Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo I
3. Doenças Raciais e Nacionais
Por tudo que já tenho dito, deve estar claro que minha principal preocupação é indicar os fatores que são o resultado da história pregressa da raça muito mais do que apresentar detalhes específicos das doenças aliadas às diferentes nações. De fato, isto não seria possível devido à superposição e paralelismo que ocorre em todos os departamentos da vida natural. Acima de tudo, procuro tornar claro o que deve ser segundo a linha preventiva e o que deve ser realizado na difícil tarefa de contrabalançar as condições já existentes na terra como resultado do abuso dos poderes naturais, no passado. Portanto, é preciso curar essas condições em larga escala presentes no nosso planeta e, em consequência, não darei ênfase àquilo que é específico e individual. Estou também preparando o terreno para a discussão do nosso próximo tema -a relação da Lei do Carma com a doença, a morte e com a humanidade como um todo.
Ao considerar as doenças raciais e nacionais, não pretendo indicar que a tuberculose seja distintamente uma doença da classe média em todos os países, que a diabetes seja o principal problema dos povos do mundo que consumem arroz, e que o câncer grasse na Grã-Bretanha, enquanto que as doenças cardíacas são a principal causa de morte nos Estados Unidos. Estas generalizações são tão verdadeiras quanto falsas, como o são, geralmente, as estatísticas, e não há vantagem alguma em discutir estes pontos. Estas dificuldades serão todas superadas no devido tempo, pelo crescimento da compreensão, pelo diagnóstico intuitivo da doença, e pelo magnífico trabalho da medicina científica e acadêmica, além de uma compreensão mais real das corretas condições de vida.
Antes prefiro oferecer generalizações ainda mais abrangentes que indicarão as causas, e não darão ênfase às consequências dessas causas. Procuro, portanto, destacar que:
1. O próprio solo do planeta é uma importante causa de doença e contaminação. Há incontáveis eras, os corpos de homens e animais têm sido depositados no solo, o qual, consequentemente, está impregnado de germes e dos resultados das doenças, e isto de forma muito mais sutil do que se supõe. Os germes de antiquíssimas doenças -conhecidas e desconhecidas -encontram-se nas camadas do solo e do subsolo, e podem ainda provocar virulentos problemas, se lhes são oferecidas condições adequadas. Quero declarar que a Natureza jamais pretendeu que corpos fossem enterrados no solo. Os animais morrem e seus corpos retornam ao pó, porém purificados pelos raios do sol e pela brisa que o sopra e dispersa. O sol causa tanto a morte quanto a vida, e os mais virulentos germes e bactérias não conseguem manter sua potência se são submetidos ao calor seco dos raios do sol. Umidade e escuridão fomentam a doença que emana e é nutrida pelos corpos de onde foi retirado o aspeto vida. Quando, em todos os países no mundo inteiro, a regra for submeter as formas mortas à “prova de fogo”, e quando isto se tornar um hábito universal e persistente, então veremos uma enorme diminuição das doenças e um mundo muito mais saudável.
2. A condição psicológica de uma raça ou nação, como já vimos, produz uma tendência à doença e à diminuição da resistência às causas da doença; pode gerar uma habilidade para absorver facilmente contaminações malignas. Não é necessário que me alongue sobre isto.
3. As condições de vida, em muitos países, também fomentam a doença e a má saúde. Habitações escuras e superlotadas, acomodações subterrâneas, desnutrição, alimentação inadequada, maus hábitos de vida e diversas doenças ocupacionais -tudo contribui com sua cota para a má saúde geral da humanidade. Estas condições são universalmente reconhecidas e embora muito tenha sido feito para saná-las, há ainda muito mais a ser realizado. Um dos bons efeitos da guerra mundial será forçar as mudanças necessárias, a reconstrução que se impõe, e a nutrição científica da juventude da raça. Os males físicos nacionais variam de acordo com as tendências ocupacionais do povo; as doenças de uma raça agrícola diferem grandemente das de uma raça altamente industrializada; as predisposições físicas de um marinheiro variam bastante das de um escriturário de uma de nossas grandes cidades. Estes são dados banais sobre os trabalhadores sociais em muitas cidades e países. Algumas doenças parecem ser puramente locais; outras parecem universais em seus efeitos; algumas doenças estão desaparecendo gradualmente, enquanto novas doenças aparecem; certas formas de doença estão eternamente conosco; outras aparecem ciclicamente; algumas são endêmicas, enquanto outras são epidêmicas.
Como foi possível surgir este vasto conjunto de doenças e males corporais? Como é que algumas raças estão predispostas a sucumbir a uma forma de mal físico enquanto outras resistem a ela? Condições climáticas produzem doenças típicas que permanecem estritamente localizadas, não sendo encontradas em nenhuma outra parte do mundo. Câncer, tuberculose, sífilis, meningite raquidiana, pneumonia e doenças do coração, assim como a escrófula (usando o termo no seu antigo sentido para indicar certas formas de doenças da pele) grassam no mundo todo, causando milhões de mortes. Embora se tenham originado em determinados e antigos períodos raciais, elas têm agora um efeito geral. A chave para isto será encontrada, se os estudantes se lembrarem que embora o período racial atlante tenha ficado para trás há muitos milhões de anos, a grande maioria das pessoas hoje é basicamente atlante em sua consciência, e está assim sujeita às doenças daquela civilização.
