Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo I
4. DOENÇAS RESULTANTES DA VIDA DO DISCIPULADO (Parte 1)
Anteriormente disse que as doenças têm sua origem nas quatro causas seguintes:
1. São o resultado do bloqueio do livre fluxo da vida da alma.
2. São causadas por três influências ou fontes de contaminação:
a. Erros antigos, os chamados pecados do indivíduo em questão, cometidos nesta vida ou em encarnação anterior.
b. Defeitos e predisposições herdados e comuns a todo o resto da humanidade.
c. Mal planetário, incidente sobre o ponto alcançado pelo Logos planetário e condicionado pelo Carma planetário.
3. São condicionadas pelas forças que emanam do plano sobre o qual a consciência do homem está primariamente focalizada.
4. Os cinco principais tipos de doença com seus efeitos subsidiários, que podem produzir -e o fazem -resultados no que diz respeito ao discípulo, pois este não está imune senão após a terceira iniciação.
A. As Doenças dos Místicos
Todavia, o discípulo raramente sofre de tuberculose (exceto quando carmicamente condicionado), ou está sujeito a doenças sociais, exceto as que possam afetá-lo fisicamente através de sua vida de serviço. O contágio poderá atingi-lo, mas não seriamente. O câncer pode vitimá-lo, mas é mais provável que ele venha a sofrer de doenças cardíacas e nervosas de algum tipo. O místico verdadeiro sucumbe mais a situações puramente psicológicas relacionadas com a personalidade integrada, e portanto incidental ao fato de estar ele grandemente focalizado no plano astral. O discípulo está mais sujeito a dificuldades mentais e aos problemas ligados à energia e que são devidos à fusão -quer completa ou ainda sendo processada - da alma com a personalidade.
A primeira causa mencionada anteriormente neste tratado foi resumida na afirmação de que a doença é o resultado do bloqueio do livre fluxo da vida e da energia da alma. Este bloqueio é provocado pelo místico quando ele sucumbe a seus próprios pensamentos-forma, constantemente criados em resposta à sua crescente aspiração. Eles formam uma barreira entre o místico e o livre fluxo da vida da alma e bloqueiam seu contato e o resultante influxo da energia da alma.
O discípulo reverte totalmente esta situação e cai vítima (antes da terceira iniciação) de um tremendo influxo de energia da alma -a energia do segundo aspeto -que lhe chega vinda:
a. De sua própria alma, centro de energia com o qual a fusão esta rapidamente tendo lugar.
b. De seu grupo ou do Ashram ao qual ele, como discípulo aceito, está afiliado.
c. De seu Mestre, com o Qual ele tem relação espiritual e a Cuja influência vibratória ele é sempre sensível.
d. Da Hierarquia, cuja energia pode alcançá-lo por intermédio de todos os três fatores acima.
Todas estas correntes de energia têm um efeito definido sobre os centros do discípulo, de acordo com o seu raio e polarização específica nesta encarnação. Uma vez que cada centro está relacionado a uma determinada glândula e que as glândulas, por sua vez, condicionam a corrente sanguínea, e também têm um efeito específico sobre a estrutura orgânica que está dentro do alcance de sua influência vibratória (p. ex. o estômago, perto do plexo solar, e o coração, perto do centro cardíaco, etc.) vê-se como é possível que as doenças principais de que sofre um discípulo (doenças que são excepcionais e restritas principalmente à humanidade avançada) sejam o resultado da hiperestimulação ou influxo de energia a um determinado centro, produzindo excessiva perturbação nesse local.
O místico não está sujeito a estas condições, a menos que ele esteja rapidamente transformando-se num místico prático ou ocultista.
Este é um ciclo de transição entre a atitude mística e a posição mais definida que o ocultista assume. Assim, não discutirei as doenças que acometem os místicos, mas gostaria de destacar um fato interessante: o místico está sempre consciente da dualidade. Ele é aquele que está sempre em busca da luz, da alma, do amado, daquele algo superior que ele sente que existe e que pode ser encontrado. Ele aspira reconhecer e ser reconhecido pelo divino; ele é o seguidor da visão, um discípulo do Cristo, e isto condiciona seu pensamento e sua aspiração. Ele é.um devoto e aquele que ama o aparentemente inatingível -o Outro, em vez dele próprio.
Somente quando ele se torna um ocultista é que o místico aprende que, o tempo todo, o imã que o atraía, e o dualismo que coloria sua vida e pensamentos e constituía o motivo de tudo que ele procurava fazer, era o seu verdadeiro eu, a Realidade Una. Ele reconhece, então, que essa assimilação e identificação com a realidade una permite que a dualidade seja transmutada em unidade, e que o sentido da busca seja transformado num esforço para que ele se torne aquilo que ele essencialmente é -um Filho de Deus, um com todos os Filhos de Deus. Tendo realizado -consumado -isto, ele se percebe um com o UM em quem nós vivemos, nos movemos e temos nossa existência.
A seguir quero destacar que a expressão mais inferior da condição mística, com a qual nos estamos familiarizando cada vez mais, é a chamada “dupla personalidade”; quando esta condição se apresenta, o eu inferior expressa-se através de uma condição básica de dualidade e, aparentemente, duas pessoas se expressam, em vez da personalidade integrada com a alma. Isto necessariamente cria uma condição psicológica perigosa que exige os cuidados de alguém com treinamento científico específico, difícil de se encontrar, uma vez que tão poucos psicólogos e psiquiatras reconhecem o fato da alma. Menciono isto porque é de valor hoje e o será cada vez mais nos anos posteriores quando será necessário investigar e compreender as analogias existentes na consciência humana e remontá-las a áreas ainda inexploradas de percepção. A dupla personalidade e o místico são dois aspetos de um todo -o aspeto correto e de acordo com um desenvolvimento espiritual elevado, e o aspeto que é um reflexo e uma distorção da etapa de desenvolvimento que precede a do ocultista treinado. Há muitas situações predominantes na humanidade hoje que podem ser submetidas ao mesmo raciocínio, e um dos modos de cura que será desenvolvido mais tarde é a descoberta das correspondências superiores às dificuldades e doenças inferiores, e o reconhecimento de que elas nada mais são do que distorções de uma grande realidade. Isto levará o indivíduo sob os cuidados do curador a transferir a atenção para o aspeto superior reconhecido.
