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OS MISTÉRIOS DE SHAMBALLA


Os Mistérios de Shamballa - Vicente Beltrán Anglada
Com profunda e infinita reverência aos insignes Adeptos de SHAMBALLA, na ESCOLA DA COMPREENSÃO CÓSMICA.

Prefácio

Geralmente, quando se fala de SHAMBALLA, costuma-se referir a um lugar estranho, secreto, misterioso e inacessível. E isso é verdade, mesmo quando, ao juízo de alguns investigadores, seja considerado um "lugar físico", mas que, no dizer dos entendidos ou daqueles que realmente investigam os grandes segredos arcaicos da Natureza, SHAMBALLA está oculta nas misteriosas e impenetráveis regiões etéricas do planeta e somente os grandes Iniciados têm acesso àquele lugar.

Contudo, nos interiores dos Ashrams da Hierarquia, fala-se também de SHAMBALLA como de "um estado de consciência do Logos Planetário", do qual todos participamos em certa medida. Assim, o acesso aos suaves, ainda que tremendamente dinâmicos, Retiros de SHAMBALLA quer seja considerado um lugar físico pelos profanos, um recinto etérico pelos entendidos ou um estado de consciência do Logos Planetário pelos discípulos espirituais, virá sempre condicionado pelas provas, dificuldades e crises inerentes à Iniciação, que deverão ser enfrentadas e vencidas antes de se poder penetrar em seus maravilhosos santuários internos.

Essa é a primeira grande verdade a ser enunciada ao empreender nosso estudo sobre SHAMBALLA.

Quando, faz já alguns anos, o MESTRE sugeriu-me a ideia de escrever sobre SHAMBALLA uma vez que tinha cumprido parte da tarefa ashrâmica que me havia sido confiada (escrever sobre as atividades dévicas ou angélicas na vida da Natureza), respondi-lhe que tal possibilidade me parecia muito remota, dada a escassa informação que tinha naquele momento acerca desse inclusivo e misterioso Centro Planetário. O MESTRE sorriu, recordando-me que havia argumentado o mesmo uns anos atrás, quando ELE me havia sugerido escrever sobre os Devas. "...Tudo está contido dentro de SHAMBALLA: reinos, raças, homens e a totalidade dos seres vivos", disse-me ELE, "só deverás te esforçar para teres consciência dessa verdade enquanto estiveres meditando ou escrevendo. O resto, como é de Lei, virá por acréscimo. Lembra que estás te preparando para escrever sobre SHAMBALLA desde há muito tempo." E, ao dizer isso, fez surgir ante minha visão astral certos acontecimentos vitais de minha presente existência kármica, aos quais eu nunca tinha dado grande importância, mas que, segundo ia me mostrando o MESTRE, haviam constituído a chave de todas as atividades futuras que foram se realizando em minha vida ao longo dos anos.

O surgimento de meus livros esotéricos anteriores, o desenvolvimento da intuição e o estado permanente de atenção que tinha conseguido estabelecer em minha consciência eram, no julgar do MESTRE, as garantias do êxito espiritual obtido. "Assim, pois", terminou o MESTRE, "não te preocupes demasiadamente com esse novo trabalho sugerido, mas considera cuidadosamente que a chave mística, que tem que pulsar para poder penetrar em SHAMBALLA, e os necessários Mantras de Proteção para poderes te livrar do poder dos ASURAS que guardam as entradas das Portas Sagradas, devem ser conquistados por força de 'serena expectativa'. A serena expectativa desenvolve o centro coronário e a vontade espiritual do homem a extremos incríveis, a tal ponto que qualquer Mantra concedido tem a virtude de fazer girar as dobradiças de algumas das Portas que levam ao Sagrado Recinto onde habita o SENHOR DO MUNDO."

Os leitores dos meus livros anteriores terão percebido, talvez, quão frequentemente utilizo no desenvolvimento de minhas ideias o termo "serena expectativa", particularmente em Introducción al Agni Yoga, um livro onde se pondera sobre o estado de consciência exigido para se poder penetrar conscientemente nos misteriosos Recintos de SHAMBALLA. A serena expectativa contém a chave mística do processo iniciático, e com ela o mágico poder mantrâmico ou o "ABRE-TE SÉSAMO" que a abertura de algumas Portas Sagradas exige.

