Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo II
2. DOENÇAS QUE SURGEM DE CONFUSAS CONDIÇÕES PLANETÁRIAS
É, obviamente impossível, alongar-me sobre este assunto, uma vez que não é possível dar sequer a mais leve indicação que permita, no presente, qualquer processo de verificação. O que disser terá que ser aceito em confiança, e depende do que acredito ser reconhecido como minha comprovada veracidade e integridade. Direi pouco -apenas o suficiente para indicar uma frutífera causas da doença, e tão antiga que é inerente à vida do próprio planeta. Estas doenças não têm origem subjetiva ou sutil; não são o resultado de condições emocionais ou indesejáveis processos mentais. Não são de natureza fisiológica e, portanto, não podem ser atribuídas a qualquer atividade dos centros. Elas se originam do interior da própria vida planetária e do seu aspeto vida, tendo um efeito emanatório direto sobre os átomos individuais dos quais o corpo físico denso é composto. Este é um ponto importante a ser lembrado. A fonte de qualquer doença desta natureza induzida pelo próprio planeta, é primariamente devida, portanto, a um impacto externo de certas emanações vibratórias oriundas da superfície do planeta, geradas nas suas profundezas, e impingidas sobre o corpo físico denso. Essas irradiações atuam sobre as unidades de energia, que, na sua totalidade, constituem a substância atômica do corpo; elas não têm conexão alguma com a corrente sanguínea ou com o sistema nervoso. Consequentemente, é impossível detectá-las ou isolá-las, porque o homem hoje está tão altamente organizado e integrado que estes impactos externos evocam uma resposta imediata do sistema nervoso; o médico atual é incapaz de distinguir entre as doenças que têm origem no próprio interior do mecanismo do paciente -tangível ou intangível -e aquelas de natureza irritante provenientes do exterior, produzindo efeitos imediatos sobre o organismo sensível do corpo do homem. Não me estou referindo aqui a doenças infecciosas ou contagiosas.
Talvez um ponto que eu possa enfatizar à guisa de ajuda, é que este obscuro efeito planetário (obscuro para nós, na época atual) sobre o corpo físico é a principal causa da morte, no que tange à morte da forma de natureza puramente animal, ou as formas da vida presentes nos reinos animal e vegetal, e num grau menor e mais lento, também no reino mineral. A morte, no que diz respeito ao ser humano, se deve, cada vez mais, a um intento planejado e a uma retirada planejada da alma, sob a pressão de seu próprio intento formulado. Isto aplica-se, até um certo ponto, a todos os que morrem, exceto àqueles que têm um grau tão inferior de inteligência que a alma é praticamente pouco mais do que um obscuro agente. De todos os que morrem, altamente desenvolvidos ou não, as etapas posteriores da dissolução, efetivas depois da retirada consciente da alma (consciente por parte da alma e tornando-se cada vez mais consciente por parte do que está morrendo) são levadas a efeito por este poder da própria vida planetária de conferir a morte.
No caso dos reinos subumanos da natureza, a morte é o resultado direto desta obscura atividade do planeta. A única ideia que lhes posso dar quanto ao seu funcionamento, é que a alma de todas as formas de vida não-humanas é um aspeto inerente da substância da qual o planeta mesmo é construído; esta alma pode ser abstraída de acordo com ciclos, ainda não determinados pela ciência, mas fixos e exatos em sua atuação -independentemente de grandes acidentes planetários ou da ação direta do quarto reino da natureza. Este inato poder planetário leva à morte de um animal e -no ciclo muito mais vasto da evolução -à extinção de uma espécie; leva também, com o tempo, à morte das formas no reino vegetal, e é também uma das causas que levam ao ciclo outonal do ano, produzindo “as folhas secas, amarelas”, a perda do verdor na grama, e aquelas manifestações cíclicas que indicam não só a morte, em escala passageira e temporária, mas o completo cessar de vitalidade dentro de uma forma. “Tempos de morrer” são manifestações cíclicas do “aspeto destruidor” no interior do próprio planeta. Estes pontos são, forçosamente, difíceis de serem compreendidos.
