Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo I
4. DOENÇAS RESULTANTES DA VIDA DO DISCIPULADO (Parte 2 - Continuação da Parte 1)
Os centros e o Sistema Glandular
Deve estar claro, portanto, que a doença (quando não é de origem grupal, ou o resultado do carma planetário ou de um acidente) surge da atividade ou inatividade dos centros. Esta é a afirmação de uma verdade básica, dada da maneira mais simples possível. Os centros, como sabem, governam o sistema endócrino, o qual, por sua vez, as sete áreas principais do corpo físico e é responsável pelo correto funcionamento de todo o organismo, produzindo efeitos não só físicos como psicológicos.
A importância do sistema glandular é inestimável. Ele é uma réplica da constituição setenária do universo e o meio de expressão e instrumento de contato para as forças dos sete raios, os sete Espíritos diante do Trono de Deus. Sobre esta verdade ainda não reconhecida, serão construídos os métodos curadores da medicina na civilização futura.
As glândulas constituem um grande sistema de ligação no corpo; põem em relação umas com as outras, todas as partes do veículo físico; também relacionam o homem com o corpo etérico -tanto individual quanto planetário -e também com a corrente sanguínea, a portadora do princípio da vida para todas as partes do corpo. Por conseguinte, há quatro agentes principais de distribuição no corpo físico. Todos são completos em si mesmo, todos contribuem para a vida orgânica e funcional do corpo, todos estão intimamente relacionados e todos produzem resultados tanto fisiológicos quanto psicológicos de acordo com a sua potência, com a resposta dos centros ao influxo superior, com o ponto alcançado na evolução, e a livre expressão, ou ausência de expressão, das energias entrantes. Estes quatro agentes de distribuição de energia são:
1. O próprio veículo etérico. Este, com suas miríades de linhas de força e energia, as energias que entram e saem e sua resposta aos impactos de energia vindos do meio ambiente assim como do homem espiritual interno e dos corpos sutis, subjaz ao corpo físico inteiro. Nele se encontram os sete centros como pontos focais de recepção e distribuição; são os recipientes de sete tipos de energia e distribuem estas sete energias para todo o pequeno sistema humano.
2. O sistema nervoso e suas várias e interligadas diretivas. É uma rede relativamente tangível de energias e forças que são a expressão externa da rede interna, vital e dinâmica do corpo etérico e de milhões de nadis ou o protótipo dos nervos que subjazem ao corpo mais substancial. Esses nervos e plexos e suas muitas ramificações são o aspeto negativo das energias positivas que condicionam ou estão tentando condicionar o homem.
3. O sistema endócrino, que é a expressão tangível e exotérica da atividade do corpo vital e seus sete centros. Os sete centros de força encontram-se na mesma região em que estão localizadas as sete glândulas principais, e cada centro de força provê, segundo o ensinamento esotérico, o poder e a vida da glândula correspondente, que, em realidade, é sua exteriorização.
Centros | Glândulas |
---|---|
Centro da cabeça |
Pineal |
Centro entre as sobrancelhas | Corpo pituitário |
Centro da garganta | Tireóide |
Centro do coração | Timo |
Centro do plexo solar | Pâncreas |
Centro sacro | Gônadas |
Centro da base da coluna | Supra-renais |
Estes três sistemas estão muito estreitamente ligados ente si e constituem um diretório interligado de energias e forças que são essencialmente vitais, galvanizadoras dinâmicas e criativas. São basicamente interdependentes e delas depende inteiramente a saúde do organismo físico. Respondem primeiro a algum dos corpos (emocional ou mental), depois à personalidade integrada e seu raio, e finalmente, ao raio da alma quando esta começa a assumir o controle. São, na realidade, responsáveis pelo corpo físico e -após o nascimento -condicionam sua qualidade psicológica, a qual por sua vez, produz o desenvolvimento do homem físico. São agentes dos três aspetos divinos de toda a manifestação: vida -qualidade -aparência.
4. A corrente sanguínea, a portadora do princípio vida e das energias e forças combinadas dos três sistemas acima. Esta ideia será algo nova para os ortodoxos. A relação entre o sistema circulatório do sangue e o sistema nervoso ainda não foi adequadamente desenvolvida pela medicina moderna, embora muito já tenha sido feito para relacionar o sistema glandular com o sangue.
Somente quando estes quatro sistemas inter-relacionados forem considerados como um todo integrado, e como os quatro aspetos de um sistema circulatório vital é que a verdade surgirá. Somente quando eles forem reconhecidos como sendo os quatro principais agentes distribuidores dos raios combinados de cada indivíduo será compreendida a verdadeira natureza dos fenômenos materiais. Podemos acrescentar que:
1. O veículo etérico, sob o ângulo circulatório, é governado pela Lua, que encobre Vulcano.
2. O sistema nervoso é regido por Vénus.
3. O sistema endócrino é governado por Saturno.
4. A corrente sanguínea é governada por Netuno.
Estes quatro sistemas são, na realidade, a manifestação dos quatro aspetos da matéria na sua expressão mais baixa ou puramente física. Há outros aspetos de expressão da substância fundamental, mas estes quatro são os de maior importância.
Cada um deles é essencialmente dual, e cada dualidade corresponde ao raio da alma ou ao da personalidade. Cada um é, pois, não só positivo quanto negativo; cada um pode ser descrito como uma unidade de força resistente e de energia dinâmica; cada um é uma combinação de certos aspetos de matéria e substância -a matéria sendo o aspeto relativamente estático, e a substância o agente relativamente fluídico ou agente que dá a qualidade. Sua interação, relação e função unificada são uma expressão do Princípio da Vida Una, e quando tiverem alcançado um ponto de fusão perfeita, ou síntese, ou atividade coordenada, aparecerá, então, aquela “vida mais abundante’’ de que fala o Cristo e sobre a qual nós sabemos ainda. Os quatro aspetos da matéria produzem também a correspondência aos quatro atributos divinos assim como aos três aspetos divinos.
A analogia do dualismo básico de toda a manifestação é também preservada, fazendo assim os nove da iniciação -os três, os quatro e os dois. Esta correspondência ao processo iniciático é, todavia, em sentido inverso, uma vez que é iniciação no terceiro aspeto criador, o aspeto matéria e o mundo da atividade inteligente. Não é iniciação no segundo aspeto, o aspeto alma, como é o caso das iniciações hierárquicas para as quais o discípulo se está preparando. É a iniciação da alma na experiência da encarnação física, no plano físico da existência, e na arte de funcionar como um ser humano. A porta para esta experiência é o “Portal de Câncer”. Para a iniciação no reino de Deus, entra-se pelo “Portal de Capricórnio”. Estes quatro atributos e os três aspetos da matéria, mais a sua atividade dual, são a correspondência dos quatro aspetos da personalidade e da Tríade Espiritual e sua relação dual ativa. Nesta afirmação está oculta a chave da liberação.
Os sete centros Principais
Seria valioso considerarmos agora por um momento a natureza dos próprios centros, sintetizando um pouco o ensinamento já dado em meus outros livros, apresentando assim um quadro claro do corpo de energia que subjaz ao veículo físico denso.
Há muitos pontos focais de força dentro do corpo, mas trataremos somente dos sete principais que controlam até certo ponto todos os demais. Assim não nos confundiremos. Consideraremos os cinco centros encontrados na coluna vertebral, e os dois que se encontram na cabeça.
1. O Centro da Cabeça. Está localizado na parte superior da cabeça. É chamado frequentemente ‘‘o lótus de mil pétalas” ou o Brahmarandra.
a. Corresponde ao sol espiritual central.
b. Entra em atividade funcionante após a terceira iniciação e é o órgão para a distribuição da energia monádica, do aspeto vontade da divindade.
c. Relaciona-se com a personalidade tripla pelo antahkarana, que discípulos e iniciados estão em processo de construir e que alcança sua plena utilidade somente após a destruição do corpo causal na quarta iniciação.
d. É o centro de Shambala no corpo físico e o agente do Pai ou primeiro aspeto divino.
e. Registra o propósito, corresponde ao “fogo elétrico” do sistema solar, e é dinâmico em qualidade.
f. Sua exteriorização física densa é a glândula pineal na cabeça. Esta permanece ativa durante a infância e até que a vontade-de- ser esteja suficientemente estabelecida de modo que a pessoa se firme na encarnação física. Nos estágios finais da expressão divina no homem, ela novamente se torna ativa como agente para cumprir na terra a energia da vontade do Ser.
