Nossa vitalidade mental e o trabalho de redenção planetária

Estimado (a) condiscípulo (a):

Há um parágrafo interessante nas páginas 223-4 de A Exteriorização da Hierarquia, escrito durante a Segunda Guerra Mundial. Ele descreve "uma grande e vital forma-pensamento... em processo de construção em nosso planeta e dentro de nossa aura planetária." Vale a pena estudar como essa forma mental se fez "espiritualmente potente devido ao trabalho científico da Hierarquia oculta e Seus auxiliares treinados" e considerar como um processo semelhante pode estar ocorrendo hoje.

Nesta era da informação, onde 'notícias' (uma palavra que literalmente significa 'coisas novas') se espalha pelo mundo na velocidade da luz, temos como consequência o fenômeno crescente das formas-pensamento mundiais. Essas entidades transitórias (formas-pensamento) são uma resposta coletiva às "notícias mundiais" e são predominantemente carregadas com as forças produzidas pelas reações emocionais de grandes camadas da população. No entanto, elas mostram uma vitalidade mental crescente devido ao número crescente de pensadores coordenados e pessoas de boa vontade agora em encarnação. Com isso em mente, faz sentido presumir que a aplicação do princípio búdico, nascente na vida mental de um grupo de serviço esotérico, pode ajudar a elevar os picos dessas enormes formas-pensamento para o reino em que a Hierarquia atua. Aqui, essas formas-pensamento podem ser vivificadas e relacionadas às "Forças extraplanetárias que esperam" (1), que se concentram em Shamballa sob a "Lei da Assembleia" (2). Estas são as forças “que devem ser utilizadas progressivamente, uma vez que o mundo do ser e das formas progride sob a Lei da Evolução” (3).

Embora a Lei da Assembleia esteja além da compreensão humana, existe uma correlação que podemos explorar no número crescente de Assembleias Parlamentares Internacionais que ocorrem na movimentada esfera da atividade humana, que inclui o seguinte:

Assembleia Parlamentar Asiática
Propósito: “promover a paz em geral e na região asiática em particular”.

Assembleias Parlamentares Pan-africanos
Um dos ramos da União Africana
Propósito: “uma plataforma para que as pessoas de todos os Estados africanos participem de debates e tomada de decisões sobre os problemas e desafios que afrontam o continente”.

Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa
Propósito: a defesa dos direitos humanos, da democracia e do estado de direito.

Assembleia Parlamentar Euro-Latino americana
Propósito: “Fortalecer as relações UE-América Latina”.

Lista completa de Parlamentos Internacionais (*)

Normalmente, essas organizações parlamentares são formadas para representar os cidadãos, e não os governos, e a maioria não tem poder legislativo nem realiza eleições diretas. Mas, por meio de suas deliberações sobre ideais elevados, formas-pensamento grupais poderosas são construídas para que a Hierarquia possa se envolver e se relacionar com as Forças extraplanetárias que aguardam. Consideremos o lado humano do processo de construção: o planejamento de um tema de discussão inicia uma vibração na mente universal, e seu tom e timbre estabelecem sua área de influência formando um anel intransponível ou círculo-não-se-passa ('ring-pass-not') na substância mental. (Aqui é conveniente considerar a palavra “ring” - que em inglês também significa 'som' ou 'chamada' - em termos de ressonância acústica e como um limite de separação). Enquanto os participantes organizam seus pensamentos sobre o tema antes da assembleia, os poderes se precipitam para o anel intransponível, condicionando e magnetizando o campo mental. Quando a assembleia se reúne, essa substância mental é ainda mais energizada, moldada e adaptada por meio de ressonâncias e dissonâncias que são reproduzidas por meio de interações vocais. Aqui se forma uma estrutura manásica, cujo poder de influência depende principalmente do nível de consenso alcançado.

O aumento dessas instituições parlamentares, um fenômeno raro antes da década de 1990, é um dos desenvolvimentos mais significativos nos assuntos mundiais, paralelamente à ascensão da sociedade civil mundial. Conforme mencionado na conclusão da carta do mês passado: “O caminho da política transnacional está se tornando mais claro, com possibilidades de criação de novos tipos de assembleias parlamentares para restabelecer o sentido fundamental de 'parlamento' (falar), e falar com honestidade e convicção no contexto de uma sociedade mundial emergente, ou seja, falar com o poder da boa vontade.” Foi uma afirmação excessivamente cautelosa, já que a política internacional vem passando por um processo gradual de parlamentarização há algum tempo, despercebido do público em geral e surpreendentemente também no radar da ciência política. Como Claudia Kissling, do International Democracy Watch, resume:

"Os Institutos Parlamentares Internacionais (IPIs) têm aumentado constantemente em número, bem como no âmbito dos direitos. [Mais de 100 IPIs informais ou formais no momento da sua publicação em 2011]. Ao mesmo tempo intensificou-se a cooperação dos parlamentos nacionais com as estruturas interparlamentares regionais... Tendo em conta esta notável evolução, a falta de interesse acadêmico pelo assunto é surpreendente... Do ponto de vista jurídico, a característica mais marcante destas organizações é que possuem uma personalidade internacional 'sui generis'... embora essas instituições parlamentares nem sempre sejam reconhecidas pelos governos como entidades internacionais, pode-se presumir que, como parte da autoridade do Estado, os parlamentos nacionais se sentem representados ou sentem que o povo está representado internacional ou regionalmente por essas organizações, ou que pelo menos aceite suas ações” (4).

