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PROBLEMAS DA HUMANIDADE


PROBLEMAS DA HUMANIDADE
Estabelecendo Corretas Relações Humanas
2 - A Reabilitação Psicológica das Nações

2 - A Reabilitação Psicológica das Nações

Enunciados-Chaves
Pensamento-semente para a Meditação
Introdução à Reabilitação das Nações
A Reabilitação Psicológica
A Natureza da Reabilitação Psicológica
A Alma e a Personalidade
A Nova Psicologia. Os Sete Raios de Energia
A Preciptação das Idéias
Cinco Idéias Principais
A Situação Atual
Trabalho Preparatório
Esboço de Meditação
Perguntas para Reflexão ou Discussão

ENUNCIADOS-CHAVES

Cada indivíduo tem o problema de conviver consigo mesmo e com seus vizinhos, e encontramos um paralelismo em cada nação, por exemplo, a unidade nacional e as corretas relações internacionais e o conflito do isolamento frente às relações compartilhadas.

Uma nação é uma síntese de energia material qualificada pela inteligência e a consciência, mais essa energia definidamente espiritual que está relacionada com o propósito divino ou com a vontade de Deus.

Na atualidade, cada nação tem diante de si uma grande e excepcional oportunidade. Até agora, o problema de integração psicológica, vida inteligente, crescimento espiritual e revelação divina, foi tratado unicamente do ponto de vista do homem, a unidade. Devido aos progressos científicos do gênero humano (como resultado do desenvolvimento do intelecto), agora é possível pensar de maneira mais ampla e ver a humanidade de uma perspectiva mais real. Nosso horizonte se estende ao infinito, nossos olhos já não enfocam sobre o primeiro plano. Hoje é reconhecida a unidade familiar relacionada com a comunidade, e vemos esta como parte integrante e efetiva da cidade, do estado ou da nação. Vagamente, ainda sem maior efeito, levamos o mesmo conceito para o campo das relações internacionais. Os pensadores de todo o mundo atuam internacionalmente; isto é a garantia do futuro, porque somente quando os homens puderem pensar nestes termos mais amplos, será possível sua fusão em todas as partes, a fraternidade virá à existência e a humanidade será uma realidade na nossa consciência.

PENSAMENTO-SEMENTE PARA A MEDITAÇÃO

Existe um impulso inato no homem que faz que ele se dirija para a divindade; então ele se converte num homem de boa vontade, num aspirante espiritual e alguém que ama a Deus (de acordo com sua própria definição) e, portanto, ama seus semelhantes... O que é verdade para o homem individual é eternamente verdade para as nações, e também para elas pode ser predita a mesma esperança de iluminação, de glória e de futuro triunfo espiritual.

INTRODUÇÃO À REABILITAÇÃO PSICOLÓGICA DAS NAÇÕES

Vários fatores transformaram e continuam transformando o mundo físico. Entre eles, as realizações científicas e o desenvolvimento das comunicações parecem ser os mais importantes. Ambos apressaram o nascimento das numerosas comunidades e grupos por meio dos quais se desenvolveu durante eras a história da raça humana. Antigos valores, velhas formas, por mais amados e queridos que possam ser, estão desaparecendo. As causas mecânicas e aparentes destas mudanças são bem conhecidas. Basta observar ao nosso redor, o mundo de nossa vida diária, para ver que sob a explosão das descobertas tecnológicas e sua implementação, tem transformado a vida material de todos os povos do planeta. Através dos novos métodos agrícolas e das novas técnicas e processos industriais poderiam ser satisfeitas todas as necessidades da raça humana, se fossem eliminadas as barreiras políticas e ideológicas. Esta possibilidade já não é apenas um sonho.

Contrariamente à crença popular, o problema econômico do mundo é o mais fácil de resolver. Seria necessário um sentido comum, um certo grau de altruísmo nacional e liberdade a respeito dos próprios interesses políticos, a complementação da bem conhecida fórmula de participação já aplicada com êxito em alguns campos industriais, e uma rede razoável de transporte para a distribuição.

Mas, além da aspiração por um maior bem-estar material, existe nos povos do mundo uma crescente aspiração para a paz, a fraternidade e a compreensão. Aqui começamos a entrar nos fatores psicológicos envolvidos na saúde nacional e as relações internacionais. A guerra mundial (1914-1945), que culminou com a produção das armas nucleares capazes da destruição de massa, obrigou a gente a pensar e refletir sobre o absurdo da guerra. Mas em vez da paz, surgem problemas devido à necessidade de novos valores e mudanças de atitudes na sociedade que demandam solução imediata e ao mesmo tempo tudo sob a espada de Dâmocles da catástrofe global.

A ciência do esoterismo pode oferecer uma explicação. O esoterismo é a ciência da síntese, a ciência do serviço e a ciência da redenção. Implica o estudo e o emprego das forças e energias. No homem, como no universo, tudo é energia; a meta atual de nosso ciclo evolutivo consiste em realizar a síntese que subjaz através da unidade estabelecida entre os homens, resultante do correto emprego das energias disponíveis.

Para compreender as influências psicológicas que afetam toda conduta e ação humana, é necessário ter uma idéia da constituição do homem. Um ser humano é muito mais que os constituintes químicos de sua estrutura atômica e algo mais que a soma total de seu eu físico, emocional e mental, ou personalidade. Essencialmente, é um centro de energia no qual a “força vital” – a energia básica em toda manifestação – ao se expressar através da forma do homem, cria um estado de consciência ou percepção consciente. Este “estado de consciência” na sua forma mais pura, é a alma no homem, é o resultado da interação entre espírito e matéria. A alma em manifestação está mudando e evoluindo constantemente, no seu esforço para expressar-se por intermédio do aspecto personalidade e em resposta aos estímulos das energias de numerosas fontes que fazem impacto no homem.

O homem é, portanto, de natureza tríplice: espírito, alma e matéria. A função da alma, o aspecto consciência, é exercer influência sobre a forma ou aparência pessoal, mediante a qualidade e o propósito das energias espirituais incorporadas na alma. Essas energias são basicamente diferenciações ou aspectos da energia do amor que subjaz na evolução da consciência durante este atual ciclo mundial. Estas energias são tratadas com maior detalhe noutras seções deste estudo.

O mesmo que acontece com um homem, acontece com uma nação ou qualquer outro agrupamento de homens que atuam como um organismo em evolução. Portanto, os fatores psicológicos afetam as nações e o mundo dos homens como um todo.

Entre as causas psicológicas da atual situação mundial, encontra-se a crescente influência que exerce sobre o homem a próxima “Era de Aquário”. Emergindo da “Era de Peixes”, a qual é caracterizada pelo desenvolvimento da personalidade e da autoconsciência e pela lei da autoridade, a Era de Aquário, cujo símbolo aquariano representado pelo homem que verte as “águas da Vida” sobre o gênero humano, reflete a necessidade e a oportunidade atuais de desenvolver a consciência grupal e a ciência do serviço. Ainda limitado como se encontra, carregado de crenças, hábitos mentais e até de supertições, o homem está entrando numa nova era onde já descobre seu verdadeiro eu, a natureza da alma e as forças com as quais deve trabalhar. Descobre, também, sua relação com as forças do Universo. Ao fazê-lo, entra em contato com a fonte de uma “Vida mais abundante”, porque a vida é a energia básica que mantém em existência todas as formas.

As energias que influem na evolução são totalmente neutras. Estimulam todas as condições sobre a Terra, boas e más. Seus efeitos dependem da condição daqueles indivíduos e grupos que as recebem. A própria humanidade que realiza os fatos mais altruístas de devoção e autosacrifício pode também ser culpada de ações egoístas e cruéis. A juventude do mundo, na atualidade, evidencia ambos os extremos, dando por resultado idéias racionais e um amor includente, também registrando a percentagem mais elevada de delinqüência e crimes.

Não são apenas os problemas físicos que a humanidade enfrenta os que retardam seu progresso. O problema é essencialmente psicológico. Não é possível formar uma opinião pública sensata e inteligente se a educação e os meios de comunicação não estão baseados numa psicologia verdadeira, e se eles próprios não se libertam de ideologias partidárias e dogmas.

Em países democráticos como os Estados Unidos, o Reino Unido, ou França, entre outros, tem sido reconhecida a grande responsabilidade daqueles que controlam os meios básicos de comunicação – privados ou governamentais – a televisão, o rádio, a imprensa e as editoras. É extremamente difícil para aqueles que assumem essa responsabilidade achar uma fórmula correta segundo a qual as pessoas deveriam ser informadas. O que para algumas pessoas é uma notícia, para outras é propaganda.

Destacar somente o sensacional, espetacular e dramático é tão perigoso como distorcer deliberadamente a informação ou dar só informação parcial e tendenciosa. Em países estreitamente controlados por um só partido ideológico, a situação é ainda mais séria, já que não há divergência alguma entre a apresentação das notícias selecionadas e a propaganda ideológica. Entre este controle absoluto e a relativa liberdade concedida na maioria das nações democráticas existe, certamente, um caminho intermediário. Quanto mais acabado estiver e utilizado, tanto mais saudável será o mundo.

Somente os meios de informação verdadeiramente “livres e independentes” podem exercer influência na opinião pública, ao longo de linhas inteligentes e construtivas, como força para o bem. Uma opinião pública inteligente pode estabelecer a diferença entre o necessário desmoronamento de atitudes e estruturas cristalizadas e a conservação de valores provados e assentados em bases para o novo crescimento. Num período de intensa mudança evolutiva é muito real o perigo da excessiva destruição da nossa estrutura social. Esta é uma situação essencialmente psicológica. Nenhuma sociedade é imune ao desmoronamento de sociedades que pertencem a uma ideologia oposta e ninguém se beneficiaria com isso. O mundo alcançou tal condição de unidade que nenhum desastre pode acontecer em lugar algum que não repercuta em quase todas as partes.

Seria anormal que essas condições não se refletissem entre a geração jovem, cuja agitação é uma das principais características da década de 1960-1970. Isto parece ser único nos anais da história do homem. A famosa “Cruzada das Crianças” e o caos em que submergiu a Universidade de Paris durante vinte anos, no começo do Século XIII, por uma guerra entre mestres seculares e monásticos, foram meros incidentes comparados com a “rebelião” dos jovens atuais, onde qualquer um tem liberdade de expressão.

Esta rebelião dos jovens simboliza os sentimentos e as aspirações de toda a raça humana, durante este período de transição entre um passado obsoleto e um mundo novo, ainda por nascer. No idealismo e nos sonhos e visões dos jovens, a humanidade tem sempre encontrado uma fonte de inspiração. Muitos da velha geração compartilham o desejo de construir uma nova civilização, mais humana e mais justa para todos. Mas a mudança não significa nada se está baseada meramente na crítica do existente. A mudança construtiva é o resultado da nova visão, do elevado idealismo e da conservação dos valores e das liberdades fundamentais. Na psicologia esotérica, o despertar do sentido de responsabilidade é o primeiro sinal de progresso espiritual. No melhor da juventude este sentido está claramente desperto.

Entre os fatores considerados potencialmente indutores de dificuldades incluem-se a urbanização, a industrialização, o aumento da população, o êxodo do campo para a cidade e os avanços tecnológicos. Mas a maioria destas influências, segundo um informe das Nações Unidas, provocou tanto grandeza quanto delinqüência. “Depende do indivíduo”, conclui o informe, e isto é exatamente o que ensina a psicologia esotérica. Deve-se chegar a abordar, estimular e desenvolver o potencial da pessoa. Os guias da nova era serão treinados entre a juventude do mundo.

O problema consiste em transferir o enfoque e a orientação habituais de uma reação emocional para a ação mental. A raça humana deve expandir a mente a fim de criar um mundo novo e melhor.

A consciência e a captação mental humana expandiram enormemente durante os últimos cinqüenta anos. Esta expansão está representada de forma bastante óbvia na atuação da Organização das Nações Unidas. Apenas a existência desta organização demonstra que os homens reconhecem e aceitam a existência de uma base para o entendimento humano, um terreno comum. Não há problema que não possa ser resolvido pelas mentes dos homens, sempre que o problema seja separado do seu entorno emocional. Em outras palavras, as corretas relações entre as nações surgem nos níveis mentais. Está ganhando terreno lentamente na consciência dos líderes responsáveis a idéia de que a responsabilidade para com o HOMEM e respeito para com todos os homens deve substituir o nacionalismo e o emprego da força.

A cooperação entre nações fica patente no trabalho realizado pelas Agências Especializadas das Nações Unidas, nos seus programas de desenvolvimento e ajuda. Esta aceitação da responsabilidade em ações cooperativas é um sinal inequívoco de que a alma das nações está se expressando.

