Cura Esotérica
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PARTE UM
Capítulo I
3. CAUSAS SURGIDAS NO CORPO MENTAL
Eu iniciei esta secção do nosso estudo com as causas originadas nos corpos astral e etérico porque eles são a principal fonte de problemas, devido ao fato de que o grosso da humanidade está astralmente focalizada, assim como o grosso das formas no reino animal estão etericamente focalizadas. As forças que jorram para o reino animal vêm predominantemente dos níveis físicos densos da vida. Os animais superiores, porém, devido ao desenvolvimento provocado pelo contato com os seres humanos, estão tornando-se susceptíveis a forças oriundas do plano astral, e assim desenvolvem ações e reações que não são puramente instintivas.
Hoje, devido ao desenvolvimento da mente na raça ariana, podem surgir certas dificuldades no corpo físico. Sua origem não é basicamente mental, mas devida principalmente ao fato de que o corpo mental é o transmissor -quando ativo e corretamente alinhado -da energia da alma e esta energia da alma, jorrando para o corpo físico, pode produzir certas condições de hiperestimulação e dificuldades relacionadas com o sistema nervoso. Todavia, é a transmissão da energia a causadora do problema e não o fator surgido da mente, ela própria. Mais tarde desenvolverei este assunto.
A. Atitudes mentais erradas
Gostaria de tratar, primeiro que tudo, da premissa básica que a doença e as propensões físicas não são o resultado do pensamento errado. São muito mais o resultado de não haver pensamento algum, ou do fracasso em seguir as leis fundamentais que governam a Mente de Deus. Um exemplo interessante deste fracasso é o fato de que o homem não segue a Lei do Ritmo, a qual governa todos os processos da natureza, e o homem é uma parte da natureza. É a este fracasso em trabalhar com a Lei da Periodicidade que podemos atribuir a dificuldade inerente no uso e mau uso do impulso sexual. Em vez do homem ser governado pela manifestação cíclica do impulso sexual, e sua vida, portanto, ser regulada por um ritmo definido, atualmente tal coisa é inexistente, exceto nos ciclos pelos quais a mulher passa, e a estes pouca atenção é dada. O homem, porém, não é governado por ciclo algum, e rompeu também o ritmo ao qual o corpo feminino deveria estar subordinado, o qual -corretamente compreendido -determinaria o uso das relações sexuais, incluindo naturalmente o impulso masculino também. Este fracasso em viver pela Lei da Periodicidade e subordinar os apetites ao controle cíclico é uma das principais causas da doença; e como a estas leis é dada forma no plano mental, pode-se dizer legitimamente que o infringi-las tem uma base mental. Assim seria se a raça estivesse trabalhando mentalmente, coisa que ela não está. É no mundo moderno de hoje que se começa a transgredir largamente estas leis mentais, particularmente a Lei dos Ciclos, que determina as marés, controla os eventos mundiais e deveria também condicionar os individuais e assim estabelecer hábitos rítmicos de vida - um dos mais importantes incentivos à boa saúde.
Ao quebrar esta Lei do Ritmo, o homem desorganizou as forças que, corretamente usadas, tendem a trazer o corpo a uma condição justa e saudável; ao desorganizar as forças, ele preparou o terreno para a debilidade geral e aquelas inerentes tendências orgânicas que predispõem o homem à má saúde e que permitem entrar no sistema os germes e bactérias que produzem as formas externas de doenças malignas. Quando a humanidade recuperar a compreensão do correto uso do tempo (que é o que determina a Lei do Ritmo no plano físico), e puder determinar os ciclos adequados para as várias manifestações da força da vida no plano físico, então aquilo que anteriormente fora um hábito instintivo, tornar-se- á o uso inteligente no futuro. Isto será uma ciência inteiramente nova, e o ritmo dos processos naturais e o estabelecimento, como hábitos, de ciclos corretos de funcionamento físico, trarão uma nova era de saúde e condições físicas ajustadas à raça, de um modo geral. Usei a palavra “estabelecimento”, porque à medida que o foco da atenção racial se transferir para a região dos valores superiores, o veículo físico será enormemente beneficiado, e a boa saúde - através da vida ritmicamente correta, mais o pensamento correto e o contato com a alma -ficará permanentemente estabelecida.
Há, pois, pouquíssimas doenças afetando a carne que sejam mentalmente baseadas. É extremamente difícil estabelecer o que elas são, e há duas razões para este fracasso estatístico:
1. O fato de que pouquíssimas pessoas, relativamente falando, estão mentalmente polarizadas e, portanto, pensando.
2. O fato de que o grosso das doenças são etéricas ou astrais.
Outro fator que ocasiona esta dificuldade é que o pensamento e as reações emocionais do homem estão tão estreitamente inter-relacionados que não é fácil, nesta etapa na evolução, separar sentimento e pensamento, ou dizer que esta ou aquela doença surge no corpo astral ou mental, ou atribuir certas doenças a sentimentos errados e outras a pensamentos errados. Falando em termos da família humana em geral, o pensamento feito no mundo de hoje é, relativamente, obra de muito poucos. Os demais estão ocupados com a percepção sensual e com os muitos e diferentes aspetos da emocionalidade, como irritabilidade, preocupação, profunda ansiedade, aspiração por algum desejo ou objetivo, depressão, mais a dramática vida dos sentidos e da consciência do “eu no centro”. Poucos vivem no mundo do pensamento e menos ainda no mundo da realidade. Quando o fazem, o resultado inevitável é a melhoria na saúde, porque há uma melhor integração, e como resultado, um jogo mais livre das forças da vida através dos veículos de expressão.
