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Livros de Alice Bailey

Cartas sobre Meditação Ocultista


Carta VIII
ACESSO AOS MESTRES ATRAVÉS DA MEDITAÇÃO

12 de setembro de 1920.

1 - Quem São os Mestres?
2 - O que o Acesso a um Mestre Assegura:

a) Do Ponto de Vista do Discípulo?
b) Do ponto de vista do Mestre?

3 - Métodos de Aproximação ao Mestre Através da Meditação.
4 - O Efeito deste Acesso nos Três Planos.

A busca à meta

Hoje será possível falar algo sobre o tema dos Mestres e como Eles podem ser contatados através da meditação. Este é, Eu sei, um assunto bem chegado e caro ao vosso coração, como também ao coração de todos os que devotadamente seguem, seriamente, a luz interior. Procuro lidar com este assunto de tal modo que, ao final desta carta, os Mestres vos sejam muito mais reais do que antes; que o significado da aproximação a Eles seja melhor compreendido, e o método mais simplificado; e que o feito do contato com Eles seja, de tal forma, demonstrado na vida, que sua consecução imediata e prática seja seriamente buscada. Vamos, então, como vimos sempre fazendo, dividir nosso assunto em certos títulos e divisões:

1 - Quem são os Mestres?
2 - O que assegura o acesso a Eles:

a) Do ponto de vista do discípulo?
b) Do ponto de vista do Mestre?

3 - Métodos de aproximação aos Mestres através da meditação.
4 - O efeito deste acesso nos três planos.

Em toda parte, no mundo todo, é sentida a pressão que leva um homem a procurar alguém que lhe personifique este ideal. Mesmo os que não admitem a existência dos Mestres procuram algum ideal e, então, visualizam esse ideal personificado em alguma forma no plano físico. Representam-nos, talvez, como os expoentes da ação ideal, ou visualizam algum grande filantropo, algum excepcional cientista, algum artista ou músico notável, como personificações de sua concepção suprema. O ser humano - simplesmente por ser fragmentário e incompleto -, tem sempre em si esse impulso de procurar outro maior do que ele mesmo. É isso que o impele de volta ao centro de seu ser, e é isso que o força a palmilhar a senda de retorno ao Ser-Total. Sempre, através dos eons, o Filho Pródigo se levanta e vai para o seu Pai e, sempre latente nele, está a memória do lar Paterno e a glória a ser aí encontrada. Mas a mente humana é constituída de tal maneira que a busca da luz e do ideal é, necessariamente, longa e difícil. "Agora vemos através de um vidro enegrecido, mas depois estaremos face a face"; agora vislumbramos, através de janelas ocasionais por onde passamos em nossa ascensão da escada outros Seres maiores que nós; Eles nos estendem mãos protetoras e chamam-nos, por clarinetas, para prosseguirmos a luta bravamente, se é que esperamos chegar onde Eles agora estão.

Percebemos, nos rodeando, beleza e glória que não podemos ainda usufruir; elas esvoaçam perante nossa vista, e tocamos a glória num momento sublime, apenas para perder contato outra vez, e mergulhar novamente, de volta à melancolia tenebrosa que nos envolve. Mas sabemos que, fora e além, está algo a ser almejado; aprendemos também o mistério de que aquela maravilha externa somente pode ser contatada pela retirada para o interior, até que o centro da consciência esteja vibrando em sintonia com aquelas maravilhas percebidas obscuramente e com as Almas radiantes que Se denominam nossos Irmãos Mais Velhos. Somente calcando os envoltórios externos que velam e escondem o centro interno, alcançaremos a meta e encontraremos Aqueles a quem buscamos. Somente pelo domínio de todas as formas e pela submissão dessas formas à regência do Deus interno, poderemos encontrar Deus em todos, pois são apenas os envoltórios nos quais nos movemos no plano da existência, que ocultam de nos o Deus Interno e que nos isolam daqueles em Quem Deus transcende todas as formas externas.

O grande Iniciado Que pronunciou as palavras que citei, ainda acrescentou outras palavras de radiante verdade: "Conheceremos, então, até mesmo como somos conhecidos". O futuro reserva para todo aquele que se esforça devidamente, que serve sem egoísmo, e medita ocultamente, a promessa de conhecer Os Que já têm pleno conhecimento do lutador. Aí jaz a esperança para o estudante de meditação; à medida que ele luta, falha, persevera e laboriosamente repete, dia-a-dia, a árdua tarefa da concentração e do controle da mente, ali permanecem, no lado interno, Os Que o conhecem e observam, com viva simpatia, o progresso que ele faz.

Não vos esqueçais da primeira parte das observações do Iniciado, onde ele destaca a maneira pela qual a treva é dissipada e o conhecimento dos Grandes Seres é alcançado. Ele enfatiza que somente com amor, o caminho da luz e da sabedoria é percorrido. Por que essa ênfase sobre o amor? Porque a meta de tudo é o amor e aí jaz a fusão. Colocando cientificamente o que, amiúde, é um sentimento nebuloso, poderíamos nos expressar da seguinte maneira: - É pela conquista da vibração análoga ao Raio de Amor-Sabedoria (o Raio Divino) que os Senhores do Amor são contatados, que os Mestres da Compaixão são conhecidos e que a possibilidade de penetrar na consciência dos Grandes Seres e na de todos os nossos irmãos de qualquer grau, torna-se um fato na manifestação.

Essa é a senda a ser palmilhada por todos, e a meditação é o método. A meta é o amor perfeito e a sabedoria; os passos são a superação de subplano após subplano, nos três planos; o método é a meditação ocultista; a recompensa é a continua expansão de consciência que põe um homem, finalmente, em contato com seu próprio Ego, com outros egos, com o Mestre que espera ,ansioso e ao que ele está designado, com os discípulos- companheiros e com os Iniciados mais adiantados, a quem pode contatar na aura daquele Mestre, até que, finalmente, contate o Iniciador Uno, seja admitido no Lugar Secreto e conheça o mistério que subjaz à consciência mesma.

14 de setembro de 1920.

Imagem: Hierarquias Solar e Planetária
Crédito: Núcleo Aquariano Brasil

Imagem: Chave do Diagrama das Hierarquias Solar e Planetáras
Crédito: Núcleo Aquariano Brasil

Quem São os Mestres?