g. É o órgão da síntese porque, após a terceira iniciação e antes da destruição do corpo causal, ele reúne em si mesmo as energias dos três aspetos da vida manifestada. No que concerne ao homem, isto significa as energias da Tríade Espiritual, do lótus egoico tríplice e da personalidade tripla, completando assim, os nove da iniciação. As energias assim sincronizadas e focalizadas ao redor e acima da cabeça são de grande beleza e extensa radiação e de efetividade dinâmica. Servem para relacionar o iniciado com todas as partes da vida planetária, com o Grande Conselho de Shambala, e com o Senhor do Mundo, o Iniciador final -através do Buda e um dos três Budas de Atividade. O Buda, num sentido muito peculiar, relaciona o iniciado com o segundo aspeto da divindade -o aspecto amor -e por conseguinte, com a Hierarquia; os Budas de Atividade relacionam-no com a terceiro aspeto da divindade, o da inteligência ativa. Assim, a energia da vontade, da consciência e. da criatividade se reúnem nele, proporcionando a síntese dos aspetos divinos.
h. Este é o único dos sete centros que no momento de perfeita libertação mantém a posição de um lótus invertido, com o caule do lótus (o antahkarana, na realidade) ascendendo até “o sétimos Céu", vinculando assim o iniciado com o primeiro e principal centro planetário, Shambala. Todos os outros centros começam invertidos, com as pétalas voltadas para baixo, em direção à base da coluna vertebral; todos, no processo da evolução, gradualmente desdobram suas pétalas e então, lentamente, voltam-se para cima,” para o ápice do cetro”, como está dito no Velho Comentário. Esta informação tem pouco valor, exceto pelo fato de apresentar uma verdade, completar um quadro, e dar ao estudante uma ideia simbólica daquilo que é, essencialmente, um agente distribuidor da energia da vontade da Divindade.
2. O Centro Ajna. É o centro entre as sobrancelhas, encontrado na região da cabeça logo acima dos dois olhos, onde “atua como uma cobertura para a radiante beleza e glória do homem espiritual".
a. Corresponde ao sol físico e é a expressão da personalidade, integrada e funcionando -primeiro como discípulo e finalmente como iniciado. Este é a verdadeira persona ou máscara.
b. Ele alcança esta atividade funcionante quando é alcançada a terceira iniciação. Quero lembrar que esta iniciação é considerada pela Hierarquia como a primeira das iniciações principais, um fato que já anteriormente revelei. É o órgão de distribuição da energia do terceiro aspeto -a energia da inteligência ativa.
c. Está relacionado com a personalidade pelo fio criativo da vida, e está portanto em íntima conexão com o centro da garganta (o centro da atividade criativa), assim como o centro da cabeça está relacionado com o da base da espinha. Uma vez estabelecida uma ativa interação entre o centro ajna e o da garganta, isso produz a vida criativa e uma expressão manifestada da ideia ou propósito divinos por parte do iniciado. Da mesma maneira, a ativa interação entre o centro da cabeça e o centro na base da coluna produz a manifestação da vontade ou propósito divinos. Quando combinadas, as forças do centro ajna e o da garganta produzem a mais alta manifestação do “fogo por fricção”, assim como as energias do centro da cabeça e do centro básico produzem o “fogo etérico” individual, o qual, quando se expressa plenamente, chamamos de fogo kundalini.
d. É o centro através do qual a Quarta Hierarquia Criadora no seu próprio plano encontra expressão, e aqui também, esta Hierarquia e o quarto reino da natureza, a família humana, se fundem e mesclam. O centro da cabeça relaciona a mônada com a personalidade. O centro ajna relaciona a Tríade Espiritual (a expressão da mônada nos mundos sem forma) com a personalidade. Reflitam sobre esta afirmação porque vocês têm aqui -no simbolismo do centro da cabeça, considerado fisicamente -o reflexo da vontade espiritual, atma, e do amor espiritual, budi. Aqui também entra o ensinamento sobre o lugar dos olhos no desenvolvimento da expressão consciente, criativamente levando adiante o propósito divino.
O Terceiro Olho ..... o centro da cabeça ..... Vontade. Atma.
O olho do Pai, a Mônada. SHAMBALLA
O primeiro aspeto da vontade ou poder e propósito.
Relacionado com a glândula pineal.
O Olho Direito ..... o centro ajna ..... Amor. Budi.
O olho do Filho, a Alma. HIERARQUIA
O segundo aspeto de amor-sabedoria.
Relacionado com o corpo pituitário.
O Olho Esquerdo ..... o centro da garganta ..... Inteligência Ativa.
O olho da Mãe, a personalidade. HUMANIDADE
O terceiro aspeto da inteligência.
Relacionado com o seio carotídeo.
Quando estes três estão funcionando e todos eles “vendo” simultaneamente, temos então a percepção interna do propósito divino (o iniciado), a visão intuitiva do plano (o discípulo), e a direção espiritual da atividade criativa resultante (o Mestre).
e. O centro ajna registra ou focaliza a intenção de criar. Não é o órgão da criação no mesmo sentido do centro da garganta, mas encarna a ideia que está por trás da atividade criativa, o ato subsequente da criação produzindo eventualmente a forma ideal para a ideia.
f. Sua exteriorização física densa é o corpo pituitário; os dois lobos desta glândula correspondem às duas múltiplas pétalas do centro ajna. Expressa imaginação e desejo em suas duas formas mais elevadas, e estes são os fatores dinâmicos que estão por trás de toda a criação.
g. É o órgão do idealismo, portanto, e de forma bem curiosa, está estreitamente relacionado ao sexto raio, assim como o centro da cabeça está essencialmente relacionado com o primeiro raio. O sexto raio está peculiarmente vinculado ao terceiro raio e ao terceiro aspeto da divindade, assim como ao segundo raio e ao segundo aspeto. Ele funde, ancora e expressa. Este é um fato que eu não havia ainda enfatizado nos meus outros trabalhos. O centro ajna é o ponto na cabeça onde está simbolizada a natureza dual da manifestação nos três mundos. Ele funde as energias criativas da garganta e as energias sublimadas do desejo, ou o verdadeiro amor do coração.
h. Este centro, tendo somente duas pétalas, não é um verdadeiro lótus, no mesmo sentido que os demais centros. Suas pétalas são compostas de 96 pétalas menores ou unidades de força (48 + 48 = 96) que, contudo, não assumem a forma de flor como os outros lótus. Elas se espraiam como as asas de um aeroplano à direita e à esquerda da cabeça, e simbolizam o caminho da mão direita e o caminho da mão esquerda, o caminho da matéria e o caminho do espírito. Constituem simbolicamente, portanto, os dois braços da Cruz sobre a qual o homem está crucificado -duas correntes de energia ou luz colocadas de través à corrente de vida que desce da mônada para a base da coluna, passando através da cabeça.
A ideia da relatividade deve estar sempre lembrada enquanto o estudante procura compreender os centros, internamente relacionados no corpo etérico, relacionados ao mesmo tempo com os corpos sutis, com os estados de consciência -que são sinônimos de estados de ser e de expressão -com as energias de raio, com as condições ambientais, com os três veículos periódicos (como H.P.B. chama a personalidade, a alma tripla e a Tríade Espiritual), com Shambala e com a totalidade das Vidas manifestadas. A complexidade do assunto é extrema, porém, quando o discípulo ou iniciado está funcionando nos três mundos, e as várias energias do homem todo estão aterradas no homem preso à terra, então a situação torna-se mais clara.
Eu uso a expressão “aterradas” no seu sentido real e correto, e não como a descrição de um homem que abandonou seu corpo físico, como os espiritistas usam o termo. Então são possíveis certos reconhecimentos no tempo e espaço; podem notar-se certos efeitos, e certas influência de raio aparecem mais dominantes do que outras; aparecem certos “padrões de ser”; uma expressão de um Ser espiritual -num certo ponto da experiência consciente -emerge à claridade e pode, então, ser espiritualmente diagnosticado. Seus aspetos e atributos, suas forças e energias, podem ser determinadas nesse momento para uma expressão de vida especialmente criada. É preciso ter isto em mente, e o estudante não deve permitir que seus pensamentos divaguem, mas deve concentrar-se na aparência do homem (ele mesmo ou outra pessoa) e na qualidade emergente. Se o estudante é um iniciado ou discípulo, ele será capaz também de estudar o aspeto vida.
Nosso estudo, porém, será algo diferente, pois tentaremos descobrir as doenças e dificuldades devidas à estimulação da energia ou à falta de estimulação dos centros, e chegar assim a alguns dos efeitos que este afluxo de energia e conflito com as forças produzirá.
3. O Centro da Garganta. Encontra-se na parte posterior do pescoço, estendendo-se para cima em direção ao bulbo, envolvendo assim o seio carotídeo, e para baixo em direção às omoplatas. É um centro extremamente poderoso e bem desenvolvido no que toca à humanidade comum, e neste contexto é interessante notar que:
a. O centro da garganta é regido por Saturno, assim como os dois centros da cabeça são regidos respectivamente por Urano (regendo o da cabeça) e Mercúrio (regendo o centro ajna). Isto somente no que diz respeito ao discípulo; a regência muda depois da terceira iniciação ou antes da primeira. Estes três planetas constituem um interessantíssimo triângulo de forças e nas triplicidades que se seguem e suas inevitáveis inter-relações temos -somente no caso de discípulos -uma extraordinária história ou símbolo da nônupla iniciação:
1. O centro da cabeça
O centro ajna
O centro da garganta
2. O terceiro olho
O olho direito
O olho esquerdo
3. A glândula pineal
O corpo pituitário
O seio carotídeo
Apresentando, assim, o mecanismo através do qual a Tríade Espiritual, a alma e a personalidade trabalham.