B. Fanatismo mental. A dominância dos pensamentos-forma
Quero salientar aqui que as doenças e dificuldades surgidas do que chamei atitudes mentais erradas, fanatismos e idealismos e esperanças frustradas, encaixam-se em três categorias, e que ao estudá-las veremos que, em última análise, a sua origem não é de forma alguma mental, mas primariamente o resultado da interferência emocional.
1. Aquelas decorrentes da atividade e do trabalho imposto no plano físico que encontram seu incentivo naquelas condições mentais. Elas levam, por exemplo, a uma furiosa atividade e sobrecarga de trabalho devido à determinação de levar o plano a termo. O resultado é, com frequência, o colapso do sistema nervoso, o que poderia ter sido evitado se as condições mentais tivessem sido mudadas e alcançado o correto ritmo no plano físico. Mas foi o trabalho de natureza física o causador do problema, muito mais do que a condição mental.
2. Aquelas provocadas pelo estado de rebelião que colore toda a vida, e o registro de violentas reações emocionais. Estas podem estar baseadas na compreensão mental do Plano, por exemplo, aliada ao reconhecimento de que aqueles planos não se estão materializando, devido muitas vezes à falta de adequação do equipamento físico; mas a causa básica da doença é a rebelião emocional e não a condição mental. Amargura, desgosto, raiva e um senso de frustração produzem muitas das condições tóxicas prevalecentes e um estado de má saúde e envenenamento geral de que tantas pessoas sofrem habitualmente. Sua visão é maior do que sua realização, e isto causa sofrimento emocional. A cura para esta condição encontra-se numa simples palavra - aceitação. Isto não é um estado negativo de acomodação a uma vida inativa e submissa, mas uma aceitação positiva (no pensamento e na expressão prática) de uma condição que parece, no presente, ser inevitável. Isto leva a evitar desperdiçar o tempo tentando o impossível e a realizar o esforço necessário para levar avante o que é possível.
3. Aquelas dificuldades causadas pelo fracasso do aparelho físico em responder à altura das demandas da vida de pensamento do indivíduo. Essas são, natural e usualmente, uma parte da herança física, e quando este é o caso, pouca coisa há que possa ser feita, embora onde a aspiração é real e persistente, muito possa ser feito para melhorar e pavimentar o terreno para melhor funcionamento em um outro ciclo de vida.
Aqui é necessário que eu trate, tão brevemente quanto possível, do problema da cura mental e com o ensinamento de que toda doença é fruto do pensamento errado. Vocês estão começando a trabalhar, e eu quero o pensamento claro sobre este ponto. Os dois problemas que eu apresentei estão intimamente relacionados. Podemos expressá-los sob a forma de duas questões:
1. É a doença o resultado do pensamento?
2. Pode o poder do pensamento produzir efeitos de cura quando por um indivíduo ou grupo?
Diante do fato de que muitas doenças estão, como já lhes disse, latentes na matéria mesma do planeta, é óbvio que o pensamento humano não é responsável pela doença. Ela antecede a chegada da humanidade ao planeta. Há doença no mundo mineral, no reino vegetal, e também entre os animais, mesmo no seu estado selvagem e habitat natural, não contaminado pelo homem. Daí que o homem não pode ser responsável por ela, nem ser ela o resultado do pensamento humano errado. Não responde a questão dizer que ela se deve ao pensamento errado do Logos planetário ou do Logos solar, o que seria assumir que a premissa é correta e assim fugir do assunto.
Quero lembrá-los das duas definições das causas das doenças que dei anteriormente, e às quais devem dar toda atenção:
“Toda doença é o resultado da vida da alma restringida’’.
“A doença é o produto de três influências às quais está sujeita. Primeiro, o passado de um homem e por isso ele paga o preço de antigos erros. Segundo, sua herança em que ele compartilha com toda a humanidade daquelas correntes de energia corrompida que são de origem grupal. Terceiro, ele compartilha com todas as formas naturais daquilo que o Senhor da Vida impõe sobre essas formas. Essas três influências são chamadas a Antiga lei da Partilha do Mal. Esta dará lugar algum dia à nova Lei do Antigo Bem Dominante. Esta lei será trazida à atividade pela vontade espiritual do homem.”
Se analisarem as quatro causas da doença dadas aqui, verão que a doença será finalmente controlada pela libertação da alma em todas as formas, e que isto será feito pelo uso ativo da vontade espiritual do homem. Em outras palavras, podemos dizer que quando a energia da alma e o correto uso da vontade (que, no indivíduo, é o reflexo e agente da energia da vontade da alma) é liberado e corretamente direcionado pela mente, então poderemos lidar com a doença e finalmente dar-lhe um fim. É, pois, pela imposição de uma energia superior e de um ritmo mais elevado sobre as forças inferiores que a doença pode ser controlada. A doença é, portanto, o resultado, no corpo físico, do insucesso em atrair energias e ritmos superiores, o que, por sua vez, depende do ponto de evolução.
É a indistinta sensação deste insucesso e obscura percepção destes fatos que levou tantos grupos a crer na cura da doença pela força do pensamento e a atribuir o aparecimento da doença ao pensamento errado. Porém, na realidade, a humanidade terá de aprender que é somente a consciência superior da alma, agindo através da mente, que poderá finalmente resolver este problema.