Valeria a pena iniciarmos nossa apreciação do assunto relativo ao acesso aos Mestres através da meditação, por umas tantas afirmativas fundamentais, relacionadas com os Mestres e com Seu lugar na evolução. Trataremos, pois, do nosso primeiro ponto. Daremos, assim, aos leitores destas cartas, alguma ideia de Sua posição, de Seu desenvolvimento compreensivo e de Seus métodos de trabalho. Desnecessário dizer que muito do que se seguira não trará nada importante de novo. As coisas que nos concernem mais de perto e as que nos são mais familiares, são, amiúde, as mais negligenciadas e as mais nebulosas para nossa faculdade de raciocínio.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que alcançou a quinta iniciação. Isso significa, na realidade, que sua consciência atingiu, uma tal expansão que inclui, agora, o quinto reino, ou reino espiritual. Ele plasmou Seu caminho através dos quatro reinos inferiores: o mineral, o vegetal, o animal e o humano - e, através da meditação e do serviço, expandiu Seu centro de consciência, até incluir, agora, o plano do espírito.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que efetuou a transferência da polarização dos três átomos da vida pessoal - como incluídos no corpo causal - para os três átomos da Triada Espiritual. Ele é, conscientemente, espírito-intuição-mente abstrata, ou atma-buddhi-manas, o que não é poder em potencial, mas plenamente efetivo, realizado através da experiência. Isso foi produzido, como anteriormente dito, através do processo de meditação.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que encontrou, não somente o acorde do Ego, mas o acorde pleno da Mônada, e pode emitir todos os registros à vontade, em todas as notas, desde a mais baixa até a monádica. Isso significa, ocultamente, que Ele agora desenvolveu a faculdade criadora e pode soar a nota em cada plano e aí construir. Este poder - primeiro, de descobrir as notas do acorde monádico e segundo, de usar essas notas na edificação construtiva - é primeiramente percebido através da meditação, ocultamente seguida, equilibrada pelo serviço amorosamente prestado.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que pode manejar a lei nos três mundos e dominar tudo que evolui nesses planos. Ao aprender as leis da mente através da prática da meditação, Ele expande as leis da mente até que abarquem as leis da Mente Universal evidenciadas na manifestação inferior. As Leis da Mente são dominadas através da meditação. Elas são usadas na vida de serviço, que é o resultado lógico do conhecimento verdadeiro.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que passou da Câmara do Conhecimento para a Câmara da Sabedoria. Ele se graduou, ali, nos cinco graus, e transmutou a mente inferior em mente pura e sem mistura, transmutou o desejo em intuição e irradiou Sua consciência com a luz do Espírito puro. A disciplina da meditação é o único caminho pelo qual isso pode ser alcançado.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que, através do conhecimento adquirido por meio dos cinco sentidos, aprendeu que a síntese existe e fundiu aqueles cinco sentidos nos dois sintéticos que marcam o ponto de chegada no sistema solar. Através da meditação, o senso de proporção geométrica é ajustado, o senso de valores é claramente reconhecido e, através desse ajustamento e reconhecimento, a ilusão é dispersada e a realidade é conhecida. A prática da meditação e a concentração interior assim desenvolvida despertam a consciência do valor e o verdadeiro valor da forma. Dessa maneira, a realidade é contatada e os três mundos não mais se podem enredar.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que conhece o significado da consciência, da vida, do espírito. Ele pode passar - pela linha de menor resistência - direto ao "coração do Seu Pai no Céu". A aproximação à linha de menor resistência, o caminho direto, é encontrada através da prática da meditação.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que Se dissolveu dos cinco em três, e dos três em dois. Ele se tornou a estrela de cinco pontas a, quando esse momento é alcançado, Ele vê aquela estrela brilhar acima do Iniciador Uno e reconhece-a nos de lugar igual ao Dele. Ele santificou (no sentido ocultista) o Quaternário e usou-o como a pedra fundamental sobre a qual erigiu o Templo de Salomão. Ele cresceu além daquele Templo e chegou a reconhecê-lo como limitação. Ele Se retirou de suas paredes limitadoras e penetrou na Triada. Fez tudo isso pelo método ocultista, quer dizer, conscientemente e com pleno conhecimento de cada passo dado. Ele aprendeu o significado de cada forma delimitante; então, Ele assumiu o controle e manejou a lei sobre o plano consistente com a forma. Ele ultrapassou, assim, a forma, e rejeitou-a por outras superiores. Dessa maneira, Ele progrediu sempre, por meio do sacrifício e da morte da forma. Ela é sempre reconhecida como aprisionadora, precisa sempre ser sacrificada e deve morrer, para que a vida interior possa apressar-se para diante e para o alto. O caminho da ressurreição pressupõe crucificação e morte, e conduz, então, ao Monte de onde a Ascensão pode ser efetuada. Na meditação, o valor da vida e o confinamento da forma podem ser apreciados e conhecidos, e, pelo conhecimento e serviço, pode a vida ser liberada de todos esses limites e obstáculos.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que escolheu permanecer em nosso planeta para ajudar Seus companheiros... Todos os Que obtiverem a quinta Iniciação são Mestre da Sabedoria, mas nem todos permanecem e trabalham como servidores da raça. Eles passam para outro trabalho de maior ou igual importância. Para o público em geral, o significado do termo jaz na crença de que Eles escolhem permanecer e se limitar, para salvação dos homens que estão se apressando na onda da evolução. Através da meditação, o Grande Ser alcança Sua meta e (o que é algo não amiúde compreendido), através da meditação, ou da manipulação da matéria mental, e pelo trabalho nos corpos mentais da raça, é levado adiante o trabalho que ajuda o processo evolutivo.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que recebeu a primeira iniciação que O une à maior Fraternidade de Sirius. Como vos disse anteriormente, Ele é um Iniciado do Primeiro Grau, na Loja Maior. Ele alcançou uma expansão de consciência que O pôs em contato com muitos dos departamentos do sistema solar. Agora, Ele tem à sua frente um vasto alcance de expansões que, finalmente, O levarão além da consciência sistêmica, para algo muito maior e mais amplo. Ele tem que começar a aprender os rudimentos daquela meditação cósmica que O admitirá numa Consciência além do que é concebível para nós.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que pode, conscientemente, atuar como parte do Homem Celestial a Cujo Corpo possa pertencer. Ele compreende as leis que governam grupos e almas grupais. Ele mesmo, conscientemente, governa um grupo de almas (um grupo no caminho de retorno e formado das vidas de muitos filhos dos homens) e conhece Seu lugar no corpo do sistema. Ele percebe o centro, no Corpo do Homem Celestial, por meio do qual Ele e seu grupo são sustentados, em vibração harmônica, e dirige Seu relacionamento com outros grupos, no mesmo Corpo, sob certas leis definidas. O valor da meditação, como uma preparação para essa atividade, será percebido por todos os estudantes cuidadosos, pois a meditação é o único meio pelo qual o sentido de separação é transcendido, e a união com os afins, ocultamente compreendida.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele a Quem foram confiadas certas Palavras de Poder em virtude do trabalho realizado. Por intermédio dessas Palavras, Ele maneja a lei sobre outras evoluções que não a humana e, através delas, coopera com o aspecto atividade do Logos. Assim, ele funde sua consciência com a do terceiro Logos. Através dessas Palavras Ele colabora no trabalho criador e no esforço coesivo manipulador do segundo Logos, e compreende o trabalho interior da lei da gravidade (ou de atração e repulsão) que governa todas as funções do segundo aspecto logoico. Através dessas Palavras, Ele coopera com o trabalho do primeiro Logos e aprende, enquanto recebe a sexta e a sétima Iniciações (o que nem sempre se consegue), o significado da Vontade, tal como é aplicado ao sistema. Essas Palavras são transmitidas oralmente e através da faculdade de clarividência, mas precisam ser encontradas pelo Próprio Iniciado, pelo uso do atma e à medida que Ele alcança a consciência átmica... Quando a consciência átmica está em desenvolvimento por meio da intuição, o Iniciado pode contatar a provisão de conhecimentos inerentes à Mônada e, assim, aprender as Palavras de Poder. Esta habilidade somente chega depois da aplicação do Cetro da Iniciação, conforme o maneja o Senhor do Mundo. Dessa maneira, nos estágios superiores da meditação ocultista, um Mestre da Sabedoria aumenta ainda mais Seu conhecimento. Sua consciência não é estática, mas abrange mais a cada dia. Dia após dia, Ele Se dedica à maior expansão.

Um Mestre da Sabedoria é Aquele Que, através da similitude de vibração, alcançou o direito de trabalhar com os Dirigentes da Hierarquia deste planeta e, em conjunção com os Dirigentes análogos, em outros dois planetas associados à nossa cadeia. Quando Ele tiver recebido outras iniciações, poderá contatar e trabalhar em união com todos os sete Logos Planetários, e não somente com os três, no controle de cadeias aliadas. O sistema inteiro pode ser abarcado por Ele, e Sua consciência se terá expandido a ponto de incluir todo o sistema solar objetivo.

Eu poderia enumerar ainda outras definições e elucidar mais o assunto para vós, mas é suficiente o que hoje foi divulgado. O ponto alcançado por um Mestre é alto, mas apenas relativamente, e não deveis esquecer que, quando atingido, parecer-lhe-á baixo na verdade, pois Ele o mede com a perspectiva da visão que se expande diante de Si. Cada expansão de consciência, cada passo na escada, apenas abre ante o Iniciado outra esfera a ser abarcada e outro passo a ser dado à frente; cada iniciação alcançada apenas revela outras ainda mais altas a serem conquistadas, e nunca chega o ponto onde o aspirante (seja ele um homem comum, um iniciado, um Mestre, um Chohan ou um Buda) possa permanecer numa condição estática, incapaz de progresso futuro. Até o Próprio Logos aspira, e mesmo Aquele por Quem Ele aspira, eleva-se a Um Maior.

O que acontece no sistema espalha-se igualmente nos níveis cósmicos, e o que é dominado aqui, deve ser repetido numa escala mais vasta, no próprio cosmo. Neste pensamento jazem inspiração e desenvolvimento, e não desespero ou cansaço. A recompensa que vem com cada passo adiante, a satisfação existente na compreensão intensificada, premia o aspirante lutador de maneira adequada... Amanhã, trataremos do lado mais prático, o do homem que visa a este chamado superior.

16 de setembro de 1920.

O que o Acesso ao Mestre Assegura

Tratamos hoje do segundo ponto de nossa oitava carta, e temos que considerar o assunto de duas maneiras: ligeiramente, do ponto de vista do Mestre; e um tanto longamente, do ponto de vista do discípulo.

Temos dado nestas cartas um largo esboço da magnitude da tarefa que jaz à frente do homem que se propõe a conquistar. Muito do que foi escrito não tem interesse para o homem que apenas esteja num estágio mediano de desenvolvimento, mas diz respeito, especialmente, ao homem que alcançou um ponto específico na evolução: e palmilha o Caminho Probatório. Muito do que poderá ser dito sobre este assunto já foi coberto na série que anteriormente comuniquei. Procuro, aqui, não cobrir o mesmo terreno, mas tratar mais especificamente do relacionamento interior que existe entre Mestre e discípulo.

