Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo II
1. DOENÇAS DA HUMANIDADE HERDADAS DO PASSADO
A História, tal como é hoje estudada, abrange um curto passado, e embora historiadores e cientistas esclarecidos possam fazer retroceder a história da humanidade a milhões de anos, pouco se conhece das raças dos homens que viveram então; nada se sabe da civilização que floresceu nos primeiros tempos atlantes, há doze milhões de anos; absolutamente nada se sabe da ainda mais antiga civilização lemuriana, que remonta a mais de quinze milhões de anos; menos ainda se conhece daquele período crepuscular que existiu há vinte e um milhões de anos quando os homens mal poderiam ser chamados humanos, tão próximos ainda do reino animal que melhor seria chamá-los pelo embaraçoso nome de “homem-animal”.
Durante o vasto período transcorrido até agora, miríades de pessoas viveram, amaram e tiveram suas experiências; seus corpos volveram ao pó da terra e cada uma delas contribuiu com algo que ganhara durante a experiência da vida -algo diferente, contudo, daquilo com que contribuiu para a vida da alma no seu próprio plano. Este algo da contribuição alterou, de alguma forma, os átomos e células do corpo físico, e esse algo que foi ganho também, no devido tempo, foi liberado novamente no solo do planeta. Cada alma que se retirou do corpo, voltou à terra repetidamente, e muitos milhões estão aqui hoje, particularmente aquelas que estavam presentes nos últimos tempos atlantes, e que são, portanto, a flor e o mais elevado produto daquela raça altamente emocional. Elas trazem consigo as predisposições e as tendências inatas com as quais sua história pregressa as dotou.
Portanto, é preciso ter em mente que os corpos físicos que hoje a humanidade habita são construídos de matéria muito antiga e que a substância empregada está contaminada ou condicionada pela história do passado. A este conceito é preciso juntarmos outros dois. Primeiro, que as almas que encarnam atraem para si o tipo de matéria com a qual devem construir seus invólucros exteriores, e que isto será responsável por algum aspeto de sua natureza mais sutil; se, por exemplo, o desejo físico os condiciona, a matéria de seu veículo físico será grandemente responsável por este particular impulso. Segundo, cada corpo físico traz dentro de si as sementes de inevitável retribuição, se suas funções foram mal usadas. O grande pecado original nos tempos lemurianos foi de natureza sexual, devido em grande parte, não apenas a tendências inerentes, mas à extraordinariamente densa população de sua civilização e à estreita relação com o reino animal. A origem das doenças sifilíticas (foi respeitada a redação do original; certamente o autor se refere não somente à sífilis -transmitida pelo treponema pallidum -como também às manifestações que decorrem das modificações do chamado “terreno biológico que se manifestam na hereditariedade -N. do t.) remonta a esses tempos.
Há, nas mentes das pessoas ignorantes, a fantasiosa ideia de que as raças primitivas estão livres desse tipo de contaminação e que as inúmeras doenças sexuais e seus resultados são predominantemente doenças da civilização. Sob o ponto de vista ocultista, isto não é assim. O verdadeiro conhecimento comprova o contrário. Na infância da raça teve lugar o acasalamento indevido, a promiscuidade e uma série de perversões, e na linguagem de alguns dos mais antigos livros encontrados nos Arquivos dos Mestres, lemos o seguinte: “A terra recebeu seus mortos e terra para terra, poluída e impura, retornou à terra; assim, vida maligna introduziu-se na pristina pureza da antiga mãe. Profundamente enterrado no solo está o mal, que emerge na forma de tempos em tempos, e somente o fogo e o sofrimento podem absolver a mãe do mal que seus filhos lhe trouxeram".
A raça lemuriana praticamente se autodestruiu, devido ao mau uso do centro sacro, que era, naquela época, o centro dominante e mais ativo. Nos dias atlantes, o plexo solar era o objetivo principal do “fogo entrante’’. O trabalho da Hierarquia, na época lemuriana, era, como já disse antes, ensinar à humanidade infante a natureza, o sentido e a significância do veículo físico, assim como na raça seguinte, o emocional foi fomentado e tornou-se o principal objeto de atenção, e na nossa raça, é a mente que está sujeita à estimulação. O iniciado lemuriano era aquele que adquirira completo controle do corpo, e a hatha-yoga era, então, a principal prática espiritual. Com o tempo, esta foi ultrapassada pela laya-yoga, que trouxe os centros no corpo etérico (exceto o centro laríngeo e o coronário) à atividade funcionante. Esta não é o tipo de atividade possível agora, porque é preciso lembrar que os Mestres daqueles tempos não tinham o desenvolvimento ou a compreensão dos Mestres de hoje, a única exceção sendo Aqueles Que tinham vindo de outros esquemas e outras esferas para ajudar o homem-animal e a primitiva humanidade.