Consequentemente, não podemos afirmar que a doença, de modo geral, tenha qualquer relação com o pensamento. Ela é simplesmente o uso inadequado das forças dos níveis etérico, astral e denso. A maioria das pessoas é importante diante delas, uma vez que as forças que constituem o corpo físico, por exemplo, e que passam através dele e nele atuam, e são herdadas de um antiquíssimo passado, formam um parte constitutiva do meio e do grupo de vida ao qual estão integrados e que partilham com seus semelhantes. Essa força-matéria está colorida com os resultados de antigos ritmos errados, forças mal usadas e qualidades herdadas. A energia da alma, expressada através do pensamento correto, pode curar as doenças a que o homem está propenso. É o insucesso em pensar e registrar e expressar os estados superiores de consciência que levam aos ritmos errados. Consequentemente, repito, a doença não é o resultado do pensamento.
C. Idealismo Frustrado.
Há, porém, certas doenças que aparecem no mecanismo físico e que definidamente têm raízes no fato de que a atividade (que é o resultado do pensar especificamente) foi colorida e condicionada pela vida emocional do indivíduo, e a vida emocional é uma fértil fonte de doenças e de estabelecimento de ritmos errados. É, portanto, a predominância da força astral, e não a energia mental, que realmente causa os problemas físicos. Não me refiro aqui às doenças do sistema nervoso e do cérebro, que são o resultado da hiperestimulação e do impacto de energia (com frequência, da mente e da alma) sobre um instrumento incapaz de lidar com ela. Estes casos serão vistos mais adiante. Refiro-me simplesmente à seguinte sequência de acontecimentos na vida psicológica e às atividades daí resultantes. A doença é uma forma de atividade:
1- A atividade e energia mental produz (através do poder do pensamento) certo registro de planos, idealismos e ambições.
2. Esta energia, mesclada à energia astral, fica dominada e controlada por reações astrais de tipo indesejável, como preocupação por coisas não realizadas, insucesso em materializar os planos, etc. Em consequência, a vida torna-se amargurada.
3. A doença aparece então no corpo físico, de acordo com suas tendências predisponentes e fraquezas inatas, herdadas.
Notarão que, na realidade, o corpo mental e o poder do pensamento, não foram de forma alguma a causa do problema. Ele foi causado pela obliteração do pensamento original e sua descida para o nível da emocionalidade. Quando esta descida e eventual controle pelas forças astrais não acontece, e o pensamento permanece claro e intocado no plano mental, pode haver um problema de outra espécie, devido ao fracasso em “levar avante” o pensamento até a ação efetiva no plano físico. Este fracasso produz não somente a clivagem na personalidade tão bem conhecida pelos psicólogos, mas também o corte de uma corrente de energia grandemente necessária. Em consequência, o corpo físico fica desvitalizado e sujeito à má saúde. Quando o pensamento puder ser levado até o cérebro físico e lá tornar-se um agente diretivo da força da vida, teremos normalmente uma condição de boa saúde, e isto tem sido comprovadamente verdadeiro, seja o pensamento individual bom ou mau, corretamente motivado ou erradamente orientado. É simplesmente o efeito de integração, porque santos e pecadores, os egoístas e os altruístas e todos os tipos de pessoas, podem alcançar a integração e uma vida direcionada pelo pensamento.
A segunda questão é se um indivíduo ou um grupo pode curar pela força do pensamento.
Com toda a certeza aqui cabe a generalização, e podemos dizer que um indivíduo e um grupo podem curar e que o pensamento pode executar sua potente parte no processo de cura, mas não o pensamento sozinho e sem ajuda. O pensamento pode ser o agente diretivo de forças e energias que podem romper e dispensar a doença, mas o processo tem que ser auxiliado pelo poder de visualizar, pela habilidade de trabalhar com determinadas forças que forem consideradas aconselháveis, e pela compreensão dos raios e dos tipos de suas energias, e também pela capacidade de manusear a substância da luz, como é chamada. A estes poderes é preciso somar a habilidade de estar em sintonia com a pessoa a ser curada, além de um coração amoroso. De fato, diante de todas estas condições, o uso demasiado da faculdade de pensar e o excesso de potência dos processos mentais podem suspender e impedir o trabalho de cura. O pensamento tem que condicionar o incentivo inicial, trazendo a inteligência do homem para auxiliar no problema da cura e uma compreensão da natureza da pessoa a ser curada; porém, assim que tenha ajudado na focalização da atenção do curador e do grupo de cura, o pensamento deveria tornar-se um agente diretivo permanente, porém subjetivo, e nada mais do que isso.
A cura é alcançada, quando possível, pelo uso da energia corretamente dirigida e pela visualização detalhada; o amor também tem um grande papel, assim como a mente nas etapas iniciais. Talvez deva dizer que um coração amoroso é uma das mais potentes dentre todas as energias empregadas.
Chamei a atenção sobre estas duas questões porque estou ansioso para que estes problemas fiquem claros em suas mentes antes que seja iniciado qualquer trabalho grupal de cura.