Esse relacionamento existe em quatro graus, em cada qual o homem avança para mais perto do seu Mestre. Esses quatro graus são como se segue, e cobrem desde o período em que o homem está sob treinamento até quando ele próprio se torna um adepto. São eles:

a) O período em que está em prova.
b) O período em que é um discípulo aceito.
c) O período em que é considerado como um íntimo do Mestre ou - como é esotericamente denominado - o "Filho do Mestre".
d) O período em que as três iniciações finais são recebidas e ele se reconhece um com o Mestre. Ele se posiciona, então, como o "Amado do Mestre", uma posição análoga àquela que João, o discípulo amado, ocupou na história da Bíblia.

Todos esses estágios são governados por duas coisas:

a) Semelhança de vibração.
b) Carma,

e todos estão envolvidos na capacidade do homem em desenvolver uma consciência grupal.

Nos planos da mente superior, no segundo subplano, tendes um reflexo do que pode ser visto nos planos mais elevados do nosso sistema solar. Que há lá? Os sete Homens Celestiais estão lá para serem encontrados, cada Um dos Quais é composto (do ponto de vista da forma) de almas-grupo - essas almas-grupo sendo constituídas de unidades de consciência humana e angélica. No segundo subplano do plano mental, tendes os grupos pertencentes aos Mestres se assim posso expressar-me. Esses grupos são animados e vitalizados a partir do subplano atômico, onde os Mestres (quando se manifestam para beneficiar os filhos dos homens) têm Seu habitat, (*) da mesma maneira que os Homens Celestes têm Sua fonte de origem e a causa de Sua Vida no plano atômico do sistema solar, aquele que chamamos de adi, ou primeiro plano. Esses grupos são formados ao redor de Um Mestre, englobados em Sua aura, e são parte de Sua consciência. Incluem pessoas cujo raio egoico é o mesmo que o Seu, ou cujo raio monádico seja o mesmo.

(*) Desde 1920 grandes mudanças ocorreram. Agora (1949) houve uma transferência para o Plano Búdico (A.A.B.)

Isto significa que dois tipos de pessoas são considerados:

1 - Aquelas que se estão preparando para a primeira e segunda iniciações, recebidas no raio do Ego e

2 - Aquelas que se estão preparando para as duas iniciações seguintes, que são recebidas no raio da Mônada. Tendes aqui a razão da transferência de pessoas de um raio para outro. É apenas uma transferência aparente, mesmo que resulte na passagem para o grupo de um Mestre diferente. Isso tem lugar depois da segunda iniciação.

Os Três Objetivos de um Probacionário

Durante o período em que um homem está sob prova, supõe-se que esteja desenvolvendo três coisas:

1 - A habilidade de contatar seu grupo ou, em outras palavras, de ser sensível à vibração do grupo, do qual algum Mestre em particular é o ponto focal. Ele o contata de tempos em tempos, e a raros intervalos no princípio. Durante o período probatório inicial, no qual está sob observação, ele pode apenas sentir e manter a vibração grupal (que é a vibração do Mestre) apenas por um breve espaço de tempo. Em dado momento elevado, ligar-se-á com o Mestre e com o grupo, e todo o seu ser estará inundado daquela alta Vibração e vibrará numa explosão da sua cor grupal. Depois, relaxará, recuará e perderá contato. Seus corpos não estão suficientemente apurados e sua vibração é demasiado instável para mantê-lo longamente.

Mas à medida que o tempo passa (mais longo ou mais curto, de acordo com a dedicação do discípulo), a frequência das ocasiões de contato aumenta; ele pode, de certa forma, prolongar a vibração e não volta ao normal com tanta facilidade. Então, chegará o tempo em que conseguirá manter um contato razoavelmente estável Passa aí, ao segundo estágio.

2 - A segunda coisa que se supõe esteja ele desenvolvendo no caminho probatório é a faculdade do pensamento abstrato, ou o poder de ligação com a mente superior, através do corpo causal. Precisa aprender a contatar a mente inferior como um simples instrumento através do qual possa ser alcançada a superior, e assim transcende-la, até que se torne polarizado no corpo causal. Então, por meio do corpo causal, ele se liga aos níveis abstratos. Até que de fato o consiga, não poderá realmente contatar o Mestre pois como já foi dito, o discípulo tem que se elevar do seu mundo (o inferior) ao mundo Deles (o superior).

Ambos os fatos - o poder de comunicar-se com o Mestre e com o grupo de Mestre, e o poder de se polarizar no corpo causal e contatar os níveis abstratos - são, marcadamente, o resultado da meditação, e as cartas que anteriormente transmiti devem ter deixado isso bem claro. Não há, portanto, necessidade de recapitular as informações anteriormente reveladas, salvo para enfatizar que pela meditação perseverante e pela faculdade da dedicação concentrada na tarefa em mãos, (que é, afinal, o fruto da meditação aplicada à vida diária) aumentará a aptidão de manter, firmemente, a vibração superior. Reitero, repetidamente, a verdade aparentemente simples, de que somente a semelhança de vibração atrairá um homem ao grupo superior ao qual possa pertencer, ao Mestre Que representa para ele o Senhor de Seu Raio, ao Instrutor do Mundo Que lhe ministra os mistérios, ao Iniciador Uno Que efetua a libertação final, e ao centro dentro do Homem Celeste em Cujo Corpo encontra um lugar. É a ação da Lei de Atração e Repulsão em todos os planos que reúne a vida divina a partir do reino mineral e dos reinos vegetal e animal, que atrai a Divindade latente de fora das limitações do reino humano, e que filia o homem ao seu grupo divino. A mesma lei efetua sua libertação das formas mais sutis que também o prendem, e o fundem de volta à sua fonte alentadora, o Senhor do Raio em Cujo Corpo sua Mônada pode ser encontrada. Por isso, o trabalho do probacionário é sintonizar sua vibração com a de seu Mestre, purificar seus três corpos inferiores para que não ofereçam obstáculo àquele contato e, assim, dominar sua mente inferior para que não mais seja uma barreira ao fluir da luz do Espírito tríplice. É-lhe, assim, permitido contatar aquela Triada e o grupo no subplano do mental superior ao qual - por direito e carma - ele pertence. Tudo isso é conseguido pela meditação, e não há outros meios de alcançar esse objetivo.

3 - A terceira coisa que um probacionário tem a fazer é aparelhar-se, emocional e mentalmente, e compreender e provar que tem algo a dar ao grupo com o qual esteja filiado esotericamente. Refleti sobre isto: algumas vezes se põe muita ênfase naquilo que o discípulo obterá ao se tornar um discípulo aceito ou probacionário. Dir-vos-ei, com toda sinceridade, que ele não dará esses passos desejados enquanto não tiver algo a dar, e alguma coisa a adicionar, que aumente a beleza do grupo, que acrescente ao equipamento disponível aquilo que o Mestre busca para o benefício da raça e que aumentará a riqueza do colorido grupal. Isso pode ser alcançado de duas maneiras, que se interagem mutuamente:

a) Pela capacitação definitiva, através do estudo e da aplicação do conteúdo dos corpos emocional e mental.

b) Pela utilização dessa capacitação no serviço à raça no plano físico, demonstrando aos olhos da Hierarquia vigilante, por esse meio, que o discípulo tem algo a dar. Precisa mostrar que seu único desejo é ser um benfeitor e servir, mais do que apoderar-se e adquirir para si. Essa vida de aquisição com o propósito de dar precisa ter como incentivo os ideais abordados na meditação e, por inspiração, aquele fluir vindo dos níveis mentais superiores e dos níveis búdicos, que são o resultado da meditação ocultista.

Quando esses três resultados são alcançados e quando a vibração superior comunicada é mais frequente e estável, então o probacionário dá o passo seguinte à frente e se torna um discípulo aceito.

Discipulado Aceito

O segundo período, no qual um homem é um discípulo aceito, é talvez, um dos mais difíceis em todo o período de vidas de um homem. Assim é por diversas maneiras:

Ele é, definitivamente, parte do grupo do Mestre e está na consciência do Mestre todo o tempo, sendo mantido na Sua aura. Isso requer a sustentação firme de uma alta vibração. Gostaria que ponderásseis sobre qual pode ser o efeito disso. Manter essa vibração é, em qualquer tempo, algo difícil de se conseguir; envolve, frequentemente, uma intensificação de tudo o que subsiste na natureza de um homem e pode levá-lo (especialmente a princípio) a demonstrações estranhas. Entretanto, admitindo-se que um homem esteja capacitado para sustentar a força que resulta da aplicação do Cetro da Iniciação, tem que demonstrar sua capacidade para fazer isso num estágio anterior e ser capaz de se manter estável e prosseguir firmemente, ao ser submetido à intensificação da vibração que vem do Mestre.

