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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE UM

Capítulo III

NOSSOS COMPROMISSOS CÁRMICOS

Introdução

Chegamos agora à fase final de nossa discussão sobre o problema da doença. Na parte seguinte, trataremos das atitudes e temperamento do paciente, levando em consideração seu raio e também o estado mental do curador. Todos estes pontos são de importância primordial quando tratamos da sutil arte de curar. Contudo, é essencial que a má saúde, a doença grave e a própria morte tenham o seu lugar no quadro geral. Uma determinada encarnação não é um evento isolado na vida da alma, e sim uma parte e aspeto de uma sequência de experiências destinadas a conduzir a uma meta clara e definida -a meta de livre escolha e um retorno deliberado da matéria ao espírito e eventual libertação.

Muito se tem falado entre os esoteristas (particularmente na apresentação oriental do Caminho para a Realidade) sobre a libertação. A meta apresentada ao neófito é liberação, libertação (freedom), emancipação. Isto, de modo geral, é a tônica da própria vida. O conceito é o de transitar de um reino de liberação puramente egoísta e pessoal para algo muito mais amplo e muito mais importante. Este conceito de liberação subjaz ao conceito do uso moderno da palavra “liberdade”, porém é muito mais sábio, melhor e mais profundo em sua conotação. Libertação, na mente de muitos, é libertar-se das regras impostas por qualquer homem, liberdade para fazer o que cada um deseja, para pensar como bem lhe aprouver, e viver segunda sua escolha. E assim deveria ser, desde que os anseios, escolhas, pensamentos e desejos de cada um estivessem livres do egoísmo e fossem dedicados ao bem geral, o que, por enquanto é muito raro.

Liberação é muito mais do que tudo isto; é libertarmo-nos do passado, é liberdade para caminhar adiante segundo certas linhas predeterminadas pela alma, liberdade para expressar toda a divindade de que cada um individualmente é capaz, ou que uma nação pode apresentar ao mundo.

Na história dos últimos dois mil anos, houve quatro grandes acontecimentos simbólicos que, sequencialmente, apresentaram -àqueles que têm olhos de ver, ouvidos de ouvir, e mentes para interpretar -o tema da liberação -e não simplesmente da liberdade.

1. A Vida do Cristo. Ele, pela primeira vez, apresentou a ideia do sacrifício da unidade, consciente e deliberadamente oferecida para servir ao todo. Já houvera outros Salvadores Mundiais, porém as questões envolvidas não haviam sido tão claramente expressas, porque a mente do homem não estava pronta para captar as implicações.

Serviço é a nota chave da liberação. Cristo foi o Servidor ideal.

2. A promulgação da Magna Carta. Este documento foi assinado em Runnymede, durante o reinado do Rei João, em 15 de junho de 1215. Aqui foi apresentada a ideia da liberação da autoridade, enfatizando a liberdade pessoal e os direitos individuais. O crescimento e desenvolvimento desta ideia básica, do conceito mental e da percepção formulada, desdobrou-se em quatro fases:

a. A promulgação da Magna Carta, enfatizando a liberdade pessoal.

b. A fundação da República Francesa, enfatizando a liberdade humana.

c. A Declaração da Independência da América do Norte e a Carta de Direitos, determinando a política nacional.

d. A Carta do Atlântico e as Quatro Liberdades, trazendo toda a questão para o campo internacional, e garantindo aos homens e mulheres de todo o mundo liberdade e libertação para desenvolver a realidade divina no interior de cada um.

O ideal se foi esclarecendo gradualmente até que hoje a massa dos homens em todas as partes sabe quais são os pontos básicos essenciais à felicidade.

3. A Emancipação dos Escravos. A ideia espiritual da liberdade humana, que se tornara um ideal reconhecido, passou a ser um desejo imperativo e deu lugar a um grande acontecimento simbólico -os escravos foram libertados. Como em todas as coisas decretadas pelos seres humanos, também aqui a perfeição não existe. O negro não é livre nesta terra de liberdade, e a América tem que tomar providências a este respeito. Para falar sem rodeios, os Estados Unidos precisam tornar a Constituição e a Carta de Direitos um fato e não um sonho. Só assim poderá a inevitável ação da Lei do Carma (que é o nosso tema hoje) ser neutralizada. Os negros são americanos assim como os cidadãos da Nova Inglaterra e os de todas as demais raças que não são oriundas deste país, e a Constituição pertence também a eles. Por enquanto, os privilégios que ela confere são gozados por aqueles que são escravos do egoísmo e do medo.

4. A Liberação da Humanidade pelas Nações Unidas. Estamos participando de um importante acontecimento -espetacular e simbólico -e observando o seu desenrolar. A liberação individual caminhou através da simbólica liberação de uma parte da humanidade (os remanescentes das duas primeiras raças, lemuriana e atlante) para a liberação de milhões de seres humanos, escravizados pelas forças do mal, por milhões de seus semelhantes. O ideal produziu um efeito prático mundial no plano físico e tem exigido um sacrifício também mundial. Nisto foram envolvidos os três mundos da evolução humana, e por esta razão o Cristo pode agora liderar Suas hostes e ajudar os seres humanos a liberar a humanidade.

O que realmente tem acontecido, portanto, na vida de cada indivíduo, na vida das nações e na vida da humanidade? Um espetacular movimento para corrigir o mal milenar, para contrabalançar, conscientemente, a Lei de Causa e Efeito pelo reconhecimento das causas nos mundos pessoal, nacional e internacional que produziram os efeitos sob os quais sofre hoje a humanidade.

A Lei do Carma é agora um grande e indiscutível fato na consciência da humanidade em toda a parte. Pode não ser chamada por esse nome, mas todos estão bem conscientes de que em todos os acontecimentos atuais as nações estão colhendo o que plantaram. Esta grande lei -durante algum tempo uma teoria -é agora um fato provado e um fator reconhecido no pensamento humano. A tão frequente pergunta “Por quê?” faz surgir com constante inevitabilidade o fator causa e efeito. Os conceitos de hereditariedade e de meio ambiente são esforços para explicar condições humanas; qualidades, características raciais, temperamentos nacionais, e ideais provam a existência de algum mundo iniciador de causas. Condições históricas, os relacionamentos entre as nações, os tabus sociais, as convicções e tendências religiosas, tudo isso pode ser atribuído a causas originadoras -algumas delas muito antigas. Tudo que está acontecendo hoje no mundo e que tão poderosamente afeta a humanidade -coisas belas e horríveis, modos de viver, civilização e cultura, preconceitos e simpatias, conquistas científicas e expressões artísticas e as inúmeras maneiras com que a humanidade dá colorido à existência no planeta -são aspetos de efeitos, iniciados em algum lugar, em algum nível em algum momento, pelos seres humanos, quer individualmente, quer em massa.

Carma, pois, é aquilo que o Homem -o Homem Celestial no qual vivemos, a humanidade como um todo, a humanidade em grupos como nações e o homem individual -instituiu, levou avante, endossou, deixou de fazer ou fez corretamente ao longo das eras até o presente momento. Hoje, chegou o tempo da colheita e a humanidade está colhendo o que plantou, em preparação para lavrar novamente na primavera da Nova Era, e plantar novas sementes que (vamos rezar e esperar) produzirão uma colheita melhor.

Uma evidência que se destaca na Lei de Causa e Efeito é a raça judaica. Todas as nações comprovam esta Lei, mas eu escolho como referência o povo hebreu porque sua história é tão bem conhecida e seu futuro e destino são objetos de preocupação universal. Os judeus tiveram sempre um significado simbólico; eles resumem em si mesmos -como nação através dos tempos -as profundezas do mal humano e as altitudes da divindade humana. Sua história agressiva tal como narrada no Velho Testamento, está no mesmo nível dos atuais feitos germânicos; contudo, Cristo era judeu e foi a raça judaica que O produziu. Que isto nunca seja esquecido. Os judeus foram grandes agressores; eles espoliaram os egípcios, e tomaram a Terra Prometida á ponta de espada, sem poupar homem, mulher ou criança. Sua história religiosa foi construída ao redor de um Jeová materialista, possessivo, cobiçoso que fomentava e encorajava a agressão. Sua história simboliza a história de todos os agressores, que racionalizam convencendo-se de que estão cumprindo um propósito divino, arrebatando do povo suas propriedades num espírito de autodefesa, e encontrando razões, adequadas para eles, para justificar a iniquidade de suas ações. A Palestina foi tomada pelos judeus porque era “uma terra abundante de leite e mel”, e alegaram que a ação fora tomada em obediência ao comando divino. Mais tarde, o simbolismo torna-se mais interessante. Eles dividiram-se em duas metades: os israelitas com sede em Samaria, e os judeus (compreendendo duas ou três tribos especiais dentre as doze) instalaram-se ao redor de Jerusalém. O dualismo percorria suas crenças religiosas; eles eram ensinados pelos saduceus ou pelos fariseus, e estes dois grupos viviam em constante conflito. O Cristo veio como membro da raça judaica, porém eles O negaram.

Hoje, a lei está atuando, e os judeus estão pagando o preço, de fato e simbolicamente, por tudo que fizeram no passado. Eles estão demonstrando o longo alcance dos efeitos da Lei. De fato e simbolicamente, eles representam cultura e civilização; de fato e simbolicamente, eles são a humanidade; de fato e simbolicamente, eles representam o que sempre escolheram representar -a separação. Eles se consideram o povo escolhido e têm uma consciência inata desse elevado destino, esquecendo-se do seu papel simbólico e de que o povo escolhido é a Humanidade, e não uma pequena fração sem importância da raça. De fato e simbolicamente, eles anseiam por unidade e cooperação, contudo, não sabem cooperar; de fato e simbolicamente, eles são o “Eterno Peregrino”; eles são a humanidade, vagando através do labirinto dos três mundos da evolução humana em direção à terra prometida; de fato e simbolicamente, eles se parecem com a massa dos homens, recusando- se a compreender o propósito espiritual subjacente a todos os fenômenos materiais, rejeitando o Cristo no seu interior (como fizeram há séculos com o Cristo no interior de suas fronteiras), agarrando pressurosos os bens materiais e consistentemente rejeitando as coisas do espírito. Eles reclamam a chamada restituição da Palestina, arrebatando-a àqueles que há muitos séculos a habitam; e devido à sua continuada ênfase sobre bens materiais, perdem de vista a verdadeira solução que é -mais uma vez de fato e simbolicamente -que eles precisam ser assimilados por todas as nações e fundir-se com todas as raças, assim demonstrando o reconhecimento da Humanidade Una.

