Mudança de Paradigma como Vetor Evolucionário
novembro 2022

Estimado (a) condiscípulo (a):

No início da década de 1960, o termo “mudança de paradigma” apareceu na língua inglesa para descrever “uma importante mudança que ocorre quando a maneira usual de pensar ou fazer algo é substituída por uma maneira nova e diferente. O termo vem de um livro do filósofo e físico Thomas Kuhn intitulado A estrutura das revoluções científicas, um dos livros acadêmicos mais citados de todos os tempos, que ampliou sua influência muito além do campo da ciência para atingir a cultura popular. A Mudança de Paradigma é um importante motor na busca de uma nova cultura pela humanidade, tema dos recentes Seminários de Boa Vontade Mundial em Genebra, Londres e Nova York. Muitas ideias novas e imaginativas foram expostas nesses seminários e abordagens em torno dos problemas da humanidade, mostrando que há muitas razões para ter esperança.

As mudanças de paradigma são símbolos interessantes dos tempos em que vivemos, em que padrões de pensamento cristalizados estão se desfazendo para dar lugar a outros que melhor expressam as novas energias dinâmicas que estão entrando na evolução humana. No entanto, o que ajudaria muito o estado de coisas seria uma grande descoberta/revelação que poria em movimento uma mudança de paradigma igualmente importante como os associados a Galileu, Darwin e Einstein, paradigma que reconhecesse o plano e o propósito no cosmos, e a orientação das inteligências divinas por trás da evolução humana. Portanto, vale a pena considerar os eventos que antecedem uma mudança importante no pensamento científico e os efeitos que pode ter na cultura social. Isto nos ajudará a esclarecer onde estamos agora em relação a uma importante mudança de paradigma que está no horizonte. Os estudantes que trabalham com os cadernos “A Serviço do Plano para ajudar a Hierarquia em seu trabalho mundial”, vão encontrar a mudança de paradigma que esta carta fala, intimamente relacionada ao Caderno quatro sobre Ciência.

Thomas Kuhn acreditava que a ciência evolui gradualmente para a verdade, mas em vez disso, dramática e periodicamente, ela é forçada a mudar quando um modelo dominante se torna incompatível com os novos fenômenos (ver diagrama do ciclo de Kuhn).

Durante certos períodos, o modelo ortodoxo deriva, adaptando-se continuamente para se encaixar nos novos fenômenos que tal modelo não pode explicar. Eventualmente, torna-se muito disfuncional para conseguir esse propósito e desaparece por completo, sendo substituído por um novo paradigma que fornece melhores explicações para as observações.

Um exemplo bem conhecido da batalha que é travada quando surge um novo paradigma é a prova experimental de Galileu de que a Terra, junto com os outros planetas, gira ao redor do sol, o que desafiou diretamente a autoridade da Igreja Católica e a interpretação tradicional das Sagradas Escrituras. Isso deu origem a uma nova linha de pensamento secular que separou o pensamento científico do dogma religioso, ajudando a lançar as bases para o que hoje chamamos de ciência moderna. Outra mudança de paradigma que consolidou essa visão de mundo foi após a publicação de A Origem das Espécies por seleção natural por Charles Darwin em 1859. O darwinismo rejeita todos os fenômenos e causalidades sobrenaturais e explica a biologia evolutiva apenas em termos materialistas: “Cada aspecto do ‘projeto maravilhoso’ tão admirado pelos teólogos naturais pode ser explicada pela seleção natural.” (2)

Entrando no século 20, uma das mais notáveis revoluções do pensamento científico que ainda hoje prevalece, encontra-se nas Teorias da Relatividade Especial e Geral de Einstein. Desafiando os conceitos usuais da física newtoniana, a Relatividade distanciou a ciência da filosofia natural e a levou a uma nova e estranha perspectiva de tempo e espaço baseada em fórmulas matemáticas abstratas. Mais ou menos na mesma época, Picasso estava introduzindo uma perspectiva exótica na arte através da geometria do cubismo. Ambos incendiaram a imaginação humana, abrindo novas formas abstratas de pensar sobre a natureza e a realidade que muito contribuiu para os primórdios do movimento social e cultural global do Modernismo. Como disse Arthur I. Miller, professor emérito de História e Filosofia da Ciência:

“Tanto Einstein quanto Picasso estavam no centro de uma onda de mudanças que transformaram a maneira como os europeus interpretavam o mundo. Uma das mudanças centrais foi a nova concepção de tempo e espaço. ...Ambos estavam preocupados com o mesmo problema, que era nada menos que a natureza da sincronicidade. Para Einstein era sincronicidade do tempo, para Picasso a sincronia do espaço”. Através do cubismo e da introdução de geometria na arte, Picasso deu um golpe em conceitos seculares. “A representação de muitas perspectivas diferentes em uma única tela era um grande problema para Picasso... Dessa forma, demonstrou que não existe uma perspectiva única de verdade, como havia na arte pré-cubista. Por outro lado, Einstein mostrou que não existe tempo verdadeiro. O tempo é um valor relativo que depende dos movimentos relativos do observador”. (3)

O paradigma introduzido por Einstein provou ser mais um passo em direção à visão atual científica de um cosmos que não tem Inteligências orientadoras, nenhum plano ou propósito subjacente à sua existência. E da teoria da Relatividade Geral surgiu o modelo de um universo do “Big Bang” em expansão. No entanto, este modelo tem estado no estágio de 'à deriva' por algum tempo, com observações que ele não consegue explicar, o que leva a adaptações e complementos teóricos como buracos negros, matéria escura e energia escura. Pode-se argumentar que este modelo está entrando agora no 'estágio de crise' como o telescópio James Webb revela ainda mais anomalias que estão fermentando na comunidade científica. O Ciclo de Kuhn, que do ponto de vista Esotérico é um ciclo de crise - tensão - emergência, está em andamento.

Por muitos anos, as páginas A Ponte Elétrica {ver este assunto} vêm destacando um paradigma emergente do universo: o Universo Elétrico que é explicado simplesmente no filme oficial Thunderbolts of the Gods. Enquanto os cosmólogos padrões acreditam que a gravidade, a força mais fraca conhecida pela ciência, rege o universo, no paradigma emergente ecoa a visão da ciência esotérica que a eletricidade, uma força que é bilhões de vezes mais poderosa, mantém esta posição de regência. Esse modelo ressoa harmoniosamente com os escritos do Tibetano sobre eletricidade e abre caminho para restaurar o conceito das Inteligências Criadoras que estão por trás do funcionamento elétrico de um universo consciente e com propósito. Inclui também o conceito do éter, tão fundamental para a ciência esotérica, que Einstein havia dispensado. Rudolf Steiner comentou sobre isso em um artigo intitulado: “O pensamento divorciado da realidade”:

“... as pessoas... falam sobre a teoria da relatividade hoje... muitas vezes a elogiam como a maior conquista do nosso tempo, mas elas não entendem... Einstein pensou em tudo o que descreveu como movimento relativo, como se estivesse no espaço e, por sua vez, que este espaço fosse cheio de éter Então ele percebeu: se o movimento é meramente relativo, não há necessidade que exista éter. Nada precisa empurrar ou puxar... sua teoria da relatividade o levou a dizer: "O espaço está vazio” (*) ... Com a teoria da relatividade não faz sentido dizer nada sobre o éter... E alguns dos exemplos que ele dá são realmente grotescos”. (4)

Com o restabelecimento do conceito do éter, o modelo do universo elétrico promete ser de igual importância para as mudanças de paradigma associadas a Galileu, Darwin e Einstein. Ele fornece uma base sólida para a filosofia de um universo vivo no qual hierarquias de inteligências divinas guiam o avanço da evolução de todas as coisas de acordo com um plano e propósito supremos. Circulação e transformação, duas de suas características salientes, estão no cerne da ciência esotérica. Através do fluxo circulatório divino, toda existência consciente está ligada às outras, e como a corrente divina passa por elas, também ocorre o processo alquímico de transmutação, transformação e eventual transfiguração. Como o telescópio James Webb continua a transmitir 'surpresas' para a Terra e a humanidade, continuaremos observando com interesse.

Em companheirismo grupal iluminado,

Grupo da Sede
ARCANE SCHOOL
Escola Arcana
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1. Tania Lombrozo, What is a Paradigm Shift, Anyway?
2. Ernst Mayr, Darwin’s Influence on Modern Thought. Scientific
American. Mayr sobre Darwin
3. Nikos Vatopoulos, How Albert Einstein and Pablo Picasso brought relativity, cubism to the world
- Arthur I Miller, Einstein,
Picasso, Space, Time, and the Beauty That Causes Havoc.
4. Rudolf Steiner, Einstein’s theory of relativity. Thinking divorced from reality. From Elephants to Einstein...
* An energy of empty space?

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