Os tempos estão maduros para o reconhecimento do destino comum que vincula todos os homens e todas as nações. O fato de que existe uma só alma, ou um centro de consciência humana, do qual a alma dos homens individuais e de cada nação faz parte, explica esta irresistível tendência para a unidade do mundo.

A personalidade e a alma, tanto de uma nação como de um homem, encontram-se no plano mental. Neste plano é onde os homens e as nações podem “conhecer a verdade”. E a verdade realmente “nos fará livres”, livres do temor, livres de todas as ilusões do passado, livres para avançar unidos e com alegria.

As nações do mundo estão aprendendo, por meio de seus numerosos contatos e reuniões em organizações internacionais, que cada nação tem algo a contribuir para a evolução da raça. Às vezes, aprendem com dor, que é a melhor maneira de cumprir as aspirações da vida diária, quando são legítimas é acudir ao ilimitado poder da alma, “elevar o debate” acima dos níveis dos assuntos ordinários e buscar esses princípios universais que são aplicáveis a todos os homens e a todas as nações. O destino de homens e nações está determinado pelos valores que regem suas decisões.

Em última análise, é necessária uma nova ciência de síntese, que ofereça uma visão cósmica de todas as coisas; da ciência, da ética e da psicologia do homem real, e da religião. Esta ciência revela que a síntese É; sempre existiu como uma realidade subjetiva na vida humana sobre a terra; a atual tendência para a unidade é uma revelação que surge deste fato.
Uma atitude psicológica entre os povos do mundo, que ponha diante de todos a unidade humana e a colaboração mundial para o bem geral, liberará a humanidade para uma nova ordem mundial.

Não existe uma solução milagrosa para o problema psicológico das nações, mas há um caminho que conduz a essa solução, aberto a todos os homens e mulheres de boa vontade: o de criar em todo o mundo uma atmosfera, uma atitude e uma comunicação de boa vontade, baseadas no conhecimento e na sabedoria obtidas da experiência, podendo-se, assim, ser elaborada a correta solução.

A REABILITAÇÃO PSICOLÓGICA

Reabilitação Psicológica significa “restabelecer à sua condição adequada” a mente de um indivíduo ou de uma nação. Basicamente isto significa que a personalidade se alinha com o padrão evolutivo da alma, de maneira que o indivíduo ou a nação possa viver de acordo com o ponto mais elevado de seu próprio potencial em qualquer momento dado. A reabilitação – tanto para um indivíduo como para uma nação – pode ser melhor conseguida substituindo os atuais padrões psicológicos existentes por outros sintonizados com um nível superior. A psicologia abarca todas as fases do pensamento humano e penetra nos campos da religião, das relações comerciais, das interdependências políticas e de todas as outras fases das atividades do homem. Há uma razão psicológica por trás de tudo que existe. Todos os métodos de conduta estão coordenados por determinada psicologia individual, grupal ou nacional. Esta premissa é básica.

Portanto, até que saibamos como avaliar nossa própria psicologia pessoal, é quase impossível compreender a psicologia das nações ou formular qualquer teoria do que esta deveria ser. Por outra parte, às vezes estamos demasiadamente perto de nós mesmos para obter uma perspectiva real, mas podemos nos afastar e calcular a condição nacional e seus valores psicológicos. É útil compreender que:

1 – Cada nação tem sua própria alma ou psique individual, demonstrada como sua cultura particular, suas inerentes características e sua integridade essencial ou soberana. Com a palavra “soberana”, queremos significar sua compreensão de si mesma como uma entidade entre outras entidades. Não a empregamos no sentido político de relações isoladas, de intenção egoísta ou do direito de decidir e atuar independentemente dos direitos a integridade da vida cultural e política e o interesse próprio de outras entidades nacionais.

2 – Certos fatores históricos condicionam as nações individuais. Por exemplo, durante séculos a Grã Bretanha “dominou os mares” e controlou um império poderoso e muito extenso. Não foi fácil para ela reajustar-se à nova ordem, mas a constituição da “Commonwealth” como associação voluntária de países soberanos em substituição ao “Império” demonstra a evolução natural de um sistema governamental do“controle” à “cooperação”. A população dos Estados Unidos está composta, na sua maior parte, daqueles que emigraram para ali, a fim de fugirem de condições consideradas indesejáveis e limitadoras. Daí a tendência isolacionista e o veemente, quase fanático, culto à liberdade que impregna parte do pensamento norte-americano. A grande idéia nacional da URSS (ex) consiste em fundir e unir muitas e diversas nações e raças, européias e asiáticas. Isso está ainda em estado embrionário devido ao conflito que se trava entre o ascendente espírito humano e a força de um regime totalitário que busca suprimir toda liberdade de expressão. Toda nação está condicionada por seu passado, suas antigas relações, sua herança, seu idioma e todos os fatores que resumimos na palavra “cultura”, mais que pela visão do futuro.

3 – Cada nação tem suas debilidades psicológicas assim como suas fortalezas e, como o indivíduo, cada uma tem que aprender a eliminar seus conflitos e complexos internos, a integrar-se e converter-se no “todo” ou, “personalidade nacional”; e, ainda mais importante, a infundir na sua vida as qualidades de sua alma, obtendo assim o reconhecimento do seu interesse comum no bem-estar de todas as nações e da sua legítima contribuição para o destino humano.

Dessa maneira, cada nação precisa resolver seus problemas, embora os meios e o método diferem entre uma nação e outra.

Este Caderno ocupa-se de temas como esses, que requerem idéias claras, o que significa que (até onde nos seja possível) devemos nos dissociar do nosso próprio e particular panorama nacional, dos nossos prejulgamentos nacionais e tradicionais e nos esforçar por contemplar este mundo de nações simplesmente como grupo de seres humanos da nossa mesma natureza. Aos olhos dos guias espirituais da raça humana, a Hierarquia espiritual do planeta, não há franceses, alemães, britânicos, chineses, americanos ou russos, nem pessoas brancas ou negras, mas simplesmente HUMANIDADE, una e indivisível. O nacionalismo separatista e as lealdades limitadoras são considerados simplesmente restrições temporais para propósitosdefinidos, que a evolução da consciência eliminará oportunamente.

Seria conveniente que cada um de nós respondesse à pergunta: Que se quer significar realmente com as palavras “problema psicológico"? Podemos observar que o nacionalismo ativo e invejoso tem sido um dos principais vícios, se não de todas as nações, da maioria. O nacionalismo ergue barreiras, fecha portas e incentiva prejulgamentos. Os homens consistentemente puseram relevância na importância da cidadania nacional, mas se despreocuparam com respeito ao necessário sentimento de cidadania mundial. A solução do problema psicológico das nações depende provavelmente de inculcar algo totalmente novo nos assuntos mundiais por meio do pensamento inclusivo e das corretas relações humanas.

Como deveria ser desenvolvida essa atitude relativamente nova para se conseguir a sua aceitação universal? Centenas de milhares de homens e mulheres individualmente estão, atualmente, convencidos de que são necessárias atitudes mentais inclusivas mundiais. Mas talvez a frase significa algo mais profundo ainda; o despertar de um sentido de responsabilidade e a convocação da alma de uma nação, para que se responsabilize por seus assuntos materiais. Ademais, a solução do problema psicológico de uma nação requer a aceitação da ideologia da democracia, por exemplo, tal e como os Estados Unidos e a Suíça entendem o termo, ou seja, existem outras democracias verdadeiras constituídas de forma diferente? Os governos britânico e holandês são também democracias autênticas, mas ao mesmo tempo são monarquias.

Estas perguntas deveriam ser consideradas pata fomentar a precisão e a clareza de pensamento. Há uma diferença entre a palavra “democracia” tal como é empregada pelos americanos, os suíços, os franceses, os hindus e outras democracias mundiais, e seu emprego pela oligarquia russa. Diz-se que, segundo os russos, a democracia é o governo PARA o povo e, segundo outras democracias, é o governo PELO povo. Existe uma grande diferença. A este respeito, poderia ser útil estudar as páginas de introdução no Capítulo II do livro “Problemas da Humanidade”, que trata o problema psicológico das nações.

No Estudo seguinte, que trata das crianças e da educação das massas, aparecerá a mesma tese geral. Isto tem relação com a psique das distintas nações. A divindade inerente ao homem será mostrada como um processo evolutivo que envolve todos os homens. Ao longo do tempo, suficientes seres humanos alcançaram a meta e demonstraram a divindade do homem como para garantir o futuro da humanidade. Curiosa e certamente, o problema de cada nação no mundo moderno (e também de cada indivíduo) é o da educação. A educação é (ou deveria ser) o método para desenvolver uma correta atitude psicológica ante a vida, para nós como indivíduos e para os indivíduos no aspecto coletivo de comunidades e nações. A educação deveria estabelecer a relação entre o homem e todo seu meio ambiente.

Diz-se que o homem que conquista a liberdade espiritual e mental (convertendo-se assim em cidadão mundial e, por sua vez, em membro do reino das almas) é o produto de “uma geração de investigadores”, daqueles que podem formular perguntas inteligentes. Não é tão fácil responder nossas próprias perguntas com veracidade. Por exemplo: por que pessoalmente nos desagradam (se assim é) os britânicos, os norte-americanos, os judeus ou os alemães, os russos, os sul-americanos ou os negros?

Por que nos desagrada uma nação e outra nos agrada? Essas perguntas não importantes porque, como parte simbólica de algum grupo nacional, raça ou religião, representamos o grupo todo.

Uma compreensão correta desses problemas, conseguida mediante a reflexão e o estudo, fomentará e ajudará uma correta opinião pública. A correta opinião é, inevitavelmente, a base de um governo correto, bom, sólido, em qualquer nação e também, inevitavelmente, produzirá uma abordagem psicológica correta com outros grupos e nações. O público enfrenta poucas vezes os seus representantes com perguntas verdadeiras e raras vezes recebe respostas verdadeiras. O público, ou a massa de qualquer nação, está geralmente mal informado e influenciado por “grupos de pressão”, tanto nas democracias como nas ditaduras.

Os estudantes podem, de fato, contribuir com algo de real importância na opinião pública. Qualquer pessoa que pode “refletir sobre a verdade” ajuda a moldar a opinião pública. É alentador pensar ao longo destas linhas, porque uma correta opinião pública a respeito das corretas relações humanas conduzirá, inevitavelmente, à evolução psicológica de todas as nações envolvidas.

A NATUREZA DA REABILITAÇÃO PSICOLÓGICA

O tipo necessário de reabilitação e os métodos empregados diferirão tão amplamente como os problemas em si, embora haja fatores comuns a todos, mas em diversas proporções. Por exemplo, existem problemas específicos das nações que foram devastadas e ocupadas por exércitos combatentes, que teve um profundo efeito e ainda prossegue uma geração depois.

Há problemas peculiares às grandes potências, tais como a Commonwealth, Rússia e os Estados Unidos da América, diferentes dos das potências menores, tais como os países da Europa, América Central e do Sul, Ásia e África.

Ademais, o fato de que vários países da Europa e da América Central e do Sul foram neutros e não estiveram envolvidos diretamente na Guerra de 1939-1945 e as seguintes, mesmo assim tiveram um efeito psicologicamente condicionante nos seus problemas internos e externos.

Temos os problemas específicos dos países derrotados na guerra e, portanto, (como o primeiro grupo anteriormente mencionado) profundamente afetados psicologicamente, mas de forma completamente diferente.

Por último, temos o grande movimento para o nacionalismo, afastando-se do colonialismo, constituindo em si um problema em sua forma mais extrema, até que se ajuste à realidade do “mundo uno”.

Depois temos os países com grandes e antigas culturas, mas carentes de recursos naturais, contrastando com as nações que possuem enormes riquezas e uma cultura comparativamente jovem.

Três qualidades divinas se expressam por intermédio de todas as formas: Vida, Qualidade e Aparência. Isto é certo para todas as nações, todos os indivíduos, para um grupo e para uma nação.

A – Esta é a técnica básica e o resultado da manifestação, e descreve o homem. Com respeito à VIDA, nada sabemos ainda. A QUALIDADE e a APARÊNCIA, ou a alma e a personalidade, caracterizam todo homem e nação e cada um é diferente, variável e cambiante.

B – Cada forma, cada ser humano e cada nação “realiza duas coisas:

1 – Apropria-se ou é compenetrado pela alma do mundo, até onde permite a sua capacidade...

