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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE DOIS

Capítulo V

1. A NATUREZA DA MORTE

Extratos de outras obras

O todo tem que ser visto como de maior importância vital do que a parte, e isto não como um sonho, uma visão, uma teoria; um processo de pensamento mágico, uma hipótese ou uma ânsia. Isso tem que ser compreendido como uma necessidade tão inata quanto inevitável. Refere-se à morte, porém morte como beleza, como alegria, como espírito em ação, como a consumação de todo o bem. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

A morte, se ao menos disso nos pudéssemos dar conta, é uma de nossas atividades mais praticadas. Nós temos morrido muitas vezes e morreremos muitas vezes mais. A morte é essencialmente um assunto de consciência. Nós estamos conscientes num momento no plano físico e instantes depois nos retiramos para outro plano e ficamos ativamente conscientes lá. Na medida em que nossa consciência estiver identificada com o aspeto forma, a morte conservará sobre nós o seu antigo terror. Tão logo nós nos conheçamos como almas e descubramos que somos capazes de focalizar nossa consciência ou sentido de consciência em qualquer outra forma ou em qualquer plano voluntariamente, ou em qualquer direção dentro da forma de Deus, nós não mais conheceremos a morte. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 494.

Reflitam, portanto, sobre esta doutrina de abstração. Ela cobre todos os processos da vida e transmitirá a vocês o eternamente belo segredo da Morte que é a entrada na vida. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Nesta Regra, encontram-se duas ideias principais, ambas relacionadas ao primeiro aspeto divino: a ideia da MORTE e a natureza da VONTADE. No próximo século, a morte e a vontade terão inevitavelmente novos conceitos para a humanidade e muitas das velhas ideias terão desaparecido. A morte, para o homem pensante comum, é um ponto de catastrófica crise. É a cessar e o final de tudo aquilo que ele amou, de tudo que lhe é familiar e desejável; é o choque da entrada para o desconhecido, para a incerteza e a abrupta interrupção de todos os planos e projetos. Não importa o quanto de verdadeira fé nos valores espirituais possa estar presente, não importa com que clareza a mente racional pense sobre a imortalidade, não importa quão conclusiva a evidência da persistência e eternidade, permanece ainda um questionamento, o reconhecimento de uma possibilidade de completa finalidade e negação, e um fim de toda atividade, de toda reação do coração, de todo pensamento, emoção, desejo, aspiração e intenções que se focalizam no âmago central do homem. O anseio e a determinação de persistir e o senso de continuidade ainda se apoiam, mesmo para o mais determinado crente, em probalidade, em fundamentação instável e no testemunho de outros - que na realidade jamais retornaram para contar a verdade. A ênfase de todas as ideias sobre este assunto diz respeito ao "Eu” central ou à integridade da Deidade.

Vocês notarão que nesta Regra, a ênfase muda do “Eu” para as partes constituintes que formam o envoltório do Self, e isto é um ponto digno de nota. A informação dada ao discípulo é para que ele trabalhe para a dissipação deste envoltório e para o retorno das vidas menores para o reservatório geral da substância viva. Em lugar algum é feita referência ao oceano do Ser. Uma cuidadosa observação aqui mostrará que este ordenado processo de desapego, que a vida grupal torna efetivo no caso do indivíduo, é um dos mais fortes argumentos para o fato da continuidade e para a identificável persistência individual. Observem estas palavras. O foco de atividade muda do corpo ativo para a ativa entidade no interior desse corpo, o senhor daquilo que o cerca, o diretor de suas possessões e aquele que é o próprio alento, despachando as vidas para o reservatório de substância ou trazendo-as de volta, ao seu comando, para reiniciar seu relacionamento com ele. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Primeiro que tudo, o Eterno Peregrino, por sua livre e espontânea vontade, escolheu “ocultamente" morrer e tomou um corpo, ou uma série de corpos, para elevar as vidas da natureza forma com a qual se revestiu; assim fazendo, ele próprio “morreu” no sentido de que, para uma alma livre, a morte e a tomada de uma forma e a consequente imersão da vida na forma, são termos sinônimos.

Segundo, assim fazendo, a alma está recapitulando em pequena escala o que o Logos solar e o Logos planetário igualmente fizeram, e estão fazendo. As grandes Vidas estão sujeitas ao governo destas leis da alma durante o período de manifestação, embora Elas não sejam governadas ou controladas pelas leis do que chamamos mundo natural. Suas consciências permanecem não-identidicadas com o mundo fenomênico, embora as nossas fiquem identificadas com ele até o momento em que passamos a estar sob o governo de leis superiores. Pela “morte” oculta destas grandes Vidas, todas as vidas menores podem viver e lhes são dadas oportunidades. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

As forças da morte estão à solta hoje, mas é a morte da liberdade, a morte da livre expressão da palavra, a morte da liberdade de ação, a morte da verdade e dos valores espirituais superiores. Estes são os fatores vitais na vida da humanidade. A morte da forma física é um fator insignificante em relação a estes e é facilmente corrigido através dos processos de renascimento e de nova oportunidade. ...A destruição da forma na batalha é de pequena importância para aqueles que sabem que a reencarnação é uma lei básica da natureza e que a morte não existe. Mensagem, junho de 1940.