Os detalhes históricos aos quais o MESTRE tinha se referido (ou os acontecimentos vitais de minha existência kármica) tinham muito a ver, tal como oportunamente pude comprovar, com o gradual desenvolvimento dentro da minha consciência deste estado místico de serena expectativa a que fui introduzido em virtude de certas linhas de luminosa atividade procedentes de meu Ashram. E que, de acordo com o plano de conjunto que esse Ashram, através de outros muitos e bem qualificados discípulos dentro do mesmo, tinha a missão de realizar no mundo. Vi claramente essas incidências históricas refletidas na luz astral dos acontecimentos kármicos da minha vida, graças à intercessão do MESTRE e uma observação retrospectiva desses acontecimentos, o que me demonstrou, mais uma vez, a indescritível profundidade de visão do MESTRE, para Quem nem o tempo nem a lei dos três mundos guardam segredos.

A decisão de escrever sobre SHAMBALLA sugerida pelo MESTRE, tomou forma quase que, imediatamente em minha consciência e, desde já há alguns anos, tanto em meus livros quanto em artigos e conferências, sinto uma especial predileção pelos temas que, direta ou indiretamente, estejam relacionados com esse maravilhoso e indescritível Centro espiritual.

É enorme a pressão dos tempos e é realmente terrível a tensão promovida por SHAMBALLA sobre todas as áreas de atividade internacional, especialmente no campo da política, da economia, da ciência e da educação. Da parte do Senhor de SHAMBALLA, o glorioso SANAT KUMARA, existe um propósito supremo de acelerar o curso dos acontecimentos planetários, particularmente os relacionados com o centro da humanidade. Estão envolvidas, nesse propósito criador, múltiplas razões de caráter cósmico, que naturalmente não poderemos apresentar aqui porque fazem parte do incompreensível karma do Logos Planetário do esquema terrestre. No entanto, certos furtivos e secretos ensinamentos ashrâmicos, acerca do significado dos extraordinários acontecimentos atuais, têm a ver com a indescritível crise que SANAT KUMARA está enfrentando, a qual, segundo o que nos é dito esotericamente, constitui um prelúdio obrigatório que terá que atravessar para receber a Quarta Iniciação Cósmica num futuro muito próximo. Essa Iniciação, que fará o SENHOR DO MUNDO consciente do Plano Búdico Cósmico, afetará profundamente a humanidade. O Quarto Reino da Natureza, em virtude de determinadas relações de ordem numérica e de natureza mágica que vinculam o ser humano às atividades criadoras realizadas pelos Logos Regentes de constelações, sistemas solares e esquemas planetários. Vejamos algumas destas vinculações:

a. a Quarta Iniciação Cósmica que nosso Logos Planetário receberá através de SANAT KUMARA;

b. o Quarto Plano Cósmico, o Plano Búdico Cósmico;

c. a Constelação de Libra, o Centro do Coração do sistema cósmico a que o nosso sistema solar pertence;

d. o Quarto Raio Cósmico de Harmonia e Beleza;

e. nosso sistema solar, um universo físico de Quarta Ordem, no sentido de que realiza sua evolução no interior de uma Quarta Cadeia dentro de seu inclusivo sistema cósmico;

f. nosso esquema terrestre, o quarto dentro do sistema setenário de mundos, que constitui nosso Universo;

g. a Quarta Cadeia dentro do esquema planetário, o quarto planeta dentro desse esquema, a nossa Terra, e a Quarta Ronda que o nosso planeta está percorrendo no interior místico e inexplicável dessa Quarta Cadeia;

h. a Quarta Hierarquia Criadora de Mônadas Humanas, o Ponto de Origem da Humanidade;

i. o Quarto Reino da Natureza, a Humanidade em seu conjunto;

j. o Quarto Raio de Harmonia através do Conflito que rege o Quarto Reino, sendo uma distorção do Quarto Raio Cósmico de Harmonia e Beleza;

k. o Quarto subplano etérico do Plano Físico do sistema solar, através do qual são constituídos os elementos químicos que se encontram na base estrutural de todo o tipo de forma física;

l. o Quarto Centro Etérico ou chakra cardíaco do ser humano, centro de toda a atividade orgânica e espiritual;

m. o Quarto YOGA, transmitido de SHAMBALLA à humanidade consciente, denominado esotericamente AGNI YOGA, o YOGA de SÍNTESE e, misticamente, A DOUTRINA DO CORAÇÃO.