Toda a ciência da Integração está envolvida neste assunto. Esta ciência, se corretamente compreendida, abrirá um campo inteiramente novo de abordagem psicológica das doenças tanto físicas quanto nervosas. Alguma coisa já está sendo feita ao longo desta linha por psicólogos e educadores espiritualmente orientados. O sistema de ajudar às pessoas psicologicamente está claramente dentro desta linha e podemos descrevê-lo assim: o psicólogo comum (quando se trata de casos nervosos, de pessoas que estão à beira da insanidade e de pessoas neuróticas) emprega o método de descobrir as raízes profundas dos complexos, as cicatrizes, os choques antigos ou os temores que jazem por trás da experiência do presente e que fizeram do homem o que ele é hoje. Estes fatores condicionantes são buscados no subconsciente pelo processo de desenterrar o passado, levando em conta o meio ambiente atual e a hereditariedade, e estudando os efeitos da educação -quer acadêmica, quer baseada na própria vida. Então, o fator que tem sido o maior obstáculo, e que converteu o homem num problema psicológico, é trazido à superfície da sua consciência (se possível, com sua própria ajuda), e então inteligentemente explicado e relacionado à condição existente, e o homem é, consequentemente levado a compreender a sua personalidade, seus problemas e sua iminente oportunidade.
A técnica espiritual, porém, é completamente diferente. O problema da personalidade e o processo de escavar o subconsciente são ignorados porque as condições indesejáveis são consideradas o resultado da ausência de contato e controle da alma. O paciente (se assim posso chamá-lo) é ensinado a afastar os olhos e, consequentemente, a atenção de si próprio, de seus sentimentos, seus complexos, ideias fixas e pensamentos indesejáveis, e focalizar-se sobre a alma, a Realidade divina no interior da forma, e a consciência crística. Isto bem poderia denominar- se o processo de substituir cientificamente por um novo interesse dinâmico aquilo que até então fora o centro das atenções. Isso põe em atividade um fator cooperativo cuja energia flui através da vida inferior da personalidade e leva embora as tendências psicológicas erradas, os complexos indesejáveis que conduzem a uma errada abordagem da vida. Isto eventualmente regenera a vida mental, ou do pensamento, de modo que o homem é condicionado pelo pensamento correto sob o impulso ou iluminação da alma. Isto produz “o poder expulsivo dinâmico de um novo afeto”; as antigas ideias fixas, as velhas depressões e tristezas, os velhos e cerceantes desejos -tudo isso desaparece, e o homem ergue- se livre como alma e senhor de seus processo vitais.
Alonguei-me na discussão destas duas condições porque é essencial que se entenda outra lei sobre a cura antes de seguirmos adiante. A discussão sobre a dupla personalidade, os problemas do místico e o novo modo de abordar a enfermidade (do ângulo da alma e do reino das causas, e não do ângulo da personalidade e do reino dos efeitos) pode tornar clara esta lei em suas mentes e indicar, pelo menos, sua razoável e valiosa aplicação às necessidades humanas.
LEI IV
A doença, seja física ou psicológica, tem suas raízes no bem, no belo e no verdadeiro. Nada mais é do que o reflexo distorcido das possibilidades divinas. A alma frustrada, procurando expressar plenamente alguma característica divina ou realidade interna espiritual, produz, no interior da substância de seus invólucros, um ponto de fricção. Sobre este ponto estão focalizados os olhos da personalidade, e isto leva à doença.
A arte do curador consiste em erguer para a alma -o curador dentro da forma -os olhos que olham para baixo. Então, o olho espiritual, o terceiro olho, direciona a força curadora, e tudo fica bem.
B. Doenças dos Discípulos
Dividiremos o que temos a dizer sobre as doenças dos discípulos em duas partes: os problemas específicos de todos os discípulos e as dificuldades incidentais ao contato com a alma.
É preciso lembrar aqui que todos os discípulos são suscetíveis às principais categorias de doenças. Eles estão tentando tornar-se um com toda a humanidade, e isto inclui, portanto, todos os males de que a carne é herdeira. Eles talvez não sucumbam às fraquezas do homem comum, mas é preciso lembrar que as doenças cardíacas e nervosas constituem seu maior problema. Em relação a isto, os discípulos podem ser divididos em dois grupos principais: aqueles que vivem acima do diafragma, e que são portanto predispostos às enfermidades do coração, da tiroide e da garganta, e os que estão em processo de transferir as energias dos centros abaixo do diafragma para os centros acima dele. A maioria dos discípulos está atualmente transferindo as energias do plexo solar para o centro do coração, e a agonia mundial está acelerando profundamente o processo. Problemas estomacais, hepáticos e respiratórios acompanham esta transferência.