Vocês dizem que por enquanto somente há crenças relativas à imortalidade, e nenhuma evidência segura. No acúmulo do testemunho, nas certezas internas do coração humano, no fato da crença na persistência eterna como uma idéia nas mentes dos homens, existe segura indicação. Mas a indicação dará lugar à convicção e ao conhecimento antes que um outro século se tenha passado, pois um acontecimento ocorrerá e uma revelação será dada à raça que transformará a esperança em certeza e a crença em conhecimento. Nesse ínterim, que uma nova atitude face à morte seja cultivada, e uma nova ciência da morte seja inaugurada. Que ela deixe de ser a única coisa que nós não podemos controlar e que inevitavelmente nos derrota, e comecemos a controlar a nossa passagem para o outro lado, e a compreender algo da técnica da transição. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 500.

Tudo que eu defendo é uma sã aproximação à morte; tudo que desejo é fazer uma sugestão de que quando a dor tiver passado e então sobrevenha a fraqueza, a pessoa que está morrendo tenha permissão para se preparar, mesmo que aparentemente inconsciente, para a grande transição. Não se esqueçam que é preciso força e um forte controle sobre o aparelho nervoso para produzir dor. Será impossível conceber- se um tempo quando o ato de morrer será um triunfante finale à vida? Será impossível visualizar o tempo quando as horas gastas no leito de morte possam ser apenas um glorioso prelúdio para uma saída consciente? Quando o fato de que o homem está a ponto de livrar-se da desvantagem do invólucro físico poderá ser para ele, e os que estão à sua volta, a alegre e longamente esperada consumação? Não poderão vocês visualizar o tempo em que, em vez de lágrimas e medo e a recusa em aceitar o inevitável, a pessoa que está à morte e os seus amigos combinassem mutuamente a hora, e que nada senão felicidade caracterizasse a passagem? Que nas mentes daqueles deixados para trás o pensamento da tristeza não entre e que os leitos mortuários venham a ser considerados como ocasiões mais felizes do que nascimentos e casamentos? Digo-lhes que, antes que se passe muito tempo, isto será assim para os inteligentes da raça e, pouco a pouco, para todos os demais. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 499.

É interessante registrar aqui que a morte é governada pelo Princípio de Libertação e não pelo da Limitação. A morte somente é reconhecida como um fator a ser manipulado pelas vidas autoconscientes, e é somente mal interpretado pelos seres humanos, que são as mais deslumbradas e iludidas de todas as vidas encarnadas. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 534.

Quando a verdadeira natureza do Serviço for compreendida, verificar-se-á que ele é um aspeto daquela energia divina que trabalha sempre sob o aspeto destruidor, pois ele destrói as formas para libertar. O Serviço é uma manifestação do Princípio de Libertação, e deste princípio, a morte e o serviço constituem dois aspetos. O serviço salva, liberta e libera, em vários níveis, a consciência aprisionada. As mesmas afirmações podem ser feitas da morte. Mas a menos que o serviço possa ser prestado a partir de uma compreensão intuitiva de todos os fatos no caso, inteligentemente interpretados, e aplicados num espírito de amor sobre o plano físico, ele fracassará em cumprir sua missão adequadamente. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 537.

Medo da Morte

O medo da morte baseia-se em:

a. Um terror dos processos finais de rompimento no ato da própria morte.

b. Horror do desconhecido e do indefinível.

c. Dúvida quanto à imortalidade final.

d. Infelicidade em deixar os entes queridos ou ser por eles deixado.

e. Antigas reações a mortes violentas anteriores que permanecem no subconsciente.

f. Apego à vida da forma, porque primariamente identificado com ela na consciência.

g. Velhos ensinamentos errados relativos ao Céu e ao Inferno, perspectivas igualmente desagradáveis para certos tipos. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 300.

À medida que o tempo progride e antes do fim do próximo século, a morte será finalmente vista como não-existente, no sentido em que é agora entendida. A continuidade de consciência estará tão largamente desenvolvida, e tantos dos tipos humanos mais elevados estarão funcionando simultaneamente nos dois mundos, que o velho medo cessará, e o intercâmbio entre o plano astral e o físico estará tão firmemente estabelecido e tão cientificamente controlado que o trabalho dos médiuns de transe chegará correta e misericordiosamente ao fim. A mediunidade comum e as materializações sob controle e os guias indianos são tanto perversões de intercâmbio entre os dois planos quanto o são as perversões sexuais e as distorções da verdadeira relação e intercâmbio entre os sexos. Não me refiro aqui ao trabalho dos clarividentes, não importa quão pouco capazes possam ser, nem à tomada de posse de um corpo por entidades de elevado calibre, mas sim aos desagradáveis fenômenos de sessões de materialização, do ectoplasma e do trabalho cego e pouco inteligente feito pelas velhas almas atlantes, degeneradas e ligadas à terra, à média dos chefes e guias hindus. Não há nada a aprender deles, e há muito a ser evitado.