É interessante notar que os judeus que habitavam o sul da Palestina, e cuja principal cidade era Jerusalém, conseguiram fazer isso e se fundiram e foram assimilados pelos britânicos, holandeses e franceses de uma forma que os israelitas, governados a partir de Samaria, nunca fizeram. Recomendo isso a você para sua consideração.

Se a raça judia se lembrasse de seu alto destino simbólico, e se o resto da humanidade pudesse ver a si mesma como povo judeu, e se os dois grupos enfatizassem o fato da estirpe humana e deixassem de pensar em si mesmos em termos de unidades nacionais e raciais, o carma da humanidade mudaria radicalmente do presente carma retributivo para o bom e recompensador carma do futuro.

Considerando esta questão a partir de uma visão de grande alcance (olhando para trás, historicamente, e também para diante, com esperança), é um problema para a solução do qual os judeus têm que dar a maior contribuição. Eles jamais enfrentaram cândida e honestamente, como raça, o problema do por quê as muitas nações, desde o tempo dos egípcios, não gostam deles e não os querem. Tem sido sempre assim ao longo dos séculos. Contudo, deve haver alguma razão, inerente ao próprio povo, para que a reação seja tão universalmente generalizada. Sua atitude em relação ao doloroso problema tem sido de súplica, ou de angustiosa lamentação, ou de infeliz desesperança. Sua demanda tem sido que as nações cristãs corrijam as coisas, e muitas têm tentado fazê-lo. Todavia, até que os próprios judeus enfrentem a situação e admitam que pode constituir para eles a atuação do aspeto retributivo da Lei de Causa e Efeito, e até que se esforcem para perceber o que há neles, como raça, que deu início à sua antiga e dolorosa sorte, este problema mundial básico permanecerá como tem sido desde a noite dos tempos. Permanece inalterável a verdade que dentro da raça existem, e sempre existiram, grandes homens -bons, justos e espirituais. Uma generalização jamais é uma completa expressão da verdade. Mas, olhando o problema dos judeus no tempo e espaço, na história e hoje, os pontos que assinalei merecem, da parte dos judeus, cuidadosa consideração.

O que foi dito de modo algum diminui a culpa daqueles que têm tão penosamente maltratado os judeus. Vocês têm um provérbio de que “dois negros não fazem um branco”, não é? A conduta das nações para com os judeus, culminando nas atrocidades do segundo quarto do século XX, não tem desculpa. A Lei inevitavelmente agirá. Embora muito do que tem acontecido aos judeus tenha origem na sua história passada, e na sua pronunciada atitude separatista e contrária à assimilação, e a ênfase sobre bens materiais, ainda assim, os agentes que têm trazido para eles o mau carma, incorrem igualmente no aspeto retributivo dessa mesma lei. A situação agora assumiu a forma de um círculo vicioso de erros e ações equivocadas, de retribuição e de vingança e, em vista disto, é preciso que cheque o tempo quando todas as nações, juntas em conferência, discutirão este problema, e cooperarão para pôr um fim às atitudes erradas de ambos os lados. Todo o carma de natureza maligna é resolvido pela aceitação voluntária, pelo amor cooperativo, pelo franco conhecimento da responsabilidade e um hábil ajustamento de atividades conjuntas para promover o bem da humanidade como um todo, e não somente o bem de apenas uma nação, ou povo, ou raça. O problema dos judeus não se resolverá com a posse da Palestina, com lamentações e exigências e com manipulações financeiras. Isso nada mais seria do que prolongar antigos erros e possessividade material. O problema será resolvido pela disposição dos judeus a adaptar-se à civilização, à formação cultural e ao padrão de vida da nação à qual -pelo nascimento e educação -ele está ligado e que deve assimilar. Isso virá como resultado de renunciar ao orgulho da raça e ao conceito de seletividade; virá pela renúncia a dogmas e costumes que são intrinsecamente obsoletos e que criam pontos de constante irritação para a matrix dentro da qual o judeu se encontra; virá quando o egoísmo nas transações comerciais e as tendências marcadamente manipulativas do povo hebreu forem substituídas por formas de atividade mais desprendidas e honestas.

O judeu, devido ao seu raio e ponto de desenvolvimento, é destacadamente, criativo e artístico. Isto ele precisa reconhecer, e não procurar, como faz agora, dominar em todos os campos, arrebatar dos outros todas as oportunidades e assim beneficiar-se e ao seu próprio povo, às expensas dos outros. A libertação da situação atual virá quando o judeu se esquecer de que ele é judeu e se tornar, no mais íntimo de sua consciência, italiano, americano, inglês, alemão ou polonês. Atualmente isto não é assim. O problema judaico será resolvido pelos casamentos inter-raciais, mas não o problema dos negros. Isto significa concessão e compromisso de parte do judeu ortodoxo -não a concessão do oportunismo, mas a concessão por convicção.

Quero também destacar que, assim como a Cabala e o Talmude são linhas secundárias de abordagem à verdade, e materialistas em sua técnica (incorporando muito do trabalho mágico de relacionar matéria de certo grau com substância de outro grau), assim também o Velho Testamento é enfaticamente uma Escritura secundária, e espiritualmente não está à altura do Bhagavad-Gita, das antigas Escrituras do Oriente e do Novo Testamento. Seu enfoque é material e seu efeito é impressionar a consciência do mundo com um Jeová puramente materialista. O tema geral do Velho Testamento é a reconquista da mais alta expressão da sabedoria divina no primeiro sistema solar; aquele sistema solar personificou o trabalho criativo do terceiro aspeto da divindade -o aspeto da inteligência ativa, expressando-se através da matéria. No atual sistema solar, o mundo criado está destinado a ser a expressão do segundo aspeto -a expressão do amor de Deus. Isto os judeus jamais perceberam, uma vez que o amor expresso no Velho Testamento é o amor separatista e possessivo de Jeová por uma unidade distinta dentro do quarto reino da natureza. São Paulo resumiu a atitude que a humanidade deveria assumir nas palavras: “Não existem judeus nem gentios”. O mau carma dos judeus hoje destina-se a pôr um fim ao seu isolamento, a trazê-lo até o ponto de abandonar metas materialistas, a renunciar a uma nacionalidade que tem a tendência de ser parasita dentro das fronteiras das outras nações, e a expressar o amor inclusivo, em vez de infelicidade separativa.

E qual deverá ser a atitude dos gentios? É absolutamente necessário que as nações avancem mais da metade do caminho para ir ao encontro dos judeus quando eles chegarem a alterar -lenta e gradualmente -sua nacionalista ortodoxia. É essencial que as nações deixem de temer e de perseguir, de odiar e de erguer barreiras à cooperação. O crescente sentimento antissemita no mundo é indesculpável aos olhos de Deus e do homem. Não me refiro aqui às abomináveis crueldades do obsedado povo alemão. Por trás disso está a história de relacionamentos atlantes, que é inútil recordar, porque não posso provar a veracidade de minhas palavras. Refiro-me sim, à história dos últimos dois mil anos e ao comportamento diário dos povos em toda a parte. É preciso que haja um esforço definido, por parte dos nativos de cada país, para assimilar os judeus, para estabelecer laços matrimoniais com eles, e para se recusarem a aceitar, como barreiras, velhos hábitos de pensamento e antigas relações desastrosas. Em toda a parte, é preciso que os homens considerem uma nódoa na sua integridade nacional se aparecer dentro de suas fronteiras a dualidade -judeus e gentios. Não existem judeus nem gentios; existe apenas a Humanidade. Esta guerra (1914-1945) deve ser vista como a conclusão da antiga inimizade entre judeus e gentios, e os dois grupos têm agora a oportunidade de iniciar um modo de vida novo e mais feliz, e uma relação verdadeiramente cooperativa entre ambas as partes. O processo de assimilação será lento, porque a situação data de tão longe, que os hábitos de pensamento, as atitudes usuais e os costumes separatistas estão profundamente estabelecidos e são difíceis de erradicar. Porém, as mudanças necessárias podem ser feitas, se a boa vontade dirigir a palavra falada, a apresentação escrita e o modo de viver juntos. A Hierarquia não vê distinções. O Dirigente da Hierarquia, embora não esteja num corpo judeu atualmente, alcançou a meta mais elevada para a humanidade enquanto estava num veículo judeu. A Hierarquia está também enviando para corpos judeus certos discípulos que trabalharão com o máximo empenho para mudar a situação. Há judeus hoje, poucos em número, que não pensam em termos de serem judeus; que não estão preocupados com o problema judaico à exclusão de tudo mais, e que se estão esforçando para fundir todos os povos numa só humanidade, eliminando assim as lacunas.

Repito, mais uma vez, que os Mestres de Sabedoria não veem judeus ou gentios, mas somente almas e filhos de Deus.

Ao tratar do assunto do carma como um fator -decisivo e duradouro tanto na saúde quanto na doença -uma das críticas a que minha abordagem do assunto está sujeita é que eu apresento demasiadas generalidades e não ofereço análises específicas e detalhadas de doenças em particular, principalmente das importantes doenças básicas que hoje causam tanto mal à humanidade e que não estão sendo fundamentalmente controladas. Eu não trato de seus sintomas ou de sua cura, e não indico técnicas para o seu tratamento. Sinto que devo responder a esta crítica, para que possam prosseguir no seu estudo sem mal-entendidos. Este é o ponto apropriado para deter-me e responder a esta alegação. Carma é, forçosamente, um tópico geral e não específico; não é ainda aceito no seu sentido oculto pelo público em geral. Tem que ser tratado por alto, até que a Lei de Causa e Efeito seja aceita como o principal fator condicionador na consciência humana, não só em larga escala, mas em relação às vidas individuais. O público ainda ignora totalmente esta Lei.