Se fosse apresentada ao público pensante um panorama geral da saúde do mundo -em condições normais e não em tempos de guerra -levantar-se-ia a questão se haveria cem mil pessoas perfeitamente sadias entre os bilhões que hoje habitam o mundo. Penso que não. Mesmo que não exista uma doença efetiva e ativa, ainda assim, as condições dos dentes, da audição e da visão frequentemente deixam muito a desejar; tendências herdadas e predisposições ativas causam grande preocupação, e a tudo isto devem somar-se as dificuldades de ordem psicológica, as doenças mentais e os problemas especificamente cerebrais. Tudo isto reunido forma um quadro assustador. A medicina hoje luta contra as doenças que vai descobrindo; os cientistas procuram por alívio e curas e métodos seguros e duradouros de erradicação; os pesquisadores investigam os germes latentes, e os especialistas da área da saúde procuram novos meios para enfrentar o ataque violento das doenças. Saneamento, vacinação obrigatória, inspeção frequente, leis protegendo os alimentos, exigências legais e melhores condições de habitação -tudo isso é usado nesta luta pelas pessoas humanitárias de ampla visão. Ainda assim, a doença campeia violentamente, mais hospitais se fazem necessários e cresce sem parar a mortalidade.
A estes meios práticos oficiais, certas organizações como Ciência Mental, Novo Pensamento, Unity e Ciência Cristã oferecem sua ajuda, e procuram honestamente usar o poder da mente para resolver o problema. Na etapa atual, estes grupos estão em grande parte nas mãos de fanáticos e devotos não inteligentes; são intransigentes e incapazes de reconhecer que o conhecimento acumulado pela medicina e por aqueles que trabalham cientificamente com o corpo humano é tanto um dom de Deus quanto o seu -ainda não comprovado -ideal. Mais tarde, as verdades defendidas por esses grupos juntar-se-ão ao trabalho do psicólogo e do médico e quando isto acontecer, haverá um grande melhoramento. Quando o trabalho do médico e do cirurgião, em relação ao corpo físico, for reconhecido como essencial e bom, quando a análise e as conclusões do psicólogo complementem o seu trabalho, e quando o poder do pensamento reto for também usado como auxílio, então, e somente então, entraremos numa nova era de bem-estar.
Às diversas categorias de problemas é preciso acrescentar também todo um grupo de doenças que são mais estritamente mentais em seus efeitos -as insanidades, as obsessões e os colapsos nervosos.
Aos vários agentes curadores já mencionados deve-se acrescentar o trabalho realizado pelos Membros da Hierarquia espiritual e Seus discípulos; é necessário o poder e o conhecimento da alma, mais a sabedoria dos outros grupos de cura para promover a saúde entre o povo, para esvaziar nossos hospitais, para livrar a humanidade das doenças básicas, da insanidade e da obsessão, e para prevenir a criminalidade. Isto é finalmente levado a cabo pela correta integração do homem como um todo, através da correta compreensão da natureza da energia, e através da correta apreciação do sistema endócrino, suas glândulas e as sutis relações entre elas.
Atualmente, pouco trabalho coerente e integrado é realizado, em uníssono, pelos quatro grupos:
1. Médicos e cirurgiões -ortodoxos e acadêmicos.
2. Psicólogos, neurologistas e psiquiatras.
3. Curadores mentais e os trabalhadores do Novo Pensamento, mais os pensadores da Unity e da Ciência Cristã
4. Discípulos treinados e aqueles que trabalham com as almas dos homens.
Quando estes quatro grupos puderem entrarem estreita relação, e trabalhar juntos para libertar a humanidade da doença, chegaremos então a compreender a verdadeira maravilha do ser humano. Algum dia, teremos hospitais onde as quatro fases deste trabalho médico e terapêutico se desenvolverão lado a lado e na mais intensa cooperação. Nenhum dos grupos pode realizar totalmente a tarefa sem a ajuda dos outros; eles são todos interdependentes.