A chave para a correta compreensão do processo está na relação dos três planetas -Urano, Mercúrio e Saturno -à medida em que eles derramam suas energias através desses nove “pontos de contato espiritual” sobre o plano físico na “esfera de luz e poder aterrada à terra, que é o homem no tempo e espaço”,
b. Este centro está relacionado com a primeira iniciação e desenvolve grande atividade quando esse ponto na experiência é atingido, como foi atingido pela vasta maioria dos homens que são, nesta época, os aspirantes e discípulos probacionários do mundo. (Não se esqueçam que, tecnicamente falando e sob o ângulo da Hierarquia, a primeira grande iniciação é a terceira. Os Mestres consideram a primeira iniciação como a admissão ao Caminho. É chamada uma iniciação, pela humanidade, porque nos tempos lemurianos, foi então a primeira iniciação, significando a entrada no completo controle físico). É o órgão para a distribuição da energia criadora, da energia do terceiro aspeto, pelas almas que se encontram nesse ponto da evolução. Há três centros no ser humano que são relacionados com o terceiro raio ou aspeto e são sua principal expressão em certas e diferentes etapas da evolução no caminho:
1. O centro sacro, para o homem comum e não desenvolvido.
2. O centro da garganta, para o aspirante e discípulo probacionário.
3. O centro ajna, para os discípulos e iniciados.
Temos aqui também uma grande triplicidade de energias, contendo hoje grande poder, devido ao fato de que a expressão do terceiro aspeto da inteligência ativa alcançou tais alturas através do desenvolvimento e consciência.
c. Relaciona-se com a personalidade por meio do fio criador, com a alma, pelo fio da consciência, e com a mônada, pelo subtratma ou fio da vida. Não está relacionado com qualquer dos aspetos divinos pelo antahkarana porque esse fio que liga a mônada e a personalidade diretamente -e finalmente, independentemente da alma -simplesmente ancora a expressão monádica da vida na cabeça, no centro da cabeça. Então é estabelecida a consciência direta entre a mônada e a personalidade, e nasce a grande dualidade. Então, Vida, consciência e forma ficam todas focalizadas, criativa e ativamente, na cabeça, e a atividade das três é dirigida da cabeça, via os dois centros que nela se encontram. O centro ajna somente entra em atividade criativa depois que o antahkarana foi construído. Temos, contudo, algo interessante a lembrar. A construção do antahkarana somente se torna genuinamente possível quando a vida criativa do aspirante muda do centro sacro para o da garganta e torna-se efetiva e expressiva. O pescoço é o símbolo desta “ponte” vinculadora, ao ligara cabeça -sozinha e isolada -ao torso dual constituído por aquilo que está abaixo do diafragma e o que está cima -símbolo da alma e personalidade unidas, fundidas e mescladas num todo. A cabeça é o símbolo daquilo que Patanjali descreve como o estado da “unidade isolada”
d. É o centro através do qual o aspeto inteligente da humanidade está focalizando criativamente. É, portanto, o centro por meio do qual flui a energia criativa do grande centro planetário chamado Humanidade. Os três principais centros planetários são Shambala, Hierarquia e Humanidade. Quando a perfeição for alcançada, a energia da vontade, do poder e do propósito de Shambala fluirá livremente através do centro da cabeça; as energias do amor- sabedoria da Hierarquia fluirão através do centro do coração, e a energia da humanidade será focalizada através do centro da garganta, com o centro ajna atuando como um agente dos três. Aí então, a humanidade terá uma nova atividade: a tarefa de relacionar os três reinos super-humanos com os três reinos sub- humanos, estabelecendo assim os novos céus e a nova terra. A humanidade terá, então, alcançado o ápice de sua meta evolutiva nesta Terra.
e. O centro da garganta é especificamente o órgão da PALAVRA criadora. Ele registra a intenção ou propósito criador da alma, que lhe é transmitida pela energia que fluí do centro ajna; a fusão dessas duas energias levará a algum tipo de atividade criadora, a qual é a correspondência superior da criatividade do centro sacro. Neste centro, as energias criativas negativa e positiva estão personificadas separadamente nos organismos feminino e masculino, os quais se relacionam num ato de criação conscientemente realizado, embora ainda sem um propósito bem definido.
f. A exteriorização física densa deste centro é a glândula tireoide, considerada de suma importância para o bem-estar do ser humano atual. Seu propósito é resguardar a saúde, manter em equilíbrio certos aspetos importantes da natureza física, e simboliza o terceiro aspeto da inteligência e da substância impregnada pela mente. Na realidade está vinculada ao Espírito Santo, ou terceiro aspeto divino em manifestação, “encobrindo” (como diz a Bíblia) a Mãe, a Virgem Maria. As paratireoides simbolizam Maria e José e a relação que eles mantêm com o dominante Espírito Santo. Algum dia ver-se-á que há uma estreita relação fisiológica entre a glândula tireoide e a glândula pineal, e entre as paratireoides e os dois lados do corpo pituitário, desse modo tornando toda a área do pescoço e da cabeça em um único sistema relacionado.
g. Assim como a cabeça simboliza essencialmente a natureza dual de Deus manifestado, o centro da garganta simboliza a natureza tripla da expressão divina. A natureza dual aparece fundida e mesclada na cabeça, na relação existente entre os dois centros e seus dois reflexos físicos densos. As três grandes energias postas em ação durante a atividade criativa divina, têm a sua atividade unificada pela expressão plena da energia que flui através do centro da garganta, através do aparelho fonador e dos dois pulmões. Temos nesta relação: Vida ou Alento, a Palavra ou Alma, e o centro da garganta da Substância em atividade,
h. O lótus da garganta fica invertido durante as primeiras etapas da evolução, suas pétalas dirigindo-se para os ombros e para os dois pulmões ou parte deles. Durante o ciclo da vida da alma, ele lentamente se volta e suas pétalas então se dirigem para os dois ouvidos e incluem o bulbo e o seio carotídeo. Esse último está mais estreitamente relacionado com a glândula tireoide do que com as outras duas glândulas na cabeça.
Assim, fica evidente como áreas inteiras do organismo físico podem ser levadas a um funcionamento ativo e correto e vitalizadas e mantidas em verdadeira boa condição por esta ou aquela forma de atividade do centro mais próximo da área em questão. É evidente também, que a inatividade de um centro pode resultar em alguma deficiência ou doença.
4. O Centro do Coração. Está localizado entre as omoplatas e é -nos nossos dias e nesta era -o centro que está recebendo a atenção máxima Daqueles Que são responsáveis pelo desdobramento da consciência humana. Pode-se verdadeiramente dizer, meu irmão, que o rápido desdobramento deste lótus é uma das razões porque a guerra mundial não pôde ser evitada. Num certo sentido, esse foi um acontecimento necessário (dado o egoísmo cego da massa da humanidade) porque tornara-se necessário pôr fim a todas as velhas formas de governo, de religião e da ordem social cristalizada. A humanidade chegou agora a um ponto de consciência e interação grupais de um tipo profundamente espiritual, e eram necessárias novas formas através das quais este novo espírito pudesse funcionar mais adequadamente.
a. O centro do coração corresponde ao “coração do sol”, e portanto, à fonte espiritual de luz e amor.
b. É trazido ao funcionamento ativo depois da segunda iniciação. Esta iniciação marca a conclusão do processo pelo qual a natureza emocional (com sua predominante qualidade do desejo) passa a ser controlada pela alma, e o desejo do eu inferior pessoal foi transmutado em amor. É o órgão para a distribuição da energia hierárquica, fluindo através da alma para o centro cardíaco de todos os aspirantes, discípulos e iniciados; assim, esta energia torna-se disponível e traz dois resultados:
1. A regeneração da humanidade através do amor.
2. A relação, firmemente estabelecida, entre a humanidade que rapidamente se desenvolve e a Hierarquia. Deste modo, dois grandes centros planetários -a Hierarquia e a Humanidade -são levados a íntimo contato e relação.