Observem que, seguindo um processo escalonado de analogia, descobrimos algumas das relações necessárias que permitirão nos introduzirmos em alguns dos Mistérios de SHAMBALLA, particularmente naqueles que vinculam karmicamente a humanidade à atual crise iniciática do Logos Planetário e provocam, no seio da mesma, as terríveis tensões, problemas e dificuldades que podem ser observadas onde quer que seja, mas que, sob o ângulo interno, são vistas como a grande oportunidade para uma esplêndida emergência espiritual, tal como já se pode observar na vida de muitos discípulos e em grande quantidade de pessoas inteligentes e de boa vontade do mundo.

Terminarei este prólogo de OS MISTÉRIOS DE SHAMBALLA advertindo os leitores de que uma grande parte do conteúdo deste livro deverá ser captada intuitivamente, devido à transcendência da mensagem que o mesmo trata de revelar. Como sempre, a norma segura da compreensão superior e do desenvolvimento da intuição é a utilização do princípio da analogia, tal como enunciou, há muitos séculos, o grande HERMES TRISMEGISTUS.

Espero, de todo o coração, que as ideias contidas em OS MISTÉRIOS DE SHAMBALLA possam ser de utilidade para todos aqueles sinceros aspirantes espirituais do mundo realmente interessados em descobrir o eterno segredo de suas vidas humanas e sua infinita e transcendente vinculação ao Cosmos. Essa é a minha maior aspiração e minha mais sincera prece.

Vicente Beltrán Anglada
Sob o Signo de Gêmeos de 1984. Barcelona - Espanha


Introdução

"...O dia que pude introduzir-me em uma daquelas maravilhosas galerias subterrâneas, ia acompanhado por R., meu amigo hindu, um Iniciado nos altos mistérios da Loja e um valioso colaborador na obra do MESTRE. Passaram-se muitos anos desde então, mas guardo daquela experiência mística de SHAMBALLA uma recordação indelével. As paredes daquela galeria em que havíamos penetrado refulgiam intensamente, refletindo uma luz azulada muito intensa, mas que curiosamente não feria minhas percepções visuais. Aparentemente não surgia de nenhuma lâmpada, o que não deixou de me intrigar, embora não perguntasse nada a respeito ao meu ilustre guia que, como se tivesse me escutado, me disse sorrindo: "Esta luz é consubstancial com o éter, a substância primordial que preenche todos os universos, a qual, neste nível onde nos encontramos, emite uma substância radiante completamente desconhecida pelos cientistas do mundo e que ilumina todos os corpos que conseguem nela introduzir-se ou fazer parte de seu conteúdo. A luz elétrica utilizada no mundo físico precisa ser canalizada ou distribuída por meio de cabos e complicados sistemas de distribuição. Nos níveis sutis do plano físico, no entanto, a luz é produzida pela fulguração do éter ou matéria radiante e constitui a base da iluminação nesses níveis. O tom azulado dessa irradiação que percebes é uma característica radioativa do subplano etérico onde nos encontramos. Cada um dos subplanos de cada plano na vida da Natureza oferece uma particularidade luminescente definida, e é precisamente por essa luz que irradia dessas fontes que suas características vibratórias podem ser definidas e qualificadas pelos observadores hábeis."

Antes de nos introduzirmos nessa misteriosa galeria, à qual faço especial referência por constituir uma experiência pessoal muito direta, encontramo-nos diante de uma pesada porta de pedra de uns três metros de altura por dois de largura. De costas para ela e olhando em nossa direção com atitude feroz e disposição de nos atacar, dois gigantescos ASURAS (*) impediam a nossa passagem. Estavam armados com o que me pareceu serem forquilhas ou tridentes afiados, cujas pontas agudas de um metal muito brilhante estavam apontadas para nós. No entanto, bastou que meu amável guia pronunciasse um mantra indefinível, ainda que agudíssimo, para que imediatamente mudassem a sua atitude e se afastassem respeitosamente, cada qual para um lado da porta. Essa foi se abrindo, então, silenciosamente, e penetramos em outra galeria menor que nos conduziu a um aposento muito espaçoso e intensamente iluminado onde estavam reunidas multas pessoas, todas em místico e religioso silêncio. Ninguém pareceu notar a nossa presença, mas meu amigo R., tomando-me pelo braço, conduziu-me a um lugar determinado onde pude distinguir alguns dos meus condiscípulos mais avançados do Ashram, que afetuosamente sorriram para mim. Essa foi a primeira vez nesta vida atual que penetrei conscientemente em um dos Santuários secretos de SHAMBALLA. Soube, em seu devido tempo, que aquela "estância" era destinada a infiltrar força e responsabilidade na alma dos discípulos espirituais do mundo convenientemente qualificados na ordem interna. A Força e a Responsabilidade constituem os dois eixos mágicos da evolução superior do discípulo, em volta dos quais vão se tecendo suas características de Servidor do Plano.