2 – Através da interação entre a alma que mora internamente e a forma, ocorrem duas coisas:

a) A sensibilidade e a qualidade se expressam segundo o tipo de corpo e o grau de evolução.

b) A compenetrante alma de um homem ou de uma nação impele a natureza corpórea à atividade e a impulsiona a ir em frente no caminho do desenvolvimento, proporcionando assim à alma um campo de experiência, e à natureza corpórea uma oportunidade de reagir ao impulso superior da alma”. (Um Tratado sobre os Sete Raios, Vol I, pág. 65)

As nações e sua relação com outras nações deveriam ser consideradas nesta luz.

C – Uma nação é uma síntese de energia material, qualificada pela inteligência e a consciência, mais essa energia definidamente espiritual que está relacionada com o propósito divino, ou com a Vontade de Deus.
Portanto, quando estudamos as nações, sua reabilitação e suas futuras relações, devemos ter presente três coisas:

1 – A Síntese da Vida ..................................... Espírito
2 – A Unidade de Consciência .......................... Alma
3 – A Integração das Formas ........................... Corpo

Assim como os indivíduos são localizados em determinado meio ambiente que os condiciona, proporcionando-lhes um campo para a expansão da consciência ou a limitação da experiência, assim as nações encontram seu lugar entre as nações circundantes.
Estude o meio ambiente das nações nos mesmos termos em que estudou seu próprio entorno pessoal. Observe que três qualidades surgem como fatores recompensadores no campo ambiental dos contatos:

A – Sensibilidade ou resposta sensível aos contatos pelos quais se consegue acrescentar o conhecimento.

B – Consciência, percepção do meio ambiente e desenvolvimento dos meios para um contato mais amplo.

C – Radiação, o efeito da interação entre a vida e o meio ambiente de um homem ou uma nação.

A ALMA E A PERSONALIDADE

É sugerido como hipótese ativa que cada nação tem uma personalidade e uma alma. A personalidade lhe permite atuar com suas qualidades e defeitos particulares, no seu meio ambiente nacional, com as oportunidades que a brinda o destino nacional. A personalidade nacional se expressa, por exemplo, através das atividades físicas, o modo que expressa os sentimentos e as emoções e a mente do povo – as atitudes e idealismos mentais.

A alma da nação representa os níveis superiores da consciência nacional com seus ideais de devoção, sacrifício, universalidade, visão e a capacidade de manifestar os ideais e visualizar os assuntos domésticos e estrangeiros. Isto relaciona uma nação com as demais e localiza na sua perspectiva a parte que lhe corresponde no mundo uno.

O sintoma essencial que indica a atividade da alma é o despertar do sentido de responsabilidade, que deve se manifestar como responsabilidade pelo bem-estar e o progresso de toda a humanidade. Esta afirmação de fraternidade universal implica o reconhecimento da necessidade de oferecer a outras nações, sem motivos egoístas, a ajuda que precisam. Implica também respeitar os direitos fundamentais de todos os povos e o equilíbrio fundamental da natureza (que está emergindo poderosamente no mundo atual).

Um estudo das energias dos sete raios dado na Seção V deste Estudo; dos objetivos e atividades das Nações Unidas e suas agências especializadas – mais uma consciente leitura de jornais e revistas – ajudaria a revelar os campos de atividade da alma e da personalidade das nações.

Definições concretas de algo tão intangível como o são a “personalidade” e a “alma” tornam difíceis e podem induzir a erros. Mas sobre elas serão ditas algumas coisas que as aclararão.

A Personalidade

“Todas as formas, em si mesmas, não são expressões de uma personalidade. Para assegurar isto, três tipos de energia precisam estar presentes – três tipos, fundidos, misturados e coordenados num organismo funcionante. Uma personalidade é, portanto, uma fusão da energia mental, da energia emocional e da força vital, e estas três estão mascaradas, ocultas ou veladas (observem esta terminologia) por uma concha externa ou forma de matéria física densa. Esta crosta externa é em si mesma uma forma de energia negativa. O resultado desta união de três energias em uma forma objetiva é a autoconsciência. Sua fusão produz aquele sentido de individualidade que justifica o uso da palavra “eu” e que relaciona todas as ocorrências a um ego. Onde esta entidade central consciente existe, utilizando a mente, reagindo sensorialmente através do corpo emocional e energizando o físico denso (via o corpo vital) então existe uma personalidade. É a existência autoconsciente na forma. É a consciência da identidade em relação às outras identidades e isto é igualmente verdadeiro de Deus ou do homem”. (Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 391-392)

Uma personalidade é um ser humano separado. Também poderíamos dizer um ser humano separatista. É a definição mais pobre e superficialmente empregada e aplica-se vulgarmente quando se considera cada ser humano como uma pessoa. Por conseguinte, esta definição não é verdadeira. Muitas pessoas são simplesmente animais, com indefinidos impulsos superiores, mas que não passam de simples impulsos. Há igualmente aqueles que são nada mais e nada menos do que médiuns. Emprega-se o termo médium para o tipo de pessoas que caminham cegamente, impelidas de um lado para o outro pelo impulso da sua natureza densa e inferior de desejos da qual o corpo físico é apenas a expressão. São influenciadas pela consciência e reações de massa e são incapazes de fazer alguma coisa por iniciativa própria porque estão padronizadas pelos complexos de massa e, portanto, são médiuns com idéias de massa; são arrastadas pelos impulsos que os instrutores e demagogos lhes impõem; são receptivos – sem nenhum pensamento ou raciocínio – a qualquer escola de pensamento (espiritual, ocultista, político, religioso ou filosófico). Permitam-me que repita que elas são simplesmente médiuns; receptivos às idéias que não são delas nem fruto de suas próprias conquistas.

Uma personalidade é alguém que age com coordenação graças aos próprios dons, à estabilidade relativa da sua natureza emocional e a um completo, são e bem equilibrado sistema glandular. Tem a ajuda do seu impulso para o poder e as condições adequadas do meio ambiente. Estas condições revelam-se em qualquer campo do esforço humano, fazendo de um homem um bom contra-mestre de uma fábrica ou um ditador, segundo as circunstâncias, o seu carma e as oportunidades oferecidas. Não me refiro aqui, de maneira nenhuma, à coordenação desejável da alma e do corpo, o que corresponde a um desenvolvimento posterior. Postulo simplesmente a existência de um bom mecanismo físico, controle emocional e desenvolvimento mental sãos. Pode-se ter alcançado um extraordinário desenvolvimento interno, mas se o instrumento no plano físico for pobre, toda a coordenação torna-se impossível. Nestes casos, o sujeito raramente afeta o meio ambiente de maneira permanente e eficaz. Não pode exteriorizar ou irradiar o seu poder interno porque está impedido pelo seu instrumento físico. Um homem com um desenvolvimento interno muito mais fraco, mas, tendo um corpo físico apto e com glândulas em bom estado, revela-se freqüentemente um agente mais eficaz, capaz de exercer influência sobre os elementos do seu meio ambiente.

Uma personalidade é um homem com um sentido do destino. Um tal homem tem suficiente força de vontade para submeter a sua natureza inferior a uma disciplina que lhe permitirá cumprir o destino do qual tem percepção, subconscientemente. Tais pessoas constituem os dois grupos seguintes:

A – Os que não estabeleceram qualquer espécie de contato com a alma. São impulsionados a cumprir o seu destino devido a um sentimento de poder, amor próprio, ambição exaltada, complexo de superioridade, e uma determinação para chegar ao cimo de sua árvore particular.

B – Os que estabeleceram contato com a alma em fraca medida. São pessoas cujos métodos e motivos apresentam, por conseqüência, uma mistura de egoísmo e de visão espiritual. O seu problema é difícil porque, à medida que se estabelece o seu pequeno contato com a alma, afluem forças que estimulam a sua natureza inferior, ao mesmo tempo que o controle pela alma aumenta. Contudo, esse controle não é suficientemente forte para subordinar inteiramente a natureza inferior.

Uma personalidade é um ser humano completamente integrado. Neste caso, temos um homem cuja natureza física, emocional e mental podem fundir-se e, por conseguinte, funcionar como um todo, criando assim um mecanismo que se subordina à vontade da personalidade. Isto pode ter lugar com ou sem contato bem determinado com a alma, e é nesse estágio que surge a predisposição de seguir o caminho da direita ou da esquerda. Como se efetua essa coordenação:

a) Coordenação da natureza emocional ou astral com o corpo físico. Produziu-se no sentido racial atlante; continua a se efetuar nos nossos dias entre os grupos inferiores da família humana. Deveria ser o objetivo de desenvolvimento das crianças entre os sete e os catorze anos.

b) Coordenação da natureza física, astral e mental fundidas entre si. É o que se está realizando no nível racial entre a raça Ariana, e o processo completar-se-á (para a massa da humanidade) quando o sol entrar no signo de Sagitário, tal como agora está entrando no signo de Aquário. Esta coordenação está-se processando rapidamente entre os membros mais avançados da família humana e deverá ser o objetivo da formação de todos os adolescentes dos catorze aos vinte e um anos.

c) Segue-se a coordenação entre a alma e a personalidade, com a alma centralizando a sua atenção na natureza astral ou de desejos. É a tarefa imediata dos aspirantes do mundo neste momento e será a meta da raça que sucederá a raça ariana.

d) Coordenação entre a alma, o mental e o cérebro (excluindo o corpo da ilusão, o corpo astral). É o objetivo específico dos discípulos do mundo.

e) Depois, estabelecer-se-á a coordenação entre a alma, a personalidade purificada e a Hierarquia. É a meta dos iniciados do mundo na atualidade, e de todos aqueles que se preparam para a primeira, segunda e terceira iniciações. Esta consumação é conquistada na Iniciação designada por Transfiguração.

f) Coordenação entre a alma, a personalidade e o espírito. Tem lugar pela via da Hierarquia das Almas – frase que só os iniciados podem corretamente interpretar e compreender. Este processo prossegue depois da terceira iniciação.

Um homem pode na verdade ser considerado como uma personalidade, quando o aspecto forma e a natureza da alma se unificaram. Quando a alma influencia e impregna completamente todas as manifestações inferiores, só então a personalidade atinge o seu verdadeiro significado, que é o de constituir a máscara da alma, a aparência externa das forças espirituais internas. Estas forças são a expressão da alma e esta é a identidade central ou ponto focal fundamental, (no plano mental) da vida do Próprio Deus.

Essência, consciência e aparência são os três aspectos da divindade e do homem; a personalidade, quando está desenvolvida plenamente, é a “aparência de Deus na terra”. Vida, qualidade e forma representam outra maneira de expressar a mesma triplicidade. (Um Tratado sobre os Sete Raios II, pág. 208-211)

A Alma

A alma, macrocósmica e microcósmica, universal e humana, é aquela entidade que é trazida à existência quando o aspecto espírito e o aspecto matéria se relacionam reciprocamente. Portanto, a alma não é nem espírito nem matéria, mas a relação entre eles. A alma é, por conseguinte, um outro nome para o princípio crístico, quer na natureza, quer no homem.

É dito também que:
- A alma é o fator sensível na própria substância.
- A alma é o aspecto consciência.
- A alma é a entidade que percebe.
- A alma ou homem espiritual, por meio da concentração e a meditação impõe suas idéias à mente.
- A alma é o fator consciente em todas as formas, atua sobre a matéria, obrigando-a a assumir certos contornos, a responder a certas vibrações e a construir as formas fenomênicas específicas que no mundo do plano físico reconhecemos como mineral, vegetal, animal e humano – e para o iniciado também existem outras formas.
- A própria alma, eventualmente, capacita o homem para descobrir que esta alma nele é dual, e uma parte de si mesmo responde à alma animal e a outra reconhece a sua alma divina. (Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 37-38)

No seu significado essencial, a alma é de natureza universal e consciente do grupo. Entre a alma de um universo, a alma de uma nação e a alma de um indivíduo, existe somente a diferença do grau de consciência. Isto significa que cada homem e cada nação têm uma latente e inata potencialidade para fundir o seu fragmento individualista da alma, na alma universal una, sem perder individualidade.

Quando a alma tiver desenvolvido todos os seus poderes inerentes, por meio da expressão de sua personalidade, e aprendido a incluir dentro de sua consciência as “miríades de formas que o Ser adota”, a vida da alma será substituída pela vida monádica. Em última análise, a alma persiste como um ponto dinâmico de vontade divina, inviolável, eterna, porque a consciência é a expressão básica da vida deste universo, e a evolução da consciência para a total identificação e plena percepção é a meta deste sistema solar.