O pensamento não cura a doença e tampouco é sua causa. O pensamento tem que ser empregado nos processos, mas não é o único, nem o mais importante agente. É neste ponto que muitos grupos e curadores se perdem. A mente pode dirigir a energia e esta energia pode, por sua vez, provocar hiperestimulação no cérebro e nas células do corpo e assim causar problemas nervosos e às vezes doenças no cérebro, porém, a mente em si mesma e o pensamento por si só, não podem causar doenças e problemas no corpo físico. À medida que a raça aprender a pensar com clareza e definição, e as leis do pensamento começarem a controlar a consciência racial, a doença -como nós a conhecemos agora -diminuirá grandemente e cada vez um maior número de pessoas alcançará a integração. Onde há integração, há o livre jogo da força e energia através do corpo material. Os problemas da estimulação, porém, aumentarão proporcionalmente ao crescimento da sensibilidade do homem físico e ao desenvolvimento do foco de sua consciência na natureza mental. Isto continuará até que o homem aprenda a manipular as energias superiores e a reconhecer a necessidade de uma vida rítmica, dando atenção à Lei da Periodicidade.
No trabalho de cura, é preciso que o curador tenha domínio sobre certas regras e as siga. Já dei três importantes regras. Vou repeti-las brevemente e, para maior clareza, vou dividir a primeira em suas partes componentes.
1. a. Ocurador tem que procurar ligar sua alma, seu coração, seu cérebro e suas mãos. Assim poderá ele derramar a força vital com poder curador sobre seu paciente. Isto é trabalho magnético.
1. b. O curador tem que procurar ligar sua alma, seu cérebro, seu coração e sua emanação áurica. Assim poderá sua presença alimentar a vida da alma do paciente. Este é o trabalho de radiação. As mãos não são necessárias. A alma exibe seu poder.
2. O curador tem que alcançar pureza magnética, através da pureza da vida. Ele tem que conseguir aquela radiância que se espalha à volta de todo o homem que uniu todos os centros na cabeça. Quando este campo magnético é estabelecido, a radiação aparece.
3. Que o curador treine para conhecer o estado interno do pensamento ou do desejo daquele que procura seu auxílio. Assim ele pode saber de que fonte o problema se origina. Que ele relacione a causa e o efeito, e saiba o ponto exato através do qual o alívio deve vir.
Quero dar-lhes agora, como um grupo, outra regra, perfazendo quatro regras principais.
REGRA QUATRO
O curador e o grupo cura precisam manter a vontade sob controle. Não é a vontade que deve ser usada, mas sim o amor.
Esta última regra é de grande importância. A vontade concentrada
de um indivíduo e a vontade direcionada de um grupo unificado jamais devem ser
usadas. O livre arbítrio de um indivíduo jamais deve ficar sujeito ao impacto
de um indivíduo ou grupo potentemente polarizados. Este é um procedimento
perigoso demais para que seja permitida. A energia da vontade -particularmente
de um grupo de pessoas atuando simultaneamente nos corpos sutil e físico da
pessoa a ser curada - pode aumentar grandemente o problema em vez de curá-lo.
Pode estimular a própria doença a proporções perigosas e romper as forças
curadoras da natureza, em vez de colaborar com elas, e pode até matar a pessoa
em questão por agravar de tal modo a doença que a resistência normal do
paciente se revele insuficiente. Peço, pois, às pessoas em qualquer grupo de
cura que mantenham a vontade (e até mesmo o desejo ardente) em suspensão.
Somente iniciados de alto grau têm permissão para curar pelo poder da
vontade, focalizados na PALAVRA DE PODER, e isto somente porque eles podem
testar a capacidade do paciente, a tensão da doença, e sabem também se é ou
não desejo da alma que a doença seja curada.
Cobrimos uma área muito importante nesta secção que exigirá um cuidadoso estudo. A seguir, trataremos dos problemas peculiares do discípulo. Como preparação, peço-lhes que estudem com atenção, o ensinamento dado anteriormente sobre as doenças dos místicos. {ver este assunto}. Muito do que lá foi dito não precisa ser repetido, porém deve ser incorporado aos nossos ensinamentos sobre a cura. Sugiro que os leiam e saibam alguma coisa a respeito desses problemas, teoricamente ou por conhecimento próprio. Devem estar conscientes de algumas dessas dificuldades por experiência própria, pelo menos até certo ponto.
A SAGRADA ARTE DA CURA
Não tenho a intenção, neste tratado, de abordar a patologia das doenças, com seus sistemas e maléficas indicações. Qualquer tratado de medicina se encarrega disto e eu, meus irmãos, não sou médico e não tenho tempo para me envolver com tecnicalidades. A minha preocupação é dar ao mundo uma ideia das verdadeiras e ocultas causas das doenças e suas origens, e o trabalho de cura tal como é feito e sancionado pela Grande Loja Branca. O trabalho é, na realidade, o do uso judicioso da energia, aplicada com amor e ciência. Tudo que lhes digo é o resultado de experimentação. Este tipo de cura é de duas categorias:
1. Na cura magnética, o curador, ou grupo de cura, faz duas coisas:
a. Ele atraí para o centro de cura aquele tipo de energia que neutralizará a doença. Este é, necessariamente, um assunto muito vasto e de profunda significância científica. Certos tipos de força de raio podem ser usados com certos tipos de doença, necessitando o uso de certos centros específicos para distribuição. Trataremos disto quando chegarmos à secção intitulada Os Sete Modos de Cura.
b. Ele atraí para si e absorve aquelas forças que estão produzindo a doença, retirando-as do paciente.
Neste processo, é necessário que o curador se proteja cuidadosamente contra qualquer contaminação pela doença, de modo que as forças não encontrem guarida no seu corpo. Tem que haver também o suprimento de nova energia para o paciente para repor aquela que foi retirada. Este processo estabelece um definido intercâmbio entre o curador e o paciente.
