Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo IV
CAPÍTULO IV
RESPOSTAS A ALGUMAS PERGUNTAS (Parte Dois)
SOBRE A LUA CHEIA E AS PSICOSES
Um dos departamentos da medicina esotérica no futuro ocupar-se-á da lei dos ciclos, lunar e solar. Então ficará demonstrado como fato o que sempre se suspeitou e é agora reconhecido de modo geral: que o período da lua cheia tem um efeito definido sobre as pessoas desequilibradas, sobre o estado de sonho e frequentemente condiciona, de forma bastante drástica, as condições neuróticas e eróticas tão predominantes na atualidade.
O tremendo aumento de insanidade e desequilíbrio hoje, deve- se a três causas principais:
1. O período de transição atual, produzindo um choque entre as forças aquarianas e piscianas, levou a uma condição tal que torna extremamente difícil para as pessoas sensíveis viver normalmente. Expressando esta ideia simbolicamente, é quase como se a raça, depois de se habituar a viver na terra, tivesse agora que acostumar- se a viver na água. Estou falando, é claro, do ponto de vista da forma.
2. A intensa estimulação espiritual e mental que está sendo aplicada hoje às massas pela Hierarquia planetária. O intento é pôr fim às antigas formas de viver, criar novas formas através do processo de ajustamento, e introduzir assim uma nova civilização, baseada numa cultura mais subjetiva. Gostaria que refletissem sobre esta última frase.
3. A maior afluência de luz vinda do plano astral atualmente não reconhecido) e também o tremendo aumento da iluminação comum no plano físico, o que produz uma super-sensibilidade. O trabalho feito pelo prevalecente emprego da luz elétrica e a claridade geral na qual a humanidade agora vive, estão cobrando o seu tributo à raça, até que o mecanismo humano se ajuste à luz. Lembrem-se que este uso generalizado da luz tem menos de cem anos, e é um efeito esotérico com resultados de amplo alcance.
Menciono estas três coisas porque são elas responsáveis pela maior parte da predisposição a um tipo anormal de sensibilidade. Os estudantes do ocultismo sabem muito bem que por ocasião da lua cheia certos contatos superiores são mais fáceis do que em outros momentos, porém é exatamente aqui que reside a dificuldade.
Na época da lua cheia (durante um período de cinco dias) a lua e o planeta são os receptores de mais luz refletida do sol do que em qualquer outro momento. Há uma causa subjetiva para isto. Só posso explicar- lhes isto por meio de um símbolo que poderá transmitir-lhes uma verdade ou que poderá servir como uma cortina. Falando simbolicamente, o período de mais intensa meditação do nosso Logos planetário acontece por volta do período da lua cheia a cada mês. Assim como vocês têm a sua meditação diária, também Ele, em Seu alto lugar, tem Seu ponto de contato cíclico. Isto produz a afluência de radiação e a entrada de energia tanto subjetiva quanto objetiva. Para todos os verdadeiros estudantes, portanto, o seu trabalho no plano mental é facilitado; eles conseguem meditar com mais sucesso e alcançam a realização com maior facilidade, partilhando definidamente da realização do Senhor de Shambala.
A lua, como sabem, é uma concha, uma antiga forma através da qual, em certa época, o Logos planetário buscou expressão. Está aos poucos desintegrando-se fisicamente, porém ainda não astralmente, e está portanto, ainda estreitamente vinculada ao corpo astral do Logos planetário e, por isso, ao corpo astral de todas as pessoas. Consequentemente, sua influência torna-se mais potente sobre todas as pessoas desequilibradas, por ocasião da lua cheia. Oportunamente descobrir-se-á que o que realmente existe é uma falta de equilíbrio entre o corpo astral, o corpo etérico e o mecanismo físico.
As pessoas que são definidamente aspirantes e as que são definidamente mentais podem beneficiar-se por estes ciclos de plenilúnio; as que são definidamente desequilibradas, positivamente astrais, são prejudicadas, super-estimuladas, e psiquicamente transtornadas por esses mesmos ciclos. O véu da ilusão é iluminado nesse momento trazendo como resultado alucinações, visões astrais, impulsos psíquicos, e aquelas interpretações errôneas da vida, a excessiva ênfase sobre aspetos da vida a que chamamos fobias, loucura, etc.
Quero aqui sugerir algo que não me é possível provar agora, mas que futuramente será comprovado. As principais doenças chamadas mentais, raras vezes têm a ver com a mente mesma; são:
1. Doenças do cérebro.
2. Doenças do plexo solar.
3. Dominação astral.
4. Clarividência e clariaudiência prematuras.
5. Obsessão.
6. Ausência de mente.
7. Afastamento da alma.
É claro que isto é uma ampla generalização que não se refere àquela categoria de doenças que envolvem tanto a mente quanto o cérebro. As doenças dos místicos estão também numa categoria diferente, as quais envolvem o cérebro, indicam desequilíbrio mental, produzem vários tipos de doenças cardíacas e as diversas tendências neuróticas que tão frequentemente afligem os santos do mundo.
Porém, acrescentarei algo para encorajá-los. À medida que a raça, como um todo, passar a ser governada pelo Senhor solar, o deus sol, a Alma, então os ciclos da lua irão perdendo progressivamente os seus malignos efeitos e irão desaparecendo as diversas doenças nervosas e mentais hoje tão comuns. Esse momento não chegou ainda. Não posso dar maiores informações sobre a lua e suas fases, uma vez que isto constitui um dos principais mistérios que serão revelados na terceira iniciação.
SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA FORÇA; A TRANSFUSÃO DE SANGUE
Em vez de duas perguntas, temos aqui várias. Vou listá-las para que entendam o que quero dizer, e para tornar clara a resposta. Várias destas perguntas foram inferidas e não definidamente apresentadas, mas para ocupar-me delas é preciso dar-lhes a forma de perguntas, e mesmo assim, o tema é tão vasto que não haverá tempo para cobri-lo.
1. Como poderia conseguir-se, para o bem geral, uma distribuição mais harmoniosa da força?
2. Poderia dar-nos instruções mais específicas e indicar-nos alguns métodos esotéricos, adequados ao nosso estágio de desenvolvimento, relacionados com este problema de distribuição?
3. A transfusão de sangue tem alguma correspondência nos processos de transfusão de energias sutis nos planos internos?
4. Existe algum meio especial, além do que já estamos tentando fazer, pelo qual nós, que somos do segundo raio, pudéssemos mais efetivamente fazer uma transfusão mais eficaz da nossa qualidade do amor, para os irmãos do primeiro raio, e vice-versa?
5. Qual é a inter-relação e a cooperação entre vidas de raios diferentes e particularmente entre as do primeiro e segundo raios?
6. De que forma prática pode o exemplo da estreita cooperação e amizade entre o Mestre M. e o Mestre D. K. ajudar-nos e inspirar-nos?
Pelo que está mencionado acima, torna-se clara a impossibilidade de tratar desta extensa gama de assuntos. Contudo, darei curtas respostas a alguns, ou indicarei as linhas que suas ideias poderão seguir.
1. Uma distribuição harmoniosa de forças varia na sua organização e, consequentemente, no seu efeito exterior, não só de acordo com os tipos dos raios, mas de acordo também com a idade da alma, e com o seu status individual no Caminho. Existe uma diferença nesta organização nos corpo sutis do discípulo probacionário, e do discípulo em treinamento, e do discípulo aceito e para grau do caminho da iniciação. Esta organização é realizada de três modos ou está sujeita a três formas de influências desenvolvedoras.
a. Através da vida de aspiração, conforme registrada na consciência física cerebral.
b. Através do despertar espontâneo dos centros e na sua correta progressão geométrica. Já me referi a isto em alguns dos meus livros, mas nada mais posso acrescentar porque isto é um dos segredos da primeira iniciação. A reorganização e o reajustamento prosseguem durante todo o período do Caminho, tecnicamente entendido.
c. Através da descentralização de toda a vida interna consciente. O servidor tornar-se:
1. O místico extrovertido.
2. “Aquele que se afastou do centro”.
3. “Aquele que vive na periferia do coração”.
4. “Aquele que paira acima do lótus central”.
5. “Aquele que se distanciou e vê à distância, e contudo vive dentro da
forma de tudo o que existe”.
Um estudo destas frases descritivas dar-lhes-á a chave para a correta distribuição da energia.
2. A segunda pergunta está de certa forma respondida no breve comentário acima. Estou fazendo o possível, na minha instrução* pessoal para vocês, para que realizem duas coisas.
a. Purificar o campo da personalidade para que as energias superiores possam atuar mais livremente.
b. Estabelecer aquelas condições e orientações que produzirão a harmonia interna e, consequentemente, um relacionamento externo igualmente harmonioso. Quero lembrar, contudo, que a harmonia interna de um irmão no grupo pode não ser adequada para produzir harmonia em outro irmão ou no grupo.