O reino do medo da morte está bem perto do fim e logo entraremos num período de conhecimento e de certeza que afastará as bases de todos os nossos medos. Ao lidar com o medo da morte, pouco há que se possa fazer exceto levar o assunto para um nível mais científico e - neste sentido científico - ensinar as pessoas a morrer. Há uma técnica de morrer assim como há uma técnica de viver, mas esta técnica foi, em grande parte, perdida no Ocidente, e está quase completamente perdida no Oriente, à exceção de uns poucos centros de Conhecedores. Talvez seja possível tratar disto em maior profundidade mais tarde, mas o pensamento da necessária abordagem deste assunto pode permanecer nas mentes dos estudantes que nos leem, e talvez - à medida que eles estudarem lerem e pensarem - algum material de interesse poderá chegar-lhes, o qual poderia ser gradualmente reunido e publicado. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 301-302.

O medo da morte e a depressão constituem para o homem, nesta era e ciclo, o Morador do Umbral. Ambos indicam uma reação sensorial a fatores psicológicos e não podem ser enfrentados pelo uso de um outro fator psicológico como a coragem. Eles devem ser enfrentados pela onisciência da alma trabalhando através da mente - não pela sua onipotência. Nisto encontra-se uma pista oculta. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 309.

O instinto de auto preservação tem suas raízes no medo inato da morte; através da presença deste medo, a raça abriu seu caminho até o atual ponto de longevidade e resistência. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 626.

Definição da Morte

A morte é, em si mesma, uma parte da Grande Ilusão, e existe apenas por causa dos véus com que nos revestimos. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Mas as pessoas são propensas a esquecer que todas as noites nas horas de sono nós morremos para o plano físico e estamos vivos e ativos nos demais. Esquecem que já alcançaram facilidade em deixar o corpo físico; porque não podem, por enquanto, trazer de volta para a consciência do cérebro físico a lembrança daquela saída, e do subsequente intervalo de vida ativa, não conseguem relacionar a morte com o sono. A morte, afinal de contas, é apenas um intervalo mais longo na vida do funcionamento do plano físico; a pessoa terá apenas “saído” por um período mais longo. Porém, o processo do sono diário e o processo da morte ocasional são idênticos, com a única diferença que, no sono, o fio magnético, ou corrente de energia ao longo do qual a força da vida circula, é preservado intacto e constitui o caminho de volta para o corpo. Na morte, este fio da vida se parte ou rompe. Quando isto acontece, a entidade consciente não pode retornar ao corpo físico denso, e esse corpo, faltando-lhe o princípio de coesão, então desintegra- se. Um Tratado sobre Magia Branca, pág 494.

Os processos de abstração estão (como podem ver) relacionados com o aspeto vida, e são postos em movimento por um ato da vontade espiritual, e constituem o “princípio de ressurreição que jaz oculto no trabalho do Destruidor” como diz um velho ditado esotérico. A manifestação mais inferior deste princípio é vista no processo que nós chamamos morte - a qual é, na realidade, um meio de abstrair o princípio da vida, instruído pela consciência, da forma dos corpos nos três mundos.

Assim, a grande síntese emerge, e a destruição, morte e dissolução nada mais são, na realidade, do que processos de vida. A abstração é indicativa de processo, progresso e desenvolvimento. É este aspeto da Lei da Vida (ou Lei da Síntese, como é chamada em certas conotações mais amplas) com a qual o iniciado lida especificamente. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

A vida é encarada a partir do ângulo do Observador, e não daquele de um participante no experimento e experiência nos três mundos (físico - emocional - mental) ...se eles são discípulos iniciados estão cada vez mais alheios às atividades e reações de suas personalidades, porque certos aspetos da natureza inferior estão agora tão controlados e purificados que caíram abaixo do nível da consciência e entraram para o mundo do instinto; por isso não são percebidas, do mesmo modo que o homem não se apercebe das funções rítmicas de seu veículo adormecido. Esta é uma profunda verdade que ainda não foi conscientizada. Está relacionada ao processo da morte, e pode ser considerada como uma das definições de morte; tem em si a pista para as misteriosas palavras “o reservatório da vida”. Morte é, na realidade, a inconsciência daquilo que pode estar ativo em uma ou outra forma, mas numa forma da qual a entidade espiritual está totalmente inconsciente. O reservatório da vida é o lugar da morte, e esta é uma das primeiras lições que o discípulo aprende... Um Tratado dos Sete Raios, Vol. V.

Propósitos da Morte

Através da morte, realiza-se um grande processo de unificação; na “queda de uma folha” e sua consequente identificação com o solo no qual cai, temos uma pequenina ilustração deste grande e eterno processo de união total, mediante o processo de “vir a ser”, e morrer como resultado desse “vir a ser”. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. II, pág. 173.