Como diz a Bíblia, “o amor de Deus é vertido abundantemente” no coração humano, e seu poder irradiante, magnético e transformador é essencial para a reconstrução do mundo e para o estabelecimento da nova ordem mundial. Nesta época, todos os discípulos estão sendo chamados a meditar e refletir, sobre o desenvolvimento do centro cardíaco, e sobre uma relação inteligente da humanidade com a Hierarquia, com a resultante resposta do homem à energia do amor, pois “como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. Pensar com o coração torna- se verdadeiramente possível somente quando as faculdades mentais foram adequadamente desenvolvidas e alcançaram uma etapa bastante elevada de desdobramento. Sentir com o coração é frequentemente confundido com o pensar. A habilidade de pensar com o coração é o resultado do processo de transmutação do desejo em amor durante a tarefa de elevar as forças do plexo solar para o centro cardíaco. Pensar com o coração é também uma das indicações de que o aspeto superior do centro cardíaco -o lótus-de-doze-pétalas encontrado no centro do lótus-de-mil- pétalas -atingiu um ponto de real atividade. O pensar, como resultado do correto sentir, é então substituído pela sensibilidade pessoal. Ele nos proporciona, também, as primeiras leves indicações daquele estado de ser que é característico da mônada e que não pode ser chamado de consciência, não como nós entendemos o termo.
c. O centro cardíaco relaciona-se essencialmente com a personalidade quando o homem comanda o processo de alinhamento com a alma. Este processo está sendo ensinado hoje nas mais novas escolas esotérica, e foi enfatizado pela Escola Arcana desde sua fundação; é este procedimento -caracterizado pela correta orientação, concentração e meditação -que relaciona a personalidade com a alma e assim, com a Hierarquia. A relação com a Hierarquia tem lugar automaticamente à medida que este processo se adianta e daí se estabelece o contato direto com a alma. A consciência da personalidade é suplantada pela consciência grupal e o influxo de energia hierárquica segue-se como consequência natural, uma vez que todas as almas são apenas aspetos da Hierarquia. É o estabelecimento desta relação, com sua subsequente interação (magnética e irradiadora), que provoca a destruição final do corpo da alma ou corpo causal quando a relação atinge o mais alto ponto de intensificado reconhecimento.
d. Portanto, este é o centro, no corpo físico por meio do qual a Hierarquia trabalha; ele é também o agente da alma. Quando uso aqui a palavra “alma”, refiro-me não somente à alma individual do homem, mas também à alma do Logos planetário, ambas sendo o resultado da união do espírito com a matéria, do aspeto Pai com o aspeto Mãe. Este é um grande mistério que somente a iniciação pode revelar.
e. O centro cardíaco registra a energia do amor. Podemos dizer aqui que, quando o antahkarana é finalmente construído, os três aspetos da Tríade Espiritual encontrarão cada um um ponto de contato no mecanismo etérico do iniciado que está atuando no plano físico. O iniciado é agora uma fusão de alma e personalidade através da qual pode fluir a plena vida da mônada.
1. O centro da cabeça torna-se o ponto de contato para a vontade espiritual, Atma.
2. O centro do coração torna-se o agente para o amor espiritual, Buddhi.
3. O centro da garganta torna-se a expressão da mente univer-sal, Manas.
No trabalho do iniciado, quando ele desenvolve o propósito divino de acordo com o plano, o centro ajna torna-se o agente direcionador ou distribuidor das energias mescladas do homem divino. O centro do coração corresponde ao “fogo solar” dentro do sistema solar, e é magnético em qualidade e irradiante em atividade. É o órgão da energia que produz a inclusividade.
f- Sua exteriorização física é a glândula timo. Atualmente, pouco se sabe a respeito desta pequena glândula, porém muito se aprenderá quando os investigadores aceitarem e experimentarem a hipótese apresentada pela ciência ocultista, e o centro cardíaco se desenvolva e a glândula timo volte à sua atividade funcionante adulta. Isto ainda não ocorreu. A natureza de sua secreção ainda não foi estabelecida, e conhecem-se melhor os efeitos desta glândula do ponto de vista psicológico, do que do ponto de vista físico. A moderna psicologia, quando aliada à medicina, reconhece que esta glândula, quando hiperativa, produzirá uma pessoa irresponsável e amoral. Quando a raça dos homens aprender a natureza da responsabilidade, teremos as primeiras indicações do alinhamento da alma, da descentralização da personalidade e da percepção grupal; aí então -paralelamente a este desenvolvimento -encontraremos a glândula timo tornando-se corretamente ativa. Atualmente, o desequilíbrio geral do sistema endócrino milita contra o funcionamento pleno e seguro da glândula timo no adulto. Existe uma relação ainda não reconhecida ente a glândula pineal e a glândula timo, assim como entre estas duas glândulas e o centro na base da espinha. Quando a Tríade Espiritual se tornar ativa por intermédio da personalidade, estes três centros e suas três exteriorizações trabalharão em síntese, governando e dirigindo o homem por inteiro. Quando a glândula pineal retornar ao pleno funcionamento adulto (o que não é o caso com o homem adulto), far-se-á sentir a divina vontade-para-o-bem e será realizado o propósito divino; quando a glândula timo, similarmente, se tornar ativa no adulto, a boa vontade tornar-se-á aparente e o plano divino começará a realizar-se. Este é o primeiro passo em direção ao amor, às corretas relações humanas e à paz. A boa vontade já está fazendo sentir sua presença no mundo de hoje, indicando a entrada em atividade do centro cardíaco, e provando que o centro cardíaco na cabeça está começando a desabrochar como resultado da crescente atividade do centro cardíaco na espinha.
g. É o órgão da fusão, assim como o centro da cabeça é o órgão da síntese. À medida que o centro do coração se torna ativo, o aspirante é lentamente levado a uma relação cada vez mais íntima com sua alma, e então têm lugar duas expansões de consciência que ele interpreta como eventos ou acontecimentos:
1. Ele é atraído para o Ashram de um dos Mestres, de acordo com o raio de sua alma, e torna-se um discípulo aceito, no sentido técnico. O Mestre é, Ele Próprio, o centro cardíaco do Ashram e Ele pode agora alcançar o Seu discípulo, através da alma, porque esse discípulo, através do alinhamento e contato, colocou seu coração em estreita sintonia com a alma. Ele, então, se torna capaz de responder ao coração de todas as coisas que, no que concerne atualmente à humanidade, é a Hierarquia.
2. Ele é atraído a servir e a relacionar-se intimamente com a humanidade. Seu crescente senso de responsabilidade, devido à atividade do coração, leva-o a servir e trabalhar. Afinal, ele também se torna o coração de um grupo ou de uma organização -pequena, a princípio, mas que se torna mundial à proporção que seu poder espiritual se desenvolve e ele pensa em termos de grupo e de humanidade. Estas duas relações de sua parte são recíprocas. Assim, o aspeto amor da divindade torna-se ativo nos três mundos, e o amor é ancorado na terra e ocupa o lugar da emoção, do desejo e dos aspetos materiais do sentimento. Atentem para esta frase.
h. Nas primeiras etapas do desdobramento, tanto no indivíduo quanto na raça, o lótus invertido do coração com suas doze pétalas estende-se para baixo em direção ao plexo solar. Este último centro, a partir dos tempos atlantes foi revertido e suas pétalas estendem-se agora para cima em direção ao centro seguinte ao longo da espinha, o centro do coração, devido às energias que sobem do plexo solar, procurando escapar da “prisão das regiões inferiores”, através de um processo de transmutação.
Como resultado, o centro do coração está lentamente começando a desabrochar e também a reverter-se. A reversão dos “lótus dos centros” é sempre o efeito de uma atividade dual -um “empurrão” vindo de baixo e um “puxão” vindo de cima.
A inversão do lótus cardíaco e seu desdobramento para cima deve-se aos seguintes fatores:
1. A crescente potência da aproximação hierárquica.
2. Um rápido estabelecimento de contato com a alma.
3. A resposta do lótus do coração que desabrocha ao ‘puxão” do Ashram
do Mestre.
4. A subida, através do plexo solar, das energias abaixo do diafragma
transmutadas, em resposta ao “puxão” espiritual.
5. A crescente compreensão do homem quanto à natureza do amor.
Há outros fatores, porém estes são fáceis de compreender se os considerarmos de forma simbólica e não demasiadamente literal. A relação que, até o ano 1400, existia entre o plexo solar e o centro do coração, está pictoricamente representada no diagrama da página 715: (Mostrar o diagrama da página 715)
Oportunamente, no final da próxima raça-raiz, teremos a plena expressão do amor e os lótus ao longo da espinha aparecerão -todos os cinco - diferindo somente pelo número de pétalas de cada um.
Finalmente, ao fim do grande ciclo mundial quando todos os lótus se tenham revertido, todos estarão abrindo-se e apresentando canais livre para o influxo e a transmissão das três principais energias divinas e as quatro forças menores.
A este constante movimento dos centros e ao constante influxo de energias podemos atribuir grande parte do desconforto sofrido pela humanidade nos seus vários corpos; é a inabilidade dos centros para responder e abrir-se que, em muitos casos, causa doenças e dificuldades; em outros casos, é o desdobramento desequilibrado dos centros, o retardar de seu desenvolvimento e a falta da resposta que cria problemas; é seu prematuro desabrochar e sua hiperatividade que, em outros casos, acarreta perigo; é a incapacidade do organismo físico em se manter à altura do desabrochar interno a causa de tantos problemas. Assim, novamente podem ver a complexidade do assunto.
