Livros de Alice Bailey
Cartas sobre Meditação Ocultista
Carta III
PONTOS A CONSIDERAR AO SE DAR UMA MEDITAÇÃO
4 de junho de 1920.
1 - O Raio do Ego, ou do Eu Superior.
2 - O Raio da Personalidade, ou do Eu Inferior.
3 - A Condição Cármica do Homem Tríplice.
4 - A Condição do Corpo Causal.
5 - A Necessidade do Período e da Disponibilidade do Homem.
6 - Os Grupos, Internos e Externos, aos quais Esteja Filiado.
Estivemos apreciando a importância da meditação, e sugeri à vossa
consideração quatro pontos, dentre muitos, por que a prática deveria ser
seguida. Nesta época em que a meditação é seguida por muitos de vós sem a
orientação de um instrutor que vos conheça pessoalmente no plano físico,
tem sido impossível fazer mais do que formular, para praticá-la, um plano que
contenha elementos de segurança e universalidade.
Quando se dispõe de um instrutor, podem ser levadas a cabo práticas
diferenciadas, ajustadas ao temperamento do aprendiz e com certos atributos que
tornam aquela específica meditação a linha de menor resistência, desde o
cérebro físico da personalidade até o corpo causal.
Ao formular métodos de meditação, certos fatores devem ser levados em consideração, os quais enumerarei. Procuro não dar esquemas e métodos para serem seguidos. Apenas indico os princípios fundamentais que guiam o instrutor na escolha do método adequado ao aluno. Mais tarde, quando o instrutor vier e a aplicação científica do método ao indivíduo for demonstrada, podereis verificar se as regras aqui propostas são fundamentais ou não. Estes fundamentos e princípios são tudo que procuro dar. Método e detalhe devem ser conseguidos através do uso de discriminação, experiência, coragem e perseverança.
Os fatores a serem considerados por um instrutor ao dar uma meditação são seis, se cuidarmos apenas dos principais. São os seguintes:
1 - O Raio do Ego do aluno, ou do Eu Superior.
2 - O Raio de sua Personalidade, ou do Eu Inferior.
3 - A condição cármica da sua tríplice natureza inferior.
4 - A condição do seu Corpo Causal.
5 - A necessidade imediata do período e a disponibilidade do aluno.
6 - Os grupos, internos e externos, com os quais possa estar filiado.
Ocupar-me-ei deles agora e os considerarei um por um.
1 - O Raio do Eu Superior
O raio no qual o corpo causal de um homem é encontrado, o raio egoico, deveria determinar o tipo de meditação. Cada raio necessita um método diferente de aproximação, uma vez que o objetivo de toda meditação é a união com o divino. Neste estágio, é a união com a Triada espiritual, que tem seu reflexo mais baixo no plano mental, ilustrarei brevemente:
Quando o raio egoico é o que se chama o Raio do Poder o método de aproximação terá de ser o da aplicação da vontade aos veículos inferiores numa forma dinâmica; é, amplamente, o que chamamos consecução por uma focalização intensa, uma tremenda concentração consciente que inibe todos os empecilhos e, literalmente, força um canal, introduzindo-se, dessa maneira, na Triada.
Quando o raio egoico é o segundo, ou o Raio do Amor-Sabedoria, o caminho da menor resistência se situa ao longo da linha de expansão, de uma inclusão gradual. Não é tanto um impulso para a frente, como uma expansão gradual de um centro interior até incluir o meio ambiente, a vizinhança, as almas aliadas, e os grupos associados de estudantes sob algum Mestre, até que todos estejam incluídos na consciência. Levada até o ponto de realização, esta expansão resulta na fragmentação final do corpo causal, quando da quarta Iniciação. No primeiro exemplo - a realização através do Raio do Poder - o impulso para frente e o esforço para o alto tiveram o mesmo resultado; o canal aberto permitiu a descida do Espírito, do fluxo de força ou fogo e, no tempo certo, o corpo causal é igualmente destruído.
Quando o raio egoico é o terceiro, ou o Raio da Atividade-Adaptabilidade, o método é, de certo modo, diferente. Não tanto o impulso para frente, nem tampouco a expansão gradual, mas a adaptação sistemática de todo conhecimento e de todos os meios para a finalidade em vista. É, de fato, o processo da utilização de muitos para o uso de um; é mais a acumulação do material e da qualidade necessárias para ajudar o mundo, da informação através do amor e da discriminação, que causam, finalmente, a fragmentação do corpo causal. Nesses "Raios do Aspecto" ou da expressão divina, se assim posso chamá-los, a fragmentação é efetuada pelo alargamento do canal, graças ao poder condutor da vontade, no primeiro caso; pela expansão do ovo áurico inferior, o corpo causal, no segundo caso, graças a inclusividade do sintético Raio do Amor e Sabedoria; e pela quebra da periferia do corpo causal, no terceiro caso, graças à faculdade acumulativa e à absorção sistemática do Ralo da Adaptabilidade.
Todos esses três métodos resultam no mesmo, e são todos, fundamentalmente, formas do grande e único método empregado na evolução do amor ou sabedoria - a meta do esforço neste presente sistema solar.
Há a vontade, impulsionando um homem à perfeição através da conscientização do Superior, e resultando no serviço do poder através do amor em ação.
Há o aspecto sabedoria ou amor, impulsionando um homem à perfeição pela compreensão de sua unidade com tudo que respira, resultando no serviço do amor através do amor em ação.
Há o aspecto atividade, impulsionando um homem à perfeição pela utilização de tudo, a serviço do homem; primeiro, pela utilização de tudo para si mesmo; depois, pelos passos gradativos da utilização de tudo para a família, de tudo para aqueles que ele, pessoalmente, ama, de tudo para os vizinhos a ele ligados, e assim, progressivamente, até que tudo seja utilizado a serviço da humanidade.
Quando o raio egoico é o atributivo, o Raio da Harmonia, o quarto raio, o método será segundo a linha da conscientização interna de beleza e harmonia; ele provoca a fragmentação do corpo causal pelo conhecimento do Som e da Cor e pelo efeito fragmentador do Som. É o processo que conduz à percepção das notas e tons do sistema solar, da nota e tom dos indivíduos, e ao esforço para harmonizar a nota egoico com a dos demais. Quando a nota egoico é emitida em harmonia com outros egos, o resultado será a fragmentação do corpo causal, a dissociação do inferior e a conquista da perfeição. Seus expoentes se desenvolvem segundo a linha da música, do ritmo e da pintura. Retraem-se para o interior, com a finalidade de compreender o lado vida da forma. A manifestação exterior desse lado vida faz-se através do que chamamos arte. Os grandes pintores e os músicos mais expressivos estão, em muitos casos, alcançando seu objetivo dessa maneira.
Quando o quinto raio, o Raio da Ciência Concreta ou do Conhecimento, é o raio de um homem, o método é deveras interessante. Toma a forma de intensa concentração da mente concreta em algum problema para ajudar a raça; é o domínio de cada qualidade mental e o controle da natureza inferior, de modo que um supremo esforço seja feito para transpassar o que impede o fluxo do conhecimento mais alto. Implica, também, no elemento vontade (como seria de se esperar) e resulta no esforço pela informação desejada, proveniente da fonte de todo conhecimento.
A medida que o processo continua, o transpasse da periferia do corpo causal torna-se tão frequente que, ao final, produz-se a desintegração, e um homem é libertado. É a mentalidade impelindo um homem à perfeição e forçando-o a utilizar todo o conhecimento no amoroso serviço à sua raça.