3. A transfusão de sangue simbolizou duas coisas: primeiro, que o sangue é a vida, e segundo, que nada mais há a não ser uma Vida permeando todas as formas, e portanto, transferível sob condições corretas. É também um ato sintético de serviço. Reflitam sobre isto.
4. Sua pergunta dá-me a oportunidade de destacar que mesmo a compreensão e o interesse voltados para os tipos de raio (como se representam, por exemplo, num grupo) que podem levar a uma sutil atitude separatista. Não há necessidade para qualquer Filho de Deus em encarnação no plano físico ou nos três mundos “transfundir” a qualidade de seu raio a seu irmão. Todos partilham igualmente das qualidades dos raios, e a própria alma de um irmão -que de modo algum difere de qualquer outra alma -efetuará a necessária transmutação ou transfusão para a vida da personalidade. Pode-se facilitar o processo proporcionando aquelas condições de harmonia e paz onde o irmão enfrenta o mínimo possível de atitudes antagônicas, e onde a interação do amor produz efetiva estimulação. Mas isto não é transfusão. O que existe em uma pessoa existe em todos, e a qualidade do amor -acima de todas as outras qualidades é a característica dominante de todos os raios.
5. Esta questão é não apenas um dos mistérios das ciências ocultas, mas é de natureza vasta demais em suas implicações e um problema complicado demais para ser tratado aqui.
6. O relacionamento entre os dois Mestres mencionados podem ser estudados de duas maneiras:
a. Através da consideração da efetiva relação de trabalho existente entre os Seus grupos de discípulos.
b. Através do estudo daquelas pessoas (e são inúmeras) que têm uma personalidade de primeiro raio e ego do segundo, ou vice versa.
Em última análise, meu irmão, nós estabelecemos a correta distribuição de força, que leva às relações harmoniosas, quando procuramos viver inegoísticamente. Para o probacionário, isto significa uma atividade inegoísta imposta no plano físico. Para o discípulo aceito, isto envolve uma vida livre de qualquer egoísmo, de emoção autocentrada, dos quais a autocomiseração e a auto dramatização são exemplos significativos. Para o iniciado, significa uma atitude mental despida de pensamento egoísta, e livre de dramatização no que se refere ao ego.
SOBRE O SOFRIMENTO
O sofrimento, em última análise, só é possível quando a alma está identificada com o corpo, ou melhor, quando o aspeto espiritual da alma (no corpo) está identificado com a alma animal, a qual dá forma e vitaliza a forma e constitui sua vida temporária. Durante a inconsciência, a alma animal tem consciência da dor e do sofrimento, como bem sabem aqueles que ficam em vigília, porém, não existem dor ou angústia reais porque o homem verdadeiro, a alma espiritual, foi afastada, seja pela dor excessiva (como na verdadeira inconsciência) ou pela ação de narcóticos.
O sofrimento da alma, quando a personalidade se desvia, é somente uma frase simbólica. Não há dor ou real sofrimento, e frequentemente nenhum conhecimento do que está acontecendo, uma vez que a vibração não é alta bastante para penetrar no elevado lugar onde a alma habita. Porém, quando esse conhecimento ocorre, a alma experiência, se é que posso expressar-me assim, um sentido de oportunidade perdida, e por conseguinte, um sentido de frustração, mas não mais do que isso, pois a paciência da alma, assim como a da Hierarquia, é ilimitada. Apenas porque falamos simbolicamente e dizemos que a alma sofre, isto não deve ser interpretado ao pé da letra.
O sofrimento do Cristo, ou o do Logos Planetário ou o do Próprio Deus não é para ser compreendido em termos da personalidade. Nós usamos essas palavras, mas elas realmente significam “identificação desapegada e isolada”. Isto faz algum sentido para vocês?
A identificação errônea é a causa da dor, e leva ao sofrimento, à angústia e vários outros efeitos. A correta identificação leva ao entendimento e à compreensão das atitudes psicológicas daquele que sofre, porém jamais à verdadeira dor ou angústia como nós as entendemos.
SOBRE A ENERGIA PLANETÁRIA
A soma total de energia permanece a mesma enquanto um planeta persiste, com suas formas e expressão de vida. É parte de um grande reservatório de energia. É o uso e o efeito desta energia, ao ser apropriada por uma forma ou formas de qualquer tipo, o que nós observamos quando ela é atraída de seu próprio lugar para outro lugar onde, normalmente, ela não estaria funcionando. Ali, cria situações e produz dificuldades que estão intimamente vinculadas ao carma e destino de um homem. Há uma grande energia de abstração que nós chamamos Morte, cuja influência num determinado momento prova ser mais potente do que as influências unificadas dos átomos e células do corpo. Tende a afastar e finalmente abstrair a energia da alma, a qual lança mão dessas potências no processo de descartar-se de um veículo neste ou naquele plano. Podemos dizer que as sementes da morte (o germe da morte) estão latentes no planeta e nas formas. Quando suficientemente potentes para serem reconhecidos, nós os chamamos germes, porém isto significa uma definida etapa de prova quase tangível. Quando são indevidamente potentes, produzem uma enfermidade grave seguida de morte; quando de efeito mais fraco, nós os chamamos doenças e observamos seu efeito purificador. Estas contaminações (como são chamadas, embora este não seja de forma alguma um nome adequado), o são unicamente quando esse conjunto de energias que chamamos homem é posto em contato com essas influências contaminadoras ou tipos de antigas energias, e a reação ou resposta é má, sob o ponto de vista do conforto do corpo físico.
SOBRE A TRANSMUTAÇÃO DO DESEJO
O ponto a ter em mente é que o desejo domina e controla a ação, quando a força vital está focalizada na natureza do desejo, como sucede predominantemente na maioria das pessoas. O controle mental planejado só é possível quando a vida está focalizada no plano mental. Neste caso, não será necessário reprimir o desejo, uma vez que o poder da atenção focalizada estará em outra parte e não haverá, pois, qualquer desejo intenso a reprimir. Supressão é o esforço que faz o homem focalizado no plano astral, para atrair para a mente o aspeto vontade, o que raramente ele consegue. O desejo pode passar devido ao intenso esforço que o homem está fazendo para alcançar certa consciência mental, porém, não está realmente subjugado, e tão pouco o aspeto vontade foi evocado. Quando o homem vive uma vida controlada pela mente, então a transmutação tem lugar. A transmutação (por meio da qual a natureza astral é mudada e alterada), pode ser de natureza espiritual ou simplesmente um expediente. O desejo pode ser transmutado em aspiração espiritual ou em uma atitude em conformidade com a vontade da mente que o está expressando, daí a necessidade de uma análise cuidadosa dos motivos e objetivos.
SOBRE O CARMA
Já sugeri que tudo que diz respeito ao carma ainda não está corretamente compreendido. Existe uma grande Lei de Causa e Efeito, porém há um aspeto em particular que nunca foi enfatizado, e o conhecimento que a humanidade tem sobre o carma é muito elementar. O carma tem sido sempre interpretado em termos de desastre, de consequências dolorosas, de erro e castigo, de penalidade e de acontecimento infelizes, tanto para o indivíduo quanto para o grupo. Contudo, é tal a beleza da natureza humana, e tanto do que é feito é de tão fina qualidade e tão altruísta e orientado de maneira tão feliz, que o mal é frequentemente neutralizado pelo bem. Por toda a parte existe, embora raramente reconhecido, abundância de bom carma, de potência igual -sob a mesma Lei -ao que é considerado mau carma. Isto raramente é mencionado. O bom carma põe em atividade forças que podem atuar como energias curadoras em qualquer caso específico. O curador pode sempre contar com estas energias, para o bem, que foram conquistadas e estão em atuação. Este é o meu primeiro ponto. Reflitam sobre ele.
O carma é um fator determinante, porém, a menos que o curador seja um iniciado avançado e, por essa razão, capaz de trabalhar de modo eficiente e inteligente nos níveis causais onde a alma habita, é-lhe impossível decidir se qualquer caso específico cederá ou não com o tratamento. Portanto, o curador ou o discípulo em treinamento assume em sua mente a possibilidade da cura (que pode ou não ser possível) e do bom carma do paciente, e prossegue na aplicação de toda ajuda possível. Este é o meu segundo ponto.
Meu terceiro ponto é sugerir a todos aqueles que se ocupam com a arte de curar que grande parte da chamada fatalidade, envolvendo a doença e a morte (esta, particularmente) baseia-se na atitude errônea a respeito da morte, e na supervalorização dos benefícios da vida da forma. A libertação de uma alma através da doença e da morte não é necessariamente uma ocorrência infeliz. Uma nova e melhor atitude diante do fenômeno da morte é essencial, é possível e está próxima. Não é necessário que me estenda sobre isto, mas procuro dar-lhes uma nova visão sobre o tema da doença e morte.