A alma, portanto, pode ser considerada como a unificada sensibilidade e a relativa conscientização daquilo que jaz por trás da forma de um planeta e de um sistema solar. Estas últimas são a totalidade de todas as formas, orgânicas ou inorgânicas, como o materialista as diferencia. A alma, embora constituindo um grande todo, é, todavia, limitada em sua expressão pela natureza e qualidade da forma na qual se acha e há conseqüentemente formas que são altamente reativa à alma, da qual também são expressão, e outras que – devido à sua densidade e à qualidade dos átomos dos quais são compostos – são incapazes de reconhecer os aspectos superiores da alma ou de expressar mais do que sua vibração, tom ou cor inferiores. O infinitamente pequeno é reconhecido, o infinitamente vasto é presumido; mas, contudo, ele permanece como um conceito até o momento em que a consciência do homem seja inclusiva, tão bem quanto exclusiva. Este conceito será compreendido quando se estabelecer contato com o segundo aspecto e os homens compreenderem a natureza da alma. Deve-se também lembrar que exatamente assim como a trindade básica de manifestação se expressou simbolicamente no homem como sua quota de energia (energia física), seu sistema nervoso e a massa corporal, também a alma pode ser conhecida como uma trindade, as correspondências superiores das inferiores.

Antes de tudo existe o que se poderia chamar a vontade espiritual – aquela quota da vontade universal que qualquer alma pode expressar e que é adequada ao propósito de capacitar o homem espiritual a cooperar no plano e propósito da grande vida na qual ele tem sua existência. Há também a Segunda qualidade da alma que é o amor espiritual, a qualidade da consciência do grupo, da inclusividade, da mediação, da atração e da unificação. Esta é a característica capital da alma, pois somente a alma a tem como fator dinâmico. O espírito, ou mônada, é primariamente distinguido pela inteligência, mas a alma tem destacadamente a qualidade de amor que demonstra como sabedoria também, quando a inteligência da natureza do corpo se funde com o amor da alma. (Um Tratado sobre Magia Branca, pág. 34-40)

Existe atualmente uma grande necessidade de “expertos na vida da alma”. Em muitos países, a maior parte das pessoas expressa a qualidade da personalidade nacional. Somente uma minoria de pessoas reflexivas e de inclinação espiritual, conscientes ou não, estão em contato com a alma de sua nação.

Para a raça humana como um todo, a meta atual é atuar inteligentemente no plano mental concreto, para as pessoas mais evoluídas e os elementos precursores da raça humana a meta consiste em chegar ao plano mental abstrato e desenvolver a intuição. Ademais, eles exploram a Mente Universal e chegam a reconhecer o que um físico francês expressou faz anos; “Por meio dos seres viventes que vão se diferenciando cada vez mais e cuja substância está se organizando, o Universo sobe gradualmente para um Pensamento cada vez mais vasto, até chegar a se converter numa Vontade que rege Sua própria história”. (Prof. Jean Perrim, l940)

A NOVA PSICOLOGIA - OS SETE RAIOS DE ENERGIA

A psicologia moderna, experimental e acadêmica, tem feito muito por reunir informação sobre a forma na qual o homem funciona, a natureza de suas reações, o calibre de seu mecanismo mental, a qualidade de seu mecanismo físico, o modo de pensar e a soma total de complexos, psicoses, instintos, intuições e fixações intelectuais que ele indubitavelmente é. A psicologia médica tem nos dado muito e temos aprendido que o ser humano está totalmente condicionado por seu instrumento de expressão e não pode expressar mais que o que seu sistema nervoso, cérebro e glândulas lhe permitem. Sem embargo, encontramos algumas teorias, inclusive as mais provadas, que se desmoronam ao variar as condições.

A dívida que o mundo tem com os psicólogos profissionais é inestimável, mas, a não ser que se interponha uma idéia chave em todo este campo de pensamento, cairá por seu próprio peso e produzirá (como já está produzindo) problemas, complexos e enfermidades da mente que serão o resultado direto de seus próprios métodos. O que pretendemos fazer é pôr ênfase sobre a natureza do princípio integrador que se encontra em todas as formas coerentes e ao qual (por falta de nome melhor) podemos chamar alma ou ser.

Esse princípio, que dá forma à natureza corpórea e expressa suas reações através dos estados emocionais e mentais, está, naturalmente, reconhecido por muitas escolas de psicologia, mas ainda assim continua sendo uma incógnita indefinível. Torna-se impossível descobrir sua origem; ignoram o que é, se se trata ou não de uma entidade que dá forma, desprendida e separada da natureza corpórea. Portanto, nos esforçaremos no possível para ampliar a psicologia moderna e enriquecer seu conteúdo com essa psicologia esotérica que trata da alma ou ego, a entidade animadora dentro da forma.

Alguns dos pontos que tratamos de aclarar não poderão ser confirmados nem comprovados nesta etapa, mas se o leitor puder aceitá-lo como hipótese ativa, poderá seguir e chegar a um entendimento mais claro de uma nova psicologia, seu propósito e objetivos. Naturalmente haverá outros pontos que poderemos comprovar em nossa própria experiência da vida e evocarão esse reconhecimento que vem da mente concreta, ou produzirão uma reação da mais intensa convicção que emana do Eu intuitivamente consciente.

À medida que estudamos, não devemos esquecer o conceito fundamental de que todo trabalho deste tipo se ocupa da energia: unidade de energia, energia contida nas formas, correntes de energia em circulação. O verdadeiro educador deverá trabalhar com energias, num mundo de energias; estas energias estão matizadas e qualificadas por atributos característicos e, portanto, cada ser humano pode ser considerado como um conglomerado de energias, dominado por algum tipo particular de energia que serve para distingui-lo dentre seus semelhantes, o que produz as diferenças entre os seres humanos.

Em última análise, toda a história é um registro dos efeitos destas energias ou radiações (em outras palavras, raios) ao atuar sobre a humanidade em suas numerosas etapas de desenvolvimento. Para compreender o que está acontecendo atualmente, devemos reconhecer que essas energias são num total de sete. São conhecidas sob inumeráveis apelidos em diferentes países, mas, para nossos fins, empregaremos os sete nomes a seguir:

1 – Energia da Vontade, Propósito ou Poder, chamada nos países cristãos a energia da Vontade de Deus.
2 – Energia de Amor-Sabedoria, freqüentemente chamada o Amor de Deus.
3 – Energia da Inteligência Ativa, chamada a Mente de Deus.
4 – Energia da Harmonia através do Conflito, que afeta muito a família humana.
5 – Energia do Conhecimento Concreto da Ciência, tão poderosa nestes tempos.
6 – Energia da Devoção ou Idealismo, que produz as atuais ideologias.
7 – Energia de Ordem Cerimonial, que produz as novas formas de civilização.

Estas energias atuam incessantemente sobre a humanidade, produzindo mudanças, expressando-se por meio de sucessivas civilizações e culturas, e dando forma às numerosas raças e nações. Isso não atinge de modo algum o livre arbítrio do homem. Essas forças têm seu aspecto superior e inferior e os homens respondem a elas de acordo com seu desenvolvimento mental e espiritual, assim como todas as nações e raças. De fato, a humanidade alcançou atualmente um ponto no qual existe uma resposta de grande sensibilidade para aquilo que é mais elevado e melhor.

O modo ou método de desenvolvimento para a humanidade é sua auto-expressão e sua autorealização e, ao se propor a seguinte Análise dos Raios e Sua Expressão, deverá ter-se em conta que é necessariamente imperfeita e que admite uma infinita ampliação:

PRIMEIRO RAIO DE VONTADE OU PODER

Virtudes especiais e expressões corretas:
Força, coragem, firmeza, veracidade resultante de falta absoluta de medo, poder de governar, capacidade de abarcar grandes questões com amplitude mental, e de manejar pessoas e deliberar. Pode revelar um uso dinâmico da energia para o bem e vontade de cooperar.

Vícios e expressões errôneas:
Orgulho, ambição, premeditação, dureza, arrogância, desejo de dominar e controlar os demais, obstinação, ira. Pode expressar energia destrutiva, o poder tornado realidade egoistamente, desamor, isolamento, desejo de poder e autoridade, teimosia.

É conhecido, com razão, como o raio de poder, mas se fosse só poder, sem sabedoria nem amor, seria uma força destrutiva e desintegradora. Mas, quando estas três características estão unidas, converte-se num raio criador dominante. Os que pertencem a este raio têm uma forte vontade para o bem ou para o mal, para o bem quando a vontade está dirigida pela sabedoria e o amor altruísta. O homem que pertence ao primeiro raio sempre “será o primeiro” na sua linha. Pode ser o ladrão ou o juiz que o condena, mas, em qualquer caso, estará na cabeça da sua profissão. É um líder nato em qualquer carreira pública, alguém no qual confiar e apoiar-se, que defenderá o fraco e acabará com a opressão sem temer as conseqüências e totalmente indiferente aos comentários. Por outra parte, um primeiro raio não modificado pode produzir um homem de dureza inflexível e de natureza cruel.

O emprego da energia de primeiro raio significa inevitavelmente a destruição nas primeiras etapas, mas fusão e unificação nos resultados posteriores e finais. Um estudo das nações do mundo mostra esta energia da vontade atuando poderosamente por intermédio de certas grandes personalidades e, de acordo com seu tipo de personalidade e sua etapa de evolução, será sua reação a esta força. Estas pessoas se encontram em todos os campos dos assuntos humanos. São os indivíduos dominantes e os ditadores em todos os aspectos do viver humano: político, social, religioso e educativo. Ninguém poderá dizer (até que haja transcorrido pelo menos um século) se sua influência e seus esforços foram bons ou maus.
A verdadeira personalidade de primeiro raio que atua em resposta a esta influência, manterá o bem final do grupo profundamente consagrado na sua consciência e coração; e pensará em termos do todo e não da parte. Isso é o que procurará plasmar na consciência racial. Isso conduzirá às vezes à falta de piedade e à crueldade, se a personalidade do indivíduo não estiver ainda controlada pelo impulso da alma.

SEGUNDO RAIO DE AMOR-SABEDORIA

Virtudes espirituais e expressões corretas:
Calma, força de vontade, paciência e resistência, amor à verdade, lealdade, intuição, inteligência clara e temperamento severo. Pode expressar uma sábia construtividade, um desejo por sabedoria e verdade, inclusividade, sensibilidade ao Todo, renúncia à grande heresia da “separatividade”, a correta palavra por meio da sabedoria gerada.

Vícios e expressões errôneas:
Excessiva absorção pelo estudo, frieza, indiferença para com os outros. Pode expressar o poder de construir com fins egoístas, a capacidade de perceber o Todo e permanecer separado, o cultivo de um espírito separatista, a consecução de desejos egoístas, ânsia de bem-estar material, egoísmo e subordinação de todos os poderes da alma para este fim.

É denominado o raio de sabedoria por seu desejo característico de obter o conhecimento puro e a verdade absoluta – frio e egoísta quando carece de amor, e inativo sem poder. Quando tanto o amor como o poder estão presentes, temos o raio dos Budas e de todos os grandes instrutores da humanidade – aqueles que, havendo alcançado a sabedoria pelo bem comum, se dedicam a transmiti-la. O estudante deste raio nunca está satisfeito com suas realizações mais elevadas; por maiores que sejam seus conhecimentos, sua mente continua fixa no desconhecido, no mais além, nos cumes ainda não escalados.

O homem de segundo raio terá tato e previsão; será um excelente embaixador, um professor ou diretor de colégio de primeira categoria; como homem de negócios mostrará uma inteligência clara e sabedoria no manejo dos assuntos que lhe sejam apresentados e terá capacidade para plasmar nos demais uma perspectiva verdadeira dos fatos e de fazer-lhes ver as coisas como ele as vê.

Um mal tipo de segundo raio se obstinaria em adquirir conhecimentos só para si, e seria totalmente indiferente às necessidades dos demais. A previsão dum homem assim degeneraria na desconfiança e sua tranqüilidade numa natureza fria e dura.

A energia de amor está concentrada principalmente em cada grupo de idealistas e servidores e em cada grupo de pessoas que expressam o pensamento humano, especialmente no campo da melhoria e elevação humanas; através delas pode se expressar o poder de amor-sabedoria. É o raio de atração e inclusividade. As pessoas deste raio são freqüentemente incompreendidas, porque o amor que expressam difere muito do interesse pessoal sentimental e afetuoso do trabalhador comum. Ocupam-se principalmente dos interesses e o bem de todo o grupo ao qual se encontram associados; não se preocupam pelos interesses mesquinhos do indivíduo, nem se dedicam aos seus pequenos problemas e preocupações. Isto os coloca inevitavelmente perante as críticas do indivíduo, e devem aprender a viver com estas críticas e a não prestar-lhes atenção. O verdadeiro amor grupal é mais importante que as relações pessoais, embora estas se resolvem na medida que surgem. Precisam captar a necessidade que há de amor grupal, e corrigir sua maneira de ser de forma que se adapte ao bem comum, mas para o indivíduo auto-interessado não é fácil captar a diferença. As mudanças que produzem são fundamentalmente mudanças de consciência.