Eu falo sobre a Morte como alguém que conhece o assunto tanto da experiência do mundo exterior como da expressão da vida interior: Não há morte. Há, como sabem, entrada numa vida mais plena. Há libertação das limitações do veículo de carne. O tão temido processo de rompimento não existe, exceto nos casos de morte súbita e violenta, e então, as únicas coisas desagradáveis são um instantâneo e intenso sentido de iminente perigo e destruição e algo muito próximo a um choque elétrico. Nada mais. Para as pessoas não evoluídas, a morte é literalmente sono e esquecimento, pois a mente não está suficientemente desperta para reagir, e o reservatório da memória, por enquanto, está praticamente vazio. Para o bom cidadão comum, a morte é uma continuação do processo da vida em sua consciência e um prosseguimento dos interesses e tendências da vida. Sua consciência e seu sentido de percepção permanecem inalteradamente os mesmos. Ele não sente muita diferença, é bem cuidado, e muitas vezes nem se apercebeu que passou pelo episódio da morte.

Para os maus e cruelmente egoístas, para os criminosos e aqueles poucos que vivem somente para o lado material, cria-se aquela condição que nós chamamos “preso à terra”. Os elos que eles forjaram com a terra, e a inclinação terrena de todos os seus desejos, forçam-nos a permanecer junto à terra e ao seu último ambiente terreno. Desesperadamente, eles procuram por todos os meios renovar o contato com a terra e a ela voltar. Em alguns poucos casos, um grande amor pessoal por aqueles deixados para trás, ou o não-cumprimento de um dever reconhecidamente urgente, mantém os bons e belos numa condição similar.

Para o aspirante, a morte é a entrada imediata numa esfera de serviço e expressão com a qual ele está bem acostumado e que ele imediatamente reconhece que não é nova. Em suas horas de sono, ele desenvolveu um campo de serviço ativo e de aprendizado. Ele agora simplesmente funciona nele nas vinte e quatro horas inteiras (falando em termos de tempo no plano físico) em vez de em suas poucas horas de sono terreno. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 300-301.

A verdadeira morte, sob a Lei, é causada pela conquista do objetivo, e por isso pelo término da aspiração. O duplo etérico de um homem, de um Logos planetário e de um Logos solar ao ser destruído, deixa de estar polarizado no morador interno, e portanto permite que ele escape. Em outras palavras, ele não é mais uma fonte de atração, nem um ponto focal magnético. Torna-se não magnético, e a grande Lei da Atração cessa de controlá-lo; por isso segue-se a desintegração da forma. Um Tratado sobre o Fogo Cósmico, pág. 129-130.

“A Lei exige a admissão daquilo que pode efetuar uma mudança”.

Tendo em mente o que já foi dado em outra parte, é óbvio que aquilo que precisa encontrar admissão é aquela vital e concentrada vontade que, quando posta em ação num indivíduo, num grupo, numa nação, num reino da natureza (um centro planetário), e num planeta como um todo, isto é, em todos os centros planetários simultaneamente, causará uma atividade, uma certa medida de mudança, um novo movimento e momentum, uma insurreição e uma consequente abstração.

As mudanças produzidas nos centros durante a morte de um corpo físico jamais foram observadas ou registradas; contudo, estão definidamente presentes aos olhos do iniciado e são interessantes e informativas. É o reconhecimento da condição dos centros que permite ao iniciado saber - quando está no processo de aplicar a cura - se a cura física do corpo é possível ou não. Pelo olhar ele vê se o princípio vontade de abstração, ao qual tenho estado a referir-me, está ativamente presente ou não. O mesmo processo pode ser visto ocorrendo em organizações e civilizações nas quais o aspeto forma está sendo destruído para que a vida possa ser abstraída e mais tarde construir para si mesma uma forma mais adequada. É o mesmo sob os grandes processos de iniciação, os quais são não apenas processos de expansão da consciência mas têm sua raiz na morte ou no processo de abstração que conduz à ressurreição e ascensão.

Aquilo que efetua a mudança é uma descarga (para usar uma expressão totalmente inadequada) da energia da vontade direcionada e focalizada. Esta é de qualidade tão magnética que atraí para si mesma a vida dos centros, provocando a dissolução da forma mas libertando a vida. A morte chega ao homem individual no sentido comum do termo quando a vontade-de-viver num corpo físico desaparece e a vontade- de-abstrair toma seu lugar. A isto chamamos morte. Nos casos de morte na guerra, por exemplo, não é então um caso individual de vontade-para-retirar-se, mas uma participação imposta numa grande abstração grupal. Do seu próprio plano, a alma do homem individual reconhece o fim de um ciclo de encarnação, e chama de volta sua vida, e isto ela o faz mediante uma descarga de energia-da-vontade suficientemente forte para provocar a mudança. ...Cristo referiu-se a este trabalho de abstração no que tange ao terceiro grande centro planetário, a Humanidade, quando Ele disse (falando como Representante da Hierarquia, o segundo centro planetário, para o qual todos os seres humanos que alcançam a iniciação são “atraídos” esotericamente). “Eu, se Eu for elevado, atrairei todos os homens a Mim”. Uma palavra diferente desta Sua palavra será dita no fim da era quando o Senhor do Mundo falará a partir de Shambala (o primeiro centro planetário), abstrairá da Hierarquia o princípio da vida, e toda a vida e consciência estarão então focalizadas no centro planetário da cabeça - o Grande Conselho da Câmara de Shambala.