A etapa da teoria é simples, exceto quando ela põe em movimento forças que, a seu tempo, levam a dificuldades.
A etapa da reação à resposta e ajustamento à teoria também estabelece um ciclo de intensa dificuldade e complexidade, porque leva a um ciclo de experimentos e experiências, durante o qual o estudante aprende muito e muito sofre. Então, à medida que a experiência é ganha, sobrevêm a etapa de expressão espiritual e tem lugar a libertação do perigo, e emancipação da dificuldade e a liberação da doença. E assim é restaurada a simplicidade.
O corpo, a aparência fenomênica
Pouca coisa há a ser dita sobre isto, pois a natureza do corpo e o aspeto forma têm sido objeto de investigação e assunto para a reflexão e discussão dos pensadores do mundo, há séculos. Muitas das suas conclusões estão basicamente corretas. O investigador moderno admite a Lei da Analogia como base de suas premissas e reconhece, às vezes, que a teoria hermética -“Como acima, assim é embaixo" -pode lançar muita luz sobre os problemas atuais. Os postulados que se seguem podem ajudar a esclarecer:
1. O homem, em sua natureza corpórea, é uma totalidade, uma unidade.
2. Esta totalidade é subdividida em muitas partes e organismos.
3. Contudo, estas muitas subdivisões funcionam de modo unificado, e o corpo é um todo correlacionado.
4. Cada uma de suas partes difere na forma e na função, porém são todas interdependentes.
5. Cada parte e cada organismo é, por sua vez, composto de moléculas, células e átomos, e todos são mantidos unidos na forma de um organismo pela vida da totalidade.
6. A totalidade chamada homem pode ser aproximadamente dividida em cinco partes, algumas de maior importância do que outras, porém todas completando esse organismo vivo que chamamos ser humano:
a. A cabeça
b. O torso superior, ou a parte do tronco que fica acima do diafragma.
c. O torso inferior, ou a parte abaixo do diafragma.
d. Os braços
e. As pernas.
7. Esses organismos servem a propósitos diversos, e sobre o seu devido funcionamento e ajustamento apropriado depende o conforto do todo.
8 Cada um deles tem sua própria vida, que é a totalidade da vida de sua estrutura atômica, e é também animado pela vida unificada do todo, dirigida a partir da cabeça pela vontade inteligente ou energia do homem espiritual.
9. A parte importante do corpo é a tripla divisão de cabeça, torso superior e torso inferior. O homem pode funcionar e viver sem braços e pernas
10. Cada uma destas três partes é, por sua vez, tripla do ponto de vista físico, constituindo a analogia das três partes da natureza do homem e das nove da vida monádica perfeita. Há outros órgãos, porém, os enumerados são aqueles de maior significado esotérico do que os demais.
a. No interior da cabeça encontram-se:
1. Os cinco ventrículos do cérebro, ou o que podemos chamar de cérebro como um organismo unificado.
2. O seio carotídeo e as glândulas epífise e hipófise.
3. Os dois olhos.
b. No interior da parte superior do torso estão:
1. A garganta
2. Os pulmões
3. O coração
c. Na parte inferior do torso estão:
1. O baço
2. O estômago
3. Os órgãos sexuais
11. A totalidade do corpo é também tripla:
a. A pele e a estrutura óssea
b. O sistema vascular ou sanguíneo
c. O triplo sistema nervoso
12. Cada uma destas triplicidades corresponde às três partes da natureza do homem:
a. Natureza física: a pele e a estrutura óssea são a analogia dos corpos denso e etérico do homem.
b. Natureza da alma: Os vasos sanguíneos e o sistema circulatório são a analogia dessa alma todo-penetrante que permeia todas as partes do sistema solar, assim como o sangue percorre todas as partes do corpo.
c. Natureza do espírito: O sistema nervoso, que energiza e atua no homem físico, é a correspondência da energia do espírito.
13. Na cabeça temos a analogia do aspeto espírito, a vontade dirigente, a mônada, o Uno.
a. O cérebro com seus cinco ventrículos é a analogia da forma física que o espírito anima em relação ao homem, a quíntupla totalidade que é o meio pelo qual o espírito, no plano físico, tem para expressar-se.
b. As três glândulas na cabeça estão estritamente relacionadas com a alma ou natureza psíquica (superior e inferior).
c. Os dois olhos são a correspondência, no plano físico, da mônada, que é vontade e amor-sabedoria, ou atma-buddhi, segundo a terminologia ocultista.
14. Na parte superior do corpo, temos a analogia da tríplice natureza da alma.
a. A garganta, correspondendo ao terceiro aspeto criativo ou natureza corporal, a inteligência ativa da alma.
b. O coração, o amor-sabedoria da alma, o princípio búdico ou crístico.
c. Os pulmões, a analogia do sopro da vida, são a correspondência do espírito.
15. Na parte inferior do torso, temos novamente este tríplice sistema.
a. Os órgãos sexuais, o aspeto criativo, o modelador do corpo.
b. O estômago, como manifestação física do plexo solar, é a analogia da natureza da alma.
c. O baço, o receptor da energia e, portanto, a expressão no plano físico do centro que recebe esta energia, é a analogia do espírito energizante.
Sei bem da dificuldade e aparente inutilidade dos tecnicismos que acabei de dar. Poder-se-á perguntar: Qual a necessidade de ser tão meticuloso na enumeração de detalhes físicos, psicológicos e sistêmicos de natureza puramente acadêmica quando, por um ato da vontade e do poder divinos, e pelo uso de certas palavras de Poder, a cura pode ser realizada? Estas ideias são basicamente verdadeiras, porém estão baseadas num equívoco -no tempo e espaço. Se todos os curadores fossem Mestres de Sabedoria, se fossem todos eles clarividentes, se eles compreendessem a Lei do Carma e sua ação na vida do paciente, e se eles tivessem a habilidade de somar a todos os requisitos acima o uso de certas Palavras e Mantras, aí então, o conhecimento acadêmico seria desnecessário. Porém, estes requisitos não são e não podem ser satisfeitos. Os curadores, de um modo geral, não possuem nenhum desses poderes. Que eles curam frequentemente (embora não com a frequência que eles imaginam) é verdade, porém, quando têm sucesso é porque conseguiram fazer uma destas duas coisas:
Curaram o paciente quando seu destino e sorte assim o determinou e sua alma atraiu seu veículo (o homem físico) para dentro da aura irradiadora do curador ou grupo de cura. A probabilidade é que o paciente ter-se-ia recuperado de qualquer modo, mas que o processo foi acelerado pelo esforço e atenção aplicados, além da fé. Interferiram com o desígnio ou plano de vida do paciente, e assim, adiaram certos processo de aprendizado espiritual que eram necessários. Este é um assunto extremamente complexo para ser tratado aqui, mas talvez eu possa torná-lo um pouco mais claro quando tratarmos da parte final da obra.
Portanto, até que haja um conhecimento total, é vitalmente necessário que a estrutura de poder e vitalidade e a rede de energias e forças que compõem o organismo humano sejam estudadas. A captação mental dos processos de cura é necessária; e as razões que os fazem parecer difíceis e complicados, desnecessários e uma perda de tempo, são as seguintes:
A inabilidade, mesmo da mais avançada mente humana, de captar temas e assuntos como um todo. Ainda falta o elemento sintético. No presente, o ensino e os processos envolvidos têm que ser dominados passo a passo, detalhe por detalhe, preceito por preceito, aplicação por aplicação. Mas o futuro contém clara a promessa, e a habilidade do olho humano de funcionar sinteticamente, captar uma paisagem, por exemplo, em seus mais vastos e destacados contornos, e isto num relance, é a garantia da futura técnica da raça. Um único olhar pela mente iluminada, uma só grande irradiação de amor, e o curador ou o grupo de cura saberão se devem curar, ajudar o esforço do paciente -um processo muito mais demorado -ou abster-se de curá-lo.
A inércia do homem ou mulher comuns, é que os faz rebelarem-se contra a necessidade de dominar o lado técnico da cura. É muito mais fácil voltar-se para a divindade (uma divindade realmente latente, mas não expressada) e “deixar isso com Deus”.
É muito mais fácil reconhecer o amor e sua emanação do que dominar os processos pelos quais ele pode tornar-se afetivo -ou a natureza daquilo que deve ser afetado.
Estes são pontos que demandam cuidadosa atenção e consideração. São dignos de reflexão. O poder sintético da mente, auxiliado pelo verdadeiro amor, algum dia será o instrumento de todos os verdadeiros curadores. Enquanto esse tempo não chega, pelo bem do futuro e a fim de ajudar a formulação da vindoura arte da cura -baseada na compreensão da energia, seu afluxo e circulação -este tratado dedicar-se-á um pouco ao lado acadêmico. Afinal, os fatos aqui apresentados são fatos que existem e estão verdadeiramente presentes, como estão presentes aquelas emoções que o curador comum chama amor.