Há, consequentemente, um perigo real neste trabalho de cura ocultista, e por esta razão, os curadores em treinamento devem lembrar-se que eles trabalharão como um grupo e não como indivíduos. A livre circulação da força produz boa saúde no indivíduo ou grupo. A livre circulação da força entre um curador ou um grupo de cura e a pessoa a ser curada pode produzir a cura da doença, desde que esse seja o destino do homem a ser curado em qualquer momento e sua cooperação seja dada quando possível, embora esta não seja realmente essencial. Ela facilita resultados mais rápidos em muitos casos; em outros, a ansiedade do paciente pode invalidar o resultado desejado.
2. Na cura de irradiação, o processo é mais simples e mais seguro, pois o curador simplesmente reúne em si o poder e depois o irradia para o paciente na forma de uma corrente constante de energia radiante. Esta corrente de energia deve ser direcionada ao centro mais próximo da localização da doença.
Neste trabalho não há risco para o curador, porém se o elemento da vontade entrar em seu pensamento ou a corrente de energia projetada for forte demais, poderá haver perigo para o paciente. O impacto da força que está sendo irradiada sobre ele pode produzir não só tensão nervosa, mas pode conduzir a um aumento no poder da doença e sua intensificação pela estimulação dos átomos e células envolvidos na atividade da força responsável pelo problema. Por esta razão, os principiantes devem evitar qualquer concentração sobre a doença em questão ou a área no corpo físico envolvido e cuidadosamente suspender todo pensamento, assim que todo o trabalho preliminar estiver feito, pois a energia sempre segue o pensamento e vai para onde o pensamento estiver focalizado.
Os curadores têm que determinar a eficácia do que estão tentando e a potência do trabalho unificado do grupo e da força que estão manejando. Eles precisam também descobrir a habilidade de manter a vontade em suspenso, e enviar a irradiação curadora através de uma corrente da energia do amor. Tenham sempre em mente que o amor é energia e que é uma substância tão real quanto a matéria densa. Essa substância pode ser usada para expulsar o tecido doente e prover um substituto sadio no lugar do material doente que foi eliminado.
Por isso, no primeiro ciclo de trabalho, eles tentarão o método de irradiação, que é mais simples e mais facilmente dominado. Mais tarde, poderão experimentar o método da cura magnética.
Vocês verão agora o propósito das regras sobre os métodos de cura que dei anteriormente nesta série de instruções. Compreenderão porque, neste trabalho de irradiação, o processo de ligação envolve a alma, o cérebro e toda a aura ou campo magnético da atividade individual ou grupal. A mente não é mencionada ou envolvida, e o cérebro age apenas como um ponto de focalização do amor e da força curadora que será projetada na corrente de energia que emana do centro ajna.
Por isso, o curador manterá todas as forças focalizadas na cabeça, na qual a sua atenção estará também concentrada. O coração estará automaticamente envolvido, uma vez que o curador estará usando a energia do amor -totalmente, de início.
Agora vamos tabular as regras sob as quais todos os grupos de cura deverão trabalhar. Desejo dizer aqui que nem sempre é necessário ou possível trabalhar em formação grupal. Este trabalho pode ser eficientemente realizado, se os membros trabalharem como um grupo subjetivo; cada grupo deverá, então, seguir as instruções a cada dia e como se estivessem trabalhando no seu grupo em forma tangível. Esta real ligação é produzida quando cada uma se imagina na presença de seus irmãos. Se eles tivessem que se reunir como um grupo no plano físico, seria difícil impedir a dissipação da força devida à discussão, às trocas de cumprimentos ao se encontrarem, e através das influências físicas recíprocas das personalidades. Seria inevitável muita conversa e o trabalho não serei adequadamente efetivo. Do ponto de vista físico, eles trabalham sós; do ponto de vista interno, trabalham na mais estreita colaboração.
Aqui estão as primeiras regras que eu gostaria que o estudante dominasse:
Regras Preliminares para a cura por Irradiação
1. Por um ato da vontade, depois de rápida e conscientemente fazer o próprio alinhamento, ligar-se como alma às almas de seu grupo de irmãos. Depois ligar-se às suas mentes, e então, com suas naturezas emocionais. Faça isto pelo uso da imaginação, conscientizando-se de que a energia segue o pensamento e que o processo de ligação é inevitável, se for corretamente feito. Depois, esqueça-se da relação grupal e concentre-se no trabalho a ser feito.
2. Então, no seu interior, una a alma e o cérebro e reuna as forças do amor que se encontram na sua aura e focalize a si mesmo, e a tudo que você tem para oferecer, na cabeça, imaginando-se como um centro radiante de energia ou um ponto de vívida luz. Esta luz é para ser projetada sobre o paciente, através do centro ajna entre os olhos.
3. Então diga o seguinte mantra grupal.
“Com pureza de motivo, inspirado por coração amoroso, nós nos oferecemos para este trabalho de cura. Esta oferta nós a fazemos como um grupo e para aquele que procuramos curar”.
Enquanto isto é feito, visualize a continuidade do processo de ligação. Veja-o como linhas de substância de luz viva que se movem, ligando você a seus irmãos por um lado, e ao paciente, por outro. Veja estas linhas partindo de vocês para o centro do coração do grupo e para o paciente. Mas trabalhe sempre a partir do centro ajna até que receba instruções para agir de outro modo. Desta maneira, o centro ajna e o centro do coração de todas as pessoas envolvidas estarão estreitamente inter-relacionados. Vemos aqui onde entra o valor da visualização. É, na realidade, a exteriorização etérica da imaginação criativa. Pondere sobre esta última frase.
