Cura Esotérica
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PARTE DOIS
Capítulo V
O Processo de Restituição
O TEMA DA MORTE, que estamos agora estudando, deve ser por nós abordado com o espírito de máxima normalidade e de investigação científica possível. O complexo de medo da humanidade encontra seu ponto de entrada para a consciência do homem através do ato de morrer; o insucesso em sobreviver é o medo básico, ainda que este seja o fenômeno mais comum no planeta. Lembrem-se disso.
O ato de morrer é o grande ritual universal que governa toda a nossa vida planetária, porém somente na família humana, e fraca, muito fracamente, no reino animal é a reação ao medo encontrada. Pudessem vocês ver o mundo etérico como Aqueles no lado interno da vida o experienciam e veem, vocês veriam, (prosseguindo incessantemente e sem interrupção), o grande ato planetário de restituição. Vocês veriam uma grande atividade contínua dentro do mundo etérico, no qual a anima mundi, a alma animal e a alma humana estão constantemente restituindo a substância de todas as formas físicas ao grande reservatório da substância essencial. Esta substância essencial é uma unidade tão vital e direcionada quanto a alma do mundo de que tanto ouvimos falar. Esta interação do princípio da morte com o princípio da vida produz a atividade básica da criação. A força impulsionadora e diretiva é a mente de Deus, do Logos planetário, ao perseguir Seus propósitos divinos, arrastando Consigo neste processo todos os meios através dos quais Ele se manifesta.
O medo que o homem tem da morte é causado primariamente porque a orientação do reino das almas, o quinto reino da natureza, tem sido, (até relativamente tarde no ciclo mundial,) em direção à expressão da forma e da necessidade de buscar a experiência através da matéria, para no devido tempo vir a controlá-la livremente. O percentual de almas daqueles cuja orientação os afasta da expressão nos três mundos é relativamente tão pequeno, em proporção ao número total de almas que exigem experiência nos três mundos, que até o ciclo ou era que chamamos cristã, pode dizer-se que a morte reinou triunfante. Hoje, porém, estamos às vésperas de ver uma completa mudança nesta condição, devido ao fato de que a humanidade - numa escala muito maior do que jamais se viu antes - está alcançando uma necessária reorientação; os valores mais elevados e a vida da alma, quando penetrada pela insistência da mente em seus aspetos inferior e superior, está começando a controlar. Isto forçosamente trará uma nova atitude em relação à morte, que passará a ser olhada como um processo natural e desejável a ser sofrido ciclicamente. Os homens finalmente compreenderão o significado das palavras do Cristo quando disse, “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. No incidente em que estas palavras ocorreram, Ele se estava referindo ao grande ato de restituição que chamamos morte. Reflitam sobre essa história e vejam o simbolismo da alma, contida na alma universal, como o peixe dentro da água, e segurando uma moeda de cobre, o símbolo da matéria.
Em um dos antigos escritos encontramos as seguintes palavras simbólicas:
Disse o Pai ao filho: Vai e toma para ti aquilo que não és tu mesmo, e aquilo que não te pertence, mas que é Meu. Considera-o como se teu fosse e procura a causa de seu aparecimento. Deixa-o parecer que és tu mesmo. Descobre assim o mundo da miragem, o mundo da profunda ilusão, o mundo da falsidade. Aprende então que tu te apossaste daquilo que não é a meta do esforço da alma.
E quando aquele momento chegar em cada ciclo e aparecimento de engano e roubo, uma voz será então ouvida. Obedece a essa voz. Ela é a voz daquilo que, dentro de ti, ouve a Minha voz, uma voz inaudível para aqueles que amam roubar. A ordem será repetida uma e outra vez: “Restitui os bens roubados. Sabe que eles não são para ti.” A intervalos cada vez maiores, ouvir-se-á de novo a voz: “Restitui os bens que tomastes emprestados; paga a tua dívida”.
E então, quando todas as lições tiverem sido aprendidas, a voz falará mais uma vez: “Restitui com alegria aquilo que era Meu, foi teu e agora é novamente nosso. Tu não mais necessitas a forma. És livre”.
É clara a implicação das palavras acima.
Duas importantes ideias servirão para esclarecer o assunto da morte, com o qual estamos agora empenhados: A primeira é a grande dualidade sempre presente na manifestação. Cada uma das dualidades tem sua própria expressão, é governada por suas próprios leis, e procura seus próprios objetivos. Porém - no tempo e espaço - elas fundem seus interesses para o benefício de ambas, e juntas produzem o aparecimento de uma unidade. Espírito-matéria, vida-aparência, energia-força - cada uma tem seu próprio aspeto emanador; cada uma tem relação com a outra; cada uma tem um objetivo mútuo temporário, e assim em uníssono produzem o eterno fluxo, a cíclica maré alta e baixa da vida em manifestação.