Ficarão muito surpresos se eu disser também que, sob a Lei, é bastante possível “interferir no carma”? As grandes Leis podem ser transcendidas, e frequentemente o foram no passado, e cada vez mais o serão no futuro. A Lei da Gravitação é frequentemente neutralizada e é diariamente transcendida cada vez que um avião levanta voo. A energia da fé pode pôr em movimento energias superiores que podem invalidar ou retardar a doença. O tema da fé, sua potência e significado vital, é tão pouco compreendido quanto a Lei do Carma. Este é um assunto tremendamente vasto, sobre o qual não posso estender-me, mas disse o bastante para fazê-los pensar.
A respeito da prolongação da vida durante o último século de conquistas científicas, diria que as verdadeiras técnicas e possibilidades da ação organizada da alma são sempre parodiadas e falsamente demonstradas no plano físico pelas primeiras atividades científicas que têm o motivo correto, mas que são apenas um símbolo, na esfera exterior da vida, da futura e próxima ação da alma. O período de vida será eventualmente encurtado ou alongado segundo a vontade das almas que servem conscientemente e usam o mecanismo do corpo como instrumentos para servir ao Plano. Atualmente, com frequência são retidas na forma -tanto na velhice quanto na infância -vidas que bem mereciam er liberadas. Não cumprem nenhum propósito útil e causam grande dor e sofrimento às formas que a natureza (se a deixassem agir sem interferências) não mais usaria e as extinguiria. Observem esta palavra. Devido à excessiva importância dada à vida da forma, e do universal medo da morte -esta grande transição que todos nós devemos enfrentar -e incerteza quanto ao fato da imortalidade e devido, também, ao nosso profundo apego à forma, nós detemos o processo natural e confinamos a vida, que está lutando para libertar-se, em corpos totalmente inadequados aos propósitos da alma. Não me interpretem mal. Não é meu desejo dizer algo que possa apoiar o suicídio. Mas digo, e digo enfaticamente, que a Lei do Carma é violada quando as formas que deveriam ser descartadas, são preservadas em expressão coesa, uma vez que já não servem a nenhum propósito útil. Na maior parte dos casos, esta preservação é imposta pelo grupo do indivíduo e não por ele próprio -sendo frequentemente um inválido inconsciente, uma pessoa idosa cujos mecanismos de contato e resposta estão imperfeitos, ou um bebê anormal. Estes casos são exemplos claros de violação da Lei do Carma.
A alma, por meio do alinhamento, assume o correto uso do tempo; ou melhor, o cérebro que é no homem, o único fator consciente do tempo, deixa de ser o atributo dominante; a mente, como agente da alma (cuja consciência inclui o passado, o presente e o futuro), vê a vida e a experiência como realmente são. A morte, portanto, é vista como um episódio e um ponto de transição numa vasta série de transições. Quando esta atitude da alma é captada, toda a nossa técnica de viver e, incidentalmente, de morrer, é totalmente alterada.
Concluindo, e aparentemente, mas não realmente, negando tudo que disse acima, quero repetir que o curador dará o melhor de si à pessoa que ele procura curar. Desprovido de clarividência, na maioria dos casos, sendo consciente do fator tempo e estando sob a influência do carma, ele fará o melhor possível dentro das linhas de seu próprio treinamento e de acordo com as instruções dadas neste tratado sobre a cura. Sugiro que vocês procurem compreender que o objetivo atual à frente de qualquer curador, nesta época e neste ponto do desenvolvimento evolutivo da raça, é a necessidade de ajudar, quando solicitado, a restabelecer a saúde do corpo e a prolongar a experiência na vida. É necessário, também, compreender que grande parte do que se acredita, é aceito e ensinado pelos metafísicos, hoje, baseia-se em premissas falsas, tal como o que diz respeito à natureza da matéria, à equação do tempo, ao valor da existência da forma, e ao medo da morte. Procurem eliminar da consciência essas atitudes, e chegarão a uma perspectiva mais verdadeira da arte de curar.
Mais tarde, dentro de alguns anos, provavelmente poderemos começar a ocupar-nos de casos específicos. Por ora, procuro apenas ater-me a amplas generalizações e leis e proposições básicas, e não obscurecer o assunto com ocorrências ligadas exclusivamente ao plano físico, de forma temporária ou crônica, ou ligadas à morte e ao destino.
Todavia, nenhum pedido de ajuda deve ser ignorado. Não devemos ser surdos aos problemas, sejam eles físicos, mentais ou psicológicos. Mas, quero chamar a atenção para o fato de que o sucesso na cura nem sempre significa libertação da doença e a chamada cura física do paciente. Pode simplesmente envolver, se fisicamente bem sucedida, o adiamento do plano da alma para o indivíduo. Sucesso pode significar a correção de atitudes internas erradas ou linhas de pensamento incorreto e, ao mesmo tempo, deixar o corpo físico como estava. Pode significar pôr o paciente em comunicação com sua alma (através da paciência e sábios ensinamentos), e, por consequência, reorientar a vida para as verdades eternas. Pode consistir na adequada preparação da pessoa para o tremendo propósito que chamamos Morte, trazendo assim o alívio da dor.
A ciência da cura oportunamente penetrará cada vez mais nos domínios da medicina preventiva e do ajustamento psicológico do indivíduo dentro do seu grupo, promovendo corretas condições de vida, de dieta e de habitação para os povos. Todavia, isso levará muito tempo e, enquanto a raça se encaminha para novos modos de viver, com o efeito resultante de melhor saúde e compreensão mais correta das leis sanitárias, todos aqueles que são centros magnéticos no mundo devem continuar, de acordo com a luz que está neles, a trabalhar com as pessoas para ajudá-las, curá-las e auxiliá-las a fazer os ajustamentos necessários. Nada deve interromper o seu serviço, nem mesmo a compreensão que tenham de suas limitações e ignorância. Façam tudo que puderem para encorajar e simpatizar, para assinalar atitudes indesejáveis, para pôr fim a modos errados de viver, e modificar modos insatisfatórios de expressão psicológica do melhor modo possível. Lembrem-se, porém, que o melhor que podem fazer agora pode estar muito longe de suas capacidades futuras; por isso, estejam sempre prontos para mudar seu ponto de vista quando lhes for apresentado um modo melhor e mais elevado. Acima de qualquer outra coisa na vida, deem a todos que lhes pedirem ajuda, a medida máxima de amor, pois o amor liberta, o amor ajusta e interpreta, e o amor cura, em todos os três planos.
SOBRE DOENÇAS GRUPAIS
Em última análise, a maioria dos males do corpo tem sua raiz em alguma forma de resposta à atividade grupal. É preciso compreender o fato de que a expressão “vida e atividade grupal” tem que incluir não apenas a herança do passado, ou tendências grupais herdadas, mas pode indicar também os contatos atuais no mundo, os quais enfraquecem ou aumentam a resistência muito mais do que geralmente se acredita. uma das causas do câncer, que não predominava tanto nos primeiros e mais tranquilos tempos da vida da raça -uma vez que o instinto de REBANHO não era tão poderoso quanto é hoje -deve-se à crescente estimulação do corpo. Este estímulo é causado pelo estreito contato com os demais na nossa vida diária devido à aglomeração existente, principalmente, nos centros urbanos. Se as células são organismos vivos -e o são realmente -elas respondem à vida grupal e à emanação e radiação celular maciça. Esta constante corrente de energia fluindo do agregado de células corporais na massa humana, pode produzir em certos tipos de pessoas uma superestimualação em algumas partes da estrutura celular do corpo. Isto geralmente ocorre onde há uma fraqueza no corpo etérico ou vital, o que significa que as defesas das células estão prejudicadas e o resultado frequente é um câncer ou uma condição cancerosa generalizada. Esta é a causa fundamental, embora a investigação moderna esteja ocupada com causas secundárias e efeitos dessa fraqueza etérica. Abordarei isto mais tarde com mais detalhes. Torna-se óbvio que quando começarmos a lidar com o corpo vital e a considerá-lo com maior compreensão e conhecimento, poderemos tratar doenças como o câncer muito mais eficazmente.
SOBRE O EMPREGO DA MENTE E DA IMAGINAÇÃO PARA DESENVOLVER A CONSCIÊNCIA GRUPAL
Quando um membro de um grupo, como um grupo de cura, fala do desenvolvimento da consciência grupal, ele está referindo-se ao seu particular grupo de irmãos, e ao seu grupo como uma unidade de várias almas. Não se esqueçam de que essa unidade é, em si mesma, um conceito separatista sob o ângulo do todo maior, mas serve ao propósito de treinar os membros do grupo a pensar em termos mais vastos. Serve como um degrau a afastá-lo da consciência da personalidade isolada.