O Raio da Devoção é, predominantemente, o raio do sacrifício. Quando ele é o raio egoico, o método de aproximação através da meditação toma a forma de uma dedicação exclusiva pelo amor a alguém ou a um ideal. Um homem aprende a incluir, por amor a alguém ou ao ideal; ele submete cada faculdade e cada esforço à contemplação do que é requerido; e, no sacrifício por aquela pessoa ou ideal, lança até mesmo seu corpo causal nas chamas do altar. É o método do fanatismo divino que considera tudo o que foi perdido da visão e que, consequentemente, sacrifica, prazerosamente, a personalidade inteira. O corpo causal é destruído pelo fogo, e a vida, assim liberada, sobe rumo ao Espírito, em divina beatitude.
Quando o raio egoico é o sétimo, ou Raio da Lei ou Magia Cerimonial, o método é o da glorificação e compreensão da forma em aproximação. Como ficou dito antes, o objetivo de todas as práticas de meditação é a aproximação ao divino dentro de cada um e, por esse meio, a aproximação à Própria Divindade.
O método, por essa razão, é trazer debaixo de lei, ordem e disciplina, cada ato da vida nos três corpos e construir, no corpo causal, uma forma expansiva que resulte na fragmentação daquele corpo. É a construção do Santuário, sob certas regras, para uma morada para o Shekinah e, quando a luz espiritual arde, o Templo de Salomão se abala, vacila e se desintegra.
É o estudo da lei e a consequente compreensão, pelo homem, de como aquela lei é manejada e por que; é, portanto, a definida aplicação dessa lei ao corpo causal, de modo a torná-lo sem serventia e a efetuar, assim, sua fragmentação. O resultado é a emancipação, e o homem se liberta dos três mundos. Muitos ocultistas estão, agora, entrando nesse raio para continuar o processo libertador. É o método que leva um homem à libertação através da compreensão e da aplicação inteligente da lei à sua própria vida, e à melhoria das condições no corpo da humanidade, tornando o homem, assim, um servidor de sua raça.
Isto basta por hoje.
5 de junho de 1920
2 - O Raio da Personalidade
Temos de certo modo, considerado o primeiro fator, o raio egoico ao determinar o método da meditação. Hoje devemos nos ocupar da função do raio da personalidade, ao determinar esse método. Como sabeis, o raio da personalidade é sempre um sub-raio do raio espiritual e varia com muito maior frequência do que o raio egoico. Com egos evoluídos, tais como os que podem ser contatados entre os pensadores da raça e entre os trabalhadores proeminentes em todos os departamentos de trabalho mundial, por toda parte, o raio da personalidade pode variar de vida para Vida, cada Vida sendo baseada numa nota diferente e demonstrando uma cor diferente. Dessa maneira, o corpo causal é mais rapidamente equipado. Quando a unidade em reencarnação alcançar um ponto em que possa escolher conscientemente seu meio de expressão, recapitulara em primeiro lugar suas vidas passadas e, com o conhecimento assim adquirido, dirigirá sua escolha para a encarnação seguinte. Antes de encarnar, ela ressoará sua nota egoica e observará a falta de perfeição ou a discordância que ela possa conter; decidirá, então, sobre qual nota baseará a vibração de sua próxima personalidade.
A vida toda poderá ser, dessa maneira, inteiramente dedicada ao ressoar de uma nota específica e à estabilização de uma vibração particular. Tal nota deve ressoar, e essa vibração deve ser estabilizada numa diversidade de circunstâncias. Daí a necessidade, na Vida do aspirante ou do discípulo, de frequentes mudanças, e a explicação da flagrante condição de variedade e do caos aparente em que tais vidas são vividas.
Quando a discordância tiver sido corrigida e a vibração se tiver tornado estável e não mais sujeita à mudança, então o trabalho requerido é feito. O Ego pode, outra vez, convocar suas forças, antes de continuar o trabalho de aperfeiçoamento do corpo causal e levar à perfeita exatidão e à clareza de tom, o acorde desejado. Compreendei, então, a necessidade de adaptar o método de meditação à necessidade da personalidade e de sincronizá-lo, ao mesmo tempo, com o primeiro fator, envolvendo o raio do Ego.
Uma ilustração prática
Ilustrarei, se de algum modo puder elucidar o assunto; a precisão de entendimento é desejada.
Admitamos que o raio egoico de A seja o Raio de Amor ou Sabedoria, enquanto o raio de seu eu inferior é o quinto raio, ou do Conhecimento Concreto. Em vidas passadas, A demonstrou amor e fez reais progressos no método do raio sintético, o raio da expansão. Ele ama muito e expande sua consciência com relativa facilidade, para incluir uma boa parte das circunstâncias do seu meio ambiente. Mas, apesar da inteligência normal, falta- lhe a vibração estável que se liga ao quinto raio. Não tem aquela concentração que força os resultados, e necessita a fundamentação básica de fatos antes de poder prosseguir mais além, com sabedoria e segurança. O instrutor sagaz, percebendo tal necessidade, usa o método de expansão inerente ao raio egoico e o aplica à expansão do corpo mental. Por um método sabiamente julgado, aplicará a faculdade de expansão (até aqui usada apenas para incluir outros, por meio do amor) no esforço igualmente concentrado para expandir, com o propósito de apreender conhecimento. Quando isto é conseguido, todo o esforço da vida pessoal pode, aparentemente (numa determinada encarnação), ser consagrado à aquisição de posição científica e ao desenvolvimento da mente. O progresso intelectual pode parecer de suprema importância ao espectador desinformado; entretanto, depois de tudo, o trabalho prossegue como almejado pelo mentor interno, e somente a vida seguinte irá demonstrar a sabedoria da escolha egoico.
Pela combinação dos métodos do segundo raio com a aplicação do quinto raio, a expansão intelectual poderá ser alcançada. Tornei claro este fato? Escrevo para aclarar, uma vez que esta questão da meditação é de vital importância para muitos.
Ficará evidente, portanto, para vós, que, numa leitura cuidadosa, quanto mais alguém sabe, menos julga. Uma pessoa pode estar bem desenvolvida, quanto ao amor; entretanto, numa determinada encarnação, aquele lado poderá ficar em suspenso, e a linha de maior desenvolvimento aparente poderá ser a puramente intelectual. A melhor atitude a seguir, para um espectador, será acautelar-se nas opiniões, pois não tem ainda a visão interna que percebe a cor, nem a audição oculta que reconhece a nota.
7 de junho de 1920
3 - A Condição Cármica do Homem Tríplice
Hoje, em nossa discussão sobre os "Métodos de Meditação", submeto à consideração a condição cármica do homem tríplice e seu lugar na evolução.
É nosso terceiro ponto, e é verdadeiramente oportuno para decidir sabiamente sobre qual o método adequado para o indivíduo. Temos considerado, até agora, em primeiro lugar, a importância da meditação; depois, tocamos de leve na parte que o raio egoico desempenha ao decidir sobre aquele método, trazendo à baila, incidentalmente, um ponto não muito enfatizado até aqui: que a meta real da meditação é a fragmentação gradual, a ruptura e o despedaçamento do corpo egoico. E vimos que cada raio necessitava de um processo diferente. Então, ocupamo-nos da função do raio da personalidade em combinação com o raio egoico e vimos como, considerando-se sabiamente os dois fatores, um método poderia ser habilmente proporcionado.
Dedicar-nos-emos, agora, mais especificamente, ao fator tempo. Carma e tempo são termos muito mais sinônimos do que geralmente se dá conta. A meditação ocultista e o início efetivo do trabalho de libertação do indivíduo, da periferia do corpo causal, só podem realmente ser iniciados quando certo ponto na evolução tenha sido alcançado, quando (pelo seu conteúdo) o corpo causal tenha certa densidade, e quando a circunferência desse corpo atenda a certas exigências. O processo inteiro é apenas da Lei e não, como amiúde se acredita, puramente um desejo de sublimes aspirações. Considerai sabiamente, esta afirmativa que acabo de escrever sobre a condição cármica do homem tríplice e seu lugar na escala da evolução. O que especifiquei? Três fatores para vossa consideração:
a - O ponto na evolução.
b - A densidade do corpo causal.
c - O tamanho e a circunferência do corpo causal.