Neste processo de relacionamento entre Pai-Espírito e Mãe-Matéria, nasce o filho, e durante a etapa infantil leva avante os processos vitais de sua vida dentro da aura da mãe, identificado com ela, mas sempre buscando escapar de seu domínio. À medida que a maturidade é alcançada, o problema se intensifica, e a “chamado” do Pai começa lentamente a desestabilizar a atitude possessiva da mãe, até que finalmente o controle da matéria, ou da mãe, sobre seu filho - a alma - é finalmente desfeito. O filho, o menino Cristo, libertado da tutela e das mãos agarradas da mãe, passa a conhecer o Pai. Estou falando com você em símbolos. O filho, o Cristo-criança, liberto da guarda e das mãos possessivas da mãe, vem a conhecer o Pai. Estou, é claro, falando por meio de símbolos.
A Segunda ideia é que todos os processos de encarnação, de vida na forma e de restituição (pela atividade do princípio da morte), da matéria para a matéria e da alma para a alma, são levados adiante sob a grande e universal Lei de Atração. Podem vocês imaginar o tempo quando o processo da morte, claramente reconhecido e acolhido com alegria pelo homem, pudesse ser descrito por ele numa simples frase, “É chegada a hora em que a força atrativa de minha alma exige que eu renuncie a meu corpo e o restitua ao lugar de onde ele veio”? Imaginem a mudança na consciência humana quando a morte chegar a ser olhada como um ato de simples e consciente renúncia da forma, temporariamente tomada para dois objetivos específicos:
a. obter o controle nos três mundos;
b. dar oportunidade à substância das formas assim “roubadas ou tomadas
emprestadas ou corretamente apropriadas" de acordo com o estágio de
evolução, para alcançar um ponto mais elevado de perfeição através do
impacto da vida sobre ela, por meio da alma.
Estes são pensamentos significativos que já foram expressos antes, mas que foram descartados como simbólicos, como confortantes ou como algo que se deseja. Eu os apresento a vocês como fatos na natureza, como inevitáveis na prática e como uma técnica e processo tão familiares quanto aquelas atividades, rítmicas e cíclicas na natureza, que governam a vida do homem comum - acordando e dormindo, comendo e bebendo, e todos os assuntos periódicos que ele está acostumado a seguir.
Eu tratei do assunto da morte em Um Tratado sobre Magia Branca, focalizando nele primariamente os processo físicos da morte, e o fiz a partir do ponto de vista do observador. Procurei indicar qual deveria ser a atitude do espectador. Aqui, gostaria de apresentar um quadro algo diferente, indicando o que é conhecido pela alma que está de partida. Embora isto envolva repetição do que vocês já sabem, há, contudo certas repetições e afirmações que desejo fazer. Vou tabulá-las brevemente e vocês as considerarão como factuais e fundamentais.
1. Chega a hora de partida para a alma encarnante, a qual, no passado:
a. apropriou-se de um corpo físico de um certo calibre, adequado às necessidades e idade dessa alma;
b. energizou esse corpo físico por meio do corpo etérico, assim galvanizando-o à atividade da vida durante o tempo de empreendimento físico estipulado por essa alma.
2. Duas grandes correntes de energia penetram no corpo físico e produzem sua atividade, qualidade e tipo de expressão, além da impressão que ele causa no meio ambiente.
a. A corrente de vida dinâmica, que é ancorada no coração. Esta corrente de energia dinâmica penetra no corpo através da cabeça, e desce até o coração onde permanece focalizada durante o ciclo de vida. Uma corrente menor de energia universal ou prana - distinta da força da vida individualizada - penetra no corpo físico através do baço, subindo até o coração para juntar-se à maior e mais importante corrente vital. A corrente vital energiza e mantém coeso o corpo físico integrado. A corrente de energia prânica vitaliza os átomos e células individuais que compõem esse corpo.
b. A corrente de consciência individual, que é ancorada r\a cabeça. Esta é um aspeto da alma e revela o tipo de consciência, o qual por sua vez, indica o ponto alcançado na evolução. Esta corrente de energia funciona igualmente em conexão com uma corrente de força da personalidade caracterizada pelo desejo (perceptibilidade emocional ou astral), e penetra no corpo físico através do plexo solar. Esta corrente de força da personalidade relaciona o homem com todo o plano astral, e portanto, com o mundo da miragem. Nas pessoas não evoluídas e no tipo comum de homem, o plexo solar é o foco da consciência, e a energia é registrada pelo ponto focal de consciência, na cabeça, sem qualquer reconhecimento. É por esta razão que, na hora da morte, a alma abandona o corpo através do plexo solar e não pela cabeça. No caso do homem desenvolvido, o indivíduo de tipo mental, o aspirante, discípulo ou iniciado, o fio da consciência se retira do corpo através da cabeça.