A. Doenças Sexualmente Transmissíveis
Paralelamente à atividade da Grande Loja Branca (tal como era o caso então e é hoje) havia a atividade das forças trevosas. Seus efeitos tinham que ser produzidos através do centro sacro, e assim uma situação das mais viciosas foi criada, a qual enfraqueceu o vigor do corpo humano, aumentando enormemente as exigências da natureza sexual pela estimulação do centro sacro provocada pela Loja Negra, e que levou a inúmeras alianças ímpias e relacionamentos indignos e danosos.
Uma nova grande lei da natureza foi, então, imposta pelo Logos planetário, expressa, muito inadequadamente, pelas palavras, “A alma que peca, morrerá". Poder-se-ia expressar melhor esta lei com as palavras, “Aquele que abusa daquilo que construiu, vê-lo-á ser destruído pelas suas próprias forças internas”.
Com o passar dos séculos, e à medida que a raça lemuriana se entregava aos impulsos danosos da natureza animal, foram gradualmente aparecendo os primeiros tipos de doenças venéreas; finalmente, toda a raça foi contaminada e desapareceu -a natureza exigiu seu tributo, inexoravelmente exigindo e cobrando o seu preço. Neste ponto, vocês poderão perguntar como os primeiros habitantes do nosso planeta poderiam ser responsabilizados, uma vez que não há pecado onde não há senso de responsabilidade ou consciência de fazer o mal. A Hierarquia de então tinha seus próprios métodos para ensinar esses povos infantes, assim como uma pequena criança hoje pode ser ensinada a abster-se de certos hábitos físicos. A humanidade daquela época sabia bem o que era o mal, pois as evidências desse mal apareciam fisicamente e eram facilmente percebidas. A penalidade era óbvia e imediatos os resultados; os Instrutores da raça providenciaram para que causa e efeito fossem rapidamente notados.
Naquela época, surgiram também as primeiras tendências para o casamento, como diferenciação da promiscuidade; a formação de unidades familiares tornou-se objeto de atenção e a meta para os mais evoluídos. Esta foi uma das primeiras tarefas empreendidas pela Hierarquia e o primeiro esforço em direção a alguma forma de atividade grupal, trazendo a primeira lição ligada à responsabilidade.
A unidade familiar não era estável como pode ser hoje, porém, mesmo seu período relativamente breve foi um estupendo passo adiante; a segregação da unidade familiar e o crescimento do senso de responsabilidade prosseguiram firmemente até culminar no atual sistema matrimonial e na ênfase sobre a monogamia, no ocidente; conduziram ao orgulho ocidental sobre a linhagem e a raça, e ao total horror que o pensador ocidental tem das doenças de origem sifilítica, pois que afetam a família e seus descendentes.
Contudo, duas coisas interessantíssimas estão acontecendo hoje. A unidade familiar -em escala mundial -está sendo desfeita, devido aos azares da guerra e -numa escala menor -devido às ideias modernas sobre casamento e divórcio. Segundo, curas rápidas e definidas para as doenças sexuais estão sendo descobertas, o que tende a tornar as pessoas mais imprudentes. Quando, porém, as pessoas se aperfeiçoarem, elas afinal protegerão a raça e depois da morte devolverão ao solo corpos libertos da praga que tem contaminado a terra há infinitas eras. Assim, o solo será gradualmente purificado. O crescimento da prática de cremação também auxiliará neste processo de purificação. A destruição pelo fogo e a intensidade do calor gerado pelos métodos militares aplicados também estão ajudando, e durante o próximo milhão de anos veremos a sífilis (herdada da Lemúria) desaparecer, tanto da família humana quanto do solo do planeta.