Mais tarde, tenciono considerar convosco a questão do plano mental e seus três subplanos superiores, que são os planos do Ego. Trataremos da posição do corpo causal nesses planos e da relação do corpo causal com outros corpos no mesmo plano. Nesta carta, trato apenas dos três pontos acima mencionados. Considero, portanto, o corpo causal em si mesmo, a consciência egoico e seu relacionamento com o eu inferior. Mais adiante, tratarei da mesma consciência no seu próprio plano e de seu relacionamento com outros egos e com a Hierarquia. Guardai bem claro na mente: - o desenvolvimento da consciência egoico dentro da Personalidade é meu tema principal, agora. Não confundais os dois. É preciso explicá-lo de outra maneira: - Tratarei do relacionamento do Eu Superior com o tríplice homem inferior, e da força gradualmente crescente desse relacionamento, pela meditação. Este aumento coincide com os três fatores mencionados acima. Vejamo-los pela ordem.
O Ponto na Evolução
A vida da personalidade em evolução poderia ser dividida em cinco períodos. A nossa é, afinal de contas, uma evolução quíntupla, e a vida do homem (como ser humano e anterior à conquista da quinta Iniciação) pode ser considerada como uma série gradual de cinco degraus, cada degrau sendo medido pela condição da Flama do Espírito que habita internamente.
Do ponto de vista da nossa Hierarquia planetária oculta, como vos disse antes,somos medidos pela nossa luz.
A primeira divisão do progresso poderia ser medida do momento em que o homem-animal se tornou uma entidade pensante, um ser humano, até o do funcionamento consciente do corpo emocional, ou até o ponto onde as emoções são muito amplamente dominantes. Corresponde ao período coberto pelos dias lemurianos e pelos primitivos dias de Atlântida. Durante esse período, o homem está polarizado no seu corpo físico e aprendendo a ser controlado pelo seu corpo de desejos, o corpo das sensações ou da emoção. Não tem aspirações, salvo aquelas que dão expansão aos prazeres do corpo: vive para sua natureza física e não se ocupa com coisa alguma que possa ser mais elevada. Este período é comparável ao da criança de um aos sete anos. A esse tempo, os vigilantes Instrutores da raça veem a Flama interna como um ponto minúsculo, e o átomo permanente do plano físico mantém a polarização. Não é necessária nenhuma atenção dos Instrutores, pois a força instintiva inerente ao Eu Superior faz o trabalho, e a força impulsionadora da evolução conduz tudo à perfeição.
O segundo período cobre um ponto no desenvolvimento em que a polarização está, em larga escala, no corpo emocional, e em que o desejo da mente inferior está sendo desenvolvido. Os últimos dias de Atlântida conservam oculta a analogia. Os desejos não são puramente físicos, porque a mente está começando a penetrar, semelhantemente ao fermento que causa um movimento e um crescimento na massa da farinha. O homem está consciente de vagos desejos não associados ao seu corpo físico; é capaz de um profundo amor por mestres e guias mais sábios que ele, de uma devoção desarrazoada pelos seus aliados mais próximos, e de um ódio igualmente furioso e irracional, uma vez que o equilíbrio que a mente alcança (e a estabilidade que é o resultado de ação mental) é escasso no seu caráter. Ele sofre por causa dos extremos.
A polarização acha-se agora no átomo emocional permanente, mas (quando este ponto de desenvolvimento é alcançado) uma luz atua entre os dois átomos que tenham conhecido a polarização - o emocional e o físico. O que procuro trazer à baila neste estágio é que a unidade mental não conheceu a força da polarização, a emotividade a detém, e o resultado é uma completa diferença dentro da periferia do próprio átomo. As combinações eletrônicas que compõem o átomo que tenha sofrido polarização são agrupadas numa forma geométrica diferente daquelas que ainda não experimentaram o processo. É o efeito da vida do Ego, atuando na matéria do átomo e causando várias aproximações e diferenciações desconhecidas num átomo não polarizado. O assunto é abstruso e complexo.
Este período é análogo ao da vida de uma criança dos sete aos quatorze anos, ou ao período em que a adolescência é transposta e a criança amadurece. Esta maturidade é o produto da polarização emocional e física em alinhamento. O alinhamento entre os corpos físico e emocional é, agora, facilmente alcançado. O problema é alinhar ambos com o corpo mental e, mais tarde, com os corpos egoicos.
Para os Guias vigilantes da raça, a Flama ou Luz interna pode ser vista ligeiramente ampliada, embora ainda muito pequena para ser apreciável. Mas, se posso de alguma maneira esclarecer sem confundir com palavras - enquanto no primeiro período o átomo físico podia ser visto iluminado, agora, no segundo período, o átomo emocional está semelhantemente iluminado, um sinal para os Instrutores, de que o trabalho progride. Tudo isto cobre um vasto período de tempo, uma vez que o progresso, nesse período, é assombrosamente lento. Minha alusão às raças atlante e lemuriana foi apenas para traçar uma analogia no tema, e não no tempo.
Agora, ao iniciar-se o terceiro período, surge o ponto mais vital no desenvolvimento do homem, aquele em que a mente está em desenvolvimento e a vida em polarização transfere-se para a unidade mental. Falando em termos de sistema solar e visualizando a humanidade como uma unidade da qual todos os átomos permanentes formam as moléculas num átomo cósmico correspondente, o trabalho progrediu da polarização física à polarização emocional, e aí permanece. O átomo mental cósmico no corpo do Logos não alcançará polarização antes do sétimo ciclo do ciclo maior, antes do sistema ser chamado à obscuridade e à saída da manifestação. Aqui e ali, indivíduos, como unidades, estão realizando o trabalho e demonstrando, em consequência, a esperança para todos.
Esse período corresponde ao que vai dos quatorze aos vinte e oito anos. Aqui, o período é mais longo, pois há muito para ser feito. Dois átomos sentiram a polarização e um está recebendo a mudança. É o ponto do meio. A esse tempo, a luz atua entre os três átomos (esboçando o triângulo da personalidade). Mas o ponto focal gradualmente se transfere, cada vez mais, para a unidade mental, e o corpo egoico se torna gradualmente mais completo, assumindo suas proporções.
O homem tem controle do corpo físico e, a cada vida, constrói um melhor; tem um corpo de desejos de exigências mais refinadas (atentai para o significado oculto dessa palavra); percebe as alegrias do intelecto e se empenha, já, por um corpo mental de maior adequação; seus desejos voltam-se para o alto e não para baixo, e transmutam-se em aspiração - a princípio aspiração voltada para coisas da mente e, posteriormente, para o que é mais abstrato e sintético. A Flama, ou Luz egoico interna, irradia agora do centro interno para a periferia, iluminando o corpo causal e dando mostras de combustão. Para a Hierarquia vigilante, é evidente que o fogo divino está penetrando e aquecendo e irradiando através do corpo causal, e o Ego já se está tornando mais consciente no seu próprio plano e, ainda mais, interessado - através dos átomos permanentes - na vida da Personalidade. O cérebro físico da Personalidade não está ainda ciente da diferença entre a capacidade mental inerente e a influência dirigida do Ego que habita no íntimo, mas já se torna oportuna alguma espécie de mudança, e a evolução avança com rapidez. Aproxima- se o quarto período. Aqui, Eu lançaria uma advertência. Tudo isto não acontece em seções ordenadas, se assim posso me expressar. Tudo prossegue como prossegue o sistema maior, com constantes superposições, e com paralelismo, devido ao raio inerente do Espírito, ou Mônada, às mudança cíclicas, à diversidade de forças agindo astrologicamente e, amiúde, a partir de centros cósmicos desconhecidos, sobre a palpitante vida no interior dos átomos.