É óbvio que é inteiramente desnecessário que eu me ocupe do aspeto sintomático das doenças e com os fatos que têm sido tão competentemente investigados pela ciência médica ortodoxa. Temos estado a estudar as causas dessas doenças, e eu me propus a lidar com os métodos ocultos de produzir a cura -onde ela for permitida, sob a Lei do Carma, e o curador se disponha a trabalhar sob normas ocultistas. Tenho tentado esclarecer que a causa fundamental está ligada à energia: ao seu excesso ao fluir através dos centros ou à sua escassez. Esses são os dois principais fatores causadores de doenças. É essencial que aqueles que estão interessados no estudo das doenças e da sua cura admitam este fato e permitam que ele se torne a base de sua abordagem. Já indiquei que a medicina e o tratamento médico do futuro começarão com este fato como sua determinação primária. Não nego a natureza factual das descobertas médicas. Procuro levar o assunto adiante a partir desse ponto, e não faz parte do meu programa ignorar as sábias descobertas da ciência moderna, nem tampouco aliar-me aos grupos que menosprezam as descobertas científicas modernas e recusar-se a admiti-las. Já anteriormente enfatizei isto. Quero indicar o rumo da pesquisa médica futura, que será procurar a origem da dificuldade no reino da vitalidade (como poderá ser chamada pelos pesquisadores ortodoxos), e que nós consideraríamos no reino do corpo etérico. Quero fazer uma declaração prática que podemos considerar como a próxima Regra deste tratado:

REGRA SEIS

Um cuidadoso diagnóstico da doença, baseado nos sintomas externos verificados, será simplificado ao ponto de, uma vez conhecido o órgão envolvido e, portanto, assim isolado, o centro no corpo etérico mais intimamente relacionado a ele será submetido aos métodos da cura ocultista, embora não sejam suspensos os métodos normais de tratamento médico ou cirúrgico.

É neste ponto que o curador fanático atual se perde. A velha abordagem médica, com sua investigação física e seu diagnóstico bem ou mal sucedido, ainda será necessária até o momento em que os médicos sejam clarividentes, com percepção intuitiva e visão espiritual interna, e tenham também desenvolvido uma técnica para manipular a energia em relação ao paciente. Para isto, algum dia, será acrescentada a correta interpretação da carta astrológica, o imediato reconhecimento dos tipos de raios, e a seguir, a aplicação das corretas técnicas de cura exigidas pelo raio que condiciona a vida de expressão do paciente, mais o seu ponto de evolução.

Grandes impedimentos se apresentam enquanto procuro lançar os fundamentos desta nova abordagem à medicina. Tenho que vencer os pronunciamentos idealistas dos pioneiros nos novos campos da cura naturalista, dos naturopatas, e as premissas da Christian Science e Unity Schools. Tudo que posso fazer (para que tirem algum proveito do que digo) é estabelecer certas premissas gerais que governarão os médicos do futuro. Porém, no período intermediário entre a antiga e a nova era, os homens se debaterão num nevoeiro de especulações; será criado um grande conflito entre as escolas fundamentalistas e os especuladores e investigadores das novas ideias, e temporariamente, o “nobre caminho do meio" do Buda será esquecido.

Existe hoje, na ciência médica, uma situação paralela à que se encontra no campo religioso. A antiga abordagem é suficiente para as massas e é, com frequência, bem sucedida em seus aspetos paliativos e preventivos, e no seu processo de diagnóstico. Isso é o máximo possível nesta época. Do mesmo modo, a velha apresentação religiosa é suficiente para guiar as massas não-pensantes ao longo de certas linhas de vida controlada, e manter claros, na consciência do homem comum, certos fatos espirituais incontroversos. Tanto na forma de orientar quanto de proteger as massas na sua natureza espiritual e na orientação e proteção de seus veículos físicos, médicos e sacerdotes podem ser divididos em vários grupos -alguns presos às antigas e provadas técnicas, alguns tão fundamentalistas em suas posições que se recusam a investigar qualquer coisa nova e ainda não provada, e alguns tão idealistas, especulativos e fanáticos que se atiram a um mundo de experimentos especulativos que podem, ou não, dar-lhes a chave para a medicina do futuro, mas que certamente colocam seus pacientes na categoria do que vocês chamam “cobaias”.

O campo mais seguro e menos especulativo da prática médica é o que concerne ao alívio cirúrgico do paciente; está fundamentado num sólido conhecimento de anatomia, o diagnóstico requerido pode ser inteligentemente controlado, e sua prática (quando nas mãos de um cirurgião competente), frequentemente traz a cura ou uma acentuada prolongação da vida. Todavia, mesmo nesse campo, pouco se conhece sobre os resultados de uma operação, no sentido de que ela pode afetar o corpo etérico e -consequentemente -o sistema nervoso, através dos nádis, ou contrapartes etéricas dos nervos. Cito como exemplo a remoção de um órgão. Resultados forçosamente aparecem e inevitavelmente surge um período de difícil ajustamento no mecanismo sutil do paciente. A área do corpo que recebeu o tratamento cirúrgico, e especialmente o centro mais intimamente relacionado a ela, tem que ser afetado, uma vez que a circulação do fluxo de energia que emana desse centro entrará em “curto circuito”, se é que posso usar tal expressão. Este fluxo que até então passara pela área cirurgicamente atingida, tem agora que abrir novo caminho para todas as partes do corpo, via os “nadis", os quais, como sabemos, subjazem aos nervos e os alimentam de energia. Os velhos canais por onde fluía a energia terão sido removidos, como resultado de cirurgias pequenas ou grandes. Novos canais, ou linhas de força, formando pontes na zona “mutilada”, terão que ser criados, e um ajustamento básico terá que ser feito dentro do mecanismo vital do paciente. Sobre tudo isto nada praticamente se conhece. Não faz parte sequer do campo de pesquisa avançada.

A nova medicina não poderá ser cientificamente formulada, ou apresentada de forma inteligente, até o momento em que o fato do corpo etérico seja aceito e sua existência, como um mecanismo de suprimento de energia e como o aspeto vital das formas externas, seja reconhecido de modo geral. A atenção da profissão médica deixará de estar focalizada nos efeitos físicos externos tangíveis e voltar-se-á para as causas internas que são encontradas nos centros e seus campos de atividade.

Já apresentei dentro do assunto geral, certos fatos esotéricos relativos às zonas em que se manifesta a enfermidade:

1. Que a doença, em sua causa imediata, pode ser rastreada até o corpo etérico individual, quando a dificuldade é puramente locar, ou até o corpo etérico planetário (em particular, o corpo etérico do quarto reino da natureza) quando se trata de epidemias, ou a uma condição tal como a guerra, que afeta grandes massas humanas.

2. Que o corpo etérico ainda não foi considerado um fato real, pela medicina ortodoxa, embora haja uma tendência moderna a enfatizar a vitalidade, as qualidades vitais dos alimentos, e o uso de vitaminas para criar uma reação vital. Esta é a primeira indicação de uma necessidade ainda não conscientizada de aumentar a potência do corpo vital.

3. Que a condição do corpo etérico predispõe o indivíduo às enfermidades, ou o protege delas, tornando o homem resistente ao impacto de fatores deteriorantes ou epidêmicos, ou deixa de fazê-lo devido à inerente fraqueza etérica.

4. Que o corpo etérico é o mecanismo da vida prânica vital, e subjaz ao familiar equipamento exterior do sistema nervoso, que alimenta e aciona todas as partes do organismo físico.

5. Que são duas as principais causas das doenças:

a. Encontram-se, primeiro que tudo, na estimulação ou não dos centros. Implica simplesmente na hiper ou hipo-atividade de qualquer centro em qualquer parte do corpo. Quando o fluxo de energia é proporcional à demanda do corpo físico em qualquer etapa do desenvolvimento, haverá uma relativa imunidade à enfermidade.

b. Em segundo lugar, encontram-se no efeito cármico das três doenças planetárias: câncer, tuberculose e sífilis. Algum dia, a medicina verá que por trás de cada doença (sem levar em consideração os resultados de acidentes ou guerra) encontram- se no corpo humano, estas três tendências. Esta é uma importante afirmação básica.

6. Que o corpo etérico é o ponto de focalização para todas as energias do corpo, e portanto, a energia transmitida não será energia vital pura ou simples prana planetário mas estará qualificada pelas forças provenientes do aparelho astral ou emocional, da mente ou do corpo da alma. Estas “qualificações de força”, indicadoras do carma do indivíduo, são, em última análise, as principais forças condicionantes. Elas indicam o ponto de desenvolvimento do indivíduo e as áreas de controle na sua personalidade; indicam, portanto, o estado do seu carma. Isto traz o assunto da medicina para o campo da psicologia e situa todo o problema dos efeitos cármicos e dos tipos de raio.

7. Que estes fatores condicionantes fazem do corpo etérico o que ele é em qualquer encarnação, os quais são, por sua vez, o resultado de atividades iniciadas e desenvolvidas em encarnações anteriores, e constituem assim, as dívidas cármicas do paciente ou sua liberação do carma.

8. Que as energias básicas que afluem ao corpo etérico e condicionam o corpo físico serão de dois tipos principais: a energia do raio da alma e a do raio da personalidade, qualificadas pelas três forças menores ou raios da natureza mental, do corpo astral e do veículo físico. Isto, portanto, envolve cinco energias que estão presentes no corpo etérico que o médico do futuro terá que levar em conta.