À medida que transcorreram as eras, a humanidade entrou na etapa atlante de desenvolvimento. O controle consciente do corpo físico desceu abaixo do limiar da consciência; consequentemente, o corpo etérico tornou-se mais potente (um fato raramente levado em consideração), e o corpo físico, como um autômato, reagiu sistematicamente à impressão e direção da natureza do desejo em constante desenvolvimento. O desejo tornou-se algo mais do que resposta aos impulsos físicos animais e aos instintos primitivos: foi direcionado para objetos e objetivos estranhos ao corpo, para posses materiais e para as coisas que -quando vistas e cobiçadas -podiam ser possuídas. Assim como os maiores pecados da época lemuriana (se é que podem ser chamados pecados, em seu verdadeiro sentido, devido à pouca inteligência da raça) foram por abuso do sexo, o maior pecado do povo atlante foi o roubo -generalizado e corrente. As sementes da agressão e da ganância começaram a mostrar- se, culminando na grande guerra (como está relatada na Doutrina Secreta) entre os Senhores de Face Luminosa e os Senhores de Face Escura. Para apoderar-se daquilo que cobiçavam e sentiam necessitar aqueles mais desenvolvidos da raça começaram a praticar a magia. Não me é possível descrever a natureza e as práticas da magia atlante com o seu controle dos elementais e de formas de vida que foram forçadas a retroceder e são agora inacessíveis à humanidade; nem posso indicar-lhes os métodos especiais empregados para conseguir o que era desejado, as Palavras de Poder empregadas e os rituais cuidadosamente planejados e seguidos pelos que procuravam enriquecer e tomar o que queriam, não importa o que isso custasse a outras pessoas. Este trabalho mágico foi o arremedo da Magia Branca tão abertamente usada nos tempos que antecederam a grande guerra entre as Forças da Luz e as Forças do Mal. A magia correta era bastante familiar ao povo atlante, e era usada por aqueles Membros da Hierarquia a Quem fora confiada a direção da raça e Que estavam combatendo o mal desenfreado nas camadas superiores. Aquele mesmo mal está novamente em pé de guerra e está sendo combatido pelos homens de boa vontade, sob a direção da Grande Loja Branca. O luxo alcançou alturas na Atlântida que nós, com toda a nossa jactanciosa civilização, nunca conhecemos e jamais alcançamos. Alguns leves indícios nos chegaram através de lendas, do Egito antigo, de descobertas arqueológicas e de velhos contos de fadas. Houve um ressurgimento de maldade puramente atlante nos dias de decadência do Império Romano. A vida foi contaminada pelos miasmas do mais absoluto egoísmo e as próprias fontes da vida tornaram-se poluídas. O homem vivia e respirava unicamente para possuir o máximo luxo e uma pletora de coisas e bens materiais. Viviam sufocados pelo desejo e perseguidos pelo sonho de jamais morrer, de viver eternamente, adquirindo cada vez mais todas as coisas que desejavam.
B. Tuberculose
É nesta situação que encontramos a origem da tuberculose. Originou-se nos órgãos por meio dos quais o homem respira e vive, e foi imposta -como penalidade -pela Grande Loja Branca; os Mestres promulgaram uma nova lei para o povo atlante quando o vício lemuriano e a cupidez atlante alcançaram o ápice da desumanidade. Esta lei pode ser traduzida nos seguintes termos: "Aquele que vive somente para os bens materiais, que sacrifica toda a virtude na obtenção daquilo que não pode durar, morrerá em vida, o ar lhe faltará, e ainda assim recusar-se-á a pensar na morte até que ela venha chamá-lo".
É difícil para nós, nos dias atuais, apreciar ou compreender o estado de consciência atlante. Não havia processo mental de qualquer espécie, exceto entre os líderes da raça; havia somente o desejo -desabrido, sem escrúpulos, insaciável. Esta ação da Grande Loja Branca forçou duas consequências e confrontou a raça com dois problemas até então não percebidos. O primeiro foi que atitudes psicológicas e estados de consciência provocam condições fisiológicas que podem ser tanto boas quanto más. O segundo foi que, pela primeira vez, as pessoas enfrentaram com reconhecimento o fenômeno da morte -morte que elas mesmas provocavam de um novo modo e não apenas por meios físicos. Isto de alguma forma tinha que ser representado para elas de uma maneira objetiva, pois as massas ainda não respondiam ao ensinamento verbal, mas somente a acontecimentos visuais. Quando, portanto, viam uma pessoa particularmente predadora e cobiçosa começar a sofrer de uma terrível doença que parecia surgir do seu próprio interior e que -enquanto sofria -mais se apegava ao seu amor pela vida (como ainda hoje fazem os tuberculosos), enfrentaram outro aspeto ou outra forma da lei original que fora imposta na época da Lemúria: “A alma que peca, morrerá”. A morte até então havia sido aceita sem questionamento, como o destino de todas as coisas vivas, mas agora, pela primeira vez, era reconhecida a relação mental entre a ação individual e a morte -conquanto ainda de modo impreciso e tênue -e um grande passo adiante foi dado na consciência humana. O instinto não mais controlava esta situação.
