Cura Esotérica
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PARTE UM
COMENTÁRIOS INTRODUTÓRIOS
Todo o tema da cura é tão antigo quanto o próprio tempo, e foi sempre objeto de investigação e experimentos. Porém, no que tange à faculdade de curar e às forças empregadas na cura, o conhecimento está apenas na sua infância. Somente nesta era e geração é finalmente possível apresentar as leis da cura magnética, e indicar as causas daquelas doenças que -originando-se nos três veículos internos -hoje devastam o corpo humano, causam infinito sofrimento e dor, e conduzem o homem pelo portal que leva ao mundo da existência incorpórea. Somente agora está o homem no ponto de evolução de sua consciência em que ele pode começar a perceber o poder dos mundos subjetivos, e a nova e vasta ciência da psicologia é sua resposta a este crescente interesse. Processos de ajustamento, de eliminação e de cura ocupam as mentes de todos os pensadores tanto quanto daqueles que sofrem. Nós temos muito a fazer, e peço-lhes, por isso, que sejam pacientes.
Quando se entra no reino da cura, entra-se num mundo de vasto conhecimento esotérico, e de uma infinidade de conclusões, e vemo-nos diante das formulações de muitas mentes, as quais, ao longo dos tempos, têm procurado curar e ajudar. O porquê e a razão da doença têm sido o assunto de infindáveis investigações e especulações, e várias e definidas deduções apresentadas quanto à cura de tais queixas; tem havido também a formulação de muitos métodos, de técnicas, de fórmulas, de prescrições, de variadas manipulações e teorias. Tudo isto serve para ocupar a mente com muitas ideias -algumas corretas, algumas errôneas -e isto dificulta a entrada de novas ideias e a assimilação pelo estudante de coisas até agora desconhecidas.
Os aspirantes prejudicam-se por se recusarem a abandonar as coisas que a mente inferior acalenta. Quando eles conseguem que sua mente se abra totalmente e estão prontos para aceitar as novas teorias e hipóteses, descobrem que a velha e querida verdade não está realmente perdida, mas apenas relegada ao seu correto lugar dentro de um esquema maior.
Todos os iniciados da Sabedoria Eterna são necessariamente curadores, embora nem todos curem o corpo físico. A razão é que todas as almas que alcançam certa medida de verdadeira liberação são transmissoras de energia espiritual. Isto automaticamente afeta algum aspeto do mecanismo que é usado pelas almas com as quais entram em contato. Quando eu emprego a palavra "mecanismo” nestas instruções, eu me refiro aos diferentes aspetos do instrumento, o corpo ou natureza forma, através do qual todas as almas buscam a manifestação. Refiro- me, portanto, a:
1. O corpo físico denso, que é a soma total de todos os organismos que o compõem, os quais possuem as variadas funções que permitem à alma expressar-se no plano físico, ou objetivo, como parte de um organismo maior e mais inclusivo. O corpo físico é o aparelho de resposta do homem espiritual interno e serve para colocar a entidade espiritual em contato com o aparelho de resposta do Logos planetário, a Vida na qual nós vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.
2. O corpo etérico que tem como objetivo principal vitalizar e energizar o corpo físico e assim integrá-lo no corpo de energia da Terra e do sistema solar. É uma rede de correntes de energia, de linhas de força e de luz. Constitui parte de uma vasta rede de energias que subjaz a todas as formas, sejam elas grandes ou pequenas (microcósmicas ou macrocósmicas). Ao longo destas linhas de energia fluem as forças cósmicas, assim como o sangue flui através das veias e artérias. Esta constante circulação individual -humana, planetária e solar -de forças vitais através dos corpos etéricos de todas as formas é a base de toda vida manifestada, e a expressão da não-separatividade essencial de toda vida.
3. O corpo astral ou de desejo (às vezes chamado corpo emocional) é o efeito da interação do desejo e da resposta senciente do ser no centro, e o efeito resultante -nesse corpo -é experienciado como emoção e como dor e prazer e como outros pares de opostos. Nestes dois corpos, o etérico e o astral, são encontradas noventa por cento das causas das doenças e problemas físicos.