Não creio trair algum segredo de ordem iniciática referindo-me ao que aconteceu naquela misteriosa estância para onde havia sido conduzido e para a qual confluíam, segundo pude observar, sete galerias como aquela pela qual lá chegamos, o que me fez pensar se esse número de galerias teria a ver com as qualidades de Raio dos discípulos que lá estavam congregados. O que há a ser salientado é que, desde o momento exato em que havia penetrado naquele aposento, minha mente sentiu-se mais desperta e meu coração mais cheio de amor impessoal. Algo profundamente sutil e infinitamente inenarrável abalava, desde as suas mais profundas raízes, os veículos sutis da minha consciência. Naquele lugar sagrado respirava-se um clima de intensa, mas ao mesmo tempo serena expectativa, e o rosto de todas as pessoas que via ao meu redor transluzia uma profunda calma e uma paz serena. Eu, assim como todos, me achava silenciosamente recolhido, sem qualquer noção de tempo que alterasse aquele estado de consciência. Naqueles momentos, minha paz fazia parte das infinitas leis de participação cósmica que unem a vida de Deus com todas as Suas criaturas conscientes de Seu infinito Amor. A indescritível paciência de SANAT KUMARA, cujos dias somam muitíssimos milhares de anos, fazia parte daquela augusta e serena complacência mística que o MESTRE denomina 'serena expectativa' e que resiste imperturbável ao passar incessante das eras da evolução ou daqueles indescritíveis mantos de eternidade com que O SENHOR DO MUNDO recobre todas as Suas vastíssimas expressões...

A mesma luz azulada que iluminava as galerias que convergiam para aquela estância, ainda que muito mais intensa, lá brilhava com esplendores mais majestosos. No centro desse aposento, havia uma espécie de altar onde alguns brilhantes Devas dourados queimavam substâncias indefiníveis que, ao contato com uma chama ígnea de intensa cor violeta que surgia misteriosamente do centro desse altar, aparentemente construído de cristal de rocha finamente lavrado, espargiam penetrantes perfumes etéricos que eram avidamente absorvidos por meus veículos sutis, dotando-os de uma energia ardente e desconhecida. Naquele momento, meu ilustre e inefável guia me disse: "Retém, por um ato de consciência, toda a energia etérica dessas essências voláteis que te seja possível assimilar; são emanações diretas do SENHOR DO MUNDO que os Devas que estás vendo cuidam de modificar, por meio de certas essências vegetais, para que suas essências etéricas possam ser absorvidas sem perigo pelos discípulos mundiais que aqui se acham congregados."

Pelo que me foi dado perceber e compreender daquela inefável experiência, aquela estância não era o que esotericamente poderíamos definir como "Câmara Iniciática", mas mais propriamente um lugar adequado para treinar os discípulos mundiais na ciência infinita da integração superior, sem a qual seria impossível ascender às Iniciações hierárquicas. Era preciso, contudo, ter recebido duas iniciações menores ou preparatórias antes de poder penetrar nessa ou em alguma outra estância similar e receber os sagrados dons da Força e da Responsabilidade. Experimentei profunda emoção ao perceber quão intensamente lá eu adivinhava o suceder das coisas, mesmo as mais profundas, e, em um momento inefável que não esquecerei jamais, senti ressoar dentro do mais intimo do meu ser as cálidas e musicais palavras do MESTRE, exortando-me a estar muito atento ao decorrer da experiência que ia acontecer diante de mim...