9. Que os diagnósticos, baseados no reconhecimento destes fatores subjetivos, não são, na realidade, um assunto tão complicado como parece ser hoje ao estudante das teorias esotéricas avançadas. Os médicos da Nova Era terão conhecimentos suficientes para relacionar estas várias forças de raio aos seus respectivos centros, e por isso saberão qual o tipo de força responsável pelas condições -boas ou más -em qualquer área do corpo. Um dia, quando maiores pesquisas tiverem sido feitas, a medicina terá como base o fato do corpo vital e as energias de que é constituído. Descobrir-se-á, então, que esta ciência será mais simples e menos complicada do que a ciência médica atual. Hoje, a medicina alcançou um ponto tal de complexidade que forçosamente são necessários especialistas para tratar uma única área do corpo e seus efeitos sobre todo o veículo físico. O clínico geral não consegue acompanhar o volume de conhecimentos reunidos sobre o corpo físico, seus vários sistemas, suas inter-relações e efeitos sobre os muitos organismos que constituem o homem. A cirurgia continuará ocupada com as necessidades anatômicas da estrutura humana; dentro em breve, a medicina dirigirá seu foco de atenção para o corpo etérico e o seu sistema circulatório de energias, suas interligadas relações e o fluxo entre os sete centros, entre um centro e outro, e as áreas que eles controlam. Isto significará um enorme avanço, uma abordagem sensata e útil; produzirá uma simplificação básica; conduzirá a métodos de cura mais corretos, principalmente quando a visão clarividente for desenvolvida e se tornar reconhecida pela ciência, e aceita como uma extensão de um sentido normal.

10. Quando a verdadeira astrologia ocupar seu devido lugar, se desenvolver e se tornar uma ciência respeitável, os mapas da alma e da personalidade poderão ser relacionadas uma à outra; então o médico poderá conferir seu diagnóstico do corpo etérico com as corretas conclusões astrológicas, e estará em terreno mais seguro do que agora se encontra. A astrologia do passado concerne à personalidade; a astrologia do futuro indicará o propósito da alma, e revolucionará completamente a medicina (entre outras coisas). É preciso, contudo, retirá-la das mãos daqueles que se interessam pelas previsões astrológicas, das mãos dos milhares que atualmente fazem horóscopos (procurando interpretar suas conclusões, geralmente errôneas), e colocá-la nas mãos de cientistas matemáticos treinados, e nas mãos daqueles que dedicaram longo tempo ao treinamento científico astrológico, assim como agora são treinados um médico, um químico ou um biólogo de boa reputação.

11. Estas informações astrológicas estarão relacionadas não apenas aos mapas da alma e da personalidade, mas entrarão também no campo da medicina, particularmente em relação ao corpo etérico. Hoje, qualquer investigação astrológica feita no campo da medicina diz respeito à doença física dentro do corpo físico; no futuro, estará concentrada nas condições do veículo etérico. Este é um novo e iminente desenvolvimento na pesquisa astrológica.

Outra dificuldade que se me apresenta ao tentar apresenta-lhes a medicina do futuro, é que eu penso em termos de ciclos, e vocês pensam em termos de alguns breves anos. O que na realidade estou tentando fazer é indicar as linhas para as quais tenderá a pesquisa médica durante os próximos duzentos anos. O esforço da abordagem atual é como curar uma pessoa aqui e agora; isto é uma reação natural, e os pensadores avançados procuram fazer isto nesta época por meio dos chamados modos de cura esotérica e mental. Contudo, pouco se conhece sobre a constituição do corpo vital, e praticamente não existem pesquisas sobre este campo. A medicina moderna tem origem muito antiga. Tem-se desenvolvido ao longo dos séculos até a moderna perícia, pesquisa, e técnicas e métodos de tratamento e cura tão bem sucedidos. Frequentemente isto é esquecido devido à ênfase que os adeptos das novas escolas, ainda não testadas, dão aos fracassos de curas, que eles atribuem aos métodos usados, esquecendo-se das limitações impostas pelo carma. O sucesso da medicina moderna é hoje tão grande que milhões de pessoas são mantidas vivas -se não curadas -que algum tempo atrás e quando existia menor capacitação científica já teriam morrido. No grande desenvolvimento da ciência médica, e grande aptidão de tratar do mecanismo físico, encontra-se hoje o principal problema mundial -o problema da superpopulação do planeta, que leva a humanidade à vida de rebanho e consequente problema econômico -para mencionar apenas uma das dificuldades decorrentes deste sucesso. Esta “antinatural” preservação da vida é a causa de muito sofrimento e fértil fonte de guerras, sendo contrária à intenção cármica do Logos planetário.

Não posso tratar aqui deste imenso problema; posso apenas apontá-lo. Será resolvido quando o temor da morte desaparecer, e quando a humanidade compreender o significado do tempo e o significado dos ciclos. Será simplificado quando for possível a verdadeira investigação astrológica, quando o homem souber a hora de deixar este plano exterior, e dominar a técnica da “retirada" e os métodos de abstração consciente da prisão do corpo. Mas antes disso, muita pesquisa terá que ser feita. Porém, o fato de reconhecer o problema e de que as conjecturas e investigações sejam muitas, indicam que é chegada a hora -tanto do ponto de vista cármico quanto do ponto de vista do desenvolvimento evolutivo humano -para o estudo do corpo etérico, dos raios condicionantes que governam sua manifestação no espaço, e da astrologia que governa sua manifestação no tempo.

É por esta razão que o mundo hoje está cheio de grupos em revolta contra a medicina ortodoxa -em revolta equivocada, porque em seu fanático entusiasmo pela sua particular abordagem ao problema da cura, eles ignoram os aspetos benéficos da ciência médica desenvolvida. Tentam, assim, rejeitar a contribuição dos séculos ao conhecimento do homem sobre o organismo humano, suas inter-relações, seu tratamento, cura e preservação; não se aproveitam da sabedoria do passado; antes preferem encetar viagem no mar de pesquisa com espírito de revolta, cheios de preconceitos e totalmente despreparados para a tarefa a que se propõem.

Os diversos tipos de terapias naturalistas, os professores de métodos de cura pela eletricidade ou luz e cores, os nutrólogos com métodos infalíveis de cura para todas as doenças, muitos praticantes de sistemas fundamentados no método Abrams de diagnóstico; e muitos que advogam os métodos quiropráticos, assim como os vários sistemas de cura completamente divorciados da medicina, mas que se propõem a produzir curas, são todos eles indicativos de novas e esperançosas tendências. São, contudo, de natureza extremamente experimental, e tão fanaticamente apoiados, tão excludentes de todos os métodos de cura reconhecidos (exceto os seus próprios), tão violentamente opositores a todas as descobertas do passado, e tão avessos à cooperação com a medicina ortodoxa que, em muitos casos, eles se tornam um real e definido perigo para o público. Em grande parte, sua própria abordagem equivocada é responsável por isto; sua indubitável ignorância do corpo humano, seu ataque às práticas médicas existentes (mesmo as de comprovado valor), e sua tendenciosa crença na infalibilidade de suas técnicas experimentais, os tornam alvo dos ataques da rígida medicina ortodoxa e dos fundamentalistas dentro do círculo fechado da medicina acadêmica. Contudo, nas fileiras da medicina há muitos homens esclarecidos que estariam prontos a cooperar se os pequenos, mas altissonantes cultos abrissem mão de sua intransigência e se dispusessem a cooperar e aceitar aquilo que o instinto divino, ao longo das eras, tem ensinado a respeito da cura do corpo humano. Será através da colaboração das novas escolas experimentais e dos antigos e comprovados métodos que a medicina do futuro se desenvolverá. O valor de todos os muitos grupos -bons e indiferentes -reside no fato de que eles apontam o caminho em direção a novas tendências e indicam as linhas ao longo das quais a medicina do futuro pode enriquecer-se e melhor adaptar-se às necessidades do homem. Eles são ainda demasiadamente experimentais para merecer confiança, e ainda não estão cientificamente comprovados. São grupos pioneiros, e têm uma real contribuição a dar, mas isto só será possível quando se divorciem do passado e se disponham a comprometer-se com o presente. A medicina acadêmica é o resultado de uma dádiva de Deus: a mente humana; é comprovadamente uma expressão divina e uma força no mundo das mais benéficas, apesar das fraquezas humana, da exploração comercial e dos muitos erros. O mesmo acontece com a religião, e estas duas grandes ciências precisam eliminar as posições reacionárias e fundamentalistas, e então prosseguir, com a mente aberta, para os novos caminhos de abordagem à divindade e ao bem-estar físico.

Poder-se-ia dizer que minha principal contribuição neste momento é indicar as causas das doenças e da má saúde que não são reconhecidas pela medicina ortodoxa, a qual trata dos efeitos destas causas sutis ao atuarem sobre o corpo físico e o sistema nervoso. Não estou lidando (como já disse antes) com os sintomas da doença, com diagnósticos médicos ou com sistemas de aplicação de meios físicos para trazer curas ou alívio. Isto tem acompanhado a crescente capacidade do homem para descobrir e saber.

Permitam-me repetir que estou assentando as bases para uma aproximação ao tema do corpo físico -sadio ou doente -que dirá respeito primariamente ao corpo etérico. Isto deve levar eventualmente a uma acumulação de conhecimentos sobre a energia, seus pontos focais e distribuição no corpo etérico, que igualará o conhecimento exato já adquirido sobre o corpo físico, conhecimento este que já é um fato.

O estudo da doença herdada indica um leve reconhecimento das dívidas e tendências cármicas. Contudo, há um erro na crença de que essas tendências sejam encontradas nos germes da vida e da substância reunidos no momento da concepção, e que portanto, o pai ou a mãe sejam responsáveis pela transmissão. Isso não é assim. O sujeito em encarnação -sob o ângulo da alma -de forma definida e consciente, escolheu seus pais pelo que eles podem contribuir para a sua estrutura física enquanto ele estiver encarnado. Por isso o corpo vital é de tal natureza que o homem está predisposto a um particular tipo de infecção ou de doenças; o corpo físico é de natureza tal que sua linha de menor resistência permite o aparecimento e controle daquilo que o corpo vital torna possível; a alma que está encarnando produz, em seu trabalho criativo e em seu veículo vital, uma constituição particular para a qual os pais escolhidos contribuem com uma definida tendência. Daí o homem não oferecer resistência a certos tipos de doença. Isto é determinado pelo carma do homem.

É bem conhecido pelos estudantes de ciência esotéricas que o corpo físico é simplesmente um autômato, que responde a e é ativado por um corpo sutil de energias que são a verdadeira expressão do ponto da evolução. Este ponto na evolução pode ser o de controle da personalidade, através de um ou outro de seus corpos, ou o de controle da alma. Estes são fatos que a profissão médica precisa apreender, e quando o fizer, grandes passos terão sido dados. Os estudantes esotéricos estão prontos a reconhecer que o corpo físico é automático na sua resposta à impressão emocional, mental ou da alma; contudo, o corpo etérico está tão estreitamente entretecido com o veículo físico que é quase impossível separar os dois na consciência; esta separação não será provada, ou possível, enquanto a ciência da energia etérica e o desenvolvimento da percepção clarividente não demonstre a veracidade do que eu digo. Esta é também uma repetição necessária.