3. A alma - grupo de todas as formas no reino animal - sob a Lei de Atração - retira o princípio da vida de qualquer forma física específica através do plexo solar, o qual é o cérebro do animal comum. Os animais domesticados e os altamente desenvolvidos estão começando a utilizar o cérebro, em maior ou menor grau, porém o princípio da vida e o aspeto da sensibilidade, ou consciência animal, ainda são retirados através do plexo solar. Há aqui, portanto, em todas as etapas do processo evolutivo, certos interessantes triângulos de energia.
a. No caso dos animais e daqueles seres humanos que são pouco mais do que animais, dos imbecis e certos tipos de homem que parecem ter nascido sem nenhum ponto centralizado de consciência individual, a triplicidade seguinte é importante:
A alma-grupo
O plexo solar
O baço ou centro prânico
b. Num grau baixo, mas não obstante, seres humanos individualizados e também com as pessoas do tipo comum emocional, temos que notar a seguinte triplicidade:
A Alma
O centro da cabeça
O plexo solar
c. Para as pessoas altamente desenvolvidas e as que estão no Caminho do Discipulado está ativo, no momento da morte, o seguinte triângulo:
A alma
O centro da cabeça
O centro ajna
Em conexão com todas estas triplicidades, existe uma relação dual com o princípio vital:
a. O coração, no qual está focalizada a vida da alma na forma.
b. O baço, através do qual passa, de forma contínua e rítmica, a essência da vida universal ou prana.
Todo este assunto é bastante obscuro, e para quem está em níveis estritamente humanos, ainda inverificável. Contudo, a aceitação dos três pontos acima, hoje hipotéticos, ajudará a esclarecer a mente sobre todo este tema da restituição, com o qual estamos ocupados.
4. O ponto seguinte não requer prova, pois é geralmente aceito. É o ponto de que o desejo governa o processo da morte, assim como também governa os processos da experiência da vida. Nós dizemos constantemente que, quando falta a vontade de viver, a morte é o resultado inevitável. Esta vontade-de-viver, seja ela a tenacidade do corpo físico, funcionando como um ser elemental, ou como a intenção direcionada da alma, é um aspeto do desejo, ou melhor, é uma reação, no plano físico, da vontade espiritual. Há, pois, uma entrelaçada relação entre:
a. A alma no seu próprio plano.
b. O corpo astral.
c. O centro do plexo solar.
Esta relação ligada à Arte de Morrer tem recebido, até agora, pouca atenção. Não obstante, ela merece cuidadosa reflexão.
Notarão que estou tratando aqui do tema da morte ao fazer sentir sua presença através da doença ou da idade avançada. Não me estou referindo à morte que chega pela guerra ou acidente, por assassínio ou suicídio. Estas, e outras causas da morte, vêm sob um processo diretivo inteiramente diferente; podem sequer envolver o carma de um homem ou seu destino individual, como é o caso da guerra, quando vastos números de pessoas são mortas. Isto nada tem a ver com a Lei de Causa e Efeito como fator na carreira da alma de qualquer indivíduo. Não é um ato de restituição planejado por uma determinada alma ao pôr em execução seu destino individual. A morte, através dos processos destrutivos da guerra, está sob a direção e a intenção cíclica do Logos planetário, trabalhando através da Câmara do Conselho em Shambala. Os Seres Que lá dirigem os processos mundiais sabem que chegou a hora quando a relação entre o mal planetário e as Forças da Luz, ou do Bem, chegaram a um ponto chamado “antagonismo explosivo”. A isto tem que ser dada rédea solta se queremos que o propósito divino se desenvolva sem impedimentos, e portando a explosão é permitida. No entanto, o tempo todo está presente um fator controlador, embora o homem não saiba disso. Porque esses Seres Que realizam a vontade de Deus não estão de modo algum identificados com a vida da forma, Eles têm consequentemente uma apreciação justa da importância relativa da vida na forma. Para Eles, a destruição das formas não é morte com nós a entendemos, mas simplesmente e unicamente um processo de libertação. É a limitada visão dos que se identificam com a forma que tem tão consistentemente alimentado o medo da morte.