TERCEIRO RAIO DA MENTE SUPERIOR

Virtudes especiais e expressões corretas:
Pontos de vistas amplos sobre questões abstratas, sinceridade de propósitos, intelecto claro, capacidade de concentração sobre assuntos filosóficos, paciência, prudência, ausência de tendência a se preocupar consigo mesmo ou com outros por ninharia. Pode expressar uma atividade rítmica ordenada em cooperação com o Todo, adesão à ação correta, e a manipulação de energia a fim de revelar a beleza e a verdade.

Vícios e expressões errôneas:
Orgulho intelectual, frieza, isolamento, falta de exatidão nos detalhes, distração, obstinação, egoísmo, crítica exagerada sobre os outros. Pode expressar um uso inteligente de força com motivo errôneo, atividade intensa material e mental, entendimento da energia como um fim em si, desejo de glória, beleza e objetivos materiais, manipulação da força mediante o desejo egoísta.

É o raio do pensador abstrato, do filósofo e do metafísico, do homem que se deleita nas matemáticas superiores, mas que, a não ser que seja modificado por um outro raio de característica prática, não se preocupará em ver as suas contas em ordem. A sua faculdade imaginativa é muito desenvolvida, isto é, pode pelo poder da sua imaginação captar a essência da verdade.

Freqüentemente será um grande idealista; é um sonhador e teórico e a sua visão larga e de grande prudência fazem-lhe ver com igual clareza todos os aspectos duma questão. Isto às vezes paralisa a sua ação. Será um bom homem de negócios; como militar resolverá problemas de tática no seu gabinete, mas raras vezes se destacará no campo de batalha.

Como artista sua técnica não é excelente, mas seus temas estarão cheios de reflexão e interesse. Amará a música, mas, a não ser que esteja influenciado pelo quarto raio, não a comporá. Em qualquer setor da vida, está cheio de idéias, mas é pouco prático para as realizar. Um dos tipos deste raio é informal no grau máximo, desleixado, sem pontualidade, indolente e com pouco cuidado com as aparências, mas se está influenciado pelo quinto raio como raio secundário, este caráter muda totalmente. Os raios terceiro e quinto fazem o historiador perfeito e equilibrado e o matemático realmente destacado.

QUARTO RAIO DE HARMONIA ATRAVÉS DO CONFLITO

Virtudes especiais e expressões corretas:
Fortes afeições, simpatia, vigor físico, generosidade, devoção, vivacidade de intelecto e de percepção. Pode expressar unidade e harmonia, evocação da intuição, juízo correto e razão pura.

Vícios e expressões errôneas:
Egocentrismo, ansiedade, imprecisão, falta de coragem moral, fortes paixões, indolência, extravagância. Pode expressar constantes pontos de crise, luta confusa, sentir desarmonia, colaborar com a parte e não com o todo, reconhecimento indevido daquilo que se produz mediante a palavra.

Este raio é denominado “o raio da luta” porque as qualidades de Rajas (atividade) e Tamas (inércia) estão em proporções tão estreitamente iguais que a natureza do homem do quarto raio é dilacerada pelo combate interno e quando o resultado é satisfatório, é conhecido como “Nascimento de Horus”, do Cristo, nascido das dores e das penas constantes.

Tamas (inércia) induz à comodidade e ao prazer, a aversão a causar dor que chega à covardia moral, à indolência, ao abandono, ao desejo de deixar as coisas tal como estão, a descansar e a não pensar no amanhã. Rajas (atividade) é fogoso, impaciente, sempre impulsionado à ação. Estas forças contrastantes da natureza do homem do quarto raio convertem a sua vida num estado de perpétua guerra e desassossego. Tal fricção e experiência ganhas podem produzir uma evolução muito rápida, mas o homem pode facilmente manifestar-se tanto um inútil como um herói. É o raio do homem que, indiferente aos riscos que ele e seus seguidores correm, infundirá esperanças por mais desesperada que seja a situação, já que nos momentos de excitação o homem do quarto raio está totalmente dominado por Rajas; pelo especulador e jogador desenfreado, cheio de entusiasmo e planos, facilmente subjugado por tristezas ou fracassos, mas capaz de recuperar com a mesma facilidade de todos os reveses e infortúnios.

É proeminentemente o raio da cor, do artista cujo colorido é sempre admirável embora os seus desenhos sejam muitas vezes defeituosos. O homem do quarto raio ama a cor e pode geralmente criá-la. Se não teve formação artística, seguramente o seu sentido da cor aparecerá sob outras formas na escolha de vestimentas ou decorações. Na música as composições do quarto raio são sempre cheias de melodia, e as canções encantam o homem do quarto raio. Como escritor ou poeta o seu trabalho será com freqüência brilhante e cheio de expressões pitorescas mas inexatas, exageradas e muitas vezes pessimistas. Geralmente expressa-se bem e tem o sentido do humor, mas alternará entre conversações brilhantes e silêncios obscuros, segundo seu estado de ânimo. É uma pessoa encantadora e de difícil convivência.

Em última análise, o quarto raio é o raio que ensina a arte de viver para produzir uma síntese da beleza. Não há beleza sem unidade, sem a personificação de um idealismo e o conseqüente desenvolvimento simétrico. Este raio não é o raio da arte, mas a energia que produz a beleza dessas formas vivas que personificam as idéias e ideais que buscam expressão imediata. A arte criativa expressa-se em todos os raios.

QUINTO RAIO DA MENTE INFERIOR

Virtudes especiais e expressões corretas:
Declarações estritamente exatas, justiça (sem clemência), perseverança, senso comum, retidão, independência, intelecto vivo. É capaz de expressar um conhecimento da realidade, da compreensão da alma e de suas potencialidades, sensibilidade com respeito à Divindade, à luz e à sabedoria.

Vícios e expressões errôneas:
Crítica enérgica, estreiteza de espírito, arrogância, rancor, falta de simpatia e reverência, preconceito. Pode expressar poder de racionalizar e destruir, detalhamento analítico, materialismo intenso, visão distorcida da verdade, devoção mental à forma e à atividade da forma, teologia, as implicações de uma ênfase errônea.

Este é o raio da ciência e da investigação. O homem deste raio possuirá um intelecto vivo, grande exatidão nos detalhes e fará incansáveis esforços para chegar à origem do mais pequeno dado e comprovar todas as teorias. Geralmente será extremamente verídico e a explanação de fatos perfeitamente lúcida, ainda que às vezes seja pedante e cansativo pela insistência nos detalhes insignificantes e inúteis. Será ordenado, pontual, formal, detestando favores ou adulações.

É o raio do grande químico, do eletricista prático, do engenheiro de primeira classe, do grande cirurgião. Como homem de estado, o homem do quinto raio terá pontos de vista estreitos mas será um excelente chefe de qualquer departamento técnico especializado, embora seja desagradável trabalhar sob suas ordens. Como militar adotará facilmente a artilharia e a engenharia.

É raro o artista neste raio a menos que tenha como raios secundários o quarto ou sétimo. Ainda assim o seu colorido será apagado, as suas esculturas sem vida e a sua música (se compõe) será tecnicamente correta, mas, sem interesse. O seu estilo como escritor ou orador será claro mas carecerá de fogo e de agudeza; será muitas vezes prolixo no desejo de dizer tudo que possa sobre o seu tema.

SEXTO RAIO DE DEVOÇÃO

Virtudes especiais e expressões corretas:
Devoção, determinação, amor, ternura, intuição, lealdade, reverência. Pode expressar constância de percepção, um idealismo includente e dirigido, reação ou simpatia a respeito do ponto de vista dos demais, o bem do Todo e não da parte; boa disposição para ver progredir o trabalho dos demais ao longo da linha que tenham escolhido.

Vícios e expressões errôneas:
Amor egoísta e possessivo, dependência excessiva dos demais, parcialidade, desilusão, sectarismo, superstição, preconceitos, conclusões demasiado rápidas, ira violenta. Pode expressar violência, fanatismo, adesão obstinada a um ideal, miopia, militarismo e tendência a criar problemas com outras pessoas e com grupos, capacidade de não ver nenhum ponto de vista que o seu, suspicácia quanto aos motivos dos demais, devoção emocional e idealismo confuso, intensa capacidade para ser pessoal e para enfatizar as personalidades.

É denominado o raio da devoção. O homem que pertence a este raio tem instintos e impulsos religiosos e um intenso sentimento pessoal; nada nele é tomado com normalidade. Tudo, a seus olhos, ou é perfeito ou intolerável, seus amigos são anjos e seus inimigos o oposto; em ambos os casos o seu ponto de vista não se baseia nos méritos intrínsecos de qualquer das duas classes, mas na forma na qual as pessoas lhe atraem, ou na simpatia ou falta de simpatia que mostra para seus ídolos favoritos, concretos ou abstratos, já que está cheio de devoção, seja para uma pessoa ou para uma causa.

O melhor tipo deste raio produz o santo, o pior o intolerante ou o fanático, o típico mártir ou inquisidor. Todas as guerras religiosas ou as cruzadas nasceram do fanatismo do sexto raio. O homem deste raio é muitas vezes de natureza amável mas cai sempre no furor inflamado e na irascibilidade. Dará sua vida pelo objeto de sua devoção ou reverência, mas não levantará um dedo para ajudar aqueles com quem não simpatiza. Como militar odeia a luta, mas, muitas vezes no fragor da batalha lutará como um possesso. Não é nunca um grande homem de estado nem um bom homem de negócios, mas pode ser um grande predicador ou orador. O homem do sexto raio será o poeta das emoções (como Tennyson) e o autor de livros religiosos em verso ou prosa. É um devoto da beleza, da cor e de todas as coisas belas, mas sua capacidade produtiva não é grande, a não ser que sofra influência dum dos raios artisticamente práticos, o quarto ou o sétimo. A sua música será sempre de caráter melodioso e geralmente será compositor de oratórios e música sacra.

O instinto que caracteriza este sexto raio é o gosto – gosto nos alimentos, nas relações humanas, na cor, nas formas, na arte, e assim por diante. Este gosto discriminador alcançou um grau relativamente elevado de desenvolvimento, e o “bom gosto” constitui atualmente para as massas uma preciosa virtude e uma meta. Mas este sentido do gosto deve ser transmutado na sua correspondência mais elevada – um sentido discriminador dos valores.

As pessoas do sexto raio são, na sua maior parte, os reacionários, os conservadores, os intransigentes e os fanáticos, que agarram a tudo quanto é do passado e cuja influência é poderosa na hora de obstaculizar o progresso da humanidade rumo à nova era. São inumeráveis. Entretanto, proporcionam o equilíbrio necessário e são responsáveis por um processo de estabilização que é extremamente necessário no mundo atual.

SÉTIMO RAIO DE ORDEM CERIMONIAL OU MAGIA

Virtudes especiais e expressões corretas:
Firmeza, Perseverança, coragem, cortesia, extremo cuidado nos detalhes, independência. Pode manifestar a magia branca, emprego dos poderes da alma com fins espirituais, identificação com a realidade, ordem correta por meio da magia correta, capacidade de cooperar com o Todo, trabalho mágico de interpretação, manifestação da divindade.

Vícios e expressões errôneas:
Formalismo, intolerância, orgulho, estreiteza de espírito, julgamentos superficiais, abuso das opiniões pessoais. Pode manifestar a magia negra, ou empregar poderes mágicos com fins egoístas, capacidade de “da trincheira observar o touro” até que emerjam os valores egoístas; desordem e caos através duma tergiversação do Plano divino, errôneo emprego da palavra para conseguir os objetivos escolhidos; falsidade, magia sexual.

Este é o raio do cerimonial, o raio que faz um homem sentir deleite em “todas as coisas realizadas decente e ordenadamente” de acordo com as regras e precedentes. É o raio do sumo sacerdote e do camarista da corte, do soldado que tem o gênio nato para a organização, do administrador geral ideal que veste e alimenta as tropas da melhor maneira possível. É o raio da enfermeira perfeita para os enfermos, cuidadosa nos mínimos detalhes, embora às vezes seja muito inclinada a negligenciar as idiossincrasias do paciente e a procurar submetê-lo numa rotina férrea.