A ciência médica, através de seu estudo do sistema nervoso e seu reconhecimento do poder do pensamento sobre o corpo físico, está movendo-se rapidamente na direção correta. Quando ela admitir, em relação ao corpo físico, que “a energia segue o pensamento”, e então começar a experimentar com o conceito de correntes de pensamento (como são erroneamente chamadas) que são dirigidas para certas áreas do corpo etérico -onde os esoteristas afirmam existir pontos ou centros de energia -muita coisa então será descoberta. A Ciência Cristã tem uma boa concepção em seu conceito original básico da mente como um fator permanentemente existente: sua ênfase excessiva sobre a mente, sua apresentação idealista da natureza humana, sua expectativa da capacidade humana de demonstrar hoje e imediatamente um filho de Deus em manifestação (sem os desenvolvimentos necessários ou intermediários) e sua contraditória posição de usar a energia da mente principalmente para necessidades físicas tem negado redondamente seus dogmas básicos. Do contrário, o Homem poderia ter continuado a ficar permanentemente iludido. Se a Ciência Cristã tivesse cumprido a intenção original do grupo de iniciados que procurou influenciar a humanidade por seu intermédio, e se tivesse desenvolvido corretamente a ideia de que a energia segue o pensamento, a ciência médica teria sido grandemente beneficiada.

Sua apresentação foi tanto elevada demais quanto baixa demais, e uma grande oportunidade foi perdida. A Ciência Cristã falhou, do ponto de vista da Hierarquia, e sua utilidade foi amplamente negada.

Os curadores e os grupos de cura ainda trabalham com grande desvantagem; mas podem começar agora a trabalhar, e seu trabalho é de natureza dupla:

1. Eles podem, através do poder do pensamento dirigido, derramar energia dentro do centro que é o fator determinante naquela área do corpo físico onde o problema reside. Se, por exemplo, o paciente estiver sofrendo de uma úlcera gástrica, a estimulação do centro do plexo solar pode produzir a cura, desde que o trabalho realizado seja puramente mental e que os resultados esperados sejam puramente físicos. Não sendo assim, a natureza emocional partilhará da estimulação e sérias dificuldades surgirão.

2. Eles podem estimular um centro superior ao que controla determinada área, e assim -pela intensificação do centro superior -reduzir a vitalidade do inferior. Se, por exemplo, há um problema relacionado com os órgãos genitais (como uma doença da próstata), então o centro da garganta deve ser o alvo da atenção. É este centro que deverá, eventualmente, ser o recipiente da energia do aspeto criador inferior, ou seu correspondente. Isto é chamado "a técnica da retirada do fogo”; por seu intermédio, aquilo que é chamado superestimualação em alguns casos, ou inflamação em outros, pode ser sanado.

Estes dois modos de utilizar a energia e o controle mental constituem a base ocultista para os dois métodos fundamentais utilizados no direcionamento de energia nas áreas doentes. Eles produzem, num caso, uma intensificação da vida do centro associado, com um consequente e definido efeito sobre a área afetada; ou eles reduzem o fluxo da força, no outro caso, e assim enfraquecem a qualidade da doença. Fica claro, portanto, que é preciso grande conhecimento sobre os efeitos destas duas técnicas básicas diferentes, antes que um curador se atreva a trabalhar, pois de outro modo, ele poderia grandemente intensificar o problema na área doente e chegar até, como frequentemente acontece, a matar o paciente.

Há um outro ponto que desejo enfatizar. Em todos os métodos de natureza esotérica, é essencial que uma competente prática médica de cunho ortodoxo acompanhe os modos mais sutis de ajuda. É na sábia combinação das duas abordagens, e no trabalho cooperativo do profissional ortodoxo e do curador ou grupo de cura ocultista, que se obterão os mais seguros resultados.

Os estudantes que tentam curar, terão que conhecer duas coisas: a natureza da doença, diagnosticada por um bom médico, e o centro que controla a área da doença. O plano mais seguro para o estudante ou grupo de cura é trabalhar em cooperação com um médico de alguma reputação e em relação com o centro que controla a área afetada. Os iniciados, no seu trabalho de cura, se ocupam com o correspondente superior do centro controlador, trabalhando sempre através dos centros emocionais e mentais análogos. Isto não é possível e nem permitido a um grupo comum de cura. Quanto mais elevados sejam os centros considerados, envolvidos e manipulados, mais potentes são os resultados, e, portanto, maior o cuidado exigido.

Todo o processo consiste em estimular ou reduzir a atividade da energia, em tornar mais ativo um centro aliado e assim abstrair a atenção do centro governante da área ou órgão doentes, ou de equilibrar a energia que flui entre os dois centros, provocando assim uma interação igual e equitativa. Quanto mais o neófito estudar este assunto da cura, mais complexo ele aparecerá, até que chegue o tempo em que ele possa trabalhar em colaboração com algum médico possuidor de visão interna e que possa ver os centros, ou com pacientes conhecedores interiormente do seu próprio destino e que possam colaborar com algum grupo de sólido conhecimento ocultista, o qual possa determinar o raio do paciente e que conheça, pelo menos, a natureza de sua disposição ou “indisposição”, consultando seu mapa astrológico.

Em vista de tudo isto, talvez perguntem se é possível realizar um trabalho definido de cura que seja efetivo, seguro, correto e permitido. Os riscos de super e subestimulação parecem demasiado grandes; o conhecimento do curador parece pequeno demais para permitir o experimento, e o carma do paciente é forçosamente, para o curador comum, inatingível.

A isto responderia que qualquer trabalho de natureza pioneira e experimental tem sempre seus próprios riscos. Muitas têm sido as vítimas da ciência, e particularmente da ciência médica, nos primórdios da medicina e cirurgia moderna. Mas isto jamais deteve o investigador sincero nem retardou o crescimento do conhecimento; nestes dias de pioneirismo no campo da cura esotérica, é preciso mostrar a mesma coragem e assumir os mesmos riscos. A salvaguarda, sob o ângulo estritamente legal e humano, será que o paciente está nas mãos de um médico competente para o diagnóstico e tratamento durante o tempo em que o curador esotérico se esforça em prestar uma ajuda vital.

O trabalho do curador e dos grupos de cura será, pois, um complemento do tratamento ortodoxo; os resultados terão que ser cuidadosamente observados e anotados por ambos os lados. Qualquer grupo formado para curar deverá trabalhar segundo certas normas, e aqui estão algumas sugestões que considero essenciais para o sucesso neste período de transição:

1. O paciente a ser curado (ou ajudado, se a cura não for possível) deve estar sempre aos cuidados de um bom médico, e se não, aconselhá-lo a procurar um.

2. O grupo deve conhecer a natureza da doença, que deve ter sido determinada por um cuidadoso diagnóstico médico.

3. A idade do paciente, a data de nascimento, e alguma informação sobre suas circunstâncias, devem também ser conhecidas, a fim de criar um ponto focal de interesse, e deve construir-se uma área magnética ao redor do paciente que atrairá a energia mentalmente direcionada do grupo.

4. O curador ou o grupo de cura deve possuir um conhecimento geral na natureza e anatomia do corpo, a localização dos vários órgãos e a posição dos centros governantes das áreas afetadas. Gráficos dando estas informações devem ser estudados.

5. A faculdade de imaginação e o poder de visualização devem ser enfatizados num grupo de cura, e desenvolvida a capacidade de enviar correntes de energia para o paciente e para a área no seu corpo onde reside o problema.

6. O curador ou grupo de cura precisa lembrar-se que não é apenas com energia mental que ele trabalha,

a. mas ele por si mesmo cria um pensamento de poder curador.

b. Aquele ponto focal de atenção concentrada que foi criado torna- se o agente diretor para a força curadora ou prana.

c. Este prana não é de natureza mental ou astral. É pura substância planetária ou essência viva, e é da mesma substância de que é feito o corpo vital do planeta.

d. O curador ou grupo de cura apropria-se desta substância tanto quanto possível, e pelo poder de seu pensamento unido, dirige para e através do centro envolvido. O trabalho de cura é circulatório, e isto não deve jamais ser esquecido. A energia prânica (mentalmente dirigida) não é enviada para o centro para que lá se acumule. Ela passa através do centro, primeiramente para o órgão envolvido ou a área onde se encontra a dificuldade, e então é enviada para todo o corpo. Isto poderia considerar-se como um sistema de descarga, de efeito estimulante e purificador.

Nestes primeiros dias de experimentos e trabalho segundo estas linhas, só é possível dar certas regras simples. Dos resultados alcançados virá a experiência, e o grupo de cura aprenderá gradualmente como trabalhar, quando mudar seus métodos, e o quê observar.

Desde o início, o trabalho deve ser registrado, e neste aspeto, o paciente deverá frequentemente cooperar. Datas, fenômenos incidentais, mudanças para melhor ou pior, além de qualquer informação possível sobre o estado geral do paciente. Por esta razão, recomendo que, durante as primeiras etapas, este trabalho de cura seja aplicado somente a pessoas que os membros do grupo conheçam bem ou que lhes sejam trazidos por médicos ou por pessoas capazes de fornecer informações detalhadas.

As pessoas que estão muito doentes e que não se espera que vivam ou que sofrem de males sem recuperação, não devem ser levadas a um grupo de cura para tratamento, exceto para dar-lhes alguma melhora. Neófito algum tem suficiente conhecimento acerca do carma para trabalhar com confiança seja na tarefa de cura ou de liberação pela morte. Se, contudo, um paciente piorar enquanto o grupo está trabalhando sobre o seu caso, ele não deve ser abandonado, mas pode ser usada uma técnica definida e diferente para facilitar o caminho da morte. No próximo capítulo pretendo ocupar-me do carma da morte.