O ciclo em que vivemos agora viu a maior destruição de formas humanas na história de nosso planeta. Não há destruição de seres humanos. Observem bem esta frase. Devido a esta destruição em larga escala, a humanidade fez um rápido avanço para uma atitude mais serena em relação à morte. Isto não é ainda aparente, mas - dentro de alguns anos - a nova atitude começará a ser notada e o medo da morte começará a desaparecer no mundo. Dever-se-á isto também ao aumento de sensibilidade do aparelho humano de resposta, levando a uma orientação voltada para o interior ou reorientação da mente humana, com resultados imprevisíveis.
A base de todas as guerras é fundamentalmente o sentido de separatividade. Este individualismo fundamental ou o satisfeito reconhecimento de isolacionismo leva a todas as causas secundárias da guerra: cobiça, produzindo o desastre econômico; ódio, produzindo atrito nacional e internacional; crueldade, produzindo dor e morte. As raízes da morte são pois, muito profundas; é a destruição do ciclo de separatividade como um indivíduo no plano físico que nós chamamos morte no sentido usual, consequentemente, a morte é um processo de unificação. Pudessem vocês enxergar um pouco mais profundamente no assunto, aprenderiam que a morte liberta a vida individualizada para uma existência menos restrita e confinada, e no devido tempo - quando o processo da morte foi aplicado a todos os três veículos nos três mundos - para a vida da universalidade. Este é um ponto de inexprimível graça.
A Lei de Atração governa o processo de morrer, assim como governa tudo mais em manifestação. É o princípio da coesão que, sob a integração equilibrada de todo o corpo, preserva-o intacto, estabiliza seu ritmo e processos cíclicos de vida e relaciona suas variadas partes umas às outras. É o maior princípio coordenador no interior de todas as formas, pois ele é a expressão primária (dentro da alma) do primeiro aspeto da divindade, o aspeto vontade. Esta declaração pode surpreendê-los, acostumados que estão a considerar a Lei de Atração como uma expressão do segundo aspeto, o amor-sabedoria.
Este princípio atrativo é encontrado em todas as formas, desde a pequenina forma de um átomo à forma do próprio planeta Terra, através do qual o nosso Logos planetário Se expressa. Mas se ele é o princípio de coesão e a causa da integração, é também o meio através do qual a “restituição” é realizada e pelo qual a alma humana é periodicamente reabsorvida pela superalma. Este aspeto da Lei da Atração recebeu pouca atenção até agora. A razão é que ele diz respeito à mais alta expressão dessa Lei e está, portanto, relacionado com o aspeto vontade da Deidade, como também com o aspeto vontade da Mônada. Somente à medida que a força de Shambala prosseguir com seu trabalho mais direto no próximo ciclo, e o homem começar a discriminar (como terá que fazer) entre a vontade individual e a vontade espiritual, entre determinação, intenção, plano, propósito e fixa polarização, chegará então o esclarecimento. A Lei de Atração tem - como tudo mais em manifestação - três fases ou aspetos, cada um relacionado aos três aspetos divinos:
1. O terceiro aspeto, que relaciona a vida e a forma, o espírito e a matéria.
2. O segundo aspeto, que governa o processo de coesão
integradora que
produz as formas.
3. O aspeto que provoca o desequilíbrio que resulta no ato de desintegração, assim dominando a forma - no que diz respeito ao ser humano - e o faz em três fases, às quais damos o nome de:
a. Restituição, resultando na dissolução do corpo e o retorno de seus elementos, átomos e células, à sua fonte de origem.
b. Eliminação, envolvendo o mesmo princípio básico em relação às forças que constituíram o corpo astral e o veículo mental.
c. Absorção, o modo pelo qual a alma humana é integrada à sua fonte de origem, a superalma, a alma universal. Isto é uma expressão do primeiro aspeto.
Todas estas fases, corretamente compreendidas, ilustram ou demonstram, a singular potência da Lei de Atração e sua relação com a Lei de Síntese, que governa o primeiro aspeto divino. A integração finalmente produz a síntese. As muitas integrações cíclicas que são levadas a efeito no grande ciclo de vida de uma alma encarnante conduzem à síntese final do espírito e alma, que é a meta do processo evolutivo no que tange à humanidade. Depois da terceira iniciação, isto resulta na completa libertação do homem da “pulsão" da substância nos três mundos e sua consequente habilidade para ceder, com total compreensão, à Lei de Atração em suas várias fases, no que diz respeito ao processo criativo. Outras fases serão então mais tarde dominadas.