É o raio da forma, do escultor perfeito que vê e cria a beleza ideal; do desenhador de belas formas e de modelos de toda a ordem; mas um homem assim não terá êxito como pintor a não ser que seu raio de influência seja o quarto raio. A obra literária do homem do sétimo raio será notável pelo seu estilo extremamente refinado, e tal escritor pensará mais na forma que no tema do seu trabalho, mas será sempre fluente, quer escrevendo ou falando. O homem do sétimo raio é freqüentemente sectário. Deleitar-se-á com os cerimoniais e celebrações, grandes procissões e espetáculos, revistas de tropas e navios de guerra, árvores genealógicas, regras e costumes.

O tipo mau deste raio é o supersticioso que se preocupa com os presságios, sonhos, as práticas ocultas e os fenômenos espíritas. O tipo bom do raio está absolutamente determinado a fazer o que é correto, dizer a palavra justa no momento oportuno. Daí o seu grande êxito social.

O sétimo raio é o meio de relação; é a energia que produz ordem; sua função principal é reunir os aspectos negativos e positivos dos processos naturais. Uma das principais características do homem do sétimo raio é sua intensa praticabilidade; trabalha no plano físico com um objetivo firme e constante, a fim de obter resultados.

AS NAÇÕES E OS RAIOS

Deveria ser recordado que cada raio personifica uma idéia que pode ser sentida como um ideal. Os raios no tempo produzem o padrão mundial que modela todas as formas e, portanto, assegura a potência interna do processo evolutivo. Esta tendência para formar padrões está sendo reconhecida atualmente pela psicologia moderna com relação ao ser humano, e seus padrões emocionais ou mentais estão sendo classificados e estudados. O mesmo acontece com as nações e as raças.

É muito perigoso, nestes dias de dificuldades e de turbulência mundial, expressar mais claramente com relação às futuras linhas de desenvolvimento. O destino e a futura função das nações jazem ocultas nas suas atividades presentes. A maioria dos leitores é muito nacionalista no seu modo de pensar, e excessivamente absorvidos com a importância capital de sua própria nação e sua suprema significância, para que se possa fazer mais do que generalizar e indicar as principais linhas do progresso. O papel do profeta é perigoso, pois o destino se encontra nas mãos do povo, e ninguém sabe exatamente o que fará o povo – quando despertado e educado.

Toda nação – sem exceção – tem suas virtudes e vícios peculiares que dependem do ponto de evolução, da medida de controle do raio da personalidade, do controle emergente do raio da alma, e o centro de interesse da nação. Na sua maior parte a alma do povo está representada por aqueles que reagem à influência do raio da alma enquanto que, normalmente, as massas estão condicionadas pelo raio da personalidade. Normalmente o destino de uma nação encontra-se nas mãos de seus líderes. Eles reúnem as forças da nação, enfocam (se são bastante intuitivos) a intenção nacional e desenvolvem as características do povo, deixando realmente atrás de si a memória dos símbolos da intenção, os ideais ou a corrupção nacionais.

Também é necessário ter presente que, no transcurso dos séculos, as nações podem “renascer” várias vezes ou nascer sob uma nova forma que poderíamos denominar um período (se é de pouca importância) ou uma civilização (se é bastante significativa e dramática). Portanto, ao longo de um período de tempo a personalidade pode mudar; mas tais ciclos são muito mais vastos que o de uma vida individual humana. Algumas nações são fluidas e não estão corretamente integradas; outras são entidades integradas, ou personalidades em plena expressão; outras estão cristalizadas e quase esgotaram seu curso como personalidades; outras mais estão entrando sob a influência do seu raio da alma, conduzindo para outro ciclo de fluidez; outras poucas estão num estado puramente embrionário. Deve ser recordado que com os indivíduos – como com as nações – a reação a uma crescente influência do raio da alma vai sempre acompanhada de um período de desmoronamento. Esta demonstração de destruição é, sem embargo, somente temporal e preparatória.

Será útil ao leitor considerar as expressões superior e inferior dos raios, observando como se desenvolvem com relação aos raios da alma e da personalidade das diferentes nações. De fato, um estudo detalhado do que representa cada nação será muito revelador e seu padrão emergirá – um padrão do egoísmo da personalidade ou um padrão das metas da alma. Vamos expor alguns exemplos das nações e os raios.

FRANÇA: Alma de Quinto Raio; personalidade de Terceiro Raio.
O cintilante e brilhante intelecto francês, com sua tendência científica, deve-se à interação do terceiro Raio da Inteligência Ativa com o quinto Raio da Compreensão Científica. Se a energia da alma de quinto Raio puder fazer sentir sua potência, e sua ação separatista transformar-se na função reveladora deste raio, então poderá ser concedida à França a glória final de demonstrar ao mundo o fato da alma e de realizar uma demonstração do controle da alma. O gênio do intelecto francês pode mudar o padrão da alma a termos que a humanidade entenda, e uma verdadeira psicologia da alma poderá vir à existência.

ALEMANHA: Alma de Quarto Raio; personalidade de Primeiro Raio.
O gênio da Alemanha, no passado, freqüentemente se expressou segundo sua alma de quarto raio e, através do seu poder, a Alemanha deu muito de música e filosofia à humanidade.

Durante o período de 1914-1945 o esforço por conservar a pureza racial se deveu principalmente à sua personalidade de primeiro raio; sua energia de quarto raio foi a responsável pelo esforço por padronizar e harmonizar todos os elementos contidos dentro de suas fronteiras até chegar a um grau extremo de disciplina. Estamos observando uma nova fase e ciclo na história deste país que salta à proeminência através do conflito, mas que é essencialmente um processo de liberação da alma para uma expressão mais plena.

Com relação com esta emergência para a manifestação do raio da alma do povo alemão, sua expressão inferior é a da construção arquitetônica. Sua elevada expressão, todavia, não é apreciada mas, algum dia, a Alemanha dará ao mundo uma sólida forma de governo hierárquico.

GRÃ BRETANHA: Alma de Segundo Raio; personalidade de Primeiro Raio.
A faculdade governante do Raio da Vontade ou Poder é a característica notável da Grã Bretanha. É um expoente da arte do controle e sua função tem sido a de produzir a primeira tentativa grupal federativa de nações que o mundo contemplou e demonstrar a possibilidade de tal grupamento.

A Grã Bretanha representa aquele aspecto da mente que se expressa em governo inteligente, baseado na compreensão justa e amorosa. Este é, lógico, o ideal à sua frente, mas não ainda exatamente a conquista realizada. Se seu ideal de justiça (que é o padrão do seu raio de personalidade) puder se transformar por meio de seu raio de amor, num serviço mundial justo e inteligente, então dará ao mundo o modelo desse verdadeiro governo que é o talento da qualidade da alma dos britânicos.

ÍNDIA: Alma de Primeiro Raio; personalidade de Quarto Raio.
A Índia oculta a luz e essa luz quando for liberada sobre o mundo e revelada à humanidade trará harmonia ao aspecto forma. Esta luz harmonizadora é profundamente necessária à própria Índia e quando se manifestar permitirá a correta atividade do Primeiro Raio de Poder ou de Governo.

RÚSSIA: Alma de Sétimo Raio; personalidade de Sexto Raio.
Uma cuidadosa análise do idealismo da Rússia e dos Estados Unidos revela que não há semelhanças nos seus idealismos porque a Rússia está impulsionada pelo sétimo raio da sua alma, favorável à imposição de cerimonial de ritmos ordenados que conduzem a uma ordem idealizada e a uma comunidade de interesses.

O raio de sua alma é o sétimo e o da sua personalidade o sexto. A isso se deve o tremendo conflito existente entre a fanática crueldade do seu regime de sexto raio e a inofensividade espiritual que é o princípio básico da ideologia nacional. Daí também o materialismo de vários setores importantes da sua população e a fraternidade essencial que impõe o idealismo e a aspiração mística do gênio russo, expressado através da totalidade de seu povo.

Sua meta, que se desenvolverá na medida que chegar a uma compreensão mais verdadeira, é enlaçar o Leste e o Oeste, e também o mundo do desejo e o da aspiração espiritual, o do fanatismo que produz crueldade e o da compreensão que produz amor, o de um desenvolvido materialismo e o de uma aperfeiçoada santidade, o do egoísmo de um regime materialista e o da falta de egoísmo de um povo de mentalidade mística e espiritual. Tudo isso de forma extremamente pronunciada e peculiar.

ESPANHA: Alma de Sexto Raio; personalidade de Sétimo Raio.
A Espanha tem alma de sexto raio e personalidade de sétimo raio – invertendo assim as forças que se expressam através do espírito russo. A Espanha atua também como vínculo no reajuste mundial, mas neste caso o vínculo é entre a Europa e a África, sendo que a Espanha já serviu anteriormente nesta função. Ficará igualmente óbvio, como foi inevitável a relação entre a Espanha e a Rússia, como a ideologia deste último país influiu no governo nacional. Também tornará aparente por que o campo de batalha para as duas grandes ideologias – Fascismo e Comunismo – se travou, inevitavelmente, na Espanha. Quanto ao fanatismo, a crueldade natural, o idealismo fervoroso, o orgulho arrogante e a qualidade religiosa e mística do caráter espanhol, obviamente são originários do sexto raio e estão altamente cristalizados.

Estados Unidos: Alma de Segundo Raio; personalidade de Sexto Raio.
Os Estados Unidos representam a faculdade intuitiva que se expressa como iluminação, mais o poder de unir e fundir. Tem o sexto raio como raio da personalidade, e daí vêm muitas de suas dificuldades de personalidade. Daí também sua forte vida de desejo, impelindo-a para uma expressão sexual e para o materialismo, mas um materialismo muito diferente do francês, já que o cidadão americano valoriza o dinheiro só pelos efeitos que pode produzir na sua vida e pelo que torna possível. Daí também a rápida resposta do continente americano a toda forma de idealismo, à necessidade dos outros, inclusive seus inimigos, à compaixão por todos os que sofrem e a um pronunciado progresso para um humanitarismo bem definido.

Existe uma poderosa determinação de se aderir obstinadamente a qualquer decisão tomada. Isto é reforçado por sua personalidade de sexto raio, às vezes até alcançar um ponto de cegueira fanática, em detrimento da visão de longo alcance quando necessária. O sétimo raio, ao fazer impacto sobre o sexto raio, produz os numerosos grupos mágicos, espiritualistas e ocultistas que florescem atualmente nos Estados Unidos.

O problema do idealismo cambiante é grande, e existe a tentação de se esconder por trás da miragem de lutar por um ideal mais do que reagir à necessidade do mundo e de se abster de reagir ao raio da alma, que é o raio do amor.

RELAÇÕES

O que na verdade está ocorrendo é uma mudança na consciência humana, desde seu enfoque sobre as energias individuais que atuam através de algum círculo fechado específico (individual, nacional, continental ou racial) até um grupo de sua inter-relação e de seus efeitos mútuos. Esta ciência pode ser estudada de diferentes maneiras:

1 – Do ângulo dos antagonismos que parecem inevitáveis e que podem ser explicados em função das energias de raio, e que podem ser neutralizadas mediante o correto emprego das energias da alma.
2 – Do ângulo da igualdade de forças, conduzindo inevitavelmente à identidade de interesses e atividades.
3 – Do ângulo da fusão, da unidade e das metas.
4 – Do ângulo da humanidade como um todo.

As relações nacionais e as principais brechas (clivagens, fragmentações, separações, vazios, NT) intelectuais estão, portanto, baseadas nas influências dominantes de raio. Espanha, Áustria e França, estando dominadas pelos raios sétimo, quinto e terceiro, têm uma estreita relação; isto se definiu de forma muito interessante na Idade Média. Os destinos dessas três nações estavam estreitamente relacionados. Analogamente, os Estados Unidos se encontram espiritual e intimamente associados – no seu aspecto forma – com o Brasil, a Rússia e a Itália. Daí a influência prematura de certos tipos de emigrantes no país e daí também a atração dos países sul-americanos sobre a consciência americana. O sexto raio de Idealismo é poderoso na Rússia, nos Estados Unidos, na Itália e na Espanha; a fanática adesão a um ideal foi a responsável pelas potentes mudanças nestes países.

Consideramos os raios e as relações de apenas uns poucos países, mas os mesmos métodos podem ser aplicados a qualquer nação e raça e deveriam resultar de profundo interesse para todo estudante de história.

RESUMO

1 – As almas de todos os seres humanos pertencem a algum dos sete raios.

2 – Durante a maior parte da nossa experiência racial e vital estamos regidos seqüencialmente e mais tarde simultaneamente por:

A – O corpo físico, que está dominado pelo raio que governa a soma total dos átomos desse corpo.
B – A natureza emocional ou de desejo.
C – O corpo mental ou a natureza mental.
D – Mais adiante, no plano físico, o raio da alma começa a trabalhar na e com a soma total do mencionado anteriormente, que constitui – quando alinhado e atuando em uníssono – a personalidade. O efeito dessa integração geral é produzir uma etapa na qual o raio da personalidade emerge com clareza.