4. A seguir, use o pensamento -o pensamento direcionado -por um breve momento, e pense na pessoa que você procura curar, ligando- se a ela e nela focalizando sua atenção de modo que a pessoa se torne uma realidade na sua consciência e próxima a você. Quando estiver consciente de qual é a dificuldade física, simplesmente traga-a à sua mente e depois descarte-se dela. Esqueça agora os detalhes do trabalho, o grupo, você mesmo e a dificuldade do paciente, e concentre-se no tipo de força que você vai manipular que é, neste caso e para o presente, a força do segundo raio, a força do amor. O que eu estou dando aqui é uma adaptação, para principiantes, do método de cura do segundo raio.
5. Sinta um profundo amor jorrando em você. Veja-o como luz substancial que você manejará. Então, envie-o como uma corrente de luz radiante que parte do centro ajna e direcione-a por meio de suas mãos para o paciente. Ao fazer isto, mantenha as mãos diante dos olhos, com as palmas para fora e as costas das mãos voltadas para os olhos e cerca de cinco centímetros afastadas do rosto. Deste modo, a corrente emanando do centro ajna, divide-se em duas e jorra através das duas mãos. E é assim dirigida para o paciente. Visualize esse jorro e sinta que o paciente o recebe. Ao fazer isto, diga em voz baixa: “Que o amor da Alma Una, focalizado neste grupo, irradie sobre você, meu irmão, e permeie cada parte de seu corpo -curando, acalmando, fortalecendo; e dissipando tudo aquilo que impede o serviço e a boa saúde.”
Diga isto devagar e deliberadamente, acreditando nos resultados. Cuide para que nenhum poder do pensamento ou poder da vontade entre nesta corrente de energia curadora, a não ser uma concentrada irradiação de amor. O uso da faculdade de visualização e da imaginação criativa, mais o senso de profunda e constante amor, manterão a mente e a vontade em latência.
Quero enfatizar a premente necessidade de completo silêncio e reserva em relação a todo o trabalho de cura. Jamais deixem que qualquer pessoa saiba que vocês estão trabalhando desta maneira, e jamais mencionem a pessoa alguma os nomes daqueles que vocês estão procurando ajudar. Não discutam o paciente em tratamento sequer entre vocês mesmos. Se esta regra básica do silêncio não for mantida, isso indicará que vocês ainda não estão prontos para este trabalho e devem interrompê-lo. Esta injunção é muito mais importante do que vocês possam imaginar, pois a fala e a discussão não somente tendem a desviar e dissipar a força, mas viola uma regra fundamental que todos os curadores são treinados para manter, e até a profissão médica no plano físico segue este mesmo procedimento geral.
TRÊS GRANDES LEIS DA SAÚDE
Há três grandes leis da saúde e sete leis menores, as quais trabalham nos três mundos e que é tudo que por enquanto nos diz respeito. Em todo o ensinamento que será dado no futuro imediato, a principal ênfase será posta eventualmente sobre a técnica do corpo etérico, pois esse é o próximo passo à frente.
As três leis principais são:
1. A lei que controla a vontade de viver, uma manifestação do primeiro aspeto do Logos, vontade ou poder.
2. A lei que controla a uniformidade do ritmo, uma manifestação do segundo aspeto do Logos, amor ou sabedoria.
3. A lei que controla a cristalização, uma manifestação do terceiro aspeto do Logos, a atividade ou aspeto fundacional.
Estes três fatores governantes ou leis manifestam-se através das três principais divisões da entidade humana.
1. O aspecto vontade manifesta-se através dos órgãos da respiração. Outra de suas expressões é a faculdade do sono. Em ambas temos uma repetição ou analogia no microcosmo da manifestação e do pralaya logoicos.
2. O aspecto amor mostra-se através do coração, do sistema circulatório e do sistema nervoso. É importantíssimo, de muitos modos, que vocês compreendam isto, porque ele controla predominantemente o corpo etérico e sua assimilação do prana ou vitalidade. Este prana trabalha através do sangue e dos nervos, porque a força da vida usa a corrente sanguínea, e a força psíquica trabalha através do sistema nervoso. Estes dois departamentos do organismo humano são os causadores do maior número de problemas atualmente e ainda mais no futuro. A raça aprende através do sofrimento, e só uma terrível necessidade leva o homem a procurar solução e alívio. Do atual ponto de vista da cura, o homem forma ainda uma outra trindade de menor importância:
a. O corpo físico denso, que a ciência e a medicina conhecem bastante.
b. O corpo etérico, que é o próximo campo de esforço, de experimentação e de descoberta.
c. O corpo astral que, simultaneamente com o etérico, é o próximo objeto do controle científico. A ciência da psicologia trabalhará aqui.
3. O aspeto atividade, que se manifesta primariamente através dos órgãos de assimilação e eliminação. Procuro enfatizar aqui um ponto. Assim como o nosso sistema solar está desenvolvendo o aspeto amor, que é o segundo aspeto, e assim como o ser humano está sendo polarizado no corpo astral, que é o reflexo do segundo aspeto, também o segundo dos três departamentos do organismo humano acima mencionados, o corpo etérico, é o de suprema importância. Até agora ele tem sido, primariamente, o transmissor da energia astral para o corpo físico. Isto agora está em processo de mudança.