Se puderem realmente sentir, pensar e agir como uma unidade completa -várias personalidades e uma alma -será então relativamente fácil estender o conceito a uma inclusividade mais vasta, alargar o horizonte e assim tornar-se inclusivo num sentido muito maior.
O uso da mente para este fim envolve uma aptidão para aprender a distinção entre análise e crítica. Para muitos, isto é algo difícil e quase impossível de aprender. Alguns lampejos de iluminação sobre este assunto aparecerão, se o grupo persistir com todo o empenho. Os componentes têm que aprender a responder, como um grupo, às mesmas ideias espirituais, mentais e humanas, e desse modo incorporar-se -como uma “unidade telepática” -num unificado fio de pensamento. Têm que, como um grupo, estar preocupados com as mesmas coisas que são indicadas pela alma do grupo, e não por uma pessoa do grupo, como soe acontecer. Têm que aprender, como um grupo, a manter a mente firme na luz -a mente do grupo -e não suas mentes individuais.
Ao usar a imaginação para este fim, têm que cultivar o poder de ignorar as formas externas para se concentrarem nas linhas internas de luz que unem um irmão a outro irmão, um grupo a outro grupo, e um reino ao outro na expressão da Vida de Deus Mesmo. É o uso criativo da imaginação que produz um corpo etérico grupal integrado e que lhes permite ver este corpo grupal de força e luz como uma forma completa e como uma expressão grupal de inteligência, vontade e propósito -porém, não a vontade e propósito da mente ou mentes dominantes no grupo. Deste modo, os grupos podem, então, expressar-se corretamente no plano físico. Contudo, quando os membros do grupo estão primordialmente ocupados com suas próprias idéias, seus planos, seus problemas, e como poderão utilizar o tanto de luz e conhecimento que venham a receber, eles anulam qualquer possibilidade de usar criativamente a imaginação unificada. Para chegar a libertar-se disto completamente, será necessário um cuidadoso cultivo da alma e submissão a ela.
SOBRE A ENERGIA CURADORA
Os principiantes às vezes perguntam: “Podemos distinguir com clareza entre a energia curadora que se expressa pela alma e a que se expressa pela personalidade? Podemos ter alguma compreensão sobre o papel que o amor desempenha na arte da cura?” Responderei brevemente.
Quando viermos a trabalhar, como um grupo, com pessoas que procuraremos ajudar, então aprenderemos a usar os vários tipos de energia de acordo com a necessidade da pessoa a ser curada. Serviria a um real propósito grupal, se todos estudassem o que está dito por Rama Prasad no seu livro As Forças Sutis da Natureza, e por Patanjali em Luz da Alma sobre os pranas com os quais, e dentro dos quais, nós trabalhamos, pois ficariam mais familiarizados com este assunto.
Agora, respondendo especificamente à pergunta: um iniciado, ou mesmo um clarividente de grau inferior, pode facilmente distinguir entre as energias curadoras da alma e da personalidade, mas o aspirante comum inteligente ainda não pode fazê-lo. O iniciado conhece a fonte de onde qualquer tipo de energia provem. Ele sente sua vibração e pode segui-la até a sua fonte emanadora, por um esforço da vontade dirigida pela intuição. O clarividente pode ver o centro de onde flui a energia curadora, e o centro então indica o tipo e qualidade da força projetada. Toda energia provem da alma secundariamente, porém no sentido primeiro toda energia é simplesmente vida, funcionando sob uma determinada direção.
Quanto à parte que o amor desempenha no processo da cura, direi que o Amor é a expressão da vida de Deus Mesmo; o amor é a força de coesão que torna todas as coisas um todo (gostaria que refletissem sobre esta frase), e o amor é tudo que é. A principal característica que distingue a energia da alma da força da personalidade, quanto à sua aplicação na cura, reside na área de aplicação e expressão do amor. A força da personalidade é emocional, plena de sentimento, e -ao ser empregada -a personalidade está sempre consciente de si mesma, como curadora, e é o centro dramático do palco onde estão dois atores, o curador e aquele que vai ser curado. A energia da alma funciona inconscientemente e é manejada por aqueles que estão em contato com suas almas e que, consequentemente, são descentralizados; eles estão “fora de cena”, se é que posso usar essa expressão, estando completamente ocupados com o amor grupal, a atividade grupal e o propósito grupal.
Por que, então, é tão extraordinariamente difícil, se não totalmente impossível, para futuros curadores sinceros trabalharem juntos, como um grupo, com a sagrada ciência da cura? Porque como indivíduos e como um grupo eles são predominante pessoais em suas relações individuais e intergrupais. Isto pode manifestar-se como intensa crítica própria e mútua; como viva segurança sobre a própria retidão e sábio julgamento que não permite que o indivíduo veja que talvez não esteja tão correto em suas ideias como acredita; pode revelar-se como uma profunda satisfação sobre os seus contatos subjetivos pessoais. Qualquer um desses obstáculos -ou todos eles -pode estar presente e fazer da manifestação grupal uma manifestação da personalidade que nega o trabalho construtivo, e qualquer tentativa somente intensificaria as reações da personalidade e afetaria de modo adverso as personalidades daqueles que procuram ajudar.
Como, então, devem eles proceder? Diria que qualquer membro de um grupo que, como indivíduo, está livre das fraquezas da personalidade e atitudes citadas acima, sabe (e tem o direito de com isso regozijar-se) que ele participa, como um membro do grupo, da qualidade no grupo. Essa é uma das dificuldades incidentais do trabalho grupal. Participar, e contudo, manter-se livre de fraquezas; reconhecer que as realizações ou fracassos dos membros do grupo só a eles dizem respeito; partilhar, mas não se deixar dominar pelos poderosos pensamentos e ideias dos membros mais potentes do grupo, é sempre um problema. Menciono isto porque na Era vindoura, quando o trabalho grupal será grandemente desenvolvido, será importante compreender as situações e os problemas grupais, e então levar avante o trabalho grupal com aqueles com quem estão destinados a trabalhar. Então, devido às experiências passadas, estarão melhores e mais sábios, e fundidos como um grupo, devido ao sofrimento e limitações partilhadas e pela habilidade adquirida por meio dos fracassos corretamente enfrentados.
Assim, deixem que o verdadeiro amor, silenciosamente, sem reclamações, sem críticas, sem esmorecimento, seja o objetivo e qualidade de sua vida grupal. Então, quando houver algum trabalho a fazer, vocês o farão, como uma unidade, com um só coração e mente.
SOBRE A CURA INSTANTÂNEA
A cura instantânea pode ser de diversos tipos. Entre as várias possibilidades de que ocorram, posso citar as seguintes:
1. A cura que resulta de uma prática definida, consciente ou inconsciente, da Hatha Yoga. Esta cura é realizada por uma projeção de magnetismo puramente físico, o qual, ao ser acrescentado à quota de magnetismo físico disponível no próprio corpo do paciente, é o suficiente para efetuar a cura imediata. O magnetismo no corpo do paciente, em vez de exteriorizar-se e irradiar-se, inverte seu caminho e volta-se para o interior, levando sua contribuição para o reservatório de força física mantido em condição estática dentro do corpo. Os tipos humanos de grau mais inferior conseguem este tipo de cura com maior facilidade, quer sejam eles o paciente ou o curador. Quanto ao caso citado da cura realizada pelo xeique, a ferida (uma mordida no braço - A.A.B) foi auto-inflingida e, antes disso, o paciente (se é que posso chamá-lo assim), por um ato da vontade, impediu a saída da força, criando assim uma reserva de energia que foi usada para suplementar a energia que o xeique liberava ao entoar um mantram. Definitivamente, isto não é cura espiritual.
2. Há também aquela forma de cura instantânea porque a doença é principalmente psicológica e alucinatória. O curador está assim na posição que permite que o paciente descarte a ilusão e assim se liberte. A vontade do curador quando somada à do paciente, ajuda a desfazer a ilusão e a miragem do pensamento-forma, e então o paciente fica livre. Isto é apenas uma ilustração de uma cura psicológica.
3. Há um tipo de cura, que se realiza de dois modos, e que constitui a verdadeira cura espiritual:
a. Quando o paciente faz, frequentemente, um súbito e inesperado contato com sua alma, durante o qual a energia da alma é tanta e tão potente que se precipita através dos veículos, produzindo eféitos definidos. Deste modo, as curas se processam em algum dos veículos e, com frequência, no veículo físico. A condição física, ou a enfermidade, absorve quase sempre toda a atenção da consciência do homem em questão, e a alma jorra até o ponto onde está concentrada a atenção. Nesta idéia, há para muitos de vocês uma clara pista.
b. Quando o mau carma físico do paciente está esgotado e a enfermidade física, naquele momento, não é seu destino. Então, tratando-se de um curador espiritual cheio de sabedoria, este pode projetar sobre a situação energia espiritual suficiente para assegurar a cura. Estou certo que vocês acharão estas respostas sugestivas. Reflitam profundamente sobre suas implicações.