1. OS PROBLEMAS ESPECÍFICOS DOS DISCÍPULOS.
Estes problemas especiais são, como sabemos, peculiares às pessoas que elevaram sua consciência da vida da personalidade para a vida da alma. Estão relacionadas principalmente com a energia, seu influxo, sua assimilação ou não-assimilação, e seu emprego corretamente dirigido. Os outros males que são herança da carne neste período da evolução humana (pois é preciso lembrar que as doenças variam de acordo com o ponto na evolução e aparecem também ciclicamente), e aos quais os discípulos estão sujeitos, não serão discutidos aqui; direi apenas que as três principais doenças da humanidade a que já me referi cobram seu tributo aos discípulos, particularmente para proporcionará alma a liberação de seu veículo. Elas, contudo -embora não pareça -nesse caso são controladas a partir dos níveis da alma, e a partida está planejada como o resultado de uma decisão da alma, e não como consequência da doença. A razão pela qual estas três principais doenças -inerentes à vida planetária na qual vivemos, nos movemos e temos nossa existência -têm esse poder sobre os discípulos, é que eles próprios são uma parte integrante da vida planetária, e nas etapas iniciais de seu reconhecimento desta unidade eles são facilmente propensos a tornar-se sua presa. Este é um fato pouco conhecido, mas que explica porque os discípulos e pessoas adiantadas são suscetíveis a estas doenças.
Podemos dividir estes problemas em quatro categorias:
1. Aqueles relacionados com o sangue ou o aspeto vida, pois “o sangue é vida”. Eles têm efeitos específicos sobre o coração, mas geralmente apenas de natureza funcional. As doenças orgânicas do coração surgem de causas mais profundamente arraigadas.
2. Aqueles que são o efeito direto da energia, atuando sobre o sistema nervoso e através dele, sob a direção do cérebro.
3. Aqueles que estão relacionados com o sistema respiratório e têm uma origem oculta.
4. Aqueles que são especificamente devidos à receptividade ou não-receptividade, ao funcionamento ou não-funcionamento e à influência do centro. Necessariamente eles se distribuem em sete grupos, afetando as sete principais áreas do corpo. No caso do discípulo comum, antes que haja total controle da alma e direção monádica, o principal agente diretor, através do cérebro, é o nervo vago, ao longo do qual as energias que penetram pelo centro da cabeça são distribuídas para o resto do corpo. Uma definida ciência dos centros e de suas relações com kundalini foi apresentada por uma poderosa escola esotérica do oriente, a qual contém muitas verdades, mas também muitos erros.
Estabeleci uma diferença entre problemas e reações físicas e doenças
porque o influxo, a distribuição e a direção da energia não produzem
necessariamente doenças. Porém, durante o noviciado que precede todas as
iniciações, sempre se produzem dificuldades e problemas deste ou daquele
tipo, seja internamente, na consciência do discípulo, ou no seu
relacionamento com os que estão à sua volta. Daí que seu meio ambiente seja
afetado, e consequentemente sua própria ação recíproca.
Em relação a isto, é preciso lembrar que todos os discípulos são centros
de energia no corpo da humanidade e estão em processo de se tornarem pontos de
energia focalizada e direcionada. Sua função e atividade inevitavelmente
sempre produzem efeitos, resultados, despertamentos, rupturas e reorientações
na vida das pessoas que os cercam. Nas etapas iniciais, eles provocam isto
inconscientemente, e por essa razão frequentemente os resultados sobre as
pessoas que eles contatam não são os desejáveis, nem a energia é
prudentemente direcionada, desviada ou retida. Uma intenção inteligente deve
existir por trás de qualquer direcionamento da energia. Mais tarde, quando
eles estão aprendendo conscientemente a ser e começam a tornar-se centros
radiadores de força curadora conscientemente dirigida, esta energia entrante e
logo a seguir transmitida é empregada construtivamente ao longo de linhas
psicológicas e físicas. Não obstante, em qualquer caso, o discípulo tornar-
se uma influência efetiva e jamais pode "passar inadvertido em seu lugar nem
pode deixar de causar impacto sobre outras almas”. Sua influência,
emanação e potente energia inevitavelmente lhe causam problemas e
dificuldades, que se baseiam nas relações humanas carmicamente estabelecidas
e nas reações daqueles com quem faz contato, seja para o bem ou para o
mal.
Essencialmente, a influência de um discípulo da Grande Loja Branca é fundamentalmente boa e espiritualmente condicionadora; superficialmente e em seus efeitos externos -particularmente no que diz respeito ao discípulo -aparecem situações difíceis, separações aparentes, e emergem os defeitos e as virtudes dos que foram afetados, persistindo frequentemente por muitas vidas, até que a pessoa influenciada se torne “ocultamente reconciliada com a energia emanante”. Reflitam sobre isto. O ajustamento deve partir daqueles que foram influenciados, não do discípulo.
Consideramos agora os quatro problemas sob o ponto de vista psicológico, não físico:
a. Os problemas causados pelo despertar do centro cardíaco do discípulo são talvez os mais comuns e com frequência, alguns dos mais difíceis de tratar. Estes problemas baseiam-se em relacionamentos existentes e na interação da energia do amor com as forças do desejo. Nas etapas iniciais, o influxo do amor-força estabelece contatos com a personalidade que oscilam entre as etapas de incontida devoção e extremo ódio por parte da pessoa afetada pela energia do discípulo. Isto produz um constante tumulto na vida do discípulo até que ele se tenha ajustado aos efeitos da distribuição de sua energia, e também frequentes rompimentos de relações e frequentes reconciliações. Quando o discípulo é de importância suficiente para tornar-se o centro organizador de um grupo, ou está em posição de começar a formar, esotericamente, seu próprio ashram (antes de receber algumas das iniciações maiores), então a dificuldade pode ser muito real e muitíssimo perturbadora. Contudo, há pouco que o discípulo possa fazer exceto tentar regular a saída da energia do amor. Fundamentalmente, o problema continua a ser o da pessoa afetada; como já disse, os ajustamentos têm que ser feitos pela outra parte, ficando o discípulo pronto para cooperar à primeira indicação de boa vontade para reconhecer o relacionamento e intenção de cooperar no serviço grupal. Este é um ponto que tanto o discípulo quanto a pessoa que reage à sua influência têm que levar em consideração. O discípulo permanece preparado; o sujeito que responde geralmente afasta-se ou aproxima-se segundo o impulso de sua alma ou de sua personalidade -provavelmente desta última nos primeiros estágios. Eventualmente, contudo, ele permanece com o discípulo, cooperando com ele com plena compreensão, e pondo fim à difícil experiência.
