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DIÁRIO SECRETO DE UM DISCÍPULO


Diário Secreto de um Discípulo - Vicente Beltrán Anglada

CAPÍTULO XXIII

A CONGREGAÇÃO ASHRÂMICA

Quando esotericamente falamos de um Ashram, estamos nos referindo concretamente a um "centro" oculto de treinamento espiritual, constituído por um Adepto da Grande Fraternidade, vários Iniciados, cuja graduação vai da primeira iniciação à quarta e de uma inumerável série de discípulos em distintos graus de evolução que ocupam - dentro de um inteligentíssimo sistema de ensinamentos - cada um dos sete níveis ou esferas que constituem o Ashram, da periferia até o centro. Como dissemos em várias outras ocasiões, um Ashram é uma representação perfeita de um Sistema Solar, com um Sol central, o Mestre, Seus próximos ou assistentes imediatos, Anjos e Iniciados e um vasto campo de expressão formado por grande número de entidades humanas, aspirantes espirituais e discípulos em distintos graus de evolução, que ocupam as diferentes esferas que, na totalidade, constituem o "círculo-não-se-passa" do Ashram.

Cada uma destas esferas tem a sua própria lei e ordem e, de acordo com esta particular vibração, são confeccionados os códigos de ensinamentos. Em certa ocasião, a senhora Alice A. Bailey nos contava que, ao criar as bases esotéricas da Escola Arcana, havia levado em conta aquela particularidade ashrâmica e que todos os graus, desde o de Servidores com o qual iniciavam os cursos de treinamento espiritual até o mais elevado, foram confeccionados de maneira similar ao do Ashram do seu Mestre, K. H. A divisa da Escola Arcana, à qual tive a satisfação de pertencer (de 1940 a 1969), era que os estudantes mais adiantados deviam ser os educadores dos que lhes vinham sucedendo no caminho do treinamento espiritual. Desta maneira foi criado o corpo de "secretários" que correspondem à categoria dos "observadores" de um Ashram.

Da mesma maneira como na Escola Arcana, cópia literal da constituição de um Ashram, a regra que rege o sistema de treinamento espiritual em qualquer centro espiritual da Hierarquia é que os discípulos mais adiantados ajudem aos mais atrasados, de maneira que entre uns e outros exista uma estreita comunhão espiritual - a maior parte das vezes de caráter subjetivo - até chegar às esferas superiores em que a vinculação dos discípulos com os Iniciados começa a ter caráter hierárquico e começam a ser construídas as bases iniciais do processo iniciático.


CAPÍTULO XXIV

OS EMBAIXADORES DO ASHRAM

Da mesma maneira como existem "enviados" ou embaixadores nas distintas Lojas espirituais planetárias, ou Fraternidades ocultas, também existe um corpo místico de relação ou comunicação na vida espiritual de um Ashram, mediante o qual são estabelecidas vinculações com os demais Ashrams da Hierarquia. O nosso grande amigo R. é o que poderíamos designar de embaixador do nosso Ashram em outros Ashrams, junto com outros membros iniciados de grande evolução espiritual e alguns exaltados Anjos de Hierarquia superior. Em certa ocasião, R. nos contava que a sua missão em tais casos era representar o Mestre e adquirir consciência do que acontecia nos principais Ashrams dos veneráveis Chohans de Raio, para transmitir certos códigos de ensinamento destes Ashrams para o nosso, em particular. Segundo nos dizia, todos nós temos de nos converter em embaixadores ashrâmicos, pois isto facilita extraordinariamente o trabalho do Adepto, que é o Senhor de um Ashram.

Considerações similares, embora expressas em termos angelicais, me foram formuladas por Jezasel, pois ELE, no que se refere ao trabalho dévico, vem a ser como um embaixador do Mestre. Em união com outros esplendorosos Anjos e em virtude das credenciais secretas do Mestre, possui o poder de formular novos mantras de construção e de enobrecimento das auras sutis do Ashram, colaborando na obra total de distribuição das energias, bastando observar, a partir dos seus maravilhosos níveis dévicos, a constituição das redes geométricas dos Ashrams superiores para poder construir as redes específicas das esferas do nosso Ashram em crescente e constante evolução espiritual.

É possível que estas ideias pareçam demasiado estranhas ou misteriosas à observação do leitor. Mas ele deve se dar conta de que falo de níveis ocultos e de condições extremadamente subjetivas, embora utilize uma linguagem tão concreta e definida como me é possível extrair da minha própria experiência espiritual. Em todo caso, eu sugeriria que se formulassem as seguintes perguntas: "O que sabemos realmente dos Ashrams da Hierarquia? Qual é a posição de um Ashram no esquema geral da Hierarquia? Conhecemos alguma coisa dos métodos de ensinamento e das leis solares que regem o sistema de treinamento espiritual? Já consideramos o assunto dos Ashrams do ângulo da analogia universal? Lemos em algum livro esotérico conhecimentos mais concretos - em que pese a extrema subjetividade do assunto dos Ashrams - como os que estamos formulando?" Procurem respondê-las depois, inteligentemente, e decidam então sobre a bondade ou ineficácia dos argumentos.

Minha única missão neste "Diário Secreto de um Discípulo" é "explicar fatos". O parecer sobre os mesmos não cabe a mim, mas a vocês.

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