SOBRE O USO DA IMAGEM DO SENHOR
Tocamos aqui num ponto de real interesse. O uso da imagem do Senhor é frequentemente de importância vital, mas -e é isto que desejo enfatizar -tem que ser a imagem a que o próprio indivíduo chega por meio da expansão da consciência crística em sua própria vida, e quando chega ao estágio do discipulado consciente. Neste particular estágio, quando um homem está definidamente vinculado a um Mestre e Seu grupo, ele está então, automaticamente e como um indivíduo, vinculado ao Mestre de todos os Mestres. Ele pode então, via sua própria alma e a alma de seu grupo particular, haurir a força de Maitreya Buda. Vocês se perguntam por que não existe uma boa e verdadeira imagem do Abençoado. Há somente algumas conjecturas de devotos da igreja primitiva e nenhuma por aqueles que O conheceram. A razão é clara. Não existe verdadeira imagem dEle porque ela tem que estar no nosso coração e não em uma tela. Nós chegamos a conhecê-Lo porque Ele é nosso, assim como nós somos dEle. Entendem de quê eu estou falando? Ele é o Curador e o Salvador Mundial. Ele trabalha porque Ele é a alma personificada de toda a Realidade. Ele trabalha hoje, como trabalhou na Palestina há dois mil anos, por meio de grupos. Lá, Ele trabalhou através de três discípulos amados, através de doze apóstolos, através dos setenta escolhidos, e dos quinhentos interessados. Reflitam sobre este fato, o qual tem sido pouco enfatizado. Agora, Ele trabalha através de Seus Mestres e Seus respectivos grupos, e assim grandemente intensifica Seus esforços. Ele pode trabalhar, e o faz, por meio de todos os grupos, desde que eles estejam adequados para o serviço planejado, para a distribuição do amor e que entrem em alinhamento consciente com a potência maior dos grupos internos.
Vocês verão (talvez dentro em breve) que os grupos de cura usarão mantrams de tipo especial, nos quais o nome do Abençoado aparecerá. Mas, o mantram para a Sua próxima era ainda não pode ser usado, pois o mundo ainda não está pronto para receber a potência que esse mantram libertaria. Existe, hoje, um mantram mais poderoso do que as palavras frequentemente ditas, “pelo amor de Deus e pela glória de Seu Nome”? Porém, estas palavras têm que ser ditas tendo a ampará-las a vontade e o amor, sem o quê, nada mais são do que um símbolo vazio e o som de um símbolo. Não se esqueçam disto.
SOBRE O CRISTO
Alguns aspirantes e discípulos podem experimentar quase que constantemente uma recordação do Cristo, e isto devido ao fato de que estão cada vez mais sensíveis aos mundos internos, e ao fato de que uma boa parte do corpo astral do aspirante adiantado é retirada do subplano superior do plano astral. Outra razão é que o Senhor Maitreya juntamente com Seus cooperadores está aproximando-se cada vez mais do plano físico. O foco de Sua atenção, no ano de 1936, voltou-se pela primeira vez predominantemente para o primeiro subplano do plano astral, daí a correta e imediata resposta dos aspirantes sensíveis à Sua energia aí expressa. Em pensamento e atividade Ele se está aproximando. Se os povos do mundo responderem à oportunidade que se lhes apresenta, Suas forças e atenção poderão penetrar mais profundamente e tornarem-se predominantes em níveis etéricos com tudo que está implicado em tal situação.
Isto já muitos o sentem e sabem subjetivamente, e grande, portanto, é a oportunidade deles e de vocês para constituir progressivamente um canal para esta força.
Lembrem-se que o trabalho que Ele vem realizar e com o qual a Hierarquia está comprometida em ajudar é a “cura das nações”, como está dito na Bíblica. Essa é uma afirmação verdadeira e um fato iminente. Esta cura será realizada se, em toda a parte, os homens de boa vontade se mostrarem à altura da oportunidade; se o trabalho do Cristo e Seus auxiliares chegar mais definidamente à atenção do público em geral, e se houver um relaxamento interno no mundo dos homens que permita o trabalho dos devas. É esta prontidão e resposta à aproximação do Cristo que muitos servidores consagrados estão percebendo subjetivamente, e que os deixa algo perplexos. Os devas podem apenas ser percebidos e sentidos; a humanidade não pode ainda aproximar-se deles pelo mundo mental e uso de seu equipamento mental. Não há perigo se o servidor tomar consciência da força dos devas e suas atividades por meio do Cristo e da resposta dos devas ao Seu trabalho e iminente aparecimento.
SOBRE A EXPRESSÃO “MÃE DO MUNDO”
Em vários sentidos pode esta expressão ser usada:
1. O aspeto feminino na manifestação, simbolizado para nós em muitas das religiões mundiais como uma virgem mãe, e na religião cristã, como a Virgem Maria. É a substância que permite à Deidade manifestar-se.
2. A própria natureza, a mãe de todas as formas.
3. Também a lua, que é o símbolo da vida geradora, criativa, que dá nascimento às formas e é, portanto, o símbolo da natureza da forma.
4. A concentração da força feminina na natureza em uma forma individual feminina que é então chamada a “Mãe do Mundo”. Na nossa particular vida planetária, jamais existiu uma individualidade assim, embora os avatares de um sistema solar anterior, expressando-se através da vida planetária, sempre tomassem essa forma. A tradição de tais aparências é puramente simbólica, herdada de um sistema solar anterior do qual nós herdamos a matéria de que todas as formas manifestadas são feitas. Este simbolismo vem desde o distante período do Matriarcado, cuja religião reviveu as antigas formas do sistema anterior e fez de Lilith o símbolo da Mãe do Mundo, até Eva tomar o seu lugar.
SOBRE O SENTIDO DA FUTILIDADE
Ao trabalhar com pacientes às portas da morte, o curador pode experimentar um sentido de futilidade. É possível saber exatamente o que ele pode fazer? Deverá ele continuar a esforçar-se para ajudar a alma recém liberada a prosseguir em direção à luz? Face a todo o seu conhecimento (e ele pode ser grande), e apesar de seu ardente desejo de ajudar àquele que está de partida, parece não haver nada a fazer, exceto ficar de lado, com um sentido de total futilidade, enquanto aquele que amamos atravessa o portão que leva aonde, meu irmão? Nós podemos chegar até o portão, mas parece que ainda não podemos ir adiante. Até mesmo a firme convicção da continuidade da alma imortal mostra-se inadequada, e serve apenas para confortar o curador pessoalmente, porém não lhe revela qual é o auxílio que ele pode dar.
Pouco há que eu possa dizer enquanto esperamos, durante este significativo tempo, pela próxima revelação. Essa revelação está próxima e é inevitável, e perguntas como essa não serão feitas daqui a duzentos anos. A crescente sensibilidade da raça aos ângulos mais sutis da vida, e a enorme quantidade de investigações levadas a cabo em toda parte, garantem a emergência deste fato. Esta grande verdade e sua garantia estão sempre apresentadas na história da "gloriosa ressurreição de Cristo” e Sua aparição depois da morte, e no poderoso, embora pouco compreendido, ritual do sublime grau na Maçonaria no qual o Mestre ascende.
A ajuda no momento da "passagem para a luz” depende em grande parte de duas coisas: Primeiro, de quão estreito é o contato estabelecido entre a pessoa que está morrendo e aquele que vigia, e em que nível esse contato é mais forte. Segundo, da capacidade do observador de se afastar e dissociar de seus próprios sentimentos e identificar-se, por um ato de pura vontade impessoal, com aquele que está morrendo. Nada disto é realmente possível quando o laço entre os dois é puramente emocional ou baseado numa relação no plano físico. O contato precisa ser mais profundo e mais forte do que isso. Precisa ser um contato pessoal em todos os pianos. Onde haja um verdadeiro contato entre alma e personalidade, quase não há problema, porém, isto é raro. Não obstante, dou-lhes aqui uma indicação.