Não me é possível entrar em maiores detalhes sobre os problemas relacionados com o coração e a energia vital do discípulo, os quais estão condicionados pelo seu raio, a iniciação para a qual ele está sendo preparado, e a qualidade, etapa evolutiva e raio daqueles afetados.
Há também dificuldades e problemas de natureza mais sutil surgidos da mesma causa, mas não localizados em certas e definidas relações humana. Um discípulo serve; ele escreve e fala; suas palavras e influência penetram a massa dos homens, despertando-os para algum tipo de atividade -frequentemente boa e espiritual, às vezes maléfica, antagônica e perigosa. Ele, portanto, tem que levar em consideração não apenas suas próprias reações quanto ao trabalho que está executando, mas também, de um modo geral e específico, as massas que ele está começando a afetar. Isto não é fácil de fazer, particularmente para um trabalhador inexperiente quanto ao Plano. Ele flutua entre o plano mental, onde ele normalmente tenta funcionar, e o plano astral, onde as massas estão focalizadas, e isto o leva ao reino da miragem e consequente perigo. Conscientemente ele se dirige àqueles que ele procura ajudar, mas às vezes como alma (e então, frequentemente superestimula seus ouvintes), e às vezes como personalidade (e então ele alimenta e aumenta as reações de suas personalidades).
Com o passar do tempo ele aprende -por meio das dificuldades provocadas pela necessária aproximação do coração -a permanecer firme no centro, emitindo a nota, dando sua mensagem, distribuindo energia de amor direcionado, e influenciando as pessoas ao seu redor, porém ele próprio permanece impessoal, somente como um agente direcionador e alma compreensiva. Esta impersonalidade (que pode ser definida como uma abstração da energia da personalidade) produz seus próprios problemas, como todos os discípulos bem conhecem; todavia nada podem fazer a não ser esperar que o tempo conduza os outros a uma clara compreensão do significado e sentido esotérico das corretas relações humanas. O problema dos trabalhadores com indivíduos e com grupos está basicamente relacionado à energia do coração e com a força vivificadora de sua vida encarnada. Em conexão com este problema e suas reações sobre o discípulo, certas e definidas dificuldades físicas podem ocorrer e delas tratarei mais tarde.
Deve-se notar também que certas dificuldades de ritmo podem ocorrer, e problemas relacionados à vida cíclica do discípulo. O coração e o sangue estão esotericamente relacionados e simbolicamente definem a vida pulsante da alma que se demostra no plano físico na saída e retirada da vida dual do discípulo, cada frase apresentando seus próprios problemas. Uma vez que o discípulo tenha dominado o ritmo de sua vida interna e externa, e tenha organizando suas reações de modo a extrair delas o máximo significado e não mais é condicionado por elas, ele então entra na vida relativamente simples do iniciado. Esta frase os surpreende? Precisam lembrar-se que o iniciado libertou-se, depois da segunda iniciação, das complexidades do controle emocional e astral. A miragem não mais tem poder sobre ele. Ele pode permanecer imóvel apesar de tudo que ele possa fazer e sentir. Ele percebe que a condição cíclica está relacionada com os pares de opostos e é parte da vida de manifestação da própria existência. Durante o tempo em que está aprendendo isto, ele passa por grandes dificuldades. Ele, como alma, submete-se a uma vida de exteriorização, de influência magnética e de extroversão. Imediatamente depois disto, ele pode levar uma vida de abstração, de aparente falta de interesse em seus relacionamentos e meio ambiente, e com uma expressão intensamente introspectiva e introvertida. Entre esses dois extremos, ele pode debater-se penosamente -às vezes por muitas vidas -até aprender a fundir e mesclar as duas expressões. Então, a vida dual do discípulo aceito, em seus vários graus e etapas, tornasse-lhe clara, e ele sabe o que está fazendo. Constante e sistematicamente, a expressão e a abstração, o serviço no mundo e o vivera vida reflexiva, desempenham ambos sua parte útil.
Muitas dificuldades psicológicas surgem durante este processo, o qual leva a clivagens psicológicas tanto profundas quanto superficiais. A meta do desenvolvimento é a integração -integração como personalidade, integração com a alma, integração com a Hierarquia, integração com o Todo, até que tenha sido conquistada completa unidade e identificação. Para chegar a dominar esta ciência de integração cuja meta básica é identidade com a Realidade Una, o discípulo progride de uma unificação para outra, cometendo erros, com frequência chegando a um total desencorajamento, identificando-se com aquilo que é indesejável até que, como personalidade-alma, ele repudia os relacionamentos anteriores; ele paga repetidamente pelo fervor mal aplicado, pela aspiração destorcida, pelo avassalador efeito da miragem, e as muitas condições de desarranjos físicos e psicológicos que forçosamente surgem enquanto as clivagens estão sendo curadas, alcançada a correta identificação e estabelecida a correta orientação.