Se tiverem em mente que o trabalho em conexão com o corpo etérico (como instrumento de vitalidade) é hoje tão pouco conhecido como a ciência da medicina moderna como era em 1200, poderão trabalhar sem desalento e sem as indevidas expectativas que hoje embaraçam o neófito. Assumam conscientemente a posição de que realmente nada se conhece sobre os centros, as áreas de energia no corpo, e como direcionar o pensamento; conscientizem-se também de que se estão engajando num grande projeto de pesquisa. Nada, literalmente nada, tem sido feito, de forma prática, relacionado à medicina e aos centros, embora alguns livros sobre a relação dos centros com a pesquisa psicológica e o equipamento e sistema glandular ou endócrino, tenham tocado levemente no assunto. O campo de pesquisa que eu proponho é algo inteiramente novo. Talvez aqueles que se voltem para esse campo não vejam os resultados do que estão tentando fazer. A impaciência e a ansiedade em ajudar podem impedi-los; a ignorância pode levá-los a cometer erros. Ainda assim, prossigam; perseverem; registrem tudo cuidadosamente e guardem toda a correspondência. Então, os resultados serão seguros.

1. AS DÍVIDAS CÁRMICAS DO INDIVÍDUO

Já estudamos (talvez sem nos apercebermos de suas implicações) nosso primeiro ponto sob este título. Isto diz respeito às dívidas cármicas do indivíduo que surgem dos veículos sutis e da personalidade como um todo.

Quando falávamos das causas psicológicas das doenças que surgem dos veículos sutis nos três mundos, ou da tensão do discípulo no seu esforço de trilhar o Caminho, nós estávamos, na realidade, inteiramente ocupados com o carma ou o efeito das causas internas dos acontecimentos, equipamento e circunstâncias no plano físico. Vimos como os corpos internos, via o corpo etérico, condicionam a manifestação exterior do homem, e que a doença ou a saúde deles dependem grandemente. Eles são a causa cármica imediata da existência do plano físico. Se estendemos a ideia e incluímos as encarnações anteriores -como inevitavelmente tem de ser -então chegamos à conclusão que a condição desses corpos internos, suas limitações ou sua riqueza, seus defeitos e suas vantagens, e suas tendências gerais psíquicas e psicológicas são herdadas de vidas anteriores, e pois, responsáveis pela presente situação terrena. O que fizemos foi simplesmente fazer recuar as causas das condições atuais e poderíamos -se o desejássemos -penetrar num campo de tão imensa complexidade e detalhes que nenhum proveito nos traria. O problema todo de rememorar as encarnações passadas é de possibilidade infinita, e quando uso a palavra “infinita’’, imediatamente coloco todo o assunto fora do alcance da mente finita. Estamos, pois, falando de algo que não é possível tratar racionalmente.

O carma foi, para a humanidade infante e o indivíduo não desenvolvido, uma questão grupal. O homem era um membro de um grupo, porém sem qualquer ideia quanto às implicações e responsabilidades envolvidas. Mais tarde, quando o processo de individualização se tornou mais efetivo em caráter e propósito e mais pronunciado em temperamento, o carma tornou-se também mais pessoal e definido, e o homem numa posição de produzir mais causas e efeitos. Como a personalidade não estava totalmente desdobrada e integrada, o homem estava ainda envolvido na vida grupal e as inter-relações tornaram-se mais extensas. Mais tarde ainda, o homem tornou-se o criador consciente de suas próprias causas e o consciente participante nos efeitos. No Caminho, o carma do grupo escolhido, o do próprio indivíduo, e o daqueles com quem ele escolhe associar-se através da unidade do propósito espiritual, o envolvem, e um outro fator é somado às categorias anteriores da responsabilidade cármica. Ainda mais tarde, o carma nos três mundo é enfrentado, superado e anulado; ao mesmo tempo, o carma relacionado com a iniciação das causas através do serviço mundial é somado àquele que o indivíduo já experienciou, e ele partilha da responsabilidade cármica da própria Hierarquia. Todas essas etapas:

1. Carma grupal elemental - do homem primitivo,2. Carma individual do homem autoconsciente em desenvolvimento,

3. Carma relacionado à vida do discípulo,

4. Carma hierárquico,

devem ser somadas ao bem conhecido Carma de Retribuição, com o qual o discípulo já está familiarizado; a este também deve juntar-se o carma nacional e racial, mais o carma educacional que todos os discípulos atraem para si quando desejam ingressar em um Ashram para se prepararem para a iniciação.

Há também o Carma de Recompensa em contraste com o de Retribuição. Este é um tipo de carma frequentemente esquecido, mas que será melhor conhecido no próximo ciclo mundial. A humanidade já anulou muito do mau carma, e o carma baseado em causas a serem iniciadas mais tarde não dará origem a efeitos tão terríveis quanto os do passado. Nem todo o carma é mau, apesar do que os homens pensam. Grande parte é, necessariamente, punitiva e dolorosa, devido à ignorância da humanidade e ao grau inferior de desenvolvimento. Quanto a retribuição cármica se torna aguda e terrível, como sucede hoje na espantosa experiência mundial, isso indica que a humanidade alcançou um ponto onde as consequências têm de ser repartidas em larga escala e com justiça. O carma acarreta muito pouco sofrimento quando há ignorância, que leva à irresponsabilidade e total falta de reflexão ligada aos assuntos, mas com pouquíssimo senso de culpa. Poderão existir condições infelizes e circunstâncias dolorosas, porém faltará a capacidade para responder a essas condições com dor comensurável, e haverá muito pequena reação mental aos processos de retribuição cármica. Isto deve ser sempre lembrado. A raça ariana está agora tão desenvolvida mentalmente, e em tão larga escala, que o carma é de fato terrível e doloroso, e pode expressar- se através de condições mundiais. Ao mesmo tempo, o sofrimento atual assim difundido indica a extensão e o sucesso do desenvolvimento humano e é um promissor sinal de esperança. Nesta ideia está a chave da razão pela qual os bons e santos servidores da raça carregam -neste ciclo mundial -uma carga tão pesada de doença cármica.

Consequentemente, é totalmente impossível, dentro dos limites deste tratado, aprofundar o assunto do carma, que produz inúmeros tipos de males humanos, incluindo doenças -que constituem apenas uma de suas manifestações. O tema é vasto demais, demasiado complicado e excessivamente difuso em seus efeitos. Tudo que se pode fazer é afirmar o fato de que as ações e reações passadas estabeleceram, em vidas anteriores, um tal ritmo cármico que hoje todos os aspetos da natureza inferior estão envolvidos; e entre os efeitos mais comuns, e no qual a grande Lei da Retribuição produz efeito, está a doença. Este é um ponto que deveria ser cuidadosamente considerado pelos chamados curadores e metafísicos.

2. CARMA CAUSADO PELOS SETE RAIOS

Os sete raios levam a causa de todas as dificuldades humanas, incluindo a má saúde e a doença -individual, nacional e racial -ainda para mais longe: para a origem da própria criação. O carma manifesta-se naquelas correntes de energia e de substância primordial que fluem para e através do mundo criado, incluindo os três mundos inferiores onde atuam os pitris lunares e as essências elementais de todas as formas. Este carma primordial (se assim posso chamá-lo) contribui para a existência da doença. Diz-se nos livros antigos, a que os Mestres têm acesso, que o mundo está construído com substância já contaminada pelo carma de um sistema solar anterior.

Torna-se evidente que essas correntes de força que emanam dos Senhores dos Sete Raios, estão coloridas, e pois, “contaminadas” - se é que posso usar tal expressão -pelas limitações desses mesmos grandes Seres. Do nosso ponto de vista, Eles são Deuses, mas, na realidade, Deuses em formação, embora muito mais próximos da divindade solar do que a maioria dos seres humanos avançados está próxima da divindade planetária. Eles são os “Deuses imperfeitos” de que fala a Doutrina Secreta e são os Logoi planetários dos planetas sagrados e não-sagrados. Se as grandes Vidas que dão forma aos planetas dentro do nosso sistema solar são imperfeitas, o efeito desta imperfeição tem que inevitavelmente afetar Suas criações planetárias, Seus corpos de manifestação, e assim introduzem uma condição cármica sobre a qual o ser humano individual não tem controle algum, mas dentro da qual ele se move e da qual partilha. Obviamente, é impossível elucidar este tema. Tudo que posso fazer ou que me é permitido fazer é dar-lhes sete estrofes tiradas de um dos mais antigos volumes no mundo, que trata das imperfeições causadas pelos sete raios em nossas manifestações planetárias. A essas estrofes dever-se-ia juntar (se isso fosse possível) as estrofes que transmitem a significância dos defeitos provenientes de condições astrológicas e que provocam efeitos de natureza planetária e envolvem, portanto, o horóscopo de nosso particular Logos planetário. Porém, elas são por demais abstrusas, intricadas e amplas no seu tema, e só poderão ser estudadas e consideradas quando a humanidade tiver alcançado um tal estágio de desenvolvimento da intuição que permita ao homem “apreciar causas e efeitos como processos completos e poder ver tanto o começo como o fim em um átimo de tempo no espaço”. Foi com estas palavras que o Mestre Serapis certa vez resumiu o assunto quando tentava treinar um grupo de discípulos iniciados neste modo de abordar vastos assuntos.

O “Livro do Carma” contém as estâncias que se seguem, as quais podem servir como uma introdução às que tratam das causas da desarmonia e doenças causadas pelos Sete Raios. O estudante intuitivo perceberá nelas algum sentido, porém, ele deverá ter sempre em mente que tudo eu estou tentando fazer é pôr em palavras -insatisfatórias e bastante inadequadas -estâncias relacionadas aos fatores condicionantes no equipamento daqueles Grandes Seres Cuja força de vida (a qual nós chamamos energia) cria tudo que existe, colore e dá forma a todas as manifestações contidas nos mundos, e acrescenta sua quota de força ao equipamento de cada um dos seres humanos. Cada homem se apropria desta energia na medida de sua necessidade, e esta necessidade é o sinal de seu desenvolvimento. As estâncias que selecionei foram extraídas do Livro das Imperfeições, Parte 14:

“As sete imperfeições surgiram e contaminaram a substância desde a esfera mais elevada até à mais baixa. Depois seguiram-se as sete perfeições, e as duas -a que era inteira e sadia e aquela que é conhecida como detalhe e malsã, num terrível sentido -encontraram-se no plano da vida física. (O plano etérico. A.A.B.)