O quarto período é aquele em que a coordenação da Personalidade está completa, e aquele em que o homem chega-se a si mesmo (como o fez o filho pródigo no país distante) e diz: "Levantar-me-ei e irei para o meu Pai". Este é o resultado da primeira meditação. Os três átomos permanentes estão funcionando e o homem é uma entidade ativa, sensível e pensante. Ele alcança a plenitude da vida da personalidade e começa a transferir, conscientemente, sua polarização da vida da personalidade para a vida egoico. Ele trilha o Caminho Probatório ou do Discipulado, ou está próximo dele. Começa o trabalho da transmutação; laboriosa, dolorosa e cuidadosamente, ele força sua consciência para mais alto e a expandir-se à vontade; decide dominar, a qualquer preço, os três planos inferiores e neles atuar livremente; percebe que o Ego precisa expressar-se com perfeição - física, emocional e mental - e faz, para isso, a custo infinito, o canal necessário. Ele atrai a atenção dos Instrutores. De que modo o faz? O corpo causal começa a irradiar a Luz interior, Esse corpo foi plasmado a um ponto em que é fino bastante para atuar diafanamente e onde, ao contato do Ego com a Triada, um ponto de Chama aparece... A luz não mais se esconde por trás do arbusto, mas subitamente irrompe e alcança o perscrutante olhar do Mestre.
Isto marca o período entre vinte e oito e trinta e cinco anos, na vida do adulto. É o período em que um homem se encontra a si mesmo, descobre qual possa ser sua linha de atividade, o que poderá realizar e, do ponto de vista do mundo, amadurece.
Durante o quinto período, a Flama, gradualmente, irrompe através da periferia do corpo causal, e o "caminho do justo brilha cada vez mais até o dia da perfeição". É no quarto período que começa a meditação - a meditação mística que leva, no quinto período, àquela meditação ocultista que produz resultados, estando sob a lei, e assim, seguindo a linha do raio. É pela meditação que o homem - como Personalidade - percebe a vibração do Ego, e procura alcançar o Ego e trazer a consciência egóica cada vez mais para baixo, com a finalidade de incluir o plano físico conscientemente. É através da meditação, ou pela retirada para o íntimo, que o homem aprende o significado do Fogo, e aplica esse fogo a todos os corpos, até que nada exista a não ser o próprio fogo. É pela meditação, ou o elevar-se do concreto para o abstrato, que a consciência causal é alcançada, e o homem - nesse período final - torna-se o Eu Superior e não a Personalidade.
A polarização, durante o quinto período (o período do Caminho da Iniciação), se transfere inteiramente da Personalidade para o Ego até que, ao final daquele período, a libertação se completa e homem fica livre. Mesmo o corpo causal é conhecido como uma limitação, e a emancipação é completada. A polarização transfere-se, então, para mais alto, para a Triada - a transferência tendo começado durante a Terceira Iniciação, O átomo físico permanente prossegue e a polarização se torna mental superior; o átomo emocional permanente prossegue e a polarização se torna intuicional; a unidade mental prossegue e a polarização faz-se espiritual. O homem torna-se, então, um Mestre da Sabedoria e está na idade simbólica dos quarenta e dois anos, o ponto de maturidade perfeita no sistema solar.
Um período ainda posterior aparece, correspondente às idades de quarenta e dois aos quarenta e nove, quando as sexta e sétima Iniciações podem ter lugar; mas esse período não diz respeito aos leitores destas cartas.
9 de junho de 1920.
A Densidade e o Conteúdo do Corpo Causal
Este assunto, concernente ao corpo causal, abre ao pensador vasto campo de especulação. Os elementos literais e as linhas dimensionas não podem ser dados. Formam um dos segredos da iniciação, mas certas ideias podem ser sugeridas e submetidas à consideração de todos os interessados.
O que quereis dizer quando falais do corpo causal? Não respondais superficialmente, "o corpo das causas", pois palavras assim expressas são, frequentemente, vagas e nebulosas. Consideremos agora o corpo causal e descubramos seus componentes.
No caminho involutivo, tem-se o que é chamado Alma Grupal, apropriadamente descrita (tanto quanto as palavras terrenas o permitem) como uma coleção de triadas, encerrada num invólucro triplo de essência monádica. No caminho evolutivo, grupos de corpos causais igualam-se e são semelhante compostos, com a participação de três fatores.
O corpo causal é uma coleção de átomos permanentes, três ao todo, encerrados num invólucro de essência mental... O que acontece no momento em que o homem- animal se torna uma entidade pensante, um ser humano? A aproximação do eu e do não-eu por meio da mente, pois o homem é "aquele ser no qual o espírito mais alto e a matéria mais baixa estão unidos pela inteligência". Que quero dizer com essa frase? Apenas isto: que quando o homem-animal alcançou um ponto de eficácia; quando seu corpo físico se tornou suficientemente coordenado, quando sua natureza emocional, ou de desejo, ficou suficientemente forte para formar uma base para sua existência e para guiá-lo por meio do instinto, e quando o germe da mente se tornou suficientemente implantado para haver doado a memória instintiva e a correlação de ideias que podem ser vistas no animal doméstico comum, então o Espírito em descida (que se tinha apoderado para si mesmo de um átomo do plano mental) julgou ter chegado o tempo de se apossar dos veículos inferiores. Os Senhores da Chama foram convocados e efetuaram a transferência da polarização do átomo inferior da Triada para o átomo inferior da Personalidade. Mesmo assim, a Flama interior não poderia chegar mais baixo do que o terceiro subplano do plano mental. Aí, os dois se encontraram e tornaram-se um, e o corpo causal foi formado. Tudo na natureza é interdependente e o Pensador interno não pode controlar os três mundos inferiores sem a ajuda do eu inferior. A vida do primeiro Logos precisa estar mesclada com a do segundo Logos e baseada na atividade do terceiro Logos.
Assim, no momento da individualização, que é o termo usado para expressar esta hora de contato no terceiro subplano do plano mental, tendes um ponto de luz, encerrando três átomos, e ele mesmo encerrado num estojo de substância mental. O trabalho a ser feito consiste, então, em:
1 - Compelir aquele ponto de luz a tornar-se uma chama, insuflando firmemente a centelha e alimentando o fogo.
2 - Compelir o corpo causal a crescer e a expandir-se, a partir de um ovoide incolor, que mantém o Ego como uma gema dentro de uma casca de ovo, até algo de rara beleza, contendo em si mesmo todas as cores do arco-íris. Este é um fato oculto. O corpo causal pulsará no tempo devido com uma irradiação interna, e uma resplandecente chama interior que forjará seu caminho, gradualmente, do centro para a periferia. Atravessará, então, essa periferia, usando o corpo (aquele produto de milênios de vida, de dor e esforço) como combustível para suas chamas. Consumirá tudo, elevar-se-á até a Triada, e (tornando-se uno com essa Trada) será reabsorvido na consciência espiritual; levará consigo - usando o calor como símbolo - uma intensidade de calor ou qualidade de cor, ou vibração que antes faltavam.
Dessa maneira, o trabalho da Personalidade - pois temos que considerar tudo
desse ângulo até que a visão egoico possa ser nossa - é primeiro embelezar,
plasmar e expandir o corpo causal; em seguida, remover para dentro dele a vida
da Personalidade absorvendo o útil da vida pessoal e armazenando-o no corpo do
Ego. Poderíamos chamar a isto Vampirismo Divino, uma vez que o mal é sempre o
outro lado do bem. Então, havendo alcançado isso, vem a aplicação da flama
ao próprio corpo causal e a alegre espera enquanto o trabalho de consumação
prossegue, e a Flama - o homem interno vivo e o espírito da vida divina - é
libertada e eleva-se à sua origem.