Enquanto este básico, inevitável e necessário processo está tendo lugar, um trabalho definido prossegue no corpo etérico. O discípulo está aprendendo a elevar as energias dos centros inferiores para o plexo solar e dele para o centro do coração, reenfocando acima do diafragma as energias e não nos centros abaixo. Isto frequentemente leva a profundas complicações, porque -sob o ângulo da personalidade -o plexo solar é o mais potente, uma vez que ele é o centro distribuidor das forças da personalidade. É este processo de descentralização e “elevação’’ da consciência inferior para a superior que produz as maiores dificuldades a que os discípulos estão sujeitos. É este processo que está também hoje em desenvolvimento no mundo como um todo, o causador da espantosa dilaceração dos assuntos humanos, culturas e civilizações. O foco todo da consciência da humanidade está sendo mudado; a vida egoísta (característica do homem centrado em seus desejos e consequentemente no plexo solar) está dando lugar à vida descentralizada do homem inegoísta (centrado no Eu ou alma), ciente de seus relacionamentos e responsabilidade para com o Todo e não com a parte. Esta sublimação da vida inferior para a superior é um dos momentos mais profundos para o indivíduo e para a raça. Assim que o discípulo individual, e também a humanidade, simbolizando o discípulo mundial, tenham dominado este processo de transferência, veremos estabelecida a nova ordem de serviço individual e serviço mundial, e, portanto, a chegada da esperada nova ordem.
A circulação do sangue é símbolo de todos estes processos, e a pista para o estabelecimento da ordem mundial está oculta nesta simbologia -a livre circulação de tudo que é necessário para cada parte da grande estrutura da humanidade. O sangue é a vida, e o livre intercâmbio, a livre participação, a livre circulação de tudo que é necessário, pois um correto viver humano caracterizará o mundo futuro. Hoje estas condições não existem, o corpo da humanidade está doente e sua vida interna desorganizada. Em vez da livre circulação entre todas as partes do aspeto vida, tem havido separação, canais bloqueados, congestão e estagnação. Foi necessária a terrível crise atual para despertar a humanidade para as suas condições doentias, para a extensão do mal que agora descobrimos ser tão grande, e as doenças do “sangue da humanidade” (simbolicamente entendido) tão severas que somente medidas extremamente drásticas -dor, agonia, desespero e terror -serão capazes de estabelecer a cura.
Os curadores devem lembrar-se disto e ter em mente que os discípulos e todos os homens bons e os aspirantes compartilham desta doença universal da humanidade que necessariamente cobra seu tributo psicologicamente ou fisicamente ou ambos. O problema é de origem antiquíssima e de hábitos longamente estabelecidos e inevitavelmente afeta o veículo físico da alma. Estar isento das enfermidades humanas não indica superioridade espiritual. Pode simplesmente indicar o que um dos Mestres chamou de “as profundezas do egoísmo espiritual e da autossatisfação”. O início do terceiro grau pode manter-se isento, mas isto só porque ele se libertou completamente da miragem e nenhum aspeto da vida da personalidade tem poder sobre ele. Todos os tipos de raios estão igualmente sujeitos a estes problemas particulares. Contudo, o sétimo raio é mais suscetível aos problemas, dificuldades e doenças da corrente sanguínea do que qualquer outro tipo de raio. A razão é que este é o raio que tem a ver com a expressão e manifestação da vida no plano físico e com a organização das relações entre espírito e matéria na forma. Está empenhado hoje -ao procurar criar a nova ordem -com livre circulação e uma consequentemente intencionada liberdade da humanidade dos males e problemas do passado. É interessante lembrarmo-nos disso e seria útil para os estudantes, nesta época, reunir e estudar tudo que eu já escrevi sobre o sétimo raio da ordem cerimonial e da magia, se quiserem cooperar inteligentemente com os acontecimentos do dia.
b. As doenças do sistema nervoso produzidas pelo fluxo de energia para todas as partes do corpo, dirigido pela personalidade, por algum aspeto do eu inferior, ou pela alma, através do cérebro, são muitas e se tornam agudas à medida que o discípulo se aproxima da iniciação ou se torna um iniciado. Além dos males físicos que isto produz, há muitas outras condições provocadas por este influxo de força. O discípulo fica, por exemplo, hiperestimulado e portanto hiperativo; ele se desequilibra, e quando digo isto não me refiro a desequilíbrio mental (embora isso possa acontecer) mas ao hiperdesenvolvimento e hiperexpressão em alguma parte de sua natureza. Ele pode tornar-se exageradamente organizado por meio de um centro hiperativo, ou insuficientemente organizado e inativo. Ele está, portanto, sujeito ao desequilíbrio do sistema glandular, com todas as dificuldades daí derivadas. Sua superestimulação ou seu subdesenvolvimento, no que diz respeito aos centros, normalmente afeta as glândulas, e estas por usa vez, produzem as dificuldades de caráter, as quais, por seu turno, necessariamente causam problemas ambientais assim como desvantagens à personalidade.
Cria-se então um círculo vicioso e tudo se deve à direção errada da força e do influxo originado de algum dos veículos da personalidade para o centro a que está relacionado (p. ex., a força astral e sua relação com o plexo solar), e então ao aparecimento dos problemas de saúde, de caráter e de influência. A atividade excessivamente radiante por meio de qualquer um dos centros, atraí a atenção e o discípulo torna-se vítima de sua própria realização. Tratarei deste assunto mais detalhadamente quando discutir as doenças que se desenvolvem a partir das quatro categorias anteriormente mencionadas.