Quanto menos mental for o processo usado por aquele que vigia, melhor. Tudo que é necessário, e possível, hoje é simplesmente impelir para diante o moribundo numa corrente de amor cada vez mais profundo. Por meio do poder da imaginação criativa, e não através de conceitos intelectuais (não importa quão elevados sejam), é que aquele que está morrendo precisa ser ajudado a descartar-se da roupagem externa na qual esteve aprisionado e dentro da qual labutou durante a vida. Isto envolve um ato de total auto esquecimento, o que muito poucas pessoas conseguem. A maioria das pessoas é presa do medo, ou do forte desejo de reter a pessoa amada, ou desviada do seu objetivo pelas atividades envolvidas em minorar a dor e agonia da morte; fica atônita diante da profundidade de sua ignorância sobre a “técnica da morte”, quando se vê diante de uma emergência. É incapaz de ver o que está além do portal da morte e mergulha na incerteza mental que é parte da grande ilusão. Tanto quanto sabemos não há uma abordagem segura neste processo de morrer. Tudo que temos são incertezas e perplexidades. Dentro em breve, porém, isto terá fim, e o homem não só saberá como também verá.
Quanto àqueles que já penetraram na luz, e a quem vocês querem ajudar, sigam-os com o seu amor, lembrando que eles são ainda as mesmas pessoas, sem a mortalha limitadora do corpo. Sirvam a eles, mas não queiram que eles sirvam à necessidade que vocês têm deles. Vão a eles, mas não procurem trazê-los de volta para vocês.
A vida no piano físico é o purgatório, e a vida de experiência é a escola de drástica disciplina. Não temamos a morte nem aquilo que está além dela. O discípulo inteligente trabalha no campo do serviço, mas visa sempre ao alvorecer da “clara e fria luz” onde ele penetrará um dia, e assim encerrará, por algum tempo, o capítulo de febre, fricção e dor da existência terrena. Porém, há outras fases da vida de experiência onde o sentido de futilidade e frustração encontra o servidor do mundo hoje.
Sob o ângulo da visão de um discípulo, podemos dividir os seres humanos inteligentes em três grupos, ao mesmo tempo eliminando de nosso pensamento o peso morto das massas não-pensantes, que registram o desejo mas que, por enquanto, não experimentam o menor sentido de futilidade ou frustração. Desejam e são satisfeitas; ou desejam e sentem- se frustradas ou invejam e sentem raiva daqueles que possuem o que elas desejam e demandam e que apela à vida dos sentidos. Os três grupos são:
1. Aquelas personalidades integradas e inteligentes, que são ambiciosas e empreendedoras, mas que ainda assim, se deparam com a frustração. Esta pode acontecer porque as condições do mundo são fortes demais para elas ou porque suas próprias almas vigilantes impõem obstáculos no seu caminho com o propósito de conduzi-las para a luz.
2. Aquelas pessoas de inclinação mística e aqueles visionários corretamente orientados que ainda não construíram aquele patamar mental que lhes permitirá materializar apropriadamente a sua visão, por meio dos corretos processos do pensamento. Atualmente, é muito grande o número dessas pessoas, e seu problema não é fácil.
3. Aqueles discípulos e aspirantes que estão tentando trabalhar no campo mundial, mas que devido a limitações cármicas, à má aplicação da lei, ou a alguma fraqueza básica da personalidade jamais alcançam sua meta nesta vida e por isso sofrem de um avassalador sentido de futilidade.
Além dessas três classes, e atuando como o polo oposto das massas em luta, encontram-se os discípulos mundiais, integrados, uni direcionados e tão ocupados em alcançar a realização, que não têm tempo a perder sentindo-se inferiores ou lamentando erros ou fracassos.
Assim, situando em uma dessas três categorias as pessoas que lhes vêm pedir ajuda (tendo em mente a possibilidade de passar a outra superior), vocês poderão ajudá-las de forma mais inteligente.
Em larga medida, o complexo de inferioridade que afeta hoje tantas pessoas, deve-se definidamente ao modo como reagem às influências espirituais. Elas sabem que são maiores do que aquilo que realizam; dão-se conta, de forma inconsciente, de sua divindade, mas a limitação de suas circunstâncias e os obstáculos de sua natureza corpórea são ainda grandes demais para que possam responder corretamente à oportunidade e realidade.
Procurem essas almas e ajudem-nas, com real compreensão, apreciação e cooperação, a dissipar a ilusão de não-realização que ronda seus passos.
Porém, o exibicionismo e as alucinações neurastênicas têm que ser curadas primariamente pelo esforço individual, pela descentralização, pela transferência do interesse e pelo altruísmo.
As tendências neurastênicas devem aumentar durante algum tempo ainda, em vez de decrescer, tal é a pressão sob a qual o homem labuta hoje. A presente condição mundial obriga-o a encontrar vias de escape, e a reverter para o poder curador de sua própria imaginação criativa. O alívio chega através da aceitação do drama do todo e não da parte, e através da contínua e firme ocupação no trabalho criativo sobre o plano físico.
Mais tarde, serão empregados métodos de treinamento, que já estão em suas etapas elementares devido ao trabalho dos psicólogos do mundo.
SOBRE PARALELOS CIENTÍFICOS
Os estudantes parecem pensar que nós, os instrutores internos, já lemos todos os livros escritos, particularmente os que abordam novas e avançadas verdades, e que também mantemos contato com as personalidades daqueles que divulgam o crescente corpo de novos conhecimentos no mundo. Tal não é o caso. Como posso explicar-lhes o que realmente se passa? Apenas simbolicamente, penso eu.
Quando nós, os instrutores internos, lançamos nosso olhar sobre o mundo do intelecto e recolhemos nossos pensamentos a partir dos pontos de conhecimento vivo que lá são encontrados, tomamos consciência de áreas de luz (como nós a entendemos) brilhando sobre o plano físico. Essas áreas indicam a luz brilhante de algum trabalhador nesse campo, ou de algum discípulo, ou de algum membro do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Sei, por exemplo, que tais áreas existem (no que diz respeito aos Estados Unidos) em Baltimore, Chicago, Cleveland e Rochester. Por um modo peculiar de brilhar, isto me indica que lá se encontra um centro onde estão sendo descobertos novos conhecimentos sobre o corpo do homem. Sei que existem outras áreas de luz no mundo inteiro. Meu trabalho e o de todos os demais instrutores, neste período de transição, é estimulá-los e fertilizar suas mentes com ideias. Cada teoria formulada em sua busca da verdade, cada livro escrito, e cada conclusão a que chegam, não são do nosso conhecimento. Eles têm que arcar com sua própria responsabilidade e fracassar ou chegar à verdade através de seu próprio e auto iniciado esforço.
H.P.B. profetizou o trabalho que agora está sendo feito há muitos anos, quando disse que a ciência viria a reconhecer uma Deidade universalmente difusa e onipresente (o éter do espaço é uma entidade, disse ela também) e que o mistério da eletricidade, quando solucionado, nos trazia a solução também da maioria de nossos problemas. Muitos das modernas teorias científicas foram lançadas no Tratado sobre o Fogo Cósmico, embora os cientistas não tenham chegado ainda a reconhecer este fato; nessa obra, afirma-se a natureza elétrica do homem. Seria interessante e útil procurar esses trechos. A ciência, todavia, não dá lugar para a força elétrica da alma, cuja potência aumenta cada vez mais. Alguns cientistas entre os mais avançados estão começando a fazê-lo, e o próximo passo da ciência será a descoberta da alma, uma descoberta que revolucionará, sem negá-las, a maioria de suas teorias.
Os estudantes poderiam ajudar nisto se escolhessem alguns dos postulados básicos de algum cientista cujas pesquisas fossem de seu interesse, e tentassem descobrir em meus livros, por exemplo, ou na Doutrina Secreta, aqueles parágrafos que lançarão uma luz oculta sobre o que ele diz, ou que negarão suas hipóteses. Assim, os estudantes estariam usando e desenvolvendo a mente analítica como uma ponte entre o mundo da ciência humana e as ciências ocultas.
SOBRE IONS E IRRADIAÇÃO
Os cientistas têm afirmado que o ar que respiramos contém partículas eletrificadas com carga positiva e negativa, e que eles podem produzir, artificialmente, ar eletrificado; que mesmo a chama de uma lareira ioniza o ar; que, com aparelhos adequados, pode-se extrair ions negativos e positivos, e que pacientes expostos a ions positivamente carregados apresentam fadiga, tonteiras e dor de cabeça, enquanto que ao serem expostos a ions negativamente carregados, experimentam uma sensação de hilaridade; que ions positivos aumentam a pressão sanguínea, e ions negativos fazem a pressão cair e trazem uma sensação de conforto e relaxamento.