“A Lei exige que as mudanças assim efetuadas removam a forma, tragam qualidade à luz, e ponham a ênfase sobre a vida”.

Aqui os três grandes aspetos - forma, qualidade, e vida - são postos em relação, e o ponto do objetivo evolutivo é visto em sua verdadeira luz - VIDA. Observem este fraseado. A forma ou aparência, tendo servido ao seu propósito, desaparece - tem lugar a morte da forma. A Qualidade, o grande atributo divino sendo desenvolvido neste planeta, torna-se dominante, está “consciente de si mesma”, segundo as palavras de um antigo manuscrito. É identificado e individual, porém, não tem uma forma implementadora, exceto a do todo maior no qual ela encontra seu lugar. Nem forma, nem qualidade (nem corpo, nem consciência) são predominantes no novo estado de ser, somente o aspeto vida, o espírito em seu próprio plano tornar-se o fator dominante.

Uma tênue luz sobre a significância disto pode chegar se vocês tiverem em mente que os nossos sete planos são apenas os sete subplanos do plano físico cósmico. O processo de desenvolvimento da sensibilidade nesta evolução sétupla tem sido levado a efeito com o fim de capacitar o iniciado a funcionar no plano astral cósmico, depois da retirada ou abstraído depois das iniciações superiores. Ele é completamente abstraído da nossa vida planetária. Apenas um fator poderia impedir tal coisa, e este é seu compromisso de servir temporariamente dentro do círculo-não-se-passa do planeta. Afirma-se que esses membros da Hierarquia que Se comprometem a fazer este trabalho, possuem consciência búdica, e a linha de Sua descida (ocultamente entendida) é do Eterno Peregrino, o Senhor do Mundo, a seguir o Buda, e então o Cristo. Eles permanecem identificados, por Sua livre escolha, com "a qualidade vista dentro da luz” e, durante o termo de Seu serviço livremente prestado, trabalham com o aspeto consciência para, mais tarde, darem ênfase ao aspeto vida... Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Os dezoito fogos precisam extinguir-se; as vidas menores (que incorporam o princípio da forma, do desejo e do pensamento, a soma total da criatividade, baseada no amor magnético) precisam retornar ao reservatório da vida sem deixar nada exceto aquilo que foi a causa de sua existência, a vontade central que é conhecida pelos efeitos de sua radiação ou alento.

Esta dispersão, morte ou dissolução é, na realidade, um grande efeito produzido pela Causa central, e consequentemente a injunção é: “Isto eles precisam provocar pela evocação da Vontade’.... O discípulo encontra seu grupo no Ashram do Mestre e conscientemente e com pleno entendimento controla a morte - o inimigo da existência tão longamente temido. Ele descobre que a morte é simplesmente um efeito produzido pela vida e pela sua vontade consciente, e é um modo pelo qual ele direciona a substância e controla a matéria. Isto torna-se conscientemente possível porque, tendo desenvolvido a percepção de dois aspetos divinos - atividade criativa e amor - ele está agora focalizado no aspeto superior e sabe que ele próprio é a VONTADE, a Vida, o Pai, a Mônada, o Um. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Uma grande sublevação em todos os reinos da natureza caracterizou este dia e geração; uma estupenda destruição de todas as formas de vida divina e em todos os reinos foi a nota dominante desta sublevação. Nossa moderna civilização recebeu um golpe mortal do qual jamais se recuperará, mas que será reconhecido algum dia como o “golpe da libertação” e como o sinal daquilo que é melhor, novo e mais adequado para o espírito em evolução, fazer sua aparição. Grandes e penetrantes energias e suas forças evocadas se confrontaram, o que, figurativamente falando, elevou o reino mineral aos céus e deles fez descer o fogo. Estou falando sobre fatos e não apenas simbolicamente. Os corpos dos homens, mulheres e crianças foram destruídos, assim como os dos animais; as formas do reino vegetal e as potências do reino mineral foram desintegradas, distribuídas e devastadas. Da vida coesa de todas as formas planetárias foi, temporariamente, retirada a coesão. Como foi dito numa antiga profecia: “Nenhum verdadeiro Som unificado se propala de uma forma para outra, de vida para vida. Somente um grito de dor, um clamor por restituição e uma invocação para libertar-se da agonia, desespero e infrutífero esforço parte daqui para Ali”.