E ali lutaram, lançando, em conflito tudo que eram e tinham, tudo que era visível e tudo o que era invisível dentro do tríplice círculo. (Os três mundos inferiores. A.A.B.)

As sete imperfeições introduziram-se nas sete raças dos homens, cada uma em seu próprio lugar; elas coloriram os sete pontos dentro de cada raça. (Os sete centros planetários, transmitindo energia imperfeita. A.A.B.)

As sete perfeições pairaram por sobre cada raça, por sobre cada homem dentro de cada uma das raças, e por sobre cada ponto dentro de cada homem.

Assim se estendeu o conflito desde o mais externo ao mais interno, desde o Ser maior aos mais pequenos. Sete, as imperfeições. Sete, os todos perfeitos; sete, os caminhos para expulsar o negrume da imperfeição e demonstrar a clara luz fria, a branca luz elétrica da perfeita totalidade".

Tudo que você pode obter do que está dito acima, meu irmão, é um conceito do imemorial conflito, de sete grandes energias que se manifestam como dualidades e que, quando ancoradas em um corpo (seja ele um planeta, um homem, ou um átomo), produzem uma área ou ciclo daquilo que é chamado sofrimento; este sofrimento produz o anseio evolutivo e é, ele próprio, a causa da manifestação, enquanto seu efeito (que é o carma) constitui a liberação final do que é perfeito e bom. Não é fácil compreender estas coisas. É preciso lembrar que as sete imperfeições estão relacionadas com a natureza sétupla dAquele em Quem vivemos, nos movemos e temos nossa existência, e que estas sete energias imperfeitas têm, dentro de si mesmas, a perfeita vontade-para-o-bem, mais potente, no fim das contas, do que a vontade-para-o-mal.

Estas energias fluem através dos sete centros do corpo planetário e são -no que nos diz respeito -as energias dos sete raios. Em relação à vontade-para-o-mal que se demonstra como doença em todos os quatro reinos da natureza, vocês têm a razão por que eu instituí, entre os estudantes pelos quais me fiz responsável, o desenvolvimento da inofensividade. É o agente mais importante para a neutralização do carma. Darei agora a Lei IX, e completarei, assim, um grupo de leis que, quando seguidas, se mostrarão essenciais para a cura da doença e a manutenção da saúde.

LEI IX

A perfeição traz a imperfeição à superfície. O bem expulsa o mal da forma do homem, no tempo e no espaço. O método usado pelo Uno Perfeito é a inofensividade. Isto não é negatividade, mas sim perfeita estabilidade, um ponto de vista completado e divina compreensão.

Terão observado que o que eu disse a este respeito leva todo o tema da doença para um remoto mundo de origens -um mundo no qual o homem é ainda incapaz de penetrar. É por esta razão que tenho dedicado tanto tempo à consideração das causas da doença; mais da metade do que tenho a dizer encontra-se nesta primeira parte de nossa discussão. Quase concluímos esta parte, e cobrimos o que muitos considerarão como a parte mais útil e prática do ensinamento a respeito deste assunto. Jamais foi minha intenção tratar da patologia das doenças ou dos sintomas das muitas formas de má saúde que devastam a humanidade. Procuro, principalmente, ressaltar as razões subjetivas para a maioria dos males que atacam a estrutura humana. Contudo, meu propósito é saudável. A excessiva ênfase que as pessoas põem sobre a doença é desconcertante para a alma, pois isso coloca a natureza-forma -transitória e constantemente mutável -numa posição de indevida proeminência, enquanto que -sob o ângulo da alma -as vicissitudes do corpo só têm importância na medida em que elas contribuem para o enriquecimento da experiência da alma.

As causas iniciadas pelo homem, vida após vida, é que constituem o fator importante; elas resultam no aparecimento de doenças, no surgimento de alguma consequência desastrosa nas circunstâncias e acontecimentos, e no condicionamento geral de alguma determinada encarnação. É com estas causas que o homem tem que aprender a lidar, a reconhecê-las e a descobrir qual é a energia condicionante do efeito apropriado, dedicando-se primordialmente, então, à tarefa de neutralizar a causa pela oposição da vontade treinada. O carma não é um acontecimento inevitável, inelutável e calamitoso. Pode ser neutralizado, mas isso, especialmente no que diz respeito à doença, inclui quatro linhas de atividade:

1. Determinar a natureza da causa, e a área na consciência onde ela teve origem.

2. Desenvolver aquelas qualidades que são o polo oposto da causa efetiva.

3. Praticar a inofensividade a fim de deter a expressão da causa e evitar qualquer adicional manifestação dessa condição indesejável.

4. Dar os passos físicos necessários que produzirão as condições que a alma deseja. Esses passos incluirão:

a. A aquiescência mental e a aceitação do fato do efeito -no caso que estamos considerando em relação ao carma -a doença.

b. Uma ação inteligente na linha do procedimentos médicos ortodoxos.

c. A assistência de um grupo de cura ou de um curador para auxiliar na cura interna espiritual.

d. Uma clara visão quanto ao resultado. Isto pode levar à preparação para uma vida mais útil no plano físico ou à preparação para a grande transição chamada morte.

Mas, por trás de todo o pensar e atividade inteligentes tem que haver a aceitação da existência de certas condições gerais que se manifestam como má saúde física durante este ciclo mundial, e não apenas para o reino humano, mas também para os três reinos subumanos. A Lei da Imperfeição existe porque as Grandes Realidades (que são encontradas no mundo fenomênico) estão igualmente em processo de desenvolvimento e de desdobramento evolutivo. Portanto, enquanto Eles, os Seres espirituais, não tiverem desenvolvido “o sublime controle” -como é chamado -sobre a substância de Suas formas fenomênicas, a estas formas faltará a perfeição divina. A doença é apenas uma forma de imperfeição transitória, e a morte é apenas um método de refocalizar a energia, antes de uma nova atividade que conduz firmemente para a frente e sempre para melhor.

A compreensão das sete estâncias que darei agora, levará afinal a isolar as sete causas psicológicas das doenças, inerentes à substância de todas as formas neste ciclo mundial, porque todas as formas estão impregnadas com a energia vital dos “Deuses imperfeitos". Os sete Espíritos, dizem-nos as Escrituras do mundo, encontram-se “diante do Trono de Deus”. Isto significa que Eles ainda não estão em posição de subir ao Trono, simbolicamente falando, devido ao fato de que Eles ainda não atingiram completa expressão divina. Estes Senhores dos Sete Raios são maiores e mais avançados na escala espiritual do que aquelas grandes Vidas que formam o Conselho do Senhor do Mundo, em Shambala. Eles são os Representantes das Energias dos sete raios Que animam os sete planetas sagrados, porém não estão ainda tão divinamente desenvolvidos quanto Eles estão. O problema da humanidade quanto à imperfeição, é complicado, não apenas pelo fato de que as sete Energias vitalizadoras e animadoras estão “contaminadas pela imperfeição", mas também pelo fato de que o Senhor do Mundo está, Ele próprio, sob o ângulo do Logos Solar, por exemplo, longe de ser perfeito; esta é a razão porque o nosso planeta, a Terra, não é um planeta sagrado. Dizem-nos que Sanat Kumara é o divino prisioneiro deste planeta, mantido aqui “até que o último cansado peregrino encontre o caminho de casa”. Este é o Seu pesado carma, embora seja isso uma expressão de Seu desejo e de Seu júbilo; “os cansados peregrinos” são os átomos (humanos ou não) no Seu corpo, e eles estão contaminados com imperfeição devido às Suas imperfeições; sua completa “cura” marcará o momento de Sua liberação.

Tenham em mente, portanto, que as sete estâncias que apresentarei agora, indicam a qualidade das energias descendentes e as contaminações que essas energias carregam e transmitem a todas as formas que são vitalizadas pela vida de nosso Logos planetário.

A DESARMONIA E DOENÇAS CAUSADAS PELOS SETE RAIOS

I- “O grande Ser propôs-se a seguir sozinho pelo caminho que escolhera. Não tolerou interferência alguma. De plano em plano esta obstinação persistiu, aumentou e se endureceu. Sua vontade se fixou como cristal-brilhante, quebradiço e duro. Era Seu o poder de cristalização. Ele trazia, não a vontade de viver, mas a vontade de morrer. A morte foi o Seu presente à vida. A infusão e a difusão não Lhe agradavam. A abstração era o que Ele amava e procurava”.

Até onde podemos entender o significado desta estância em relação ao nosso tema da doença, é que a imperfeição desta energia divina produz uma peculiar atitude que se expressa no poder de cristalizar, de endurecer, de provocar desgaste, e causar o grande processo de abstração a que chamamos morte. Outros resultados são os muitos processos de cristalização na forma física, todos os processos de atrofia, e a velhice.

II. “O Grande Ser derramou Sua vida por todas as partes e aspetos da manifestação. Do centro para a periferia, e da periferia para o centro, Ele Se precipitou, levando vida abundante, energizando todas as formas de Si mesmo, produzindo excessivo movimento, interminável expansão, abundante crescimento e desnecessária pressa. Ele não sabia o que queria, porque Ele queria tudo, desejava tudo, atraía tudo e dava demais a tudo”.

A imperfeição desta grande energia, com sua potência construtora, vitalizadora e aglutinadora, era e é o poder para superestimular, para acrescentar, para acumular, para construir formas demais, para atrair um número excessivo de átomos, e para provocar aquelas condições que têm sido chamadas (esotericamente) “a sufocação da vida” - uma outra forma de morrer, porém, morrer desta vez, como resultado de excessiva vitalidade, afetando a corrente sanguínea, construindo dentro das formas já construídas, e frequentemente criando um veículo etérico excessivamente potente para a exotérica forma física externa. Outros resultados são, por exemplo, o aparecimento de tumores, do câncer, de excrecências, de excessivo crescimento de aspetos corporais, e de órgãos e partes do corpo em número superior ao normal.