Surge a questão se a radiação do curador tem o efeito de ionizar a atmosfera ao redor do paciente. Devo dizer que para responder com segurança a esta pergunta, seriam necessárias duas coisas: a revelação de um dos mistérios para o qual a humanidade ainda não está pronta, e ao mesmo tempo, dar uma resposta totalmente inexplicável para vocês, por não haver terminologia adequada à verdade latente. Esta verdade incorpora toda a história da dualidade -que é a história da relação dos aspetos negativo e positivo do processo da vida. Contudo, há certas coisas que posso dizer:
1. Os ions negativos e positivos com que lida o cientista são de natureza etérica e, portanto, do plano físico. Essas invisíveis partículas de substância que só podem ser percebidas através de seus efeitos e quando interferimos em suas atividades, são partículas que se movem rapidamente em relação umas às outras e, ao mesmo tempo, são elas próprias afetadas por um fator controlador maior que as mantém nesse movimento.
2. Diante de uma enfermidade, o paciente só poderá ser realmente ajudado, quando a radiação positiva do curador for superior à condição negativa do paciente.
3. A radiação do curador tem que permear e vencer a resistência da enfermidade -não a do paciente, que pode estar mental e emocionalmente negativo em relação ao curador e, portanto, numa posição de ser ajudado. Isto é feito através da radiação mais poderosa do curador. Então o magnetismo do curador é posto em ação e, consciente e intencionalmente, ele pode retirar e dispersar aqueles átomos de substâncias que são a sede e a fonte do desconforto do paciente. Eis aqui uma deixa para um futuro modo de dispersar a doença no plano físico. O poder de direcionar as correntes magnéticas irradiando de uma fonte exterior ao corpo físico não é ainda conhecido, porém, tornar-se-á um dos novos modos de cura.
A irradiação curadora, portanto, naturalmente afeta a atmosfera em volta do paciente. Por enquanto, contudo, essa radiação é irregular e não é corretamente direcionada. Algumas pessoas irradiam magnetismo físico ou animal; outras, magnetismo astral ou mental; outras ainda, irradiam a energia de uma personalidade totalmente integrada. Uns poucos, irradiam o magnetismo da alma, a maior energia atrativa em todas as formas. No futuro, o verdadeiro curador terá que trabalhar através da irradiação da personalidade integrada ou da alma. Digo “ou” deliberadamente, porque são poucos os que podem trabalhar com a energia da alma, porém, são muitos os que podem trabalhar como personalidades integradas, se assim o desejarem. E quando um homem chega a este poder de irradiar, o que acontece com o paciente? Como trazê-lo a uma condição que lhe permita responder devidamente à irradiação magnética? Se ele for do tipo astral, como tantos o são, será ele capaz de responder ao magnetismo de um curador mental? Poderá ele ser ajudado por esse tipo de curador, se ele próprio for totalmente integrado? Se me responderem que o Cristo curou todos os tipos, diria que, neste sucinto tratado, não estou abordando as curas realizadas por um Mestre de Sabedoria ou um iniciado, pois se assim fora, este livro seria inútil. Eu escrevo para aspirantes interessados e para aqueles que podem curar em algum nível abaixo da alma, mas que ainda não sabem como fazê-lo. Mais adiante, tudo isto será melhor elucidado.
SOBRE A VIBRAÇÃO
Alguns estudantes insistem para que eu defina o significado da palavra “vibração” e que explique o que exatamente é vibração. Se lhes dissesse que a vibração é uma ilusão -assim como toda a percepção sensível é, para a alma, uma ilusão -vocês compreenderiam? Vocês que, como qualquer ser humano, estão limitados pelas reações de uma série de veículos, todos eles instrumentos de percepção, compreenderiam? Se eu disser que a reação vibratória deve-se ao fato de possuirmos um mecanismo que é sensível ao impacto,, estarei respondendo parcialmente a pergunta, mas, se isto é verdade, o que isso significa para vocês, e de onde vem o impacto? Si eu der uma definição científica (o que podem encontrar em qualquer bom texto sobre luz, cor ou som), estarei realizando o trabalho que vocês mesmos podem fazer, e para isso eu não tenho tempo. Em meus livros, há várias definições de vibração -diretas ou por inferência -as quais vocês devem procurar e sobre elas meditar. Se eu esclarecer aqui a relação entre o Ser e o não-Ser, entre conscientização, aquilo que é consciente e aquilo do qual se é consciente, estarei cobrindo o terreno que um cuidadoso estudo do Bhagavad Gita os ajudaria a compreender.
Que a simplicidade seja o guia, e o amor uni direcionado o seu principal objetivo. Escolham um campo de serviço que tenha limites definidos (porque todos os discípulos são limitados e seus pensamentos não têm abrangência planetária), e trabalhem -mental e fisicamente -dentro desses limites. Completar uma tarefa auto imposta dentro do campo da limitação cármica e do meio ambiente onde o destino os colocou é tudo que se exige de vocês. Que é que realmente estão realizando neste momento? Que o serviço seja realizado no campo de contato em que cada um se encontra, e não tentem abarcar todo o planeta. Há alguma coisa maior ou mais importante do que cumprir a sua tarefa à perfeição e completamente no lugar em cada um se encontra e rodeado de seus companheiros escolhidos?
Acreditem quando digo que não estou evitando responder às suas perguntas, mas se eu puder despertá-los para a compreensão da necessidade da “limitação espiritual” (que é o modo esotérico de definir a carreira de um discípulo dentro dos limites de sua tarefa) e chamar sua atenção para a necessidade de atingir a meta que cada um estabeleceu ao começar a trabalhar, eu os terei ajudado muito mais do que se tivesse definido “vibração” ou indicado o quanto cada um progrediu, através deste ou aquele processo.
SOBRE AS FUTURAS ESCOLAS DE CURA
As escolas de cura não serão desenvolvidas num futuro próximo, antes do fim deste século. Apenas um trabalho preparatório está sendo feito e preparado o palco para futuros desdobramentos. As coisas não caminham tão rapidamente, pois terá que haver uma crescente síntese das técnicas dessas escolas, a qual incorporará:
1. Ajustamentos psicológicos e cura,
2. Cura magnética,
3. As melhores técnicas alopáticas e homeopáticas, das quais não podemos
prescindir,
4. Curas cirúrgicas modernas,
5. Eletroterapia,
6. Hidroterapia,
7. Cura pela cor, som e radiação,
8. Medicina preventiva,
9. Práticas essenciais de osteopatia e quiroprática,
10. Neurologia e psiquiatria científicas,
11. A cura de obsessões e doenças mentais,
12. Cuidados com os olhos e os ouvidos,
13. Cultura da voz, que é um definido agente de cura,
14. Cura pela mente e pela fé,
15. Alinhamento e contato com a alma,
e muitos outros processos e procedimentos que pertencem à arte de curar. Algumas das escolas mais antigas, como a alopática, requerem um processo de eliminação para chegar à contribuição vital e verdadeira que elas podem dar. Outras, de um moderno tipo experimental, precisam ser tiradas das mãos dos fanáticos, pois, enquanto não desaparecer o fanatismo com sua cegueira e falta de síntese inteligente (como inevitavelmente sucederá quando o sexto raio se afastar e a era pisciana desaparecer), as novas escolas não poderão existir como devem. Terá que haver uma compreensão mais profunda do que há de bom em todas as escolas e um melhor entendimento dos princípios que subjazem à verdadeira arte de curar, antes que as escolas mencionadas em Cartas sobre Meditação Ocultista possam existir. Enquanto, como acontece hoje, um curador ou uma escola enfatiza uma única cura para todos os males e despreza todos os outros métodos ou sistemas dietéticos, não será possível estabelecer as verdadeiras escolas.
Aproxima-se o período em que atravessaremos um ciclo quando extrairemos o creme do leite da experiência humana (se me permitem a expressão); e então, com o melhor que o passado possa oferecer, nós inauguraremos as novas atividades que irão acelerar o caminho da humanidade. Entre essas novas atividades, a arte da cura terá a primazia, por ser a mais necessária.
Veremos que o trabalho que está ocupando a nossa atenção será de três categorias, que se desenvolverão sequencialmente, e não simultaneamente.
1. O treinamento nos princípios da arte de curar, à medida que
a. assentarmos as bases para a expansão futura na Nova Era;
b. procurarmos preservar o que é bom e útil ao transferimos a ênfase do homem externo para o seu corpo etérico e vital mais sutil;
c. estudarmos este Tratado sobre a nova cura, o qual, por enquanto, obterá pequena resposta, mas que mais tarde revelará s.ua verdadeira utilidade e missão.
2. Futuramente, quando um grupo conseguir trabalhar como uma unidade impessoal, com verdadeira interação de amor, esse grupo poderá então começar a realizar um nítido trabalho de cura de alguma doença física conhecida, de obsessão ou dificuldade mental e - trabalhando sob a direção da própria alma ou sob a direção de algum cheia iniciado, e em conformidade com os ensinamentos apresentados neste Tratado -ajudar e curar. O estudo da arte de morrer também atrairá a atenção dos discípulos e mais tarde, a de todo o mundo.