Os sete Centros Principais - (Continuação)
Continuamos nossa consideração sobre os centros. Já abordamos os quatro acima do diafragma -os três através dos quais a Tríade Espiritual trabalhará oportunamente, e o centro sintético, o centro ajna, que finalmente expressa a personalidade integrada e se torna o agente direto da alma. Temos agora mais três centros a considerar, todos encontrados abaixo do diafragma -o plexo solar, o centro sacro e o centro na base da espinha. O mais importante para todos os aspirantes atualmente é o plexo solar; o mais ativo -falando de modo geral -na humanidade como um todo, ainda é o centro sacro; o mais inativo (do ponto de vista do homem espiritual) é o centro básico.
5. O Plexo Solar. Esta localizado na coluna vertebral bastante abaixo das omoplatas e está extremamente ativo. Nos dias atlantes foi levado a um alto grau de desenvolvimento, assim como na época ariana, o centro da garganta está sendo rapidamente despertado. Este centro, o da garganta, está, de forma peculiar, relacionado a dois outros centros: o cardíaco e o ajna, e formam atualmente um interessante triângulo de energias no corpo humano, triângulo esse que é alvo de grande atenção da Hierarquia. Existe uma afluência de energia da alma para o centro ajna e deste para o centro cardíaco, na medida em que o aspirante entra em contato com sua alma, o que leva a três coisas;
• Estimulação do centro cardíaco.
• Resposta do coração que evoca uma estimulação do centro ajna e produz
eventualmente o reconhecimento da consciência grupal pela personalidade.
• A evocação do centro cardíaco na cabeça.
Tudo isto, porém, é facilitado pelo avançado desenvolvimento do plexo solar no aspirante, que tem seu próprio efeito sobre o coração e um efeito recíproco sobre o centro ajna.
Há, consequentemente, dois importantes triângulos a considerar:
Assim como há, astrologicamente, uma Ciência de Triângulos, será também desenvolvida mais tarde uma ciência de triângulos em relação ao sistema humano. Porém o tempo ainda não é chegado. Eu apenas dou indicações ocasionais desta ciência sobre a qual a intuição dos discípulos pode atuar.
a. O plexo solar é um reflexo do “coração do sol” na personalidade, assim como é o centro cardíaco. É o fator central na vida da personalidade para toda a humanidade abaixo do grau de discípulo probacionário. Nesse ponto a mente começa definidamente a funcionar, embora de forma tênue.
É a saída -se posso usar tal palavra -do corpo astral para o mundo exterior, e o instrumento através do qual a energia emocional flui. É o órgão do desejo. É de suprema importância na vida do homem comum, e o seu controle é um objetivo vital para o aspirante. Ele precisa transmutar o desejo em aspiração.
b. O plexo solar entrou em pleno funcionamento na época atlante, durante o período em que a segunda grande raça humana se estava desenvolvendo. Estes centros inferiores não estão tão especificamente relacionados com as iniciações como os centros acima do diafragma, pois eles são centros da personalidade e têm que estar sob o controle da alma, quando são feitas as iniciações de determinado grau.
c. O plexo solar é o grande centro distribuidor das energias abaixo do diafragma. Isto refere-se aos três centros principais e aos menores citados na página 72 (VER ESTE ASSUNTO). A relação deste centro com o plano astral é crucial (para usar uma palavra peculiar, mas bastante expressiva). Ele é o recipiente de todas as reações emocionais e impulsos e energias do desejo e, porque a humanidade está hoje tornando-se ativa num sentido grupal e está mais inclusiva do que jamais esteve antes na história humana, a situação é de aguda e extrema dificuldade. A humanidade, através do plexo solar individual e também do plexo solar coletivo, está sendo submetida a uma pressão quase insuportável. Tais são as provas da iniciação! Não é minha intenção tratar aqui dos processos que podem atrair as energias inferiores, o modo de centralizá-las no plexo solar, e aí transmutá-las e refiná-las até o ponto em que se torne possível transferi-las para o centro do coração. Grande parte disto está relacionada com o treinamento dado aos discípulos aceitos, antes da segunda iniciação. Discutir isto seria um assunto por demais complicado, além de acarretar certos perigos para aqueles que não estão prontos para o processo; contudo, é um processo que se desenvolve -por um esforço vivente -quase automaticamente. O plexo solar é, assim, o mais separativo dos centros (exceto o ajna, no caso do homem que se encontra no caminho da mão esquerda) porque ele fica no ponto do meio, entre os centros da garganta e do coração -acima do diafragma -e os centros sacro e básico -abaixo do diafragma. Este é um dado da maior importância.
d. O plexo solar é o centro no veículo etérico através do qual a humanidade (comum, não iluminada) vive, move-se e tem a sua existência. A humanidade está condicionada pelo desejo -desejo bom, desejo egoísta, desejo errôneo, e desejo espiritual. É o centro através do qual flui a maior parte das energias que tornam o homem progressista porque ele é ambicioso, egoísta porque ele dá importância a seus desejos pessoais, e fluídico porque ele está astralmente polarizado. Através deste centro jorra “a brilhante luz gerada em Atlântida”, e é feito o contato com a luz astral. É, portanto, o centro através do qual a maioria dos médiuns trabalham e os clarividentes atuam. Mais tarde, estas pessoas aprenderão a trabalhar como intermediários, usando seus poderes de forma consciente e inteligente; possuirão percepção clara, e isto substituirá a clarividência. Eles estarão, então, polarizados no centro ajna. O plexo solar é, consequentemente, um centro profundamente perturbador no corpo, e a causa básica da maioria dos males estomacais e dos distúrbios relacionados com o fígado. Toda a área imediatamente abaixo do diafragma está em constante estado de tumulto no que concerne ao homem, e isto devido a causas individuais e coletivas.
É interessante observar aqui que assim como o centro ajna (síntese das forças da personalidade quando esta se encontra altamente desenvolvida) é um grande agente diretor e distribuidor, assim também o centro do plexo solar (síntese das energias da personalidade de desenvolvimento comum, anterior ao processo de integração) é um centro recebedor e acumulador de todas as energias inferiores, e finalmente, é um ponto focal para a direção e distribuição dessas energias coletadas -remetendo-as aos seus centros receptores superiores:
1. As energias do próprio plexo solar têm que ser direcionadas para o centro do coração.
2. As energias do centro sacro têm que ser transmitidas para o centro da garganta.
3. As energias do centro na base da espinha têm que ser transferidas para o centro da cabeça. Depois da terceira iniciação, estas energias básicas são elevadas, controladas ou distribuídas por um ato da vontade da Tríade Espiritual. Então, “a luz gerada na Lemúria” (a luz do centro sacro) e “a luz gerada em Atlântida” extinguir-se-ão, e esses dois centros tornar-se-ão, simplesmente, recipientes de energias espirituais vindas do alto; não possuirão luz própria direta e inerente; a luz que eles passarão a transmitir chegar-lhes-á vinda de fontes coletivas nos planos etéricos.
A exteriorização física densa do plexo solar é o pâncreas, com uma exteriorização secundária no estômago. Há, em relação ao plexo solar, uma curiosa relação simbólica tanto em sua forma quanto em sua implicação. Temos
Novamente aparece aqui o tema de um centro de força espiritual (pois a força astral é espiritual em essência) e suas três manifestações. Estas três materializações densas são alimentadas e sustentadas pelas forças e energias do plexo solar. Acabei de expor um fato importante para aqueles que estão interessados no estudo da medicina sob o ângulo esotérico; corretamente apreciado, levará à compreensão da arte da cura. O controle do centro do plexo solar, e a correta recepção e liberação das energias focalizadas nesse centro produzirão grande purificação, um intenso fortalecimento e proteção dos três órgãos vitais que se encontram nessa área do mecanismo físico humano.
Como já destaquei antes, este centro é um órgão de síntese e reúne em si todas as energias inferiores em certo ponto do desenvolvimento superior do ser humano. É de fato, então, um instrumento (quando corretamente compreendido e dirigido) para auxiliar na integração da vida da personalidade. O maior problema do homem que está altamente desenvolvido, mas ainda não espiritualmente inclinado, é o desejo. Quais são suas metas? A quê são dirigidos seus esforços? Qual a natureza das suas ambições já realizadas? Quais são suas aspirações? De acordo com a natureza das forças e energias que seus pensamentos fazem abater-se sobre o plexo solar, assim será sua decisão de seguir pelo caminho da luz, ou permanecer estaticamente autocentrado, ou tomar o caminho inferior que leva a empanar a luz da alma.
Como vimos, as pétalas do centro do plexo solar estão voltadas para cima em direção ao centro cardíaco. Isto, na realidade, significa que a energia emocional, o desejo e a ambição (na raça dos homens como um todo) estão empenhadas em ascender em direção do caminho superior.