III. “O Grande Ser juntava aqui e ali. Escolhia e rejeitava. Este poder Ele recusava, aquele Ele aceitava. Não tinha propósito algum vinculado aos seis de Seus seis Irmãos. Ele adquiria uma forma e não gostava dela; atirava-a fora e escolhia outra. Ele não possuía um ponto determinado ou plano; vivia na miragem e disso gostava bastante. Sufocou tanto o bom quanto o mau, embora usasse ambos. Podia ver-se excessos por um lado, e inanição por outro. Esses dois extremos governaram Sua escolha de substância vital; juntou aqueles que não eram afins, e então viu que o resultado era dor e engano. Fez modelos, porém o propósito não se ajustou. Em desespero, desistiu”.

O principal efeito desta imperfeita “manobra" e manipulação, como tem sido chamadas, é principalmente de natureza astral, produzindo a consequente má saúde física, e os indesejáveis efeitos já estudados neste tratado. Porque a energia do terceiro raio é a energia da própria substância é que suas imperfeições se demonstram profusamente na tendência humana às enfermidades. A miragem resulta do excessivo uso desta energia do terceiro raio para fins egoístas e pessoais, e manifesta-se primordialmente no sexto plano, o plano astral. Como resultado desta manipulação do desejo, e das impensadas manobras para satisfazê-lo em linhas materiais, temos as desordens gastrointestinais e os vários problemas estomacais que devastam a humanidade civilizada -muito mais do que as raças selvagens. Certas desordens cerebrais e a pouca vitalidade são também seus efeitos.

IV. “O Grande Ser batalhou e entrou no combate. Tudo com que Se deparou parecia-Lhe motivo para exibição de poder. Dentro do 4º, Ele encontrou um campo de batalha e preparou-se para a luta. Viu o correto e conheceu o errado, e vibrou entre os dois, lutando primeiro com um e depois, contra o outro, mas perdendo, o tempo todo, aquele ponto no meio do caminho onde a batalha é desconhecida. Lá, encontram-se a harmonia, a tranquilidade, o repouso e a paz do silêncio. Ele enfraqueceu todas as formas que usaram Sua força e poder. Contudo, o tempo todo Ele buscava a beleza; procurava a graciosidade; ansiava por paz. Em Suas andanças, foi tomado pela desesperança, e sem a esperança, a vontade de viver não sobrevive. E no entanto, o tempo todo a beleza estava lá”.

Temos aqui uma forte indicação quanto à razão por que a humanidade (o quarto reino da natureza) sucumbe à doença com tamanha rapidez e facilidade. Os conflitos a que a humanidade é tão constantemente chamada, seja em forma grupal ou individual, conduzem -enquanto não forem compreendidas e usados como um meio de triunfo e progresso -a uma condição de constante desvitalização. Quando o conflito está presente, a resistência às doenças se esvai, e praticamente todas as formas de mazelas corporais se tornam possíveis. A difusão da energia leva a uma constante diminuição desta resistência, e como resultado aparecem a debilidade, a rápida e má reação às doenças inerentes ao próprio planeta, e um rápido avanço das infecções e das doenças contagiosas. É esta a energia que está por trás do que chamamos epidemias, e a gripe é uma de suas principais expressões.

V. “O Grande Ser ergueu-se em Sua ira e separou a Si mesmo. Apartou as grandes dualidades e viu primariamente o campo da multiplicidade. Produziu divisão em toda a parte. Com potente pensamento forjou a ação separatista. Jubilosamente, estabeleceu barreiras. Não tolerou a menor compreensão; não conheceu a unidade porque era frio, austero, asceta e sempre cruel. Permaneceu entre o terno e amoroso centro de todas as vidas e o pátio externo dos homens contorcendo-se em agonia. Todavia, não permaneceu no ponto do meio, e nada fez que pudesse curar a ruptura. Ele alargou todas as fendas, ergueu barreiras, e procurou criar lacunas ainda mais amplas”.

Tem sido muito difícil descrever a natureza da imperfeição do Senhor do quinto raio. Na atividade desta energia que se demonstra primariamente no quinto plano, ou plano mental, encontrar-se-á eventualmente, a fonte de muitas desordens psicológicas e problemas mentais. A clivagem é a característica que se destaca -clivagem no interior do próprio indivíduo ou entre o indivíduo e seu grupo, tornando-o antissocial. Já tratei disto numa parte anterior deste Tratado, e não será necessário alongar-me aqui sobre essas dificuldades (Psicologia Esotérica, Vol. II de Um Tratado sobre os Sete Raios). Outros resultados são certas formas de insanidade, lesões cerebrais e aquelas lacunas na relação entre o corpo físico e os corpos sutis que se manifestam como imbecilidade e transtornos psicológicos. Uma outra forma de doença, que aparece como resultado da força deste quinto raio, é a enxaqueca, que é causada pela falta de relação entre as energias ao redor da glândula pineal e do corpo pituitário.

VI. ”O Grande Senhor amava a Si Mesmo nos outros e em todas as formas. Por toda a parte, Ele via objetos de Sua devoção e sempre eles provavam ser Ele Mesmo. Sempre Se entregou a estes objetos, pedindo respostas, sem jamais obtê-la. Inexoravelmente, os contornos das formas tão amadas se perderam, desvaneceram e desapareceram. Os objetos do Seu amor vagarosamente esmaeceram. Restou apenas um mundo de sombras, de névoa, de bruma. E, ao olhar-Se, Ele disse: Senhor da Miragem, Anjo do Desnorteamento, eis o que sou. Nada me parece claro. Amo, e todavia, tudo parece errado! Sei que o amor é correto e é o espírito do universo. O que, então, está errado?"

Curiosamente, é a potência da força deste sexto raio (à medida que alimenta o desejo) a responsável pelos muitos males e doenças da humanidade baseadas no mau uso da missão e da função do sexo. Desejo, confusão mental, fraqueza, perversões e o desenvolvimento unilateral da satisfação sexual e outras satisfações têm origem no uso inadequado desta energia. A confusão mental provocada pelo desejo que exige violentamente a satisfação e a tomada de atitudes -algumas corretas e outras erradas -que levem à satisfação. Os resultados cobrem um extenso campo, que vai desde a crueldade sádica e a luxúria, até os casamentos baseados no desejo físico e a condições geradoras de inúmeras formas de doenças sexuais. A chave para este problema mundial encontra-se nas palavras de uma antiga escritura que diz que “a imperfeição do Senhor do Sexto Raio abriu a porta para um errôneo casamento entre os polos”.

VII. “O Grande Ser reuniu em Si Suas forças e afirmou Sua intenção de criar. Ele criou tudo que é externo e pode ser visto. Viu Suas criações e não gostou delas e, por isso, retirou delas sua atenção; então, as criações que Ele fizera, morreram e desapareceram. Não obteve sucesso duradouro, e nada viu se não fracasso ao viajar pelo caminho externo da vida. Ele não compreendeu a necessidade das formas. A algumas Ele deu superabundância de vida, a outras deu muito pouca; assim, ambas morreram e não puderam mostrar a beleza do Senhor que lhes dera vida, porém falhara em compreendê-las. Ele ainda não sabia que o amor sustenta”.

Os efeitos desta força de raio são muito peculiares e prevalecerão ainda mais daqui para frente, uma vez que este raio está entrando em poder. É esta energia a grande responsável pelas infecções e doenças contagiosas. A nota chave do trabalho do sétimo raio é reunir vida e matéria, no plano físico. Isto, todavia, quando observado sob o ângulo da imperfeição, é a reunião (se puderem compreender as implicações) da Vida - as vidas e a vitalidade geral do processo criativo. Isto está simbolizado pela promiscuidade e o incessante movimento de interação de todos os germes e bactérias dentro do meio que melhor os nutrirá.

Estes conceitos são bastante difíceis, porém, com uma demorada e profunda reflexão, chegaremos a compreendê-los. Todas as doenças e a má saúde são o resultado da atividade ou inatividade da energia de um ou outro dos sete raios ao atuar sobre o corpo humano. Todos os males físicos surgem do impacto dessas energias imperfeitas quando atingem, penetram e atravessam os centros no corpo. Tudo depende das condições dos sete centros no corpo humano; através deles, atuam as energias impessoais, levando vida, doença ou morte, estimulando as imperfeições do corpo ou trazendo-lhe cura. Tudo depende, no que toca ao ser humano, das condições do corpo físico, da idade da alma e das possibilidades cármicas.

Gostaria que não interpretassem mal o significado da palavra “imperfeição”, que tão constantemente tenho usado em relação aos Grandes Seres Que expressam uma divindade inatingível à humanidade, em qualquer tempo, neste particular planeta. É preciso ter em mente que este sistema solar é o segundo, e que no primeiro sistema solar a ênfase foi posta sobre a materialidade inteligente; a meta do mais avançado iniciado era obter completo controle sobre a matéria, desdobrar o princípio da mente e evidenciar definido materialismo. Isso, naqueles eons tão distantes, marcava a realização, enquanto que, neste sistema solar, isso marca a derrota para a humanidade. Este sistema, incluindo todos os planetas e a nossa Terra, tem um objetivo diferente, e o segundo aspeto divino, o aspeto amor, tem que ser manifestado, e manifestado por meio da matéria impregnada com as qualidades desenvolvidas no primeiro sistema. O que era perfeição naquela época, não o é agora. Portanto, os Grandes Seres que são a soma total de tudo que é, estão trabalhando na e através da substância já colorida ou contaminada por qualidades que devem ser deixadas para trás e que não devem desenvolver-se mais.

São estas as imperfeições que estamos considerando -os sete aspetos da materialidade inteligente; é aqui que a doença tem a sua sede e expressão. Dizem-nos que o corpo físico não é um princípio; no sistema anterior ele o era. Neste atual sistema, os princípios são diferentes e é neste choque entre o que é e o que será (o que deseja-ser), que se encontram, no plano físico, as causas da doença e da morte. Reflitam sobre estes temas e lembrem-se que é preciso ver o quadro em ampla escala, tão ampla quanto possível, se quisermos alcançar uma verdadeira compreensão de algumas das causas das doenças e males físicos.

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