Esta atividade irradiadora da vida planetária, de natureza cíclica e eternamente presente, está intimamente relacionada com a influência do primeiro raio. É este aspeto do Raio da Vontade ou Poder que produz a dissipação da forma, e a corrupção e dissipação do veículo denso até ele ser completamente reabsorvido pela substância do planeta. O uso focalizado da imaginação ajudará a descobrir quão vitalmente construtivo este agente da divindade pode ser. A morte tem estado presente no nosso planeta desde a noite dos tempos; as formas vêm e vão; a morte tem levado plantas e árvores, animais e as formas dos seres humanos há eras sem fim; e ainda assim, o nosso planeta não é um repositório de ossos, como o poderia ser à luz destes fatos; ao contrário, é ainda um mundo de beleza, que nem o homem conseguiu estragar. Os processos da morte, da dissolução e da dissipação das formas continua a cada momento, sem produzir contaminação contagiosa ou a desfiguração da superfície da terra. Os resultados da dissolução são benéficos em seus efeitos. Reflitam sobre esta atividade benéfica e sobre a beleza do plano divino de morte e desaparecimento.
Com o homem, a morte emprega dois aspetos de atividade; a alma humana difere da alma das formas não-humanas pelo fato de ser ela mesma -no seu próprio plano -uma expressão plena e efetiva dos três aspetos divinos. Ela determina, dentro de certos limites -baseados em condições temporais e necessidade espacial -sua entrada na forma humana e posterior saída. Uma vez realizada a saída, e tendo a alma retirado, do cérebro, o fio da consciência e, do coração, o fio da vida, certos processos vitais ainda persistem. Estes, contudo, estão agora sob a influência da vida planetária e o elemental físico (a totalidade dos átomos vivos da natureza corporal) responde a ela. Quero que observem o paradoxo ocultista de que a morte é o resultado de processos vivos. A morte, ou a energia produtora da morte que emana do planeta, provoca a total desintegração do organismo físico denso em seus elementos essenciais - químicos e minerais, mais certas substâncias inorgânicas susceptíveis de serem absorvidas pelo solo do planeta. A morte, como resultado da atividade da alma produz, portanto, a retirada do corpo “do corpo de luz e dos corpos sutis”, entregando a forma densa e suas partes componentes aos benignos processos de controle planetário. Esta atividade dual produz a morte -tal como a conhecemos sob o ângulo humano.
É necessário destacar aqui que esta habilidade do Logos planetário para extrair da essência da vida inata em cada átomo, produz o que poderia chamar-se deterioração na estrutura da forma em qualquer ponto de onde a essência desta vida é emitida. Isto traz condições que eventualmente se tornam visualmente aparentes; assim, a doença e a “tendência para morrer” tornam-se reconhecíveis. Portanto, uma flor que murcha, a morte de um velho animal ou de uma árvore centenária, e as muitas doenças do ser humano -tudo é provocado pela atração da poderosa vida do planeta, falando esotericamente. Isto é um aspeto do que erroneamente chamamos Lei da Gravidade, a qual -sob o ponto de vista esotérico -um aspeto da Lei do Retorno, que governa a relação de uma unidade de vida na forma com sua fonte de emanação. “Sois pó, e ao pó retornarás” é uma afirmação da lei ocultista. Na curiosa evolução das palavras -como qualquer bom dicionário revelará -a palavra “pó” deriva de suas raízes, uma significando “vento” e a outra “desfazendo-se em pedaços”: pó (do lat. pulvus) -tenuíssimas partículas de terra seca, ou de qualquer outra substância, que cobrem o solo, ou se elevam na atmosfera. O significado das duas raízes torna-se claro e a sequência das ideias chama a atenção. Com a retirada do ar ou alento, o corpo desfaz-se em pedaços, e esta é uma afirmação verdadeira e significativa. Quando a vida maior absorve a vida menor, desaparece aquilo a que a vida dera forma. Isto aplica-se a todas as formas nos reinos subumanos quando respondem à atração ou chamado da vida planetária; aplica-se também à forma humana quando ela reage ao chamado da alma para que lhe devolva o princípio da vida, através do sutratma, e retornar, como consciência, à sua fonte registradora.