4. O corpo mental, ou aquela porção de chitta ou substância mental que uma unidade individual humana pode usar e impressionar, constitui o quarto mecanismo da série de que a alma dispõe. Ao mesmo tempo, não esqueçamos que esses quatro constituem um único mecanismo. Cinco por cento de todas as doenças modernas tem origem neste corpo ou estado de consciência, e aqui desejo declarar a verdade de que a constante afirmação de certas escolas de curadores que a mente é a causa de toda doença não é ainda um fato. Daqui a um milhão de anos, quando o foco da atenção humana se tenha transferido da natureza emocional para a natureza mental, e quando os homens forem essencialmente mentais como hoje são essencialmente emocionais, aí então as causas das doenças serão procuradas no reino da mente. Hoje, elas são encontradas (exceto em alguns casos raros) na falta de vitalidade ou na excessiva estimulação, e no campo do sentimento, dos desejos (frustrados ou abusivamente saciados) e nos caprichos, repressões ou expressões de anseios profundamente acalentados, irritações, prazeres secretos e os muitos impulsos ocultos que emanam da vida de desejo do indivíduo.
Este impulso para ser e ter primeiramente construiu, e está construindo, o aparelho físico externo de resposta, e hoje está forçando um mecanismo que tem sido construído essencialmente para fins físicos, a servir a propósitos mais subjetivos. Isto, por sua vez, causa problemas, e somente quando o homem compreender que no interior de seu invólucro físico externo existem outros corpos que servem a propósitos de respostas mais sutis, é que veremos o gradual reajustamento e saúde do corpo físico. Mais tarde abordaremos estes revestimentos mais sutis.
Naturalmente, neste ponto perguntarão: Qual é o plano geral que eu procurarei seguir ao instruí-los nas leis da cura, aquelas leis que guiam os iniciados e que gradualmente deverão substituir os métodos mais físicos da atual arte da cura? Naturalmente, vocês também procurarão conhecer qual é a técnica especial que -como curadores -precisam aprender a empregar, tanto no que se refere a vocês mesmos quanto ao que se refere àqueles que vocês procurarão curar. Descreverei em linhas gerais o ensinamento que tentarei dar, e destacarei onde vocês deverão dar maior ênfase ao começar o estudo deste assunto.
Tentarei, primeiramente, tocar nas causas da doença, pois o estudante ocultista deve sempre começar no mundo das origens e não no mundo dos efeitos.
Em segundo lugar, elaborarei os sete métodos de cura que governam o
“trabalho de restituição” (como é chamado na terminologia ocultista) tal
como praticados pelos iniciados do mundo. Estes métodos determinam as
técnicas que precisam ser empregadas. Vocês observarão que estes métodos e
técnicas são condicionados pelos raios (sobre os quais escrevi em outra obra
- Um Tratado sobre os Sete Raios. Vol. I e II) e que por isso, o curador tem
que levar em consideração não apenas o seu próprio raio, mas também o raio
do paciente. Há, portanto, sete técnicas de raio, e elas exigem elucidação
antes de poderem ser aplicadas inteligentemente.
Em terceiro lugar, darei ênfase à cura psicológica e à necessidade de lidar
com a vida interior do paciente, pois, a lei básica subjacente a qualquer cura
ocultista pode ser formulada como se segue:
LEI I
Toda doença é o resultado da vida da alma inibida, e essa é uma verdade comum a todas as formas em todos os reinos. A arte da cura consiste em liberar a alma, de modo que sua vida possa fluir através do agregado de organismos que constituem qualquer forma particular.
É interessante notar que a tentativa dos cientistas em libertar a energia do átomo é da mesma natureza geral do trabalho do esoterista quando procura libertar a energia da alma. É nesta libertação que se oculta a verdadeira arte da cura. Temos aqui um indício ocultista.
Em quarto lugar, consideraremos o corpo físico, seus males e enfermidades, mas somente após termos estudado aquela parte do homem que existe por trás e ao redor do corpo físico denso. Deste modo, trabalharemos a partir do mundo das causas internas para o mundo dos acontecimentos externos. Veremos que tudo que diz respeito à saúde do homem tem origem:
1. Na totalidade das forças, sentimentos, desejos e ocasionais processos mentais que caracteriza os três corpos mais sutis e determina a vida e experiência do corpo físico.