A morte, meu irmão, é uma grande, universal herança; todas as formas morrem, pois paradoxalmente esta é a lei da vida. Chegara a hora em que se podia ensinar à raça a lição de que a morte podia ser o término de um ciclo e uma resposta automática à grande Lei dos Ciclos que continuamente institui o novo e destrói o velho, ou pode ser provocada pelo abuso do corpo físico, pelo mau uso da energia e pela ação deliberada do próprio homem. O homem que peca deliberadamente, e que está psicologicamente errado em suas atitudes e consequentes ações, comete suicídio tal como aquele que estoura os próprios miolos. Raramente isto é compreendido, porém a verdade tornar-se-á cada vez mais aparente.
A injunção bíblica para nos lembrarmos que os pecados dos pais se estenderão aos filhos, é uma afirmação literal sobre as doenças que os homens herdaram da Lemúria e da Atlântida. A sífilis e a tuberculose prevaleceram grandemente na primeira metade da raça ariana, na qual agora nos encontramos, e hoje elas não apenas afetam os órgãos sexuais e os pulmões (como nas etapas iniciais de seu aparecimento), mas agora envolvem a corrente sanguínea e, em consequência, todo o organismo humano.
Muito tem sido feito nos últimos cinquenta anos para manter a tuberculose, a grande doença atlante, sob controle por meio de uma vida simples, alimentação sadia e farta e ar puro. Muito está sendo feito para controlar finalmente as doenças sifilíticas; ambas as doenças serão eventualmente erradicadas, não somente devido ao tratamento adequado e às descobertas da ciência médica, mas porque a raça -à medida que cada vez mais se polariza mentalmente -usará o bom senso para ela própria lidar com o problema, e decidirá que os pecados físicos cobram um preço muito alto, e que a posse daquilo que o homem não necessita ou trabalhou por merecer, e que portanto não é seu por direito, não vale a pena.
Foi em torno destas ideias básicas que se travou a guerra mundial (1914-1945). A posse ilegal de terras, territórios, bens alheios é chamada agressão; mas, em princípio, isto é o mesmo que furtar, roubar ou violar. Hoje, estes males não são somente pecados e faltas individuais, mas podem ser características nacionais; a guerra mundial fez surgir este problema à superfície da consciência humana, e a antiga luta atlante está sendo amargamente travada, com a probabilidade de que, desta vez, a Grande Loja Branca triunfará. No passado, foi posto fim à guerra pela intervenção do próprio Logos planetário, e aquela antiga civilização mergulhou nas profundezas e foi sepultada pela água -o símbolo da pureza, do saneamento e da universalidade, e portanto apropriada como fim para uma raça que um dos Mestres chamou de “raça orientada para a tuberculose”. Morte por afogamento, e morte por obscuros meios físicos que não tenho liberdade para descrever, foram ambas tentadas no esforço de salvar a humanidade. Hoje, a técnica aplicada é a morte pelo fogo, que promete ter êxito. Em contraposição às grandes crises lemuriana e atlante, a humanidade agora está muito mais alerta mentalmente, as causas dos problemas são reconhecidas, veem-se os motivos mais claramente, e a vontade-para-o-bem e para mudar as nefastas condições passadas está mais forte do que nunca. O que começa agora a manifestar-se na consciência pública é algo totalmente bom e novo.