Toda a tendência da ciência médica deveria ser agora despertada para os fatos concretos do corpo físico denso e mover-se em direção ao estudo da vitalização e da circulação, pois as duas estão intimamente relacionadas. O sistema nervoso é controlado hoje principalmente pelo corpo astral, através do etérico, e a base de todos os problemas nervosos esconde-se no corpo emocional onde a humanidade atualmente está polarizada. O sistema circulatório do corpo físico é controlado principalmente a partir do corpo etérico. Quando temos um corpo etérico que não está funcionando adequadamente e não transmite o prana suficiente, e quando temos um corpo astral ou emocional que não está apropriadamente controlado, temos nestes dois a fonte da maioria das doenças e condições nervosas e mentais que estão aumentando a cada ano. A ação reflexa da circulação inadequada sobre o corpo físico (mais uma vez devido ao corpo etérico) leva à tensão mental e eventualmente ao colapso mental. Podem ver, pois, a importância do veículo etérico.
O primeiro aspeto, que tem para sua expressão e campo de controle os órgãos da respiração e a faculdade do sono, quando não funciona adequadamente, produz a morte, a insanidade e algumas das doenças do cérebro.
O terceiro aspeto, quando não funciona adequadamente causa problemas no estômago, nos intestinos e várias doenças que se localizam no abdome acima e abaixo do plexo solar.
Veem, portando, como a ciência médica precisa afinal procurar a solução na simplificação de métodos e, em lugar de uma complexidade de drogas e operações, voltar-se para a compreensão do correto uso das energias que fluem do homem interno para o homem físico, via corpo etérico.
As seguintes sugestões poderão ajudar:
1. Pelo desenvolvimento da boa vontade, que é a vontade da boa
intenção e motivo, virá a cura das doenças do trato respiratório, pulmões
e garganta, a estabilização das células do cérebro, a cura das insanidades
e obsessões, e a conquista do equilíbrio e do ritmo. Disso resultará a
longevidade, porque a morte deverá ser o reconhecimento, pela alma, do
trabalho consumado e do pralaya ganho. Ela somente acontecerá mais tarde após
longos e separados períodos, será controlada pela vontade do homem. Ele
cessará de respirar quando tiver terminado seu trabalho, e então enviará os
átomos de seu corpo para pralaya. Esse é o sono do físico, e o fim da
manifestação, e o significado oculto disto ainda não é compreendido.
2. Pela compreensão das leis da vitalidade - e nesta frase estão incluídas as leis que governam o prana, a radiação e o magnetismo -virá a cura das doenças do sangue, das artérias e veias, de certas doenças nervosas, da falta de vitalidade, da senilidade, da falta de circulação e doenças similares. Isto também resultará no prolongamento da vida. As leis da energia elétrica também serão melhor compreendidas.
3. Pela compreensão dos corretos métodos de assimilação e eliminação, virá a cura de doenças relacionadas aos tecidos do corpo, do estômago e intestinos e dos órgãos de geração masculinos e femininos. Compreender-se-á algum dia que estes últimos órgãos são apenas outro sistema de assimilação e eliminação, desta vez centralizado no aspeto feminino, o da mulher, pois lembremo-nos que o sistema atual é o segundo, o sistema de amor. A sequência é:
a. O primeiro sistema foi masculino.
b. O sistema atual, o segundo, é feminino.
c. O terceiro sistema será hermafrodita.
Embora a Hierarquia humana em evolução seja masculina ou positiva, isto não é garantia de que tudo que se encontre no presente sistema seja também masculino. O fato é que a faculdade negativa ou aspeto feminino domina, muito embora isto possa não ser reconhecido. Deixe-me demonstrar e dar algumas indicações, em números, desta hipótese:
1. No primeiro sistema solar, houve uma evolução dominante e que consistiu de cem bilhões de mônadas.
2. No atual sistema, o segundo, há duas evoluções dominantes, a humana e a dévica; há - como dito anteriormente - sessenta bilhões de mônadas humanas. Some isto à evolução feminina dos devas, que são cento e quarenta bilhões, e temos os duzentos bilhões necessários. Isto elucida minha afirmativa de que este é um sistema feminino.
3. No terceiro sistema solar, o número total em evolução serão os necessários trezentos bilhões que a perfeição exige do Logos trino.
Nossa discussão foi necessariamente sucinta, uma vez que tudo que estou tentando fazer aqui é dar indicações quanto às linhas que a nova arte da cura deve eventualmente seguir, e dar certos indícios que indicarão o caminho até a causa das doenças prevalentes, e assim capacitarão as pessoas prudentes a invalidar seus efeitos. Esta brevidade e este sistema de transmitir conhecimento por meio de pistas, indícios ou alusões, é essencialmente ocultista, e será o único modo de lidar com este relativamente perigoso assunto até o momento em que um sólido treinamento médico, cirúrgico e neurológico de natureza técnica seja combinando com uma compreensão psicológica igualmente sólida, acompanhada de uma certa visão espiritual. O médico e o cirurgião ideal é o homem que é também um metafísico; é à ausência de tal combinação que se pode atribuir grande parte da dificuldade e confusão atuais.
O curador metafísico atual está tão absorvido naquilo que não é o corpo que é de muito menos valia para o ser humano doente do que o médico prático. O metafísico, em geral, não importa por qual nome ele se apresente, tem a mente fechada; ele exagera as possibilidades divinas em detrimento das probabilidades materiais ou físicas. A cura total espiritual será, um dia, divinamente possível; mas não é materialmente possível em certos e determinados momentos no tempo e no espaço e com pessoas em pontos largamente diferentes na escada da evolução. A escolha do momento oportuno e um sólido conhecimento da ação da Lei do Carma, mais uma acentuada percepção intuitiva, são essenciais à arte da cura espiritual. A isto deve acrescentar-se o conhecimento de que a natureza da forma e o corpo físico não são essencialmente as considerações principais ou as mais importantes como alguns pensam.