Ele tem que se disciplinar para que nada possa entrar em sua consciência, que venha a prejudicar, de alguma forma, o grupo ao qual pertença, ou ser antagônico à Vibração do Mestre. Se posso assim expressar-me para dar alguma ideia do que quero dizer, quando pela primeira vez ele faz parte do grupo incluído na aura do Mestre ele é conservado na periferia daquela aura até que tenha aprendido a anular automaticamente, e a rejeitar imediatamente, todo pensamento e desejo indignos do Ser e, por conseguinte, prejudiciais ao seu grupo. Enquanto não tiver aprendido isso, não poderá avançar para um relacionamento mais íntimo, mas deverá permanecer onde posam ser automaticamente excluído. Mas, gradualmente, purifica-se ainda mais, gradualmente desenvolve a consciência grupal e pensa em termos grupais de serviço, gradualmente sua aura adquire mais e mais a coloração da aura do seu Mestre, até que venha a se fundir e adquirir o direito de ser acolhido mais perto do Coração do seu Mestre. Mais adiante, explicar-vos-ei o significado técnico desta frase, quando tratar do trabalho do Mestre com o discípulo. Basta dizer que, à medida que o termo "discípulo aceito" se desenvolve, (e varia em diferentes casos) o discípulo se aproxima ainda mais do coração do grupo, e encontra seu próprio lugar e sua atividade funcional naquele corpo associado. É esse o segredo: o descobrimento do seu lugar - não tanto o seu lugar na escala da evolução (pois isso é relativamente conhecido), mas no serviço. Isso é de importância maior do que o compreendido, uma vez que cobre o período que, no final, mostrará definitivamente que caminho um homem tomará depois da quinta iniciação.

Filiação ao Mestre

Chegamos agora ao tempo em que o discípulo avança para e muito ambicionada posição de "Filho do Mestre". Ele é, então, conscientemente, e o tempo todo, uma parte da consciência do Mestre. A interação entre Mestre e discípulo vai sendo rapidamente aperfeiçoada e o discípulo pode agora, conscientemente e à vontade ligar-se ao Mestre e verificar Seus pensamentos. Ele pode penetrar em Seus planos, desejos e vontade. Isso ele obteve por direito de semelhança de vibração, e porque o processo de exclusão (exigido anteriormente pela vibração discordante) está praticamente superado; o discípulo purificou-se a ponto de seus pensamentos e desejos não causarem inquietação ao Mestre, nem vibração contrária ao grupo. Ele foi experimentado e não foi encontrado em falta. Sua vida de serviço no mundo está mais concentrada e aperfeiçoada, e ele desenvolve diariamente seu poder de dar e aumenta sua capacitação. Tudo isso diz respeito ao seu relacionamento com algum Mestre e com algum grupo de almas. Não depende de ter ele recebido iniciação. A iniciação é um assunto técnico e pode ser expresso em termos de ciência esotérica. Um homem pode receber iniciação e não ser ainda "Filho de um Mestre". O discipulado é um relacionamento pessoal, governado por termos de carma e filiação, e não depende da posição de um homem na Loja. Conservai isso claro em vossa mente. Conhecem-se casos de um homem haver alcançado - através do esforço - os requisitos técnicos para a iniciação antes de se filiar a algum Mestre particular.

Esse posterior relacionamento de "Filho" de algum Mestre tem uma doçura peculiar própria e traz consigo certos privilégios. O discípulo pode, então, retirar algum fardo dos ombros do seu Mestre e aliviá-lo de alguma de Suas responsabilidades, deixando-O livre, dessa forma, para algum serviço mais amplo. Daí a ênfase posta no serviço, pois é somente à medida que um homem serve que ele progride. É a nota-chave da vibração do segundo nível abstrato. O Mestre a esse tempo, conferenciará com Seu "Filho" e planejará o trabalho a ser feito de acordo com seus pontos de vista unidos. Dessa maneira Ele desenvolverá a discriminação e julgamento de Seu discípulo e aliviará Sua própria carga ao longo de certas linhas, liberando-Se, assim, para outro trabalho importante.

O período final do assunto em discussão tem pouco a ser considerado. Cobre o período em que um homem domina os estágios finais do Caminho e inicia uma comunicação mais e mais íntima, com seu grupo e com a Hierarquia. Não somente vibra em sintonia com seu grupo e com seu Mestre, mas principia agora a reunir sua própria gente e a formar seu grupo. Esse grupo será, a princípio, apenas nos níveis emocional e físico, e no mental Inferior. Depois da quinta iniciação, incluirá em sua aura esses grupos e os que, nos níveis egoicos, forem seus. Isso, de maneira alguma, impede que ele seja uno com seu Mestre e com seu grupo, mas o método de mesclar é um dos segredos da iniciação.

Tudo isso, reunido ao que anteriormente foi revelado, dar-vos-á alguma ideia dos direitos e poderes adquiridos no Caminho Probatório e no Caminho da Iniciação. Os meios de desenvolvimento são sempre os mesmos: meditação ocultista e serviço; vida interior de concentração e vida exterior de prática; a habilidade interior de contatar o superior e a habilidade exterior de expressar essa faculdade em termos de vivência santificada; a irradiação interior do Espírito e o brilho exterior ante os homens.

17 de setembro de 1920.

...O assunto que vimos estudando nestes dez últimos dias, apesar de não tão técnico como algumas das revelações anteriores, mesmo assim traz consigo uma vibração que fará desta oitava carta uma das de mais eficaz chamamento da série. Vimos tratando dos Mestres e Quem são Eles, e Seu lugar no plano, e tocamos brevemente no que o acesso aos Mestres assegura, do ponto de vista de um discípulo. Vimos que esse acesso é um processo gradual e leva um homem, de um contato exterior esporádico com um Mestre e Seu grupo, à posição de intimidade próxima, e a uma atitude que coloca o discípulo dentro da aura e chegado ao coração de seu Instrutor. Hoje consideraremos, por um instante, o que essa gradual mudança de posição assegurou, da parte do Mestre, e o que, de Sua parte, requereu.

O Relacionamento de Mestre e Discípulo

Como tem sido repetido, a atenção de um Mestre por um homem é atraída pelo brilho da luz interior. Quando essa luz conseguiu alcançar uma certa intensidade, quando os corpos estão compostos por matéria de uma certa qualidade, quando a aura atingiu um tom determinado e quando a vibração alcançou uma velocidade e medida específicas, e quando a vida de um homem começa a ressoar ocultamente nos três mundos (som esse que é ouvido através da vida de serviço), um Mestre em particular começa a testá-lo pela aplicação de alguma vibração superior e pelo estudo de sua reação àquela vibração. A escolha de um discípulo por um Mestre é dirigida pelo carma passado e por antiga associação, pelo raio no qual ambos possam ser encontrados, e pela necessidade do momento. O trabalho do Mestre (tanto quanto possa ser tornado sabiamente exotérico) é variado e interessante, e está baseado na compreensão científica da natureza humana. O que um Mestre tem a ver com um discípulo? Enumerando as coisas principais a serem feitas, podemos ter alguma ideia do escopo do Seu trabalho:

Ele tem que acostumar o discípulo a elevar sua intensidade de vibração até que possa continuamente vibrar alto e, então, auxiliá-lo até que essa vibração alta se torne a medida estável dos corpos do discípulo.

Ele tem que ajudar o discípulo a efetuar a transferência de polarização dos três átomos inferiores da Personalidade para os átomos superiores da Triada Espiritual.

Ele tem que supervisionar o trabalho executado pelo discípulo enquanto este produz o canal entre a mente superior e a inferior, enquanto ele constrói e aplica esse canal (o antahkarana). Esse canal finalmente substitui o corpo causal como um meio de comunicação entre o superior e o inferior. O corpo causal é, ele próprio, finalmente abolido quando o discípulo recebe a quarta iniciação e pode, livremente, criar seu próprio corpo de manifestação.

Ele ajuda de maneira definida a vivificação dos vários centros e seu correto despertar, e mais tarde, Ele ajuda o discípulo a trabalhar conscientemente através desses centros e a levar o fogo circulante em correta progressão geométrica, da base da coluna vertebral até o centro da cabeça.

Ele dirige o trabalho do discípulo em diversos planos, registra a extensão do trabalho realizado e o efeito de longo alcance da palavra falada, tal como enunciada pelo discípulo. Esse é (ocultamente falando) o efeito, nos planos interiores, da nota da vida exotérica do discípulo.

Ele expande a consciência do discípulo de várias maneiras e desenvolve sua capacidade de incluir e contatar outros tipos de vibração além da humana, para compreender a consciência de outras evoluções que não a humana, e movimentar-se com facilidade em outras esferas além da esfera terrestre.