Toda esta sublevação do “solo” do mundo - espiritual, psicológico e físico - toda esta desintegração das formas e dos contornos familiares de nossa vida planetária, teve que ocorrer antes que a Hierarquia pudesse surgir diante da consciência pública. Tudo isto teve que fazer seu trabalho sobre as almas dos homens antes que a Nova Era pudesse entrar, trazendo consigo a Restauração dos Mistérios e a reabilitação dos povos da Terra. As duas caminham juntas. Este é um dos pontos principais que estou procurando estabelecer. A ruptura, desintegração e as condições totalmente caóticas existentes nos últimos quinhentos anos em todos os reinos da natureza finalmente abriram caminho para condições físicas paralelas. Isto é bom e desejável, pois indica o prelúdio para a construção de um mundo melhor, e a construção de mais adequadas formas de vida e atitudes humanas mais corretas, somadas a uma mais sensata orientação da realidade. O melhor está ainda por vir.

Tudo está sendo rapidamente trazido à superfície - o bom e o mau, o desejável e o indesejável, o passado e o futuro (pois os dois são um); o arado de Deus já quase completou seu trabalho; a espada do espírito separou o passado maligno do futuro radiante, e ambos são considerados, ante o Olho de Deus, como contribuintes; ver-se-á nossa civilização materialista rapidamente dando lugar a uma cultura mais espiritual; nossas organizações religiosas, com suas limitadoras e confusas teologias, em breve cederão lugar à Hierarquia com seu emergente ensinamento - claro, factual, intuitivo e não-dogmático. Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol. V.

Intenso desejo pela existência sensorial ou apego. Isto é inerente a todas as formas, se autoperpetua e é conhecido até pelos muito sábios.

Quando a vida do Espírito se retira, a forma morre, ocultamente falando. Quando o pensamento do ego ou eu superior está ocupado com o seu próprio plano, nenhuma energia é enviada para a matéria dos três mundos, e assim não há como construir formas ou apegar-se a elas. Isto está de acordo com a verdade oculta de que “a energia segue o pensamento, e também de acordo com o ensinamento de que o princípio crístico (o veículo búdico) somente começa a coordenar-se à medida que vão desaparecendo os impulsos inferiores... O apego à forma ou a atração do Espírito pela forma é o grande impulso involutivo. A repulsão à forma e sua consequente desintegração é o grande impulso evolutivo. A Luz da Alma, pág. 137-8.

Quando a causa, o desejo, produziu seu efeito, a personalidade ou aspeto forma do homem, então, enquanto perdurar a vontade de viver, a forma persistirá. Ela é mantida em manifestação através da vitalidade mental. Isto tem sido demonstrado inúmeras vezes nos anais da medicina, pois está provado que enquanto a determinação de viver persistir, assim será a provável duração da vida do plano físico; mas que desde o momento em que falta essa vontade ou o interesse do morador no corpo não mais está centrado na manifestação da personalidade, produz-se a morte e a desintegração daquela imagem mental - o corpo. A Luz da Alma, pág. 397.

Há duas linhas principais de evolução, a que diz respeito à matéria e à forma, e a que concerne a alma, o aspeto consciência, o pensador em manifestação. Para cada uma delas, o caminho do progresso difere, e cada um prossegue seu curso. Como já foi observado, durante um longo período de tempo, a alma identifica-se com o aspeto forma e esforça-se em seguir “o Caminho da Morte”, pois isto é o que o caminho escuro representa para o pensador. Mais tarde, por meio de extremo esforço, esta identificação cessa; a alma torna-se consciente de si mesma e do seu próprio caminho, ou dharma, e segue então o caminho da luz e da vida. Deve-se ter sempre em mente, contudo, que para os dois aspetos o seu próprio caminho é o caminho correto, e que os impulsos que jazem escondidos no veículo físico ou no corpo astral não são, em si mesmos, errados. Eles se tornam errados a partir de certos ângulos quando distorcidos de seu uso correto, e foi esta compreensão que levou o discípulo no Livro de Job a gritar e dizer, “Eu perverti o que estava certo”. As duas linhas de desenvolvimento são separadas e distintas, e isto todos os estudantes têm que aprender. A Luz da Alma, pág. 402-403.

A Arte de Morrer

A alma, assentada no coração, é o princípio vital, o princípio da autodeterminação, o núcleo central da energia positiva por meio da qual todos os átomos do corpo são conservados em seu lugar certo e subordinados à “vontade-de-ser” da alma. Este princípio da vida utiliza a corrente sanguínea como seu modo de expressão e como sua agência controladora, e através da íntima relação do sistema endócrino com a corrente sanguínea, temos os dois aspetos da alma reunidos para fazer do homem uma entidade viva, consciente e funcionante, governada pela alma e expressando o propósito da alma em todas as atividades da vida diária.