Percebi então que, do outro lado do altar, haviam se materializado etericamente três elevadas Entidades espirituais, Adeptos da Hierarquia e Servidores de SHAMBALLA. O que ocupava o centro e parecia de hierarquia mais elevada olhou-nos complacentemente e, depois de fazer um sinal mágico como que de benção, começou a falar. A principio, não entendi nada do que dizia, uma vez que o idioma em que se expressava me era totalmente desconhecido. Depois, à medida que Ele ia falando, fui unindo coerentemente as palavras que ia pronunciando até que, finalmente, compreendi claramente em minha língua materna, o catalão, tudo o que Ele estava dizendo.

O conteúdo claro e profundo de Suas palavras ia preenchendo meu coração de um novo sentido de valores internos. As ideias chegavam facilmente ao meu coração, pois era este que realmente estava escutando, libertando-me do hábito humano de formular conclusões mentais. A síntese do que estava dizendo era que "tendo sido capazes de franquear a entrada que conduzia àquele Aposento, no qual se liberava, para utilidade mundial, uma energia específica do SENHOR DO MUNDO, surgia-nos agora a oportunidade de adquirir uma força ainda superior àquela adquirida anteriormente através de nossos esforços particulares dentro da difícil via do discipulado: uma força que está latente no mais profundo do ser e que A GRANDE FRATERNIDADE BRANCA do planeta denomina 'o espírito de COMPAIXÃO'. Devido a essa energia, que está além de toda a compreensão humana atual e de todas as qualidades espirituais até aqui desenvolvidas no propósito da Busca, já que constitui a base e sustentação desse Universo", ia nos dizendo o MESTRE, "devereis conquistar agora o sentido íntimo da responsabilidade espiritual, sem a qual a Força, por vigoroso que seja seu impulso, se perderia fatalmente pelos fáceis despenhadeiros do 'maya' dos sentidos, dos arrebatamentos emocionais ou de uma mente ávida de bens imortais ou de simples conhecimentos esotéricos... O PODER e a RESPONSABILIDADE constituirão os braços de vossa balança interna como discípulos, mas no centro da mesma, há que se achar sempre o espírito de COMPAIXÃO, graças ao qual toda a ação empreendida levará à chancela do próprio DEUS. Pela COMPAIXÃO ireis descobrindo o eterno segredo da SÍNTESE que os levará às mais elevadas Iniciações."

Ao finalizar o Seu breve discurso, o MESTRE ficou em silêncio por uns momentos, durante os quais esteve nos observando profundamente, 'abrasando os nossos corações com o fulgor do Seu olhar', como nos é dito misticamente acontecer quando o Iniciado tem que enfrentar pela primeira vez a Face resplandecente do SENHOR DO MUNDO, o INICIADOR ÚNICO em nosso planeta. Essa citação mística é apenas um pequeno dado de referência para expressar com palavras um acontecimento profundo que é impossível de compreender fora da experiência própria...

Depois daquele período de silêncio em que me senti tão profundamente escrutinado, os três grandes SENHORES emitiram um Mantra especial cheio de sons inexplicáveis e misteriosos, a cuja invocação o Aposento resplandeceu com novos e mais fortes fulgores e uma energia espiritual de qualidade rara e desconhecida se assenhoreou de nós, dotando-nos de um novo e mais profundo sentimento de amor para com a humanidade. Finalmente, o extraordinário SER que ocupava o centro do altar nos abençoou com um gesto amplo e singularíssimo, que unificou os nossos corações dentro de um espírito de Compaixão indescritível.

Quando regressei ao meu corpo físico, meu cérebro guardava fielmente todas aquelas cenas místicas, mas ao despertar, pela manhã, foi-me impossível recordar ou ter consciência dos acontecimentos espirituais vividos durante a noite... A recordação perfeita e sem vácuos daquela experiência veio mais tarde, quando um contato mais estreito com o MESTRE e uma compreensão mais profunda dos Seus ensinamentos no Ashram foram esclarecendo a minha mente e redimindo a substância kármica acumulada sobre os meus veículos sutis..."

De meus apontamentos sobre A Interioridade do Ashram.
Vicente Beltrán Anglada

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(*) Gigantescos devas lunares, habitantes das camadas profundas do subsolo da Terra, chamados ocultamente, às vezes, de Guardiães dos Tesouros Ocultos. (N. do A.)

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Fonte: “Asociación Vicente Beltrán Anglada” - Barcelona (Espanha)

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