Neste processo e interação, a forma mostra os resultados de ser a receptora da onda de vida proveniente do planeta ou a liberadora dessa mesma vida, sob a lei cíclica, para o seu reservatório geral de energia vivente. Destas duas reações depende a saúde ou doença da forma nas várias etapas e estados de resposta e sob a ação de outros fatores contribuintes e condicionantes. Há três etapas principais no ciclo de vida de todas as formas subumanas, assim como na forma humana quando a alma é simplesmente uma força de influência e não uma energia integrada:
1. A etapa de influxo, de vitalização e de crescimento.
2. A etapa de resistência, em que a forma preserva sua própria integridade durante um ciclo temporário, determinado por sua espécie e meio ambiente, resistindo com êxito a qualquer “atração" da vida onipenetrante e a qualquer reabsorção de sua vitalidade.
3. A etapa de emissão, em que a atração da vida maior do planeta extraí e absorve a vida menor enfraquecida. Este processo de enfraquecimento é parte de uma lei cíclica, sugerida pelo provérbio, “Os dias de vida de um homem são sessenta mais dez”. Quando um período cíclico geral transcorre normalmente, forçosa e gradualmente surgirá um enfraquecimento no tecido corporal. No devido tempo, aparece uma doença ou deterioração, seguida de morte. A duração dos ciclos e sua causa determinante são um profundo mistério e estão especificamente relacionados com os diversos reinos da natureza e com as espécies, tipos e formas dentro desses agregados de processo viventes. Estes ciclos são até agora conhecidos apenas pelos Mestres e por aqueles iniciados a quem é dada a tarefa de promover os processos evolutivos dentro dos reinos subumanos, e pelos devas cuja tarefa é controlar o processo.
Como bem sabem, a grande distinção entre o reino humano nos três mundos e os outros reinos da natureza é o fator do livre arbítrio. Na questão da morte, este livre arbítrio tem, em última análise, uma definida relação com a alma; a vontade da alma é seguida consciente ou inconscientemente, no que concerne a decisão sobre a morte, e esta ideia traz em si muitas implicações sobre as quais os estudantes deveriam refletir.
Chegamos agora a outra importante generalização a respeito de doença e morte em relação à humanidade:
LEI VIII
A doença e a morte são o resultado de duas forças ativas. Uma é a vontade da alma que diz ao seu instrumento: “Eu retiro a essência". A outra é o poder magnético da Vida planetária que diz à vida no interior da estrutura atômica: É chegada a hora da reabsorção. Retorna a mim”. Assim agem todas as formas, sob a lei cíclica.
Aqui a referência é à dissolução normal da forma ao fim de um ciclo de reencarnação. Como sabemos, tal ciclo é determinado, no caso do homem, por importantes fatores psicológicos que podem acelerar ou prolongar a “hora do fim”, porém, só até certo ponto. O ditame da alma e o decreto da Vida planetária são os fatores determinantes finais, exceto no caso de guerras, acidentes, suicídios ou epidemias.
O poder de absorção com que o planeta é dotado, dentro de certos limites, é enorme; são estas limitações, por exemplo, que promovem epidemias como consequência da guerra. Tais epidemias têm um sério efeito sobre a raça humana depois de terminado o ciclo da guerra e depois que a consequente epidemia é debelada. A humanidade, particularmente na Europa Oriental, ainda não se recuperara completamente das epidemias que se seguiram à primeira parte da Grande Guerra, quando irrompeu a segunda parte. Os efeitos psicológicos continuam; as cicatrizes e os resultados da segunda fase da guerra mundial persistirão por cinquenta anos, muito embora -graças ao maior conhecimento científico do homem -o fator epidêmico possa ser, surpreendentemente, mantido sob controle. Isto, contudo, ainda é incerto. Somente o tempo dirá se a humanidade terá êxito em contrabalançar as penalidades que a natureza ultrajada poderá impor.
Serão grandes os benefícios resultantes do crescente costume de cremar as formas que a vida abandonou; quando isto for um costume universal, as doenças diminuirão muito, o que levará à longevidade e maior vitalidade. O fator de resistência ou o processo pelo qual uma forma se mostra imune ou não-responsiva à atração planetária e impulso para a reabsorção, exige um grande gasto de energia. Quando a vida aumenta sua potência dentro da forma e à menos reação aos fatores transmissores de doenças, a alma dentro da forma exercerá maior controle, se expressará com maior beleza e prestará serviço mais valioso. Isto será verdade, algum dia, em todos os reinos da natureza, e assim teremos uma constante irradiação de luz emanando na crescente glória da Vida de Deus.