Sua meta imediata, ao trabalhar com o discípulo, é prepará-lo para a primeira iniciação. Isso acontece quando a capacidade do discípulo para manter uma certa intensidade de vibração, por um espaço de tempo específico, esteja desenvolvida, o espaço de tempo sendo aquele em que ele deve se apresentar ante o Senhor das duas primeiras iniciações. Isso é conseguido por um gradual aumento da vibração, a poucos e determinados intervalos, e depois mais amiúde, até que o discípulo possa vibrar com maior facilidade na vibração de seu Mestre, e possa manter a vibração por um espaço de tempo ainda maior. Quando puder mantê-la por esse período (cuja extensão, lógico, é um dos segredos da primeira iniciação) será submetido à aplicação de uma vibração ainda mais alta que - se mantida - o capacitará a permanecer ante o Grande Senhor por um período de tempo suficiente para permitir a cerimônia da iniciação. A aplicação do Cetro da Iniciação assegura então algo que estabiliza a vibração, e torna mais fácil progredir na tarefa de vibrar até a intensidade mais alta dos planos mais sutis.

Ele desenvolva a capacidade do discípulo de trabalhar na formação do grupo. Ele estuda sua ação e interação no seu próprio grupo filiado. Ele trabalha com o corpo causal do discípulo, sua expansão e desenvolvimento, e ensina o discípulo a entender a lei do seu próprio ser e, através desse entendimento, leva-o à compreensão do macrocosmo.

Agora, esses vários aspectos do trabalho do Mestre (e esses são uns poucos dos pontos que poderiam ser considerados) poderiam ser tratados em profundidade e demonstrariam ser esclarecedores para o leitor. Todos os parágrafos acima poderiam ser ampliados e se mostrariam de extraordinário interesse. Mas o ponto principal que procuro aqui destacar está em conexão com os estágios anteriores deste trabalho, antes do discípulo ser admitido nos estágios posteriores, da intimidade mais chegada com seu Mestre. O Mestre, durante esse período, trabalha com seu discípulo, principalmente:

a) A noite, quando ele está fora do corpo físico.
b) Durante os períodos em que o discípulo medita.

Conforme o êxito da meditação, conforme a capacidade do estudante excluir o inferior e contatar o superior, assim se apresentará a oportunidade do Mestre efetuar com êxito o definido trabalho científico que requer Sua atenção. Estudantes de meditação sentir-se-iam surpresos e, talvez, desencorajados, se pudessem perceber quão poucas vezes proveem as condições certas, na meditação, que permitam a seu vigilante Instrutor produzir certos efeitos. Pela frequência da habilidade do estudante em assim proceder, vêm a indicação de progresso e a possibilidade de levá-lo a outro passo. Enfatizai esse ponto do ensino, pois ele traz consigo um incentivo a maior diligência e dedicação. Se o próprio discípulo, por seu lado, não provê as condições corretas, as mãos do Mestre estarão atadas e muito pouco poderá Ele fazer. O esforço-próprio é a chave do progresso unido à consciente e compreensiva dedicação ao trabalho proposto. Quando esse esforço é feito com perseverança, então vem a oportunidade do Mestre executar Sua parte do trabalho.

A medida que o discípulo medita com precisão acurada, traz seus três corpos inferiores ao alinhamento e - reitero com ênfase - somente quando o alinhamento é efetuado, será o Mestre capaz de trabalhar com os corpos do discípulo. Se nada mais for conseguido com a publicação destas cartas, a não ser a intensificação do desejo de meditar com acerto, o objetivo em vista terá sido amplamente atingido. Nesse esforço, as condições ideais entre discípulo e Mestre e a inter-relação correta serão alcançadas. A meditação provê essas condições, quando convenientemente seguidas. Preparai o campo para o esforço e para o trabalho.

Consideremos, resumidamente, os vários períodos enumerados ontem, quando foi considerada a relação do discípulo e um Mestre.

No período probatório em que o homem está sob supervisão... ele é deixado quase inteiramente a si mesmo, e somente tem consciência da atenção do Mestre a raros e irregulares intervalos. Seu cérebro físico não está receptivo, com frequência, ao contato superior e apesar de seu Ego estar ciente por completo de sua posição no Caminho, não está ainda o cérebro físico em condição de sabê-lo. Mas sobre este ponto, nenhuma regra exata pode ser estabelecida. Depois que um homem tenha feito contato com seu Ego ou com seu Mestre por várias vidas, ele poderá estar ciente disso. Os indivíduos diferem tanto, que nenhuma regra universal pode ser formulada em detalhe. Como sabeis, o Mestre faz uma pequena imagem do probacionário, imagem essa que é guardada em certos centros subterrâneos no Himalaia. A imagem é ligada magneticamente ao probacionário e mostra todas as flutuações de sua natureza. Sendo composta de matéria emocional e mental, ela pulsa com cada vibração desses corpos. Ela mostra suas tonalidades predominantes e, estudando-as, pode o Mestre aquilatar rapidamente o progresso feito e julgar quando o probacionário pode ser admitido num relacionamento mais intimo. O Mestre observa a imagem a intervalos determinados, raramente a princípio, uma vez que o progresso feito nos estágios iniciais não é tão rápido, mas com frequência cada vez maior, conforme o estudante de meditação compreende mais prontamente e coopera mais conscientemente. Quando o Mestre inspeciona as imagens, trabalha com elas e, através delas, obtém certos resultados. Exatamente como, mais tarde, o Cetro da Iniciação é aplicado aos corpos e centros do iniciado, assim, certas vezes, o Mestre aplica certos contatos às imagens e, através delas, estimula os corpos do discípulo.

Chega o tempo em que o Mestre vê, pela inspeção da imagem, que o grau de vibração necessária pode ser mantido, que as eliminações requeridas foram feitas e certa profundidade de cor alcançada. Ele pode, então, expor-se ao risco (pois é um risco) e admitir o probacionário dentro da periferia de Sua própria aura. Então, torna-se um discípulo aceito.

Durante o período em que um homem é um discípulo aceito o trabalho feito pelo Mestre é de real interesse. O discípulo é designado para classes especiais, dirigidas por discípulos mais adiantados, sob a supervisão do Mestre e, apesar de poder assistir às aulas gerais, maiores, no Ashram (a Câmara do Mestre, para ensinamento) está sujeito a um treinamento mais intensivo... Nos primeiros estágios, o Mestre trabalha de quatro maneiras principais:

a) A intervalos, e quando o progresso do discípulo o justifique Ele "acolhe o discípulo em Seu coração". Essa é uma afirmativa esotérica de uma experiência muito interessante à qual o discípulo pode estar sujeito. Ao final de alguma aula no ashram, ou durante alguma meditação especialmente bem sucedida, quando o discípulo tenha alcançado um certo grau de vibração, o Mestre o acolherá junto de Si, trazendo-o da periferia de Sua aura ao centro de Sua consciência. Ele lhe dá, então, uma tremenda expansão temporária de consciência e o capacita a vibrar numa intensidade pouco comum para ele.

Daí a necessidade da meditação. A recompensa de tal experiência excede, de longe, qualquer das partes extenuantes do trabalho.

b) O Mestre trabalha nos corpos do seu discípulo com a cor e produz, nesses corpos, resultados que capacitam o discípulo a fazer mais rápido progresso. Agora, vereis por que tanta ênfase é posta na cor. Não é somente porque ela conserve o segredo da forma e da manifestação (segredo que precisa ser conhecido pelo ocultista), mas a ênfase é assim posta, para que ele possa cooperar conscientemente no trabalho do Mestre nos seus corpos e seguir, inteligentemente os efeitos produzidos. Ponderai sobre isso.

c) A intervalos determinados, o Mestre toma Seus discípulos e os capacita a contatar outras evoluções, tais como os grandes anjos e devas, os construtores menores e as evoluções sub-humanas. Isso pode ser feito pelo discípulo, sem perigo, graças ao efeito protetor da aura do Mestre. Mais tarde, quando ele mesmo um iniciado, o discípulo aprenderá como se proteger e fazer seus próprios contatos.

d) O Mestre supervisiona o trabalho de estimulação dos centros nos corpos do discípulo, e do despertar do fogo interior. Ele ensina ao discípulo o significado dos centros e sua correta rotação quadridimensional e, no tempo certo, Ele trará o discípulo a um ponto onde ele possa, conscientemente e com pleno conhecimento da lei, trabalhar com seus centros e trazê-los a um ponto onde possam ser estimulados com segurança pelo Cetro da Iniciação. Mais, sobre este assunto, não é, ainda, possível...

Apenas toquei, do modo mais breve, em algumas das coisas que um Mestre tem a fazer com Seus discípulos. Não as considero os últimos estágios do progresso de um discípulo. Conduzimos todos por passos graduais e, ainda assim, discípulos aceitos são raros. Se, pela meditação, pelo serviço e pela purificação dos corpos, os agora probacionários puderem ser levados a fazer progresso mais rápido, chegará então o tempo para a comunicação de conhecimento adicional. De que serve dar fatos dos quais o estudante não pode ainda fazer uso? Não perdemos tempo em interessar intelectualmente aqueles que procuramos ajudar. Quando o discípulo se tiver habilitado, quando se tiver purificado e estiver vibrando adequadamente, nada poderá impedir que lhe venha todo o conhecimento. Quando ele abrir a porta e alargar o canal, luz e conhecimento fluirão.