É a inabilidade destes grupos em reconhecer o que há de bom nos demais grupos lutando pelo bem-estar físico da humanidade que me impossibilita de oferecer um ensinamento mais específico e de falar de modo mais direto sobre estes assuntos. Fazem vocês ideia da muralha de pensamentos e discursos antagônicos frente à qual se depara uma ideia nova e pioneira? Já pensaram seriamente no conglomerado de pensamentos-forma cristalizados contra os quais essas novas ideias (e eu as chamarei de propostas hierárquicas) têm que lutar? Fazem ideia do peso morto das arcaicas e preconcebidas determinações que têm que ser removidas antes que a Hierarquia possa causar que um novo e necessário conceito penetre na consciência do público pensante -ou deveria dizer não-pensante? É muito difícil trabalhar no campo da medicina, porque o assunto é tão íntimo e o medo penetra muito fortemente nas reações daqueles que precisam ser alcançados. O abismo entre o que é antigo e estabelecido e o que é novo e espiritualmente exigido, precisa ser transposto. Bastante curioso é que grande parte da dificuldade é criada pelas mais recentes escolas de pensamento. A medicina ortodoxa é lenta -e nisso está certa -em adotar novas técnicas e métodos; é, às vezes, lenta demais, porém, no caso de novos sistemas de tratamento ou de diagnóstico, eles devem ser corretamente provados e estatisticamente comprovados, antes de serem incorporados ao currículo e métodos médicos; os riscos para o ser humano são muito grandes, e um médico bom e humanitário não fará de seu paciente objeto de experimentos. Contudo, nas últimas décadas a medicina tem avançado a passos largos, a ciência da eletricidade e a terapia da luz e muitos outros métodos e técnicas modernas já foram acrescentadas às várias outras ciências de que se vale a medicina. As demandas do intangível e o tratamento do nebuloso -se é que estes termos são adequados -estão sendo reconhecidos e sabe-se que desempenham um papel ortodoxo aceito nas novas abordagens à doença.
A abordagem das escolas e cultos mentais, como eles erroneamente se auto intitulam, não tem sido de grande valia, e isto em grande parte, por sua própria culpa. Escolas de pensamento como Ciência Mental, Novo Pensamento, Unity, Christian Science, iniciativas quiropráticas, os esforços dos terapeutas naturalistas e muitos outros trazem danos à sua própria causa, devido aos excessivos benefícios que alardeiam e aos seus incessantes ataques contra a medicina ortodoxa e outros canais de comprovada eficácia, e contra o conhecimento -fruto de séculos de experimentação -das escolas acadêmicas de medicina e cirurgia. Esquecem-se que muitos de seus êxitos -frequentemente irrefutáveis -podem ser classificados como curas pela fé, e isto pode ser feito tanto correta como incorretamente. Tais curas há muito têm sido reconhecidas pelo pensador acadêmico e sabe-se que são reais.
Estes cultos que são, de fato, os guardiães de verdades necessárias, precisam acima de qualquer outra coisa modificar sua atitude e aprender a natureza espiritual da concessão mútua nestes dias de desenvolvimento evolucionário. Suas ideias não poderão alcançar sua total e deseja utilidade, se estiverem apartadas do conhecimento já dado por Deus que a medicina acumulou ao longo das eras; precisam também registrar seus inúmeros fracassos, como registram os sucessos tão alardeados. Quero assinalar aqui que esses sucessos não são de forma alguma tão numerosos quanto os da medicina ortodoxa e o benéfico trabalho realizado nas clínicas de nossos hospitais, que -apesar dos fracassos e às vezes grossa estupidez -aliviam grandemente as dores e os males das massas humanas. Estes cultos deixam de declarar, ou mesmo reconhecer, que em casos de doença extremamente grave ou de acidente, o paciente não está em condições físicas de afirmar ou reivindicar a cura divina e depende do trabalho de algum curador que trabalha sem nada saber sobre o carma do paciente. Muitas das chamadas curas -e isto aplica-se também à medicina ortodoxa -são curas porque a hora final do paciente não é chegada ainda, e ele ter-se-ia recuperado de qualquer modo, embora a recuperação seja mais rápida, devido às medidas tomadas pelo médico treinado.
Nos casos de acidente grave em que a pessoa está sangrando, o curador (não
importa a que culto pertença) lançará mão dos métodos usados pelo médico
ortodoxo; ele aplicará um torniquete, por exemplo, e tomará as medidas
prescritas pela medicina ortodoxa, em vez de ficar parado e ver a pessoa morrer
porque seu culto não usa essas medidas. Quando se vê frente à morte, usará
os métodos já conhecidos e comprovados e chamará um médico antes que seja
acusado de um assassínio.
Nada do que foi dito acima tem um sentido depreciativo; é apenas um esforço
para provar que as muitas escolas de pensamento -ortodoxas, acadêmicas,
antigas, materialistas ou espiritualistas, novas, pioneiras ou mentalistas
-são interdependentes, e precisam ser reunidas numa única e grande ciência
da cura. Esta será uma ciência que curará o homem por inteiro e porá em
ação todos os recursos -físicos, emocionais, mentais e espirituais -de que o
homem é capaz. A medicina ortodoxa está mais aberta à cooperação com os
cultos mais novos do que os neófitos da ciência do controle mental da
doença; ela não pode, contudo, permitir que seus pacientes se transformem em
cobaias (não é este o termo usado nesses casos, meu irmão?) para a
satisfação dos cultores pioneiros e a comprovação de suas teorias -não
importa quão corretas sejam quando aplicadas conjuntamente com o que já foi
comprovado. O caminho do meio entre o compromisso e cooperação mútuas é
sempre o mais sábio, e esta é uma lição muito necessária hoje em qualquer
departamento do pensamento humano.
Passaremos agora a tratar da terceira e última parte das considerações sobre as causas básicas das doenças. O carma foi pouco abordado e será ventilado talvez um pouco mais extensamente do que o justificado pelo nosso tema principal.