar a área doente. Isto envolve a atividade direta do corpo etérico do curador em conexão com uma renovada atividade do corpo etérico do paciente.

8. A técnica de retirar seu poder curador quando a do paciente é adequada ao empreendimento.

Sinto que dei aqui tudo que é preciso para imediata reflexão e estudo. Mostrei que a arte da cura não é um vago processo místico ou um desejo ansioso e simples e com boas intenções. Indiquei que ela pressupõe acima de tudo o domínio da ciência do contato da alma; a constante prática do alinhamento, e a compreensão da Ciência dos Centros, ou - literalmente - uma forma moderna de Laya-Yoga. Os curadores do futuro serão submetidos a anos de drástico treinamento, e isto não deverá causar surpresa, pois a profissão médica comum exige anos de muito estudo e trabalho. Muitos curadores na Nova Era combinarão o estudo ortodoxo com a arte da cura espiritual.

Quando os curadores treinados, com percepção, com pleno conhecimento do funcionamento do corpo etérico, com uma compreensão das energias que o compõem ou das que ele pode transmitir, da constituição sutil do homem e dos métodos de direcionar energias de um ponto ou local a outro, puderem trabalhar com pleno conhecimento médico ou em plena colaboração com o médico ou cirurgião ortodoxos, então, haverá uma tremenda mudança. Uma grande iluminação chegará à raça dos homens.
É para isto que precisamos preparar-nos - não primariamente para a cura do corpo físico, mas por causa da expansão da consciência da raça que este novo estudo esotérico trará.

Tratamos de um número de realidades fundamentais que todos os curadores - esforçando-se por trabalhar com o novo tipo de cura esotérica - devem dominar; o que eu disse, portanto, é da maior importância. Cada ponto por mim apresentado poderia formar a base de uma prolongada discussão, mas, neste tratado, isso não é possível, pois eu procuro apenas dar indicações de possibilidades futuras. Procuro também fomentar a desconfiança da atual abordagem do mundo metafísico ao tema da doença e sua cura, e solapar - se é que posso usar uma expressão tão drástica - a confiança do público nos modos de cura da chamada Nova Era, nos métodos da Ciência Cristã e da Ciência Mental, e de todas aquelas escolas de pensamento que tratam da cura sob o ângulo de afirmações - afirmação da divindade do homem e de que a inerente e inata divindade garante sua cura. Isto é miragem e ilusão como tenho procurado mostrar.

Hoje, nós tratamos de uma lei que, se apropriadamente compreendida, prova quão inadequada é a abordagem a este assunto pelos metafísicos modernos e - embora ponha nossas instruções sobre a cura numa base sólida - posterga a era da cura verdadeira ocultista para um tempo mais distante. Esta terceira regra é a seguinte: (Continua na Parte 2)

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