A morte, portanto, é literalmente a retirada do coração e da cabeça dessas duas correntes de energia, produzindo em consequência, completa perda de consciência e desintegração do corpo. A morte difere do sono pelo fato de que ambas as energias são retiradas. No sono, somente o fio de energia ancorado na cabeça é retirado, e quando isto acontece, o homem fica inconsciente. Com isto queremos dizer que sua consciência ou senso de percepção está focalizado em outra parte. Sua atenção não está direcionada para as coisas tangíveis e físicas, mas voltada para outro mundo do ser e centralizada num outro aparelho ou mecanismo. Na morte, ambos os fios são retirados ou unificados no fio da vida. A vitalidade cessa de penetrar através da corrente sangüínea e o coração pára de funcionar assim como o cérebro pára de registrar, e assim o silêncio se instala. A casa está vazia. A atividade cessa, exceto aquela interessante e imediata atividade que é prerrogativa da própria matéria e que se expressa no processo de decomposição. De certos aspetos, por conseguinte, esse processo indica a unidade do homem com tudo que é material; demonstra que ele é uma parte da própria natureza, e por natureza queremos dizer o corpo de uma Vida na Qual “nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Nestas três palavras - viver, mover-se e ser - nós temos a história inteira. Ser é percepção, autoconsciência e auto expressão, e disto a cabeça e o cérebro do homem são os símbolos exotéricos. Viver é energia, desejo na forma, coesão e adesão a uma ideia, e disto o coração e o sangue são os símbolos exotéricos. Mover-se indica a integração e resposta da entidade existente, consciente, viva, a uma atividade universal, e disto o estômago, o pâncreas e o fígado são os símbolos.

É preciso notar-se também que a morte é, portanto, realizada sob a direção do Ego, não importa quão inconsciente o ser humano possa estar dessa direção. O processo opera automaticamente com a maioria, pois (quando a alma retira sua atenção), a inevitável reação no plano físico é a morte, seja pela abstração dos fios duais da vida e da energia da razão, seja pela abstração do fio de energia que é qualificada pela mentalidade, deixando a corrente da vida ainda funcionando através do coração, mas sem percepção inteligente. A alma está voltada para outro lugar e ocupada, no seu próprio plano, com seus próprios assuntos. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 496-497.

Antes de entrarem maiores detalhes sobre este assunto, gostaria de referir-me à “trama no cérebro”, que está intacta na maioria, mas não existe mais no vidente iluminado.

No corpo humano, como sabem, temos um corpo vital subjacente em toda a sua extensão - a contraparte do físico - o qual é maior do que este e ao qual chamamos corpo ou duplo etérico. É um corpo de energia composto de centros de força e nadis ou fios de força, os quais são a contraparte do sistema nervoso - os nervos e os gânglios nervosos. Em dois lugares no corpo humano há orifícios de saída, se é que posso usar uma expressão tão inadequada. Um está no plexo solar e o outro no cérebro, no alto da cabeça. Protegendo ambos está uma trama densamente tecida de matéria etérica, composta de fios entrelaçados de energia vital.

Durante o processo da morte, a pressão da energia da vida chocando-se contra a trama produz finalmente uma ruptura ou abertura. Por ela, a força da vida se derrama, à medida que a potência da influência de abstração da alma aumenta. No caso dos animais, crianças e homens e mulheres polarizados inteiramente nos corpos físico e astral, a porta de saída é o plexo solar e é essa a trama que é rompida, permitindo assim a saída. No caso dos tipos mentais, das unidades humanas mais evoluídas, é a trama no alto da cabeça, na região da fontanela que é rompida, assim novamente permitindo a saída do ser racional pensante.

No processo da morte estas são, portanto, as duas principais saídas: o plexo solar para o ser humano astralmente polarizado e focalizado no plano físico e, portanto, a vasta maioria, e o centro da cabeça para o ser humano mentalmente polarizado e espiritualmente orientado. Este é o primeiro e mais importante fator a ser lembrado, e ver-se-á facilmente como a inclinação de uma tendência da vida e o foco de atenção da vida determinam o modo de saída na morte. Podemos ver também que um esforço para controlar a vida astral e a natureza emocional, e para orientar-se para o mundo mental e as coisas espirituais, tem um importantíssimo efeito sobre os aspetos do processo da morte.

Se o estudante estiver pensando claramente, ser-lhe-á aparente que uma saída diz respeito ao homem espiritual e altamente evoluído, enquanto que a outra refere-se ao ser humano de grau inferior que mal avançou além do estágio animal. E o que dizer do homem comum? Uma terceira saída está agora temporariamente em uso. Bem abaixo da ponta do coração, encontra-se uma outra trama etérica cobrindo um orifício de saída. Temos, portanto, a seguinte situação:

1. A saída na cabeça, usada pelos tipos intelectuais, pelos discípulos e iniciados do mundo.

2. A saída no coração, usada pelo tipo bondoso, bem intencionado, que é bom cidadão, um amigo inteligente e um trabalhador filantrópico.

3. A saída na região do plexo solar, usada por aqueles cuja natureza animal é forte.

Este é o primeiro ponto na nova informação que lentamente se tornará conhecimento comum no Ocidente durante o próximo século. Grande parte dele já é conhecido pelos pensadores no Oriente e representa um primeiro passo em direção à compreensão racional do processo da morte. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 500-502.