Estas dificuldades são gerais, mas afetam principalmente os discípulos do segundo e sexto raios. Os do segundo raio porque este é o raio construtor e concerne predominantemente à manifestação exterior e com a utilização de todos os centros, e os do sexto raio porque este é primordialmente o raio da tensão -uma tensão que pode revelar-se na forma do mais maligno fanatismo ou da mais altruísta devoção. É desnecessário dizer que todos os raios apresentam os mesmos problemas, porém o segundo raio tem a ver principalmente com a atividade da alma através de todos os centros -os que estão acima e os que estão abaixo do diafragma -tendo, porém, o coração como o primeiro centro de atenção. O sexto raio tem uma estreita relação com o plexo solar, o qual é o centro de distribuição e de reorientação da força vital na personalidade. Tenham isto sempre em mente.
c. Os problemas vinculados ao sistema respiratório estão todos ligados ao coração e, portanto, com o estabelecimento do ritmo certo e do contato correto com o meio. Inalar o alento da vida e partilhar o ar com todos os demais seres humanos, denota não só um centro individual de vida como também participação na vida geral de todos. A estes problemas de existência individual ou separada e de seu oposto, a Palavra Sagrada, o OM, está intimamente relacionada. Pode dizer-se nas palavras de um manual ocultista sobre a cura, dado a discípulos avançados, que:
“Aquele que vive sob o som do AUM conhece-se a si mesmo. Aquele que vive entoando o OM, conhece seu irmão. Aquele que conhece o SOM, conhece tudo”.
A seguir na linguagem críptica e simbólica do iniciado, prossegue o manual:
“O alento da vida torna-se a causa da morte para aquele que vive dentro de uma concha. Ele existe, mas ele não é; o alento então se retira e, em espiral, retorna ao todo.
"Aquele que exala o OM sabe que não é sozinho. Ele sabe que o alento é prana, vida, o fluido de conexão. Os males da vida são seus porque eles são a sina do homem -não gerados numa concha, porque a concha não existe.
“Aquele que é o SOM e o emite não conhece a doença, não conhece a mão da morte”
Nestas poucas palavras está sintetizado todo o problema do terceiro grupo de problemas e doenças, as quais estão relacionadas com a circulação da energia da alma -a energia do amor -e não se referem à circulação da essência da vida. Estas duas energias básicas, à medida que atuam sobre as forças da personalidade, acarretam a grande maioria dos problemas de que a humanidade é herdeira -falta de amor, falta de vida e fracasso na emissão e transmissão corretamente da nota da alma e do raio. O segredo de constituir um canal puro (para usar uma linguagem mística, mas não ocultista), é considerado no primeiro grupo de problemas; e o estabelecimento de corretas relações pela correta emissão da nota atrativa da alma, é considerado nos dois últimos grupos.
Este terceiro grupo de dificuldades, problemas e doenças afeta, logicamente, pessoas de todos os raios, porém, as pessoas do primeiro raio têm uma marcante predisposição para estes problemas específicos. Por outro lado, quando elas utilizam corretamente seus poderes latentes, elas podem superar -pelo uso correto do OM, e finalmente, do SOM -esses problemas e dificuldades muito mais facilmente do que as pessoas de outros raios. Eis aqui uma referência à Palavra Perdida da Maçonaria e ao SOM do Nome Inefável.
O som do AUM, o som do OM, e o próprio SOM estão todos relacionados com a vibração e seus diferentes e variados efeitos. O segredo da Lei da Vibração é progressivamente revelado à medida que as pessoas aprendem a emitir a PALAVRA em seus três aspetos. Os estudantes devem refletir sobre a distinção entre o alento e o som, entre o processo de respirar e o processo de criar a atividade vibratória. Os dois estão relacionados mas são distintos um do outro. Um está relacionado com o Tempo, e o outro com o Espaço e, como está dito no Velho Comentário, “o som, som final e contudo iniciador, concerne àquilo que não é nem Tempo, nem Espaço; está fora do Todo manifestado, a Fonte de tudo que é, e contudo, não é (ou não-coisa. A.A.B.)
Por esta razão, os discípulos do quarto raio geralmente podem desenvolver-se pelo poder da intuição e compreensão do OM. Este raio da harmonia através do conflito (o conflito dos pares de opostos) está necessariamente relacionado com a introdução dessa atividade vibratória que conduzirá à unidade, à harmonia e às corretas relações, e à liberação da intuição.
d. Os problemas incidentais à atividade ou inatividade dos centros são talvez os mais importantes do ponto de vista da doença, porque os centros governam o sistema glandular e as glândulas têm uma relação direta com a corrente sanguínea, e condicionam também as maiores e mais importantes áreas do corpo humano; elas têm um efeito tanto fisiológico quanto psicológico sobre a personalidade e seus contatos e relações internas e externas. A reação é primariamente física, mas os efeitos são principalmente psicológicos, e é portanto sobre este quarto grupo que me alongarei discutindo as doenças dos discípulos e dando algumas instruções definidas sobre os centros. Isto indicará mais claramente do que em qualquer outro lugar as causas das muitas doenças e dificuldades humanas.
Antes de prosseguir para o nosso próximo ponto, procurem captar mais plenamente o sentido das Leis e Regras da Cura dadas anteriormente e aqui repetidas para facilitar seus esforços.
LEI I
Toda doença é o resultado da inibição da vida da alma, e isto é verdade para todas as formas em todos os reinos. A arte da cura consiste em liberar a alma de modo que sua vida possa fluir através do agregado de organismos que constituem esta ou aquela forma.