A densidade do corpo causal fixa o momento da emancipação e marca o tempo em
que o trabalho de embelezamento e construção está completo, o Templo de
Salomão é erigido e o peso (ocultamente compreendido) do corpo causal atinge
a medida procurada pela Hierarquia. Aí, sobrevém o trabalho de destruição e
aproxima-se a libertação. A primavera foi experimentada sucedeu-se o verdor
total do verão, agora a força desintegradora do outono precisa ser sentida -
apenas, desta vez ela é sentida e aplicada em níveis mentais e não em
níveis físicos. O machado é posto à raiz da árvore, mas a essência da
vida é armazenada no celeiro divino.
O conteúdo do corpo causal é a acumulação, por processo lento e gradual, do bom em cada existência. A construção prossegue, vagarosamente a princípio, mas pelo fim da encarnação - no Caminho Probatório e no Caminho da Iniciação - o trabalho avança rapidamente. A estrutura foi erguida e cada pedra escavada na vida pessoal. No Caminho, em cada uma das suas duas divisões, o trabalho de complementação e embelezamento do Templo prossegue com maior rapidez...
Em resumo, e para concluir este assunto, procuraria ressaltar que o contorno do corpo causal varia de acordo com o tipo e o raio. Alguns corpos egoicos são de forma mais circular do que outros; alguns são mais ovoides e outros mais alongados no formato. São o conteúdo e a maleabilidade que importam e, acima de tudo, a permeabilidade oculta do ovo áurico inferior, que permite o contato com outros egos, embora retendo sua identidade, que se funde com seus semelhantes, embora preservando sua individualidade, e que absorve tudo que é desejável, embora conservando sempre sua própria forma.
16 de junho de 1920.
4 - A Condição do Corpo Causal
O quarto fator subjacente à escolha de um método de meditação é o nosso assunto de hoje, e consiste da condição do corpo causal.
Temos tratado do corpo causal em sua relação com a Personalidade, ou eu inferior, mostrando a inter-relação entre ambos e sua interdependência. Pela firme aplicação à meditação ocultista e gradual aquietação da mente inferior, pela concentração e sábio acompanhamento da meditação do raio egoico, contrabalançados pela mediação do raio da personalidade, concluímos que a relação do corpo causal com a Personalidade fez-se cada vez mais íntima e o canal que liga os dois tornou-se cada vez mais claro e adequado. Isto resultou finalmente, como vimos, numa transferência de polarização do inferior para o superior e, mais tarde, na completa emancipação de ambos - sobrevindo, assim, a centralização na consciência espiritual. Tratamos do assunto do ponto de vista inferior, enfocando-o do ponto de vista de um homem nos três mundos.
Hoje, trataremos do assunto do ponto de vista do Eu Superior, do nível egoico, e consideraremos o relacionamento daquele Eu com a Hierarquia, com os egos circundantes e com o Espírito. Seria difícil dar mais do que uns poucos indícios, pois muito do que Eu poderia dizer seria pouco compreendido, e muito seria oculto e perigoso demais para uma comunicação geral.
Três coisas podem ser reveladas, que - se sabiamente consideradas - poderão levar à iluminação:
O Ego, no seu próprio plano, percebe conscientemente sua relação com o Mestre e procura transmitir essa conscientização à Personalidade.
O Eu Superior, no seu próprio plano, não é cerceado pelo tempo nem pelo espaço e (conhecendo o futuro tanto quanto o passado) procura trazer o objetivo desejado para mais perto e torná-lo, rapidamente, um fato.
O Eu Superior, ou Ego, no seu próprio plano tem relação direta com outros egos do mesmo raio e com um correspondente raio concreto ou abstrato, e - percebendo que esse progresso é feito em formação grupal - trabalha naquele plano, ajudado pelos seus afins. Tais fatos já estão sendo meio apreendidos entre os estudantes, mas para uma ligeira explicação, poderei aclará-los melhor.
A Relação do Ego com a Hierarquia
O relacionamento do Ego com algum Mestre é feito conscientemente, neste estágio, mas está ele próprio, entretanto, sujeito ao desenvolvimento evolutivo. Como nos foi dito, há sessenta mil milhões de unidades de consciência, ou espíritos, na escala evolutiva humana. São encontrados em níveis causais, embora o número esteja ligeiramente menor agora, devido à conquista individual da quarta Iniciação, por alguns, de tempos em tempos. Estes egos, em diferentes estágios de desenvolvimento, estão todos unidos à sua Mônada, Espírito ou Pai do céu, da mesma maneira (apenas em substância mais sutil) que o Ego está ligado à Personalidade.
Todas as Mônadas estão, como o sabeis, sob o controle, ou melhor, fazem parte da consciência de um dos Espíritos Planetários. Ao nível egoico, os egos estão em condição similar. Um Adepto de seu raio supervisiona sua evolução geral, considerando-os em grupos. Tais grupos são formados sob três condições:
a) Quanto ao sub-raio do raio egoico.
b) Quando ao período de individualização ou de entrada no reino humano.
c) Quanto ao ponto a ser alcançado.
O Adepto de seu raio dirige a supervisão geral, mas, sob Ele, trabalham os Mestres, cada qual no Seu próprio raio e com seus próprios grupos individuais, que a Eles estão ligados através do período, do carma e do ponto de vibração. Sob os Mestres trabalham os discípulos que têm consciência do Eu Superior e estão, por isso, aptos a trabalhar em níveis causais e a auxiliar o desenvolvimento daqueles egos cujos corpos causais estejam menos desenvolvidos que o seu próprio.
Tudo está belamente sujeito à lei, e como o trabalho de desenvolvimento do corpo egoico depende do progresso feito pela personalidade tríplice, o Ego é, consequentemente, auxiliado nos níveis inferiores por dois diferentes discípulos um trabalhando em níveis emocionais e informando ao outro discípulo, que trabalha no veículo mental. Este, por sua vez, informa ao discípulo com consciência causal que, uma vez mais, informa ao Mestre. Isso tudo é feito com a cooperação da consciência interna no corpo causal. Isto, como vedes, envolve cinco fatores, relacionando-se, com a ajuda do Ego, em seu desenvolvimento evolutivo:
1 - O Adepto do seu Raio.
2 - O Mestre do seu grupo.
3 - Um discípulo com consciência causal.
4 - Um discípulo no plano mental.
5 - Um assistente no plano emocional.
Por um longo período de existências, o Ego mantém-se praticamente inconsciente da Personalidade. A ligação magnética existe, mas isso é tudo, até que venha o tempo em que a vida pessoal alcance um ponto em que tenha algo a acrescentar ao conteúdo do corpo causal - um corpo, a princípio pequeno, descolorido e insignificante. Mas chega a hora em que as pedras, pela primeira vez, são trazidas perfeitas da pedreira da vida pessoal, e as primeiras cores são introjetadas pelo homem, o construtor e o artista. Então o Ego começa a dar atenção, raramente a princípio, mas sempre com maior frequência, até que cheguem as vidas nas quais o Ego trabalhe definitivamente na subjugação do eu inferior, na ampliação do canal de comunicação e na transmissão da realidade e do objetivo de sua existência à consciência do cérebro físico. Uma vez alcançado esse ponto e o fogo interior esteja mais livre no seu fluir, as vidas voltam-se, então, para a estabilização dessa impressão, e para tornar aquela conscientização interior parte da vida consciente. A flama se irradia mais e mais para baixo, até que, gradualmente, os diferentes veículos se alinhem e o homem se ache no Caminho Probatório. Ele ainda ignora o que jaz à frente e está consciente, apenas, da aspiração desordenada e séria e de anelos divinos inatos. Está ansioso por fazer o bem, por saber, e sempre sonhando com alguém ou algo superior a ele mesmo. Tudo isso é apoiado na profunda convicção de que, no servir à humanidade, o objetivo sonhado será atingido, a visão se tornará realidade, o anseio frutificará e a aspiração fundir-se-á no modo de ser.