3 – Quando o raio da personalidade torna-se acentuado e dominante (e o corpo físico, as emoções e a mente subordinam-se a ele) acontece a luta entre o raio egóico ou alma e o raio da personalidade. A diferenciação torna-se claramente assinalada e o sentido da dualidade se estabelece mais definidamente.

4 – Eventualmente, o raio ou a influência da alma se torna o fator dominante e os raios do corpo físico e das naturezas emocional e mental se convertem nos sub-raios deste raio controlador.

5 – O raio da personalidade concentra seu principal campo de atividade e expressão no corpo físico. Define sua tendência e propósito de vida, sua aparência e ocupação. O raio da personalidade induz uma atitude separatista e ao conseqüente apego ao aspecto forma da manifestação.

6 – O raio da alma exerce uma ação direta e específica sobre a natureza emocional. Induz à consciência grupal e ao desapego da forma externa, provocando apego ao aspecto vida da manifestação e ao todo subjetivo.

7 – Como o ser humano, todas as nações estão controladas por dois raios. Todas as nações estão controladas por um raio da personalidade que é dominante, poderoso e o principal fator controlador neste momento, e por um raio da alma que somente os discípulos e aspirantes de qualquer nação estão começando a sentir.

OBJETIVOS DO ESTUDO DOS RAIOS

a) Lançar muita luz sobre as épocas e ciclos no panorama que de desenrola na história.

b) Aclarar nosso conhecimento sobre a natureza do homem.

c) Proporcionar um método de análise mediante o qual podemos chegar a uma compreensão correta de nós mesmos e a uma compreensão mais sábia de nossos semelhantes.

Muito se tem aprendido sobre esse ser composto chamado Homem, e o homem, como entidade psíquica, é um fato estabelecido na natureza, como também o é o homem como animal. Mas o homem como alma continua sendo uma especulação, uma esperança, uma crença. O fato da alma ainda não foi reforçado, e ajudando a verdade a evidenciar a luz, tratamos de levar o tema dos sete raios aos pensadores contemporâneos para que a luz deste conhecimento esotérico possa ser lançada sobre a ciência da psicologia.

Se algo tem surgido nas mentes dos investigadores ao estudar o homem, é o fato de que este é essencialmente dual; de alguma forma misteriosa são dois seres; e a guerra entre estes dois é a que tem conduzido a todas as neuroses e complexos que põem à prova a habilidade dos psicólogos para resolvê-los. Quando se tiver captado a verdadeira natureza dos sete raios e quando seu efeito sobre a humanidade, ao expressar os sete tipos de homem também tiver sido compreendido, nos aproximaremos da questão da dualidade do homem com maior inteligência. Compreenderemos melhor a natureza das forças que constituem uma ou outra destas dualidades.

Quando nos certificarmos, por meio de nossos estudos, por exemplo, que a tendência do nosso raio da alma é a da vontade ou poder, mas que o raio que governa a personalidade é o da devoção, podemos calibrar com maior exatidão nossa oportunidade, nossas capacidades e nossas limitações; podemos determinar mais justamente nossa vocação e serviço, nossos aspectos positivos e negativos, nosso verdadeiro valor e vigor. Estaremos em posição de julgar nosso problema específico com bom critério; poderemos, então, nos ocupar mais inteligentemente conosco mesmos, com nossos filhos e com nossos amigos e auxiliares.

O conhecimento dos raios e suas tendências e energias trará muita iluminação aos trabalhadores no campo das diversas ciências. Todas as ciências se encontram sobre um ou outro dos raios, e uma ciência é, literalmente, a luz lançada por um raio num campo específico da manifestação divina.

Mas o principal atrativo do estudo dos raios se encontra, certamente, no seu interesse humano; e este estudo avivará e despertará nos psicólogos uma verdadeira compreensão do homem. Um raio predispõe um homem a certos vigores e debilidades, e constitui tanto seu princípio limitador como o que o capacita. Governa o método de suas relações com outros tipos humanos e é responsável por sua reação, como forma, a outras formas. Dá-lhe o seu colorido e qualidade, seu tom geral nos três planos da personalidade e modela a sua aparência. Certas atitudes mentais são fáceis para um tipo de raio e difíceis para outro. Certas almas, por seu destino de raio, encontram-se em determinados campos de atividade e esforço. Por último, mas não menos importante, grupos de pessoas, organizações, nações e grupos de nações são todos resultados da atividade e magnetismo de raio. Daí que o entendimento das forças (que chamamos raio) torna-se valioso para compreender a qualidade, natureza e destino das vastas massas humanas.

A PRECIPITAÇÃO DAS IDÉIAS

Plutarco expressou para nós uma antiga afirmação com as conhecidas palavras que: “Uma idéia é um Ser incorpóreo, que não tem substância em si, mas que dá figura e forma à matéria informe e se converte na causa da manifestação”.

Que há neste mundo objetivo que não seja o símbolo inadequado de uma idéia divina? Que temos na nossa manifestação externa senão o sinal visível (nalguma etapa do propósito evolutivo) do Plano da Deidade criadora? Que somos nós mesmos senão a expressão externa de uma idéia divina? Devemos aprender a ver os símbolos ao nosso redor e depois a penetrar por trás do símbolo até a idéia que deveria se expressar. Os símbolos são as formas externas e visíveis das realidades espirituais internas e, quando se tiver adquirido facilidade para descobrir a realidade por trás de qualquer forma específica, este mesmo fato indicará o despertar da intuição.

Para nosso propósito, a intuição pode ser considerada como a apreciação de alguma lei da manifestação, de algum aspecto da verdade ou “conhecimento correto” que emana do reino das idéias – essa nuvem de sabedoria que se amolda sobre o plano mental e é conhecida no Oriente como a “nuvem de coisas conhecíveis”. Este reino das idéias contém verdades que estão sempre presentes, mas, somente descem gradativamente à consciência do cérebro físico na medida que o homem evolui. Nas numerosas instâncias, a nuvem não se precipitou o suficiente para que a chuva caia das alturas celestiais ao plano físico ou para que as “coisas conhecíveis” sejam conhecidas pelo cérebro físico.

Ao captar e se apropriar uma idéia, é necessário expressá-la mediante a construção do que poderia ser denominado formas mentais necessárias para a sua personificação. Noutras palavras, para apresentar uma idéia à humanidade, tem que estar “arraigada”; tem que estar “vestida” com matéria mental, emocional e física. Assim, a idéia revelada torna-se algo a desejar e a materializar; a faculdade de criar formas da mente entra em funcionamento, e a idéia dá seu primeiro passo real para corporificar-se: tomar forma.

Assim a idéia se converte no “ideal”, uma expressão temporal (boa ou má) de uma idéia básica. Esse ideal, quando é corretamente captado e utilizado, proporciona uma ajuda temporal para a consecução da meta de um homem, de um grupo ou de uma raça; não está destinada a ser permanente mas simplesmente a servir uma necessidade e a indicar um caminho para sair do passado e ir para um futuro mais adequado. Mais adiante havendo cumprido seu propósito, a forma externa morre e é eventualmente dissipada.

Existem numerosas dificuldades relacionadas com a precipitação de idéias. Por exemplo, às vezes o velho ideal não morre mas cristaliza-se (num “ídolo”), transformando-se num impedimento para as novas idéias que buscam uma forma. Inicialmente, a apreciação de idéias pode ser vaga e nebulosa e pode se chegar a ela de um ângulo secundário; ou pode não ser mais que um fragmento de um todo muito maior. O equipamento que um homem emprega para a interpretação é com freqüência inadequado, e então a idéia que surgiu na sua consciência será distorcida na sua descida à consciência do cérebro físico. Às vezes a nova idéia, ao se arraigar, é inicialmente expressada e aplicada pelo homem na sua forma mais bruta e perniciosa (veja-se a bomba atômica). Estamos rodeados por idéias que se transformaram em ideais e, nalguns casos, em ídolos; idéias novas e antigas, tais como o nacionalismo ou o internacionalismo, a exclusividade ou a inclusividade, as diversas ideologias, as Nações Unidas, ou mesmo um livro cujas palavras vestem ou velam uma idéia.

Também temos o problema da ilusão que poderia talvez ser descrita como uma idéia, encarnada na forma de um ideal, que não deixa espaço a nenhum outro tipo de ideal. Portanto exclui a capacidade de contatar idéias. O homem está amarrado ao mundo dos ideais e do idealismo. Não pode sair dele. Esta ilusão mental amarra, limita e aprisiona o homem. Uma idéia concreta é contemplada como a totalidade da apresentação, como a história ou o completo desfecho; e, conseqüentemente, uma boa idéia pode transformar-se em ilusão e se mostrar como um fator condicionante desastroso – umaidéia fixa – na vida do homem que a registra.

Aí, onde existir uma vaga reação interpretativa a uma idéia ou onde há ilusão, encontramos fanáticos emergentes, idealistas confusos, sádicos que impõem a idéia tal como a captaram, homens e mulheres obstinados e estreitos, que buscam expressar sua interpretação. Essa ilusória representação da realidade e essa demonstração visionária da idéia têm sido tanto o orgulho como a maldição do mundo.

CINCO IDÉIAS PRINCIPAIS

É desnecessário observar que a história do mundo é baseada no aparecimento de idéias, sua aceitação, sua transformação em ideais, e sua final substituição pela imposição de idéias seguintes. É neste domínio das idéias que a humanidade não é um agente livre. Este é um importante ponto a considerar. Uma vez que uma idéia se torne um ideal, a humanidade pode livremente aceitá-la ou rejeitá-la, mas as idéias vêm de uma fonte superior e são impostas à mente racial, queiram-no os homens ou não. Do uso feito dessas idéias (que são de natureza das emanações divinas, corporificando o plano divino para o progresso planetário) dependerá a rapidez do progresso humano ou seu retardamento por falta de compreensão.

A humanidade está hoje muito mais sensível às idéias do que antes, e daí as muitas ideologias conflitantes e o fato de que – em defesa de seus planos – mesmo a mais recalcitrante das nações tem de descobrir alguma desculpa idealística para ser colocada ante as outras nações, quando ocupada com alguma infração de reconhecida lei. Este é um fato de grande significação para a Hierarquia, uma vez que indica um ponto alcançado. As maiores idéias no mundo atual caem em cinco categorias que farão bem em lembrar.

1 – As antigas e herdadas idéias que controlaram a vida racial durante séculos – agressão por amor à posse e à autoridade de um homem ou de um grupo, ou uma igreja que representa o Estado. Por motivos políticos tais poderes podem trabalhar por trás das cenas, mas seus dogmas e motivos são facilmente reconhecíveis – ambição egoísta e uma autoridade violentamente imposta.

2 – As idéias que são relativamente novas, tais como nazismo, fascismo e comunismo, mesmo não sendo realmente tão novas quanto as pessoas são capazes de pensar. São iguais num ponto importante, isto é, o Estado ou a comunidade de seres humanos tem importância enquanto o indivíduo não; ele pode ser sacrificado a qualquer momento pelo bem do Estado, ou o assim chamado bem geral.

3 – A idéia, nem velha nem particularmente nova, da democracia, na qual (supostamente, mas não ainda de fato) o povo governa e o governo representa a vontade do povo.

4 – A idéia de um estado mundial, dividido em várias grandes partes. Este é o sonho dos poucos de mentalidade inclusiva, para o qual muitos consideram a humanidade ainda despreparada. Em direção a isto o mundo inteiro está dirigido, a despeito de suas muitas ideologias, cada qual lutando pela supremacia e esquecido do importante fato de que todas essas ideologias podem ser temporariamente adaptadas aos grupos ou às nações que as adotam. Nenhuma delas é adequada ao uso geral (e o digo igualmente, da democracia ou de outra qualquer ideologia); elas satisfazem bem, com toda probabilidade, as nações que as aceitam e moldam sua vida nacional em suas premissas; são apenas substitutos transitórios neste período de transição entre as eras pisceanas e aquarianas, e não podem durar permanentemente. Nada ainda é permanente. Quando a permanência for alcançada, a evolução cessará e o plano de Deus estará consumado. E então? A revelação maior virá ao final deste período mundial, quando a mente humana, a intuição e a consciência da alma sejam tais que a compreensão será possível.