Um ponto deve ser lembrado. As palavras “da terra para a terra e do pó para o pó”, tão familiares nos rituais fúnebres do Ocidente, referem-se a este ato de restituição e significam o retorno dos elementos do corpo físico ao reservatório original da matéria, e da substância da forma vital ao reservatório etérico geral; as palavras “o espírito retornará para Deus que o deu” são uma referência distorcida à absorção da alma pela alma universal. Os rituais comuns, todavia, deixam de enfatizar que é a alma individualizada, no processo de reabsorção, que institui e ordena, por um ato da vontade espiritual, essa restituição. Esquece-se no Ocidente que esta “ordem para restituir” tem sido dada com grande frequência ao longo das idades por toda alma no interior de uma forma física; e assim fazendo, contínua e inevitavelmente, o primeiro aspeto divino - a Mônada no seu próprio plano - está assumindo seu controle sobre seu corpo de manifestação, por meio de seu reflexo, a alma. Assim o aspeto vontade entra cada vez mais em ação até que, no Caminho do Discipulado, a determinação espiritual é trazida ao seu mais alto ponto de desenvolvimento e, no Caminho da Iniciação, a vontade começa a funcionar conscientemente.
Vale lembrar que é na deliberada emissão do comando pela alma no seu próprio plano para sua sombra nos três mundos, que a alma aprende a expressar o primeiro e mais elevado aspeto da divindade, e isto a princípio, e durante um longo tempo, somente através do processo da morte. A dificuldade atualmente é que relativamente poucas pessoas têm consciência da alma, e consequentemente a maioria dos homens permanece inconsciente quanto ao “comando oculto” de suas próprias almas. À medida que a humanidade se tornar consciente da alma (e isto será um dos resultados da agonia da guerra), a morte passará a ser vista como um processo "ordenado”, levado a termo em plena consciência e com entendimento do próprio cíclico.
Isto, naturalmente, porá um fim ao violento medo atual e também impedirá a tendência ao suicídio cada vez mais presente nestes tempos difíceis. O pecado do assassínio está na realidade baseado no fato de que ele interfere com o propósito da alma, e não realmente por matar um corpo físico humano. É também por isso que a guerra não é assassínio como muitos fanáticos bem intencionados a consideram; é a destruição de formas com o intento beneficente (se pudéssemos esquadrinhar o propósito divino) do Logos planetário. Contudo, são os motivos dos originadores da guerra que os tornam maus. Se não houvesse guerras, a vida planetária, através daquilo que chamamos “atos de Deus”, chamaria de volta em grande escala as almas dos homens segundo Sua amorosa intenção. Quando os homens malignos precipitam uma guerra, Ele extrai o bem do mal.
Veem vocês, portanto, porque as ciências ocultas enfatizam a lei cíclica, e porque há um crescente interesse na Ciência da Manifestação Cíclica. A morte parece, frequentemente, não ter propósito e isso porque não é conhecida a intenção da alma. O desenvolvimento passado, através do processo de encarnação, permanece um assunto oculto; hereditariedades antigas e ambientes são ignoradas, e o reconhecimento da voz da alma ainda não está desenvolvido, de modo geral. Estes são assuntos, contudo, muito próximos do reconhecimento - a revelação está a caminho e para tal, estou lançando as fundações.
Estou ansioso para que vocês apreendam o ensinamento que já dei, antes que prossigamos com o que é explicativo ou novo. Estudem-no com cuidado de modo que o tema da morte possa mais segura e sensatamente tomar forma em suas mentes. Procurem chegar a um novo ponto de vista sobre o assunto e ver a lei, e o propósito, e a beleza da intenção naquilo que até agora tem sido um terror e o principal medo.
Mais tarde tentarei dar-lhes um vislumbre do processo da morte tal como a alma o registra, quando empreende o ato de restituição. Para vocês, o que eu digo pode parecer especulativo ou hipotético; de qualquer modo será uma declaração que poucos de vocês estarão em condições de comprovar com segurança. Mas seguramente, meu irmão, será mais sensata e saudável, mais sólida e bela do que a atual negra e doentia esperança, e a infeliz especulação e frequente desespero que paira sobre cada leito de morte atualmente.