A Hierarquia começa a agir e suas instruções são levadas adiante, como foi explicado... Até agora, os Instrutores apenas observavam e guiavam sem tratar, definidamente, com o próprio homem; tudo fora deixado ao Ego e à vida divina para levar avante o plano, estando a atenção dos Mestres dirigida para o Ego, em seu próprio plano. O Ego envida todos os esforços para apressar a vibração e forçar os veículos inferiores, frequentemente rebeldes a responderem e a se igualarem à força em rápida ascensão. É, grandemente, uma questão de fogo ou calor crescentes, e de conseguinte intensificação da capacidade vibratória. O fogo egoico torna-se sempre maior até que o trabalho esteja feito, e o fogo purificador venha a ser a Luz da Iluminação. Refleti sobre esta afirmativa. Tal como é em cima assim é embaixo; em cada degrau da escada o processo se repete; a Mônada, na terceira Iniciação, começa, ela própria, a ser consciente do Ego. O trabalho, então, é mais rápido devido à sutileza do material e ao fato de que a resistência é um fator nos três mundos, mas não nos demais.
Daí, a dor cessar para um Mestre. Quer dizer, a dor como a conhecemos na Terra, que é amplamente dor na matéria. A dor que subjaz na compreensão, não na resistência, é sentida em círculos superiores, sim, alcançando o Próprio Logos. Mas isso está fora do assunto e é quase incompreensível para vós, que ainda estais cercados pela matéria.
Relacionamento do Ego com seu próprio desenvolvimento
O Ego procura alcançar o objetivo almejado, de três maneiras:
1 - Pelo trabalho definitivo em níveis abstratos. Aspira contatar e encerrar o átomo permanente, sua primeira aproximação direta à Triada.
2 - Pelo trabalho definido com a cor e o som, tendo em vista o objetivo da estimulação e da vivificação, trabalhando, assim, em grupos e sob a orientação de um Mestre.
3 - Pelas frequentes tentativas de controle definitivo do eu inferior, algo desagradável para o Ego, cuja tendência é permanecer satisfeito com a conscientização e a aspiração no seu próprio plano. Não vos esqueçais que o próprio Ego tem algo com que lutar. A recusa em encarnar é encontrada não só em níveis espirituais, mas também ao nível do Eu Superior. Certos desenvolvimentos também concomitantes aos fatores tempo e espaço (como entendidos nos três mundos), são visados pelo Ego, tais como o aumento da periferia causal através do estudo da telepatia divina, da psicologia sistêmica e do conhecimento das leis do fogo.
Relacionamento do Ego com outros Egos
Certas coisas precisam ser lembradas:
O fator de periodicidade. Egos que estão encarnados e ego que não estão encarnados são diferenciados e capazes de trabalhos diferentes. Egos cujos reflexos estejam encarnados estão mais limitados do que aqueles que não estejam. É quase como se o Eu Superior se estivesse dirigindo para baixo, ou circunscrevendo-se, voluntariamente, à existência tridimensional, enquanto que os egos não encarnados não se encontram assim limitados, mas trabalham em outra direção ou outra dimensão. A diferença está na atenção focalizada, durante a vida no plano físico. É difícil entender o sentido, não? Mal saberia como explicar a diferença mais claramente. Seria, talvez, como se os egos encarnados fossem mais positivos, e os egos não encarnados, mais negativos.
O fator de atividade. Este é, grandemente, um caso de raio, e afeta de perto o relacionamento entre os egos. Os de raio semelhante aglutinam-se e vibram mais prontamente, reciprocamente, do que os de raios diferentes, e é apenas quando o segundo aspecto, ou da sabedoria, esteja desenvolvido, que a síntese torna-se possível.
No terceiro subplano do plano mental, os egos são separados em grupos - a separação individual não existe, mas a separação grupal pode ser sentida, concomitante ao raio e ao ponto de evolução.
No segundo subplano os grupos ligam-se e se fundem, e dos quarenta e nove grupos, são formados (por fusão) quarenta e dois.
Plano Mental | 1° subplano | 35 grupos | 7 x 5 |
2° subplano | 42 grupos | 7 x 6 | |
3° subplano | 49 grupos | 7 x 7 | |
Plano Búdico | 3° subplano | 28 grupos | 7 x 4 |
1° subplano | 21 grupos | 7 x 3 | |
Plano Átmico | Subplano atômico | 14 grupos | 7 x 2 |
Plano Monádico | 7 grandes grupos |
Dei aqui algumas indicações. É muito pouco, comparado com o que será conhecido mais adiante, quando aqueles dentre vós que agora estudam expandirem mais a consciência; mas isto é tudo que posso revelar, e isso foi dado apenas com a intenção de mostrar o quanto tem que ser considerado, quando as formas de meditação são devidamente fixadas por um Mestre. Ele tem que levar em sábia consideração o raio egoico, e a condição do corpo causal no seu relacionamento com o eu inferior e com a Hierarquia. O estado do corpo, bem como o seu conteúdo, precisam ser conhecidos; seu relacionamento com outros egos precisa ser devidamente considerado, pois tudo está em formação grupal. A meditação a ser dada deverá estar, portanto, alinhada com o grupo ao qual o Ego esteja consignado, pois cada homem que medita entra em contato não só com seu Ego, mas também com seu grupo egoico, e, através desse grupo, com o Mestre a Quem esteja, consequentemente, ligado, apesar da eficácia da meditação depender do trabalho a ser feito de maneira oculta e sob a lei. O significado grupal da meditação é pouco entendido, mas os pensamentos acima são submetidos à vossa sábia consideração.
17 de junho de 1920.
5 - A Necessidade Imediata do Período e da Disponibilidade do Homem
Hoje consideraremos o quinto fator, ao escolher os métodos de Meditação, e trataremos da necessidade do período particular e da conveniência do homem em satisfazer à necessidade.
Recapitulemos, antes de mais nada, pois o valor da reiteração é profundo. Ocupamo-nos, brevemente, do fator do raio egoico, tal como ele é levado em consideração por um instrutor ao dar uma meditação, e vimos como cada raio objetivava a mesma meta segundo um caminho diferente, e como cada raio necessitou um tipo diferente de meditação. Tocamos na modificação da meditação em consideração ao raio da personalidade. Então, consideramos o fator tempo, tal como mostrado no corpo causal, seu ponto de desenvolvimento, e a relação daquele corpo com suas três expressões inferiores, terminando ontem com uns poucos indícios concernentes ao corpo causal no seu próprio nível, bem como seu escopo de conscientização. Tudo isso ter-vos-á indicado quão sábio precisa ser o instrutor que ouse indicar a meditação. Gostaria de inserir aqui um ponto. - Nenhuma meditação verdadeira e ocultamente adequada poderá ser determinada por um instrutor que não tenha a capacidade e o contato da consciência causal. Quando o instrutor conhecer a nota, o grau de vibração e a cor, então poderá escolher sabiamente, nunca antes. Antes disso, só são possíveis as generalidades e uma meditação dada, que se possa aproximar do necessário e que seja também segura.