Amanhã, consideraremos nosso terceiro ponto, o dos métodos de aproximação ao Mestre através da meditação; certos tipos de meditação serão ligeiramente considerados, o que facilitará o contato, mas não vos esqueçais que a vida de serviço objetivo precisa acompanhar o crescimento subjetivo; somente quando ambos forem vistos juntos e aprovados, serão permitidos os passos para o contato. Um Mestre está interessado num homem apenas do ponto de vista de sua utilidade na alma grupal e de sua capacidade de ajudar.

19 de setembro de 1920.

Podemos, hoje, tratar dos nossos dois últimos pontos de maneira praticamente simultânea. Eles dizem respeito aos métodos de aproximação aos Mestres e aos efeitos objetivos nos três planos da evolução humana. Alguns dos pontos apontados já não bem conhecidos. Outros poderão não parecer tão familiares ao estudante comum... Nestas cartas, lidamos com o estudante mesmo, e com o que ele tem a trazer à prática; indicamos, do mesmo modo, sua meta - e muito esquematicamente - as formas e métodos através dos quais o êxito pode ser alcançado. Tratamos também daqueles auxílios à meditação, da Palavra Sagrada, da Cor e do Som, e indicamos o que (considerado em silêncio) pode conduzir o estudante a fazer algumas descobertas por si mesmo. Por fim, procuramos trazer os Mestres e Sua realidade mais para perto do estudante e, assim, facilitar sua aproximação a Eles.

Que resta a ser feito? Indicar cinco coisas que podem ser procuradas, com convicção, pelo estudante que se esforçou por adaptar a própria vida às linhas por mim propostas nestas cartas. Se o estudante ao menos prover as condições acertadas, se ele se ajustar às regras necessárias, se ele sempre visar à regularidade, à calma, àquela concentração interior que guarda o mistério dos Lugares Superiores, despertará, em certas ocasiões e com constante aumento de frequência, para algumas conscientizações definidas. Essas conscientizações serão o reconhecimento exterior de certos resultados interiores e ser-lhe-ão a garantia de que está no caminho certo. Mas, aqui, Eu destacaria outra vez que esses resultados somente são alcançados após longa prática, esforço persistente, disciplina cuidadosa do homem tríplice inferior, e serviço consagrado ao mundo.

Métodos de aproximação e efeitos obtidos

Os métodos de aproximação são, de modo geral, três, e poderíamos indicar cinco resultados que ocorrerão com o emprego desses métodos. Os três métodos são:

1 - Serviço santificado.
2 - Amor demonstrado através da sabedoria.
3 - Aplicação intelectual.

São, ao todo, três, mas apenas métodos diversos de expressar uma e a mesma coisa - focalização ativa dirigida para um ponto - que se expressa em serviço à raça, através do amor e da sabedoria. Mas, alguns indivíduos expressam-na de uma maneira e outros de maneira diversa; alguns mostram uma aparência externa de intelectualidade e outros de amor; entretanto, antes que a conquista seja possível, a intelectualidade precisa estar baseada no amor, enquanto que o amor sem desenvolvimento mental e aquela discriminação que a mente dá, estará inclinado a ser desequilibrado e insensato. Ambos, o amor e a mente, devem ser expressos em termos de serviço, antes que a floração plena de uma ou de outra seja alcançada. Consideremos cada um desses métodos separadamente e indiquemos a meditação a ser seguida:

Serviço Santificado.

Esse é o método do homem que maneja a lei, do ocultista, cujos rudimentos estão fixados na Raja-Ioga... A palavra "santificação", como sabeis, significa, na acepção básica, a entrega completa do ser total a um objeto, ao Senhor ou ao Dirigente. Significa o dar-se àquilo que o devoto aspira. Significa a consagração do homem tríplice total ao trabalho em mãos. Impõe, por isso, a dedicação de todo o tempo e todo o ser a trazer cada corpo à sujeição do Ego e ao completo domínio de cada plano e subplano. Envolve a compreensão de cada evolução e cada forma da vida divina encontrada nesses planos e subplanos, com um único objetivo em vista - o progresso do plano da Hierarquia da Luz. O método seguido é o da mais intensa dedicação ao trabalho de arredondamento dos corpos e de torná-los instrumentos adequados para o serviço. É, talvez, o caminho mais difícil que um homem possa trilhar. Não deixa aspecto algum da vida sem ser tocado. Tudo é trazido de conformidade com a lei. Por isso, na meditação, a forma dessa meditação terá uma estrutura tríplice:

a) As leis que governam o corpo físico serão estudadas e consideradas. Essa consideração encontrará expressão numa rígida disciplina do corpo físico. Será reservado inteiramente para o serviço e sujeito, consequentemente, a um processo que o harmonizará e desenvolverá mais rapidamente.

b) O corpo das emoções será estudado cientificamente e as leis da água (ocultamente entendido) serão compreendidas. O significado do termo, "não haverá mais mar" será conhecido, e o mar de comoção e paixão será substituído pelo mar de vidro que reflete diretamente a intuição superior e espelha-a com perfeita exatidão, calmo e imutável. O corpo emocional será destinado inteiramente ao serviço e seu lugar no microcosmo tríplice será considerado como correspondente ao do macrocosmo, enquanto que o seu significado oculto, sendo apenas a unidade completa na natureza tríplice inferior, será alcançado, usando-se o fato para obter certos resultados. Refleti sobre isso.

c) O lugar da mente inferior, no plano geral, será estudado, e a qualidade de discriminação, desenvolvida. A discriminação e o fogo são ocultamente aliados e assim como o Logos, pelo fogo, experimenta todo trabalho do homem, seja de que espécie for, também o microcosmo, numa escala menor, tem que fazer o mesmo. Assim, da mesma maneira como o Logos o faz superiormente na quinta ronda do julgamento e separação, também o microcosmo, numa escala menor, faz o mesmo no último e quinto período de sua evolução - abordado e descrito anteriormente nestas cartas. Todo poder da mente será utilizado ao máximo para o progresso dos planos de evolução; primeiro, no desenvolvimento do próprio homem, depois, no campo especial de trabalho onde ele se expresse, e por último, no seu relacionamento com outras unidades da raça, à medida que ele se constitui seu guia e servidor.

Vedes nisso, pois, a síntese do assunto? Primeiro, a focalização persistente que é o sinal do ocultista, mesclada com a sabedoria e o amor que são refletidos, do superior, no espelho do corpo emocional, e depois, o intelecto forçado a agir como servidor do Ego, através do esforço dirigido, animado pelo amor e pela sabedoria. O resultado será o verdadeiro iogue.

Aqui eu destacaria que o verdadeiro iogue é aquele que, depois de levar avante as formas e o tempo de meditação previstos, mescla essa meditação com a vida cotidiana e, finalmente, estará em atitude de meditação o dia inteiro. A meditação é o meio pelo qual a consciência superior é contatada. Quando o contato se torna contínuo, a meditação, como a entendeis, é deixada de lado. Neste primeiro método, o estudante ocultista trabalha da periferia para o centro, do objetivo ao subjetivo, da forma para a vida dentro da forma. Assim, através da ênfase posta na Raja Ioga sobre o corpo físico e seu sábio controle, o ocultista percebe a importância essencial do corpo físico e a inutilidade de todo o seu conhecimento separado de um corpo físico pelo qual possa expressar-se e servir à raça. É a linha do primeiro raio e seu raio filiado, ou complementar.

Amor e sabedoria.

Este método é a linha de menor resistência para os filhos dos homens. É o sub-raio do raio sintético de uma vibração análoga, do qual o nosso sistema solar é a manifestação objetiva. Mas procurarei mostrar que esse amor, alcançado pelo estudante de meditação que segue esta linha, não é a concepção sentimental tão frequentemente discutida. Não é o amor indiscriminador, que não vê limitações nem admite enganos. Não é o amor que procura não corrigir e que se expressa numa atitude malsã para com tudo o que vive. Não é o amor que arrebata todos para o serviço, conveniente ou inadequado, e que não reconhece diferenças no ponto da evolução. Muito do que é chamado amor - se seguido com lógica - aparentemente anularia a escada da evolução e daria a todos um valor igual. Assim, potencialmente, todos são; mas nos termos presentes de serviço, não o são.