As razões subjetivas apresentadas para explicar o aparecimento dessas duas antiquíssimas doenças raciais podem parecer, aos que não são esoteristas, possíveis mas não prováveis e de natureza vaga e fantasiosa, e isto é inevitável. Estes dois grupos de doenças são de origem tão espantosamente antiga que eu as defini como inerentes à própria vida planetária e herança de toda a humanidade, pois em todos nós, a quebra de certas leis provocará essas doenças. Se eu quisesse, poderia levá-los ainda mais longe, ao reino do mal cósmico, uma vez que ele prevalece em nosso sistema solar e afeta o Logos planetário, o Qual ainda está incluído entre “os Deuses imperfeitos”. A forma externa do planeta através do qual Ele se expressa está, até certa profundidade, impregnada com as sementes dos germes dessas duas doenças; contudo, à proporção que se for desenvolvendo a imunidade, que forem desenvolvidos métodos de cura, que a medicina preventiva assuma o papel que lhe cabe, e o próprio homem atinja um crescente controle mental e da alma sobre a natureza animal e do desejo, essas formas de sofrimento humano desaparecerão, e (não importa o que digam as estatísticas) elas estão desaparecendo entre as áreas mais controladas da família humana. À medida que a vida de Deus (expressando-se como divindade individual e universal) pulsar mais vigorosamente através dos reinos da natureza, essas duas penalidades do mal serão desnecessárias e desaparecerão, inevitavelmente, por três razões:
1. A orientação da humanidade em direção à luz caminha firmemente e “a luz dissipa o mal”. A luz do conhecimento e reconhecimento das causas produzirão aquelas condições cuidadosamente planejadas que farão da sífilis e da tuberculose coisas do passado.
2. Os centros abaixo do diafragma serão submetidos a um processo de purificação e elevação; a vida do centro sacro será controlada e a energia geralmente ali focalizada será utilizada na vida criativa por meio do centro da garganta; o plexo solar terá sua energia elevada ao coração, e a tendência humana para o egoísmo, desaparecerá.
3. A cura total, implementada pela ciência, trará gradualmente o fim do contágio.
Outra razão que porá fim àquelas práticas e maneiras de viver e de desejar causadoras destas doenças, é ainda pouco conhecida; Cristo referiu-se a ela quando falou da época em que nada secreto permaneceria oculto e que todos os segredos seriam proclamados do alto dos telhados. O crescimento do registro telepático e dos poderes psíquicos, como a clarividência e a clariaudiência tenderá afinal a despir a humanidade da privacidade na qual pecar. Os poderes pelos quais os Mestres e os mais altos iniciados podem determinar o estado psíquico e a condição física da humanidade, sua qualidade e consciência, já estão começando a mostrar-se na humanidade adiantada. As pessoas pecarão, cometerão atos maldosos, e satisfarão seus desordenados desejos, porém seus semelhantes terão conhecimento disso e nada do que fizerem ficará em segredo. Alguma pessoa ou algum grupo se dará conta das tendências da vida de um homem, e mesmo dos incidentes nos quais ele satisfaz a alguma exigência de sua natureza inferior, e a existência desta possibilidade atuará como um poderoso freio -um freio muito maior do que possam imaginar. O homem é realmente o guardião de seu irmão, e essa guarda tomará a forma do conhecimento e de “boicote e sanções" — como hoje se fala com referência à penalização de nações.
Gostaria muito que vocês refletissem sobre estes dois modos de penalizar as más ações. Eles serão prática e automaticamente aplicados por indivíduos e grupos a outros, como uma questão de bom gosto, sentimentos e intenções corretas de ajuda, e assim o crime e a tendência ao mal gradualmente desaparecerão. Compreender-se-á que todo o crime está fundamentado em alguma forma de doença, ou no excesso ou falta de estimulação glandular, baseados, por sua vez, no desenvolvimento ou subdesenvolvimento deste ou daquele centro. A opinião pública esclarecida -informada quanto à constituição do homem e ciente da Grande Lei de Causa e Efeito -tratará a criminalidade através de práticas médicas, de condições ambientais corretas, e das penalidades sob a forma de boicote e sanções. Não há tempo para me alongar sobre estes assuntos, porém as sugestões apresentadas dão margem a muita reflexão.