Outro fator aparece agora - um fator que varia um tanto, de acordo com a necessidade do período. Nem todos os ciclos são da mesma fundamental importância. Os períodos de real representatividade num ciclo são os finais, e aqueles em que ocorrem a superposição e a fusão. Eles se demonstram, no plano físico, por grandes revoluções, cataclismos gigantescos e soerguimentos fundamentais em todos os três departamentos da Hierarquia - o departamento do Instrutor do Mundo, o do Dirigente de uma raça-raiz e o do Regente da civilização ou da força. Correntes cruzadas encontram-se nos pontos de fusão de um ciclo, e todo o sistema parece estar em condição caótica. A parte central de um ciclo, onde a vibração entrante é equilibrada e a antiga foi ultrapassada, manifesta-se num período de calma e de aparente equilíbrio.
Em nenhum outro tempo da história da raça isso tem sido melhor demonstrado do que na presente metade do século. O sexto raio, o Raio da Devoção, desvanece-se, e o Raio da Lei Cerimonial entra e, com essa entrada, sobressaem os detalhes e faculdades mais destacadas do departamento de força e atividade, a síntese, não vos esqueçais, dos quatro raios menores. Tendes, assim, as lutas por ideais e a devotada adesão a uma causa, como demonstrado sob o raio do Mestre Jesus; por isso, o conflito dos Idealistas (certos ou errados) em cada campo de esforço, e sua amarga batalha. O que foi a guerra mundial senão a culminação de dois ideais opostos, combatendo-se no plano físico? - foi um exemplo da força do sexto raio. Virá agora, à medida que o sexto raio deixar de atuar, uma cessação gradual de luta e o gradual domínio da organização, método e ordem, sob a influência da força entrante, a do raio do Mestre R -. Da presente turbulência, erguer-se-á a disciplinada e organizada forma do novo mundo. Gradualmente, o novo ritmo se imporá às desorganizadas comunidades dos homens e, em lugar do caos social de agora, tereis ordem social e autoridade; em lugar das diferenças religiosas e das diferenciadas seitas das muitas assim chamadas religiões, tereis a própria expressão religiosa regulada na forma e tudo prescrito por lei; em lugar de pressão e tensão econômica e política, será visto o trabalho harmônico do sistema sob certos padrões fundamentais; tudo será dominado pelo cerimonial, com os resultados internos planejados pela Hierarquia gradualmente tomando forma. Não vos esqueçais de que, na culminância da lei e da ordem e em suas formas e limitações resultantes se acham, próximo da conclusão (escolho minhas palavras deliberadamente), um vigoroso período de caos e a libertação da vida prisioneira, até mesmo dessas limitações, trazendo consigo a faculdade revelada e a essência do desenvolvimento objetivado pelo Logos do sétimo raio.
Tal é a situação, de tempos em tempos, através das idades. Cada raio atinge o poder, trazendo seus próprios Espíritos encarnantes, para quem o período marca um ponto de menor resistência comparativamente. Eles contatam seis outros tipos de força nos mundos e seis outros grupos de seres, que precisam ser influenciados por essa força e impulsionados adiante, no seu movimento em direção à meta universal. É essa, também, a situação específica no período em que viveis, um período no qual o sétimo Logos da Lei do Cerimonial e da Ordem, procura pôr em ordem o caos temporário, e visa à contenção, dentro de limites, da vida que se escapa das velhas e gastas formas. As novas formas são necessárias agora e serão adequadas. A limitação somente será sentida outra vez em um novo ciclo, depois do período médio, e a tentativa para escapar começará novamente.
Por isso, o instrutor sábio da atualidade considera a situação e pesa o efeito do raio entrante nos espíritos encarnados. Por isso, tendes, aqui, um terceiro raio e sua relação a ser considerada na determinação da meditação. Sentis a tarefa complexa? Felizmente a Câmara da Sabedoria equipa seus graduados para a tarefa.
Nesse particular período, o aspecto da Forma na meditação (se a meditação estiver baseada, principalmente, no raio egoico ou no raio da personalidade) será muito desenvolvido. Podereis experimentar ver formas bem definidas, construídas e determinadas, tanto para indivíduos como para grupos, resultando num aumento de magia branca, e o consequente resultado, no plano físico, da lei e da ordem. O período vindouro de reconstrução segue adiante, alinhado com o raio, e seu sucesso final e coroamento estão mais perto do possível do que se possa imaginar. O Grande Senhor entra sob a lei e nada poderá deter Sua aproximação.
Justamente agora, a grande necessidade da época é daqueles que entendam a lei e possam trabalhar com ela. É agora, também, a oportunidade para o desenvolvimento desse princípio e para o treinamento de pessoas na ajuda ao mundo.
Os Raios secundários da Harmonia e da Ciência respondem rapidamente a essa sétima influência; por tal afirmativa, quero dizer que suas mônadas são facilmente influenciadas nesta direção. As mônadas do sexto raio, o Raio da Devoção, têm maior dificuldade para se ajustarem, até se aproximarem do ponto de síntese. As mônadas do primeiro e segundo raios encontram neste raio um meio de expressão. Mônadas do primeiro raio têm uma ligação direta com este raio e procuram manejar a lei através do poder, ao passo que as mônadas do segundo raio, sendo do tipo sintético, guiam e governam através do amor.
Penso haver dado, hoje, o suficiente para refletirdes sobre esse quinto fator. Isso é tudo que procuro fazer. O restante é deixado à diretora luz da intuição e o que esse guia interior revela é de maior valor, para o indivíduo, do que qualquer outro exotericamente induzido. Por essa razão, refleti e considerai.
18 de junho de 1920.
Algumas Palavras de Animação
... É somente quando o discípulo esteja desejoso de abandonar tudo ao serviço do Grande Uno e de não se apegar a nada, que a libertação é alcançada e o corpo de desejos transmuta-se no corpo da intuição superior. É o servir perfeitamente a cada dia - sem nenhum pensamento ou cálculo sobre o futuro - que leva um homem à posição do perfeito Servidor. E posso sugerir algo? Todo cuidado e ansiedade são baseados, primordialmente, em motivo egoísta, Receais apenas futuras, recuais diante de triste experiências. Não é assim que a meta é alcançada; ela é conseguida pelo caminho da renúncia. Talvez possa significar renúncia ao prazer, ou renuncia à boa reputação, ou renúncia aos amigos, e a renuncia a tudo que o coração se apega. Digo talvez; não digo, é assim. Apenas procuro mostrar-vos que, se essa for a maneira pela qual ireis alcançar vossa meta, então será, para vós, o caminho perfeito. Seja lá o que for que vos leve rapidamente à Presença. Deles e aos Pés de Seus Lótus, deverá ser desejado por vós e ansiosamente acolhido.
Cultivai diariamente, portanto, aquele supremo desejo que procura unicamente a recomendação do Guia e Instrutor interior, e a resposta egoico à boa ação desapaixonadamente realizada.
Se a aflição chega ao vosso caminho, sorri durante ela toda; ela terminará numa rica recompensa e no retorno de tudo que tenha sido perdido. Se o desprezo e o desdém forem vosso quinhão, sorri ainda, pois somente o olhar de louvor do Mestre é o único que se deve buscar. Se línguas mentirosas agirem, não temais, forjai adiante. A mentira é algo da Terra e pode ser deixada para trás como algo muito vil para ser tocado. O olho simples, o desejo justo, o motivo sagrado e o ouvido que fica surdo ao bulício do mundo - tal é a meta para o discípulo. Nada mais digo. Almejo apenas que não dissipeis força desnecessária em vãs fantasias, febris especulações e expectativas inquietantes.
6 - Os Grupos, Interno e Externo, aos quais o Discípulo está filiado
O ponto a considerar, hoje, é de interesse prático. Diz respeito ao fator dos grupos de um homem. O relacionamento com um Mestre já foi, de certo modo, considerado e, assim, prosseguirei com a instrução sobre a conexão grupal.