3. Finalmente, formar-se-ão grupos subsidiários que serão ensinados e desenvolvidos pelos membros do grupos curadores pioneiros, sob a instrução da alma, ou sob a de algum cheia iniciado. Estes grupos subsidiários trabalharão, sob direção grupal, para a cura das pessoas. Isto ainda levará alguns anos e não será antes que o grupo (ou grupos) iniciador consiga trabalhar com uma boa margem de sucesso e que os membros do grupo alcancem uma concepção inteligente da técnica e dos princípios envolvidos na cura. Daí surgirão os desenvolvimentos exotéricos da cura na Nova Era.
Nenhuma das escolas existentes hoje deverá permanecer. Todas elas incorporam alguma verdade, princípio ou ideia útil. Devo destacar que um grupo sintético ainda assim será separativo e uma entidade separada, e nosso objetivo não é esse tipo de grupo. É a síntese da vida e do conhecimento o que se deseja, e não a síntese de pessoas. Haverá, afinal, assim esperamos, centenas de milhares de grupos no mundo inteiro que expressarão esta nova atitude a respeito da cura, que estarão ligados pelo mesmo conhecimento e meta, mas que expressarão isto com o máximo de suas habilidades, dentro de seus próprios campos, segundo seus modos peculiares, e suas terminologias específicas. É a unidade da vida subjetiva o que interessa aos instrutores do lado interno da vida, e a formação de uma rede de verdadeiros curadores por todo o mundo.
Algo novo está sendo feito. Nós herdaremos as maravilhas dos conhecimentos adquiridos no passado, e o uso de grande parte deles persistirá; tudo que necessitamos é eliminar as indesejáveis e equivocadas interpretações de fatos conhecidos, as informações mal aplicadas, e também pôr fim ao interesse egoísta, à exploração comercial e à ganância. A cirurgia, os métodos sanitários e a ciência médica moderna apresentam maravilhas de grande utilidade.
CARTA A UM CIENTISTA
Meu irmão,
Sobram-me alguns minutos esta manhã, depois de ditar para A.A.B., e tentarei lançar um pouco mais de luz sobre as questões que você levantou. Observe que não disse que as responderei.
As descobertas da ciência são ainda inadequadas para a realização das profecias que fiz em Um Tratado sobre os Sete Raios. Ao final deste século, e quando a situação mundial se tiver aclarado e o período de reconstrução se aproxime do fim, serão feitas descobertas que revelarão algumas potencialidades elétricas até agora insuspeitadas. Não sei que outra palavra usar para esses raios elétricos que farão sentir sua presença e conduzirão a possibilidades além dos sonhos dos investigadores atuais. A futura ciência da eletricidade será tão diferente no próximo século quanto os atuais usos da eletricidade diferem do entendimento de um cientista vitoriano.
Com referência à sua pergunta sobre a fotografia de almas desencarnadas, diria que a compreensão do processo resultará do estudo da fotografia dos pensamentos-forma. Isto já foi começado pelo grande cientista francês, d’Arsonval, de Paris. A.A.B. pode dizer-lhe algo sobre isto, caso você ainda não saiba. A luz sobre este assunto virá por meio do aperfeiçoamento das placas de recepção quando sua sensibilidade for grandemente aumentada, e relacionando a eletricidade à fotografia. Talvez você pense que é impossível fazer placas muito mais sensíveis do que as empregadas nos laboratórios melhor equipados, porém não é assim. Desta linha de fotografia do pensamento e equipamento elétrico, virá a solução. É o pensamento daqueles que estão do outro lado da vida e sua habilidade em projetar pensamentos-forma de si mesmos, aliada a existência de placas adequadamente sensíveis, ou seu equivalente, que marcará a nova era da chamada ‘‘fotografia do espírito". Com frequência, as pessoas preocupam-se tanto com o instrumento tangível deste lado do véu que se esquecem da contribuição que devem fazer aqueles que passaram para o outro lado. O trabalho será feito a partir da lá, com o material que ainda não foi encontrado no corpo cientifico exterior.
Para que isto seja realizado, será necessária a colaboração de um médium -não um médium de transe, mas alguém que seja, conscientemente, clarividente e clariaudiente. Existem já muitos entre as crianças hoje, e a próxima geração trará muitos mais. O véu separador desaparecerá devido ao testemunho de milhões daqueles que podem ver os fenômenos e ouvir os sons existentes fora do âmbito do tangível.
Diz você que os espíritos afirmam não poderem suportar a eletricidade. Isto significa que eles não podem suportar a eletricidade como ela é aplicada atualmente. Este é um exemplo das afirmações inexatas passadas adiante por médiuns ignorantes, e por aqueles do outro lado que não possuem maior conhecimento das leis da eletricidade do que o que possuíam em corpo físico. Nada existe em manifestação a não ser eletricidade -o “mistério de eletricidade”, a que H.P.B. se referiu na Doutrina Secreta. Tudo na Natureza é de natureza elétrica; a própria vida é eletricidade, porém, tudo que contatamos e utilizamos hoje é somente aquilo que é relacionado e inerente à matéria física e etérica de todas as formas.
É preciso lembrar que os chamados “espíritos” funcionam no corpo astral ilusório, enquanto que os “espíritos” avançados funcionam apenas como mentes e só podem ser alcançados por outras mentes, e de nenhum outro modo. Jamais será possível fotografar o veículo mental; somente o corpo astral poderá vir a ser fotografado. Quanto mais grosseiros os desejos e apetites da pessoa no corpo, mais facilmente será ela fotografada depois da sua passagem (se é que alguém deseja fotografá-la!), e quanto mais avançada a pessoa, mais difícil será obter uma fotografia.
Quanto ao uso do rádio como meio de comunicação com o “mundo dos espíritos”, os instrumentos elétricos atuais são de atividade vibratória lenta demais para realizar o trabalho (se é que posso usar uma expressão tão pouco científica); se “espíritos’ revestidos de matéria astral se aproximarem, isso poderá ter um efeito desintegrador. Contudo, a primeira demonstração da existência após a morte que poderá ser registrada no plano físico, será pelo rádio, porque o som sempre precede a visão. Pensem sobre isto. Todavia, nenhum rádio hoje existente é suficientemente sensível para transmitir ondas sonoras provenientes do plano astral.
Portanto, o segredo será encontrado em futuras descobertas cientificas. Isto não é uma evasiva de minha parte, mas simplesmente um fato. A descoberta da eletricidade é apenas o estágio inicial e tudo que temos é simplesmente um prelúdio da verdadeira descoberta. A magia do rádio seria totalmente inacreditável para um homem do século dezoito. As descobertas e desenvolvimentos que estão adiante no século vinte- um serão igualmente inacreditáveis para o homem deste século. Uma grande descoberta relacionada ao emprego da luz pelo poder e direcionamento do pensamento virá no fim deste século ou princípio do seguinte. Duas crianças pequenas -um vivendo nos Estados Unidos e uma na índia -descobrirão uma fórmula científica que preencherá algumas das lacunas existentes na escala da vibração da luz, a partir dos raios e ondas de alta frequência que vocês já conhecem. Para isto serão necessários instrumentos até agora não sonhados, mas perfeitamente possíveis. Eles serão tão sensíveis que serão postos em movimento pelo poder do olho humano sob a direção focalizada do pensamento. A partir de então, será possível o contato tangível com o mundo do espírito. Esta é a única indicação que lhe posso dar.
Estou também limitado pela completa ignorância de A.A.B. sobre estes assuntos que envolvem termos e conhecimentos sobre eletricidade. Não há em sua mente um pensamento-semente sobre o qual eu possa trabalhar ou a partir do qual eu possa expandir a idéia. Ela poderá explicar- lhe o que eu quero dizer, se você lhe pedir. Mas, mesmo que ela possuísse o treinamento que você tem, eu não poderia explicar claramente, porque antes deve fazer-se a descoberta, a qual revolucionará todas as ideias atuais, embora se desenvolvam a partir delas. Um tratado sobre eletricidade que é hoje estudado pelos engenheiros eletricistas teria sido totalmente incompreensível para um homem da mais esmerada educação há duzentos ou mesmo cem anos, e o mesmo sucede agora.
Enquanto isso, trabalhe com a fotografia dos pensamentos como um prelúdio para a ciência vindoura, pois é disso, e do desenvolvimento gradual de meios mais sensíveis de captação e registro de fenômenos sutis, que surgirão as novas ideias e possibilidades. Faz algum sentido se eu disser que eletricidade e fotografia estão intimamente relacionadas porque o ser humano é elétrico em sua origem e natureza? Isto será demonstrado no plano físico com o auxílio dos necessários aparelhos sensíveis.
Fevereiro de 1944.