C. Câncer
Chegamos agora à consideração do rápido desenvolvimento da doença tipicamente atlante a que chamamos câncer. Já falamos de uma doença básica muito difundida relacionada ao corpo físico; tratamos superficialmente de outra que é um produto da natureza de desejo. O câncer, no nosso ciclo atual, o ariano, é definidamente um resultado da atividade da mente concreta inferior e da estimulação que a mente pode produzir no corpo etérico. É a principal doença devida à estimulação, no que toca às massas arianas, assim como as doenças cardíacas são também causadas pela estimulação afetando principalmente os tipos mais evoluídos, os quais -devido ao interesse nos negócios e na liderança -frequentemente sacrificam suas vidas e sofrem o castigo pela energia mal utilizada e excessivamente concentrada, desenvolvendo diversas formas de graves perturbações cardíacas.
Os discípulos e iniciados também estão sujeitos a sofrer desta doença, porque o centro cardíaco entra em violenta atividade. Em certos casos, a energia da vida que flui através do coração é utilizada além da tolerância humana para lidar com os assuntos humanos; em outros casos, o centro do coração se abre e a pressão exercida sobre o órgão do coração é demasiada, e surgem as doenças. Uma terceira causa das doenças cardíacas é a prematura ou deliberada elevação da energia do plexo solar para o centro do coração, exercendo assim, uma inesperada tensão sobre ele.
É claro que estou falando em termos gerais; posteriores evidências irão indicar os tipos de atividades que acarretarão correspondentes dificuldades ao coração. As doenças cardíacas aumentarão grandemente à medida que entrarmos na nova raça-raiz, particularmente durante o período em que se aceitará a realidade dos centros, sua natureza e qualidades, e em consequência, se tornem objetivo de atenção e treinamento. A energia segue o pensamento, e esta focalização mental sobre os centros inevitavelmente produzirá uma superestimulação de todos os centros, e isto apesar dos cuidados e de uma Ciência dos Centros cuidadosamente desenvolvida. É algo que não se pode evitar, devido ao nervoso e irregular desenvolvimento do homem. Mais tarde esta estimulação será regulada e controlada, e o coração ficará exposto apenas à tensão geral, juntamente com todos os outros centros.
O câncer é uma doença claramente relacionada com os centros, e veremos que o centro na zona onde existe o câncer é hiperativo, com um consequente aumento de energia fluindo através da substância corpórea correspondente. Esta energia e a hiperestimulação de um centro pode ser atribuída não apenas à atividade do centro e sua consequente irradiação, mas também à supressão, imposta pela mente, de qualquer atividade de um centro em particular. Isto provoca uma acumulação de energia, e novamente temos a criação de um excesso de energia concentrada em alguma área em particular. Uma das principais fontes de câncer relacionadas com o centro sacro, e, portanto, com os órgãos sexuais, tem sido a supressão bem intencionada, mas feita por aspirantes mal informados, da vida sexual e de todo o pensamento referente a ela. Esses aspirantes são aqueles que encontram no ensinamento medieval -vida monástica e celibato -a linha de menor resistência. Naquela época, as pessoas boas acreditavam que o sexo era algo maligno e pecaminoso, algo que não se devia sequer mencionar, uma formidável fonte de problemas. Reações normais, em vez de serem controladas e transmutadas numa atividade criativa, eram violentamente suprimidas e reprimidos todos os pensamentos acerca da vida sexual. Não obstante, a energia segue a direção do pensamento, com o resultado de que esse particularmente magnético tipo de energia atraía para si um crescente número de células e átomos; e daí a origem dos tumores e todos os tipos de câncer tão comuns hoje. O mesmo pode dizer-se acerca da violente inibição imposta pelos aspirantes a todos os sentimentos e reações emocionais. No esforço para controlar o corpo astral, essas pessoas recorrem a um processo de direta inibição e supressão, o que converte o plexo solar num grande reservatório de energia drasticamente retida. A transmutação das emoções em aspiração e amor e o controle direcionado não se encontram presentes, e a existência deste vibrante reservatório de poder provoca o câncer de estômago, do fígado, e às vezes, de toda a área do abdome. Simplesmente menciono estas causas (a hiperatividade de um centro e a retenção da energia, não expressa e inibida) como frutíferas fontes de câncer.
Como veem, voltamos em todos os casos, ao fato da existência dos centros e de seus efeitos fisiológicos. Tanta ênfase tem sido dada às qualidades e características que o homem desenvolverá quando os centros estiverem todos apropriadamente organizados e direcionados, que os efeitos da energia que eles recebem e distribuem para o organismo físico têm sido grandemente negligenciados. Dois fatores em conexão com os centros e a corrente sanguínea merecem portanto nossa atenção e devem ser repetidos:
1. A corrente sanguínea é o agente do sistema glandular, assim como este é, por sua vez, um efeito dos centros; a corrente sanguínea leva a cada parte do corpo aqueles elementos essenciais sobre os quais sabemos tão pouco, e que são responsáveis por fazer do homem psicologicamente o que ele é, e em consequência, controla fisicamente seu equipamento.