LEI II
A doença é o produto de, e está sujeita a, três influências: primeira, o passado do homem, no qual paga o preço de seus antigos erros; segunda, sua hereditariedade, pelo qual ele partilha com toda a humanidade as correntes de energia contaminada de origem grupal; terceira, ele partilha com todas as formas naturais aquilo que o Senhor da Vida impõe ao Seu corpo. Estas três influências são chamadas “A Antiga Lei da Partilha do Mal”. Esta dará lugar algum dia à nova “Lei do Antigo Domínio do Bem”, que jaz por trás de tudo que Deus faz. Esta lei deve ser posta em atividade pela vontade espiritual do homem.
LEI III
As doenças são o efeito da centralização básica da energia vital do homem. Do plano no qual as energias estão focalizadas, provêm aquelas condições determinantes que produzem a má saúde, e que, portanto, resulta em doença ou em libertação da doença.
LEI IV
A doença, tanto física quanto psicológica, tem suas raízes no bem, no belo e no verdadeiro. Nada mais é do que um reflexo distorcido das possibilidades divinas. A alma frustada, procurando plena expressão de alguma característica divina ou realidade espiritual interna, produz dentro da substância de seus invólucros um ponto de fricção. Sobre este ponto ficam focalizados os olhos da personalidade, e isto resulta em doença ou libertação dela. A arte do curador está ligada à transferência dos olhos focalizados para baixo, para a alma, O Curador dentro da forma. O olho espiritual, ou terceiro olho, então conduz a força curativa, e tudo fica bem.
REGRA UM
O curador deve procurar ligar sua alma, coração, mente e mãos. Assim ele pode derramar a força vital curadora sobre o seu paciente. Este é um trabalho magnético. Pode curar a doença, ou fazer piorar o mal estado, segundo o conhecimento do curador.
O curador deve procurar ligar sua alma, seu cérebro, seu coração e a emanação áurica. Assim sua presença pode alimentar a vida da alma do paciente. Este é o trabalho de radiação. As mãos não são necessárias. A alma ostenta o seu poder. A alma do paciente responde, através da resposta de sua aura, à radiação da aura do curador, inundada pela energia da alma.
REGRA DOIS
O curador deve alcançar pureza magnética, através da pureza da vida. Ele deve atingir aquela dispersiva irradiação que aparece em todo o homem quando ele liga os centros da cabeça. Quando este campo magnético é estabelecido, surge também a irradiação.
REGRA TRÊS
O curador deve treinar-se para conhecer o nível interno do pensamento ou do desejo daquele que procura sua ajuda. Assim ele pode saber qual é a fonte que dá origem ao problema. Deve relacionar a causa e o efeito, e saber o ponto exato por meio do qual o auxílio deve chegar.
REGRA QUATRO
O curador e seu grupo de cura devem manter domínio suas vontades. Não é a vontade que deve ser usada, e sim o amor.
2. DIFICULDADES QUE OCORREM NO CONTATO DA ALMA
Hoje começamos o estudo das dificuldades, das doenças e dos problemas psicológicos (neurológicos e mentais) dos aspirantes e discípulos do mundo. Este estudo será feito sob o ângulo dos sete centros e também considerando os resultados das forças e energias (com acepções distintas) que por eles fluem. Grande parte do que direi será questionado pela medicina ortodoxa, porém, por outro lado, a medicina ortodoxa está paulatinamente aproximando-se do ponto de vista ocultista. Não tentarei relacionar a atitude esotérica da cura, suas proposições e métodos, com as modernas escolas de terapia. Ambas estão aproximando-se uma da outra. O leitor leigo, para o qual se destina este ensinamento, compreenderá melhor a minha tese se ela for mantida relativamente livre dos termos técnicos e atitudes acadêmicas das ciências médicas. Eles serviriam apenas para confundir, e o meu esforço é dar um quadro geral das causas que subjazem aos males físicos externos. Procuro apresentar certos aspetos da terapia ocultista para os quais a humanidade está agora pronta, lembrando que a apresentação é naturalmente inadequada e parcial, e que por essa razão pode parecer incorreta e um desafio para aqueles que estão sempre procurando saídas para a credulidade humana. Contudo, isso não me diz respeito. O tempo comprovará a exatidão de minhas afirmações.
A nova medicina lidará com fatores que são tenuemente reconhecidos no presente e que não foram ainda trazidos a qualquer relação de fato com o homem e seu corpo. A teoria na qual este novo ensinamento médico se baseia pode ser sintetizada na afirmação de que na realidade nada mais há a ser considerado senão a energia e as forças que resistem ou assimilam tipos de energia superiores ou diferentes. Começarei, portanto, por dar-lhes uma nova Lei para juntar às quatro já apresentadas. As leis anteriores tinham a natureza de proposições abstratas, e a menos que sejam relacionadas com esta quinta Lei continuarão um tanto vagas e sem sentido.
LEI V
Nada há a não ser energia, pois Deus é vida. Duas energias se juntam no homem, mas outras cinco estão presentes. Para cada uma haverá um ponto central de contato. O conflito destas energias com as forças, e das forças entre si, produzem os males corporais do homem. O conflito das primeiras e das segundas persiste durante idades até que seja alcançado o cume da montanha - o cume da primeira grande montanha. A luta entre as forças produz todas as doenças, todos os males e dores corporais, os quais buscam alivio na morte. As duas, as cinco, e pois, as sete, mais aquilo que elas produzem, possuem o segredo. Esta é a quinta Lei da Cura no mundo da forma.
Esta Lei pode ser desenvolvida em certas afirmações básicas assim tabuladas:
1. Nós vivemos num mundo de energias e somos uma parte constituinte delas.
2. O veículo físico é uma fusão de duas energias e sete forças.
3. A primeira energia é a da alma, a energia do raio. É a que produz o conflito quando a energia da alma procura controlar as forças.