O verdadeiro amor ou sabedoria vê com perfeita clareza as diferenças de qualquer forma e envida todo esforço para auxiliar a vida interna a se libertar das peias. Reconhece, sabiamente, aqueles que necessitam de ajuda e aqueles que não precisam de sua atenção. Ouve com precisão, vê o pensamento do coração, e procura sempre fundir num todos os trabalhadores no campo do mundo. Isto ele consegue, não pela cegueira, mas pela discriminação e sabedoria, separando vibrações contrárias e colocando-as em posição diferente. Uma ênfase exagerada tem sido posta nesse chamado amor (interpretado pelo homem de acordo com seu presente lugar na evolução) e não o suficiente na sabedoria, que é amor se expressando em serviço, serviço esse que reconhece a lei oculta, o significado do tempo e o ponto alcançado.

Essa é a linha do segundo raio e seus raios filiados, ou complementares. Mais tarde, será o todo-inclusivo uno, e o solvente, e o absorvente. Pode ser seguido, sendo sintético, seja na linha da Raja Ioga ou na linha Gnóstica Cristã, devido ao seu significado sintético...

Aplicação intelectual.

Aqui a ordem é invertida e o estudante, estando polarizado frequentemente no seu corpo mental, tem que aprender, através daquela mente, a compreender os outros dois, a dominar, a controlar e a utilizar ao máximo os poderes inerentes ao homem tríplice. O método, aqui, talvez não seja tão difícil em alguns aspectos, mas as limitações do quinto princípio têm que ser transcendidas antes que o progresso real possa ser feito. Essas limitações são, principalmente, a cristalização e aquilo a que chamais orgulho. Ambos deverão ser rompidos antes que o estudante, que progride através da aplicação intelectual, possa servir à sua raça tendo como causa inspiradora o amor e a sabedoria.

Ele tem de aprender o valor das emoções e, assim aprendendo, precisa dominar o efeito do fogo sobre a água, compreendido ocultamente. Ele tem que aprender o segredo daquele plano, segredo (quando conhecido) que lhe dá a chave para o fluxo da iluminação da Triada através, do causal, e daí, ao astral. Conserva também a chave do quarto nível. etérico. Isto não será ainda compreendido por vos, mas a alusão acima possui, para o estudante, muita valia.

Esta é a linha do terceiro raio e de seus quatro raios subsidiários, e é de grande atividade, de transferência frequente e de muita ostentação mental nos mundos inferiores.

Somente quando o estudante, que progride pela aplicação intelectual, tiver aprendido o segredo do quinto plano, viverá ele a vida do serviço santificado e amalgamará os três raios. Sempre a síntese precisa ser alcançada, mas a cor, ou o tom fundamental, permanece sempre. A próxima ronda, ou quinta, mostrará a mais ampla exposição deste método. Será a ronda do supremo desenvolvimento mental e levará suas Mônadas em evolução a alturas agora não sonhadas.

Esta ronda marca a elevação do segundo método, a que ocorre através do amor e da sabedoria. É a quarta ronda, na qual o emocional alcança um alto ponto de vibração e há uma conexão direta entre o quarto plano da harmonia, o corpo emocional, ou o quarto princípio, o quaternário, e a quarta raça-raiz ou a atlante, que coordenou o astral. Dou-vos alimento para reflexão, nessas correspondências.

21 de setembro de 1920.

Cinco Efeitos da Meditação nos Três Mundos

Hoje vamos considerar os cinco efeitos nos três corpos nos mundos inferiores, dos quais o estudante de meditação estará consciente se tiver seguido devidamente a orientação proposta.

Esses efeitos não são especificamente efeitos na vida, como se mostram ao mundo que está observando, tais como um amor maior ou espiritualidade, ou capacidade para servir. O que hoje procuro trazer à baila são as indicações na consciência do cérebro físico do estudante, que ele tenha feio algo do trabalho necessário e esteja alcançando, de certa maneira, o objetivo desejado. Recordai-vos claramente disso. Não procuro tornar claros todos os muitos e vários resultados alcançados pelo bem sucedido acompanhamento das leis ocultas de meditação. Lido, aqui, com apenas uma fase da matéria, e essa é a percepção, na consciência do cérebro físico, de certos resultados segundo a linha do nosso tópico imediato - o acesso aos Mestres.

Isso reduz nosso assunto ao da percepção consciente dos Mestres, e de algum Mestre em particular, pelo estudante, no seu cérebro físico. Essa percepção independe, em grande parte, da posição do estudante no Caminho, de sua proximidade ou distância da iniciação. Alguns egos muito avançados podem estar trabalhando nesse problema e estar bem perto do seu Mestre, sem serem capazes de constatar, no cérebro físico, fatos específicos que lhes provem tal proximidade. Alguns asseguram-se desse conhecimento em estágios anteriores a outros. Ele depende do tipo de corpo em uso e do trabalho efetuado em vidas anteriores, resultando num veículo físico que é, razoavelmente, o justo expoente do homem interior. Frequentemente, o homem é de bem maior capacidade e alcance nos planos interiores do que o é no físico. Muitos dos nossos mais devotados trabalhadores, nesta particular metade do século, estão eliminando o carma prejudicial, através do uso de corpos inadequados. Pela diligência, aplicação, esforço superior e pela longa e paciente obediência às regras estabelecidas, vem o tempo em que o estudante fica subitamente consciente - exatamente no cérebro físico - de certos acontecimentos inesperados, de uma iluminação ou de uma visão que era antes desconhecida. É algo tão real e, do mesmo modo, tão momentaneamente surpreendente, que nenhuma refutação aparente, posterior, será suficiente para lhe tirar a certeza de que ele viu, contatou, sentiu.

Como já vos disse muitas vezes, de maneira nenhuma é possível, neste trabalho, fazer mais do que generalizar. Sessenta mil milhões de almas em processo evolutivo, cada uma seguindo certas rondas de vidas totalmente diferentes umas das outras, oferecem um vasto campo para escolha, e experiência alguma é semelhante à outra. Mas, em geral, poderia ser estabelecido haver cinco maneiras (dentre as muitas possíveis) de ocorrência tão frequente, comparativamente falando, que nos permite enumerá-las. Tudo já foi indicado, mas posso ampliar um tanto as informações divulgadas.

1 - Vendo o Mestre e a si próprio na caverna do coração.

Como sabeis, tem sido frequentemente dito ao estudante para visualizar-se e ao Mestre - do tamanho de um quarto de polegada - dentro da circunferência do coração etérico. É-lhe dito para imaginar, ao final de sua meditação, o coração etérico, e aí construir formas diminutas do Mestre por Quem está atraído, e de si mesmo. Isso ele passa a fazer com cuidado adequado e apurado, com a ajuda da imaginação e de amoroso esforço, trabalhando diariamente nas imagens, até que elas se lhe tornem bem reais, e sua construção e modelagem se tornem quase parte automática de sua forma de meditação. Então, chega o dia (geralmente quando as condições astrológicas estão favoráveis e a lua se aproxima da cheia) em que, em seu cérebro, ele se torna consciente de não serem aquelas figuras os pequenos fantoches que ele imagina, mas de estar ele na figura que o representa e de estar, literalmente, e com toda veracidade, ante o Mestre. Isso acontece a raros intervalos, a princípio, e a consciência do acontecido permanece apenas uns breves segundos; à medida que progredir e cada parte de sua natureza e de seu serviço se desenvolver, a experiência ocorrerá com maior frequência e será marcada por períodos mais longos, até que chegue o tempo em que o discípulo pode ligar-se tão facilmente ao Mestre dessa maneira, como anteriormente formou suas figuras.

Exatamente, que aconteceu? O discípulo conseguiu fazer três coisas:

1 - Identificar-se com a figura dentro do coração e aspirar ao Mestre.

2 - Construir um canal definido entre o centro do coração (onde está se esforçando para focalizar sua consciência) e seu correspondente, o centro coronário. Cada um dos sete centros no corpo como o sabeis, tem uma contraparte na cabeça. Cada união do centro com sua contraparte na cabeça que vem a iluminação. Isso, no caso em apreço, foi alcançado pelo discípulo. Ele uniu o coração ao seu centro na cabeça.

3 - Não somente realizou os dois itens acima como também purificou aquela parte do cérebro físico que corresponde àquele centro particular na cabeça, que pode responder à vibração superior requerida e assim, registrar acuradamente o que se passou.

2 - Reconhecimento da vibração.

Neste caso, o método não é exatamente o mesmo. O estudante se torna consciente, durante seus momentos de aspiração mais intensa na meditação de uma certa vibração, ou uma sensação peculiar em sua cabeça. Pode ser em um dos três lugares:

a) No alto da coluna vertebral.
b) Na fronte.
c) No alto da cabeça.