Vários ocultistas e curadores geralmente assumem a posição de que é da maior importância que o veículo físico seja libertado da doença e arrebatado dos processos da morte. Contudo, pode ser desejável (e frequentemente é) que a doença possa realizar seu trabalho e que a morte abra a porta da libertação da alma de sua prisão. Inevitavelmente, chega a todos os seres encarnados a hora em que a alma exige sua liberação do corpo e da vida da forma, e a natureza tem seus próprios sábios modos de fazer isso. A doença e a morte devem ser reconhecidas como fatores de libertação, quando chegam como resultado do tempo certo regulado pela alma. Os estudantes precisam compreender que a forma física é um agregado de átomos, construídos em organismos e finalmente num corpo coeso, e que este corpo é mantido junto pela vontade da alma. Retirada a vontade para o seu próprio plano ou (como expressado ocultamente) “que o olho da alma se volte para outra direção” e, no ciclo atual, a doença a morte inevitavelmente ocorrem. Isto não é um erro mental, ou incompetência para reconhecer a divindade, ou sucumbir ao mal. É, na realidade, a resolução da natureza da forma em suas partes componentes e essência básica. A doença é essencialmente um aspeto da morte. É o processo pelo qual a natureza material e a forma substancial se preparam para separar-se da alma.
É preciso ter em mente, contudo, que onde houver doença ou desconforto não relacionados com a dissolução final, as causas serão encontradas em muitos fatores; podem ser encontradas nos arredores, pois numerosas doenças são ambientais e epidêmicas; na sintonização do indivíduo com correntes venenosas emanando do mundo do ódio, ou de complexos psicológicos sobre alguns dos quais já falamos, e nas doenças (se é que podem ser assim chamadas) que são inerentes à matéria que a humanidade escolheu para construir seu corpo físico, isolando-a e separando-a da substância geral da manifestação, e assim criando um tipo de matéria que está consagrada para a tarefa de formar a expressão exterior da realidade interna. Esta matéria constitui, portanto, um aspeto único e peculiar da substância universal, aperfeiçoada até certo ponto no último sistema solar, e de uma ordem necessariamente mais elevada do que a substância que vibra criativamente em resposta ao chamado dos três reinos subumanos da natureza.
Sumário das Causas das Doenças
Em toda consideração ocultista da doença é preciso que se aceite como proposição básica que toda doença é o resultado do mau uso da força em qualquer vida anterior ou nesta vida. Isto é fundamental. Em conexão com isto quero lembrar algumas afirmações anteriormente feitas sobre este assunto:
1. Noventa por cento das causas das doenças encontram-se nos corpos etérico e astral. O uso errado da energia mental e o desejo mal aplicado são os fatores predominantes; todavia, com a massa da humanidade ainda nos estágios atlantes de consciência, somente cinco por cento das doenças predominantes são devidas a causas mentais. A percentagem varia com o desenvolvimento da raça e sua evolução. A doença é, portanto, a manifestação de condições subjetivas indesejáveis - vitais, emocionais e mentais.
2. Tudo relativo à saúde do homem pode ser abordado sob três ângulos:
a. O da vida da personalidade .... sobre a qual muito estamos aprendendo.
b. O da humanidade como um todo .... o qual começa a ser apreciado.
c. O da vida planetária .... sobre o qual pouco sabemos.
3. Toda doença é causada pela falta de harmonia entre a forma e a vida, entre a alma e a personalidade; esta falta de harmonia existe em todos os reinos da natureza.
4. A grande maioria das doenças são:
a. De origem grupal.
b. O resultado da infecção.
c. O resultado da desnutrição -entendida sob o ponto de vista físico, subjetivo e oculto.
5. As doenças das massas, do cidadão comum, dos intelectuais e dos discípulos diferem largamente e têm diferentes campos de expressão.
a. Os três grupos principais de doenças das duas primeiras classes são:
Tuberculose
Doenças sociais
Câncer
b. As principais enfermidades dos intelectuais e discípulos são:
Doenças cardíacas
Doenças nervosas
6. A doença é um fato da natureza. Quando isto for aceito, os homens começarão a trabalhar com a Lei da Libertação, com o pensamento correto, que conduz a atitudes e orientação corretas, e com o princípio da não-resistência. A imensa vontade de morrer que tão frequentemente caracteriza a etapa final que precede a morte, é a manifestação mais baixa deste princípio de não-resistência, o qual psicologicamente rege o estado de coma.
7. A Lei de Causa e Efeito, ou Lei do Carma, governa toda doença. Isto inclui o carma individual, grupal, nacional e humano como um todo.
Se pararem neste ponto e fizerem uma revisão dos pontos que reafirmei, e se refletirem sobre as Quatro Leis e as Quatro Regras, estarão de posse do necessário embasamento para dar prosseguimento a nossos estudos futuros, começando com as doenças incidentais na vida do discípulo. Alguma coisa já foi abordada no segundo volume do Tratado sobre os Sete Raios {ver este assunto}. A abordagem ali foi principalmente sob o ângulo do místico, enquanto que aqui vou tratar dos problemas do ângulo do discípulo aceito.