2. A corrente sanguínea é também a vida, levando a todo o organismo um aspeto da energia guardada pelos centros que não está diretamente relacionada com o sistema endócrino; ela penetra, pela irradiação, na corrente sanguínea e em todas as veias, artérias e capilares da área controlada pelo centro em consideração. Esta permeante energia da própria vida, localizada e qualificada, pode ser doadora da vida ou causadora da morte.
Todas as doenças -exceto as causadas por acidentes, ferimentos que infeccionam, e epidemias -podem, em última análise, ser atribuídas a alguma condição dos centros, e portanto, à energia fora de controle, à energia hiperativa ou mal direcionada ou insuficiente ou totalmente ausente, ou retida em vez de usada e transmutada para o correspondente centro superior de energia. O mistério do sangue ainda está para ser revelado, e com o passar do tempo, receberá cada vez mais atenção. As anemias, hoje tão comuns, são também causadas pelo excesso de energia.
Eu posso apenas apresentar indicações gerais, mencionar causas, e a seguir, deixar aos investigadores inteligentes a tarefa de estudar os efeitos, depois de aceitarem como hipóteses possíveis, as sugestões que faço. Um estudo acurado das glândulas de secreção interna (e mais tarde, de toda a estrutura glandular do corpo) e da corrente sanguínea estabelecerá o fato de que elas são a principal fonte das dificuldades físicas; inevitavelmente, embora vagarosa e pacientemente, os pesquisadores serão forçados a voltar-se para os centros e chegarão a incluir em seus cálculos um sistema nervoso subjetivo (todo o sistema subjetivo de nadis que subjaz aos nervos do corpo), e demonstrarão que esses fatores são responsáveis pelas principais doenças pelos muitos males subsidiários e desconhecidos que afligem a humanidade. Contudo, o pesquisador de mente aberta e esclarecido, que começa aceitando o fato dos centros, considerando-os possivelmente presentes e afinal capazes de serem demonstrados, fará um progresso muito mais rápido; as doenças passarão a ser controladas por um sistema de laya-yoga (a ciência dos centros) que será a forma sublimada da laya-yoga dos tempos atlantes. Então, o estudante avançado controlará os centros pelo poder do pensamento. Na yoga do futuro, através da meditação e alinhamento e práticas corretas, os centros ficarão sob o controle direto da alma -algo muito diferente de controle dos centros pela mente; algo para o qual a massa dos homens não está pronta ainda. Isto será acrescido da Ciência da Respiração -não os exercícios respiratórios agora ensinados, frequentemente com resultados tão desastrosos, mas sim o ritmo respiratório imposto pela mente, através do qual a alma possa trabalhar, e que somente exigirá uma simples respiração física rítmica, mas que reorganizará os corpos sutis e levará os centros a uma atividade ordenada, de acordo com o raio e o ponto de evolução.
Não abordarei a patologia destas doenças, que tem sido objeto cuidadoso da medicina ortodoxa. Nesta parte de nossas discussões, procuro apenas enfatizar as causas subjetivas e os efeitos objetivos, pois ambos têm que ser relacionados. A atividade -excessiva ou insuficiente -dos centros é a causa subjetiva, que porém, permanece ainda somente reconhecida pelos esoteristas. As causas aparentes -elas próprias resultantes da verdadeira causa subjetiva -são iniciadas pelo próprio homem físico, seja nesta vida ou em outra anterior, ponto este que discutiremos mais tarde.
Forneci-lhes vasto material a ser considerado, e, à medida que reflitam e pensem; à medida que estudem os casos e tipos; à medida que observem as características e qualidades das pessoas conhecidas e que desenvolvem em alguma forma uma eventual doença, então muita coisa será esclarecida.
É somente a necessidade de indicar as principais fontes de doenças, sem esquecer algumas, que -mesmo sendo o assunto esotérico demais para ser captado até pelos homens de inteligência comum - me leva a incluir nosso segundo ponto: