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Livros de Alice Bailey

Cura Esotérica

Índice Geral das Matérias

PARTE UM

Capítulo II

2. CAUSAS SURGIDAS NO CORPO ETÉRICO

É bom que tenham em mente que eu não vou tratar aqui das causas que, produzindo efeitos no corpo físico, tenham origem na mente ou no corpo astral. Elas passam, necessariamente, pelo corpo etérico. O corpo etérico é um transmissor de todas as energias para o corpo físico, e todos os tipos de força passam através dele para diferentes partes da forma física, produzindo bons ou maus resultados, resultados positivos ou negativos, conforme o caso. Este é um fato que nós aceitamos. Estou considerando aqui as doenças que surgem no próprio corpo etérico e têm resultado nas suas relações com o corpo físico. Estas são bastante disseminadas e comuns. É essencial que mantenham estas duas linhas de atividade da força claramente diferenciadas com suas mentes. Ambas passam através do corpo etérico e a partir dele para o corpo físico, porém somente uma delas se origina no corpo etérico ou diz respeito a dificuldades que têm origem etérica.

O corpo etérico é um corpo composto inteiramente de linhas de força e de pontos onde essas linhas de força se entrecruzam formando assim centros de energia. Onde muitas dessas linhas de força se cruzam, temos um centro maior de energia, e onde grandes correntes de energia se encontram e se cruzam, como o fazem na cabeça e ao longo da espinha, temos sete grandes centros. Há esses sete grandes centros, mais vinte e um centros menores e quarenta e nove menores ainda que os esoteristas conhecem. Contudo, vamo-nos limitar ao corpo etérico como um todo e aos sete centros maiores. Não obstante, talvez lhes interesse saber onde os vinte e um centros menores se encontram. Eles podem ser localizados nos seguintes pontos:

Há dois deles em frente dos ouvidos próximos do ponto onde as mandíbulas são conectadas.

Há dois deles logo acima das duas mamas.

Há um na junção do externo, próximo à glândula tireoide. Esta, com os dois centros das mamas, forma um triângulo de força. Há dois, um em cada palma das mãos.

Há dois, um em cada planta dos pés.

Há dois, logo atrás dos olhos.

Há dois também relacionados com as gônadas.

Há um próximo ao fígado.

Há um relacionado com o estômago e portanto relacionado com o plexo solar, mas que não é idêntico a ele.

Há dois relacionados com o baço. Estes formam um centro, na realidade, porém tal centro é formado pela superposição de um sobre o outro.

Há dois -um na parte posterior de cada joelho.

Há um poderoso centro que está estreitamente ligado com o nervo vago. Dado a sua grande potência, algumas escolas de ocultismo consideram-no um centro maior. Ele não está na coluna, mas está perto da glândula timo.

Há um que está próximo ao plexo solar, e o relaciona ao centro da base da coluna, formando-se assim um triângulo do centro sacro, do plexo solar e do centro na base da coluna.

Os dois triângulos referidos nesta tabulação são de real interesse. Um fica acima do diafragma e o outro abaixo dele.

Está claro que quando há um livre fluxo de força do corpo etérico para o corpo físico denso, menores serão as possibilidades de doenças. Pode haver, porém, maior tendência a dificuldades provenientes de superestimulação e as resultantes consequências da superatividade do sistema nervoso, com todos os problemas decorrentes. Estas forças, procurando uma entrada para o veículo, emanam de três direções (se posso usar este termo):

1. Dos veículos da personalidade -os corpos astral e mental.

2. Da alma -se o contato, reconhecido ou não, tiver sido estabelecido.

3. Do mundo circundante para o qual os veículos da alma e da personalidade agiram como "portas de entrada”. A propósito, em relação a esta última frase, chamo a atenção para uma possível relação entre estas “portas de entrada” e a expressão “porta da iniciação".

No caso onde estes centros, pelos quais flui a energia dessas fontes, estarem quiescentes, não despertos ou funcionando apenas parcialmente, ou ainda, lentos demais (no que tange ao seu ritmo vibratório), então temos aí uma condição de bloqueio. Isto causará congestão no veículo etérico, com consequentes e subsequentes dificuldades no funcionamento do corpo físico. Uma das dificuldades mais comuns é a congestão dos pulmões que -embora possa ser exotericamente remontada a certas causas físicas definidas -é, na realidade, essas próprias causas, mais uma condição interna de congestão etérica. É a junção da causa externa aparente e da causa interna real, a responsável pela eclosão do problema.

Quando estas duas condições estão aliadas, e temos uma desvantagem física e uma situação etérica indesejável, então teremos uma doença ou fraqueza de algum tipo. Qualquer congestão externa pode ser atribuída a estas duas causas -uma causa interna e uma externa. Nestes casos, a causa externa não é um efeito da causa interna individual, o que é interessante. Observarão, portanto, que todas as doenças não são puramente subjetivas ou psicológicas na origem no que diz respeito a um indivíduo, mas às vezes, são tanto exotéricas quanto esotéricas. Daí a complicação do problema.

A afirmação acima abre toda a questão da atividade dos sete centros de força no corpo etérico. Estes podem ser considerados como inativos ou adormecidos, despertos, mas temporariamente um funcionamento lento; ou funcionando normalmente, o que significa que algumas das energias que produzem a forma do centro estão se movendo ritmicamente, e são portanto receptivas ao influxo, enquanto que outras estão ainda inteiramente inativas e insensíveis. Outros centros estarão plenamente ativos, e portanto, predominantemente atrativos a qualquer influxo de forças; outros, ainda, estarão só parcialmente atrativos. Para a maioria das pessoas, os centros abaixo do diafragma estão mais ativos do que os centros acima (refiro-me aqui aos sete centros maiores e não aos vinte um centros menores). Para os aspirantes, os centros abaixo do diafragma estão ativos, e os centros do coração e da garganta estão lentamente entrando em atividade, enquanto que no caso dos discípulos, o centro ajna, mais os centros abaixo dele estão rapidamente despertando. No iniciado, o centro do coração está entrando em atividade vibrante, assim trazendo todos os centros a um ritmo real e coordenado. Cada paciente ou ser humano responde de modo diferente segundo seu raio; o fator tempo também faz diferença; o modelo do desenvolvimento varia, e a resposta ao influxo das forças é levemente diferenciada.

Tudo isto será considerado com o devido cuidado quando tratarmos do Capítulo IX, que se ocupa dos sete modos de cura. Eu simplesmente mencionei isto aqui para lançar as bases daquilo que será considerado mais tarde, e assim mostrar como a questão da relação do corpo etérico e físico está ligada ao problema da cura. Será aparente, portanto, como é importante que -antes que a cura tenha lugar -o curador conheça o ponto de evolução alcançado pelo paciente, e saiba também o tipo de raio de sua personalidade e seu raio egoico. Se a isto se juntar algum conhecimento de suas inclinações e indicações astrológicas, um diagnóstico bem mais preciso poderá ser feito. A chave para todo o alívio (seja através da cura física da doença ou da morte) está em compreender as condições dos centros no corpo etérico. Elas determinam a velocidade da atividade vibratória corporal e a sensibilidade geral do corpo físico. Elas até condicionam a atividade e precisão da natureza instintiva e sua relação com os planos externos da vida e a “inteireza” e saúde geral do sistema nervoso simpático.

A. Congestão

Grande e real dificuldade pode ser atribuída à congestão ou falta do livre jogo de forças. Em relação a isto podemos salientar que o corpo etérico é um mecanismo de entrada e saída. Há, consequentemente, uma curiosa e íntima relação entre ele e órgãos tais como os pulmões, o estômago e os rins. A simbologia aqui presente, quando corretamente compreendida, tenderá a mostrar que há uma profunda relação subjacente entre:

1. A mente e os pulmões. O processo da respiração, com seus estágios de inalação, interlúdio e exalação, funciona em conexão com ambos os aspetos da força, mental e física.

2. A natureza do desejo e o estômago. Novamente aqui está o processo de entrada, de assimilação, e de eliminação.

3. O próprio corpo etérico e os rins, com os processos claramente definidos em ambos os casos de absorção, quimicalização, e transmissão.

Não há símbolo relativamente tão exato quanto ao processo criativo como a estrutura humana.

Pode existir, portanto, uma congestão no corpo etérico, causando muito desconforto no corpo físico, pode existir, portanto, no ponto de entrada do corpo astral ou do plano astral (notar o fraseado e a diferença) ou no ponto de saída, em relação ao centro para o qual o particular tipo de força etérica flui mais facilmente, e através do qual ela passa mais facilmente. Onde não houver liberdade de ação entre o corpo etérico e o corpo astral, teremos problemas. Onde não houver livre jogo entre o corpo etérico e o corpo físico, envolvendo também os gânglios nervosos e o sistema endócrino, também teremos problemas. A estreita relação entre os sete centros principais e as sete glândulas principais do sistema físico não deve jamais ser esquecida. Os dois sistemas formam um corpo de diretores estreitamente interligados, com as glândulas e suas funções determinadas pela condição dos centros etéricos. Estes, por sua vez, são condicionados pelo ponto de evolução e experiência já adquirida da alma que encarna, pela específica polarização da alma em encarnação, e pelos raios (da personalidade e da alma) do homem. Não esqueçamos que os cinco aspetos do homem (ao funcionar nos três mundos) são determinados por certas forças de raio -o raio da alma, o raio da personalidade, e os raios dos corpos mental, astral e físico. Na Nova Era, entretanto, todos eles serão considerados e descobertos, e este conhecimento revelará ao curador a provável condição dos centros, a ordem de seu despertar, e a nota, ou notas, básica de cada um deles. A nova ciência médica será construída principalmente sobre a ciência dos centros, e sobre este conhecimento serão baseados todos os diagnósticos e as possíveis curas. Os endocrinologistas estão apenas começando a vislumbrar as possibilidades, e muito do que eles estão agora considerando tem em si as sementes da verdade futura. O "balanceamento do sistema glandular” e a relação das glândulas com a corrente sanguínea, e também com o caráter e predisposições de muitas espécies, são considerações de real valor e que merecem ser seguidas. Todavia, muitas coisas precisam ser descobertas antes que seja seguro trabalhar com as glândulas, fazendo delas o principal ponto de atenção (como algum dia será feito em todas as formas de doença).

Ao longo deste curto tratado darei muitas indicações que servirão para guiar na correta direção o investigador de mente aberta. Antes de passar a considerar a relação do corpo etérico, como uma unidade, com o corpo físico, gostaria de destacar que eu coloco as complicações de congestão em primeiro lugar na lista de doenças surgidas no corpo etérico, porque ela é nesta época - e assim continuará a ser por alguns séculos -a principal causa de dificuldade para a massa da humanidade, aquelas pessoas esotericamente chamadas “sacro-solares”. Isto é devido, em parte, aos hábitos seculares de supressão e inibição que a raça, como um todo, desenvolveu. É esta congestão no ponto de entrada e saída no corpo etérico que impede o livre fluxo da força da vida, com os resultados de um rápido sucumbir às doenças. Também por isso, vocês verão como exercícios respiratórios cuidadosamente prescritos, com seus efeitos de reorganização e reajustamento dos corpos sutis -etérico e astral, em particular -se tornarão de uso cada vez mais generalizado. O difundido interesse atual pela respiração é evidência de um reconhecimento subjetivo deste fato, embora não haja suficiente conhecimento sobre métodos e efeitos.

Outra coisa para a qual quero chamar-lhes a atenção é que os pontos de congestão podem existir no centro do corpo astral ou no corpo etérico, e esta situação terá que ser investigada pelo curador.

B. Falta de Coordenação e Integração

Chegamos agora a uma breve consideração do segundo ponto de dificuldade que encontramos no corpo etérico, e que em nossa tabulação denominamos falta de coordenação ou integração. Isto é extraordinariamente dominante hoje e é responsável por muitos problemas. O corpo etérico é a forma “substancial” sobre a qual o corpo físico é construído. É o andaime que subjaz a cada parte do homem exterior inteiro; é a estrutura que sustenta o todo; é aquilo sobre o qual a forma externa é modelada; e é a rede de nadis -infinitamente intricada -que constitue a contraparte ou o aspeto duplicado do sistema nervoso inteiro, o qual forma uma parte tão importante do mecanismo humano. É pois, definidamente, com a corrente sanguínea, o instrumento da força da vida. Se, pois, houver uma fraqueza na relação entre esta estrutura interna e a forma exterior, uma real dificuldade está fadada a sobrevir. Esta dificuldade tomará três formas:

1. A forma física em seu aspeto denso está frouxamente conectada com a forma etérica ou contraparte. Isto leva a uma condição desvitalizada e debilitada, o que predispõe o homem à doença ou má saúde.

2. A conexão é fraca em certas direções ou aspetos do equipamento. A força da vida não pode fluir adequadamente por certos pontos focais ou centros, e por isso, há uma fraqueza definida em alguma parte do corpo físico. Por exemplo, a impotência é uma dificuldade deste tipo e a tendência à laringite é outro -para mencionar duas desordens bastante diferentes.

3. A conexão pode ser também tão basicamente frouxa e insatisfatória que a alma tem pouquíssimo controle sobre seu veículo para manifestação externa, e a obsessão ou possessão facilmente se estabelece. Este é um exemplo extremo das dificuldades inerentes a esta condição. Outras são certas formas de desmaios ou perda de consciência e o “pequeno mal’’.

É claro que há também as condições exatamente inversas quando o corpo etérico está tão estreitamente ligado ou integrado à personalidade -seja ele de natureza altamente evoluída ou simplesmente um exemplo de um corpo etérico comum -que cada parte do corpo físico fica numa constante condição de estimulação, ou esforço galvânico, com a resultante atividade no sistema nervoso que -se não for corretamente regulada -pode levar a muitos aborrecimentos. É a isto que me refiro no terceiro tópico, “Superestimulação dos Centros”. Uma conexão frouxa demais ou excessivamente estreita causa problemas, embora o primeiro tipo de dificuldade seja, geralmente, mais sério do que os outros. Dei-lhes aqui material suficiente para mostrar a importância que pode ter um estudo do corpo etérico. Todo o tema da cura está “amarrado” (para usar um termo moderno com o qual me sinto pouco à vontade) com o desenvolvimento, o desdobramento e o controle dos sete centros principais.

C. Superestimulação dos Centros

Há muito mais que eu poderia acrescentar ao que já disse sobre a causa das doenças surgidas no corpo etérico, porém, na Parte II (ao tratar da secção sobre certos requisitos básicos) desenvolverei mais o tema. Congestão, falta de integração e superestimulação dos centros são, obviamente, causas fundamentais no que diz respeito ao corpo físico denso, mas elas próprias são, frequentemente, efeitos de causas mais sutis, escondidas na vida dos corpos astral e mental e, no caso da superestimulação, o resultado às vezes de contatos da alma. O corpo etérico reage, normalmente e por desígnio, a todas as condições encontradas nos veículos mais sutis. Ele é essencialmente um transmissor e não um originador, e são apenas as limitações do observador que o levam a atribuir as causas dos males físicos ao corpo etérico. Ele é um depósito para todas as forças que alcançam o corpo físico, desde que o ponto de evolução tenha levado os vários centros de força a uma condição tal que eles possam ser receptivos a qualquer tipo particular de força. Esotericamente falando, os centros podem encontrar-se em uma das cinco condições ou estados de ser, que podem ser assim descritos:

1. Cerrado, quieto e fechado, e contudo com sinais de vida, silente e cheio de profunda inércia.

2. Abrindo-se, sem o selo, e levemente tingido de cor; a vida pulsa.

3. Desperto, vivo, alerta em duas direções; as duas pequenas portas estão totalmente abertas.

4. Radiante e alcançando com nota vibrante todos os centros relacionados.

5. Mesclados estão e cada um com o outro trabalha ritmicamente. A força vital flui de todos os planos. O mundo está todo aberto.

Relacionados a estes cinco estágios em que o corpo etérico se expande e se torna a vida vital de toda a expressão sobre o plano físico, estão as cinco raças dos homens, começando com a raça lemuriana, os cinco planos de expressão humana e super-humana, os cinco estágios de consciência e os outros vários grupamentos de cinco que encontramos na filosofia esotérica. Incidentalmente, pode ser valioso e interessante destacar que a estrela de cinco pontas é, não somente o signo e símbolo da iniciação e, finalmente, do homem perfeito, mas é também o símbolo básico do corpo etérico e dos cinco centros que controlam o homem perfeito -os dois centros da cabeça, o centro do coração, o centro da garganta e o centro na base da coluna. Quando esses centros estão plenamente despertos e funcionando no ritmo correto uns com os outros, os vários grupos de cinco a que me referi acima formam uma parte integral da consciência do homem perfeito.

Embora esta informação não esteja definidamente relacionada à Ciência da Cura, ainda assim, o assunto está relacionado à energia numa ou noutra forma está relacionada às causas e efeitos da doença, porque a doença é o efeito indesejável da energia sobre a unidade de energia que nós chamamos átomo.

Deve ser lembrado que o corpo etérico do ser humano é uma parte integral do corpo etérico do Logos planetário e está, portanto, relacionado com todas as formas encontradas no interior desse corpo em todos e quaisquer reinos da natureza. É parte da substância do universo, coordenada com substância planetária, e daí estabelece a base científica da unidade.

Se me perguntassem o quê, na realidade, está por trás de todas as doenças, todas as frustrações e ausências da expressão divina nos três mundos, diria que é a separatividade que produz as principais dificuldades originadas no corpo etérico, acrescida da inabilidade da forma tangível exterior em responder adequadamente aos impulsos mais internos e sutis. Aqui se encontra a causa (secundária, como dito acima) do grosso dos problemas. O corpo etérico do planeta ainda não transmite livremente nem faz circular as forças que procuram penetrar na consciência e expressão do homem no plano físico. Estas forças emanam do seu próprio interior quando ele funciona nos planos mais sutis da consciência e da alma; elas vêm também dos grupos que o homem contata, da vida planetária e com os quais se associa e, em última análise, de todo o universo. Cada um dos centros -quando plenamente desperto e, conscientemente e cientificamente usado -serve como uma porta aberta por onde pode entrar a percepção daquilo que está por trás da vida humana individual. O corpo etérico é, fundamentalmente, o mais importante aparelho de resposta que o homem possui, produzindo não apenas o correto funcionamento dos cinco sentidos, e por conseguinte, fornecendo os cinco principais pontos de contato com o mundo tangível, mas também capacita o homem a registrar sensitivamente os mundos sutis e -quando energizado e controlado pela alma -também se abrem totalmente os reinos espirituais.

O corpo etérico é um potente receptor de impressões, que são transmitidas à consciência humana através dos centros despertos. Não há, por exemplo, verdadeira clarividência até que o plexo solar ou o centro ajna estejam despertos. Essas impressões e informações transmitidas pelos centros tornam-se o incentivo pelo qual a atividade consciente é iniciada. Muitas palavras são usadas para descrever essas forças e os efeitos de sua atuação: impulsos, incentivos, influências, potências, desejos, aspirações e muitos outros termos são apenas sinônimos para força e energia, e assim transmitem a mesma ideia geral. Todas essas palavras referem-se a formas de atividade do corpo etérico, mas somente quando o corpo físico os registra e age sob sua impressão. O tema da força motivadora é um assunto de grande interesse.

A vastidão do assunto é, contudo, tão real que somente pouco a pouco pode a humanidade apreender a situação e chegar à compreensão de que o homem é essencialmente (por meio de seu corpo etérico) uma parte integral de um grande e vibrante Todo; somente com o tempo, o homem aprenderá que, através dos processos da evolução, ele poderá esperar registrar todas as diferentes áreas de expressão divina. Somente quando o corpo etérico é trazido à atividade sob a influência e por meio da “impressão” das forças da alma, da mente, e temporariamente, do corpo astral, poderá o homem tornar-se ciente de todos os mundos, todos os estados de consciência, e assim alcançar aquela onisciência que é o direito inato dos filhos de Deus.

Mas, durante o período em que se tenta alcançar este estado de ser, a ausência de desenvolvimento, o fracasso em registrar, a vida de trabalho em despertar e organizar os vários centros e a seguir relacionar corretamente uns aos outros, produz grande dificuldade. É esta condição a fértil fonte daquelas dificuldades que, quando trazidas até o corpo físico, causam as variadas doenças, as muitas tensões e congestões, a hiperestimulação dos centros em uma parte do veículo etérico e seu subdesenvolvimento em outra, além do desenvolvimento desigual e incorreto equilíbrio dos centros.

Muito se fala hoje na moderna investigação médica acerca do “desequilíbrio” das glândulas endócrinas, e muitas dificuldades físicas são atribuídas a este frequente desequilíbrio. Porém, por trás desta condição do sistema glandular está o desequilíbrio básico dos próprios centros. Somente quando houver uma correta compreensão da força e da sua recepção e consequente uso, será alcançado o correto equilíbrio e o controle do sistema endócrino do homem físico do modo como foi planejado.

Há grande necessidade hoje de se estudar os seguintes problemas:

1. O problema da correta recepção da força através do centro apropriado. Podemos encontrar um exemplo disto no correto controle do centro do plexo solar como aquele no qual a sensitividade astral pode ser registrada e apropriadamente manipulada.

2. O problema da correta relação de um determinado centro com sua glândula correspondente, permitindo a livre ação da força jorrando através do centro para a glândula correspondente, condicionamento assim seu hormônio e finalmente condicionando a corrente sanguínea. Se vocês perceberem esta sequência de contatos, compreenderão mais claramente as palavras no Velho Testamento que “o sangue é vida”. É a vitalidade vinda do corpo etérico que abre seu caminho para a corrente sanguínea, via o centro que é responsável por um dos sete tipos de força, e a glândula a ele aliada. É claro, portanto, que há uma estrita relação entre:

a. O corpo etérico como transmissor de um vasto agregado de energias e forças.

b. O sistema endócrino cujas várias glândulas são, na realidade, a exteriorização ou materialização dos centros, maiores e menores.

c. O coração, que é o centro da vida, assim como o cérebro é o centro da consciência. A partir do coração o sangue circula e é controlado. Assim estes três grandes sistemas são relacionados.

d. Todo o sistema glandular com o sistema nervoso por meio da rede de nervos e “nadis” que estão por trás desta rede. Os nadis são os fios da força da vida que subjazem a cada parte do corpo, particularmente ao sistema nervoso em todos os seus aspetos.

A estes problemas e relacionamentos podemos acrescentar um outro. É a inter-relação que precisa ser estabelecida entre todos os centros, permitindo o livre jogo da força no ritmo correto através de todo o veículo físico.

Temos, pois, certos grandes “diretórios” que ou controlam o corpo físico ou falham em controlá-lo. A falta no controle é devida ou ao fracasso em estabelecer corretas relações dentro do corpo, ou à falta de desenvolvimento. Estes grupos interligados são:

1 O do corpo etérico, que trabalha primariamente através dos sete centros maiores, mas também através de muitos outros centros.

2. O do sistema endócrino, que trabalha primariamente através dos sete maiores grupos glandulares, mas também através de outras glândulas menos importantes.

3. O do sistema nervoso (autônomo e cérebro espinhal) com ênfase especial no vago com seu efeito sobre o coração e consequentemente sobre a corrente sanguínea.

Todos estes pontos têm que ser considerados e correlacionados em qualquer sistema de cura ocultista, e a matéria técnica a ser coberta é, em última análise, menos intrincada do que o vasto sistema criado pela medicina e cirurgia ortodoxas. É devido à falta de coordenação destes três sistemas que a arte da cura atualmente falha em atingir tudo que deseja. Já fez muito, mas precisa dar um outro passo para o plano etérico antes que a verdadeira pista para a doença e sua cura possa ser determinada.

Por exemplo, a falta de vitalidade e as condições subnormais comuns com as quais estamos tão familiarizados, indicam a inércia do corpo etérico e sua falta de vitalidade. Os resultados desta inércia do corpo vital podem ser tanto físicos quanto psicológicos, porque as glândulas no corpo físico não funcionarão normalmente e, como sabemos, elas condicionam a expressão física do homem assim como seus estados mental e emocional, na medida em que elas consigam ou não encontrar expressão por intermédio do veículo físico. As glândulas não condicionam o homem interno ou seus estados de consciência, mas podem impedir, e realmente o fazem, que esses estados internos se manifestem exteriormente. Na situação inversa, um corpo etérico exageradamente potente e a hiperestimulação dos centros em questão, podem exercer excessiva pressão sobre o sistema nervosos e produzir, como consequência, certos problemas nervosos, enxaquecas, desequilíbrio mental e emocional e, em alguns casos, levar à insanidade.

Eu me estendi um pouco sobre este assunto porque a relação do corpo etérico com o corpo físico e sua receptividade às energias internas decididamente condicionam o homem. Será necessário que tenhamos isto sempre em mente quando estudarmos as causas das doenças surgidas no corpo mental, ou devida à atividade da alma na vida do discípulo, ou quando investigarmos os processos pelos quais um homem é preparado para a iniciação. O corpo etérico age invariavelmente como um agente transmissor das energias internas para o plano exterior, e o corpo físico tem que aprender a reconhecer e responder àquilo que é transmitido. A eficácia da transmissão e a resultante atividade física depende sempre dos centros, os quais, por sua vez, condicionam as glândulas; estas, depois, determinam a natureza e a consciência expressada do homem.

Se os centros estão despertos e receptivos, encontramos um aparelho físico que responderá às forças que por ele fluem. Se os centros estão adormecidos, e por isso pouca força pode ser transmitida, encontramos um aparelho físico que será igualmente vagaroso e não-responsivo. Se os centros abaixo do diafragma estão despertos, mas não os que estão acima, teremos um homem cuja consciência estará focalizada na natureza animal e emocional, e grande parte de suas doenças físicas também estarão localizadas abaixo do diafragma.

Veem, portanto, como todo este assunto é intrincado e complexo -tão complexo que somente será verdadeiramente compreendido quando o ser humano recuperar o perdido poder de “ver a luz” do corpo etérico e, através do sentido desenvolvido do tato nas mãos e dedos, determinar a velocidade de vibração nos vários centros. Quando estes dois meios de conhecimento estiverem disponíveis, todo o assunto do corpo etérico tomará uma nova importância e será corretamente compreendido.

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