Devem notar que a transferência da energia do plexo solar per se, é a tarefa de todos os aspirantes ao Caminho do Discipulado nesta época em particular, e mais o gradual despertar do centro do coração. Os primeiros membros da família humana a se tornarem conscientes do grupo são, naturalmente, os aspirantes e os discípulos, os quais servem de exemplo para o resto da humanidade. Eles conseguem isso através da pressão da própria vida e das circunstâncias, e não por seguirem regras estabelecidas ou meditações específicas. Mais tarde, antes de uma certa iniciação maior, essas regras e medidas podem ser aplicadas com o fim de dar ao iniciado controle imediato e consciente sobre o corpo astral e seu ponto focal de entrada no corpo físico, o centro do plexo solar, e novamente na ocasião em que certas transferências maiores são realizadas conscientemente. Entre estas transferências, três são de primordial importância:
1. Dos três centros abaixo do diafragma para os centros do coração, da garganta e ajna.
2. Dos dois centros acima do diafragma -o do coração e o da garganta -para o centro ajna e o lótus de mil pétalas na cabeça.
3. Do centro ajna para o centro da cabeça, significando a unificação completa de todas as energias do corpo etérico em um único ponto focal central de distribuição -sob o controle direto da Tríade Espiritual.
Os processo envolvidos nestas três grandes experiências (cada uma precedida de muitas provas e experimentos) naturalmente exercem grande pressão sobre o corpo físico e são a causa de muitas das doenças a que os discípulos estão sujeitos.
Será evidente, por exemplo, que a transferência para o centro cardíaco, das energias acumuladas no plexo solar, causará dificuldades, frequentemente muito sérias. É esta a razão porque hoje tantas pessoas adiantadas morrem de doenças cardíacas. No longo ciclo da vida e experiência da alma, isto é relativamente de pequena importância; no curto ciclo da vida individual do discípulo, é de grande dificuldade e frequentemente trágico. Semelhantemente, a transferência das energias dos cinco centros ao longo da espinha para a cabeça é acompanhada de seus próprios problemas. A estimulação do centro ajna pela focalização dessas energias pode levar a desastrosos problemas psicológicos. Um homem pode tornar-se um egomaníaco temporariamente (tudo é temporário na longa vida da alma!) e tornar-se um monstro humano como Hitler e outros da mesma espécie, embora em menor grau; pode haver também violentas condições de epilepsia, ou a visão pode ser afetada e um homem pode ficar cego. Todos estes pontos merecem cuidadosa reflexão.
6. O Centro Sacro. Localizado na parte inferior da área lombar, é um centro muito poderoso, pois controla a vida sexual. Uma das coisas interessantes acerca deste centro é que ele sempre permanecerá poderoso até que dois terços da humanidade tenha recebido a iniciação, porque os processos procriadores têm que continuar e permanecer ativos a fim de proporcionar corpos para as almas que chegam. Porém, à proporção que a raça progrida, este centro será controlado e suas atividades serão executadas inteligentemente e como resultado do conhecimento, da percepção interna e de contatos sutis e superiores, e não como resultado do desejo ilimitado e incontrolado, como é agora o caso. Não posso estender-me sobre este assunto, porque o tema é vasto demais. Posso, porém, chamar a atenção para o que já escrevi, e sugerir que alguém que tenha interesse e tempo, reúna tudo que eu já disse nos meus livros sobre o tema do sexo, num panfleto.
a. O centro sacro corresponde ao sol físico, à fonte da vitalidade, ao agente doador da vida no nosso planeta.
b. O simbolismo do centro sacro está ligado primordialmente ao período de gestação anterior ao nascimento e compreendendo-o corretamente podemos rastrear e ampliar toda a história da concepção, da construção da forma, seja ela a forma física de um ser humano, a forma de uma ideia, de uma organização construída em torno de uma verdade central, a forma de um planeta, ou de um sistema solar. É, talvez acima de qualquer outra coisa, o centro através do qual as forças da IMPESSOALIDADE terão que eventualmente expressar- se, e todo o problema do dualismo resolver-se. Esta solução e interpretação do símbolo terá que vir do reino da mente, assim controlando a reação física e ocupando-se com propósitos e não com o desejo. Meditem sobre isto. Quando for esta a compreensão, teremos alcançado o ponto em que pode ser realizada a grande transferência para o centro superior da criação, o centro da garganta.
c. O centro sacro está, portanto, estreitamente relacionado com a matéria, e há um fluxo de energia entre três pontos na parte inferior do corpo:
1. O baço, o órgão do prana ou da vitalidade física vinda do
sol.
2. O centro sacro, o agente que predispõe à geração física.
3. O centro na base da espinha que (até que o aspeto vontade seja despertado
no homem) alimenta com o princípio da vida, a vontade-de-viver, todas as
partes da estrutura humana.
Estes pontos criam um triângulo de força, relacionado com a matéria, com a substância, com a construção da forma, com a criação, a vitalidade e a persistência na forma. Este triângulo é um reflexo de um triângulo muito mais elevado, assim composto:
1. Do centro da garganta, correspondendo ao centro sacro.
2. Do corpo pituitário, correspondendo ao centro esplénico.
3. Da glândula pineal, correspondendo ao centro básico.
Na relação destes dois triângulos reside a chave para o instinto de autopreservação, de sobrevivência dos corpos sutis após a morte, e o principio de imortalidade que está assentado na alma e funciona quando a autopreservação e a sobrevivência não mais governam. Isto constitui uma triplicidade de ideias que demanda o mais cuidadoso estudo e que -se assim posso expressá-lo -oferece a chave do movimento espírita.
d. O centro sacro, em última análise, está também vinculado ao centro ajna; juntos, eles criam uma dualidade funcionante produzindo aquela sutil qualidade que chamamos personalidade. Há um vasto campo para investigação no tema da personalidade como um todo integrado e na qualidade da personalidade, que é o aroma, a influência, o efeito e a irradiação de uma personalidade. Apresento estas idéias aos estudantes, na esperança de que venham a ser realizadas pesquisas que relacionem o tema dos centros com os fatos conhecidos de coordenação, integração e seus efeitos na produção da grandeza.
Para aqueles que estudam a Doutrina Secreta, há muito a ser desenvolvido sobre a relação entre os “Senhores Lunares’’, os Barhishad Pítris, e o Senhor ou Anjo Solar. O campo de trabalho dos primeiros é, por excelência, o centro sacro; o do Anjo Solar é o centro laríngeo.
e. O centro sacro registra a energia do terceiro aspeto da divindade, assim como o plexo solar registra a do segundo aspeto, e o centro básico expressa a energia do primeiro aspeto. Temos aqui novamente os centros inferiores refletindo os centros da garganta, do coração e da cabeça, completando assim a manifestação superior e inferior da divina Trindade no homem. Este centro entrou em pleno funcionamento na antiga Lemúria, a primeira raça humana; sua energia é a do Espírito Santo dominando a substância virgem. Novamente encontramos também aqui outro reflexo divino no seguinte:
Finalmente, no Divino Hermafrodita, que mais tarde aparecerá, teremos outra combinação:
Mais uma vez você notará, meu irmão, como a Ciência dos Triângulos governa a estrutura humana em todos os seus aspetos, assim como a estrutura de um sistema solar, o que era de esperar-se.
f. A exteriorização física densa deste centro encontra-se nas gônadas, os órgãos humanos de procriação -olhando-os como uma unidade básica, embora temporariamente separada na presente expressão dualista do ser humano. É preciso lembrar que esta separação fomenta um poderoso impulso para a fusão, e a este impulso chamamos sexo. Sexo é, na realidade, o instinto para a união: primeiro que tudo, uma união física. É o inato (embora muito mal compreendido) princípio do misticismo, que é o nome que damos ao impulso de união com o divino. Como tudo o mais que o homem não desenvolvido toca, nós pervertemos e distorcemos uma idéia divina e prostituímos um anseio imaterial em desejo material. Nós revertemos a energia do sacro e com isso super desenvolvemos a natureza animal e as funções da humanidade comum.
É claro que há muito mais que eu poderia acrescentar ao que disse acima, mas o tema exigiria análise muito cuidadosa, elucidação e fraseologia que o tempo não permite, ou não poderia ser mantida a ordenação estabelecida para este Tratado.
Há também pouco que eu possa dizer a respeito do centro na base da espinha. Antes, porém, de abordar qualquer informação proveitosa ou possível, devo esclarecer que o diagrama na página 162 representa o ponto de evolução de um discípulo e não de um iniciado avançado. (Mostrar o diagrama da página 162)
Tampouco é uma descrição de um ser humano comum. Isto se evidencia pelo fato de que o reflexo do centro do coração na cabeça está voltado para cima em resposta à crescente atividade do próprio centro do coração, e que a definição do centro ajna é clara e exata, o que demostra uma personalidade integrada e coordenada. Aquele, portanto, não é o diagrama dos centros de uma pessoa comum ou não desenvolvida. Diagramas podem apenas mostrar alguns pontos de consumação, porém é preciso lembrar que esses pontos não são realizações estáticas, mas são cada uma delas precedidas por fases e etapas de atividade que produzem resultados em constante mudança e aspetos variados dos centros; estes, por sua vez, são seguidos por outros ciclos de movimento, de mudança e de uma renovada liberação de energias. Os efeitos de causas profundamente subjacentes tornam-se, eles próprios, causas, pois no ciclo da manifestação não existe nada estático, ou fixo ou de determinação final. Este é um ponto de extrema importância. Portanto, não se deixem enganar por esses aparentes momentos de conquista. Eles nada mais são que prefácios para mudanças, pois assim é a Lei da Existência.7. O centro na Base da coluna vertebral. Este centro é, acima de qualquer outra coisa, controlado e governado pela Lei da Existência, acima referida, e está estabelecido onde a matéria e o espírito se encontram, e onde a matéria, a Virgem Maria -sob a influência do Espírito Santo, a energia do veículo etérico -é transladada “ao Céu”, para lá (segundo a fraseologia cristã) “sentar-se ao lado do Filho na Casa do Pai”
Este centro encontra-se exatamente na base da coluna vertebral, e suporta todos os outros centros. Está relativamente inativo nesta época, porque ele só é posto em plena atividade por um ato da vontade, direcionado e controlado pelo iniciado. Ele responde apenas ao aspeto vontade, e a vontade-de-ser na encarnação é o fator que atualmente controla a sua vida e produz seus efeitos e dirige o princípio da vida na matéria e na forma. Assim como o princípio da vida está “assentado no coração”, também a vontade-de-ser está assentada na base da coluna vertebral. Muitas coisas vãs e perigosas têm sido ditas acerca deste centro e tudo referente ao “fogo kundalini” tem demostrado ser uma excitante e atraente fábula dos pseudo-ocultistas do mundo. O verdadeiro ocultista em treinamento nada tem a ver com o fogo kundalini -como geralmente entendido. Não me é possível fazer mais do que tornar certos fatos um pouco mais claros, e ainda assim, ao mesmo tempo, devo abster-me de indicar modos e métodos de despertar a atividade deste centro, devido ao extremo perigo que envolve qualquer trabalho prematuro sobre este centro básico. O melhor que posso fazer é apresentar uma série de declarações que serão compreendidas corretamente por aqueles que sabem (e esses são ainda muito poucos), que auxiliarão o pensamento daqueles que estão em treinamento e lhes darão um quadro um pouco mais completo, mas que protegerão os ignorantes do desastre. Tornarei essas afirmações tão claras e breves quanto possível, mas praticamente não apresentarei explicações.
1. Este centro básico é o ponto onde, sob a lei da evolução, o espírito e a matéria se encontram, e a vida é relacionada à forma.
2. É, pois, o centro onde a dualidade essencial da divindade manifestada -homem ou Logos planetário -se reúne e produz a forma.
3. A natureza desta divindade só é revelada quando o segundo aspeto tenha completado o seu trabalho, por intermédio do terceiro aspeto, mas sob a vontade dirigente do primeiro aspeto.
4. É o centro onde a “serpente de Deus’’ sofre duas transformações:
a. A serpente da matéria permanece enrolada.
b. Esta serpente é transformada na serpente de sabedoria.
c. A serpente de sabedoria é trasladada e torna-se o “dragão da luz
vivente”.
5. Estas três etapas são nutridas pela vida e energia que desce por toda a coluna vertebral, via o correspondente etérico da medula e – no tempo e espaço -a descida deste jorro (e mais a simultânea elevação da vida) produz:
a. O despertar de modo gradual e ordenado dos centros, de acordo com os tipos de raio.
b. A reversão dos centros de modo que a consciência do morador interno seja adequada ao meio ambiente.
c. A síntese das energias da vida de todos os centros, e a adequação às demandas do iniciado e o serviço da Hierarquia e da Humanidade.
6. A coluna vertebral (do ponto de vista das ciências esotéricas) abriga um fio tríplice, que é a exteriorização do antahkarana composto pelo próprio antahkarana, pelo sutratma, ou fio da vida, e pelo fio criador. Este triplo fio no interior da coluna vertebral é, pois, composto de três fios de energia que, para si mesmos, criaram um canal na substância do interior da coluna vertebral um “triplo caminho de entrada e de retirada”. Na terminologia hindu, chamam-se os caminhos de ida, de pingala e de sushumna, e juntos formam o caminho da vida para o homem individual e são despertados para a atividade sequencialmente e de acordo com o tipo de raio e o ponto de evolução. O caminho de sushumna só é usado corretamente e com segurança após a construção do antahkarana e a Mônada e a Personalidade estejam relacionadas mesmo que por um tênue fio. Então a Mônada, o Pai, o aspeto vontade, pode alcançar a personalidade de modo direto, e pode despertar o centro básico, e com ele, mesclar, unificar e elevar os três fogos.
7. Um desses caminhos é aquele por onde flui a energia que alimenta a matéria. Outro está relacionado com o caminho da consciência e do desdobramento psíquico sensível. O terceiro é o caminho do espírito puro. Assim, em cada forma vivente o trabalho do Pai, da Mãe e do Filho é levado a cabo. Vida-consciência-forma e vida-qualidade-aparência são mescladas, e o aparelho de resposta do homem divino é aperfeiçoado, permitindo-lhe contatar e reconhecer os aspetos divinos maiores nos reinos da natureza, no planeta e no sistema solar - eventualmente.
Não se deixem enganar ao situar estas esferas entrelaçadas de energia divina à direita ou à esquerda da medula espinhal, pois um movimento constante, uma interação e reversão estão sempre tendo lugar. Eu posso somente retratar a natureza de um símbolo que indicará o caminho especial das três energias da divina Trindade. Não estou indicando um fato na localização ou lugar, pois é esta materialização e localização do conceito principal que tem originado tanto perigo. O estudante-iniciado procura perceber a relação das três energias básicas, dos três caminhos do fogo vivo, suas relações e inter-relações e a sequência de sua polarização. Ele não procura estreitar o conhecimento a pontos, linhas e lugar até o momento em que esse termos pouco signifiquem para ele e ele tenha maior conhecimento.
8. Estes três caminhos de vida são os canais para o fogo elétrico, o fogo solar e o fogo por fricção, e no seu uso, estão ligados às três etapas do caminho da evolução: o caminho da evolução material, nas suas etapas iniciais; o Caminho da Provação e as etapas iniciais no Caminho do Discipulado até à terceira iniciação; e o Caminho da Iniciação propriamente dito.
9. O Fogo Kundalini, sobre o qual tanto tem sido ensinado e escrito no Oriente, e cada vez mais no Ocidente, é na realidade, a união desses três fogos, que são focalizados, por um ato da vontade iluminada e sob o impulso do amor, no centro básico. O fogo assim unificado é, então, elevado pelo uso de uma Palavra de Poder (emitida pela vontade da Mônada) e pela autoridade unificada da alma e da personalidade, é integrado e vivificado. O ser humano que consegue realizar isto em plena consciência é, portanto, um iniciado que já deixou para trás a terceira iniciação. Ele, e somente ele, pode, com segurança, elevar este triplo fogo da base da coluna para o centro da cabeça.
10. De acordo com a interpretação usual dada pelos esoteristas ignorantes nos diversos grupos ocultistas, o fogo kundalini é algo que tem que ser “elevado”, e quando isto é feito, todos os centros entrarão em atividade funcionante e os canais ao longo da espinha ficarão livres de qualquer obstrução. Esta é uma perigosa generalização e uma inversão dos fatos. O fogo kundalini será elevado e ascenderá ao céu quando todos os centros estão despertos e desimpedidos os canais ao longo da coluna. A remoção das obstruções é o resultado da vivificação de cada centro, os quais, pela potência de sua própria vida, efetuam eles mesmos a destruição de todos os empecilhos e obstruções. Eles podem “queimar” tudo que impede sua radiação. O que geralmente acontece nesses casos acidentais (que tanto mal causam) é que o aspirante, devido à sua ignorante curiosidade e por um esforço da mente (não da vontade espiritual, mas unicamente como uma expressão da vontade da personalidade) consegue elevar o mais inferior dos três fogos, o fogo da matéria, o fogo por fricção, o qual produz uma queima prematura e destrói a rede etérica no corpo etérico. Estes discos ou redes circulares encontram-se entre cada par de centros ao longo da coluna e também na cabeça. Estas redes dissolvem-se normalmente à medida que a pureza da vida, a disciplina das emoções e o desenvolvimento espiritual se processam.
Há quatro dessas redes. Quando a quadrupla personalidade está altamente desenvolvida e o centro ajna começa a despertar, então essas redes normalmente e de forma automática, vão vagarosa e gradualmente desaparecendo. As redes na cabeça são de qualidade muito superior e seccionam o crânio horizontal e verticalmente, simbolizando assim a cruz sobre a qual um Filho de Deus é crucificado. (Continua na Parte 3)