Não falo, aqui, da sensação que vem quando uma faculdade psíquica se desenvolve, apesar de haver uma aliança entre ambas mas refiro-me a uma vibração definida que acompanha o contato com um dos Grandes Seres. O estudante, a princípio, está apenas consciente da sensação de uma momentânea elevação, que torna a forma de ondulação ou movimento na cabeça. A princípio, poderá ser acompanhada de algum desconforto; se sentida na fronte, poderá causar lágrimas e choro; se no alto da coluna ou na base do crânio, euforia e mesmo, atordoamento; e se no alto da cabeça, uma sensação de expansão e plenitude, como se o crânio limitante fosse deveras aprisionador. Isso desaparece com maior uso. Tudo é causado por um contato momentâneo a princípio, com algum Mestre. Com o tempo, o estudante aprende a reconhecer essa vibração e a associá-la com algum particular Grande Ser, pois cada Mestre tem sua vibração própria, com que marca Seu discípulo de uma maneira específica. Esse método de contatar é frequentemente acompanhado de perfume. Com o tempo, o discípulo aprende a elevar sua vibração a certo grau. Tendo feito isso, ele mantém firme a vibração, até que perceba a resposta vibratória do Mestre, ou o perfume. Então, esforça-se para fundir sua consciência com a do Mestre, tanto quanto possível, para assegurar-se da vontade do Mestre e para entender o que tem o Mestre a comunicar. À medida que o tempo passe, e cresça a resposta do discípulo, o Mestre, por Sua vez, atrairá sua atenção ou lhe assinalará aprovação (por exemplo, elevando essa vibração dentro da cabeça)...

23 de setembro de 1920.

...Temos agora nossos três pontos remanescentes a considerar já tendo tratado dos dois que diziam respeito ao contato com o Mestre na caverna do coração e à identificação de sua vibração. Há ainda outras três maneiras (dentre muitas, não vos esqueçais) pelas quais o estudante devotado poderá ficar consciente, no seu cérebro físico, de haver contatado seu Mestre.

3 - Trazer à consciência do cérebro físico a lembrança do ashram do Mestre e as lições aí divulgadas.

À medida que o estudante persevera na meditação, que aumenta sua facilidade de se pôr na vibração certa, constrói um caminho (se assim podemos denominá-lo) que o conduz diretamente ao seu Mestre. Esta é uma afirmativa literal. Um trabalho bem feito assegura ao homem com o tempo, o direito de estar com o Mestre a períodos certos: Isto ocasiona bom trabalho de meditação, unido ao serviço ativo para a raça. Esses intervalos são raros a princípio, mas aparecem mais frequentemente, conforme o progresso é feito. Ele se tornará, então, consciente desse contato, através da lembrança ao despertar. Ele verá a sala do Mestre e lembrará de seus colegas no trabalho de classe. Recordará certas frases ditas por seu Mestre e trará de volta uma recordação de um trabalho sugerido, ou de advertência: Esse é um dos métodos indicativos de que o discípulo está tendo êxito, através da habilidade em conseguir acesso ao Mestre obtida na meditação.

4 - A obtenção de uma certa quantidade de consciência causal.

Isto é indicativo de haver o discípulo desenvolvido (talvez em pequena escala, embora definidamente percebido) o poder de entrar um tanto, no Seu mundo. A faculdade do pensamento abstrato e da contemplação, o poder de transcender as limitações de tempo e espaço são poderes do corpo egoico, e como todos os grupos egoicos são - como dito anteriormente - controlados por algum Mestre, o desenvolvimento da consciência egóica (quando conscientemente reconhecida) é indicativo de contato e acesso. Muitas almas contatam inconscientemente seu Ego e têm, temporariamente, lampejos da consciência egoico, mas quando o discípulo pode conscientemente se elevar, quando intensifica deliberadamente sua vibração e transfere sua polarização para o corpo egoico, mesmo que por um breve momento, então ele pode saber que está vibrando, por aquele breve momento, na clave do Mestre do seu grupo. Ele fez contato. Poderá, a princípio, não se recordar, no seu cérebro físico, dos detalhes daquele contato; poderá não perceber a aparência do Mestre ou as palavras que Seus lábios pronunciaram, mas tendo, conscientemente, se adaptado à regra e penetrado no silêncio dos lugares superiores, a lei sempre surte efeito e ele terá feito seu contato. Alguns discípulos conhecem seu Mestre intimamente nos planos internos e trabalham sob Sua direção, mas muitas vidas poderão decorrer antes de compreenderem a lei e poderem, deliberadamente, produzir o canal de acesso através do poder desenvolvido na meditação.

À medida que o tempo passa, esta habilidade para contatar aumenta, até alcançar o ponto em que o discípulo pode descobrir a qualquer tempo, qual a vontade do Mestre, e ter acesso ao Seu coração.

5 - Através do som, o aspirante fica ciente do êxito.

Este quinto método não é tão comum, mas é conhecido de algumas pessoas. Através do som, o aspirante fica ciente do êxito, Ele segue sua forma usual de meditação. Persevera dia após dia, e trabalha em todos os três planos, inteiramente na tarefa a ser feita. Eleva continuamente sua vibração e aspira na diligência requerida, unindo todo esforço interior à vida exterior de serviço amoroso. Em alguma determinada meditação, ele se tornará subitamente ciente de uma nota musical, que parecerá haver soado dentro de sua cabeça ou emanado de seu coração. Não será evocada pelo pronunciar da Palavra Sagrada, Palavra essa que, quando pronunciada pelo homem numa certa clave, poderá suscitar uma resposta musical do Ego, mas virá como um resultado, ou a culminação da meditação, e o som da nota vibrará no centro, tão distintamente, de modo a nunca ser esquecida. É, novamente, uma indicação de êxito. O Mestre foi contatado e respondeu, soando o tom do próprio Ego do homem. Essa é, realmente, a base do costume do guardião da porta responder ao candidato aspirante aos mistérios do grupo. Quando o trabalho é convenientemente executado, o aspirante pronunciará a palavra de admissão na sua própria clave ou tom, esforçando- se para soar a nota que evocará o Ego. O guardião da porta responderá e entoará a resposta no mesmo tom cheio, sonoro, ligando assim, pelo poder do som, o homem ao Mestre das cerimônias vindouras. Isto coloca cada membro do grupo - pelo seu esforço próprio e pelo terceiro fator, o guardião da porta - em sintonia com o Mestre. Com o tempo, isto será mais completamente entendido e esforços serão feitos para manter o tom repercutindo entre aqueles que entram e aqueles que guardam o Umbral. Quando perfeitamente alcançado (algo impossível agora), ele forma uma proteção perfeita. Os grupos serão formados de acordo com a formação egoico e com o Mestre particular. A nota do grupo será conhecida daquele que guarda a entrada e ninguém poderá entrar se não soar a nota, seja na oitava superior, seja na oitava inferior. Isto se aplica aos grupos dedicados ao desenvolvimento espiritual interno e que estão diretamente relacionados com os aprendizes, discípulos, ou probacionários filiados a Ele. Outros grupos formados de unidades diversas e sob diferentes raios e Mestres guardarão sua porta por outro método, a ser revelado mais tarde.


Quando, na meditação, um estudante ouve sua nota musical interna, deverá esforçar-se para registrá-la e cultivar a faculdade, tanto de reconhecê-la como de utilizá-la. Isso não é fácil, a princípio, uma vez que o som, além de não ser procurado, é rápido demais para ser apreendido. Mas, à medida que o tempo avança e o discípulo tem êxito em, novamente e ainda, receber uma resposta similar, aí então pode começar a descobrir o método e observar as causas que movimentam a vibração.

Como já disse anteriormente, muitos são os métodos através dos quais um discípulo se torna ciente do sucesso no caminho de acesso. Acima, estão apenas cinco dentre esses muitos. Mais tarde, quando as Escolas estiverem organizadas e supervisionadas por um Mestre na consciência do plano físico, serão mantidos registros dos tempos e modos de contato e, dessa maneira, muito conhecimento resultará. Em conclusão, Eu destacaria que a produção da resposta deverá ser sempre o trabalho do discípulo, e que o momento da resposta depende da seriedade do seu trabalho, da consagração do seu serviço e dos seus compromissos cármicos. Quando ele merecer certa resposta, isso será mostrado em seu destino, e nada poderá impedir ou retardar. Igualmente, nada pode realmente apressar; por isso, o discípulo não precisa perder tempo em ponderações melancólicas sobre a falta de resposta. O que lhe cabe é a obediência às regras, a adaptação às formas propostas, ponderar e aderir sabiamente às instruções prescritas, trabalhar decididamente e servir ardorosamente a seus semelhantes. Quando tiver feito tudo isso, quando tiver construído o material vibratório necessário nos seus três corpos inferiores, quando os tiver alinhado com o corpo egoico (mesmo que por apenas um breve minuto), subitamente ele poderá ver, subitamente ele poderá ouvir, subitamente ele poderá perceber uma vibração e, então, ele sempre poderá dizer que a fé transformou-se em visão, e a aspiração tornou-se reconhecimento.

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