A primeira dessas assembleias, a União Parlamentar Internacional, formada em 1889, foi fundamental para a criação do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia, além de ajudar a lançar as bases para a criação da Liga das Nações e sua sucessora, As Nações Unidas. Atualmente é uma organização global de 179 parlamentos nacionais que promovem "paz, democracia e desenvolvimento sustentável", e foi promulgada por algumas vozes influentes como o precursor natural de uma Assembleia Parlamentar Mundial, com sede nas Nações Unidas. Tal desenvolvimento poderia ser outro marco no caminho para a unidade internacional, integrando ainda mais os três centros planetários: Shamballa, a Hierarquia Espiritual e a Humanidade. Isso é possível no clima atual devido aos ciclos multi sobrepostos de crise-tensão-emergência que estão ocorrendo nas relações internacionais.

Esse processo está persuadindo as nações a redefinir gradualmente suas identidades à luz dos raios da alma, mas envolve intenso conflito. Por esta razão, a proposta de uma Assembleia Parlamentar Mundial deve ser cuidadosa para que não seja percebida como uma ameaça adicional ao aspecto da personalidade das nações e que mina seu livre arbítrio e autodeterminação. A proposta de qualquer poder legislativo para esse órgão dificilmente ajudará em suas chances de sucesso. Em vez disso, dependerá da habilidade natural do Novo Grupo de Servidores do Mundo de pensar à luz do "raciocínio judicial", conforme mencionado nos Aforismos de Ioga de Patânjali, e de manifestá-lo por meio de "habilidade em ação", como o Senhor Krishna define Yoga no Bhagavad-gita.

O tempo dirá se a atual Campanha por uma Assembleia Parlamentar das Nações Unidas será bem-sucedida sem modificações em sua proposta, ou se novas propostas surgirão de outras fontes. No entanto, vivemos em um ambiente global que está dando origem a inúmeras Assembleias Parlamentares Internacionais, então há boas razões para ter esperança. Dois impactos diretos da força de Shamballa na consciência humana foram previstos para os anos de 1975 e 2000, e se eles realmente ocorreram, é provável que tenham aberto canais de acesso para "as forças extraplanetárias que esperam" que estão focadas neste centro planetário superior através da Lei da Assembleia. As Assembleias Parlamentares Internacionais são instrumentos lógicos para ancorar esses poderes que chegam à Terra através do poder do som. Estes são exemplos significativos do tema do seminário online da Boa Vontade Mundial deste mês: As Dinâmicas da Crise Espiritual no Caminho para a Cooperação Global.

Junto com as 10 milhões de ONGs mencionadas na carta do mês passado, as Assembleias Parlamentares Internacionais fornecem um contrapeso notável às atrocidades humanas e violações das liberdades civis que ocorrem em todo o mundo neste momento. O foco energizante daqueles que seguem o caminho espiritual pode ser colocado nesses corpos emergentes com bons resultados. Isso superará o risco de contribuir inadvertidamente para o clima de medo que muitos trabalhadores espirituais sensíveis estão atraindo agora e que as Forças das Trevas aproveitarão ao máximo. Um grande desafio do discipulado contemporâneo é manter sua mente firme na luz. Para um grupo de discipulado em serviço, o grande desafio é evocar “a energia iluminadora da razão pura"... que “ocasiona completa liberdade da miragem" e dirige o trabalho de redenção planetária.

Na luz da razão grupal,
Grupo da Sede

ARCANE SCHOOL
Escola Arcana

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(**) Ao considerar três modelos para uma Assembleia desse tipo: Democracia Confederada, Federal e Cosmopolita, Daniele Archibugi, professora de Inovação, Governança e Políticas Públicas, conclui:

"A razão pela qual o modelo confederação não atende aos critérios para a democracia global é que ele constrói e reforça o oligarquismo intergovernamental... Um pré-requisito para o sistema federal é um sistema unificado de regras entre os vários partidos, que é improvável de ser compatível com as diferenças culturais e antropológicas existentes no mundo... Por trás do modelo cosmopolita está a ideia de que é preferível não avançar além de certo grau de centralização de poder... Mesmo sem poder expressar o poder executivo, uma Assembleia Parlamentar Mundial (APM) teria que ter uma jurisdição muito ampla e representar um fórum onde os principais problemas mundiais, como o desenvolvimento econômico e social, a defesa dos direitos humanos, a promoção da participação política e a salvaguarda do meio ambiente. A APM poderia começar aconselhando a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, as agências especializadas das Nações Unidas e outras organizações internacionais. A principal função da APM seria orientar e configurar políticas. Mesmo que não tivesse poder efetivo, a APM seria a demonstração visível e tangível da institucionalização de uma comunidade global de cidadãos”. (5)
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1 - A. A. Bailey, A Exteriorização da Hierarquia, pp. 223-4
2 - A. A. Bailey, Discipulado na Nova Era Vol II, pp. 402-6
3 - Idem, p. 402
4 - Claudia Kissling, The Legal and Political Status of International Parliamentary Institutions, pp. 12-16
5 - The Global Commonwealth of Citizens. Toward Cosmopolitan Democracy, pp. 107, 108, 110 and 173
(*) Lista completa de Parlamentos Internacionais

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