2. O efeito sobre o corpo físico da condição da humanidade como um todo. Um ser humano é uma parte integral da humanidade, um organismo dentro de um organismo maior. As condições existentes no todo refletir-se-ão na própria unidade, e muitas das enfermidades sofridas pelo homem hoje são o efeito sobre ele de condições existentes no quarto reino da natureza como um todo, e pelas quais ele não é responsável.
3. O efeito sobre o seu corpo físico da vida planetária, a qual é a expressão da vida do Logos planetário, que é uma Entidade em evolução. As implicações disto estão grandemente fora de nosso alcance, mas os efeitos são discerníveis.
Eu não estou primariamente interessado em treinar indivíduos para torná-los curadores mais eficientes. O meu alvo é a cura grupal e é o trabalho feito na formação o que me interessa neste momento. Mas nenhum grupo de pessoas pode trabalhar como uma unidade a menos que se amem e sirvam uns aos outros. A energia curadora da Hierarquia espiritual não pode fluir através do grupo se existir desarmonia e crítica. A primeira tarefa, portanto, de qualquer grupo de curadores, é firmarem-se no amor e trabalhar pela unidade do grupo e pela compreensão.
Gostaria de destacar aqui a necessidade da paciência enquanto o grupo de cura se integra e as auras dos membros se mesclam. As pessoas levam algum tempo para aprender a trabalhar juntas em perfeita compreensão e impessoalidade, e ao mesmo tempo conseguir, durante seu trabalho, um uni direcionamento que produzirá no grupo o ritmo necessário -um ritmo de tal unidade e intensidade que o trabalho possa sincronizar-se internamente. Aspirantes e estudantes ao trabalhar ao longo destas linhas precisam treinar-se para pensar como um grupo, e dar ao grupo (sem mesquinhez de reserva) o que há neles de melhor, e também o fruto de sua meditação sobre estes assuntos.
Quero acrescentar também que estas instruções devem ser tão concisas quanto possível. Terei que tentar pôr muitas verdades e informações num breve espaço, de modo que cada frase transmita uma ideia verdadeira e traga alguma luz aos problemas com que se depara um grupo de cura. O que eu tenho a dizer pode ser dividido em duas partes. Primeiro, trataremos do trabalho geral de cura e ensino, o que envolve, de minha parte, a apresentação de leis, técnicas e métodos. Segundo, consideraremos o curador, e como ele pode aperfeiçoar-se na arte da cura.
Não é verdade que o primeiro requisito de todos os curadores é a capacidade de se colocarem em consonância com o paciente, de modo que o curador alcance a visão interna do distúrbio e estabeleça a confiança do paciente?
Dou-lhes duas palavras que englobam os requisitos de todos os verdadeiros curadores e pelos quais vocês precisam trabalhar. São elas Magnetismo e Radiação. Um curador precisa ser magnético acima de qualquer outra coisa, e precisa atrair para si:
a. O poder de sua própria alma; isto envolve alinhamento, através da meditação individual.
b. Aqueles a quem ele pode ajudar; isto envolve uma atitude descentralizada.
c. Aquelas energias, quando surge a necessidade, que estimularão o paciente para a atividade desejada. Isto envolve conhecimento oculto e uma mente treinada.
O curador precisa também compreender como irradiar, pois a radiação da alma estimulará à atividade a alma daquele que será curado e o processo de cura será desencadeado; a radiação de sua mente iluminará a mente do outro e polarizará a vontade do paciente; a radiação do seu corpo astral, controlado e altruísta, imporá um ritmo sobre a agitação do corpo astral do paciente, e assim capacitará o paciente à ação correta, enquanto a radiação do seu corpo vital, trabalhando através do centro esplénico, ajudará a organizar o corpo de força do paciente, facilitando assim o trabalho de cura. Portanto, o curador tem o dever de tornar-se eficiente, e de acordo com o que ele for, assim será o efeito sobre o paciente. Quando um curador trabalha magneticamente e radia a força de sua alma para o paciente, este consegue mais facilmente atingir o fim desejado - que pode ser a cura completa, ou pode estabelecer-se um estado de mente que permita ao paciente conviver consigo mesmo e com a sua enfermidade, sem permitir que as limitações cármicas do corpo o aprisionem. Ou pode permitir que o paciente alcance (com alegria e facilidade) a correta libertação do corpo e, através do portal da morte, passe para a saúde completa.