4. A segunda energia é a da personalidade tríplice -o raio da personalidade ao resistir à energia superior.
5. As forças são as outras energias ou potências de raio que controlam os sete centros e são dominadas ou pela energia da personalidade ou pela energia da alma.
6. Dois conflitos, portanto, têm lugar entre as duas energias principais e entre as outras energias, focalizadas através dos sete centros.
7. É a interação destas energias que produz a boa ou má saúde.
Muitos ensinamentos têm sido dados sobre a milenar luta entre personalidade e alma, porém sempre apresentados em termos de busca espiritual, de misticismo e de religião, ou então em termos de reação do caráter, de aspiração abstrata e de pureza ou impureza. Destas coisas não me ocuparei. Meu tema é o dos efeitos deste conflito no corpo físico. Desejo, pois ater-me somente aos problemas fisiológicos e psicológicos pertinentes à luta que, principalmente, torna difícil a sorte do discípulo. Podemos postular que:
A. Todas as doenças e dificuldades físicas são causadas por uma ou mais de três coisas ou condições:
1. Um desenvolvido contato com a alma, produzindo assim a vitalização de todos os centros em ritmo ordenado, de acordo com o raio da alma. Isso naturalmente produz stress e tensão no veículo físico.
2. A vida e enfoque da personalidade, que tenta negar este controle da alma, e que se expressa principalmente através da atividade do centro da garganta (predispondo à atividade da glândula tireoide) e dos centros abaixo do diafragma.
3. Um ciclo na vida do aspirante em que o controle da personalidade começa a enfraquecer e a ênfase e consequente atividade se transferem para os centros acima do diafragma -mais uma vez causando problemas e reajustamento.
B. Certos objetivos apresentam-se ao aspirante em diferentes etapas, cada um envolvendo progresso, mas ao mesmo tempo, acompanhado de certas dificuldades:
1. O objetivo que o iniciado tem diante de si é que todos os centros no corpo etérico capazes de responder à energia do raio da alma e às outras sete energias que lhe são subsidiárias. Este processo de estimular, reajustar e conquistar o controle definitivo prossegue até após a terceira iniciação. Aí então, quando essa iniciação tiver sido feita, a qualidade e calibre do veículo físico são totalmente diferentes, e as Regras e Leis ‘‘da Saúde” não mais se aplicam a ele.
2. O objetivo diante do discípulo é promover o controle dos centros no corpo, através da alma, por meio da estimulação, eliminação e eventual estabilização. Isto inevitavelmente provoca dificuldades, e a vitalização ou inspiração (ambas as palavras são apropriadas), ou a ausência ou deficiência delas, afetam os órgãos do corpo dentro das áreas vizinhas aos centros, e afetam todas as substâncias que os cercam.
3. O objetivo diante do aspirante ou discípulo probacionário é transferir as forças dos centros abaixo do diafragma, através do centro do plexo solar, para os centros acima do diafragma. A energia da base da coluna vertebral tem que ser transferida para a cabeça; a energia do centro sacro tem que ser erguida até à garganta, enquanto que a energia do plexo solar tem que ser transferida para o coração. Isto é feito em resposta ao “puxão” magnético do raio da alma quando começa a dominar o raio da personalidade. É um processo longo e doloroso que se estende por muitas vidas e traz, como resultado, muitos males físicos.
4. O objetivo diante do homem comum (inconscientemente efetivo) é responder plenamente às forças da personalidade, primariamente focalizadas no ponto médio, o plexo solar, e então, coordenar essas forças de forma constante e inteligente para que, eventualmente, uma personalidade integrada seja apresentada à alma para seu controle e uso.
5. O objetivo diante do homem primitivo ou não desenvolvido (também inconscientemente efetivo) é viver plenamente a vida animal e emocional, ganhando assim experiência de crescimento, de contato, e eventualmente, de compreensão. Através destes meios, é assim construído o aparelho de resposta da alma nos três mundos.
Chamo a atenção para o pensamento que introduzi aqui, que os objetivos intrinsecamente em si mesmos têm efeito sobre aquilo a que o homem aspira. Este pensamento merece cuidadosa consideração.
Estas generalizações serão úteis somente se nos lembramos que são generalizações. Aspirante algum, em qualquer etapa, é claramente preciso em seu empenho enquanto não recebe a terceira iniciação e tão- pouco está ele inteiramente particularizado em sua vida e esforço. Os homens encontram-se em todas as etapas imagináveis de desenvolvimento, e muitas delas são intermediárias às cinco etapas mencionadas acima. Todas se fundem e mesclam entre si e, com frequência, formam uma tremenda e confusa arena para o pensamento e a atividade. É somente na vida do indivíduo não desenvolvido que esta nítida simplicidade é encontrada.
Entre o estágio da infância da raça ou do homem e o estado de liberação da vida da personalidade, nada mais há do que complexidade, sobreposição de estados de consciência, dificuldades, problemas psicológicos, doença e morte.
Obviamente tem que ser assim quando o vasto número de energias e forças que constituem o ser humano e formam o seu meio ambiente são postas em relação umas com as outras. Cada ser humano é, na realidade, como a miniatura de um rodamoinho no grande oceano o Ser no qual ele vive e se move -incessantemente em movimento até o momento em que a alma “respira sobre as águas” (ou forças) e o Anjo da Presença desça para dentro desse rodamoinho. Então, tudo se aquieta. As águas agitadas pelo ritmo da vida, e mais tarde violentamente agitadas pela descida o Anjo, respondem ao poder curador do Anjo e transformam-se “numa tranquila poça d’água onde os pequeninos podem entrar e encontrar a cura que precisam”. Assim está dito no Velho Comentário. (Continua na Parte 2)