Mostramos, ontem, a importância da meditação em conexão com o grupo ao qual um homem está aliado em níveis egoicos. Hoje, consideramos o grupo para o qual poderá ser chamado na Terra. Este grupo não é exatamente um reflexo do grupo em níveis egoicos, como poderia ser antecipado, pois somente determinadas unidades de um grupo egoico estarão encarnadas numa mesma época. Consideremos a Lei de Causa e Efeito, tal como demonstrada nos grupos nacional, religioso ou familiar.
Quatro grupos conectados com os discípulos
Um homem, quando encarnado, tem quatro conjuntos de seres para considerar como seu grupo:
1 - O grande grupo nacional ao qual pertence, cujo carma (através de agregação de números) é tão forte, que não pode romper com ele, mesmo que queira. Certas características raciais, certas tendências de temperamento, são dele porque estão ocultas no corpo físico racial, e ele tem que carregar aquela constituição e as tendências inerentes àquele particular tipo de corpo durante sua vida na Terra. Esse corpo provê a lição necessária, ou (conforme a evolução prossegue) provê o melhor corpo para o tipo de trabalho a ser realizado. Um corpo de tipo oriental tem um conjunto de qualificações e um corpo ocidental tem outro conjunto igualmente bom, se assim posso expressar-me. Procuro, aqui, tornar claro esse ponto, pois a tendência do ocidental é imitar o oriental e empenhar-se para forçar suas vibrações até a mesma nota da do oriental. Às vezes isso causa preocupação aos Instrutores internos e, ocasionalmente, leva à perturbação dos veículos.
Tem havido muita tendência para crer que ser oriental é uma garantia de sucesso para tudo. Não vos esqueçais de que nem mesmo todos os Grandes Seres são orientais, e os Mestres em corpos europeus são capazes da mesma realização que os mais conhecidos Adeptos Orientais. Ponderai sobre isso. É necessária muita sábia consideração, daí minha ênfase sobre o fato. Quando for conhecido mais sobre este ponto, e quando escolas de meditação forem fundadas por Instrutores graduados e conduzidas através de linhas autenticamente ocultistas, serão planejadas formas de meditação ajustadas à nacionalidade e às diferenças de temperamento existentes entre as nações. Cada nação tem suas virtudes e seus defeitos; será, portanto, tarefa do Instrutor supervisor, dispor as meditações que intensificarão as virtudes e sanarão os defeitos. O campo aberto por estas ideias é tão vasto que não posso considerá-lo aqui. Mais tarde, especialistas dedicar-se-ão ao problema, e tempo virá em que oriente e ocidente terão, cada qual, suas próprias escolas, sujeitas às mesmas regras básicas e sob a supervisão dos mesmos Instrutores internos; mas, sabiamente diferindo em certos pontos e (apesar de levarem à mesma meta) seguindo caminhos diferentes. Vereis, mais tarde, tais escolas fundadas em todas as nações; a admissão a elas não será fácil, mas cada pretendente à instrução estará sujeito a um drástico exame de ingresso. Vereis que cada escola diferirá um pouco, não nos fundamentos, mas nos métodos de aplicação, em consonância com o sábio discernimento do Chefe da Escola. Esse Chefe, sendo da mesma nacionalidade dos discípulos, e tendo as faculdades do corpo causal completamente desenvolvidas, usará - o método que se ajustar à necessidade imediata.
Mais adiante, poderei expandir-me sobre o futuro das escolas de meditação, para vos ilustrar; mas aqui procuro, primordialmente, generalizar.
2 - O segundo grupo de importância na vida do discípulo é o seu grupo familiar envolvendo suas características hereditárias e familiares próprias. Todo homem que tenha atingido um ponto na evolução, para quem a meditação ocultista seja desejável e possível, pertence a alguma família em especial, por escolha deliberada:
a) Para queimar o carma tão depressa quanto possível.
b) Por causa do veículo físico que ela pode prover.
Podeis ver facilmente, por isso, que ao determinar a meditação ocultista a ser levada a cabo no plano físico e num veículo físico, deverá ser preocupação do Instrutor saber algo sobre a genealogia e as características inerentes do discípulo, tanto do ponto de vista de encontrar a linha de menor resistência, como de demonstrar o que deve ser superado. (Alguns de vós, que meditais, estais tão absorvidos no esforço em busca da consciência intuitiva que negligenciais os indispensáveis veículos físicos.) O cérebro físico e a conformação da cabeça, desempenham um grande papel no processo e não devem ser descuidados no futuro como têm sido no presente. Isto é necessariamente assim, pois a escassez de instrutores treinados, em corpos físicos, é insuperável, atualmente.
Assim, o grupo familiar é o segundo item do momento que entra em consideração, e o assunto é de importância mais vital do que, talvez, se possa pensar.
Nas vindouras escolas de meditação, haverá registros conservados quanto aos antepassados, à sua história familiar, ao progresso de sua vida e Juventude, e seu histórico clínico. Tal registro será pormenorizadoramente exato e muito instrutivo. A vida estará regulada e a purificação científica do corpo físico será uma das primeiras coisas a serem empreendidas. A propósito (por falar nessas escolas), gostaria de insistir que não imagineis algum lugar isolado para elas. No mundo, que ainda não é o mundo ideal e somente nos estágios avançados ou a ponto de receberem a Iniciação, será permitido ao discípulo isolar- se por quaisquer períodos de tempo. É o desapego interior que conta, e a capacidade de dissociar o eu do ambiente que importa, e não tanto o isolamento no plano físico.
3 - O terceiro grupo que um homem tem a considerar é o particular grupo de servidores ao qual possa estar filiado. Qualquer homem que esteja pronto para a meditação ocultista deverá ser demonstrado, primeiro, por muitas existências, sua inteligente disposição de servir e trabalhar entre os filhos dos homens. O serviço desinteressado é a pedra de toque da vida do ocultista, e o perigo se disfarça quando aquele serviço não se faz presente e a meditação ocultista conduz uma ameaça. Daí, o homem precisar ser um servidor ativo em alguma parte do campo da existência, e estar, da mesma maneira, desempenhando sua parte nos planos internos. Certos fatos deverão, por isso, ser considerados pelo Instrutor:
a) O trabalho grupal que um homem está fazendo e quão bem ele deve estar qualificado para melhor servir nesse grupo.
b) O tipo de trabalho de um homem, e seu relacionamento naquele trabalho com seus associados - um fator ocultista muito importante - será cuidadosamente pesado antes que uma meditação seja escolhida, e certos tipos de meditação (talvez desejados pelo próprio homem) poderão ser evitados, por serem inadequados ao trabalho disponível e devido à sua tendência para desenvolver certas qualidades que poderiam representar um obstáculo ao servidor em seu trabalho. Essas meditações, que desenvolverão a capacidade para servir, serão sempre o objetivo. O objetivo maior inclui, afinal de contas, o objetivo menor.
4 - O quarto grupo que tem lugar nos cálculos dos Instrutor é aquele ao qual um homem pertence no plano interno, o grupo de auxiliares para o qual ele está designado, ou - se ele for um discípulo - o grupo de estudantes do qual ele constitui uma parte. Seu tipo particular de trabalho grupal será considerado, a capacidade do aluno em progredir com seus companheiros, encorajada, e sua habilidade para preencher seu posto designado, ampliada.
Nestas últimas comunicações, apenas insinuei as muitas coisas que surgem para consideração na escolha de uma meditação. Tendes três raios a considerar, bem como o ponto da evolução do corpo causal e sua inter-relação, no seu próprio plano, com seu grupo, com a Hierarquia e com seu reflexo, a Personalidade. Tendes, também, o fator carma, a necessidade do tempo e do próprio homem, e seu relacionamento com quatro diferentes grupos.
Tudo isso é possível e será reconhecido algum dia, mas o período para preparar um alicerce não findou ainda e, por muito tempo, permanecerá convosco. O controle da mente é o atual objetivo da meditação e deve sempre ser o passo preliminar.