Com relação à técnica de morrer, somente me é possível por agora, fazer uma ou duas sugestões. Não lido aqui com a atitude daqueles que observam a pessoa que morre, mas apenas daqueles pontos que facilitarão a passagem da alma que parte.

Primeiro, que se faça silêncio no aposento. Este é frequentemente o caso, é claro. É preciso lembrar que a pessoa que está morrendo pode estar habitualmente inconsciente. Esta inconsciência é aparente, porém, não real. Em novecentos casos dentre mil, a consciência cerebral está ali, com plena consciência dos acontecimentos, mas há uma completa paralisia da vontade de se expressar e completa incapacidade de gerar a energia que indicará a vitalidade. Quando o silêncio e a compreensão reinarem no aposento do doente, a alma que parte pode manter-se de posse do seu instrumento com clareza até o último minuto, e pode fazer a devida preparação.

Mais tarde, quando conhecemos mais sobre as cores, somente luzes alaranjadas serão permitidas no quarto de quem está morrendo, e elas somente serão instaladas com a devida cerimônia quando não houver dúvida sobre a impossibilidade de recuperação. A cor laranja ajuda a focalização na cabeça, assim como a cor vermelha estimula o plexo solar e a cor verde tem efeito definido sobre o coração e as correntes da vida.

Certos tipos de música serão usados quando mais a respeito do som for melhor compreendido, mas, por enquanto, não existe música que facilite o trabalho da alma ao abstrair-se do corpo, embora certas notas do órgão se mostrem eficientes. No exato momento da morte, se a nota da própria pessoa for soada, ela coordenará as duas correntes de energia e finalmente romperá o fio da vida, porém este conhecimento é perigoso demais para ser transmitido por enquanto, e só mais tarde poderá ser dado. Eu indicaria o futuro e as linhas segundo as quais o estudo oculto futuro ocorrerá.

Descobrir-se-á também que a pressão sobre certos centros nervosos e certas artérias facilitarão o trabalho; e esta ciência de morrer, como muitos estudantes sabem, é mantida sob custódia no Tibet. A pressão sobre a veia jugular e certos grandes nervos na região da cabeça e sobre um determinado ponto no bulbo mostrar-se-ão úteis e eficientes. Uma definida ciência da morte será inevitavelmente mais tarde elaborada, mas somente quando o fato da alma seja reconhecido e sua relação com o corpo tenha sido cientificamente demonstrada.

Frases mântricas também serão empregadas e claramente elaboradas na consciência da pessoa agonizante pelos que estão em torno dela, ou empregadas mentalmente em forma deliberada pela própria pessoa. O Cristo demonstrou seu uso quando exclamou alto, “Pai, em Tuas mãos entrego meu espírito”. E temos outro exemplo nas palavras, “Senhor, agora deixa Teu servo partir em paz”. O firme uso da Palavra Sagrada entoada a meia voz ou num tom especial (ao qual o agonizante responderá, como veremos) pode, mais tarde, constituir parte do ritual de transição, acompanhado pelo ungir com óleo, tal como preservado na Igreja Católica. A extrema unção tem uma base científica, oculta. O alto da cabeça do homem que morre também deveria ser colocado simbolicamente na direção do Oriente e os pés e as mãos deveriam estar cruzados. Somente o sândalo deveria ser queimado no aposento, e nenhum incenso de outra espécie permitido; isto porque o sândalo é o incenso do Primeiro Raio ou Raio Destruidor, e a alma está no processo de destruir sua habitação. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 505.

Se há um fator que os aspirantes reconhecem, e a necessidade de se libertarem da grande Ilusão. Arjuna sabia disto e, ainda assim, sucumbiu ao desespero. Contudo, em sua hora de necessidade, Krishna não lhe faltou, antes, estabeleceu no Gita as simples regras pelas quais a depressão e a dúvida podem ser superadas. Elas podem ser assim resumidas:

a. Conhece a ti mesmo como sendo Aquele que é imortal.

b. Controla tua mente, pois através dela Aquele que é imortal pode ser conhecido.

c. Aprenda que a forma nada mais é do que o véu que oculta o esplendor da Divindade.

d. Compreende que a Vida Una penetra todas as formas de modo que não há morte, nem sofrimento, nem separação.

e. Liberta-te, pois, do lado forma e vem a Mim, morando pois no lugar onde se acham a Luz e a Vida. Assim acaba a ilusão. Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 308.

Um Mestre aprende o significado de cada forma limitadora; então, Ele assume o controle e maneja a lei no plano consistente com a forma. Ele cresceu além da forma e troca-a por outras formas superiores. E assim Ele tem progredido, sempre por meio do sacrifício e morte da forma. Ela é sempre reconhecida como aprisionante; precisa sempre ser sacrificada e morrer para que a vida interior possa acelerar sua escalada. O caminho da ressurreição pressupõe crucificação e morte, e então conduz ao monte onde a Ascensão pode ser efetuada. Cartas sobre Meditação Ocultista, pág. 261.

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