5 – A idéia de uma Hierarquia espiritual que governará o povo por todo o mundo e corporificará em si mesma, os melhores elementos dos regimes monárquico, democrático, totalitário e comunista. Muitos destes grupos de ideologias têm latente em si, muita beleza, força e sabedoria, e também uma contribuição valiosa e profunda para fazer ao todo. Cada um verá finalmente sua contribuição personificada sob o Controle da Hierarquia dos Senhores de Compaixão e dos Mestres de Sabedoria. A restauração do antigo controle atlante pelas forças espirituais está ainda no futuro, mas a Era de Aquário verá a restituição desse governo interno e espiritual numa volta mais alta da espiral.

Tudo isso será inevitavelmente produzido pelo trabalho daqueles que agem num ou noutro dos cinco raios controladores a que me referi. Nada pode interromper ou, na verdade, impedir seu efeito unido. Este é um ponto que deve ser recordado. O homem moderno está pronto a condenar a ideologia que não lhe seja familiar e para a qual ele não tenha uso. Repudia aquelas idéias que não jazem na base de sua vida nacional e pessoal, ou na tradição, e que não lhe conviriam como indivíduo nem iriam de encontro à necessidade da nação à qual ele pertence.

O reconhecimento destes fatos conduziria a dois resultados, se corretamente utilizados: primeiro, o indivíduo que aceita e é devotado a uma ideologia particular, cessaria de antagonizar outras ideologias, pois lembrar-se-ia que o acidente do nascimento e de ambiente é grandemente responsável por fazer dele – como indivíduo – o que ele é e na determinação de suas crenças. E, segundo, terminaria com a tentativa de impor uma ideologia pessoal ou nacionalmente aceita (política ou religiosa) a outras nações ou pessoas. Estes são passos básicos em direção à paz e compreensão finais, e daí eu os enfatizar hoje. (O Destino das Nações, pág. 10-12)

A SITUAÇÃO ATUAL

1 – Não é necessário resumir a terrível situação atual no mundo. Insegurança, ódio, homicídios, desconfiança, políticas desonestas, engano, guerra, fome – a lista é grande e isto é somente uma parte. Entretanto, reflitam sobre isso, pois constitui o panorama a partir do qual devemos trabalhar e indica a magnitude da oportunidade à qual os homens de boa vontade enfrentam na atualidade.

2 – No conjunto deste jogo de idéias e no constante impacto sobre a consciência humana dos grandes conceitos que estão por trás do nosso processo evolutivo a raça desenvolverá o poder de pensar, de escolher e de construir sobre sólidos alicerces. A exposição da evolução das idéias provocará uma marcha constante para a liberdade de pensamento (segundo o velho método de experimentar, de eliminar e de esforço renovado, e sempre com mais conceitos novos) que permitirá à humanidade construir segundo os arquetípicos mentais que sustentam a estrutura externa do nosso mundo. As mentes mais atentas desta era são constantemente sensibilizadas por esses arquetípicos e assim a mente individual poderá reconhecê-los o que permitirá serem conduzidos da obscuridade para a luz do dia. Desta maneira os verdadeiros arquétipos mentais estão à disposição de todos, desempenhando a sua parte principal na condução dos destinos da raça para as mais profundas realizações que amoldarão os tipos raciais e obterão a compreensão sintética de onde nascerá a Fraternidade. Portanto os pensamentos jogam a sua parte e o problema das idéias será cada vez melhor compreendido até o momento em que tenhamos preparados pensadores intuitivos capazes de trabalharem diretamente no mundo dos conceitos e de reconduzir (para uso da raça) as idéias arquetípicas sobre as quais se poderá construir. Dizendo isto posso ser acusado de imaginativo ou de comunicar coisas impossíveis, mas o tempo comprovará a verdade de minhas predições. A estrutura mundial emerge dos modelos mentais internos e é construída por eles, os quais produzem...(as ideologias) e as experiências governamentais em todas as nações. (Um Tratado sobre os Sete Raios I pág. 153-4)

3 – O trabalho psicológico a ser feito convocará todos e cada um que conhece a necessidade de despertar a alma das diferentes nações. Ocupar-se-ão em manifestar a realidade da existência da alma e do surgimento da nova psicologia. Sua tarefa principal será relacionar a alma com a personalidade, que conduzirá à revelação da divindade através da humanidade. Atuarão ademais como transmissores de iluminação entre grupos de pensadores e também como iluminadores do pensamento grupal. Transmitem agora energia de um centro mental a outro, sobretudo a energia das idéias. O mundo das idéias é um mundo de centros de força dinâmica. Deverá ser estabelecido contato com estas idéias e serem anotadas, e sua energia deve ser assimilada e transmitida. (Discipulado na Nova Era I. pág. 51)

4 – Portanto, aqueles que entendem a natureza da psicologia e como a sua correta aplicação pode conseguir a reabilitação, integração e cura individual e, eventualmente, nacional, se encontram sob uma verdadeira responsabilidade. Formam, peculiarmente, um grupo de enlace. É-nos dito que:

Os psicólogos trabalham sob o mandado délfico “Homem, conhece-te a ti mesmo”. Este grupo é mais sintético nalguns de seus aspectos básicos que alguns dos restantes grupos que atualmente intentam ajudar. Preocupa-se pela humanidade, pelos diversos tipos de humanidade... e pelas características do homem e o propósito – oculto ou aparente – de seu ser.

Trabalham com indivíduos, e através deste trabalho influenciam grupos e, através dos grupos, as nações.

TRABALHO PREPARATÓRIO

Somente quando os homens pensarem nestes termos mais amplos, será possível a fusão de todos eles, a fraternidade virá à existência e a humanidade será uma realidade na nossa consciência. (Problemas da Humanidade, pág. 11)

1 – Leia o capítulo sobre a Reabilitação Psicológica das Nações em Problemas da Humanidade. A reabilitação psicológica é agora uma frase comum de uso diário, que indica o restabelecimento de uma psique sólida e equilibrada depois de um período de enfermidade físico-psíquica. Indica não somente a recuperação dos estragos da enfermidade, mas, mais freqüentemente, a eliminação dos defeitos psicológicos subjacentes e anteriores que provocaram a enfermidade ou o desmoronamento. Todo indivíduo tem o problema de conviver consigo mesmo e, em segundo lugar, com seus vizinhos, e descobrimos o mesmo paralelo em cada nação, por exemplo: problemas de unidade nacional e de corretas relações internacionais, de conflito de isolamento frente às relações compartilhadas.

2 – Recorde a lei oculta que afirma que para chegar a uma verdade deve-se argumentar do universal para o particular. Não estamos, portanto, tratando com os problemas do indivíduo e sua causa ou solução, mas com a perspectiva geral maior das nações como totalidade, com sua inter-relação e bem-estar, suas metas e suas limitações. Esta compreensão o liberará para um mundo impessoal, mais além de atitudes pessoais.

3 – Reflita sobre a seguinte declaração:

Em todo problema psicológico da humanidade está essa destacada tendência a existir, caracterizado como Desejo. Todas as complexidades menores estão fundamentadas neste anseio básico, subordinadas a ele, ou emergem dele mesmo... Os homens dedicam sua vida a satisfazer tais anseios e desejos e realizam a conseqüente tarefa para consegui-lo... Tudo será regido por certo imperativo para conseguir satisfação, e isto caracteriza a busca do homem em cada etapa de seu desenvolvimento. (Um Tratado sobre os Sete Raios II, pág. 128-9)

Portanto, é óbvio que se deve considerar três coisas:

I – Que os assuntos mundiais parecem indicar que os desejos da humanidade estiveram mal direcionados.
II – Que a Guerra Mundial de 1939-1945 e suas seqüelas – o subseqüente aumento de lutas localizadas e a “guerra fria” – oferecem à humanidade a oportunidade de mudar as coisas, sempre que existir uma reorientação do desejo.
III – Que isso requererá uma reorientação do pensamento humano que conduzirá a um mundo diferente e melhor.

4 – Compreenda que todas as nações estão controladas pelo raio da personalidade que é dominante e potente, e o principal fator controlador neste momento. Assim mesmo todas elas estão caindo sob a influência da energia espiritual da alma, mas isto, por ora, somente é debilmente pressentido pelos pensadores de orientação espiritual e por aqueles que amam seus semelhantes. (Idem I, pág. 299)

a) Entender que uma nação tem uma alma é uma linha de pensamento tão importante como entender que cada um de nós é dual – alma e personalidade.

b) Sugere-se que os estudantes devem interessar-se por jornais, revistas e livros (como leitura diária) naquelas atividades nacionais que indicam a atividade da alma. As atividades da personalidade são óbvias e mais fáceis de discernir. As publicações da ONU são uma rica fonte de informação.

c) Recorde sempre que as nações variam exatamente como os indivíduos e que algumas nações estão mais próximas da expressão da alma que outras. Estude a natureza da energia da alma e da energia da personalidade nalgumas nações, tal como se deu neste Caderno.

ESBOÇO DE MEDITAÇÃO

Etapa I

1 – Reflita sobre o fato das relações. Você está relacionado com:
Sua Família.
Sua comunidade.
Sua nação.
O mundo das nações
A Humanidade Una, composta de todas as raças e de todas as nações.

2 – Utilize este mantram de unificação:

Os filhos dos homens são um, e eu sou um com eles.
Procuro amar e não odiar;
Procuro servir e não escolher serviço;
Procuro curar, não ferir.

Etapa II

1 – Pense no tema do serviço, os laços que mantém com os grupos de serviço e sobre como, com seus companheiros servidores, você pode ajudar o Plano divino.

2 – Reflita sobre o problema que está estudando e seja consciente que a boa vontade pode trazer soluções. Inclua o seguinte pensamento-semente:

Existe um impulso inato no homem que faz que ele se dirija para a divindade; então ele se converte num homem de boa vontade, num aspirante espiritual e alguém que ama a Deus (de acordo com sua própria definição) e, portanto, ama seus semelhantes... O que é verdade para o homem individual é eternamente verdade para as nações, e também para elas pode ser predita a mesma esperança de iluminação, de glória e de futuro triunfo espiritual.

3 – Invoque a inspiração espiritual ao buscar uma solução para o problema utilizando a estrofe final do mantram de unificação:

Que venham a visão e a percepção internas,
Que o porvir se revele.
Que a união interna se demonstre e acabem as divisões externas
Que o amor prevaleça. Que todos os homens amem.

Etapa III

Entenda que você está contribuindo para construir uma ponte entre o Reino dos Céus e a Terra. Pense sobre esta ponte de comunicação.

Etapa IV

1 – Havendo construído a ponte, visualize luz, amor e bênçãos descendo pela ponte para a humanidade.

2 – Utilize a Grande Invocação. Recite-a com intenção e com um total compromisso com seu significado:

A GRANDE INVOCAÇÃO

Do ponto de Luz na Mente de Deus
Flua luz às mentes dos homens.
Que a Luz desça à Terra.

Do ponto de Amor no Coração de Deus
Flua amor aos corações dos homens.
Que o Cristo volte à Terra.

Do centro onde a vontade de Deus é conhecida
Guie o propósito as pequenas vontades dos homens –
O propósito que os Mestres conhecem e a que servem.

Do centro a que chamamos raça dos homens
Cumpra-se o Plano de Amor e Luz.
E que ele vede a porta onde mora o mal.

Que a Luz o Amor e o Poder restabeleçam o Plano na Terra.

OM OM OM


PERGUNTAS PARA REFLEXÃO OU DISCUSSÃO

Depois de ter estudado este Caderno sobre os problemas psicológicos das nações, a leitura do primeiro capítulo do livro Problemas da Humanidade e qualquer outro material relativo a este tema, pode ser beneficente responder para si as seguintes perguntas:

a) Escolha duas potências mundiais. Onde crê você que residem seus maiores vigores e debilidades? Por exemplo, que há de correto e de errado na atitude psicológica dos Estados Unidos, ou da Alemanha, ou do Reino Unido, ou da Rússia? Quais deveriam ser seus objetivos psicológicos?

b) De que forma a mente de um indivíduo ou a opinião pública de uma nação afeta os assuntos mundiais e o pensamento mundial?

c) Por que o isolacionismo ou as políticas nacionais egoístas estão destinadas a fracassar no futuro? Da perspectiva internacional isso é factível e pode ser conseguido? Onde você se encaixa, como indivíduo, no panorama internacional? Que efeito você exerce na opinião pública?

d) Poderia você pôr com suas próprias palavras sua visão pessoal da humanidade, não como visão final de um mundo perfeito, mas como a visão de um mundo melhor durante os próximos cem anos?

e) Muitos pensam que a “esperança do mundo” está nas Nações Unidas e na sua capacidade como comunidade mundial para trazer a paz, segurança e estabilidade. Se as Nações Unidas tomassem uma decisão equivocada, do ponto de vista das corretas relações humanas ou de justiça, qual seria sua atitude?

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